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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - TIRAGEM 5.000 EXEMPLARES - EDIÇÃO Nº 018 - ANO 02 - DEZEMBRO DE 2017 - UBATUBA - SP
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Seu Alcides A história do artesão do Camburi que planta floresta e comida
SANTIAGO BERNARDES
Pág. 03
Prefeitura contrata empresa de marketing para monitorar Facebook Pág. 06
Associação de catadores Evento no Tancredo quer ampliar coleta debate futuro das cidades, seletiva de recicláveis da água e da vida Pág. 08
Pág. 11
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EDITORIAL
InforMar Ubatuba
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CHARGE DO MÊS
Nos tempos do primeiro Natal
A ONC
R CEB
FEI
Quando Jesus nasceu, a humanidade vivia um dos momentos mais sombrios da História. O Império Romano dominava o Mediterrâneo, subjugando povos de três continentes. A província da Judeia era periferia do império militar e tinha um rei de fachada, submisso ao imperador Augusto (63a.C-14d.C), que se tornara ditador absoluto após uma crise política, eliminando adversários e acabando com o que restava da República. O opressor governava pelas armas. Os soldados, encarregados de manter a ‘‘ordem’’, torturavam e matavam sem o menor remorso, pois já haviam sido dessensibilizados em uma cultura de ódio, que negava o que de mais belo existe no ser humano (as capacidades de amar e de refletir). Esses soldados seguiam um mito que dizia que Roma havia sido fundada por um fratricida orgulhoso, filho de Marte, deus da guerra. Só mesmo com uma cabeça bem bagunçada ou o coração confundido por algo maligno é que alguém pode achar que matar, oprimir, desrespeitar a religião dos outros, militarizar a vida e ter fome de poder sejam práticas de boa fé. A situação dos israelitas não era nada boa, afinal, por amor demasiado ao dinheiro, até mesmo muitas das suas autoridades religiosas haviam se entregado à corrupção. Alguns fariseus e sacerdotes chegavam a deturpar as escrituras para legitimar o poder dos perversos invasores. Mas o menino de Belém foi uma luz num mundo de trevas. Jesus tinha uma proposta diferente da daqueles que pregavam ódio, violência e ganância. Jesus ensinou amor, compaixão, humildade, partilha, fraternidade, perdão, tolerância, respeito. O Reino do qual ele falava não era desse mundo, mas já estaria dentro de seus discípulos, e se materializava no partir do pão. Mataram-no numa cruz, com a aprovação de autoridades militares, religiosas e judiciais. Mas, segundo suas seguidoras, ele era Deus e venceu a morte (Mt 28, Mc 16, Lc 24, Jo 20). Essa Fé teria encorajado pessoas de todo o império a viverem em comunidades no interior das quais eram abolidas discriminação de nacionalidade, classe social e sexo (Gl 3,28), sem medo do autoritarismo ‘‘daqueles que só podem matar o corpo, mas não a alma’’ (Lc 12,4). Ver a Deus no próximo, em cada ser humano, de modo especial nos mais necessitados, foi essa revolução de pensamento propagada pelos primeiros cristãos que contribuiu para a queda de Roma, ainda mais quando militares começaram a se converter e não mais obedecer a ordens injustas. Os reais seguidores de Jesus crêem que ele voltará um dia. Mas até lá, apesar das fraquezas humanas de cada um, eles devem ao menos tentar ser presença do Mestre na Terra, sendo propagadores da Paz e do Amor. Os cristãos dever ter cuidado com falsos profetas e messias, que às vezes usam o nome de Jesus, mas pregam a doutrina de Marte, a doutrina da morte.
