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PORTO DE SUAPE

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INFORMATIVO DOS PORTOS / Suplemento AGRO NEWS

Região do Vale do São Francisco conquista indicação geográfica de vinhos tropicais

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Indicação foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) e se baseia em requisitos equivalentes aos da União Europeia

A região produtora do Vale do São Francisco, no sertão nordestino, conquistou a Indicação Geográfica de Vinhos Tropicais. A certificação é fruto de um esforço de 20 anos e contempla os vinhos finos produzidos na localidade por sete vinícolas. A demora nessa conquista deve-se exatamente ao ineditismo de se produzir vinhos finos em zonas tropicais secas.

A indicação foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Ela se baseia em requisitos equivalentes aos da União Europeia e resulta da demanda feita pelo Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf).

Com o selo, os produtores do Vale tendem a dar um saldo na valorização de seus produtos, atingindo novos mercados. “O consumidor terá garantia de que está consumindo um produto realmente diferente, bom e adequado. E isso gera compromissos de nossos produtores com o cumprimento de normas e regras para lançar no mercado produtos que tenham as características conferidas à região”, destaca o presidente da associação de produtores de vinhos da região, a Vinhovasf, José Gualberto de Almeida.

Gualberto diz que o acompanhamento será rigoroso e será feito pelo Instituto do Vinho. “O fato de se ter uma Indicação Geográfica não implica que todo vinho produzido no Vale receberá o selo. Os vinhos precisam ser aprovados sob vários critérios”, sustenta o empresário.

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

Mais estudos devem ser feitos para se chegar à Denominação de Origem, que confere qualidades, características que só os vinhos da localidade possuem. O Vale dos Vinhedos levou 15 anos para conseguir dar esse segundo passo “Temos muito a consolidar, como consolidamos a produção de uvas finas. É uma região que tem muito a dar. Mas é desconhecida, faltam pesquisas para entendê-la melhor. Não só acadêmicas, mas para o setor produtivo. Não há lugar igual no mundo que possamos copiar”, diz.

O empresário entende que o poder público precisa estar presente no suporte às pesquisas. “Estamos no Semiárido e dependemos de irrigação, que é um processo caro, exige recursos de longo prazo. O setor privado ainda é pequeno, a capacidade de investimentos é limitada”.

HISTÓRIA

O Polo Vitivinícola do Vale do São Francisco remonta à década de 1970. Com 3.100 horas de sol ao ano e graças à irrigação, é a única região no mundo a produzir três colheitas por ano e a elaborar vinhos de janeiro a dezembro. Dali saem vinhos jovens, leves, frutados e aromáticos. Mas também são produzidos vinhos de guarda e mesmo vinhos nobres, com colheitas de uvas em períodos específicos do ano.

A vinícolas Adega Bianchetti Tedesco (Bianchetti), Vinum Sancti Benedictus (VSB), Terranova (Miolo), Terroir do São Francisco (Garziera), Vinícola do Vale do São Francisco (Botticelli), Mandacarú (Cereus jamacaru), e as vitivinícolas Quintas de São Braz (São Braz) e Santa Maria/Global Wines (Rio Sol), todas na região do Vale do São Francisco, lançam no mercado anualmente 5 milhões de litros de vinhos finos. Muitos são exportados e obtiveram premiações em concursos nacionais e internacionais, a exemplo da Grande Prova Vinhos do Brasil e do Concurso Mundial de Bruxelas. n

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