Serena Brandão, Luca Mancini e Luiz Hosken Tostes - 2 LSU A

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COMO NASCEU O AMOR? Descubra a opinião do filósofo helênico, Platão (pág. 9)

ENTREVISTA Perguntamos ao famoso filósofo Schopenhauer o que ele pensa sobre literatura (pág. 4)

TESTE SUAS CAPACIDADES! Tente resolver os dilemas morais que nem os maiores filósofos conseguiram se esquivar (pág. 6)

E MUITO MAIS...


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Sumário Editorial ...................................... 3 Entrevista com Arthur Schopenhauer ............. 4 Dilemas morais e seus problemas ................ 6 Mito do Andrógino, Platão ...................... 9 Filmes que causam crises existenciais ......... 12 Resenha; O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir ... 15 Glossário filosófico .......................... 16 Passatempos filosóficos ....................... 22


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Editorial Para Sócrates é o nascimento da verdade. Para Platão é o patamar mais elevado do conhecimento. Para Aristóteles é fruto do maravilhar-se. Para Hobbes é prática. Para Leopardi é a sommita dell’umano spirito Para Comte é matéria prima por exelência. Para Hegel tem como objetivo explicar o mundo. Para Camus é encontrar sentido. Para Nietzsche é libertação. Para nós, está em forma de revista.

A filosofia é a mãe de todas as matérias e saberes humanos, e nessa edição reunimos alguns artigos, entrevistas e curiosidades para os amantes do tema. Acreditamos que a filosofia deve ser valorizada e a revista é um ótimo meio para difundir de maneira descontraída os pensamentos dos grandes filósofos e plantar a semente do conhecimento na leitura de cada um. Na revista você irá encontrar tudo aquilo que um filósofo adora, desde perguntas sem resposta até dicas para suas crises existenciais! Esperamos que vocês aproveitem a leitura e continuem exercendo a função de suas existências, pensar. Como diria Descartes, “Profiter et au revoir!”


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Entrevista com Arthur Schopenhauer Arthur Schopenhauer viveu de 1788 a 1860. Nascido em Danzig, Prússia, lecionou de 1820 a 1831, ano em que abandonou as salas de aula. Escreveu sua obra prima aos 30 anos, “O Mundo como obteve sucesso na maior parte de sua vida. Mudou para Frankfurt, onde ficou até sua morte. Só obteve reconhecimento em seus últimos dias, o livro “Parerga e Paralipomena”, uma compilação de aforismos escritos de maneira cativante e popular, foi publicado. Schopenhauer era tão pessimista que dizia o seguinte: “A pior coisa que pode acontecer a alguém é nascer”. Seu pessimismo derivou da grande influência exercida nele pelas filosofias orientais. Para o budismo, por exemplo, a vida é, numa palavra, sofrimento, e Schopenhauer incorpora esses valores em todas as suas obras. Hoje, entrevistaremos o filósofo e faremos perguntas relacionadas à literatura.

Herr Schopenhauer, como o senhor divide as pessoas que escrevem? Há três tipos de autores. Em primeiro lugar, aqueles que escrevem ser pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam enquanto escrevem. Eles pensam justamente para escrever. São bastante numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de escrever – e eles são raros.

O que o senhor acha de quem imita o estilo de outro? O estilo é a fisionomia do espírito. Imitar o estilo alheio significa usar uma máscara. Por mais bela que esta seja, torna-se pouco depois insípida e insuportável porque não tem vida, de modo que mesmo o rosto vivo mais feio é melhor que ela.


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Algumas pessoas gostam de escrever com pompa. O que o senhor pensa disso? Não há nada mais fácil, do que escrever de maneira que ninguém entenda. Em compensação, nada é mais difícil que expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam.

Voltaire disse: “Todo adjetivo é inimigo do substantivo”. Ele estava criticando a prolixidade. Como o senhor vê isso? Muita gente procura esconder sua pobreza de pensamento sob uma profusão de palavras – e, por isso, deve-se evitar toda prolixidade. É preciso ser econômico com o tempo, a paciência e a dedicação do leitor. É sempre melhor deixar de lado algo bom do que incluir algo insignificante.

O senhor poderia falar um pouco mais sobre isso? Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é sempre sinal inconfundível de mediocridade. Em contrapartida, o sinal de uma cabeça eminente é resumir muitos pensamentos em poucas palavras.

