DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - TIRAGEM 5.000 EXEMPLARES - EDIÇÃO Nº 012 - JUNHO DE 2017 - UBATUBA - SP
Ubatuba surreal
TIANO MENDES
Artista Tiano Mendes se inspira na natureza e em lugares de Ubatuba para criar Pág. 8
Relatório sobre poluição mostra quais as praias mais ameaçadas Pág. 03
Em 1987, latas de maconha apareceram nas praias de Ubatuba Pág. 06
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Descendentes resgatam história de japoneses presos na ilha Anchieta Pág. 10
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EDITORIAL
Verdades que incomodam
Não se trata de falar bem ou mal. Jornalismo é buscar a verdade e divulgá-la. Há notícias ruins que, pelo bem, precisam ser dadas. É o caso do Relatório da Cetesb que mostra queda da qualidade da água de determinadas praias. É preciso noticiar para que o Poder Público tome providências e também por que as pessoas têm o direito de saber onde é seguro ou não nadar. Não adianta mentir para turistas e cidadãos. Tem que tratar esgoto. Do mesmo modo que é preciso defender a verdade no presente, é necessário repor a verdade quanto às injustiças do passado. Esse é o caso da prisão de japoneses na Ilha Anchieta em 1946. A maior parte dos 172 detidos não tinha qualquer participação nos atentados cometidos por membros da chamada Shindo Renmei e foram mandados para a ilha por pura perseguição política de cunho racista, nos governos Vargas e Dutra. Não se sabe ainda o número de perseguidos políticos que foram injustamente presos ao lado de criminosos comuns verdadeiramente perigosos naquela ilha na primeira metade do século passado. Do mesmo modo, hoje, quatro em cada dez encarcerados no Brasil ainda não foram julgados e podem estar presos sem culpa. E muitos dos que sobrecarregam o sistema carcerário, onerando o Estado, estão lá por motivos irrisórios como cultivar uma planta em casa para consumo próprio. Enquanto isso, menos de 8% dos homicídios são esclarecidos (muito menos os ‘‘acidentes aéreos’’ com ministros do Supremo e candidatos à Presidência). Enquanto isso, Paulo Maluf, mesmo condenado, está tendo todo o tempo do mundo pra fugir do país antes de publicarem a decisão. Enquanto isso, os irmãos Friboi curtem a vida nos EUA. A impressão que nosso Estado passa é que ricos e poderosos escapam da Justiça mesmo quando flagrados, enquanto pobres podem ir pra cadeia por nada. Algumas leis precisam ser revistas. Além disso, o Judiciário tem que funcionar igual para ricos e pobres, para deter quem precisa ser detido, mas só esses.
CHARGE DO MÊS
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InforMar Ubatuba Diretora de jornalismo Renata Takahashi (MTB: 0076209/SP) Editor de conteúdo Leandro Cruz Tiragem 5000 Periodicidade mensal Distribuição gratuita
J. ROSSO
AR CONDICIONADO
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FALE CONOSCO Redação: (12) 9 9608-3288 informarubatuba@gmail.com Anúncios: (12) 3835-1337 anuncienoinformar@gmail.com Acesse: www.informarubatuba.com.br www.facebook.com/informarubatuba
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SAÚDE
Relatório da Cetesb mostra piora na qualidade das águas de praias de Ubatuba em 2016 Itaguá e Perequê-Mirim foram as praias que ficaram mais tempo impróprias para banho durante o ano passado da Redação O “Relatório de qualidade das praias no estado de São Paulo 2016”, publicado no último mês de março pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), mostra que as praias de Ubatuba apresentaram piora na balneabilidade de suas águas em comparação com o ano anterior. Em Ubatuba, sem considerar a Ilha Anchieta, a Cetesb monitorou 26 pontos de amostragem em 23 praias e um ponto no Rio Itamambuca. As praias Itaguá e Lagoinha têm dois pontos de amostragem. Porém, diversas praias muito frequentadas por moradores e turistas para fins recreacionais ainda não são contempladas pelo monitoramento, como as praias da Fortaleza, na região sul, e Ubatumirim, na região norte. O relatório aponta que o número de praias que permaneceram o ano todo próprias para banho diminuiu, enquanto que o grupo das praias com classificação "Regular" e "Péssima" aumentou. "Os meses que apresentaram mais eventos de impropriedade foram janeiro, outubro e CHAVEIRO E CARIMBOS
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novembro e coincidem com maior probabilidade de ocorrência de chuvas", relata o documento. Além das condições climáticas, a qualidade das águas das praias está relacionada com os investimentos em saneamento básico, com o crescimento populacional, com a população flutuante e, ainda, com interferências decorrentes da existência de áreas irregulares. De acordo com o relatório, Ubatuba coleta e trata apenas 30% do seu esgoto. Assim, o Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgotos da População Urbana de Municípios (ICTEM), que varia de zero a dez, é de apenas 3,74 em Ubatuba. Apesar da falta de saneamento básico, segundo estimativa do IBGE, entre 2007 e 2016 a população de Ubatuba cresceu 16%, passando de 75.008 para 87.364 habitantes. Em 2016, das 23 praias monitoradas pela Cetesb, apenas Prumirim e Pulso receberam a qualificação anual “Ótima”, pois tiveram a qualidade de suas águas classificada como “Excelente” durante 100% do ano.
