InformationWeek Brasil - Ed.248

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Setembro de 2013 - Ano 14 - nยบ 248

O VA LO R DA T I PA R A O S N E G ร C I O S

Mudar para

crescer CIOs vivem momento crucial de amadurecimento para consolidar um novo papel da lideranรงa de TI

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Você está preparado para Cloud? Não importa onde sua empresa esteja na jornada à nuvem, ponha em ação o poder da Cloud Computing com a HP e Intel. Construa, gerencie e proteja seu ambiente de TI com a solução de Cloud Computing da HP, em modelos públicos, privados e híbridos. É a primeira abordagem de fornecimento híbrido, baseada em uma arquitetura-padrão de indústria. Conheça o HP CloudSystem com a tecnologia dos Processadores Intel®, o sistema aberto mais integrado do mercado para construção e gerenciamento de serviços em nuvem, oferecido pela HP e Intel. Faça o download do white paper da HP e saiba mais sobre essa tecnologia.

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produtos garantia nos EUA

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Job: Samsung-B2B -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 28181-008-Samsung-B2B-ItForum-402x266_pag001.pdf

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Índice Setembro de 2013 - Número 248

36 Especial IT Forum +

Do keynote de Pete DeLisi, da Universidade de Santa Clara, passando pelo Intercâmbio de Ideias e workshops: cobertura completa do IT Forum + traz reflexões sobre o delicado e oportunido momento de transição pelo qual a TI e os CIOs estão passando

16 De CIO para CEO

20 8

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José Ferrara, da Tokio Marine, saiu da diretoria de TI para assumir a liderança executiva da seguradora

Segurança

Especialistas em segurança dividem experiências de proteção corporativa nesta edição do IT Mídia Debate

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04/09/13 14:10


30 Perigo real

Ataques direcionados e persistentes ameaçam companhias latino-americanas e expõem fragilidade na evolução da TI

108

Superconexão

Quais as possibilidades para o mercado corporativo com a tão falada internet das coisas?

116 Cidade conectada

Lake Nona é exemplo de cidade do futuro, onde a tecnologia ultrapassa o dia a dia por estar intrínseca a hospitais, escolas e residências

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Fixas 10 Expediente 12 Editorial 130 Info

03/09/13 20:55


www.informationweek.com.br Receba as últimas notícias do mercado em tempo real, diariamente em seu email. Assine a newsletter do IW BRASIL ONLINE: www.informationweek.com.br

PRESIDENTE EXECUTIVO ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br VICE -PRESIDENTE EXECUTIVO MIGUEL PETRILLI • mpetrilli@itmidia.com.br GERENTE ADMINISTRATIVA E OPERAÇÕES Emanuela Araújo earaujo@itmidia.com.br GERENTE FINANCEIRO Marcos Lopes marcos@itmidia.com.br COMO RECEBER IW BRASIL www.informationweek.com.br/assinar COMO ANUNCIAR comercialti@itmidia.com.br | Tel.: (11) 3823.6600

MIGUEL PETRILLI Vice -presidente Executivo mpetrilli@itmidia.com.br

ADELSON DE SOUSA Presidente Executivo adelson@itmidia.com.br

Minas Gerais: Newton Espírito Santo • comercialmg@itmidia.com.br (31) 2551-1308 - (31) 7815-3095 Vera Santo • comercialmg@itmidia.com.br (31) 2551-1308 - (31) 7815-3096 Paraná: Heuler Goes dos Santos • comercialpr@itmidia.com.br (41) 3306-1659 - (41) 7811-5397 Planalto Central (DF e GO): Gaher Fernandes • comercialdf@itmidia.com.br (61) 3447-4400 - (61) 7811-7338 Mauricio Caixeta • comercialdf@itmidia.com.br (61) 3447-4400 - (61) 7811-0949 Rio de Janeiro: Sidney Lobato • sidney.lobato@itmidia.com.br (21) 2275-0207 – (21) 8838-2648 Santa Catarina: Lucio Mascarenhas • comercialsc@itmidia.com.br (48) 3025-2930 - (48) 7811-4598

VITOR CAVALCANTI Editor de TI Corporativa vcavalcanti@itmidia.com.br

USA: Huson International Media Tel.: (1-408) 879-6666 - West Coast | Tel.: (1-212) 268-3344 - East Coast ralph@husonusa.com

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Karen Ferraz Repórter karen.ferraz@itmidia.com.br

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Bruno Cavini Produtor de Arte e Vídeo bcavini@itmidia.com.br

FRANCISCO YUKIO PORRINO Editor de Arte e Vídeo fporrino@itmidia.com.br

CONSELHO EDITORIAL IW BRASIL Cibele Fonseca - CIO e gerente de RH da Andrade Gutierrez Fábio Faria - CIO da CSN José Luiz Rossi - CEO da CPM Braxis Capgemini Lísias Lauretti - CIO da Serasa Experian Sérgio Lozinsky - SLozinsky Consultoria de Negócios Tereza Cristina Carvalho - Professora e coordenadora do LASSU/USP

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YUKIO

ERIC OUCHI Gerente de Marketing Digital eric.ouchi@itmidia.com.br

ANDRÉ CAVALLI Gerente Executivo de Vendas acavalli@itmidia.com.br

GABRIELA VICARI Gerente de Marketing Comunicação gvicari@itmidia.com.br

CRISTIANE GOMES Gerente de Marketing Revistas cgomes@itmidia.com.br

EMERSON MORAES Gerente de Marketing Fóruns emoraes@itmidia.com.br

MARCELO NUCCI Gerente Comercial Comunidade Canais marcelo.nucci@itmidia.com.br (11) 97144-2540

GABY LOAYZA Gerente de Estudos e Análises gloayza@itmidia.com.br

Vídeo dia.com.br

CHRISTIAN LOPES HAMBURG Executivo de Contas christian.lopes@itmidia.com.br (11) 97144-2547

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MÁRCIO LIMA Gerente de Relacionamento com Clientes mlima@itmidia.com.br

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Hora de

mudar? Frequentemente nos depara-

danças se juntam e, ao ganharem

mos com a pergunta-título deste

força, convertem-se em algo difícil

editorial, seja na vida pessoal ou

de atingir. Hoje, o CIO passa por

profissional. E eu arriscaria a dizer

um momento complexo. Ele é cha-

que, geralmente, a melhor resposta

mado a discutir a estratégia corpo-

seria: sempre. No mundo corpora-

rativa, a melhorar a capacidade de

tivo, ditado por uma digitalização

comunicação, a pensar o novo, a

acelerada de processos e por uma

transitar melhor entre as áreas de

busca incessante por novidades,

negócio a fim de contribuir com

mudar é um mantra que se junta a

tudo que acontece na ponta. É de-

outras palavras como transformar,

sejo do CEO e dos demais integran-

evoluir, modificar, alterar. E se há

tes do C-level que isso aconteça.

alguém no time de alta gestão que

Esse momento de transição foi

sabe bem o que é isso, esta pessoa

bastante explorado durante o IT

é você, CIO.

Forum 2013, em maio, e também

Seu perfil profissional é insti-

no IT Forum+ 2013, cuja cobertura

gado a mudanças o tempo todo e

especial você verá nas próximas

não apenas pela evolução da tec-

páginas. Obviamente, especialistas

nologia, mas pela necessidade do

como o coordenador do programa

CEO em ter pares com uma linha de

de Liderança em TI da Universidade

pensamento mais estratégica, por

de Santa Clara, Pete DeLisi, e o prin-

demandas das mais diversas áreas

cipal da prática de TI da Korn Ferry,

de negócio que te induzem a refletir

Guilherme Maciel, contribuem com

sobre como a TI pode impactar o ne-

diversas recomendações. Eles lem-

gócio fim ou mesmo por tendências

bram, entretanto, que tudo é uma

lançadas pelos fornecedores que o

questão de escolha. Você, executivo

forçam a estudar, pesquisar.

de TI, tem uma grande oportunida-

Mudar, é verdade, gera resis-

de nas mãos, mas o que você fará

tências. Muitas vezes não nos da-

com ela será uma decisão unica-

mos conta ou não queremos en-

mente sua. Que CIO você quer ser?

xergar tudo o que acontece à nossa

O do atual modus operandi ou estra-

volta, na crença de que o status

tegista corporativo? Pense bem.

quo será mantido. Mas, no geral, o que acontece é que pequenas mu-

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Até a próxima

Foto: Ricardo Benichio

Carta ao leitor IW Brasil

Vitor Cavalcanti Editor

vcavalcanti@itmidia.com.br

IWBrasil | Setembro 2013 InformationWeek Brasil | Janeiro de 2010

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BLACK HAT REGIONAL SUMMIT - SÃO PAULO 2013 Chega a São Paulo, o principal evento do mundo no setor de segurança da informação. O Black Hat apresentará, em sua primeira edição local, programas de conferências, palestras e treinamentos práticos de altíssima qualidade técnica, realizados pelos especialistas mais respeitados do Brasil e do mundo, que também participam do Black Hat dos outros países, promovendo o compartilhamento de

ideias práticas, conhecimentos e novas tendências do mundo de segurança digital. O Black Hat Regional Summit São Paulo contará também com uma área de exposição onde os principais fornecedores de produtos, serviços e tecnologias apresentarão na prática as novas soluções e tendências do setor.

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REGIONAL SUMMIT

SAO PAULO 2013

de novembro

Keynote Speaker com o tema: Colaboração no processo organizacional Painel – Muito além da TI: una o conhecimento técnico ao de humanas e desponte para o mercado

27

de novembro

26

PROGRAMAÇÃO DE CONTEÚDO DO IT FORUM EXPO CONFERENCE Keynote Speaker com o tema: O futuro é agora Painel – Grandes tendências: prepare-se para colocar seu departamento na vanguarda

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Aplicações – convertendo TI em negócio Temas como abertura de APIs, como levar o legado para a nuvem, desafios do analytics, experiência do usuário/interface.

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A TI n

Foto: Ricardo Benichio

TOP EX-CIO E AGORA PRESIDENTE DA SEGURADORA TOKIO MARINE, JOSÉ FERRARA REVELA COMO CHEGOU AO PRINCIPAL CARGO DA COMPANHIA E DEBATE O PERFIL ESTRATÉGICO NECESSÁRIO AOS EXECUTIVOS DE TI

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Entrevista IW Brasil

I não é o

OPO VITOR CAVALCANTI

José Ferrara, ou Ferrara, como prefere ser chamado, está à vontade na sala da presidência da Tokio Marine, localizada em um edifício na zona sul da capital paulista. Ele assumiu o cargo em julho deste ano, mas está na companhia desde 2009, quando entrou para assumir a liderança de TI e operações. Foi na TI, é verdade, que ele desenvolveu toda sua carreira ao longo de mais de 30 anos, passando por empresas do setor financeiro e seguradoras. A diferença entre ele e outros executivos que ocupam posto similar está na informalidade e na capacidade de comunicação. Com um sorriso no rosto, ele recebeu a reportagem da IW Brasil para quase uma hora de conversa. O tom descontraído se notava antes mesmo de iniciar a sessão de perguntas, quando o executivo começou a relembrar toda a

sua trajetória profissional em TI, premiações que ganhou e as diversas edições do IT Forum as quais teve a oportunidade de participar. Longe de querer dar uma receita de bolo ou lição de moral aos demais CIOs – muitos deles são seus amigos pessoais -, Ferrara concordou com a necessidade de o executivo de TI desenvolver um perfil de gestão, trabalhando pontos como empreendedorismo, gestão de pessoas, o pensar o novo. Até para poder pleitear, em algum momento, o posto de CEO de alguma corporação. Como ele mesmo fala na entrevista, o gestor de TI pode ser um “tirador de pedido” ou ser “o cara” que pensa a estratégia da empresa e atua como parceiro das demais áreas. A seguir, você confere os principais trechos dessa conversa.

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Entrevista IW Brasil IW Brasil - Quando você percebeu que poderia ir além da TI e até chegar ao cargo de CEO, o que não é tão comum no Brasil? José Ferrara – Eu tive uma experiência muito positiva quando trabalhava em banco, quando pela primeira vez tive a oportunidade de participar de uma reunião enquanto analista de sistemas com o então vice-presidente de TI no Unibanco, Eduardo Magalhães. Eles falavam de payback, retorno sobre investimento, e eu pensava: ‘o que esses caras estão falando?’. Era um grupo de CIOs discutindo a possibilidade de uma rede de ATMs ser compartilhada, e eu seria o cara pelo Unibanco que viabilizaria a conversa e a integração daquelas máquinas espalhadas pelo País com o sistema do banco. Mas, naquele momento, eles discutiam o ROI e eu não entendi nada. E pensei: ‘preciso entender desse negócio se quiser um dia ser o Eduardo Magalhães’. Aí voltei para universidade para estudar administração na FGV (mas minha formação básica é Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp). Mais recentemente, estudei gestão em Harvard. Essas experiências me levaram a pensar em ser o futuro CIO e comecei a entender a importância daquilo que aquelas pessoas discutiam na reunião. Eles falavam puramente de negócio e eu falava de projetos, sistemas, programação. IWB - Depois que você investiu no entendimento do negócio, em que momento você percebeu que poderia ser CEO?

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Ferrara – A partir do momento em que você passa a se conscientizar que faz tecnologia não por tecnologia, mas por suporte ao negócio que sua empresa trabalha, você acaba tendo vocação natural para trabalhar o negócio. Então, entenda sua empresa. Tenha um estilo empreendedor e saiba que isso fará a diferença dentro da corporação. Eu comecei a praticar isso quando passei à função de gerente: deixei de ser analista de sistemas e virei gerente de pessoas, gerente de projetos e passei a treinar essa visão, a avaliar o motivo pelo qual estávamos fazendo determinado sistema para uma área de negócios. Assim, fui ganhando espaço naturalmente. até chegar a diretor de toda a TI. E, nessa posição, você está influenciando muitas vezes toda a busca da excelência operacional dentro da companhia. Quando falo excelência operacional, entenda-se: melhorias em processos, satisfação dos usuários internos, satisfação dos clientes da empresa, do ambiente computacional e dos sistemas para clientes e funcionários. Passa também pelo responsável pela tecnologia a conscientização de que depende deles a busca incessante pela eficiência operacional e isso é dinheiro, redução de despesas ou evitar custos futuros. Ou como aumentar a produção com os mesmos recursos, por

meio da tecnologia. Todo CIO precisa ter essa missão em mente. IWB – Por que você acha tão importante para um CIO ter uma mente empreendedora? É difícil encontrar um perfil assim? Ferrara – Não é difícil ter essa formação, naturalmente o cidadão tem isso, mas quando a pessoa fica muito amarrada à tecnologia, ela tenta fazer o melhor dentro da TI, ter a última tendência implantada e não necessariamente é o momento da empresa comprar aquilo. A dificuldade que vejo no CIO é não conseguir se desprender da tecnicidade que a tecnologia o leva naturalmente. Alguns acham que tecnologia é o início, meio e fim. Eu penso que tecnologia é o meio, o fim é ser presidente. Por acaso tecnologia é o meio e eu tenho domínio sobre isso, então, vamos usar com capacidade de criação, convencer seus pares de que existe uma tecnologia que poderia ser aplicada a um determinado processo da companhia e que trará um salto de produtividade ou poderá gerar novos negócios. A atitude do CIO inteligente é patrocinar boas ideias, ainda que não seja as dele. IWB – A carreira em TI tem diversas ondas e hoje não sabemos para onde vai caminhar, qual o futuro desse CIO. Temos discutido muito o tema, falado sobre habilidades falhas como a de comunicação e estratégia. Mas