Ler muito ajuda? Quem lê muito e quase o dia todo, mas nos intervalos passa o tempo sem pensar nada, perde gradativamente a capacidade de pensar por si próprio – como alguém que, de tanto cavalgar, desaprendesse caminhar. Este é o caso de muitos eruditos: leram até ficarem burros.

O senhor entende que devemos ser muito seletivos no que lemos? Sim. A vida é curta, o tempo e a energia são limitados.

Muitas pessoas compram mais livros do que conseguem ler. Alguma recomendação? Seria bom comprar livros se, ao mesmo tempo, comprássemos o tempo para lêlos, mas é comum confundir a compra de livros com a assimilação de seu conteúdo.

Por fim, você acredita que todos os tipos de leitores trazem grandes dotes intelectuais? Não, na verdade, está enganado aquele que crê que tolos não leem, quem escreve para os tolos encontra sempre um grande público.


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Dilemas morais e seus problemas Dilemas morais são situações nas quais nenhuma solução é satisfatória. São encruzilhadas que desafiam todos que tentam criar regras para decidir o que é certo e o que é errado, de juristas a filósofos que estudam a moral. Agora os dilemas morais estão virando objeto de estudo de cientistas. E, para alguns deles, talvez os filósofos tenham trabalhado em vão ao se esforçar tanto para montar teorias morais. É que, segundo novas pesquisas, raramente usamos a razão para decidir se devemos tomar uma atitude ou não. Analisando o cérebro de pessoas enquanto elas pensavam sobre dilemas, os pesquisadores perceberam que muitas vezes decidimos por facilidade, empatia ou mesmo nojo de alguma atitude. Duvida? A seguir, faça o teste com você mesmo, respondendo a 3 dilemas morais clássicos.

1. O trem descontrolado Um trem vai atingir 5 pessoas que trabalham desprevenidas sobre a linha. Você tem a chance de evitar a tragédia acionando uma alavanca que leva o trem para outra linha, onde ele atingirá apenas uma pessoa. Você mudaria o trajeto, salvando as 5 e matando 1?

( ) Mudaria ( ) Não mudaria

Esse dilema moral foi apresentado a voluntários pelo filósofo e psicólogo evolutivo Joshua Greene, da Universidade Harvard. “É aceitável mudar o trem e salvar 5 pessoas ao custo de uma? A maioria das pessoas diz que sim”, afirma Greene em um de seus artigos. De fato, numa pesquisa feita pela revista Time, 97% dos leitores salvariam os 5. Fazer isso significa agir conforme o utilitarismo – a doutrina criada pelo filósofo inglês John Stuart Mill, no século 19. Para ele, a moral está na consequência: a atitude mais correta é a que resulta na maior


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felicidade para o máximo de pessoas. Mas há um problema. A ética de escolher o mal menor tem um lado perigoso – basta multiplicá-la por 1 milhão. Você mataria 1 milhão de pessoas para salvar 5 milhões? Uma decisão assim sustentou regimes totalitários do século 20 que desgraçaram, em nome da maioria, uma minoria tão inocente quanto o homem sozinho no trilho. Além disso, o ato de matar 1 para salvar 5 é o oposto do espírito dos direitos humanos, segundo o qual cada vida tem um valor inestimável em si – e não nos cabe usar valores racionais ao lidar com esse tema.

2. Os limites da promessa Um amigo quer lhe contar um segredo e pede que você prometa não contar a ninguém. Você dá sua palavra. Ele conta que atropelou um pedestre e, por isso, vai se refugiar na casa de uma prima. Quando a polícia o procura querendo saber do amigo, o que você faz?

( ) Conta à polícia ( ) Não conta à polícia

O antropólogo holandês Fonz Trompenaars realizou pesquisas em diversos países com dilemas como esse. O mais interessante é que as respostas variaram de acordo com o povo. A maioria dos russos acusaria o amigo na lata. Outros mentiriam para protegê-lo, dando dicas ambíguas à polícia, como os americanos. Já os brasileiros inventariam histórias malucas para dizer que a culpa não era do amigo, mas do pedestre, que era um suicida.

Os gregos antigos já tinham consciência de que cada cultura tem noções diferentes sobre o que é certo ou errado: diziam que havia tantas morais quanto povos no mundo. A princípio, saber que a moral muda de acordo com a cultura é importante para não julgarmos costumes de um povo como se fossem os nossos, descobrindo suas razões particulares. Foi o que propôs o antropólogo Franz Boas


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(1858-1942), considerado o pai do relativismo cultural – a ideia de que nenhuma cultura é melhor que outra. Mas, quando duas culturas diferentes se chocam, surgem dilemas morais ainda mais difíceis – como o próximo.