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QUALIFICAÇÃO ANUAL (2016)
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ÓTIMA
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Fonte: Relatório de qualidade das praias no estado de São Paulo 2016 / CETESB
AGENDA
Junho/2017 - Pág. 04 16, 17 e 18 de junho Festa de São João PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES - ITAGUÁ A Paróquia N. Sra. das Dores realiza uma Festa de São João no terceiro final de semana do mês. A festa, de acordo com membros ativos da paróquia, começa com a missa das 19h30. Após a celebração religiosa no templo começa a festa social com comidas, bingo e muito mais. 18 de junho - 14 horas Introdução ao mundo das cervejas especiais BREWCICLETA CERVEJAS ESPECIAIS UBATUBA O workshop fornecerá informações sobre a cultura cervejeira de forma descontraída. O curso, com 3h de duração, inclui degustação de vários rótulos nacionais e/ou importados, teste cego com cervejas e certificado. Investimento: R$170. Dúvidas e inscrições por e-mail brewcicleta@gmail.com, Whats (12) 981029767 ou diretamente na Brew: R. Guaicurus, 265 - Itaguá.
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28 de junho a 2 de julho 94ª Festa de São Pedro Pescador PRAÇA DE EVENTOS - AV. IPEROIG A comemoração ao Santo Padroeiro dos Pescadores na cidade de Ubatuba teve início no dia 29 de junho de 1923. A festa chega a sua 94ª edição com oito bandas na programação: Trio Acalantos, Leandro Araújo e Banda Família, Jump, Bicho Preguiça, Naguetta, Kauze, Maverick Viana e Banda e Suhai Rock. Dia 29 de junho é feriado municipal em Ubatuba e esse ano cairá numa quinta-feira.
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15, 16, 17 e 18 de junho III Festa Caiçara VILA DOS PESCADORES PICINGUABA A Associação dos moradores do bairro da Picinguaba prepara uma grande festa com barracas de comidas típicas, salgados, doces, bebidas, brincadeiras, além de um espaço especial com resgate cultural, artes, fotos, pesca e maricultura, corrida de canoas, soltura de tartarugas e muito mais.
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HISTÓRIA
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Junho/2017- Pág. 06
Os trinta anos daquele verão
Em 1987, a tripulação de um navio jogou 22 toneladas de maconha enlatada no mar. Em Ubatuba, as latas viraram tema do Carnaval.
