#3 kiss me crazy

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Ela está acostumada a colocar todos na frente - sua irmã, seus amigos, seu chefe. Agora é a sua vez... Conservadora de arte, Kara Michaels decidiu que é hora de perseguir seu sonho e começar seu próprio negócio de restauração de obras de arte. Ela tem as habilidades, o tino para negócios, e a frustração reprimida de ser invisível para o homem que ela quer, mas não pode ter - o chefe dela. Ele é um planejador meticuloso, cujo livro de regras está prestes a ser lançado para fora da janela... Baron Fitzgerald, um negociante de arte bem-sucedido e chefe de Kara, acredita em ter uma estratégia e segui-la sem desvio. Então, quando Kara propõe sua demissão, ele sai para convencê-la a ficar. Baron logo percebe que se apaixonar não pode ser planejado, mas essa descoberta vem um pouco tarde demais para ele e Kara.


CAPÍTULO 1

— Eu desisto! Agora me beije e me implore para ficar. Kara Michaels encarou o envelope branco sobre a mesa. Dizer em voz alta seus desejos não os torna realidade. Ela ainda teve que deixar a segurança de sua sala de trabalho, invadir o santuário de seu chefe no andar de cima, e entregar a carta com um sorriso cordial. Sem banda marchando. Sem batê-la em sua enorme mesa de cerejeira ou jogá-la em seu lindo rosto. Não era culpa dele que ela cobiçou-o por cinco anos, e ele apenas a viu como sua confiante empregada fiel. Esse fardo era dela, se fosse justa. O pensamento de olhar para a noite estrelada dos olhos azuis de Baron Fitzgerald e comunicar-lhe que ela estava partindo, deixou-a nervosa. Ele explodiria, e uma vez que ele se acalmasse, ligaria o charme. Ela esteve como a receptora final do charme e flerte do modelo de calendário pin-up muitas vezes. Era potente, perigoso e danado, quase impossível de resistir. Suspirando, Kara empurrou seus pensamentos irritantes de lado, ajustou os óculos no cume de seu nariz, e se inclinou para frente em sua cadeira para contemplar a pintura na frente dela. Poderia o arranhão perto do canto inferior esquerdo ser consertado sem desvalorizar a peça? Ela suspirou novamente. Claro que podia. O dano foi mínimo, menos de dez por cento, como ela prefere. O problema era que o entusiasmo que sentia naturalmente restaurando tal obra-prima foi embora.


Pensamentos de Baron e sua carta de demissão estavam ferrando com a sua cabeça. Uma batida na porta da sala de trabalho interrompeu seu devaneio, então sua melhor amiga espiou dentro da oficina. Kara acenou. — Renee. O que a traz ao meu humilde estúdio? — Não quer dizer masmorra? — Renee fechou a porta e examinou o quarto do alto da escada. Ela sorriu quando seu olhar se prendeu com os olhos apertados de Kara. — Não quero desrespeitar o seu espaço, Kara, mas as telas fechadas fazem o ambiente ficar sombrio, se você entende o que quero dizer. — Ela começou a descer as escadas, seus cabelos ruivos na altura dos ombros com as pontas viradas para cima e balançando a cada passo que ela dava. — De qualquer forma, eu pensei que eu devia parar e ver se você quer almoçar. Kara olhou de relance para o relógio. Almoço às dez da manhã? Ela sabia exatamente o porquê da Senhorita Assistente da Promotoria estar em seu escritório. Kara se inclinou para frente e tentou pegar a carta de demissão às escondidas antes de Renee ver. — Você não tem que vir aqui dessa maneira. Você poderia ter ligado e... — Você não teria respondido, assim como você não fez ontem e nem no dia anterior. — Renee envolveu a alça de sua bolsa de marca no cabide que ficava ao pé da escada e caminhou até Kara. Renee parecia impressionante, como sempre, o terno chique abraçando seu corpo esbelto, a maquiagem impecável. Ela fazia Kara mais consciente de sua própria simples aparência de Jane – avental sobre calças bege e simples top preto, cabelo loiro claro puxado para trás em um rabo de cavalo, e sem maquiagem. Renee parou ao lado da mesa de Kara e apoiou uma mão em seu quadril. — Quando sua melhor amiga começa a selecionar suas ligações, algo está acontecendo.