Alguns acham que tecnologia é o início, meio e fim. Eu penso que tecnologia é o meio; o fim é ser presidente IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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além disso, onde o gestor de TI peca neste momento de desafio? Ferrara – O CIO administra uma área que pode ser a área que impulsiona a modernização da companhia, como pode ser crucificada por não entregar o que se pede para ela. Ou seja, ela é o grande telhado de vidro. O CIO tem que sair dessa condição para ajudar o empreendedorismo da companhia. Mas, muitas vezes, essa condição é pela falta de comunicação também e pelo baixo nível de carisma. Às vezes, ele acha que por ter o domínio técnico excederá as expectativas. E não vai! O CIO é como qualquer executivo de outras linhas, ele tem que ter pelo menos uma dose de carisma e aceitabilidade por seus pares. Como você segura esse rojão? Com um bom relacionamento com as pessoas, de forma que seus pares entendam que você adiciona valor à companhia. A parte de comunicação, carisma, estilo empreendedor, no sentido de conquistar os pares e mostrar que está ali para ajudar, é a melhor atitude que o CIO poderia ter. Se ele ficar no casulo, achando que executar bem o projeto encomendado, ou seja, um tirador de pedido, está fadado a ficar ad eternum como CIO. Ou até a perder o emprego. IWB – Você concordaria com a afirmação de que entregar o pão quente todos os dias é obrigação do CIO e o restante do tempo ele precisa usar para inovar, empreender e entender melhor o negócio? Ferrara – Concordo. Às vezes, entregar atrasado um projeto, ainda que seja algo super estratégico para a companhia, é menos relevante do que deixar sua operação do dia a dia fora do ar. Essa companhia [a Tokio Marine],

se ficar um dia sem tecnologia, deixa de faturar R$ 10 milhões. E com isso dá para fazer uma dezena de projetos. Então, se atrasar um projeto, o impacto será menor do que você não der o pãozinho quente todos os dias. IWB – Como o departamento de TI da Tokio Marine reagiu à sua promoção? Ferrara – Naturalmente. Ficaram todos muitos felizes pela condição. E as pessoas percebem que você põe a cabeça fora da janela o tempo todo e isso pede habilidade. Entrar no terreno alheio pode comprar uma grande encrenca ou mesmo um inimigo, dependendo da forma com a qual você se comunica. Então, há o jeito de dizer para outras áreas que, ao fazer determinada coisa, o processo ficará melhor. Não é muito fácil. As pessoas precisam te enxergar como um cara do bem e que não está ali para tomar o espaço dele. Trabalhei para ser presidente, me preparei. Mas nunca fiquei pelos cantos da companhia falando isso claramente. Tive várias oportunidades de ser e perdi chances ou mesmo não aceitei chances, agora surgiu novamente e resolvi aceitar. Achei que era o momento certo até pela experiência adquirida. IWB – Você já consegue pensar na empresa sem a cabeça de TI e sem desejar por a mão no trabalho da TI? Ferrara – É difícil. A tendência natural de uma pessoa que foi CIO, por formação, é ter um bom raciocínio lógico, uma sequência organizada de fazer as coisas, rapidez de pensamento ou mesmo ver a problemática e pensar na solução. Quem vem de TI, ao ver um problema, já pensa em uma solução para evitar novas ocorrências do mesmo

tipo. Um exemplo: ao notar um procedimento errado que prejudicou o cliente na ponta, você pensa em como resolver e como tecnologia daria suporte. Um cidadão comum pensará em treinamento dos funcionários. Mas você treina e o cara sai e fica num círculo. Então, pense em como a TI pode ajudar para evitar que a pessoa erre, seja no comercial ou no call center. Assim, fica difícil. Mesmo na posição de presidente, quando vejo oportunidade de melhoria na companhia, naturalmente olho para a TI e digo que tem algo interessante para fazer, explicando, por enxergar a solução. IWB – Se você fosse contratar um CIO hoje, o que não poderia faltar nele? Ferrara – Empreendedorismo, conhecer tecnologia, ter dose de carisma, ser uma pessoa com vocação natural de inovação, enxergar as coisas sob o ponto de vista da inovação, ser uma pessoa que pensa constantemente em melhoria operacional, buscando oportunidade de redução de despesa dentro da companhia. Qualquer área na verdade precisa pensar assim e tecnologia permeia todas elas. O CIO normalmente pensa no orçamento da TI, mas ele precisa pensar na empresa como um todo. Um exemplo simples é o sistema de telefonia, com que se gasta muito. Como reduzir o custo unitário da telefonia? E, claramente, um bom gestor de pessoas e que conheça muito a área de negócio para a qual dará suporte. iwb

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IT Mídia Debate Desafios da Segurança da Informação

Edgar D'Andrea, da PwC

Curt Zimmermann, CIO da BRF

Tentáculos da VITOR CAVALCANTI

Ataques mais sofisticados e falhas antigas, como o não estabelecimento de uma política de segurança adequada, complicam ainda mais o cenário de SI nas corporações Fotos: Ricardo Benichio

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Edison Fontes, da Núcleo Consultoria

Vanderlei Ferreira, CIO da EDP Energias

da segurança 21

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IT Mídia Debate Desafios da Segurança da Informação

N

ão tem jeito, entra ano e

Segurança da Informação, realizado na sede da IT Mídia, em

sai ano, a segurança da

São Paulo. Para ajudar a trazer uma luz e juntar esses tentá-

informação (SI) segue ge-

culos que muitas vezes se espalham pela empresa e correm

rando polêmica quando

de forma independente, foram convidados o professor, con-

se resolve discutir quais

sultor da Núcleo Consultoria e blogueiro da IW Brasil, Edison

são os principais desafios

Fontes, o sócio e responsável por SI da PwC, Edgar D’Andrea,

para as empresas brasileiras nesta área. Edu-

o CIO da BRF, Curt Zimmermann, e o CIO da EDP Energias,

cação do usuário, conhecida tecnicamente

Vanderlei Ferreira.

como ameaça interna, está sempre entre os

Um dos primeiros pontos levantados foi a questão da

principais pontos. Mas não é só isso. Espe-

priorização dos investimentos em SI. Muitas vezes, a em-

cialistas apontam ainda a necessidade de

presa acha que, para estar segura, precisa lançar mão de

se priorizar os investimentos em segurança,

grandes projetos, o que demanda um orçamento pesado.

levando em consideração a realidade da sua

Depois de todo o processo de implantação e de milhares de

empresa e qual o nível de risco aceitável pelo

reais gastos, descobre-se que a empresa foi invadida ou teve

negócio. Aplicação da política de segurança

dados roubados, ou seja, não estava segura. O que aconteceu,

com regras claras também figura como algo

então? “A empresa tem que começar a identificar se o valor

essencial, até para que as diretrizes possam

investido em segurança é o que ela necessita. Precisa fazer

ser cumpridas pelos funcionários.

priorização. Às vezes, sua ameaça são os funcionários que

Todos esses pontos estiveram em pauta

não cumprem regras ou a falta de política clara sobre uso dos

durante o IT Mídia Debate sobre os Desafios da

dispositivos. Você tem que começar pelo simples, classifique

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IT Mídia Debate Desafios da Segurança da Informação sigo investir em tudo que deveria investir em segurança”, pontua. Para o especialista, de forma geral, as empresas brasileiras estão mais maduras na decisão de compra, especialmente, quando se observa o grupo das 500 maiores. Mas não se pode esquecer que se trata de um processo longo de aprendizagem. D’Andrea lembra que havia uma cultura de “empurroterapia” por parte dos fornecedores, sempre na promessa de resolver todos os problemas. O CIO ou o gerente de segurança, do outro lado, comprava determinada solução como sendo única e, ao chegar em casa e avaliar a situação, via que faltavam várias peças. “E o que custava X, acabava custando 10X e sem resolver. Por isso, mudou e as empresas estão mais críticas em seus processos de compra.”

Aplicação da política de TI Depois de priorizar os investimentos, algo essencial dentro da corporação é ter uma política de SI bem elaborada e desenvolver um trabalho para que ela possa ser as ameaças, preste atenção e veja se o investimento é sufi-

aplicada e seguida por todos os funcionários.

ciente para a sua necessidade. Tenha em mente também que

O sócio da PwC informou durante o debate

segurança permeia organização, não é só da TI”, ensina, em

que, das empresas que participam de um

tom professoral, Edison Fontes.

estudo produzido pela consultoria em âm-

E dentro do que ele fala, duas lições são fundamentais

bito global, incluindo o Brasil, chega a quase

para trabalhar bem a questão: começar pelo simples e prio-

80% o porcentual de empresas que dizem

rizar. O simples pode ser um programa educacional que

possuir uma política. Mas quantas a aplicam

demandará um esforço mediano e investimento baixo. O

de fato? Qual o porcentual de efetividade? O

priorizar está, entre outras coisas, em entender qual o risco

especialista não levou um número para isso,

aceitável em seu negócio e compreender o que seria um

mas avisou que, por percepção, entende que

provável alvo de ataques internos ou externos. Como lem-

o índice deva cair pela metade.

bra Edgar D’Andrea, sócio da PwC, a tendência é que o desa-

Quando o assunto é política de seguran-

fio apenas cresça, principalmente, pelo acelerado processo

ça, algo sempre levado em consideração é o

de digitalização dos negócios. “Na medida em que acontece

treinamento do usuário. Mas o professor Edi-

a transformação digital das empresas, o desafio da seguran-

son Fontes entende que internalizar o concei-

ça é natural e transcende a questão da tecnologia em si. Os

to de segurança em toda sua amplitude pode

dados passam a ser o alvo de muitos ataques. E são dados

ser muito mais importante que a própria cria-

importantes no servidor da empresa e também nos dispo-

ção de regras e treinamentos diversos. “Qual o

sitivos móveis, e o valor do investimento em SI continuará

nível de segurança? Fazer tudo é ótimo, mas

crescente. O que priorizar é o maior dilema, já que não con-

a empresa trava; deixar tudo aberto é fácil,

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IT Mídia Debate Desafios da Segurança da Informação mas o risco é grande. A empresa é Zimmermann, da BRF: trabalho de aculturamento de segurança

feita de pessoas, tem que se internalizar para que as pessoas entendam isso. É preciso estudar as ameaças até para classificá-las, e tenha em mente que segurança não é de graça, exige recurso que não é só dinheiro. Não é passar um cheque que magicamente os funcionários estarão dentro do que se espera.” Mas o fato é que com ou sem uma política adequada e implantada, as coisas acontecem e o melhor dos mundos é que os fatos ocorram de forma regrada, para que você, responsável pela segurança da informação, tenha o controle em casos extremos. Um projeto de automação da força de vendas, que pode até parecer simples numa primeira análise, pode gerar grandes problemas se não houver, desde o início, a preocupação em garantir a segurança de tudo o que trafegará nos dispositivos carregados pelos vendedores. As áreas demandam e você, TI ou SI, precisará atender de alguma forma.

as empresas têm elaborado um plano de implantação. E a resposta de

Como lembrou o gerente de se-

Fontes foi a seguinte: “É um porcentual pequeno, esquecendo a ques-

gurança da GM no Brasil, André Ma-

tão dos segmentos, tirando financeiras e o ecossistema que já é cobra-

galhães, que participou da plateia do

do por isso, poucas empresas estão preocupadas em ter segurança

debate, o ideal é ter um bom plano de

organizada e uma das questões é a política. O processo de segurança

implantação dessa política, porque

é responsabilidade do gestor de segurança, seja ele 100% dedicado ou

ela tem o insumo e os componentes

não. Pode deixar com o gerente de TI, mas não recomendo, porque ele

comportamentais estão espalhados

tem outras preocupações. Meu sentimento é que quando as empresas

pelas áreas. Em geral, a regra é cum-

buscam a política, estão com vontade de fazer e implantam, dentro do

prida nos departamentos mais ade-

ritmo da corporação.”

rentes. Essa parte comportamental e processual, que é extremamente

Regras claras

forte quando se fala em implantar

Mas se você precisa priorizar melhor os investimentos em TI, ela-

qualquer tipo de regra que seja, está

borar uma política e ter um plano de implantação adequado à realida-

muito vinculada ao RH e às áreas de

de da sua empresa, algo fundamental em meio a tudo isso é a clareza

negócio. Ao final, ele questionou se

das regras, como alertou Curt Zimmermann, CIO da BRF. Ele que teve

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Mercado Fontes, da Núcleo Consultoria: classificar ameaças e priorizar investimentos

gigante SI cresce

no País, de acordo com a Frost & Sullivan

Até 2016 atingirá

milhões dos CIOs das 500 maiores empresas do Brasil colocam SI como prioridade, de acordo com estudo Antes da TI, a Estratégia, produzido pela IT Mídia boa parte da carreira desenvolvida no setor financeiro, tem enrai-

existe um centro de operação global

zada a cultura de segurança da informação e, aos poucos, coloca

de SI que suporta subsidiárias como

esse conhecimento no dia a dia da fabricante de alimentos. “Quan-

a brasileira. “Esse centro é discutido

do entrei na BRF, o assunto era mais morno. Mas o advento do que

entre as pessoas de SI e TI, mas como

ocorreu com diversas empresas, até como roubo de dados de games

extrapolar para toda a organização?

da Sony, gerou um alerta em todo mundo. Há uns dois anos perce-

Para isso foi montado o comitê. Até

bemos uma necessidade maior do controle de informações. Mas a

discutindo que colaborador deve par-

cultura da empresa era falta de segurança, não havia na BRF todo

ticipar por ser formador de opinião. A

o apelo de um banco. Começamos um trabalho de aculturamento e

conduta estava com comitê de ética,

criamos um comitê de segurança com marketing, RH, áreas de risco

mas hoje está conjunto à SI. Criamos a

e trouxemos as pessoas que mais brigavam contra o fechamento de

cultura e hoje nos procuram com até

acesso à informação. Com o comitê começamos a aculturar, mos-

três meses antes da implantação do

trando o real impacto da fuga de informação, e houve uma redução

projeto para introduzir as questões de

da resistência à política de segurança.”

SI”, resume, em tom comemorativo,

Na EDP Energias também foi instituído um comitê, como ex-

lembrando que o impacto financeiro,

plicou o CIO Vanderlei Ferreira. O executivo lembrou ainda que

no caso de qualquer tipo de fraude,

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IT Mídia Debate Desafios da Segurança da Informação

Questão de cultura Os CIOs da EDP Energias e da BRF, Vanderlei Ferreira e Curt Zimmermann, respectivamente, alertaram para a necessidade de se trabalhar internamente a cultura da segurança da informação, principalmente em setores não acostumados a regras de SI mais rígidas como o financeiro. “Um aculturamento sobre as questões da forma como o crime acontece é necessário, hoje não estou preocupado com a pirraça e tirar dado do servidor ou apagar diretório. Os casos que tenho acompanhado são de infiltração de pessoas na organização, que facilita todo o processo. A gente tem que entender de fato que vulnerabilidade existe e depois vem o treinamento, mas é preciso definir o escopo”, entende Zimmermann. Ferreira, por outro lado, lembra que para internalizar tal cultura, faz um trabalho forte até com fornecedores. “Tem coisa que não impede, mas é cultural. O nosso início foi há três anos, para pensar num plano estratégico de SI, quando criamos um comitê, uma operação mesa limpa, onde o pessoal fotografa a mesa para mostrar o risco de deixar documentos espalhados; colocamos MDM. Eu era contra num primeiro momento à chegada de dispositivo móvel pessoal, mas a geração mais nova quer e acessa de tudo. Como não consigo ficar contra, busquei uma forma de orientar e gerenciar o que se fala da empresa.”

fez parte dos argumentos de convencimento. “Foi com muita insistência, tudo tem que ter conformidade de SI.” O engraçado é que os dois setores (alimentos e energia), embora muito distintos, parecem ter um caminho um pouco similar quanto o assunto é segurança da informação. Como relatou Zimmermann, de dois anos para cá ele tem conseguido trabalhar internamente a consciência da necessidade de cumprir regras de SI, sobretudo, para proteger documentos com formulação de produtos. Em utilities, Ferreira vai até mais além e diz que o setor ficou adormecido por vários anos. “Nos últimos dez anos está ocorrendo um investimento muito forte em TI, tanto em aplicações, como em mobilidade, prevenção à perda de receita. Quando cheguei à TI olhei o plano estratégico e segurança fazia parte de forma muito pequena. Na Europa - nossa matriz fica em Portugal -, o pessoal estava muito mais adiantado, tinha uma visão diferente por energia ser um setor estratégico, de segurança nacional. Imagine um hacker invadir um sistema de uma hidrelétrica e abrir as comportas? Mata milhares de pessoas. Hoje temos um centro de operação de gestão da segurança da informação no mundo com 35 pessoas espalhadas, sendo 10 no Brasil. Dos 60 funcionários em TI, 10 são em SI.” Em um debate com um tema tão amplo como este, é difícil se extrair apenas uma conclusão, mas algo que tem ficado latente, especialmente para o mercado brasileiro, é a necessidade de se repensar a estrutura de segurança da informação nas empresas. Vincular à TI nem sempre é o melhor remédio e setores como financeiro, telecomunicações e utilities têm apostado em uma estrutura independente, muitas vezes com o emergir da figura do CSO. D’Andrea, da PwC, citou dados da consultoria apontando uma forte mudança de cenário. Antes, em até 60% das companhias, SI respondia para o CIO; hoje, este porcentual está entre 35% e 38% - na maioria dos casos essa área passa a responder para o conselho ou migra para o CFO.