InforMar Ubatuba Diretora de jornalismo Renata Takahashi (MTB: 0076209/SP) Editor de conteúdo Leandro Cruz Tiragem 5000 Periodicidade mensal Distribuição gratuita
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PERFIL
Santiago Bernardes é biólogo, escritor e sursta. Atua em trabalhos de pesquisa e educação socioambiental. Desenvolve projeto de agrooresta no Quilombo de Camburi. Autor do livro "Palavrandando", publicado em 2016, Santiago estreia no InforMar, com sua linguagem literária, contando um pouco da história de um amigo querido, o ‘seu’ Alcides do Camburi:
Alcides Alves Jorge: plantar é resistir! A arte e a agricultura na raiz cultural de um povo, agroecologia e resistência no território tradicional por Santiago Bernardes
D
guardam a cultura, nos olhos, nas mãos, na pele. Na lida diária pela sobrevivência. Mata Atlântica. Quando era criança, Alcides viu as serras serem cortadas pelo rio de asfalto da modernidade. A estrada cortou não só as matas, mas também um modo de vida. Partiu ao meio o viver! Mas alguns não embarcaram nessa viagem sem volta de perder-se e perder a cultura, diluída em cédulas, auto-
ADEGA CAMBUÍ
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o trançado no cipó ou taquara, herança de ser criado pelo avô, velho contador de histórias e de ensinanças, à semente na terra, as mãos trabalham o tempo… Tempo de luta ainda, em que os direitos naturais à terra são arrastados como uma grande maré de intolerância. Enquanto os dedos vão tramando a timbupeva, sentado na soleira da porta, o pensamento vai silenciosamente semeando ideias no fim da tarde. Lembrando do tempo dos antigos, a fala de sabedoria do avô, pousando as palavras nos gestos e encaixandoos, ensinando-os. As plantas e seus poderes, o tempo das raízes e dos frutos, o chegar e ir dos peixes. Coisas dos lugares de viver. Quilombo. Resistência de um povo! Das fugas desesperadas nas matas desconhecidas ao reencontrar-se livre num mundo novo! Gerações. Que se juntam e se sucedem. E
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móveis, comidas plastificadas e hábitos urbanos. Viajando pelo país ele viu as grandes extensões de terra transfo r m a d a s e m m o n o c u l t u r a s estranhas. Trabalhou nelas, cortou cana, colheu algodão, mas logo sentiu que os braços de um homem são livres de qualquer jugo colonial que ainda persiste por estes latifúndios país adentro. Decidiu ficar em sua terra, e nela ser.
Plantar, trançar a arte, como os antigos. Como Seu Genésio, ancião da comunidade do Quilombo Cambury, seu tio, do alto dos seus noventa anos, que lhe deixou a roça, quando as pernas já não podiam mais subir o morro e plantar. Mas junto aos antigos conhecimentos ele acrescentou novos. E fez a ponte dos tempos. Do antigo sistema de plantio herdado dos índios para a agrofloresta. O solo perpetua os saberes. A terra não nega ninguém. Aos cinquenta e dois anos, Alcides trança uma linha do tempo como se fosse um feixe de bambú de artesanato e conta as histórias, a trajetória de um ser e estar em paz com o ambiente ao redor do existir. O avô-pai dos saberes, as lendas, as lutas, os mutirões, as sementes, as conversas com jovens de um novo tempo buscando formas mais coerentes e equilibradas de viver. Na cabeça e nas mãos, ele acredita, essas são as sementes mais ricas que ele vem plantando.
HISTÓRIA AGENDA 8 a 10 de dezembro Festa do Fandango Caiçara O evento reunirá mais de 80 membros de grupos culturais caiçaras vindos das cidades de Cananéia e Iguape, em São Paulo, Guaraqueçaba e Paranaguá, no Paraná, e Paraty, no Rio de Janeiro, além de Ubatuba. A programação da festa inclui exposições, dança, música, contação de causos, reuniões e debates que acontecerão no Sobradão do Porto de Ubatuba (praça Anchieta, 38 – Centro), além de um ato pela salvaguarda da canoa caiçara, a ser realizado na praia da Barra Seca. Até 17 de dezembro Exposição “Pido, Prometo e Pago” Os trabalhos pertencem ao fotógrafo premiado Jorge Luis Santos Garcia. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 17h e aos sábados e domingos das 14h às 22h, no Sobradão do Porto. A entrada é franca.