— Oh, por favor. Você sabe como eu odeio ser interrompida quando estou no meio de um projeto. Eu tenho trabalhado até tarde. — Renee riu, seus olhos indo para a carta na mão de Kara. — É disso que você chama agora? Eu diria que você está procrastinando, ressaltando, e pensando em todos os possíveis cenários que virão com a entrega de sua demissão ao galã no andar de cima. — Kara desistiu da pretensão de tentar esconder a carta. — Não me diga que seu caso é tão pequeno que você teve que vir ao centro para zombar de mim. — Não, eu não vim por isso, mas já faz três dias, Kara. O que acontece? Kara não tentou se contorcer sob o olhar de estranheza da sua amiga. Chame de insight, sexto sentido, ou o que quiser, mas Renee sempre podia lê-la. Ela dizia que Kara mostrava seus sentimentos em seus olhos e seria péssima como jurada, mas essa jurada rejeitaria ser analisada ou ter seus motivos questionados. — Nada acontece — disse ela. — Eu só precisava me preparar. — Para quê? — Um furacão. — Kara respondeu sem pensar e percebeu seu erro imediatamente quando Renee levantou uma sobrancelha perfeitamente desenhada. — Desculpe? Um furacão em L. A.? Kara riu para cobrir a gafe, levantou, e pegou a pintura Hale. — Você sabe o que eu quero dizer. Ela apoiou no cavalete que usava para limpar ou restaurar uma pintura. Por um momento, ela ficou de costas para Renee. Não tinha a intenção de se referir abertamente ao seu chefe como um furacão, mas não havia nenhuma outra maneira apropriada para descrever o antiquário Baron Fitzgerald quando ele estava atrás de alguma coisa. Ele


era imparável. Desde que começou a trabalhar para ele, ele deixou escapar seu plano de cinco anos para expandir a galeria, apresentando clássicos móveis do século XX, artistas em meio de carreira em todo o estado, e amostras de apenas um artista a cada mês. Ele levou três anos para conseguir isso. Ele até mesmo começou uma galeria online para introduzir artistas jovens, emergentes, e acessíveis para colecionadores. La Galeria Baron ocupava agora o primeiro e segundo andar do edifício. O edifício em si, ele adquiriu após ultrapassar um promotor imobiliário. Agora, ele abria uma filial em São Francisco, uma parceria entre ele e Mercedes Benz de São Francisco. Um ano atrás ela cometeu o erro de ir vê-lo em um impulso e aprendeu o quão implacável ele poderia ser. Seu plano no momento era oferecer sua demissão, assim como hoje. Assim que ele soube a razão por que ela queria sair, ele estava no telefone facilitando tudo para que ela conseguisse exatamente o que queria, que era restaurar pinturas antigas. Acontece que ele rejeitava obras de restauração que envolvia peças históricas porque pensou que ela não estava pronta. Sua suposição a irritou. Após ler para ele o ato de motim, ele a beijou. Um tremor de excitação percorreu Kara, seus lábios formigando com a lembrança. Um ano depois e ela se lembrava exatamente de cada detalhe daquele beijo. Ela precisava ser alguém na vida rapidamente. Baron era um tubarão total quando se tratava de negócios e para lidar com ele, deve-se antecipar a sua resposta e ter um contra-ataque. Estava pronta neste momento. Tudo que precisava era levar sua bunda lá em cima. — Kara? Ela virou para Renee. Sua amiga tomara a única cadeira disponível, então Kara apoiou sua bunda na borda da mesa. — Baron não gostará. Renee deu de ombros. — Que pena. Pessoas saem dos empregos o tempo todo.