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iwb

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Segurança

Cibercrime organizado e

profissional GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

Assim como a TI evoluiu para ambientes e arquitetura complexos, o crime eletrônico está igualmente sofisticado

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Foto: Divulgação

Bestuzhev: “Existe uma certa ingenuidade de empresas latino-americanas em acreditar que elas não são vítimas de APTs”

O desafio de lidar com uma TI complexa, com infraestrutura em nuvem híbrida, aplicações remotas, base de usuários móveis e análise de dados – somado à pressão por inovação – faz parte do dia a dia do CIO. A tecnologia da informação evoluiu, exigindo cada vez mais habilidades multidisciplinares do diretor de TI e uma equipe altamente especializada. Não raro, startups de negócios disruptivos têm sua base em profissionais da área. Muitos dos melhores desses talentos, contudo, trabalham no lado do mal. Cibercriminosos também aprimoraram suas técnicas de ataque, principalmente quando o foco deles são informações corporativas. “Existe uma certa ingenuidade de empresas latino-americanas em acreditar que elas não são vítimas de APTs”, expõe o diretor da equipe de pesquisa e análise da Kaspersky Lab para América Latina, Dmitry Bestuzhev, na 3ª Cúpula Latino-americana de Analistas de Segurança, que ocorreu em agosto em Cancun, no México. Ele se refere a ameaças persistentes e direcionadas, um tipo de investida sofisticada cada vez mais presente na região. O especialista da companhia russa de segurança é taxativo: se sua companhia foi um dos alvos de APTs, tenha certeza, houve dados roubados. É difícil sobreviver a esses ataques, pois um simples antivírus não é o suficiente se não obtiver recursos específicos de bloqueio e proteção contra exploits.

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Segurança O monitoramento feito com base nos usuários de ferramentas da Kaspersky Lab dá conta de 500 mil usuários únicos para cada tipo de exploit. Elas bloqueiam 12 ameaças por segundo, ou 17.043 ataques diários. No ranking das ameaças mais frequentes na América Latina, um script de código avançado encabeça a lista. “A maioria delas vem pela internet. Pela quantidade de usuários, somos bombardeados por ameaças virtuais”, relata Bestuzhev. É o caso do chamado ataque waterhole, com o qual cibercriminosos inserem códigos maliciosos em uma página web convencional. Ao visitar o site, é praticamente impossível detectar a ameaça, capaz de infiltrar-se na máquina apenas por ser aberta em um navegador. Assim, criminosos chegam aos dados corporativos contando insistentemente com um comportamento simples e recorrente dos funcionários da empresa – o acesso à uma página web de notícias, ou internet banking, até mesmo sites de e-commerce. Recentemente, Apple e Facebook foram surpreendidos pela infecção. Outra abordagem explora pontos fracos em sistemas de companhias, e alguns deles podem ser simples brechas que abrem portas para graves crises de segurança. É o exemplo do exploit Java. cve 2013-0431.gen, que se aproveita de uma vul-

No ranking de ameaças mais frequentes na América Latina, um script de código avançado encabeça a lista. A maioria dos ataques usa a internet, devido ao alto número de usuários na região. 32

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Um verdadeiro

negócio Dados do analista de malware da Kaspersky Roberto Martinez

É o preço médio por um kit de desenvolvimento de malware

É o preço para investir na construção de crimeware

É o valor a ser aplicado na criação de ataques bulletproof Até computadores-zumbis um botmaster pode conter

O preço para aluguel dessas máquinas

É o rendimento mensal de um cibercriminoso de média atuação

De receita ao ano com o cibercrime IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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o

À beira do caos? Segundo os cálculos de Bestuzhev, 27% das companhias ainda usam o Windows XP. O sistema deixa de ter suporte da Microsoft a partir de abril do ano que vem, e muitas dessas companhias ainda terão a versão rodando em suas máquinas. “Será terrível. Mais ou menos como se um hotel, de um dia para outro, deixasse todos os quartos sem as chaves. Além do fácil acesso a todos os bens valiosos de cada quarto, os hóspedes teriam todos seus bens expostos”, compara o especialista. O upgrade para todas as máquinas corporativas pode ser custoso, mas o especialista não vê outra alternativa senão agir já. “Comece com as máquinas críticas, de áreas e cargos estratégicos”, aconselha. No caso de manter algum PC com o XP após essa data, mantenha-o offline e não conecte dispositivos USB nele.

rabilidade do Java e já é uma das ameaças mais comuns detectadas no primeiro semestre em todo o mundo. Através dele, informações de empresas, meios de comunicação e embaixadas foram desviadas por ciberespiões. “O Brasil, logo atrás da Rússia, concentra a presença desse exploit, com taxas de êxito elevadas. Como garantir que todos os usuários de uma empresa atualizam o Java periodicamente?”, provoca Bestuzhev. Proteção pró-ativa Como, então, se proteger? O especialista recomenda o monitoramento da rede, o que ele garante não ser uma prática comum nas companhias latino-americanas. Sistemas de rede definida por software (SDN) começam a permitir melhor gestão, entretanto, não são bem utilizados por CIOs latino-americanos. “É preciso ter um bom sistema de gestão. Saber qual seu tráfego, analisar seu conteúdo, coisas básicas como quem está acessando a rede”, enumera. Assim, ao menos, será possível detectar intrusos e talvez até montar emboscadas, controlando a largura de banda corporativa. “Os ataques sofisticados têm um único tipo de objetivo: acessar um dado e roubá-lo”, resume Bestuzhev. “E culturalmente, empresas latino-americanas se concentram apenas em remediar, tomar alguma precaução quando o roubo já aconteceu, enquanto deveriam trabalhar em duas frentes: prevenir e remediar”, finaliza. No caso de APTs e roubo de dados, agir depois que o roubo aconteceu pode ser tarde demais. iwb * A jornalista viajou a Cancun a convite da Kaspersky

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DeLisi: “Os CIOs raramente perguntam qual estratégia da empresa antes de dar sugestões”

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Mudança NECESSÁRIA GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

Apesar da aproximação cada vez maior do CIO de um papel executivo, ainda é importante o desenvolvimento de algumas habilidades para que sua atuação corporativa esteja a par das expectativas do CEO e, mais ainda, sobreviva às mudanças pelas quais a tecnologia está passando. Pete DeLisi, coordenador do programa de liderança em TI da Universidade de Santa Clara, na Califórnia, vê diante da situação atual a necessidade latente de mudança do perfil dos executivos. “Mesmo na física, as verdades mudam. Assim como companhias devem mudar em busca da competitividade, CIOs devem também buscar novas habilidades frente aos desafios das empresas”, expõe o especialista durante a abertura do IT Forum+ 2013, que teve como tema central “O CIO que você precisa ser: mudar ou mudar, este é o desafio do executivo de TI”. Para ele, essas habilidades são complexas, subjetivas e denotam a aproximação do diretor de TI à presidência executiva. Ele cita um estudo realizado com companhias norte-americanas, no qual foram mapeadas as habilidades esperadas para um CEO e um CIO. Com exceção de um forte conhecimento técnico esperado das lideranças Foto: Photogama

de TI, todas as outras características são iguais entre os cargos: senso estratégico, habilidade de lidar com pessoas, comunicação, liderança e capacidade macro de gestão.

Comunicação, liderança e principalmente conhecimento estratégico são habilidades essenciais para novos líderes de TI 39 lay_KEYNOTE.indd 39

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ESPECIAL ITFORUM

Habilidades subjetivas Um exercício simples da falta de habilidades subjetivas é aplicado por DeLisi em seus cursos de liderança. Trata-se da apresentação de uma meta – crescer 15% na receita em um ano e chegar a US$ 1 bilhão em cinco anos – e o questionamento sobre como a TI pode ajudar a alcançá-la. Entre as respostas usualmente recebidas, estão a contratação de equipes de vendas, criação de novos produtos, aumento de preço, entre outras medidas. “Os CIOs raramente perguntam qual a estratégia da empresa e como a companhia vem crescendo antes de dar sugestões”, relatou. “Há de se pensar em como a tecnologia pode reduzir o fechamento de uma venda ou criação de propostas, para fechar mais contratos”, exemplifica. Uma dessas habilidades simples é a comunicação. Em reuniões de negócio, é comum o profissional de TI perguntar uma demanda e, antes mesmo de ouvir a resposta, passar para o próximo ponto. “É preciso ouvir as pessoas e criar relacionamento”, aconselha DeLisi. Com isso, está a necessidade de desenvolver o poder de conclusão. “Ao fim da reunião, a TI deve ser capaz de responder ‘sim’ ou ‘não’ ao andamento do projeto, com base em tudo que foi exposto, ser capaz de finalizar e decidir.” DeLisi também considera que a TI deveria reforçar seu papel educador dentro da organização, para que as pessoas entendam o que elas usam da tecnologia cotidianamen-

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KEYNOTE

te, mesmo sem se dar conta de que estão se deparando com uma ferramenta de TI. Um exemplo bem sucedido nisso remete aos anos 80 e 90, quando a IBM educou o mundo sobre os benefícios da computação. “Ninguém sabia o que era o computador, a TI era uma caixa preta e quem trabalhava com isso era envolto em mistério. Ao educar as pessoas e fazê-las perder o medo da computação, a IBM alcançou 80% de market share e dominou o mercado”, conta. Essa iniciativa pode até não ser realizada pela TI, mas deve partir da área. Alinhamento estratégico Apesar de todas as habilidades a serem desenvolvidas, a principal deficiência – e consequentemente a necessidade urgente – está no pensamento estratégico. “E aqui, boa notícia: CEOs também não sabem fazer isso”, aponta. Então, a companhia vive em uma bola de neve, pois sem estratégia da empresa como um todo, não é possível direcionar a estratégia da TI. Uma das ferramentas estratégicas está em definir qual o foco corporativo entre três variáveis de crescimento: excelência operacional, desenvolvimento de produto ou intimidade com o cliente. Para o especialista, só é possível alcançar a excelência em um desses pontos, mesmo que seja possível ser bom em todos eles. “Isso não é diretamente ligado à TI. Mas, quando a companhia está

O que f

CIO e Seleciona e lê materiais sobre estratégia, colocandoos ao alcance de toda a organização;

Entende o papel único da TI em contribuir com a companhia. IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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e faz um

O estratégico? Antecipa tendências emergentes e toma à frente em passá-las para outras lideranças;

É capaz de questionar a companhia sobre escolhas estratégicas;

Introduz ferramentas estratégicas que auxiliam na tomada de decisões difíceis; Entende o processo estratégico e usa esse conhecimento para ajudar a companhia a criar sua própria estratégia; direcionada a um único foco, a solução de TI proposta pelo CIO e o direcionamento de sua equipe como um todo será diretamente relacionado a esse objetivo”, defende. Segundo o especialista, a estratégia é o centro do crescimento corporativo. Sem ela, é possível chegar a um objetivo, mas pode levar muito

tempo para isso. “É o paradoxo da atualidade: até a hora que você souber para onde ir, será tarde demais para chegar lá”, atesta DeLisi, parafraseando Charles Handy em ‘A Era do Paradoxo’. Há algumas perguntas que podem ser feitas para detectar qual o objetivo estratégico da companhia.

São elas: qual a missão de seu grupo? Como vocês são medidos? Quais os objetivos de seu grupo? Quais estratégias de negócio você usa para alcançar seus objetivos? Quais são seus fatores críticos para o sucesso? E, por fim, qual a contribuição do seu grupo para o sucesso da corporação? Você tem valor e participa disso?

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ESPECIAL ITFORUM

KEYNOTE

O CIO sobreviverá ao futuro? é levado para discussões empresariais. Para DeLisi, todo esse tempo mostra necessidades de mudança. “A ameaça pode até existir, mas ainda dá tempo de aproveitar a oportunidade para manter seu valor estratégico na organização”, diz. De acordo com o CIO Executive Council, sua importância permanecerá apenas se for mais focado em clientes, mercados e diferenciação competitiva. Ou seja, na verdade, o CIO crescerá – desde que atue como estrategista.

Foto: Photogama

Nos anos 90, Max Hopper já questionava a necessidade do papel do CIO nas organizações. Jens Eskenazi, por sua vez, atestou que o CIO não teria sua função evoluída e seria revertida a atribuições mais simples até, enfim, desaparecer. Entre as hipóteses, está a metamorfose da função em outros cargos, tais como Chief Digital Officer (CDO), Shared Services Officer (SSO) e até mesmo a manutenção da sigla CIO, mas com outra atribuição: Chief Innovation Officer. Cerca de 20 anos depois, esse ponto ainda

“Existe uma oportunidade muito grande para o CIO entender isso e ser o braço direito do CEO no desenvolvimento estratégico. Uma vez que é comum essa ausência, ao desenvolvermos as habilidades de comunicação e influência, a percepção da TI consequentemente mudará e a participação estratégica será natural”, aposta. Isso porque não apenas

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a deficiência é compartilhada, mas também a realidade da companhia. Percepção x Realidade A percepção que outras áreas têm da TI é que os profissionais são limitados por sua carreira. Eles não são vistos como potenciais executivos sêniores. Isso porque existe a percepção de que eles são analíticos IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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Cinco estilos de pensamento Embora os profissionais de TI se vejam como analíticos, o perfil predominante é o pragmático, aproximando-os do perfil de CEOs. Além disso, há demanda na TI por profissionais sintéticos, capazes de enxergar diversas perspectivas de uma questão e ao mesmo tempo fazer uma correlação entre elas, mostrando aos líderes executivos qual o caminho certo a seguir. A síntese não contempla apenas analisar e extrair dados, mas resumir pontos e tirar conclusões de negócio para serem correlacionadas. Habilidade rara entra CIOs, é preciso desenvolvê-la para aprimorar as possibilidades de solução de problemas com tecnologia, defende DeLisi.

• Sintético • Idealista • Pragmático • Analítico • Realista

e específicos e, consequentemente, não recebem oportunidades de lideranças amplas e vastas na empresa. (Veja mais sobre perfis no box acima) DeLisi desmitifica isso porque, ao serem analisados em seus perfis, CIOs e suas equipes tendem a ser menos analíticos do que o esperado. “Surpreendentemente, o perfil predominante é o pragmático, aquele

preciso aprimorar conhecimentos subjetivos, sobretudo, estratégicos, e convencer os demais executivos da capacidade da tecnologia em liderar mudanças, como um marketing pessoal e da área. “A hora é agora. Não existe outra liderança com a mesma oportunidade que o CIO. Se os executivos começarem agora, a evolução é real”, conclui DeLisi. IWB

profissional que quer as coisas feitas, não importa como, justamente igual ao perfil de CEO”, revela. Portanto, apesar de a percepção não ser a realidade, pela falta de habilidade de comunicação e estratégia, ela passa a ser real. Isso é prejudicial para a satisfação do CIO, e os afasta do papel executivo. Em resumo, o desafio é grande. É

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ESPECIAL ITFORUM

KEYNOTE WORKSHOP

Desafio constante VITOR CAVALCANTI | VCAVALCANTI@ITMIDIA.COM.BR

Estar integrado ao negócio é cada vez mais necessário à TI e isso passa por mudanças na postura do líder da área e na linguagem usada para se comunicar com a empresa 44 lay_WORKSHOP.indd 44

Maciel, da Korn Ferry: “As empresas são cada vez mais digitais e não importa o segmento de atuação”

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Fazer as perguntas corretas, cuidar da comunicação de forma geral e até educar a gestão executiva da empresa sobre o valor estratégico da TI estão entre as tarefas necessárias para o CIO neste momento de transformação da área. Embora muitos reconheçam essa fase de mutação e até enxergam oportunidades nela, no geral, existe uma discussão sobre o como fazer isso. “Quanto custa a TI? Mas quanto custa não ter a TI funcionando? O mais importante é o quanto temos que entender o negócio para estarmos sempre um passo adiante”, pontuou um CIO que preferiu não ser identificado, durante o Workshop Pensamento Estratégico, realizado durante o IT Forum+ 2013, na Praia do Forte (BA). Pensar estrategicamente e elevar o status interno da TI foram os principais pontos de discussão. Guilherme Maciel, principal na prática de TI da Korn Ferry, que conduziu a atividade, lembrou que manter a luz acesa é importante, mas que o CIO precisa usar todo o conhecimento para romper barreiras. “As empresas são cada vez mais digitais e não importa o segmento de atuação. Vocês têm essa capacidade para ajudar na era digital”, frisou, enquanto aplicava uma atividade baseada no livro For Your Improvement para auxiliar os gestores de TI na identificação dos principais problemas enfrentados no dia a dia. A ideia principal do workshop foi realmente instigar os executivos de TI a uma reflexão sobre o novo papel que ele precisa assumir internamente e manter a relevância do departamen-

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ESPECIAL ITFORUM

WORKSHOP

ERA DA TRAN COLABORATIV VOCÊ ESTÁ PR • PROFISSIONAL TÍPICO: AGENTE DE MUDANÇA • DESAFIOS: PROVOCAR MUDANÇAS DISRUPTIVAS NO NEGÓCIO • COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS: TRAZER E GERENCIAR ESSA EVOLUÇÃO E SER UM BOM GESTOR DE CRISE