por Leandro Cruz De tão inusitados, os acontecimentos do verão de 1987/88 parecem saídos de algum conto de Chuck Palahniuk ou Saramago. É fácil pensar que tudo não passa de lenda propagada por tiozões brisados para contar vantagem. No entanto, é verdadeira a história do famoso ‘‘Verão da Lata’’, quando milhares de latas de maconha apareceram no mar e nas praias. Em setembro de 87, o navio Solana Star, partiu da Austrália com destino a Miami, após uma breve escala em Singapura, onde foi carregado com 22 toneladas de flor de plantas do gênero Cannabis, mais conhecidas como maconha, classificada como a 11ª droga mais perigosa segundo ranking elaborado por médicos da Universidade de Bristol e do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Gretanha, atrás apenas da substâncias como heroína, cocaína (e seu irmão o crack), barbitúricos, metadona, álcool, quetamina, benzodiazepinas, tabaco e buprenorfina . Esse fumo todo jamais che-
garia aos consumidores dos EUA e Canadá, onde naquela época também eram adotadas políticas proibicionistas. Acontece que agentes do DEA (Drug Enforcement Administration, orgão estadunidense de controle de narcóticos) já sabiam do navio e estavam afim de dar o bote na quadrilha que abastecia os consumidores mais exigentes da América do Norte. SOBROU PRO COZINHEIRO Embora não tenha sido abordada, na altura de Cabo Frio (RJ), a tripulação do Solana Star avistou a fragata Independência, da Marinha do Brasil, e decidiu abandonar a carga em pleno mar . A fragata da Marinha não tinha visto o Solana Star, que talvez pudesse ter chegado ao seu destino com a valiosa carga se não tivesse tomado a drástica decisão. Nos meses que se seguiram, milhares de latas apareceram nas praias trazidas pelas marés, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, mas a maior concentração foi no Litoral Norte de São Paulo.
O navio acabaria apreendido no porto do Rio de Janeiro. Mas os traficantes já tinham até saído do país. Só o cozinheiro do barco, Stephen Skelton, foi preso. O VERÃO COMEÇOU MAIS CEDO Logo o litoral estava lotado de turistas apreciadores e de polícia, todos em busca das tais latas. Mas as autoridades só conseguiram apreender ou ‘‘pescar’’ menos de três mil dentre as 15 mil latas jogadas no mar pela tripulação do Solana Star. Das latas apreendidas pela polícia, 843 foram recolhidas em Ubatuba. O que significa que por aqui chegaram milhares de outras. "O fumo era realmente bom.
Tanto que ‘da lata’ virou gíria para coisa boa", lembra a veterinária CP, que achou uma lata quando passeava com seu cão Tantor pela praia das Toninhas. "Era comum sairmos à procura das famosas latinhas. Na época, só se falava disso aqui em Ubatuba. Dois anos depois, eu ainda tinha fumo da lata’’, recordou. O Crime Organizado viu abalado o monopólio que o Estado lhe assegura por meio da política proibicionista. A qualidade do fumo da lata era muito superior à da erva vendida normalmente no Brasil, que costuma ser carregada de agrotóxicos e conservantes como amoníaco, além de mofo, o que acaba por causar riscos adicionais à saúde dos usuários.
Desfile da Gresmai no Carnaval de 1988
HISTÓRIA A professora LM veio de São Paulo com amigos em busca das latas. Não encontrou nenhuma, mas acabou comprando uma de um pescador da Puruba. ‘‘Era muito diferente dessa maconha que tem por aí, com um monte de coisa misturada que a gente nem sabe o que é. Eu só fui experimentar uma coisa parecida com aquela depois de muito tempo, graças a um amigo que uma vez plantou uma mudinha na casa dele’’, conta. DEU ONDA E DEU SAMBA Márcio Vieira, membro da diretoria do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Alegre do Itaguá, lembra bem daquele verão. ‘‘Foi uma febre. Todo mundo tinha maconha em Ubatuba. Teve gente que comprou casa, comprou terreno, comprou carro, por que a lata tinha quase dois quilos, então o
Junho/2017 - Pág. 07 pessoal fazia negócio com a turma que vinha de fora aí’’, disse Vieira. Ele recorda que em 88 a prefeitura suspendeu o desfile das escolas de Samba, mas organizou concurso de blocos. A Gresmai desfilou sob o nome de Fio de Ouro e levou pra avenida uma marchinha de autoria do compositor Mamaco sobre as latas. "Fomos campeões, lembra Vieira".
CASO DAS LATAS FOI DESTAQUE NA IMPRENSA Veja alguns recortes da época do Jornal do Brasil e da Tribuna da Imprensa preservados no acervo da Biblioteca Nacional.