— Não em La Galeria Baron. Ele é um chefe surpreendente, e paga muito bem também para qualquer um querer sair. — No entanto, você está saindo. — O sorriso de Renee era simpático, como se pudesse ver através de Kara a verdadeira razão por que queria desistir. Kara se irritou. — Você sabe por que. — disse ela e franziu o nariz. — Prometi a mim mesma que teria algo meu até os 28 anos. Acabei de fazer vinte e nove anos. — Nos últimos cinco anos ela acumulou os contatos que precisaria, uma vez que começasse a sua empresa. Ela adorava a restauração de obras de arte, mas queria a vantagem adicional de ser seu próprio patrão, livre para selecionar e escolher projetos. Também planejava pinturas feitas sob encomenda. — É hora de seguir em frente. — Você tem certeza? — Claro que eu tenho certeza. — Kara fez uma careta para ela. — Que outra razão eu poderia ter para sair? — Por que você não me ligou? Da minha posição, você parece estar arrastando os pés. Renee tinha uma maneira desagradável de tratar as pessoas como se estivessem no banco das testemunhas. Kara não estava com vontade de jogar seus jogos. — Não tente suas táticas de tribunal em mim, Renee Gunter — disse Kara com uma careta. — Cuspa e me pergunte o que é que você quer fazer, e depois volte ao seu escritório com linda vista em Beverly Hils, para que eu possa voltar a trabalhar em minha masmorra. E são dez horas, não serve como desculpa o almoço. Você não engana ninguém. — Ouch. Mal-humorada hoje, hein? — Renee se aproximou mais e colocou os cotovelos sobre a mesa, seus olhos se tornando sérios. — Eu sei que você está nervosa sobre essa coisa da demissão, querida, mas


você não acha que está arremessando essas rajadas na pessoa errada? Baron é quem deve ser seu alvo, não eu. Kara inclinou a cabeça. — Agora, por que eu iria querer fazer isso? — A razão pela qual não desistiu no ano passado. Você está atraída por ele. Pior, você está prestes a ir embora sem fazer algo sobre isso. A questão é: com quem você está realmente chateada? Você? Ele? Ou vocês dois? Calor correu para o rosto de Kara. Ela estava com raiva de si mesma. Irritada por estar atraída por um homem que nunca a viu como algo diferente de sua empregada. Mesmo que por alguma reviravolta bizarra do destino, ele começasse a correr ofegante atrás dela, ela era uma mulher de uma pessoa só enquanto ele gostava de variedade. — Querida, se você o quer, faça algo sobre isso já. Tire-o do seu sistema e siga em frente. Tirá-lo do seu sistema e seguir em frente. Fácil para Renee dizer isso. Ela era impressionante. Homens se esticavam para parecerem mais altos e estufavam o peito sempre que ela entrava em uma sala. Kara, por outro lado, tendia a trazer para fora seus instintos protetores. — Você sabe que você é louca. — ela murmurou. — Mas estou certa. Você já pensou sobre isso. — Renee sorriu e balançou o dedo para Kara. — Sim, você já. Eu posso ver isso em seus olhos. Lembro-me do primeiro ano que você trabalhou para ele. Eu entrei aqui e vocês dois estavam no meio de uma discussão acalorada sobre algumas obras de arte ou artista. Era como assistir à duas metades de um todo. Kara retornou com suas conclusões anteriores. Era culpa do Baron que ela era caída por ele. Ele não tinha que ser tão encantador quando ela começou a trabalhar para ele. Ou trazer seu café, conversar