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Keila Redondo COLUNA DO ATENEU
Balanço
Em 2017, até o fechamento desta coluna em 4 de dezembro, a Biblioteca Pública Municipal “Ateneu Ubatubense” havia recebido 11.435 visitas. Em 2016, nossa frequência bateu 9.990 visitações; em 2015, foram 9.896 presenças. No triênio 2015 a 2017 atendemos 20.087 consultas. No período, foram emprestados 11.798 livros, média de 327 / mês, superando a média do Censo Nacional de Bibliotecas Públicas Municipais, que é de 296 empréstimos mensais.
A ONG "Catamaran - Associação Caiçara de Técnicas Ambientais, Resgate e Apoio em Ambientes Naturais" agradece a todos os parceiros que colaboraram com a realização do 2º Encontro de Técnicos de Meio Ambiente do Litoral Norte Paulista APOIO
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Tivemos saraus, espetáculos, exposições, oficinas e recebemos autores de prestígio, via programa Viagem Literária. Mas o que desejamos para o futuro é muito mais do que apenas “engrossar estatísticas”. Queremos apurar a vocação de sermos uma biblioteca acolhedora, onde todos sejam instigados pela literatura e por todas as formas de manifestação artística. Até 2018!
Nos vemos no 3º Encontro, em ! novembro de 2018 REALIZAÇÃO
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POLÍTICA
Programa de Comunicação prevê gastos de R$ 4,47 milhões nos próximos 4 anos, quase metade em propaganda da Redação Em março, a Prefeitura de Ubatuba contratou a empresa AEF DA SILVA DIGITAL LTDA-ME para "prestação de serviços de monitoramento, análise e planejamento de estratégias de comunicação em redes sociais". A empresa, cujo nome fantasia é Vincere Comunicação, é especializada em marketing político digital, e já era conhecida pelo Prefeito Délcio Sato (PSD), uma vez que trabalhou em sua campanha em 2012. A Prefeitura de Ubatuba é a única instituição pública dentro da carteira de clientes da empresa segundo seu site (www.vincerecomunicacao.com.br/clientes). Os outros são dois sindicatos de Taubaté (dos metalúrgicos e dos servidores públicos municipais,) além de políticos da região como os Prefeitos de Taubaté, Pindamonhangaba e Lorena (SP), e a deputada federal Pollyana Gama (PPS/SP). Além da titular da pasta (com salário bruto de R$8.706,46), a Secretaria de Comunicação (SECOM) conta com um diretor de departamento de imprensa (R$3.851,70) e duas jornalistas concursadas (R$ 3.811,43 cada). Até março, eram os próprios profissionais
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da SECOM que atuavam nas redes sociais. A secretária nomeada pelo Prefeito, Elaine Pimentel, casada com o publicitário Ricardo Pimentel, da Agência de Propaganda Ideias, que atuou na campanha de Sato em 2016, vê com naturalidade a contratação e a justifica evocando o princípio da publicidade e da informação presentes na Constituição. A Carta Magna garante o acesso à informação como direito e obriga as instituições a prestarem contas, mas deixa claro o limite da comunicação pública das instituições (campanhas de saúde, divulgação de concurso, prestação de conta etc.) que não pode ser confundida com a promoção pessoal do político que ocupa o cargo público. A Constituição determina que ‘‘A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos’’ (Art 37, XXII, §1º). A prefeitura não divulgou em seu portal da transparência o Anexo I do contrato, que especificaria as atribuições da Vincere Comunicação.
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Ednelson Prado, ex-repórter da Rádio Costa Azul e atualmente diretor da Vincere, diz que a empresa não administra o perfil do prefeito no Facebook, mas apenas a página da própria Prefeitura, onde, nas palavras dele, ‘‘não há nenhum tipo de valorização da imagem do Prefeito’’. Segundo ele, a empresa tem a preocupação de não ferir o princípio da impessoalidade. ‘‘Nós não fazemos propaganda do prefeito, o que a gente faz é divulgação dos atos da administração municipal’’, disse ele, por telefone, à reportagem. No entanto, na página da Prefeitura no Facebook, há posts com fotos posadas do prefeito, mesmo quando não há relação direta com sua pessoa, como a divulgação feita em outubro de uma série de palestras do Corpo de Bombeiros em escolas públicas, em que o prefeito aparece no centro da fotografia segurando um cachorrinho de pelúcia. Ednelson admi te que a empresa monitora o que está sendo falado sobre a Prefeitura, não só em sua página, mas também nos grupos, páginas e perfis pessoais nas redes sociais. A empresa encaminha relatórios para a Secretaria de Comunicação, além de produzir conteúdo para responder a diversas situações e solicitações da SECOM.
