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Saúde + Inteligente
Saúde + Inteligente
ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS IMPULSIONA E TRANSFORMA O FUTURO DO SETOR
Tecnologias que utilizam Inteligência Artificial (IA) e machine learning estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, principalmente na área médica. O relatório Moving The Future, desenvolvido pela MV, indica que essas soluções já estão sendo utilizadas em 3.500 estabelecimentos brasileiros do ramo, sendo 3.200 deles privados. Além disso, 76% dos CEOs do setor pretendem investir nessas tendências ao longo dos próximos meses, segundo informações da pesquisa CEO Survey PWC.
“Hoje, a importância da tecnologia na otimização da área da saúde é indiscutível. Ela não só aprimora as capacidades dos profissionais, tornando o tempo mais eficiente, mas também redefine a maneira como o cuidado é oferecido. Ao potencializar as habilidades humanas, oferece um atendimento mais personalizado, assertivo e eficiente”, explica Marcos Moraes, Diretor da Vertical de Health da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios.
Principais aplicações
Atualmente, as aplicações mais frequentes de sistemas tecnológicos no setor da saúde estão ligadas à análise de imagens (exames como tomografias computadorizadas, raios-x e ressonâncias magnéticas). “A IA alimentada por redes neurais artificiais tem um papel de destaque nos diagnósticos baseados em imagens, ajudando a detectar rapidamente os sinais de um câncer, por exemplo, assim como outras várias condições ou anomalias que podem ser descobertas dessa forma", diz Thiago Viola, diretor de Inteligência Artificial, Dados e Automação da IBM Brasil.
As soluções também servem de apoio no gerenciamento do enorme volume de imagens clínicas. Isso porque são capazes de identificar os históricos das pessoas e apresentar aos médicos as imagens mais relevantes conforme cada caso.
UM ALGORITMO DE APRENDIZADO DE MÁQUINA BEM TREINADO DOS TRATAMENTOS, APRESENTANDO RESULTADOS E INSIGHTS
Outra área que tem sido impactada positivamente é a de acompanhamento de pacientes que necessitam de cuidados intensivos. "É possível monitorá-los 24 horas por dia, durante sete dias por semana, sem interrupções. Os modelos de aprendizado de máquina podem acompanhar os sinais vitais e, caso necessário, emitir alertas aos médicos a partir de dados mais precisos do que os dos convencionais monitores cardíacos e outros equipamentos hospitalares.
Além disso, a IA ajuda na descoberta de questões mais complexas, como a existência de agentes patogênicos ou toxinas no sangue ou nos tecidos, com alta taxa de precisão e até de forma preditiva”, conta Viola.
O especialista ressalta ainda como o investimento em tecnologia pode transformar outras áreas da saúde, como o monitoramento de doenças (principalmente em casos de pandemias e epidemias) e o processo de desenvolvimento de novos medicamentos. Já no caso da medicina de precisão, é possível utilizar sistemas de assistência virtual desenvolvidos com modelos de IA para reter informações dos pacientes e aprender a detectar preferências para fornecer recomendações de forma personalizada e em tempo real.
Menos erros, mais agilidade e economia
A redução de erros é outro ponto positivo das IAs, já que é possível melhorar fatores como a segurança dos pacientes e a gestão de medicamentos. “Um algoritmo de aprendizado de máquina bem treinado também pode ajudar a reduzir o tempo de análise dos tratamentos disponíveis, apresentando, em poucos minutos, resultados e insights baseados em incidências e evidências”, explica o executivo da IBM.
Gestores financeiros, por sua vez, conseguem explorar recursos de IA para gerar vantagens competitivas. Entre elas, a redução de custos em atendimentos, terapias, internações, medicamentos e demais recursos.
De olho nesse cenário, o Ministério da Saúde abriu uma chamada pública para projetos de Inteligência Artificial capazes de melhorar a rotina do Sistema Único de Saúde (SUS). O foco central é identificar e implementar soluções que otimizem processos importantes, como a administração de recursos e insumos.
Por um futuro ainda mais inteligente
A expectativa para os próximos anos é de que as aplicações de IA e machine learning sigam em alta, dividindo espaço com outras soluções tecnológicas. Para Viola, a computação quântica é uma das ferramentas que devem transformar ainda mais o setor da saúde. “Na próxima década, talvez, ela permitirá o desenvolvimento de sistemas capazes de detectar as possibilidades de evolução ou regressão de doenças, a evolução dos pacientes e a eficácia de tratamentos”, explica.
Outra tendência que promete ganhar força é a Internet das Coisas Médicas (IoMT), que conecta dispositivos, sistemas e sensores inteligentes. “Ela expandirá ainda mais o monitoramento em tempo real da saúde dos pacientes, principalmente para aqueles com condições crônicas. Isso resultará em uma análise de dados mais detalhada, embasando as decisões médicas com maior precisão”, comenta Moraes.
O Diretor da Vertical de Health da FCamara ressalta que a robótica também tem tudo para desempenhar um papel importante nesse cenário, por meio da introdução de robôs independentes e da automatização de processos manuais. A principal vantagem é que, com a redução significativa das atividades operacionais, os profissionais de saúde terão a oportunidade de dedicar mais tempo e atenção ao cuidado direto com os pacientes.
A adoção de tantas ferramentas que trabalham com informações, contudo, exige alguns cuidados. “Esse movimento inclui a implementação de medidas mais rigorosas para garantir a confidencialidade e proteção de informações sensíveis. Trata-se de uma garantia essencial para assegurar o amplo uso da tecnologia em benefício das pessoas”, finaliza Moraes.