com ela, e discutir seu trabalho. Agora ela só o via na sexta-feira para a sua conferência semanal, ou quando pegava um vislumbre dele no piso da Galeria. — Então? — Ela disse com uma indiferença que não sentia. — Nós sempre trabalhamos bem juntos. Não importam quais são os seus defeitos, o Baron tem uma incrível capacidade de descobrir artistas talentosos e comercializá-los. — E eu — ela deu um sorriso presunçoso à Renee, — não me exaltando, posso corrigir qualquer pintura, não importa a idade. — Você sabe que não invento isso. Vocês dois estavam próximos. Na verdade, eu tinha certeza de que alguma coisa acontecia até que eu li sobre o noivado dele com Valerie sei-lá-quem. Você aceitou com calma, como de costume. — Porque ele é apenas um amigo e um chefe maravilhoso. — Kara respondeu, começando a ficar cansada de defender seu relacionamento com seu chefe. Ela não aceitou nada com calma. Isso machucou tanto quanto alguém colocando uma estaca em seu peito. Ela era apenas boa em manter seus sentimentos para si mesma. — Foi por isso que quando Valerie o abandonou você correu para o lado dele? Kara se levantou e pegou a bandeja de líquidos de limpeza e pincéis. Ela realmente não queria discutir sobre Valerie ou Baron, mas Renee era como um cachorro com um osso quando engatava em um assunto. Kara estreitou os olhos. — Isso é o que os amigos fazem uns pelos outros, Renee. Assim como eu vou para a sua casa quando um caso não vai bem. Oferecer a psicanálise e voltar ao trabalho. Eu sei que eu preciso. — Ela colocou a bandeja da pintura Hale. — Kara, você me contaria se tivesse algo mais com ele, não é?


Sério, quando Renee estava em seu modo de advogada, não havia como pará-la. Kara soltou um suspiro profundo e se virou. O sorriso provocante desaparecera do rosto de sua amiga. Ela realmente pensou que Kara estava apaixonada por Baron? Isso seria uma tolice, e ela não era tola. Tinha luxúria com ele, sim. Ele era lindo, sexy, e independente – uma combinação imbatível. Somando sua riqueza, e não apenas a de sua Galeria - ele era de uma das antigas famílias endinheiradas de Los Angeles - e você tem um homem que cada mulher morreria para ter. — Você iria? — Perguntou Renee novamente, interrompendo seus pensamentos. — Sim, eu confessaria tudo à você. Eu admito que gostava muito dele no começo. Ele era charmoso, arrogante e brincalhão. Eu acho que toda mulher que trabalhava para ele era um pouco apaixonada por ele. Mas o meu interesse por ele diminuiu. Eu cresci. — Dolorosamente e rápido, o pensamento veio furtivo sobre ela, mas ela o reivindicou. A julgar pelo olhar compreensivo no rosto, Renee não comprava sua explicação também. Era verdade que ela tinha uma queda por Baron, mas, em seguida, Valerie entrou em cena. Logo depois que a mulher o deixou, ele se tornou distante e compelido, trocou muitas vezes de mulheres. Era como se ele tivesse algo a provar, na sala de reuniões e no quarto. Ocasionalmente, ela vislumbrava o velho Baron, quando a guarda baixava; olhos brilhantes aqui, um sorriso travesso lá. Não que isso importasse. — Ele não é meu tipo. — Ela não percebeu que falara em voz alta até Renee rir. — Querida, o homem com um corpo esculpido, chocante olhos azuis e voz sedosa simplesmente é o tipo de toda mulher. Ele estrelou muitas de suas quentes fantasias suculentas para que Kara discordasse de sua amiga. — Ok, você venceu. Sim, eu estou adiando, mas você me mostrou exatamente por isso que faço a coisa certa ao desistir. Agora vá. — Ela apontou para a porta. — Suma... cai fora. Eu quero vê-la durante a semana. Vamos jantar ou algo assim.