QUANTO CUSTA O valor do contrato com a Vincere é de R$ 47.990,00 válido por doze meses. Questionamos a SECOM quais teriam sido as empresas concorrentes no processo para contratação, mas a Secretaria se limitou a dizer que a contratação deu-se por meio de carta convite, seguindo a legislação. Mas essa seria só a ponta do iceberg. O programa batizado de ‘‘Comunicação para Toda a Sociedade’’ pretende fazer a página da PMU passar dos atuais 37 mil seguidores para 60 mil em quatro anos, além de aumentar as inserções em mídias como jornais e cartazes. O custo do programa seria de mais de R$ 4,47 milhões, sendo R$ 2 milhões só em publicidade e propaganda. Enquanto investe pesado em propaganda e no monitoramento do Facebook, a PMU tem deixado a desejar em questões básicas do acesso à informação, como a devida atualização do Diário Oficial Eletrônico, do portal da transparência da Comtur, disponibilização de um arquivo público para consulta física dos atos oficiais e a resposta a questionamentos feitos pela imprensa sobre assuntos de interesse público.
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AUTODICAS
Diminuindo os prejuízos causados pela buraqueira
B
uracos no asfalto podem acabar com a suspensão, com os pneus e até com o câmbio do seu carro. A temporada de chuvas tende a agravar a situação de ruas já esburacadas. arrancando facilmente do asfalto os remendos de má qualidade. Nas estradas dos bairros e sertões mais afastados, muitas vezes só a iniciativa dos próprios moradores consegue diminuir um pouco o problema, colocando entulho, pedra e terra para preencher as crateras. Mas é principalmente nas cidades com ruas esburacadas que os maiores acidentes acontecem, sobretudo com os mais desavisados, ainda mais durante as chuvas quando os buracos enchem de água e ficam difíceis de serem vistos. Aí vão algumas dicas para lidar com a buraqueira diminuindo um pouco os riscos e prejuízos que ela pode causar: - Diminua a velocidade e fique atento às poças d’água, que às vezes podem parecer rasas, mas escondem grandes crateras. - Ao desviar de um buraco, fique atento para ver se não está vindo outro carro ou bicicleta. Muitos motoristas acabam se envolvendo em acidentes ao desviar das crateras.
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MEIO AMBIENTE
Associação de catadores quer ampliar coleta seletiva de materiais recicláveis da Redação No ano passado, Ubatuba enviou 39.537,71 toneladas de lixo para o aterro sanitário de Jambeiro (a 120 km de Ubatuba). O volume transportado pelos caminhões serra acima e o custo para o município seriam menores se os materiais recicláveis (metal, vidros, plástico, papel e isopor) fossem separados dos demais resíduos. No entanto, de acordo com o Diagnóstico da Gestão Municipal de Resíduos Sólidos Urbanos (2016), estima-se que a coleta seletiva alcance menos de 1 % de todo resíduo gerado em Ubatuba. Parte desse material é triado por duas empresas licenciadas como postos intermediários, são elas que compram o material recolhido por carroceiros e catadores. Desde outubro de 2015, a coleta seletiva também é operada pela Associação de Reciclagem de Coco Verde e Catadores de Materiais Recicláveis de Ubatuba, “Coco e Cia”. Os resíduos são coletados pela associação com a ajuda de um
caminhão e levados até o centro de triagem, que fica na Unidade de Transbordo Municipal, antigo “lixão”, próximo ao bairro Ipiranguinha. Ali os resíduos são triados e prensados, para depois serem vendidos. “Nós tiramos as despesas e o que sobra é dividido entre os oito membros da Coco e Cia”, afima a associada Simone Godoy. O caminhão utilizado pela a s s o c i a ç ã o fo i c e d i d o p e l o Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Recicláveis (MNCR), por meio da Catavale. A manutenção do veículo e o combustível ficam por conta da própria Coco e Cia, que se sustenta por meio da venda dos materiais recicláveis. A permissão de uso da área pública de quinhentos metros quadrados na Unidade de Transbordo foi dada por decreto e é válida por tempo indeterminado, regulamentada por um termo de permissão de uso. A central de triagem possui uma balança e duas prensas. Segundo Simone, além da área, com água e energia elétrica, a