O QUE O CEOS QUEREM? • Criar e pensar o diferente • Gerenciar relacionamentos diversos • Tomar decisões complexas • Demonstrar flexibilidade • Ser aberto e receptivo • Habilidades interpessoais • Se preocupar com os outros

to diante de uma corporação em plena transformação e em um momento quando comprar TI tem sido mais fácil pelo surgimento de modelos como software como serviço (SaaS, da sigla em inglês). “Concordo que o executivo de TI tem vida curta, e tende a morrer o perfil do passado. Mas como funciona a gerência de topo vendo a TI como um gerente executivo? Não sei se nos veem como opção enquanto executivo de negócios. Mesmo em reuniões de diretoria, a TI é sempre o último da agenda e isso é um desafio”, comentou Julio Picelli, CIO da Vard Niteroi. E realmente, tal desafio é enfrentado em muitas companhias. Pete DeLisi, coordenador do curso de Liderança em TI da Universidade de Santa Clara, nos Estados Unidos, que assistiu ao workshop, concorda com Picelli no sentido de que, no geral, os executivos das demais áreas não entendem a TI enquanto parceiro estratégico. “Mas precisamos educar nossos executivos seniores sobre a TI e seu valor”, insistiu. “Você, enquanto CIO, tendo a clareza sobre o caminho da TI, passa a

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ONDE OS CIOS FALHAM? • Criar o novo e diferente • Tomar decisões complexas • Demonstrar flexibilidade • Habilidades interpessoais

CORRA ATRÁS APESAR DOS DESAFIOS, HÁ UM MUNDO A SER EXPLORADO: • Qualquer competência pode ser desenvolvida • As melhores oportunidades para desenvolvimento estão no próprio trabalho • Profissionais com alto potencial são capazes de desenvolver novas competências facilmente • Estudos mostram que 70% do desenvolvimento necessário acontece dentro do trabalho, 20% em sessões de coaching e 10% em cursos IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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novell.com/mobility

ransformação ativa: á pronto? ter uma atividade mais ampla na educação do time. TI não é apenas tecnologia, mas como você a aplica e ajuda o seu negócio de maneira estratégica. Duas coisas são necessárias: entender para onde a organização vai e qual o seu papel nesse intermeio.” Mesmo quando as lições compartilhadas por DeLisi e os processos defendidos por Maciel parecem estar aplicados em uma organização, os desafios estão presentes, como compartilhou Harlen Duque, CIO do Grupo VDL, empresa da qual faz parte do board. “Estou lá há 15 anos e há cinco participado do board, onde passei a criticar os processos para melhorar. Até herdei a parte de operações e planejamento da indústria por conta disso. Mas temos que ser o negócio e ter agenda de visita aos clientes e assim ajudar o par”, explicou. Na mesma linha comentou Eduardo Rabboni, CIO da Algar. A diferença é que ele ressaltou a necessidade de entender as expectativas da empresa em relação à TI. “O que o CEO espera do CIO? É nessa carreira que precisamos crescer, embora o resultado seja coletivo. Às vezes, você quer muito e eles querem apenas o PC funcionando ou o BI fácil de mexer.” Durante a realização do exercício proposto pela Korn Ferry, a maioria

entendeu o momento de transformação pelo qual passa o departamento de tecnologia da informação e as empresas como um todo e, mais que isso, compreendeu a necessidade de desenvolver uma forma de trabalho mais estratégica. Existem muitas oportunidades para o CIO de hoje desde que ele esteja aberto ao desenvolvimento de novas habilidades ou mesmo para aceitar novos desafios como assumir outros departamentos ou até partir para um provedor de tecnologia, como refletiram alguns executivos presentes no workshop. Como lembrou Maciel, existe sim uma lacuna entre o que os CEOs esperam dos CIOs, mas nada que seja impossível de desenvolver caso o executivo de TI o queira. Durante a realização do workshop, ele apresentou um framework apontando as fases pelas quais os gestores de tecnologia passaram ao longo dos últimos anos, sendo a atual a era da colaboração, na qual o CIO se converte em um agente de mudança. Para caminhar nessa direção, o especialista sugere as seguintes atitudes: abaixar a guarda e solicitar feedbacks, fazer as perguntas certas, tomar o tempo devido para tomada de decisão, buscar ajuda sempre que necessário e administrar a linguagem não verbal. iwb

NOVELL. PORQUE A MOBILIDADE ESTÁ EM ALTA, E AS EMPRESAS INTELIGENTES ESTÃO EMBARCANDO NESSA.

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O mundo da tecnologia chama de “mobilidade,” a Novell simplesmente chama "vida". É por isso que lhe permitem dizer "sim" quando um funcionário quer conectar outro aparelho ao ambiente corporativo. Com as soluções da Novell, você não tem que lutar contra a maré de dispositivos móveis. BYOD? Estamos preparados!

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Especial itforum

Antes da TI, a Estratégia

Evolução para alcançar novos horizontes

Karen Ferraz | karen.ferraz@itmidia.com.br

Estudo conduzido pela IT Mídia, em parceria com o consultor Sergio Lozinsky, mostra que empresas listadas no ranking de 501 a 1000 maiores do País ainda têm muito a evoluir no quesito maturidade de TI

Em um cenário altamente concorrido e pulverizado como o estrato das empresas listadas no ranking de 501 a 1000 maiores do Brasil, o componente TI é fator de competividade capaz de agregar valor direta e indiretamente aos produtos, seja no aumento de produtividade, redução de custos e inovação. Contudo, ao lançar um olhar sobre a percepção interna da TI dentro desse grupo de organizações, o estudo “Antes da TI, a Estratégia”, produzido pela IT Mídia em parceria com o consultor empresarial Sérgio Lozinsky”, mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido pela TI para se tornar uma área estratégica. Para se ter uma ideia, a tecnologia da informação é considerada essencial para os planos de expansão dos negócios para 56% dos CIOs representantes dessas empresas, quando falamos dos gestores de TI das 500 maiores companhias do País, esse porcentual salta para 71%. No entanto, a percepção da área de modo geral apenas reflete na existência de gargalos relacionados à governan-

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Especial itforum

Antes da TI, a Estratégia

Qual a faixa de faturamento que reflete melhor os resultados da sua empresa? Faixa de faturamento De R$ 500,1 milhões a R$ 750 milhões De R$ 250,1 milhões a R$ 500 milhões De R$ 751 milhões a R$ 1 bilhão De R$ 1,1 bilhão a R$ 5 bilhões De R$ 100,1 milhões a R$ 250 milhões De R$ 50,1 milhões a R$ 100 milhões Mais de R$ 15,1 bilhões De R$ 5,1 bilhões a R$ 10 bilhões Não informa

% 23,98% 23,39% 20,47% 11,70% 7,02% 4,09% 1,17% 1,17% 7,02%

Como são definidos os projetos de TI? Existe um procedimento formal para todos os projetos, que procura documentar objetivos, escopo, equipe, requisitos, custos e benefícios esperados

32,48%

Os analistas de TI definem os projetos com base em discussões com a área de negócios

23,57%

O processo de definição de projetos é mais detalhado, incluindo não somente objetivos, escopo, equipe, requisitos, custos e benefícios, mas também aspectos de governança, envolvimento de terceiros, metas específicas a serem alcançadas e outros itens

22,93%

Existe um procedimento formal, mas não muito detalhado, para os principais projetos, cobrindo objetivos, escopo, custos e benefícios esperados

21,02%

Planejamento e Desenvolvimento da Arquitetura de Sistemas A maior parte dos sistemas relevantes já estão dentro da arquitetura formal

28,76%

Pelo menos alguns sistemas relevantes já estão dentro da arquitetura formal

20,92%

Ainda não foi adotada uma arquitetura de sistemas formalizada

20,26%

Os trabalhos de formalização de uma arquitetura de sistemas já forma iniciados

16,99%

Todos os sistemas são aderentes a uma arquitetura formal de sistemas

13,07%

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ça, arquitetura de sistemas e na dificuldade de obtenção de investimentos e capacitação de mão de obra. Conclusões do estudo mostram que dos 171 executivos entrevistados, somente 27% acreditam que TI é vista como estratégica, enquanto 45% afirmam que área é vista como fonte de custo, o que apenas reforça o desafio para esses CIOs conseguirem suporte para investir em novas tecnologias e transformações, avalia Lozinsky. “A tecnologia é vista como um custo, e não como um meio para alavancar os negócios, por isso, não temos nesse grupo um histórico de grandes investimentos em TI, diferentemente das 500 maiores. E isso é um sério problema, pois é difícil encontrar algum negócio hoje em que o componente de TI não seja estratégico para obter diferenciação em seus produtos.” Esses pontos marcam o contraste de maturidade entre empresas de portes tão distintos e, como destaca o consultor, a TI nem sempre tem voz ativa para mostrar quais poderão ser esses impactos no futuro. Essas questões ficam evi-

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Formalização dos Processos de TI Existem processos formais para gestão e acompanhamento de projetos

67,09%

Os projetos de TI são desenvolvidos com base em uma metodologia formal de trabalho

67,09%

TI trabalha sob acordos formais de níveis de serviços (SLAs)

43,67%

Existe um catálogo de serviços da TI, em constante processo de atualização

34,18%

Existe um conjunto de indicadores de desempenho da TI que é atualizado regularmente e apresentado à alta administração

47,47%

A contribuição dos projetos de TI para o negócio (ROI) é apurada formalmente

20,25%

Todo projeto relevante em TI é aprovado com base em um business case

34,81%

Existem processos formais para garantir a aderência de novos sistemas à arquitetura de sistemas projetada

31,01%

A maior parte dos processos de TI está formalizada e documentada

50,00%

Existem políticas de RH desenvolvidas para gerir os profissionais da TI - carreira, treinamento, avaliação de desempenho

27,22%

Existe uma política formal para renovação tecnológica (equipamentos, software, dispositivos)

44,94%

Existe uma política formal para uso de dispositivos móveis

48,10%

Existe uma política formal para BYOD (bring your own device)

6,33%

Nenhum dos itens anteriores ainda se aplica à organização atual da TI

6,96%

dentes quando analisamos que apenas 20% dos CIOs ouvidos afirmam que o ROI de seus projetos é aprovado formalmente, sendo que menos da metade disse possuir indicadores de desempenho, processos formais de renovação tecnológica e formalização de SLAs. Os números são ainda mais baixos quando falamos em níveis de serviço comprometidos, políticas de RH voltadas à TI, arquitetura de sistemas e catálogo de serviços. Como então mostrar que a TI está entregando resultados? A inexistência desses procedimentos formais e indicadores de desemprenho realçam o baixo grau de maturidade de seus processos de gestão e controle. No entanto, como indica a própria pesquisa, a intenção de crescimento e expansão dos negócios faz partes dos planos da maioria das companhias desse segmento. Buscar maturidade nos processos para gerenciar um número crescente de novas aplicações, tecnologias, dispositivos e usuários será fundamental para TI se tornar estratégica e apoiar a conquista de novos horizontes. iwb

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O CAMINHO MAIS CURTO PARA UMA TI EFICIENTE.

O Estudo “Antes da TI, a Estratégia”, é um levantamento sobre as tecnologias que devem ser adotadas pelos executivos de TI nos próximos anos, e o que os motiva a investir. São essas as informações que servirão de referência para as áreas de TI das maiores empresas brasileiras. Participe e tenha acesso a um conjunto de índices que poderão ser utilizados para aprimorar seus planos de ação em busca de construir uma TI mais eficiente, do jeito mais rápido.

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Participe, conclua e acesse o report do estudo! Acesse aqui o questionรกrio

Saiba mais: www.informationweek.com.br/estudos (11) 3823-6720 / 6634 antesdati@itmidia.com.br

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ESPECIAL ITFORUM

Antes da TI, a Estratégia em Saúde

Um despertar na

saúde

GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

Setor passa a ver competitividade e, mesmo com barreiras na adoção, lança mão do investimento em TI

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65%

Há muitos conflitos entre a equipe de TI e24% o corpo clínico da instituição GRÁFICO 5 TI, Médicos e Barreiras - Principais barreiras para ampliar a adoção da TI em sua instituição Mobilidade

Até R$ 2 milhões De R$ 2 milhões a R$ 8 milhões De R$ 8 milhões a R$ 15 milhões De R$ 15 milhões a R$ 30 milhões De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões DE R$ 30 milhões a R$ 50 milhões Mais de R$ 100 milhões

O que causará maior impacto na sua empresa nos próximos anos

Automação operacional

Orçamento insuficiente Cloud Computing Resistência dos profissionais Big Data Falta de conhecimento sobre os benefícios Social Business Falta de visão estratégica Outros Falta de apoio da direção

Orçamento para TI13%

8% 14%

6%

3%2%2% 4% 32%

1

54%

34% 17%

20%

20 TI participa 65%da elaboração das estratégias TI está liderando o processo TI está envolvida informalmente

24% Mobilidade Automação operacional Cloud Computing Big Data Social Business

Até R$ 2 milhões De R$ 2 milhões a R$ 8 milhões De R$ 8 milhões a R$7% 15 milhões De R$ 15 milhões 8% a R$ 30 milhões De R$ 50 milhões a R$ 100 milhões DE R$ 30 milhões a R$ 50 milhões Mais de R$ 100 milhões

29%

14%

O cenário de saúde no Brasil está passando por mudanças. Cada vez mais atento à mobilidade, as instituições do segmento ainda ficam um pouco atrás em maturidade de TI, sobretudo, quando comparadas com as companhias ranqueadas entre 501 e 1000 maiores do País. Mas existe um movimento interessante quando se observa a tendência de investimentos. As empresas parecem ter despertado e se dado conta da competitividade cada vez mais acirrada e de como novas tendências de mercado podem ajudar nas rotinas diárias.

Na prévia da pesquisa Antes da TI, a Estratégia em Saúde, realizada pela IT Mídia em parceria com os consultores empresariais Sergio Lozinsky 16% e Cláudio Giulliano, 8%apresentada durante o IT Forum + 2013, na Praia do Forte (BA), foi possível 26% detectar14% esse cenário. Enquanto menos de 10% dos hospitais usam prontuário eletrônico, a TI 34% Orçamento insuficiente está sempre entre as prioridades de investimento. Resistência dos profissionais desido conhecimento “A dependência em Falta TI tem cada vez sobre os benefícios visão estratégica maior. Se o sistema para,Falta todo de o hospital para”, Outros 20% relata Giulliano. A tecnologia daapoio informação Falta de da direção foi classificada como essencial para 73,05% dos executivos que participaram da pesquisa. 24% Isso se reflete no orçamento para tecnologia de informação, pois 11% pretende aplicar mais Mobilidade de R$ 15 milhõesAutomação na área, tida como prioridaoperacional de para 87,05% dos consultados. O índice está à Cloud Computing Big Data frente de ampliação e reforma das instalações, Social Business treinamento e desenvolvimento de equipes e até de processos de acreditação. Além disso, o setor começa a despertar

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24%

ESPECIAL ITFORUM Mobilidade

Antes da TI, a Estratégia em Saúde

Automação operacional Cloud Computing Big Data Estratégia empresarial Social Business

13%

32%

54%

TI participa da elaboração das estratégias TI está liderando o processo TI está envolvida informalmente

para uma certa competitividade entre 7% as instituições. “Isso é incomum para a saúde, pois somos instituições teorica8% mente não tão preocupadas com o lucro. 29% Talvez, entre operadoras de saúde, que lidam com vidas, isso seja um diferen14% cial”, explica o consultor. Isso é mais um motivador para o investimento em projetos de inovação, muitos dos quais utilizam TI. É o caso 16% da mobilidade, apontada por 69,46% dos consultados como o tópico que mais causará 26% impacto na instituição de saúde dos próximos anos, alcançando o topo da lista, à frente de automação Orçamento insuficiente (49,1%) e computação em Resistênciaoperacional dos profissionais nuvem (41,32%). “É um tema que chama Falta de conhecimento sobre os benefícios muita atenção, mas tenho visto pouca Falta de visão estratégica Outros utilização real no dia a dia. A demanda Falta de apoio da direção por mobilidade vem, muitas vezes, dos