— Nós vamos almoçar na Chloe. Hoje. — Renee levantou, mas ela ainda tinha aquele olhar em seus olhos, a expressão suspeita de um promotor. — Depois de você entregar a carta. — Eu juro que farei você pagar por isso. Leia meus lábios. Isso será entregue a ele hoje. — Ela espaçou suas palavras para se fazer entender, ou seja, ela estava cansada das interferências de Renee. — Eu não quero ser insistente, mas o meu corretor de imóveis tem os papéis para o espaço de escritório que você estava interessada. Eu prometi deixá-lo saber até o final do dia se você quer ou não. — Por que você não disse logo? Claro, eu quero. Ligue pra ele para iniciar o processo da papelada. — Era uma nobre propriedade não muito longe de LA County Museum of Art, George C. Page Museum, e La Brea Tar Pits. Seu objetivo era oferecer seus serviços, uma vez que seu escritório abrisse as suas portas, para galerias como La Baron, mas também para os grandes caras no Museu Row. — Assim que se faz. — Renee recuperou a bolsa do cabide e fez uma pausa para acrescentar: — Agora, se apenas você pudesse aplicar essa atitude arrojada em sua vida pessoal... — Adeus, bundona. Ela riu e deu um tapinha no seu bumbum perfeitamente em forma. — Eu espero que você se refira à minha muito, muito fina parte de trás. Não, ela não estava. — Então fique fora do meu negócio. Renee riu. — Ficarei, assim que você parar de deixar todas as pessoas pisarem sobre você. Você é muito boa. Na maior parte do tempo, de qualquer maneira. Vejo você na hora do almoço. — Não hoje. Preciso trabalhar nessa peça. — Kara apontou para a pintura Hale. — Ligue se mudar de ideia, ou — ela fez uma pausa para o efeito, — se você decidir ter sexo. Eu posso dar algumas indicações.


Kara resmungou enquanto observava Renee rir até as escadas e para fora de sua sala de trabalho. Era patético como facilmente a mulher a lia. Tudo começou quando as duas compartilharam um quarto em Berkeley. Renee com o seu contexto privilegiado, roupas de grife, e as férias em ilhas exóticas poderia facilmente ter tratado a ela e seus pais da classe trabalhadora com desdém. No entanto, ela não fez. Ela sempre aguardava a visita dos pais de Kara. Elas continuaram amigas até o presente. Na verdade, ela não poderia ter descoberto sobre o trabalho em La Galeria Baron se não fosse por Renee. Renee cresceu no mesmo bairro que os Fitzgeralds e ouviu através de um amigo em comum que o Baron estava à procura de um restaurador de arte. Quanto à sua sugestão para seduzir Baron, não aconteceria. Cobiçá-lo e seduzi-lo eram duas coisas muito diferentes. Ainda assim, a ideia era tentadora. Kara tirou o avental, pegou a carta de sua mesa, e empurrou-a em sua bolsa. Melhor entregar a carta agora e acabar com isso do que continuar a agonizar sobre sua decisão. Ela foi ao andar de cima, cada passo mais determinado do que o último. Eu posso fazer isso... No topo das escadas estava um corredor em forma de sete com portas que davam para várias salas – várias salas de armazenamento e banheiros, uma sala de conferências e uma pequena cozinha, o escritório de Rick Ben Jacob, o assistente de Baron, em seguida, virando à esquerda, um elevador privativo, que dava nos escritórios de Baron no andar de cima. Kara passou no banheiro para se refrescar. Ela lavou as mãos, tirou o brilho labial de sua bolsa, e aplicou uma pequena quantidade sobre os lábios, em seguida, recostou-se a fazer o inventário de sua aparência. Seu cabelo estava em seu rabo de cavalo normal na parte de trás e preso para trás por um de seus clipes antigos, um penteado perfeito para esse tipo de trabalho. Ela soltou-o do clipe e rapidamente passou um pente nele. Um pouco mais de maquiagem não faria mal, mas tudo que ela tinha era gloss. Ela suspirou por sua calça bege e blusa preta. Vestir-se e colocar em pintura de guerra teria