Secretaria de Comunicação Social / PMU
Associação Coco e Cia busca transição para cooperativa de reciclagem e melhorias nas condições de trabalho
Prefeitura de Ubatuba cede apenas as luvas cirúrgicas descartáveis que os associados utilizam para se proteger ao manusear os resíduos. Pessoas e empresas que são atendidas pela coleta seletiva eventualmente colaboram de maneira informal com alguma quantia em dinheiro para abastecer o veículo, segundo a presidente da Associação, Gilda Godoy. Ela afirma que o gasto com diesel chega a oitocentos reais por mês. A Coco e Cia coleta em torno de 20 toneladas por mês. Desse total, uma parte é rejeito, e o restante pode de fato ser comercia-
lizado para ser reciclado. Quanto mais separados, limpos e secos estiverem os resíduos quando coletados, melhor será o aproveitamento para os trabalhadores. A coleta seletiva hoje se estende do Perequê-Açú ao Lázaro e atende a residências, condomínios, prédios, comércios, pousadas e marinas. Segundo Gilda, a demanda tem aumentado. “Nós estamos precisando realmente do caminhão que foi cedido para a associação, que se encontra no pátio da Prefeitura e ainda está quebrado, ou precisando da manutenção para colocar na rua. São dois anos que nós estamos
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InforMar Ubatuba esperando esse caminhão”, afirma Gilda. Outra expectativa dos associados é a melhoria do centro de triagem. A parte coberta ainda é pequena. Uma lona foi colocada provisoriamente para aumentar a área protegida, mas mesmo assim parte do material permanece exposto ao sol e à chuva. “Os materiais ficam armazenados nos 'bags', quando chove a gente tem que ir toda hora lá virar para evitar foco de dengue. O tempo que você poderia estar fazendo outra coisa, você tem que ficar policiando isso. Estraga nosso material, molha nosso papelão”, observa Simone. Segundo elas, a vigilância sanitária faz visitas constantes no local e aplica veneno para combater ratos e mosquitos. Por precaução, os associados que trabalham no centro de triagem utilizam repelente.
Além do Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Recicláveis (MNCR), a entidade integra o Conselho Municipal do Meio Ambiente na cadeira das associações da região oeste de Ubatuba. “Hoje nós somos ainda uma associação, mas nós já estamos fazendo a transição para cooperativa”, conta Simone, que acredita que no início do ano que vem a Coco e Cia já estará funcionando oficialmente nesse modelo. A presidente da associação, Gilda Godoy, recorda que a ideia inicial era montar uma cooperativa para trabalhar com coco verde, um resíduo orgânico pesado e espaçoso. A Coco e Cia ainda não coleta esse resíduo, mas no futuro pretende coletar. O coco verde, muito consumido no litoral, pode ser convertido em diferentes produtos que vão do composto
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orgânico para a agricultura a produtos como estofados, 'xaxim ecológico', geomantas, entre outros. Josi, 19 anos, é irmã de Gilda, associada à Coco e Cia, e atua em diversas áreas, inclusive dirigindo o caminhão na coleta pela cidade. Questionada sobre o que sonha para a futura cooperativa, ela respondeu: “Que a gente possa crescer, ter um próprio galpão, um outro caminhãozinho, a gente mesmo vender, não passar por atravessador. Por enquanto, arrumar aqui, que está sem cobertura e dar uma condição melhor pra gente”. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/2010) traz conceitos modernos, tais como o princípio da responsabilidade compartilhada, que envolve todos os setores da sociedade na gestão dos resíduos sólidos, desde