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próprios médicos, que desejam acessar em seus dispositivos as informações de pacientes a fim de agilizar o atendimento”, avalia. Uma mudança interessante ocorrida no setor (quando comparado o resultado de 2012 com a prévia de 2013) é o investimento em segurança da informação. Antes em primeiro lugar entre as diretrizes que determinarão o plano estratégico de TI, com 49% de menções, em 2013 a segurança de TI está em quinto, com 29,34%. “Isso denota que a área de saúde começa a enxergar que gerir o negócio é importante. Talvez seja uma evidência do despertar para a competitividade do setor”, explica o especialista. Barreiras Entre as principais barreiras para alcançar a maturidade e a adoção de soluções de tecnologia está ainda o orçamento insuficiente, mencionado por 48,31% dos respondentes. Na sequência, aparece a resistência dos profissionais (43,22%) e falta de conhecimento dos benefícios (27,12%). A barreira financeira se reflete também na retenção de talentos de tecnologia para a saúde, justamente lideranças capazes de reverter o cenário de adoção. Mais uma vez, a área de saúde está atrás de companhias no estrato de 501 a 1000 maiores empresas – enquanto a saúde tem a ampla maioria (72,29%) com remuneração mensal abaixo de R$ 200 mil, quando analisadas empresas de múltiplos setores esse percentual cai para 48%. Por isso, também, a formação do gestor de TI na saúde é diversa. 39,16% tem formação em tecnologia e vem da área de TI de outra companhia, e uma parcela de tamanho semelhante (37,35%) tem formação tecnológica e vem do mercado de TI. Pouco mais de 22% possui formação em negócios, vindo da própria empresa ou de outras organizações. IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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13%

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Principais para TI participa barreiras da elaboração das estratégias TI está liderando o processo ampliar a adoção de TI TI está envolvida informalmente

7% 8% 29% 14%

16% 26% Orçamento insuficiente Resistência dos profissionais Falta de conhecimento sobre os benefícios Falta de visão estratégica Outros Falta de apoio da direção

saúde estão em estágio mais avançado de “informatização”, ou seja, com quase todas as informações armazenadas em sistemas de informação, sem a necessidade de impressão do papel na maior parte das atividades assistenciais ou da operação no dia a dia. “Mesmo sendo um porcentual baixo, todas as tecnologias tiveram uma ligeira elevação nas adoções. Tanto médicos como enfermeiros também estão usando mais a TI, sem muito registro de conflitos, então, estamos no caminho certo”, finaliza Giulliano. IWB

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ESPECIAL ITFORUM

KEYNOTE de Ideias – Big Data Intercâmbio

TENDO A INFORMAÇÃO COMO MATÉRIAPRIMA DO NEGÓCIO, A BOA VISTA SERVIÇOS NÃO TEVE ESCOLHA A NÃO SER ELABORAR UMA ESTRATÉGICA QUE UNIFICASSE A BASE DE DADOS E TRANSFORMASSE TUDO EM CONHECIMENTO

No mundo dos dados 58 lay_Intercâmbio Big Data BOA VISTA.indd 58

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Foto: Photogama

VITOR CAVALCANTI | VCAVALCANTI@ITMIDIA.COM.BR

Santis, da Boa Vista Serviços: não basta o dia-a-dia, é preciso analisar os dados

Como brincou Waldir de Santis, CIO da Boa Vista Serviços: entregar o pão quente todo dia é uma das atividades do executivo de TI, mas isso não basta. “A empresa quer que você analise os dados”, enfatizou, ao apresentar o caso da companhia sobre Big Data durante o IT Forum+ 2013, na Praia do Forte (BA). A postura de Santis revela muito sobre o perfil da empresa para a qual ele trabalha, mas deveria ser algo comum aos demais gestores de tecnologia que almejam um lugar de maior destaque dentro da corporação. 59

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ESPECIAL ITFORUM

Intercâmbio de Ideias – Big Data

200 milhões de informações comerciais estão armazenadas no SCPC Estar atento às tendências de mercado, sem importar como a indústria batiza ou rebatiza um pacote de soluções, é obrigação de um executivo que cada vez mais ganha espaço para influenciar decisões estratégicas a partir da aplicação da tecnologia nos processos corporativos. Dentro desse escopo, Big Data é uma delas. Obviamente, pela natureza do negócio da Boa Vista Serviços, que tem no dado e na inteligência do time toda sua riqueza, é mais fácil justificar o investimento. Como apresentou o CIO, a companhia administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que conta com mais de 200 milhões de informações comerciais entre pessoas físicas e empresas. A organização tem mais de 900 funcionários, registra sete milhões de consultas por dia à base de dados, conta com 30 mil clientes e possui um amplo portfólio de 80 produtos e soluções. “Temos 300 terabytes de informação e mais da metade de alta disponibilidade. Tem ainda a questão do ciclo de vida da informação que trabalhamos e não é fácil. Tudo está hospedado em três ambientes separados e próprios, cloud eu uso apenas para algumas atividades”, relatou Santis. Ao compartilhar alguns insights de como é complexo lidar com dados, ele lembrou: “TI inovadora não se faz com TI atual, tem

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que olhar outros parâmetros para atender do jeito certo, no tempo certo para agradar o cliente, e eu montei uma TI que tem vida própria.” É claro que antes de chegar ao estágio atual, com uma área dedicada ao tratamento das informações, a presença da figura do Chief Data Officer (CDO) e até com a chancela de uma certificação internacional pela governança de dados, houve todo um trabalho de unificação de bases e melhoria da infraestrutura, até pela história da Boa Vista que é recente. A companhia tem sua origem na Associação Comercial de São Paulo, que resolveu tornar o SCPC independente, criando a Boa Vista Serviços em 2010. No ano seguinte, houve a compra do braço brasileiro da Equifax, que veio com sua base de dados e sua infraestrutura com tecnologia diferente. E, como lembrou Santis, para se ter Big Data e extrair inteligência disso, um dos principais passos é a unificação de bases. “A nossa base vem desde 1955, quando foi fundado o SCPC da Associação Comercial de São Paulo”, relembrou o CIO, para passar seu ensinamento final: “Não é preciso descobrir o quê, mas como. O dado precisa estar completo, exato, acurado, atualizado. Além disso, o ciclo de vida dos dados é algo essencial de se trabalhar – dado certo, para pessoa certa e no negócio certo.” IWB

CURIOSIDADES: + de 50 milhões de consumidores consultados nos últimos três anos não tinham débitos 40% dos clientes têm apenas um apontamento 46% dos CPFs são de baixo risco Histórico de mais de 900 milhões de registros de débitos 7 milhões de consultas à base da empresa são registradas diariamente IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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ESPECIAL ITFORUM

KEYNOTE de Ideias – Big Data Intercâmbio

Vianna, do CPQD: análise de logs para melhorar a performance

Comece pelo simples DE OLHO NA MOVIMENTAÇÃO DO MERCADO, TI DO CPQD SE ANTECIPA ÀS ÁREAS DE NEGÓCIO E PASSA A TESTAR FERRAMENTAS DE BIG DATA COM INFORMAÇÕES GERADAS PELO PRÓPRIO DEPARTAMENTO

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Fotos: Photogama

Vitor Cavalcanti | vCavalcanti@itmidia.com.br

O que é Big Data? De maneira geral, o mercado usa a definição para se referir ao processamento e análise de grandes volumes de dados vindo das mais variadas fontes, podendo ser estruturados, semiestruturados e não-estruturados. Mas, na prática, isso pode variar muito de acordo com o porte e negócio da empresa. Alguns especialistas arriscam dizer que cada um vive seu próprio Big Data. E, tomando isso como verdade, é possível entender melhor a abordagem inicial criada pelo CPqD para lidar com o assunto. Maurício Vianna, CIO da instituição, apresentou o trabalho que ele vem desenvolvendo com a equipe ao longo dos últimos seis meses durante uma das sessões do Intercâmbio de Ideias no IT Forum+, que aconteceu na Praia do Forte (BA), entre os dias 14 e 18 de agosto. De olho nas movimentações do mercado, o executivo resolveu se antecipar às eventuais demandas das áreas de negócio e investiu em uma abordagem muito mais voltada a conhecer o ferramental e sua aplicabilidade antes de executar qualquer grande projeto dentro do CPqD.

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“Depois de instalado o ambiente, decidimos pegar onde havia muitos dados para se trabalhar. E temos muitos logs dentro de TI”, relembrou. “Temos ali coisas estruturadas e semiestruturadas. Pegamos dados de firewall, servidores de aplicação, roteador sem fio e jogamos na plataforma Hadoop. Além disso, possibilitamos a busca para visualizar o que estava acontecendo de forma amigável”, completou. Você, leitor, pode até achar estranho pensar Big Data e treinar o ferramental apenas com logs, mas existe sim uma geração intensa de dados. Apenas o log de firewall, como apresentou Vianna, gera 1,6 megabyte por minuto, 2,4 gigabytes por dia, 864 gigabytes por ano, ou seja, quase um terabyte de informação. Alguns fatos interessantes desse pontapé inicial do CPqD reside no fato de não haver um orçamento específico para o projeto e, no meio do caminho, ele ter provado um real benefício para o negócio até antes do esperado. A questão do dinheiro foi resolvida de duas maneiras: uso apenas de softwares livres (Haddop e aplicações criadas em torno da mais popular plataforma para armazenamento e processamento de grandes volumes de dados) e uso de discos que haviam sido desativados (em torno de 10 terabytes). Já quando o assunto é provar

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Intercâmbio de Ideias – Big Data

o valor do modelo de Big Data, Vianna relatou que, a partir da análise dos logs do firewall, foi possível identificar uma tentativa de ataque DNS. Tudo isso, dentro de um ambiente de testes. “A ideia, agora, é migrar aplicações com perfil analítico do banco de dados relacional para o Hadoop. Mas, para isso, ainda precisamos do conector para o BI”, relatou. Além da análise de logs, que segue com força total, a equipe do CPqD já começa a testar a solução para análise sentimental. O primeiro teste, como contou Vianna, foi com o streaming do Twitter. Eles já conseguem fazer diversos tipos de monitoramento, mas ainda não levaram isso para as áreas de negócio, mesmo sabendo que tal atividade será cada vez mais demandada. “Ainda estamos engatinhando, tem que ter uma parte analítica com regras para saber exatamente para o que servirá tudo o que é passível de análise”, entende. Um ponto positivo da iniciativa do CPqD foi ter deslocado uma pessoa da equipe para dedicar-se praticamente 100% ao projeto, além de criar um plano de horas para que outros profissionais do departamento também pudessem contribuir com o projeto. “Temos pessoas focadas em olhar para frente, monitorar o que está acontecendo, isso é da cultura da organização e nós tentamos tomar iniciativa antes de surgir qualquer tipo de demanda.” IWB

DESAFIOS ENCONTRADOS Tangibilizar conceito de Big Data e encontrar forma de aplicá-lo na organização; Tecnologia ainda é recente e sem muitos casos práticos para usar como exemplo; Arquitetura ainda muito na base da teoria; Falta de integração de aplicações (existe, mas ainda não funciona bem); Baixo suporte (no caso do CPqD, por optar apenas por softwares livres). IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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Interc창mbio KEYNOTE de Ideias - Cloud Computing

Foto: Photogama

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LEVAR MOBILIDADE E CONECTIVIDADE POR MEIO DA NUVEM PARA DIVERSAS OBRAS ESPALHADAS POR TODO O PAÍS FOI O FATOR PROPULSOR PARA O CRESCIMENTO DO GRUPO BUENO NETTO

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Pasin, do Grupo Bueno Netto: e-mail na nuvem foi o primeiro passo para a cloud

KAREN FERRAZ | KAREN.FERRAZ@ITMIDIA.COM.BR

Desde que o Grupo Bueno Netto iniciou seus esforços para expandir os negócios, em 2008, a companhia começou também uma reestruturação da TI para suportar o crescimento. Descentralizar a empresa e concentrar esforços nos canteiros de obra, deslocando para lá os funcionários que ficavam no escritório, foi uma das decisões tomadas para trazer velocidade ao modelo de negócio e permitir a evolução de novos empreendimentos. Só para se ter uma ideia, ao lançar uma nova obra, o canteiro deve estar pronto em 30 dias e, nesse período, a TI precisa estar funcionando para atender a demanda com disponibilidade. Essas e outras informações foram passadas pelo CIO da companhia, Marcos Pasin, que participou de uma das sessões de Intercâmbio de Ideias sobre Cloud Computing, durante o IT Forum+ 2013, na Praia do Forte (BA). No encontro, ele destacou o desafio da TI em oferecer mobilidade aos funcionários que eram retirados do escritório central para as obras. “Decidimos que se a empresa iria crescer, seria na obra. Então, precisávamos de uma ferramenta que fosse ágil, permitisse o acesso ao webmail, o uso de celulares e oferecesse outros recursos de comunicação, como gravação de vídeos e possibilidade de fazer conferências. Enfim, que permitisse ao funcionário trabalhar de qualquer lugar.”

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Especial itforum

A missão era deslocar aproximadamente 100 pessoas do escritório para obra praticamente do dia para noite. Imagine não apenas a complexidade técnica, mas também cultural em uma empresa de 35 anos e que atua em um setor ainda tido como conservador. Esses profissionais foram distribuídos em 30 sites em diversas localidades no País, explica Pasin. “Hoje temos toda a infraestrutura na obra, mas precisávamos oferecer recursos e conforto para essas equipes e a migração para a nuvem foi a solução”, afirma. Como a organização já usava outras aplicações da Microsoft, após alguns testes com outros fornecedores, chegou-se à conclusão de que o Office 365 era opção que mais se adaptaria à realidade da empresa, além de oferecer agilidade durante a implantação. E, para concretizar o uso do software, foi realizado um estudo que estimava a economia proporcionada pelo projeto em três anos, que seria de 40% em relação as ferramentas utilizadas anteriormente. O projeto resumiu-se, em primeiro lugar, migrar para a nuvem e, depois, em instalar um novo link para facilitar a comunicação. A migração durou três meses, sendo dois de planejamento para mapear todos os possíveis impeditivos e um de execução. Como a empresa utilizava o Exchange 2003, foi necessário migrar antes de mais nada para o Exchange 2010 e só então para a plataforma em nuvem. Os primeiros usuários a terem suas contas transferidas foram o presidente e a diretoria, depois de certificar que o processo havia sido bem sucedido, estendeu-se para os demais,

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Intercâmbio de Ideias - Cloud Computing

de modo que a companhia tem hoje por volta de 600 caixas de e-mail na nuvem. “Agora a empresa ficou pronta para crescer e temos infraestrutura para começar muitos canteiros de obra. Somos uma construtora e temos que aprender a construir cada vez mais rápido, e a TI é só uma ferramenta para isso, pois ela tem que viabilizar o negócio”, avalia. Além da redução do custo, a migração para o Office 365 ampliou a capacidade de armazenamento por usuário de 500 Mb para 25 Gb e, segundo relatou Pasin, os chamados com problema de acesso ao e-mail foram reduzidos drasticamente. “Tivemos benefícios quantitativos e qualitativos. Já no processo de migração as pessoas começaram a perceber a diferença, como a possibilidade de acessar e-mail nas obras, nos smartphones, além do link para acessar o bate de papo e fazer conferência. A comunicação na obra ficou muito mais fácil”, relata. O gestor de TI destaca ainda os ganhos com mobilidade e aumento da disponibilidade de acesso às informações, que ficam registradas para serem resgatadas a qualquer momento. Após a migração do e-mail, outros projetos do Grupo Bueno Netto começaram a ir para a nuvem, como, por exemplo, a realização dos backups de notebooks para resguardar as informações armazenadas, já que a empresa enfrenta problemas com roubos em obras. Aos CIOs que cogitam a possibilidade de migrar para a nuvem, Pasin recomenda, em primeiro lugar, uma avaliação de diversas propostas para conseguir negociar um bom preço. iwb

Um estudo prévio à adoção da nuvem da Microsoft estimou em 40% a economia em três anos, em relação à solução anterior

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Meio milhão de usuários corporativos, milhares de servidores e os produtos fundamentais de TI que sua empresa precisa. e-mail

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ESPECIAL ITFORUM

Intercâmbio KEYNOTE de Ideias - Cloud Computing

KAREN FERRAZ | KAREN.FERRAZ@ITMIDIA.COM.BR

Com um modelo de gestão com baixa aderência à terceirização, a equipe de TI da Universidade de Uberaba (Uniube) conta com 80 profissionais, voltados principalmente para o desenvolvimento interno de sistemas de gestão e educação. Mas com desafios crescentes, era hora de repensar algumas estratégias e avaliar outras possibilidades como o uso da computação em nuvem. E foi o que fez o diretor de TI da instituição, Luciano Lopes. Com mais de 66 anos, a Uniube possui cerca de 3,5 mil funcionários e 36 mil alunos, sendo metade destes matriculados em programas de ensino a distância, ou seja, conectividade e disponibilidade de espaço para armazenamento em e-mail são críticos. Assim, o departamento investiu na migração da plataforma de correio eletrônica – tanto de usuários administrativos como de estudantes -, dentro de um amplo projeto que começou a ser pensado em 2007. Entre os problemas enfrentados pela plataforma antiga estavam: limitação de espaço a somente 400Mb, falta de disponibilidade e redundância e contínua elevação de custos com backup e storage. 70 lay_IIntercâmbio Cloud UNIUBE.indd 70

CONSCIENTIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO. ESSAS FORAM AS PALAVRASCHAVE PARA A UNIUBE SUPERAR DESAFIOS INTERNOS E MIGRAR MAIS DE 14 MIL USUÁRIOS, ENTRE ALUNOS E FUNCIONÁRIOS, PARA A NUVEM, SEM ABRIR MÃO DA SEGURANÇA

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Lopes, da Uniube: “Para implantar um projeto como este, a TI precisa do apoio da direção e do RH”

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ESPECIAL ITFORUM

Intercâmbio de Ideias - Cloud Computing

Projeção de economia de US$ 250 mil por ano ajudou diretor de TI a garantir suporte para a continuidade da iniciativa em nuvem Ao falar sobre o caso em uma das sessões do Intercâmbio de Ideias sobre Cloud Computing, durante o IT Forum+ 2013, na Praia do Forte (BA), Lopes contou que, ao pesquisar as soluções oferecidas no mercado que mais atenderiam ao perfil da universidade, encontrou como opção o Google, que disponibilizava gratuitamente seu serviço de e-mail para instituições de ensino públicas e sem fins lucrativos. Por ser uma instituição filantrópica cujos resultados são revertidos para a sociedade por meio de atendimento prestado em hospitais e clínicas ortodônticas, a Uniube se enquadrava nas exigências. No entanto, a resistência dos gestores da universidade quanto à terceirização de serviços, consequente de uma experiência malsucedida no passado, representava uma barreira para a evolução do projeto. Entretanto, ao demonstrar que tal iniciativa geraria uma economia estimada na ordem de US$ 250 mil por ano, o diretor de TI teve argumento mais que suficiente para avançar com a ideia. Assim, em 2008, iniciou-se a migração de 12 mil contas de e-mail de estudantes para o Google Apps e, um ano depois, as contas dos dois mil usuários corporativos. Lopes explicou que apesar da quantidade de usuários corporativos ser menor, a massa de dados era muito maior, já que as contas de alunos não tinham um grande volume de informações.