Marcha da latinha (GRESMAI, 1988) Encontrei no ‘‘seligue’’ da gatinha uma latinha especial que eu trouxe bem guardada para curtir o Carnaval Tem um pouquinho aqui tem um pouquinho lá essa latinha está dando o que falar (BIS) Hoje o mar não está pra peixe O que tinha já meteram a mão Só ficou o caranguejo com o desejo de ficar muito doidão
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ARTE
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Tiano Mendes e o ‘surrealismo caiçara’ da Redação O caiçara Tiano Mendes é um artista plástico criativo, autor de obras singulares, com fortes referências a paisagens e símbolos emblemáticos de Ubatuba. Um exemplo é o quadro que ilustra essa página, intitulado “O resgate da arte e a cultura caiçara”, que realiza a proeza de incluir em um mesmo cenário a estátua do Anchieta, o Sobradão do Porto, a Igreja Matriz, o mar, o pescador, a canoa e as serras... resultando em uma imagem surreal e filosófica, provocadora. Christiano Vieira Mendes, 41 anos, é filho de Valdir D'águas, com quem começou a pintar. “Desde moleque eu já gostava de arte, mas eu iniciei mesmo com meu pai, que trabalha com letreiro”, contou em entrevista concedida ao InforMar Ubatuba em seu ateliê no PerequêAçú, onde pinta e dá aula de artes. O artista plástico e professor de artes é neto do caiçara José Vieira Mendes, conhecido pelo apelido de “Zé Capão”. “Meu avô foi um pescador lendário de Ubatuba, famoso por pegar os maiores robalos aqui na boca da barra antigamente. Ele saía com o carrinho de banana e os
peixes que vendia para o pessoal que vinha para Ubatuba e ao mesmo tempo ele contava histórias, lendas de Ubatuba que tinha nesse período”, recordou Tiano. É de seu avô “Zé Capão” a fotografia que serviu de inspiração para a enorme escultura do pescador que fica no trevo que cruza a BR101, dando acesso ao centro de Ubatuba pela avenida Thomaz Galhardo e também com saída para a rodovia Oswaldo Cruz.
TIANO MENDES
Ubatuba inspira telas de artista que busca mais do que apenas reproduzir a realidade
INTERVENÇÕES NAS PAISAGENS Para o Salão Belas Artes de Ubatuba deste ano, Tiano pretende apresentar um quadro que ainda está pintando, intitulado “O povo está em dúvida! Caipira ou caiçara?”, onde a estátua do caiçara aparece em cena surreal, sendo carregada por um grande polvo. Outro quadro interessante nessa onda do surrealismo caiçara na qual Tiano gosta de surfar é “Barra Seca, Morro da Baleia”. Nele, o morro de Ubatuba assim conhecido, com o formato que lembra uma baleia, realmente incorpora a imagem do animal, da espécie jubarte. Essa será a outra tela que ele pretende apresentar no Salão neste ano de 2017.
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INFORMAR UBATUBA
TIANO MENDES
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COLUNA DO ATENEU
Quando a noite cai
Artista plástico de Ubatuba, Tiano Mendes já participou e recebeu prêmios de diversos salões de arte Para Tiano, essas obras são uma mistura de surrealismo com realismo, pois há um cuidado com os detalhes do que é retratado, mas com liberdade para brincar com elementos que interferem nessas paisagens tão reais. “É uma paisagem mesmo, mas com intervenções arquitetônicas, ou ao mesmo tempo com intervenções da cultura, que tem a ver com o que eu vivencio”, explicou Mendes. Entre suas referências na arte surreal estão Salvador Dalí e René Magritte, mas Tiano considera seu trabalho “mais conceitual, mais moderno e mais sério, não com uma viagem tão louca” quanto a desses importantes pintores da história da arte que o inspiram. Outra série de destaque na
Keila Redondo
obra de Tiano Mendes é a das telas carregadas de cores em que o artista abstrai figuras de animais como o bicho-preguiça (capa desta edição do jornal), tucano, onçapintada, mico-leão-dourado, tartaruga (foto acima) e outros. Apesar de ter nascido e vivido a maior parte da vida em Ubatuba, Tiano já morou em São Paulo, onde estudou artes plásticas na Escola Panamericana de Arte durante três anos e meio. Retornou para Ubatuba em 2013 e depois abriu seu próprio ateliê no Perequê-Açú, na rua Padre Manoel da Nóbrega, onde oferece suas aulas e expõe algumas telas. Entre as memórias marcantes de sua carreira como artista, Tiano se lembra do ano de 1998,
quando o estilista Clodovil Hernandes passou a utilizar no cenário de seu programa “Clodovil Soft”, transmitido na época pela rede Bandeirantes, um quadro grande pintado por ele da praia do Prumirim. “Foi quando eu comecei a entender que eu queria trabalhar mesmo com arte. Alguém realmente veio e valorizou meu trabalho, e alguém que era conhecido”, lembrou Mendes. Hoje, quase 20 anos depois, o menino skatista e surfista que começou pintando letreiros, muros e carrinhos de lanches com o pai, é um artista plástico profissional e original. “A arte é o meu dia-a-dia. O meu interior é trabalhar com a arte. E eu não tenho limites. É seguir, criar coisas novas, buscar autenticidade”, disse o pintor.