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o fabricante até o consumidor. Em Ubatuba, o cenário apontado pelo “Relatório Técnico de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos”, publicado em maio de 2016, permanece atual: “[Ubatuba] Não tem uma política direcionada para a coleta seletiva, e tão pouco estruturação e infraestrutura para realizá-la. Existe somente uma política para o apoio a Associação de Catadores COCO e CIA, porém conta com estrutura e infraestrutura precária.” A Prefeitura foi questionada sobre a coleta seletiva no município, mas até o fechamento desta matéria não havia retornado. Contato / Serviço Associação de Reciclagem de Coco Verde e Catadores de Materiais Recicláveis de Ubatuba, “Coco e Cia”: (12) 99727-1636 (WhatsApp) / (12) 99718-8915 / (12) 3833-3046
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NOTAS E VERSOS
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MÚSICA AUTORAL
FAZENDO ACONTECER
O Tarova - Festival da Canção Autoral de Ubatuba, agitou o Espaço Txai na tarde e início da noite do último dia 18 de novembro. Thai, Angelo Zuim, OssoBanda, Rita Bastos Vilalba, Edson Soares e Farto Cão se apresentaram para um público animado, que permaneceu mesmo com a chuva que despencou após a apresentação da OssoBanda. Na verdade, teve uma galera, adultos e crianças, que brincou e dançou ainda mais animada quando a água começou a cair.
A originalidade é a marca dos vencedores do festival: Thai (abaixo) apresentou Flôr de Lotus, um raggae ‘’místico’’ tocado com acompanhamento de cítara. Ângelo Zuim (dir.) mostrou sua canção ‘‘Clara’’, feita em homenagem à namorada. Edson Soares apresentou 1Um, hip hop groove de protesto que fala sobre um levante do povo da periferia.
Quem também merece um prêmio são as produtoras Carol Garcez e Gaby Croco que conseguiram juntar em um único evento músicos de estilos e ‘‘pegadas’’ tão diferentes, mostrando a força e a riqueza da diversidade cultural de Ubatuba e região. O evento gratuito teve patrocínio de E-Brasil, Mangarito e O Limoeiro. TIAGO SALLES RIZZO
SEM TEMPO RUIM
A canção "1um", de Edson Soares, foi premiada pelo festival. O músico ganhou três horas de gravação no estúdio América Music. "Clara", de Angelo Zuim, e "Flor de Lótus", da cantora Thai, foram as outras duas canções premiadas.
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PREMIADOS
Machado, que privilegia ingredientes frescos e produzidos localmente. Aos domingos, a atração principal é o Buffet com rechauds de Paella e Feijoada em que o cliente come à vontade o melhor das cozinhas brasileira e mediterrânea.
Música ao vivo - Cervejas Especiais - Chopp Artesanal - Drinks - Gastronomia para todos os gostos O Limoeiro, o lugar mais aconchegante da Ilha dos Pescadores, agora sob a direção de Luciana Araujo e do chef Marcelo Machado, se consolida como re ferência em gastronomia no Litoral Norte, combinando técnicas para transformar pratos clássicos em uma nova experiência gustativa. ‘‘Como também sou músico, busco a harmonização certa entre os elementos na hora de compor os pratos em nossa cozinha’’, conta
Além do cardápio e dos buffets da casa, o cliente agora pode contratar o serviço de Personal Chef, entrando em contato pelo telefone 12-99207-8973 e fazendo seu pedido, que o Chef executa o prato desejado. Para o Natal e Ano Novo, a cozinha do O Limoeiro já está recebendo encomendas para a entrega de Ceias prontas e decoradas .