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“Primeiro decidimos testar com alunos, para sabermos se enfrentaríamos indisponibilidade e outros problemas e, então, migrar no ano seguinte os e-mail corporativos.” Questão cultural Os dois processos de migração levaram 48 horas, quando foi preciso interromper os serviços, porém, não houve registro de grandes complicações. Além disso, o link que a instituição já possuía, de aproximadamente 20 Mb, foi o suficiente para suportar a conectividade com a nuvem. Apesar de o departamento de TI não ter enfrentado problemas durante a migração, o maior desafio foi a resistência cultural por parte dos usuários. Como ressaltou Lopes, muitos funcionários não aprovaram o modelo de organização de pastas do Google, dificuldade que foi solucionada pela TI a partir da demonstração de benefícios e facilidades, como os recursos de busca proporcionados pelos marcadores do e-mail. Além disso, a migração para o Google Apps proporcionou a expansão da capacidade de armazenamento de 7 Gb para 30 Gb, redução do tráfego de entrada e aumento do tráfego de saída e, sobretudo, a eliminação de possíveis custos com storage e backup. Quatro anos após a implantação e com mais de 2,5 mil usuários corporativos, a instituição enfrentou poucos problemas de indisponibili-

dade do serviço, totalizando menos de dez interrupções ao todo, que duraram menos de 15 minutos. O novo serviço de e-mail também agregou a possibilidade de utilização de novas funcionalidades, especialmente através de ferramentas de colaboração como Google Drive e Hangouts, e a opção de acesso móvel por meio de múltiplas plataformas. Muitos CIOs que assistiram à discussão questionaram a questão da segurança e privacidade dados na nuvem e, também, sobre o fato de o Google hospedar informações nos Estados Unidos. “É difícil confiar no que está fora de casa. No entanto, enquanto ainda não temos uma legislação definida sobre isso, o que estamos tentando fazer é orientar e conscientizar, pois só a política de controle não resolve”, comentou o diretor de TI. Para aumentar a segurança dos usuários e das informações armazenadas, a Uniube conta com os recursos disponibilizados pelo Google, como autenticação dupla, criptografia e gerenciamento de dispositivos móveis. “Conscientizar os usuários e utilizar esse tipo de autenticação pode até resolver problemas com senhas de baixa segurança escolhidas pelos professores, o que ajuda também a reduzir o risco de fraudes. Por isso, para implantar um projeto como este, a TI precisa de apoio da apoio da direção e do RH, além de uma política de segurança.” IWB IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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ESPECIAL ITFORUM

KEYNOTE de Ideias - Mobilidade Intercâmbio

PARA MELHOR GERENCIAR OPERAÇÃO DE FRANQUEADOS EM TODO O PAÍS, HABIBS ADOTA ESTRATÉGIA NÃO CONVENCIONAL: MOBILIDADE

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GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

Vieira, do Habibs: “Queríamos centralizar as informações e assim auxiliar na gestão das franquias, melhorando seu desempenho”

Administrar a produção de 400 restaurantes dispersos por todo o País num sistema de franquias, as quais possuem relativa autonomia em relação à marca, ao mesmo tempo em que mantém o padrão de qualidade é difícil. Pior ainda quando não há sistema único de TI para amarrar todos os elos dessa cadeia. 75

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Esse é o cenário para o qual o CIO do Habibs, Paulo Roberto Vieira, propôs uma solução inovadora e incomum quando se pensa em centralização de dados: o desenvolvimento e homologação de uma ferramenta que possibilita a utilização de smartphones para os garçons. A partir de então, os lojistas investiram na compra do aparelho Galaxy, da Samsung (o mais utilizado é o modelo Galaxy 5.5). O sistema registra os pedidos de cada mesa e os envia diretamente à central, passando por uma nuvem privada. “Queríamos centralizar todas as informações e assim auxiliar na gestão das franquias, melhorando seu desempenho”, conta. O objetivo do projeto era essencialmente acelerar a tomada de decisão e o processo de alteração e atualização de preços e produtos, propostas a partir da sede no menor tempo possível. Para viabilizar o projeto, foi feito um incremento em infraestrutura de TI interna para suportar o imenso volume de dados. Apenas para se ter uma ideia, aos sábados, o Habibs chega a registrar 15 mil pedidos por hora. “No lançamento do bolinho de bacalhau, foram 12 milhões de unidades vendidas”, exemplifica Vieira. Além do controle centraliza-

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Intercâmbio de Ideias - Mobilidade

do, a partir da informatização e do sistema de pedidos pelo smartphone, gerentes e administradores passaram a ter relatórios em tempo real das vendas, a fim de obter mais lucratividade. “Assim, em cada atendimento, os garçons ganham informações sobre sugestões de acompanhamentos a cada pedido, a fim de aumentar o tempo de permanência do cliente na loja e, consequentemente, vender mais”, relata. O sistema passou a ser obrigatório em todos os restaurantes, para atender as exigências do mercado altamente competitivo. “A melhoria na operação nos deu a segurança de impor esse sistema aos franqueados. O custo, a cargo de cada franquia, é muito inferior aos dispositivos usados anteriormente e o melhor desempenho na operação são argumentos favoráveis”, justifica o executivo. Resultados e Melhorias Dentre os principais resultados, está a diminuição drástica do tempo para balanço de pedidos em franquias mais remotas. Em alguns casos, a entrega de balanço de vendas caiu de 60 dias para segundos – porque, com o smartphone, a transmissão de informações a cada venda é feita em tempo real para a sede. O principal ganho, contudo,

foi a possibilidade de auxiliar na gestão de cada franquia, feita a partir da centralização na sede, capaz de garantir a segurança administrativa. “Ainda não temos os dados integrados com nosso sistema de estoque, mas essa é uma intenção para a segunda fase do projeto”, conta Vieira. O sucesso na mobilidade aplicada ao restaurante levou a realização de outros projetos, voltados ao cliente final. Atualmente, a companhia possui um aplicativo, apenas para iOS, mas já está em estudo um sistema para smartphones para restaurantes localizados em praça de alimentação em shoppings, a fim de interagir com pessoas próximas e consolidar vendas. Além disso, o Habibs também considera a implantação de terminais sensíveis ao toque para realização de pedidos nos restaurantes realizados pelos próprios clientes. No ano que vem, Vieira pretende também trazer recursos de QR Code para interagir ainda mais com o cliente e dar às lojas mais recursos tecnológicos móveis. “Para uma empresa como o Habibs, totalmente descentralizada, antes tudo isso era um sonho. Hoje, vemos que dados estão online e tudo está disponível, temos que tirar vantagem da tecnologia”, conclui o executivo. IWB

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KEYNOTE de Ideias - Mobilidade Intercâmbio

Brunassi, da Marilan: “Um ponto positivo da empresa é que estamos dispostos a correr riscos”

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Foto: Photogama

GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

A mobilidade não é novidade para a Marilan. Apesar de tablets e smartphones terem surgido no universo corporativo após a primeira década dos anos 2000, a empresa do setor alimentício com sede em Marília, no interior de São Paulo, investe em dispositivos móveis há mais de 30 anos. O CIO Alberto Brunassi é um dos líderes de TI que sempre apostaram nesta tendência, e, de certa forma, acompanha esta evolução. Em 1982, esteve à frente da compra de impressoras móveis integradas a dados de clientes que realizava pedidos pré-impressos, “um dos primeiros CRM da história”, brinca, mencionando sistemas de gestão de relacionamento com o cliente. Depois, vieram coletores Trigon, equipamentos portáteis HP conectados a uma impressora móvel, e, por fim, notebooks e smartphones. IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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Quando a mobilidade não é inovação MARILAN VÊ INVESTIMENTO EM TABLETS COMO EVOLUÇÃO DE SUA ESTRATÉGIA DE TI TRAÇADA HÁ 30 ANOS E REGISTRA NÃO APENAS ECONOMIA, MAS AUMENTO NA RECEITA Apenas em 2012, contudo, a companhia encontrou uma solução móvel capaz de atender completamente as necessidades de suas equipes de venda: a compra de aproximadamente 150 tablets Galaxy Tab 7’’. E a demanda veio dos próprios vendedores, que queriam trabalhar com um equipamento ágil e que facilitasse a exposição de vendas e elaboração de propostas. “Um ponto muito positivo da Marilan é que estamos dispostos a correr riscos. Sabemos que o Android possui vulnerabilidades, mas mantemos os riscos controlados para poder ganhar benefícios com os tablets”, relata Brunassi, que apresentou o case durante a sessão de Intercâmbio de Ideias do IT Forum+ 2013, realizado na Praia do Forte (BA). Assim, foram três meses para migrar o sistema de Windows Mobile, utilizado até então em smartphones HTC, para Android, e implementar novos recursos. O software foi inteiramente desenvolvido para a Marilan por uma empresa da cidade, pela proximidade e ausência de produtos semelhantes no mercado. Dois meses de projeto

piloto e o mesmo período para treinamento e implantação nas regionais foram suficientes para munir vendedores com os novos dispositivos nas visitas. “Nos surpreendeu o custo baixo de implantação e manutenção”, conta Brunassi. Para suportar a mobilidade, a Marilan teve que investir em planos 3G mais robustos, além da compra do equipamento e do sistema, somando, aproximadamente, R$ 330 mil. Mesmo contabilizando aparelhos quebrados ou roubados, o valor mensal a cada funcionário ficou inferior a R$ 100. Retorno calculado Brunassi atribui o sucesso em grande parte pela política bem estabelecida com os funcionários. Como o aparelho continha recursos como geolocalização para planejamento das rotas dos vendedores, uma consultoria jurídica foi feita para munir a companhia de arcabouços legais para estabelecimento de uma política de utilização do recurso. Para o CIO, isso foi fundamental para o bom uso dos tablets, em regime de comodato.

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A permissão para uso do sistema é feita diariamente, a partir da primeira conexão. A partir de então, o sistema funciona também off-line. Para evitar custódia ao ERP, o tablet envia as informações em PHP na plataforma interna Saci (sigla para sistema de automação de controles internos), desenvolvida com a finalidade de intermediar sistemas. Além disso, um firewall de rede faz a segurança de internet – pois os aparelhos não têm acesso direto à rede crítica da companhia. Após cerca de um ano da implantação, as economias são consideráveis. Não apenas na redução de custo com impressão - como o fim do catálogo impresso, uma vez que o mesmo é distribuído pelo tablet -, mas também no aumento no número de visitas devido às rotas pré-traçadas pelo gestor, redução com suporte e treinamento e até economia com combustível. A agilidade para devolver pedidos de venda também foi notória, até pela facilidade de navegação oferecida pelos tablets. É possível notar ainda um aumento direto na receita após a adoção do Galaxy. “Com mais visitas por vendedor, mais vendas são realizadas. Numa conta conservadora, uma visita a mais por dia é suficiente para elevação substancial do resultado do mês”, afirma o executivo. O desempenho individual de cada funcionário é estimulado pelo compartilhamento de metas e indicadores de desempenho comparados aos de outras equipes, também

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Intercâmbio de Ideias - Mobilidade

distribuídos no aparelho, a pedido dos próprios vendedores. Os recursos recebidos pelo time de vendas são variados e inclui análises de BI, pesquisas de mercado, gestão de contratos e acompanhamento dos pedidos até a entrega. “O vendedor passa a ser um gestor de suas vendas, não apenas um cargo operacional”, testemunha Brunassi. Gestão Por enquanto, a gestão dos aplicativos é feita por uma conta no Google Play padronizada com um usuário da Marilan – e, por isso, a TI tem o controle de quais aplicativos são baixados, impedindo download de jogos, redes sociais, entre outros. Entre os próximos passos de melhoria, contudo, está a contratação de um software de Mobile Device Management (MDM), que também realizará incrementos na gestão de segurança dos equipamentos. Hoje, o controle da segurança é realizado com o aplicativo xtraSEC, disponível gratuitamente. Está prevista também a reformulação da interface das telas e a preparação para uso de tecnologia de reconhecimento por voz, além da ampliação da distribuição dos equipamentos também para promotores da marca. “Pretendemos também integrar o sistema dos tablets com o de estoques, para agilizar ainda mais o processo de venda e consolidar o dispositivo como ferramenta crucial de vendas”, finaliza. IWB IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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DEBATE - MOBILIDADE EM SAÚDE

Vidas sem

FIO GABRIELA STRIPOLI | GABRIELA.STRIPOLI@ITMIDIA.COM.BR

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Conforme detectado no estudo Antes da TI, a Estratégia na Saúde, realizado pela IT Mídia em parceria com os consultores empresariais Claudio Giulliano e Sérgio Lozinsky, para grande parte das instituições brasileiras o hospital completamente informatizado, sem papel e conectado, pode estar longe da realidade. Relatos de CIOs de hospitais, contudo, mostram que já é possível ver iniciativas de sucesso e de destaque que começam a reverter esse quadro, servindo de exemplo para se multiplicarem ao redor do País. O debate Mobilidade na Saúde, realizado durante o IT Forum+ 2013, mostrou um desses exemplos. Trata-se do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com uma exemplar rede sem fio na qual são conectados desde smartphones e tablets de médicos e enfermeiros, para consultas a prontuários e situações de cada paciente. A rede também oferece novas possibilidades de terapias recreativas a pacientes de internação.

Mobilidade leva às instituições de saúde novas possibilidades operacionais, mas o desafio está em como trazer o conceito para dentro da estratégia da instituição como um todo 83 lay_Debate Mobilidade na Estratégia da Saúde.indd 83

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ESPECIAL ITFORUM

DEBATE - MOBILIDADE EM SAÚDE

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Luiza, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre: “Não podemos nos colocar como super-heróis para resolver tudo dentro do hospital. É a direção estratégica que nos demanda”

À frente da diretoria de TI do HCPA, Maria Luiza Malvezzi conta que a iniciativa partiu do próprio corpo médico do hospital. “Os próprios médicos trouxeram seus smartphones e queriam usá-los no ambiente de trabalho. Hoje, todo mundo tem um aparelho e faz grande parte das atividades com ele”, conta Luiza. A mobilidade entrou na pauta do HCPA em 2005, em fase de estudo, e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) Móvel foi implantado em 2012, após o desenvolvimento de prontuário eletrônico em PDA’s, ins-

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Oliveira, da Rede D’Or São Luiz: “Mobilidade faz parte do nosso plano estratégico porque vemos muito potencial nisso”

talação de rede wireless e registro da administração da medicação na beira do leito com código de barras. O sistema permite consulta a diagnósticos, prescrição vigente, resultados e laudos de exames e evolução. Além disso, também registra sinais vitais, monitoramento e evolução do paciente, seguindo os mesmos princípios éticos e legais já adotados no prontuário eletrônico. Para isso, é essencial o alinhamento estratégico e o trabalho convergente de todas as áreas internas em prol do bem do paciente com o uso da tecnologia. “Nós [CIOs da saúde] não podemos

nos colocar como super-heróis para resolver tudo dentro do hospital. É a direção estratégica que nos demanda. Se a gestão de vocês não estiver puxando isso, não é o CIO sozinho que vai mudar todo o cenário”, relata. Realidade diferente é a vivida por Marlon Oliveira, da Rede D’Or São Luiz. Ele está implantando um sistema móvel na rede de hospitais, após se deparar com algumas dificuldades em outros projetos de TI. “Tentamos implantar ultrabooks ao lado do leito e até que houve uma boa aceitação, mas não tínhamos a agilidade necessária. Sem contar IW Brasil |Brasil Setembro InformationWeek |Janeirode de2013 2010

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Simão, do São Camilo: iniciativas do Ministério da Saúde e da ANS trazem boas perpsectivas para o futuro móvel na saúde

pequenos detalhes, como a luz do notebook no quarto que gera desconforto para alguns pacientes”, relata. A principal expectativa com o sistema móvel para smarphones e tablets é o ganho de agilidade, especialmente na direção do hospital que, aos poucos, será replicada nas unidades onde o sistema ainda não chegou. “Faz parte de nosso plano estratégico porque vemos muito potencial nisso”, conta.