Briana Pinheiro não está em sua melhor fase: foi demitida pela terceira vez num mesmo mês. Sua maré de azar só baixa “quando a noite cai” e ela adormece, sonhando com terras distantes e um guerreiro irlandês belo e misterioso. Mas os dias teimam em amanhecer e, persistente, Briana vai à luta: conquista um novo emprego. Só tem um probleminha: seu novo chefe é exatamente igual ao guerreiro irlandês que lhe rouba os sonhos... e o coração. “Quando a noite cai” foi lançado em maio já liderando a lista dos mais vendidos no gênero ficção juvenil. Sua autora, a brasileira Carina Rissi, estará na nossa Biblioteca no dia 27 de junho às 15h, num descontraído bate-papo com os jovens de Ubatuba. O encontro é mais uma ação do programa “Viagem Literária”. Agende-se!
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HISTÓRIA
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Descendentes resgatam memória de japoneses presos na ilha Anchieta após a Segunda Guerra ARQUIVO TOKUICHI HIDAKA
ARQUIVO TOKUICHI HIDAKA
Ações consistem na exposição do antigo gerador, além da instituição do Dia do Imigrante Japonês na cidade de Ubatuba
Fotógrafos japoneses fizeram registros da vida na ilha, como esse dos responsáveis pela manutenção do gerador (esq) e o de um campeonato de sumô (dir) por Renata Takahashi As ruínas do presídio na ilha Anchieta guardam histórias que vão além da tão comentada rebelião ocorrida em 20 de junho de 1952. Alguns anos antes, entre 1946 e 1947, a ilha recebeu cento e setenta e dois imigrantes japoneses onde funcionava o "Instituto Correcional da Ilha Anchieta", em Ubatuba. Muitos deles eram inocentes. Para entender essas prisões, é preciso voltar ao contexto histórico da época. Durante o Estado Novo
de Getúlio Vargas (1937-1946) , a 2ª Guerra Mundial e o período pósguerra com o presidente militar Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) existiu no Brasil uma legislação de repressão ao imigrante. Com a desculpa da "adaptação ao meio nacional dos brasileiros descendentes de estrangeiros", eles foram privados de direitos básicos. Durante a 2ª Guerra Mundial, principalmente após 1942, quando o Brasil decide pelo rompimento diplomático e comercial com os países do Eixo (Japão, Alemanha
e Itália) a vida dos imigrantes desses países se torna mais difícil por aqui. Eles foram proibidos de falar o idioma pátrio, aparelhos de rádio foram confiscados, jornais, revistas e livros impressos em línguas estrangeiras não podiam mais circular. Para grande parte dos japoneses, que não entendia português, ficou impossível saber notícias sobre a guerra. Assim, quando a guerra terminou e o imperador do Japão se rendeu, em 1945, a comunidade se dividiu entre "vitoristas", que
acreditavam na vitória do Japão, e "derrotistas", que acreditavam nas notícias sobre a derrota. Houve casos de perseguição e até assassinato de derrotistas por vitoristas. É nesse contexto conturbado do pós-guerra que os japoneses chegam à ilha Anchieta. Alguns estavam envolvidos em atentados, mas a maioria não tinha qualquer envolvimento com as mortes. "Dos 170 presos aqui, 140-130 eram inocentes. Não fizeram absolutamente nada. Foram alvo de falsas denúncias. Eram pessoas que acreditavam na