3. Choque de cultura Você é um funcionário da Funai, trabalhando na Amazônia sob ordem expressa de jamais intervir na cultura indígena. Passeando perto de uma clareira, nota que ianomâmis estão envenenando o bebê de uma índia, que está aos prantos. Você impediria a morte do bebê?

( ) Impediria ( ) Não impediria

Talvez a solução do dilema esteja na hesitação dos pais. Ela mostra que o infanticídio não é um consenso entre os índios. Ou seja, o terror emocional diante de matar o próprio filho existe mesmo em culturas que admitem matar suas crianças. Isso converge com a tese do psicólogo evolutivo Steven Pinker: assim como qualquer língua do mundo diferencia entre verbo e objeto, a moral também tem suas regras universais, que cada cultura trata de forma diferente.

Segundo a teoria da “gramática universal”, de Noam Chomski, temos uma capacidade de nascença para falar, e o que prova isso são as semelhanças de sintaxe entre todas as línguas do mundo. Num artigo para o jornal New York Times, Pinker paradiou a tese de Chomski: “Nascemos com uma gramática moral que nos permite analisar as ações humanas mesmo que com pouca consciência disso”. Mas, como mostram os dilemas morais, nem sempre é fácil fazer essa análise.


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Mito do Andrógino, Platão O Banquete, também conhecido como Simpósio (em grego antigo: Συμπόσιον, Sympósion) é um diálogo platônico escrito por volta de 380 a.C.. Constitui-se basicamente de uma série de discursos sobre a natureza e as qualidades do amor (eros). O Banquete é, juntamente com o Fédon, um dos dois diálogos de Platão em que o tema principal é o amor. O Banquete, ocorre na casa de Agatão, poeta trágico ateniense. Sócrates é o mais importante dentre os homens presentes, também ali estão Aristodemo, discípulo de Sócrates; Fedro, o jovem retórico; Pausânias, amante de Agatão; o médico Erixamaque; Aristófanes, comediante que ridicularizava Sócrates, e o político Alcibíades. Será Aristófanes a tratar do mito do Andrógino, explicando a origem de Eros (amor):

No início, a raça dos homens não era como hoje. Não havia dois sexos, mas três: um formado por dois homens, um formado por duas mulheres e um formado por um homem e uma mulher, os Andróginos. Essa criatura primordial era redonda: suas costas e seus lados formavam um círculo e ela possuía quatro mãos, quatro pés e uma cabeça com duas faces exatamente iguais, cada uma olhando numa direção, pousada num pescoço redondo. A criatura podia andar ereta, como os seres humanos fazem, para frente e para trás. Mas podia também rolar e rolar sobre seus quatro braços e quatro pernas, cobrindo grandes distâncias, veloz como um raio de luz. Eram redondos porque redondos eram seus pais: o homem era filho do Sol. A mulher, da Terra. E o par, um filhote da Lua.

Sua força era extraordinária e seu poder, imenso. Isso tornou-os ambiciosos, quiseram desafiar os deuses. Foram eles que ousaram escalar o Olimpo, a montanha onde vivem os imortais. O que deviam fazer os deuses reunidos no conselho celeste? Aniquilar as criaturas? Mas como ficar sem os sacrifícios, a


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adoração? Por outro lado, tal insolência era intolerável. Então, Zeus rugiu: “Deixem que vivam. Tenho um plano para deixá-los mais humildes e diminuir seu orgulho, vou cortá-los ao meio e fazê-los andar sobre duas pernas”. E mal tinha falado, começou a partir as criaturas em dois. E, à medida em que os cortava, Apolo ia virando suas cabeças, para que pudessem contemplar eternamente sua parte amputada. Uma lição de humildade. Apolo também curou suas feridas, deu forma ao seu tronco e moldou sua barriga, juntando a pele que sobrava no centro, para que eles lembrassem do que haviam sido um dia.

E foi aí que as criaturas começaram a morrer. Morriam de fome e de desespero. Abraçavam-se e deixavam-se ficar assim. E quando uma das partes morria, a outra

ficava

à

deriva,

procurando,

procurando...

Zeus ficou com pena das criaturas. E teve outra ideia. Virou as partes reprodutoras dos seres para a sua nova frente. Antes, eles copulavam com a terra. De agora em diante, se reproduziriam sexualmente os casais Andróginos, num abraço. Assim a raça não morreria e eles descansariam. E os casais homossexuais reproduziriam o seu amor de forma eternizada, através das pinturas, filosofia, música e esculturas.