Barreiras Klaiton Simão, CIO do Hospital São Camilo, evidencia o pré-requisito de se ter certificação digital para que a mobilidade seja trabalhada com segurança. O ambiente de hospital, contudo, se sente mais seguro com o papel. “Sem ele, muitas vezes você não tem garantias”, pontua. Para ele, a tecnologia deve evoluir para biometria, já usada por bancos, para aumentar a segurança nas operações móveis na saúde. “Grandes iniciativas já vem acontecendo, e vejo um viés de esperança na evolução. Todas iniciativas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional da Saúde (ANS), como o cartão nacional do SUS, centralizando e digitalizando informações, eram impensáveis quando entrei no ramo de saúde, há 15 anos”, exemplifica. Na perspectiva de Simão, após a consolidação do padrão TISS (sigla para Troca de Informação de Saúde Suplementar, programa da ANS), a saúde brasileira terá mais perspectivas de colocar em prática diversos projetos de mobilidade em mais hospitais. “Mais ou menos o que acontece com o Cnab na área bancária”, completa, fazendo referência ao Centro Nacional de Automação Bancária da Febraban.

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ESPECIAL ITFORUM

DEBATE - MOBILIDADE EM SAÚDE

Evolução Projetos de mobilidade na saúde, quando vencem os obstáculos para desenvolvimento e implantação, mostram benefícios além da resposta ao corpo médico. No caso do HCPA, a rede acabou evoluindo para alguns sistemas de recreação terapêutica, visando a pacientes com internação de longo prazo. “Não prevíamos isso, mas vimos que melhorou a qualidade e satisfez nossos pacientes. Então, mantivemos”, expõe Luiza. Para manter essa vertente e evitar o contato de pacientes com sua equipe de TI, a executiva propôs o treinamento da equipe de terapia por um de seus funcionários. Assim, os próprios terapeutas podem auxiliar no suporte e seus profissionais não têm foco desviado. São coisas simples, como tirar pequenas dúvidas de conexão e sugerir conteúdos como filmes e jogos. Mesmo consolidado, melhoria e evolução são contínuas. Uma das demandas, em estudo, é o acesso ao sistema em redes remotas – hoje, isso só é possível quando o médico estiver dentro do hospital por razões de segurança. “É um caminho sem volta. Por que limitar a mobilidade, se é algo que por definição deve ser acessível e sem fronteiras?”, questiona Luiza. Para Oliveira, da Rede d’Or, essa expansão é viável, com o incremento apenas em segurança da informação. “A única preocupação é garantir os níveis de segurança, porque os dados serão sempre acessados”, explica. A possibilidade de dar conteúdo ao corpo médico fora do ambiente de trabalho expande o pré-atendimento, assim, o profissional pode chegar ao local já previamente informado sobre as condições de cada atendimento. “O profissional de saúde tem que manter a percepção de que seu trabalho deve ter aderência ao paciente e à melhora de sua saúde”, resume Simão, do São Camilo. “Tudo que gera resultados positivos deve ser fomentado”, apoia. IWB

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INOVAR É VER O QUE HÁ DE NOVO NO ANTIGO Nada se cria do nada. Toda inovacão, por mais simples que seja, nasce de uma necessidade real e já existente.

A IT Mídia inicia a décima terceira edição do estudo 100+ Inovadoras no uso de TI, estudo que se apresenta como o principal balizador da aplicabilidade da tecnologia em prol da inovação empresarial, apontando as empresas que percebem a TI como ferramenta estratégica e defendem este investimento. Possui algum projeto inovador? Compartilhe conosco!

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Inovação

Flávia D’Angelo, especial para IW Brasil

Conceito de Internet das Coisas emergiu em meados dos anos 80 para ilustrar um futuro onde tudo se comunica. Hoje, representa uma janela de oportunidade ao mercado corporativo

Se as máquinas

falassem 108

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Q

uando surgiu, em

periodicamente por todos os carros, medidores elétricos, torradeiras

meados dos anos

e celulares para a internet. A IMS Research estimou que, em 2020, ha-

80, a comunicação

verá cerca de 22 bilhões de sistemas embarcados e outros dispositivos

entre

portáteis conectados à web que produzirão mais de 2,5 quintilhões de

era

máquinas vista

como

bytes de dados novos a cada dia.

coisa do futuro,

Para o professor chefe do curso de Tecnologia na Fundação Getú-

tratada em filmes como Blade Run-

lio Vargas (FGV) e CEO da Questera Consulting, Raul Colcher, estamos

ner (1982) ou De Volta para o Futuro II

assistindo ao despertar de mais uma nova e importante onda em que

(1989). Quem não se lembra da roupa

a evolução e o amadurecimento da microeletrônica, informática e te-

automatizada de Marty McFly, dos

lecomunicações estão prestes a viabilizar a interconexão de todos os

carros voadores ou até mesmo dos

tipos de dispositivos, incluindo sensores e atuadores, eletrodomésti-

garçons holográficos que atendiam

cos, dispositivos de automação industrial e robótica. “A convergência

no bar visitado pelo personagem em

e a integração dessas ondas tecnológicas permitirão a criação de um

2015? Embora intangível na época,

ambiente completamente novo, em que as possibilidades de negó-

nascia ali o conceito de internet das

cios, lazer e entretenimento, acesso à informação, aumento de efici-

coisas e, também a ideia da comuni-

ência dos governos e macros sistemas públicos serão dramaticamen-

cação entre máquinas, ou Machine to

te amplificadas, tornando obsoleta a realidade tecnológica a que nem

Machine (M2M). Ali havia um simples

tivemos a chance de nos acostumar”, explica.

exercício de futurologia, mas o que

Esse novo ambiente de negócios, segundo a Cisco Systems, per-

não se previa era que a revolução es-

mitirá que, ao melhorar as operações e o atendimento ao cliente, em-

tava prestes a explodir e, em poucas

presas do setor privado gerem, pelo menos, US$ 613 bilhões em lucros

décadas, o impacto da internet seria

globais ainda neste ano. A pesquisa de índice de valor da IoE (sigal

tremendo não só na vida cotidiana

para internet de todas as coisas, como a empresa se refere ao concei-

como também na corporativa.

to) foi feita com 7,5 mil empresas mundiais e líderes de TI em 12 países,

Hoje, a internet das coisas promo-

entre eles o Brasil. Pelo levantamento, os Estados Unidos, a China e a

ve mais que uma mudança de para-

Alemanha devem obter o maior valor em 2013. Nesse ranking, o Brasil

digma. Em linhas gerais, representa a

está em 10º lugar. O estudo concluiu também que as empresas pode-

integração e a interação de pessoas e

riam obter US$ 544 bilhões adicionais por meio da adoção de práticas

objetos físicos e virtuais por meio de

de negócios, abordagem de clientes e tecnologias que aproveitassem

uma conexão de internet. O uso de

a conexão irrestrita.

tecnologias de rastreamento, identificação e troca de informações fará, por

Na prática

exemplo, com que esse novo padrão

Usando inicialmente códigos de barras e radiofrequência, a co-

de comunicação seja capaz de gerar

municação M2M sem intervenção manual ajudou muitos negócios

uma avalanche de dados que ficará

de distribuição e logística a ganhar eficiência, reduzir custos e riscos.

armazenado e disponível ao mundo

Hoje, com a evolução de sensores poderosos e inteligentes conecta-

físico no chamado Big Data. Em um

dos diretamente à internet, com o uso de câmeras móveis e redes sem

futuro próximo, uma imensa quanti-

fio de alta velocidade e o espaço de endereçamento virtualmente

dade de informações sobre tempera-

infinito, a inteligência de aplicações de negócios contribui para uma

tura, trânsito, consumo de energia, lo-

ampla gama de novas oportunidades. Do ponto de vista de TI, além

calização, entre outras, será enviada

de potenciais usuárias, as empresas de tecnologia serão responsá-

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Inovação

O jeito Einstein de conectar máquinas O Hospital Israelita Albert Einstein já possui uma infraestrutura básica montada para suportar a Internet das Coisas. Até agora, como informou o CIO da instituição Ricardo Santoro, foram investidos R$ 5 milhões e, em breve, será colocado em prática um grande projeto de automação de todas as áreas do hospital. A partir da conexão de dados de todos os monitores, os médicos conseguirão monitorar pacientes e até fazer prescrições de medicamentos com base nas informações coletadas. Veja abaixo os projetos que o hospital tem na área de IoE: Na UTI: monitores conectados nos pacientes que medem pressão, gasometria, temperatura, entre outros pontos essenciais no cuidado da pessoa hospitalizada. “Fizemos uma integração para coletar as informações desses monitores automaticamente e um sistema faz o cruzamento desses dados. Quando o sistema, por meio desses cruzamentos, detecta alguma informação crítica, ele gera um alerta.” Geladeiras de medicamentos: a partir de uma tag de RFID que coleta a temperatura da geladeira, é possível monitorar medicamentos que precisam ficar sob determinada temperatura média. A etiqueta coleta a informação, envia para o sistema e, se tiver algo fora do padrão, o responsável tem que verificar o que está acontecendo e fazer a manutenção. Localização de ativos: cadeira de rodas, maca, entre outros equipamentos podem ser mais bem controlados a partir do uso de RFID e a instituição tem se organizado para isso. Desta forma, é possível saber onde tem uma cadeira e a exata localização do equipamento. Transporte de paciente: a instituição usa RFID com o transportador, o mensageiro. Assim, é possível trabalhar a localização e acionar o mensageiro que está mais próximo do paciente que precisa ser transportado. Ultrassonografia: a ultrassonografia usa alguns catéteres para fazer alguns exames e eles têm que ser esterilizados. O RFID permite monitorar se e quantas vezes eles foram esterilizados e também se já estão disponíveis para uso. Controle do recém-nascido: para ter certeza que aquele recém-nascido é daquela mãe e que ele não está saindo do hospital sem autorização, o hospital trabalha forte na aplicação do RFID para ajudar ainda mais no controle já existente. “Vamos colocar controle nas portas da maternidade, nos berçários da UTI neonatal e já colocamos pulseirinha no bebê e na mãe.”

veis pelos softwares que rodarão

Embora ainda esteja limitada

nessas máquinas. Além da eficiên-

a aplicações para o setor público

cia da operação, esses programas

(transporte, segurança e monito-

devem fazer com que as máquinas

ramento ambiental), a internet das

cooperem entre si quando necessá-

coisas emerge aos poucos para o

rio e, sobretudo, garantam a privaci-

mundo corporativo. Colcher, da FGV,

dade das pessoas. Assim, o mercado

aponta que as possibilidades no uni-

de internet das coisas será muito

verso empresarial são infinitas. “Na

interessante para as micro e peque-

indústria, certamente haverá um

nas empresas, que vislumbrarão um

grande dinamismo das aplicações

novo território de desenvolvimento

de integração da retaguarda (ERP)

e adaptação de software conforme a

com o chão de fábrica, na logística,

cultura de cada país, suas particula-

na criação de cadeias de valor inte-

ridades econômicas e de legislações.

gradas com o varejo, alcançando o

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O Brasil está atrasado em relação a outros países na adoção da internet das coisas devido a aspectos muito além da infraestrutura

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Foto: Divulgação

Inovação

Taurion, da IBM: internet das coisas pode funcionar em absolutamente todos os setores

consumidor final com dramáticos

ção e melhoria de eficiência logística, na estocagem e nos

aumentos de eficiência. No médio

processos de transporte e distribuição”.

prazo, com o progresso, a matura-

Cezar Taurion, evangelista da IBM, entende que a in-

ção e a disseminação das impres-

ternet das coisas pode funcionar em absolutamente em

soras tridimensionais, podemos

todos os setores. Saúde, governo (cidades inteligentes),

esperar uma grande revolução de

utilities e educação são alguns deles. O Brasil, porém, está

manufatura descentralizada sob

atrasado em relação a outros países na adoção do concei-

demanda, destinada a mudar o pa-

to e o desafio vai muito além de nossa infraestrutura ina-

radigma da indústria. No agronegó-

dequada. “Precisamos tornar a nossa logística eficiente.

cio, as possibilidades também são

A dificuldade é que as nossas universidades ainda não

grandes, com impacto potencial

estão antenadas com isso. As empresas que poderiam es-

na mitigação de riscos climáticos

tar usando mais intensamente inteligência em seus obje-

e ambientais, redução de custos e

tos também não estão muito antenadas com isso”, afirma,

aumento de rendimento de produ-

ressaltando que a maioria dos CIOs com quem conversou

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Operações comerciais por segundo: desempenho inigualável dos servidores da Cisco. 1

1.584.567 34% Desempenho de banco de dados líder do setor

34% mais rápido 2

Cisco Unified Computing System

Desempenho inigualável de aplicações inigualável com servidores Cisco. Saiba mais em cisco.com.br/servidores

Supera o RISC em

57%

em aplicações Java3

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Foto: Ricardo Benichio

Inovação

Figueiredo, da IDC: CIO precisa preparar estrutura e se ater à segurança nas duas pontas da transmissão

acha o conceito interessante, embo-

uma estrutura tanto de software, de

internet das coisas, na medida em que

ra ainda não faça parte da agenda

hardware e de aplicativo para proces-

oferece um amplo espectro de novas

para o ano que vem. “Muitos deles

samento dos dados que ele vai rece-

possibilidades, representa, ao mesmo

ainda olham para dentro das orga-

ber. “Além de preparar a estrutura, ele

tempo, uma oportunidade e um desa-

nizações. Eles têm que ser mais ino-

também deve se ater à segurança nas

fio. Os CIOs mais proativos certamen-

vadores e olhar o custo que podem

duas pontas da transmissão. Ele pre-

te já promovem estudos específicos

reduzir se colocarem dispositivos

cisa ter certeza de que a informação

para suas organizações e incorporam

inteligentes. Não posso generalizar,

trafegou de um lado ao outro sem que

esse novo universo de consideração

mas muitos ainda são conservado-

ninguém tenha tido acesso a ela. Não

em seus planejamentos estratégicos,

res e isso faz com que a internet das

é nem em relação a proteger contra

valendo-se para isso de recursos inter-

coisas fique na área de risco e não na

captura e sim fazer com que essa in-

nos, de consultorias especializadas e

lista de prioridade.”

formação só ele consiga ler”, pontua,

da academia”, afirma.

Preocupações do CIO Na opinião do gerente de Pesqui-

lembrando a necessidade de uma

Embora ainda não seja potencial-

abordagem sob a ótica da aplicação e

mente um alvo para os cibercrimino-

não do antivírus.

sos, previsões mostram que haverá

sa e Consultoria da IDC Brasil Ander-

Já o professor da FGV destaca que

50 bilhões de dispositivos móveis em-

son Figueiredo, a internet das coisas

o CIO atual emerge como viabilizador

barcados em todo o mundo nos pró-

é para as empresas um grande acele-

e fomentador de novas oportunidades

ximos 20 anos, o que pode despertar

rador de negócios pelo seu potencial

de negócios ancoradas em tecnologia,

a atenção dos hackers. Para Marcelo

de prover informações sobre os há-

estudando e preparando a organiza-

Ehalt, da Cisco, o CIO deve investir

bitos de consumo de sua produção.

ção para aumentar a sua produtivida-

em recursos e infraestrutura correta.

Por isso, uma das principais preocu-

de, a qualidade de seus produtos e pro-

“No momento em que se começa a

pações que o CIO deve ter é montar

cessos de negócios. “Nesse sentido, a

conectar as máquinas e dar mais inte-

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Previsão de lucro em bilhões de dólares com IoE em 2013 US$ 253,0

Estados Unidos

US$ 76,9

China

US$ 54,4

Alemanha

US$ 41,0

Japão

Estudo da Cisco estima que ainda neste ano a internet das coisas movimentará US$ 613 bilhões ligência a elas, segurança é crucial. E é uma segurança diferente do que esta-

US$ 35,6

mos acostumados. Ela deve controlar

Austrália

a vulnerabilidade em todas as pontas e deve ter inteligência para tratar a informação e saber para onde levar, com

US$ 32,2

o sigilo necessário”, explica.