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Junho/2017 - Pág. 11 vitória do Japão. Existia um ‘método’ para descobrir os vitoristas. A polícia exigia que eles pisassem na bandeira japonesa ou na foto do imperador. Quem se recusou a fazer isso foi preso. Foi realmente lamentável", conta Tokuichi Hidaka, preso na ilha Anchieta por envolvimento no assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama. Esse depoimento aparece no documentário “Yami no Ichinichi – O Crime que abalou a Colônia Japonesa no Brasil”, de Mario Jun Okuhara. No filme, Hidaka retorna à ilha e relembra o cotidiano da época da prisão caminhando pelas ruínas do presídio. Para o autor do documentário (ouça entrevista no site informarubatuba.com.br), a prisão dos imigrantes japoneses é um caso interessante porque faltam espaços de memória dessa época. “Esse caso
emblemático da ilha Anchieta, ele não só desvela essas violações contra os direitos humanos desses japoneses naquele período do pós-guerra, mas ele resgata tudo aquilo que foi feito anteriormente. Existe uma linha contínua de violações que foram executadas, sem interrupção”, afirma Okuhara. Para que a passagem desses imigrantes pela ilha não fique esquecida, um grupo formado por descendentes de japoneses e membros da Associação PróResgate Histórico da Ilha Anchieta e dos Filhos Da Ilha, está se articulando para que seja instituído um dia em homenagem aos imigrantes japoneses em Ubatuba. Outro desejo é que seja exposto aos visitantes da ilha um gerador elétrico da época, que era mantido por dois prisioneiros japoneses.
Festival da cultura japonesa chega a 10ª edição em Ubatuba O 10º festival da Cultura Japonesa de Ubatuba acontece de 15 a 18 de junho na Praça de Eventos (Av. Iperoig). O evento contará com barracas de comidas típicas da culinária oriental, além de diversas apresentações culturais. A iniciativa é da Associação Nipo Brasileira (Anibra), com o apoio da Prefeitura Municipal, da Fundart e da Comtur. O evento é uma opção para turistas e moradores durante o feriado do Corpus Christi. A entrada é gratuita. A Abertura oficial será na quinta-feira, 15, às 19h30.
Memórias da professora Júlia Pavesi Liad das Neves lançou em 2012 o livro "A Ilha Anchieta e a Educação", pela editora Casa do Novo Autor, que contém citações sobre os imigrantes japoneses na ilha. Pavesi lecionou na escola da ilha Anchieta para alunos do 1º, 2º e 3º ano entre 1945 e 1948. Recém-formada, foi sua primeira experiência como educadora. Como podemos ler nos trechos abaixo, extraídos de sua obra, fica evidente que os imigrantes não eram presos comuns e transformaram os ares da ilha enquanto ali estiveram. O livro pode ser consultado na Biblioteca de Ubatuba.
"O Capitão e seu braço direito, o Pablo S. Peres separaram numa ala todos os criminosos e na outra, os homens da Shindo Renmei. - 'Não podemos misturar os japoneses que pertencem a outra classe com esses criminosos'." PÁG. 15 "Essa nova turma, a maioria agricultora, meteu mãos à obra e num passe de mágica a Praia Grande se tornou uma grande chácara, onde os tomates, abóboras, mandioca, brotavam do chão, ajudando na alimentação dos habitantes da nossa ilha. Quando o peixe aparecia, ajudavam a lançar as redes e a puxá-las naquele mar sempre manso e azul. A ilha inteira passou a comer, além do peixe (abundante) os legumes e verduras magníficas." PÁG. 15 "Fiz algumas boas amizades dentre os prisioneiros, gente maravilhosa, ordeira, cheia de grandes ideias sobre o que poderiam fazer pela Ilha e por si próprios." PÁG. 42
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