Com o tempo eles esqueceriam o ocorrido e apenas perceberiam seu desejo. Um desejo jamais inteiramente saciado no ato de amar, porque mesmo derretendo-se no outro pelo espaço de um instante, a alma saberia, ainda que não conseguisse explicar, que seu anseio jamais seria completamente satisfeito. E a saudade da união perfeita renasceria, nem bem os últimos gemidos do amor se extinguissem.

E esta é a nossa história. De como um dia fomos um todo, inteiros e plenos. Tão poderosos que rivalizávamos com os deuses. É a história também de como um dia, partidos ao meio, viramos dois e começamos a sentir saudades. E é a razão dessa busca sem fim do abraço que nos fará sentir de novo e uma vez mais, a emoção da plenitude que um dia, há muito tempo, perdemos


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Filmes que causam crises existenciais Na natureza selvagem

A história, baseada em fatos reais , fala sobre a busca de Christopher McCandless por uma fuga da vida moderna. Ele é jovem, formado e tem dinheiro, mas, em vez de cumprir o esperado e começar sua vida profissional, McCandless decide largar tudo e fazer uma viagem solitária até o Alasca.

Alexander Supertramp, pseudônimo que dá a si mesmo, é o retrato de todo jovem que passa a questionar o mundo a seu redor e que tem a coragem suficiente para deixar tudo para trás e fazer o que quiser.

Clube da Luta Jack é um homem deprimido, que sofre de insônia e que conhece um estranho vendedor chamado Tyler Durden. A dupla forma um clube com regras rígidas onde homens lutam. A parceria perfeita é comprometida quando uma mulher, Marla, atrai a atenção de Tyler. Parece uma narrativa boba, mas o filme te faz questionar

sobre

o

consumismo

e

materialismo e traz indagações sobre nossa identidade, quem realmente somos.


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A influência

Uma mulher desorientada e frágil é cercada por problemas da vida cotidiana. Bens tomados, sua loja fechada e o futuro de seus dois filhos incerto. A vitalidade das crianças contrasta com a apatia de sua mãe, que lentamente afunda em uma profunda depressão. Ao ver que ela não tem maturidade e força para enfrentar todos esses problemas, as crianças precisam seguir adiante.

Donnie Darko

Donnie Darko é um filme que atrai muita gente, mesmo anos após seu lançamento, contendo conceitos e ideias de difícil compreensão. O filme apresenta conceitos de tempo não-linear, controle da mente, viagem no tempo e até mesmo Deus e a própria existência. Depois de cada assistida, a mensagem se transforma, sempre poderosa.

Ilha do medo

O detetive americano Teddy Daniels e seu parceiro Chuck Aule são levados para Shutter Island, local que abriga o Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, a fim de investigar o desaparecimento de uma assassina. Dentro de um hospital assombrado pelas atitudes passadas

de

seus

pacientes

e

pelos

planos

desconhecidos de seus médicos, Teddy percebe que, quanto mais se aprofunda na investigação, mais é forçado a encarar alguns de seus piores temores.


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Resenha; O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir A filósofa Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, ou simplesmente, Simone de Beauvoir, nasceu na cidade de Paris, capital da França, em 09 de janeiro de 1908 e faleceu na mesma cidade em 1986. Considerada um ícone do feminismo, também é uma das principais representantes do movimento existencialista francês do século XX, ao lado do filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), com quem estabeleceu uma peculiar relação de amizade, amor e troca intelectual de grande relevância. Na obra “O Segundo Sexo”, a autora incita refletirmos sobre o que é ser mulher. Encarnar a mais pura essência da alma feminina, sem poesias, crua e realista. Bela e firme. Uma análise biológica, social, mitológica e histórica sobre o papel da mulher na sociedade. O livro incentiva a mulher a viver com plenitude sua liberdade, libertando-se de imposições sociais sobre a condição feminina. Simone tenta desconstruir algumas contribuições propostas por Freud que ajudaram a sedimentar o aspecto sexual e genital da mulher, tão somente. Ela aponta ainda que Freud reconhece a libido sexual feminina como sendo tão evoluída quanto a do homem, todavia, não a estuda, ao contrário, “a vê como um desvio complexo da libido humana em geral”. Então, ela mostra as abordagens freudianas que competem os dois sexos e como se diferenciam. Se a tentativa era a de buscar na biologia argumentos plausíveis para reduzir a mulher, pura e simplesmente, à uma opção sexual, falivelmente, tais tentativas caíram por terra. Simone não tenta demonstrar preponderância da mulher sobre o homem, mas através de argumentos bastante práticos somos conduzidos a uma realidade de complementaridade, pois, invariavelmente, os organismos foram feitos de modo a se completar e, a partir de então, darem seguimento à manutenção das espécies.