França

Outro ponto de atenção para o CIO, segundo Ehalt, é a conexão do

US$ 30,2

ambiente atual de TI com novas tec-

Canadá

nologias. “Normalmente quando a empresa quer a Internet das Coisas,

US$ 28,4

Reino Unido

US$ 18,2

Índia

ela já tem um legado. É preciso que ele viabilize, atualize e visualize todos os processos para assimilar essas novas tecnologias. Quando falamos em IoE, falamos em quatro pilares: pessoas,

US$ 17,3

Brasil

dados coletados, coisas conectadas e processos. Você tem que ter os pro-

US$ 17,0 US$ 9,2

cessos definidos para poder fazer

Rússia

com que haja a conexão de pessoa com pessoa, pessoa com máquina e

México

máquina com máquina”, alerta.

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Fonte: Cysco Systems

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Multiconectado Tendência

H

á quanto tempo você ouve falar de internet das coisas, mundo conectado e todos os desafios que acompanham esse tipo de tendência? Tudo aquilo que parecia ficção

Vitor Cavalcanti

científica está cada vez mais presente em nosso dia a dia. Aos poucos, o mundo co-

nectado, similar ao que o desenho Os Jetsons nos fazia imaginar quando crianças, se concretiza. A parte boa vem com toda a comodidade de viver em uma sociedade assim. A mobilidade é facilitada, problemas diversos são resolvidos de forma mais simples e mais rapidamente. Mas tudo isso tem um custo e alguém precisará estar preparado para lidar com toda a complexidade que circunda esse mundo moderno e multiconectado. Em recente evento realizado para clientes em Orlando, nos Estados Unidos, ao qual a reportagem de IW Brasil foi convidada a participar, o presidente da Cisco, John Chambers, ao falar sobre a internet de todas as coisas (IoE), conceito que a empresa trabalha neste momento, calculou que, em breve, chegaremos a 50 bilhões de dispositivos conectados, sendo 40% disso proveniente da comunicação M2M. "Hoje a internet está no momento social e na IoE será de pessoas, processos, dados e coisas.” “Trata-se de uma oportunidade de US$14,4 trilhões e manufatura é a vertical onde reside a maior oportunidade, seguida por varejo, informação e finanças", explicou, apontando que o mundo conectado não diz respeito apenas às residências, necessitando, portanto, estar na agenda de qualquer CIO. "99% do mundo ainda não está conectado quando se pensa na IoE.

De uma visita a Lake Nona, na Flórida, a reportagem traz três exemplos de como aplicar tecnologias que envolvem o conceito de cidade conectada e internet das coisas 116

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E muitas coisas boas podem acontecer quando você conecta o que está desconectado." Durante o mesmo evento, a reportagem teve a oportunidade de visitar nos arredores de Orlando um projeto que traduz parte da essência do que vem a ser esse mundo multiconectado. Trata-se de Lake Nona, uma comunidade que conta com um condomínio ultramoderno, onde as casas são dotadas de todo o tipo de tecnologia possível, e com o que eles chamam de uma cidade médica, fundada do zero e construída pensando em como essas conexões podem contribuir para uma vida melhor - além de melhorar o ambiente de pesquisa, o ensino em saúde, o tratamento de pacientes e o convívio em sociedade. Localizado no sul do estado norte-americano da Flórida, Lake Nona é um esforço conjunto de líderes da comu-

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nidade. A ideia dessas pessoas é

US$ 2 bilhões em construções e

coisas uma realidade para pa-

transformar a região em uma re-

criados seis mil empregos dire-

cientes, estudantes e médicos",

ferência em saúde, a partir do in-

tos. Não medimos o sucesso, mas

detalha Thad Seymour, vice-pre-

vestimento em educação médica

o impacto que podemos ter como

sidente do Lake Nona.

e em inovação.

um todo. A inovação no século

Da visita, separamos três

"Queríamos criar o espaço

XXI só vem por meio da tecnolo-

exemplos de como eles já aplicam

ideal para inovação por meio da

gia. E um dos compromissos aqui

o conceito de IoE e que tipo de re-

colaboração. Foram aplicados

era fazer da internet de todas as

sultado é possível extrair deles.

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Tendência

Saúde Inaugurado em outubro de 2012, o Nemours Children’s Hospital de Orlando, unidade de uma rede com história que remonta a 1935, quando foi fundada a Nemours Foundation, é um hospital infantil totalmente diferente daquilo que se costuma encontrar - e não apenas pelo ambiente novo, descontraído e com vista para áreas verdes pensadas no conforto dos pacientes. A instituição, parte da cidade média que conta com centro de pesquisa, campus universitário e centro hospitalar, está totalmente preparada para o mundo de IoE, como afirma o CIO Bernie Rice. Rede IP, wireless em todos os espaços, PoE e IPTV estão lá desde a inauguração, e tudo tem sido feito por meio de parceiras com empresas de TI, como a própria Cisco. “Para se ter ideia, um time de logística de cuidados monitora por vídeo os quartos e em qualquer sinal de irregularidade, eles conseguem falar na unidade ou acionar os profissionais adequados para o atendimento.” Os 137 leitos do hospital mostram ainda outros diferenciais e como a tecnologia está totalmente integrada à instituição. Já na entrada, um tablet embutido na parede traz todas as informações, como nome, estado do paciente, última visita, medicamentos administrados, entre outros. Dentro, o ambiente faz a criança se sentir em casa, seja pelo sistema de controle das cores das luzes ou pelo de entretenimento que traz além da possibilidade de filmes, um arsenal de jogos eletrônicos e materiais educativos. Uma câmera com qualidade HD monitora tudo o que é feito no quarto. Os médicos, obviamente, precisam estar abertos a essa nova cultura e o hospital já é um dos maiores cases de hospital sem papel no mundo. Fotos: Arquivo pessoal/ Vitor

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Tendência

Residência Outra demonstração em Lake Nona foi das residências conectadas, boa parte delas já adquiridas e estão habitadas. Os sobrados do condomínio Laureate Park são dotados de softwares, hardwares e equipamentos de rede que permitem, por exemplo, videoconferências, aulas remotas e até reuniões corporativas. No caso da localidade, a casa está conectada ao trabalho, hospital, escolas e comunidade como um todo. Em um dos exemplos, simulou-se uma criança doente na casa, mas que não demandava uma internação hospitalar. Com o equipamento cedido pelo hospital, uma espécie de quiosque com tela de videoconferência e alguns aparatos médicos, a mãe e a criança interagiam com o médico. No caso, a responsável pela menor posicionou o estetoscópio para que, do hospital, o médico ouvisse os batimentos cardíacos e a frequência pulmonar da criança, a fim de avaliar a evolução da paciente. Toda a interação acontecia por meio de videoconferência e as informações coletadas com os dispositivos eram enviadas diretamente para o prontuário eletrônic. Já na sala, o que parecia um ambiente comum para receber visitas ou mesmo assistir a um filme se converteu em uma sala de reuniões e, em poucos segundos, em uma sala de aula. Obviamente, a banda larga e a própria infraestrutura local é bastante demandada e precisa ter boa qualidade para que tudo ocorra sem qualquer prejuízo.

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Tendência

Educação O último exemplo extraído vem do Stanford-Burnham Medical Research Institute. Lá, eles têm trabalhado para aproveitar o máximo possível a tecnologia na melhoria da educação em saúde. Como frisou Deborah German, da University of Central Florida Medical School, eles querem usar a TI para treinar os médicos do amanhã. “A tecnologia está no DNA da cidade médica e fomos os primeiros a dar laptop e depois um iPad para todos os estudantes. A biblioteca é 99% digital, tendo apenas 800 volumes físicos, e contamos com uma atualização constante para prover informação a qualquer hora e em qualquer lugar.” Uma das propostas de integrar a TI à educação é tentar usar a tecnologia para fazer coisas que eles ainda não conseguem enquanto profissionais médicos ou mesmo melhorar procedimentos existentes. “Os estudantes podem ir para casa depois de uma aula e acordar às três da manhã com o celular tocando porque o paciente virtual está passando mal e, na frente do computador, ele conseguirá simular um atendimento a distância. Estar numa cidade médica é a melhor coisa para uma universidade. Aqui está o conhecimento por meio de pesquisa, da educação e por meio do cuidar do paciente.”

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A TECNOLOGIA NÃO TE ESPERA. MBAS FIAP. 16 MBAs NAS ÁREAS DE TI E GESTÃO. Classificada no “Grupo de Excelência” do ensino superior do País, segundo dados do Ministério da Educação – MEC.

Novo conceito de TCC - Startup One, em que os alunos criam a sua própria Startup.

Fonte: Folha de SP, 07/12/2012

Destaque na Veja SP entre as instituições que oferecem os cinco MBAs mais conceituados do mercado. Primeira faculdade do mundo a estabelecer parceria com a Singularity University.

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Indústria

U

m mercado consumidor interno atrativo somado a diferenças culturais, fatores de competitividade, alta variação do dólar, especificações técnicas e legislativas são alguns dos pontos que ainda pesam na balança na hora de tomar a decisão de se tornar uma empre-

sa global. Em 2012, a receita líquida de exportações gerada pelo setor brasileiro de TI alcançou a cifra de US$ 1,9 bilhão, segundo dados do Observatório Softex. O número pode ser considerado relativamente baixo quando consideramos que o País é o maior mercado de software e serviços de TI da América Latina e um dos dez maiores do mundo. A internacionalização é algo recente para a TI brasileira e ainda não faz parte da cultura da maioria das empresas do setor. No entanto, apresenta-se como uma perspectiva de expansão frente ao crescimento da concorrência no mercado interno seja com empresas locais ou a presença massiva de companhias estrangeiras em território nacional. A consolidação em mercados externos, especialmente os mais maduros como os Estados Unidos – principal destino das

IMPLANTAR PADRÃO GLOBAL DE GESTÃO É O QUE NORTEIA ESTRATÉGIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS DE TI exportações da indústria brasileira de software e serviços em TI –, supõe muito mais que simplesmente abrir um escritório em outro país. “A internacionalização deve fazer parte do DNA da organização, buscando um padrão global de gestão em sua estratégia”, argumenta Gláucia Chiliatto, gerente-executiva internacional da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex). Esse é o caso da Stefanini, companhia de soluções e serviços de ponta a ponta, que tem como um de seus principais focos romper fronteiras e se estruturar no mercado externo. aquisições para ampliar sua presença em território brasileiro e internacional. Ao todo, foram dez aquisições nos últimos quatro anos, de modo a consolidar operações em 76 localidades distribuídas em 30 países. Como próximo passo, a companhia pretende abrir capital para levantar fundos para novas Foto: ShutterStock

ÇÃO

A partir de 2009, a empresa iniciou seu plano estratégico de

aquisições. “O objetivo da Stefanini é obter 50% ou mais de sua receita global com operações fora do País”; número

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Indústria

Ampla adoção de ferramentas digitais coloca Brasil em destaque no cenário tecnológico mundial que, segundo o diretor de desenvolvimento de negócios Gabriel Tinti, já está sendo alcançado. Do mesmo modo, a Totvs, empresa de softwares e serviços de TI, passou por diferentes fases de crescimento desde sua fundação, em 1983, para começar a buscar novas oportunidades fora do País. Após a decisão de criar tecnologias baseadas em padrões abertos, em dez anos a companhia adquiriu 50 empresas pelo Brasil e América Latina como parte de seu projeto estratégico de consolidação, que culminou em 2005 com a abertura de capital da empresa. Depois do Brasil, a organização tem como seus principais mercados a Argentina e o México. Apesar de não possuir negócios fechados com empresas nos Estados Unidos, contudo, cerca de 70% de seus investidores são deste país, onde sustenta um laboratório de desenvolvimento em Mountain View com objetivo de investir em pesquisa e inovação. Assim, a Totvs está vivendo hoje o que considera a fase de transformação em uma companhia de padrão global para pequenas e médias empresas, com foco de crescimento em duas frentes: América Latina e Estados Unidos, explica o diretor-executivo Vicente Goetten. “Nós não temos que ir para todos os mercados para sermos reconhecidos como globais, nem precisamos fazer negócios na China e na Índia. Em vez disso, decidimos em quais mercados queríamos ter uma presença forte”, argumenta Goetten. Com foco em social, computação em nuvem, big data e mobilidade, a Totvs visa alinhar os trabalhos desenvolvidos com as equipes brasileira e norte-americana, enriquecendo ambas as frentes, “promovendo o compartilhamento do conhecimento e, sobretudo, atraindo investimentos e parceiros estratégicos localmente”. MOMENTO CERTO? A recente e rápida expansão dos smartphones e a ampla adoção de novas ferramentas de comunicação social digital coloca hoje o Brasil em posição de destaque nas tendências tecnológicas mundiais. Nesse contexto, Paulo Bezerra, que atua no desenvolvimento de mercados internacionais da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), destaca a importância justamente de big data, computação em nuvem e mobilidade como janelas de oportunidades para as empresas brasileiras. “Além disso, elas contam com um diferencial muito grande frente aos concorrentes chineses e indianos: o foco no cliente”, acredita Bezerra. A presença de grandes companhias globais no mercado brasileiro também é um fator favorável à oportunidade de internacionalização.

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De portas

abertas Entidades reforçam inciativas para promover a captação de investimentos e o estreitamento de relações com o mercado internacional Internacionalização foi o tema central da discussão levantada no Brasil IT+ Seminar, que ocorreu durante o Brasil Summit 2013, promovido pela Apex-Brasil em São Francisco (Califórnia, EUA). O evento tem como foco atrair investimentos americanos para o mercado de TI. Desde 2005, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) desenvolve com a Softex um projeto de promoção de exportação do setor de software e serviços de TI do qual participam mais de 200 empresas que atuam em 15 diferentes verticais. Por meio dele, serão investidos mais de R$ 13 milhões até agosto do próximo ano em ações de promoção comercial. Recentemente, a agência inaugurou seu novo centro de negócios na cidade de São Francisco com intuito de impulsionar as relações empresariais no Vale do Silício e de oferecer apoio a startups brasileiras. “Este é um momento

favorável para as nossas empresas no mercado externo, uma vez que o País está bem posicionado não só como produtor commodities, mas também como provedor de inteligência”, afirma Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil. Em julho, a Softex lançou uma edição customizada para as empresas do setor de software e serviços de TI do Programa Internacionalização e Competitividade (Inter-Com), desenvolvido pela Apex-Brasil desde 2011 em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O projeto está inserido no objetivo do governo brasileiro de transformar companhias brasileiras em players globais de TI, com enfoque em ecossistemas digitais de alto valor agregado e intensivos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Atualmente, 30 empresas fazem parte do programa, que está em seu estágio inicial e cuja meta é fazer com que 20 delas abram operações nos Estados Unidos até 2015.

O diretor-executivo da Totvs considera que a TI brasileira está vivendo um momento importante de união de esforços de diversos lados, seja pelos projetos Ciências sem Fronteiras e TI Maior, do Governo Federal, ou por iniciativas de entidades como Softex, Apex-Brasil e Brasscom, que estão ajudando a posicionar empresas brasileiras no mercado externo. “Nunca tivemos algo assim antes e será fundamental para impulsionar as empresas brasileiras a exportar softwares. O outsourcing não deve ser o nosso único foco, mas sim criar conhecimento para levar para fora do Brasil”, disse Goetten.

*A jornalista viajou a São Francisco para o Brasil Summit 2013 a convite da Apex-Brasil.

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NENHUMA EMPRESA BRASILEIRA CONHECE TANTO A COMUNIDADE DE CIOS COMO A IT Mテ好IA

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Info IW Brasil

CIO x CFO Uma pesquisa da Robert Half indicou que o Brasil ficou atrás apenas de Cingapura ao medir a melhoria na relação entre os departamentos de TI e financeiro. Foram ouvidos 2.075 CFOs de 14 países - e a fatia referente ao País você confere abaixo:

Como? Comunicação frequente Entendimento mútuo das competências técnicas

Na Prática:

34% 34%

Implementação de sistemas financeiros -> 50% Implantação e gestão Big Data para entrega de relatórios financeiros -> 29% TI reportando-se à finanças -> 26% Estratégia de parceria financeira com o negócio -> 50%

Benefícios: Mais eficiência -> 63% Aumento da lucratividade -> 45% Menor custo de negócio -> 51%

Quem influencia estratégia e operação comercial? Finanças –> 54% TI –> 27% Ambas –> 19% 130 lay_infografico.indd 130

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