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O PROGRAMA MICRO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL E OS FATORES DETERMINANTES À ADESÃO: UM ESTUDO EMPÍRICO NO VALE DO SÃO FRANCISCO. RESUMO O programa Micro Empreendedor Individual, em vigor a partir da Lei Complementar nº 128/2008, foi a maior ação do Governo Federal no tocante ao combate à economia informal, que em 2009 alcançou R$ 580 bilhões, pouco mais de 18% do Produto Interno Bruto (PIB). Pela dimensão do programa, torna-se pertinente investigar quais dos benefícios oferecidos, mostram-se relevantes à sua adesão. Para tal, com o intuito de verificar esta realidade no Vale do São Francisco, foram aplicados questionários, utilizando escala likert de 5 pontos a 231 vendedores ambulantes nas cidades de Petrolina - PE, Juazeiro – BA e Casa Nova - BA, o que permitiu identificar 68 participantes do programa. A esta sub-amostra foi efetuado o procedimento da análise fatorial, tendo em vista o objetivo do presente estudo. A fatorabilidade dos itens foi considerada satisfatória diante dos resultados obtidos da KMO e teste de esfericidade de Barlett. Constatou-se que dos 15 benefícios proporcionados pelo programa, 5 mostram-se estatisticamente insignificantes, ao nível de 5%. Por não serem pertinentes para a adesão ao programa, acarretam em custos desnecessários para o governo. Já com relação aos beneficios identificados como estatisticamente relevantes, foram identificados, através de uma rotação dos 10 benefícios em 6 fatores, a saber: economia de custos, benefícios adquiridos, realização/auto-estima, condições de crescimento, economia na captação de recursos e formalização sem burocracia. Estes construtos explicam, de forma clara, o real desejo dos trabalhadores informais à adesão ao programa do Micro empreendedor individual. Assim, torna-se necessário replicar o estudo em outras regiões e, se confirmado tal cenário, excluir os benefícios insignificantes tendo em vista os custos intrínsecos de tais subvenções. Palavras - chave: Empreendedor Individual; informalidade; desenvolvimento econômico; análise fatorial; gestão pública. 1. Introdução O Brasil, sobretudo, após o advento do plano real e a subsequente realização de algumas pontuais reformas estruturais realizadas nos últimos anos, despontou como uma das principais potências econômicas do mundo. Entretanto, a despeito de tal realidade, o país perde muito da sua competitividade devido, entre outros problemas estruturais, à problemática da informalidade. O Governo, com intuito de buscar soluções, ou pelo menos minimizar o atual patamar da economia subterrânea brasileira, que contempla “quase 10 milhões de empreendedores informais” (PADUAN, 2010:131), fomentou a formalização destes trabalhadores, potenciais contribuintes, através da Lei Complementar 128/2008, do Micro Empreendedor Individual – MEI, promulgada em julho de 2009. Assim, pode-se notar que as expectativas por parte do Governo em relação à receptividade e êxito do programa são grandes. O potencial de transformação da economia informal, no contexto nacional, é encarado como o grande incentivador à divulgação e desenvolvimento do programa. Esta investigação buscou mostrar com maior profundidade o fenômeno em estudo, de modo a torná-lo mais claro, bem como entender as motivações que levam os trabalhadores informais do Vale do São Francisco a aderirem ao programa do MEI.


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