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Glossário filosófico

A Adiáfora. Segundo os cínicos e estoicos, são todas as coisas que não contribuem nem para a virtude nem para a maldade. Ágape. Termo grego para amor fraternal e filial em oposição ao eros ou amor sexual. Aufklärung (Iluminismo). Projeto filosófico de Kant, que define as Luzes ou Iluminismo como aquilo que permite ao homem sair de sua minoridade, ensinando-lhe a pensar por si mesmo e a não depender de decisões do outro.

B Beatitude. Felicidade perfeita, completa. Behaviorismo. Método de observação em psicologia que tem por objetivo o estudo das relações entre os estímulos e as respostas do sujeito. Budismo. Doutrina ou caminho de libertação que tem por base os ensinamentos de Sidharta Gautama (566 – 486 a.C.), conhecido como o Buda (Iluminado).

C Caos. Origem desordenada e sem forma das coisas. Opõe-se ao Cosmo, o universo ordenado. Do grego káos, do verbo khainen, abrir-se, entreabrir-se. Carpe Diem. Fórmula de Horácio, em latim, que poderia ser traduzida por "colha o dia", “aproveite o dia”. Cogito ergo sum. É o primeiro princípio da filosofia cartesiana. Significa “penso, logo existo”. Contrato Social. Define a sociedade como o produto de uma convenção entre os homens, termo introduzido no sec. XVIII pelo filósofo Rousseau.


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D Demiurgo. Nome que Platão e seus discípulos davam ao criador e ordenador do mundo, diferente de Deus, pura Inteligência. Determinismo. Todo evento é o resultado necessário das causas que precedem – e elas próprias foram o resultado necessário das causas que as precederam. Dianoia. É o pensamento discursivo, enquanto elaboração, explicitação ou desenvolvimento da noese ou nous(razão).

E Eidética. Caracteriza aquilo que se refere às essências, por oposição ao suporte fatual que depende de outras ciências. Eikasia. O estado mais baixo de conhecimento, segundo o mito da linha de Platão. Do grego, faculdade de conhecer por imagens. Elã Vital. Expressão utilizada por Bérgson para designar um impulso original de criação de onde provém todo o processo evolutivo da vida nos vários reinos da natureza. Epicurismo. Doutrina de Epicuro: a satisfação de nossos desejos e impulsos de forma moderada leva-nos à tranquilidade.

F Fideísmo. Doutrina segundo a qual as verdades fundamentais da ordem especulativa ou da ordem prática não devem ser justificadas pela razão, mas simplesmente aceitas como objeto de pura crença. Filósofo. Aquele que pratica a filosofia, aquele que faz uma reflexão crítica sobre todos os problemas concebíveis. Fim . Via de regra, na terminologia filosófica, este vocábulo não designa o mero termo, ou seja, o último de uma série, mas sim “aquilo pelo qual (id, propter quod) alguma coisa existe ou se faz (fit).


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Finalismo. Doutrina que transpõe o princípio de finalidade para a ordem da metafísica, introduzido por Aristóteles.

G Gnose. Conhecimento esotérico e perfeito das coisas divinas pela qual se pretende explicar o sentido profundo de todas as religiões. Gnoseologia. Teoria do conhecimento que tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites da faculdade de conhecer.

H Heterodoxia. Crença contrária aos princípios aceitos na época. Heurístico. Aquilo que se refere à descoberta e serve de ideia diretriz numa pesquisa. Um método é heurístico quando leva o aluno a descobrir aquilo que se pretende que ele aprenda.

I Idealismo. Caráter geral dos sistemas filosóficos que negam a objetividade do conhecimento e reduzem o ser ao pensamento. Indeterminismo. Doutrina segundo a qual o homem é dotado de livre-arbítrio.

J Juízo. Faculdade ou ato de julgar, de afirmar relações de conveniência ou desconveniências entre duas ideias.

K Kantismo. Doutrina filosófica que propõe limites para o alcance, valor e o limite da razão enquanto ponto de partida para qualquer pensamento lógico, o que significa reduzir na pratica a objeto de experiências possíveis o conhecimento (racionalismo).