Segunda a sexta das 17h à 1h Sábado das 11h à 1h (almoço com peixes e frutos do mar) Domingo das 11h até meia noite (buffet de feijoada e paella) Pça.Teodorico, 8 - Ilha Dos Pescadores Centro - Ubatuba - SP - Brasil
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EDUCAÇÃO
Evento debate futuro das cidades, da água e da vida
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ONG Catamaran promoveu encontro de Técnicos em Meio Ambiente da Redação Nos dias 25 e 26 de novembro, a Escola Municipal Presidente Tancredo Neves sediou a 2ª edição do Encontro de Técnicos em Meio Ambiente, organizado pela ONG Catamaran, com o patrocínio e apoio de diversas instituições, ONGs, empresas e da Prefeitura. Além das mesas redondas, que renderam boas perguntas e debates, o evento promoveu diversas oficinas gratuitas sobre compostagem, acidentes com animais peçonhentos, entre outras. ‘‘Embora os espaços deliberativos ainda não sejam verdadeiramente democráticos, é muito importante valorizar espaços como esse em que é possível estabelecer um debate respeitoso com a contribuição de diversos pontos de vista, à luz de dados técnicos, objetivos, científicos. Só assim a gente consegue começar a pensar, como sociedade, o futuro que queremos’’, lembrou o historiador e jornalista Leandro Cruz, do InforMar Ubatuba, que no Sábado mediou a mesa redonda ‘‘O Futuro das Cidades’’, na abertura dos trabalhos. A mesa foi iniciada com o professor Thiago Lobão Cordeiro, geógrafo especialista em geoprocessamento, que falou sobre o projeto coletivo Lindageo, que busca criar
uma plataforma aberta de dados geoespaciais, de domínio público. O projeto pode democratizar o conhecimento sobre o território e permitir que a população possa estar suficientemente informada para participar de discussões como a redefinição do Plano Diretor do município. Márcio José dos Santos, membro da Secretaria Executiva do CBH-LN, falou sobre o Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas, que está em elaboração, e apresentou dados técnicos, diagnósticos e prognósticos estarrecedores sobre o futuro dos recursos hídricos em Ubatuba. O crescimento da cidade precisará levar em conta a disponibilidade de água potável e a possibilidade de se tratar o esgoto em cada área. O debate contou ainda com a participação do professor da Unitau, Dr. Flávio Malta, que falou sobre o gerenciamento costeiro. O professor Miguel Vieira Lima, da Escola Tancredo, falou sobre Petróleo e gás, e a importância da justiça intergeracional nas tomadas de decisão sobre o futuro da Terra. No dia seguinte, houve uma mesa redonda sobre conservação de recursos naturais, com representantes das ONGs Profauna, APROVEN e Instituto Argonauta.
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CERVEJAS: VERDADES E MITOS POPULARES (PARTE 1) Quando se fala de cerveja, sempre rola aquela polêmica que divide opiniões. Às vezes a discussão é tão séria que os defensores de cada teoria já têm seus argumentos apaixonados para garantir que têm razão. Vamos falar um pouco sobre eles? - A CERVEJA NA GARRAFA É MELHOR QUE EM LATA: Essa é uma visão equivocada, pois a cerveja em qualquer que seja o vasilhame, passa pelo mesmo processo de fabricação e geralmente sai do mesmo tanque para envase. Porém, a lata mantém o líquido melhor acondicionado com bloqueio total de luz e melhor vedação, e ao contrário do que alguns pensam, o alumínio moderno não afeta o sabor da bebida. Assim, a cerveja na lata terá, na maioria das vezes, suas propriedades sensoriais preservadas por muito mais tempo. Agora falando das cervejas artesanais, existem envases ideais para determinados estilos de cervejas. Muitas microcervejarias brasileiras já optaram por enlatar suas produções afim de apresentar uma bebida mais fresca ao cliente. - A COR DA GARRAFA PODE INTERFERIR NO SABOR DA CERVEJA: Verdade! Isso explica o porquê da grande maioria das cervejas serem envasadas em garrafas escuras (âmbar). Existe um defeito específico nas cervejas chamado lightstruck que nada mais é que a deterioração do aroma provocado pela incidência de iluminação direta no líquido. Ou seja, quanto mais clara a garrafa, maior a probabilidade da sua cerveja estar com cheiro ruim. Por isso é raro encontrarmos cervejas em garrafas transparentes. No geral, as garrafas em tons escuros impedem que a luminosidade cause oxidação da bebida. Gostou das dicas? No mês que vem tem mais. Curta nossa página e conheça mais sobre o universo cervejeiro: www.facebook.com/brewcicleta Oferecimento:
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Dezembro/2017 - Pág. 12
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