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L Lei Moral. Compreende o conjunto de normas éticas resultantes da situação do homem na realidade e que, anteriormente a toda estipulação ou convenção, obrigam fundamentalmente a todos os homens. Lei Natural. Em sentido filosófico, é uma ordenação para determinada atividade ínsita nas coisas naturais. Logos. Um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza.

M Maiêutica. Método socrático de interrogação, como a parteira dá à luz os corpos, procura “dar à luz” os espíritos para levar seus interlocutores a descobrirem a verdade que eles trazem em si sem o saber. Marxismo. Teoria econômica, social, política e filosófica elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels, utilizada ao mesmo tempo como método de análise dos fenômenos sociais e como princípios de uma prática revolucionária. Mito. Relato fabuloso contando uma história que serve ao mesmo tempo de origem e justificação de um grupo social.

N Niilismo. É a doutrina que admite que o nada, além de ser, ou de haver, é capaz de ser pensado. Númeno. De acordo com Kant, guarda relação com o verbo pensar, mas de fato, aparece mais equivalente a pensado, como oposto a percebido pelos sentidos.

O Ontologia. Parte da Filosofia que se ocupa do ser enquanto ser, ou seja, do ser concebido na sua totalidade e na sua universalidade.


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Ortodoxia. Posição a favor das crenças vigentes.

P Paideia. Educação do homem para a filosofia e consequentemente para a política. Panteísmo. Do grego pan, tudo, e Theos, Deus = tudo é Deus. Doutrina que afirma que o cosmo nada mais é que a manifestação do próprio Deus. Pensar. Na significação etimológica do termo, quer dizer sopesar, pôr na balança para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar.

R Racional. Do latim ratio, razão. Designa em geral o modo especificamente humano do conhecimento conceptual-discursivo. Racionalismo. Doutrina filosófica moderna do séc. XVII, introduzida por René Descartes, que admite a razão como única fonte de conhecimento válido.

S Síntese. É uma composição ou reunião das diversas partes de um todo em uma unidade: "unificação". Para Kant, consiste na união do que é dado empiricamente com a experiência objetiva. Para Hegel, é o assumir de entidades opostas (tese e antítese) numa unidade superior (dialética). Sócrates. Significa força (krátos) que salva (sôs). Nome do famoso filósofo grego. Sofisma. É um raciocínio falso que se apresenta com aparência de verdadeiro.

T Teleologia. Teoria dos fins. Doutrina segundo a qual o mundo é um sistema de relações entre meios e fins. Transcendente. Em Kant, os princípios do entendimento puro além dos limites da experiência.


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U Ubermensch: conceito descrito no livro Assim Falou Zaratustra (Also sprach Zarathustra), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, em que explica os passos através dos quais o homem pode se tornar um 'além-homem' . Universalismo. É a visão do todo, da grandeza e vastidão cósmica, da universalidade, oposta à limitação míope a valores parciais ou a interesses particulares. Utopia. Do grego U-topos, que não existe em nenhum lugar; descrição de uma sociedade ideal; refere-se a um ideal de vida proposto.

V Verdade. Na acepção mais geral designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser (adaequatio intellectus et rei), e, em sentido mais elevado, uma completa interpenetração de inteligência e ser. Vício. É o pendor para agir de forma inadequada. É o oposto da virtude. Virtude. Equivale a capacidade, aptidão, e significa a habilidade, facilidade e disposição para levar a efeito determinadas ações adequadas ao homem. Vontade de potência. Na filosofia de Nietzsche, princípio afirmativo da vida, "só há vontade na vida, mas esta vontade não é querer viver, em verdade ela é vontade de dominar...".

Z Zétesis: Conceito da filosofia cética para indicar a busca da verdade e da certeza, sem que jamais se tenha a possibilidade de atingi-las.


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Passatempos filosóficos Criptograma Tente revelar o nome dos filósofos... (Dica: Deus está morto! Permanece morto e quem o matou fomos nós = ZJLU JUSE OKNSK! RJNOEWJFJ OKNSK J ALJO K OESKL MKOKU WKU!)

UK´FNESJU: ________________________ FEOLU: ________________________ ZJUFENSJU: ________________________ JKF: ________________________ UENSNJ: ________________________ UJWJFE: ________________________ NLUUJEL: ________________________ UEK SKOÉU: ________________________


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PHILOS Ideia e coordenação geral: Serena Brunazzo Brandão Equipe: Luiz Gustavo Hosken Tostes Luca Mancini Serena Brunazzo Brandão Diretora didática: Ana Márcia Paiva

Revista Philos É uma publicação dos alunos da Escola Internacional Fundação Torino. Edição limitada.


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