reforçado a sua confiança, mas isso não mudaria nada. Ela ainda precisava enfrentar o homem no andar de cima. Ela tirou os óculos, olhou para sua imagem embaçada, e suspirou. Deveria ter usado suas lentes de contato em vez dos óculos, mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso agora. Além disso, ela preferia não tropeçar e cair na mesa do Baron porque não podia ver a ponta de seu nariz. Foi assim que ele acabou beijando-a da última vez. Kara empurrou os óculos no lugar, saiu do banheiro, e se apressou passando o escritório de Rick. No andar de cima, Gena Ray, secretária de Baron, estava sentada atrás de sua mesa, seu olhar irritado sobre duas jovens que esperavam no canto – dois sofás de veludo para visitantes com uma mesa antiga de café à direita de sua mesa. Baron ainda deveria estar entrevistando atendentes de showroom para sua Galeria em São Francisco. Uma das meninas usava um top acanhado que indicava claramente que ela não usava sutiã, o que explicava a expressão irritada de Gena. Kara cobriu um sorriso. Gena, uma morena de pernas longas e deslumbrante, com um guarda-roupa de arrasar, mantinha o escritório de Baron como seu feudo privado. Ninguém tinha permissão para vê-lo sem um compromisso. Exceto eu, o que a irritava até não poder mais. Mas apesar de sua atitude territorial em direção à Baron, ela sempre agiu e se vestiu profissionalmente. Quem não a conhece pode pensar que ela tinha uma coisa com o chefe. Kara sabia que ela era apenas uma perfeccionista quando se tratava de comportamento de escritório e protocolo. Ela também era muito bem casada. Como de costume, a secretária fez uma careta quando a viu. — Kara. — Gena. — Kara deu um breve sorriso. — Você quer ver o Sr. Fitzgerald? Por que mais eu estaria ali? Ela não entendia por que a mulher insistia em usar Sr. Fitzgerald quando ambas se dirigiam a ele como


Baron. Somente os funcionários de vendas eram formais com ele. — Ele está ocupado? — Como sempre. — Ela folheou a agenda. — Mas eu posso te apertar em alguns minutos. Ele tem uma importante teleconferência em exatos cinco minutos. Em outras palavras, não perca o tempo dele. Kara compreendeu. — Obrigada, Gena. Ela deu um passo em direção à porta de Baron, assim uma das meninas do sofá falou: — Desculpe? Nós esperamos para vê-lo por quase uma hora e agora você deixa ela... — Eu disse que ele a verá quando ele estiver pronto. Se você não pode esperar, venha amanhã. A conversa recuou para o fundo quando Kara bateu e esperou por uma resposta. Quando veio, ela respirou se acalmando antes de empurrar a porta. A grande sala era a sede do poder, do carpete cinza, as caras bugigangas ao redor da sala até à mesa de cerejeira escura. Mas a onda eletrizante de energia vinha do homem atrás da mesa. Ele tirou o paletó, e a camisa azul claro se agarrava aos seus ombros largos com elegância descuidada. Seu cabelo preto, cortado curto, combinava com ele, assim como o estilo que ele ostentava anos atrás. Realmente não importava o que ele usava, ou como arrumava o cabelo, Baron exalava sexualidade crua. Ele olhou para cima e trancou seus olhos azuis insondáveis nela. Seu olhar era como um toque físico. Os cabelos em seus braços se levantaram em resposta e uma lavagem suave de calor fez ondas em seu estômago.


Baron sabia que Kara era seu visitante muito antes de olhar para cima. O cheiro dela - como um bosque com uma pitada de flores silvestres - tinha um jeito de fazer a parte de trás de seu pescoço formigar. Seus olhos deslizaram sobre sua esbelta figura, ainda cheia de curvas. Mesmo com calça e camisa simples, ela conseguia parecer elegante e graciosa, e o efeito sobre ele era como o de um conhaque envelhecido perfeitamente. Ele observou sua caminhada em direção à ele, seu hipnótico balanço confiante e hipnotizante. Uma caminhada que proclamava ao mundo: Eu sou uma mulher sexy, lide com isso. Ele resistiu lidando com ela durante anos, em parte por causa do mau timing e da política da empresa que ele redigiu a si mesmo. Ele teria quebrado num piscar de olhos se ela lhe desse qualquer indicação de que estava interessada. Houve algo entre eles, algo sutil, mas constante. Incentivado ou não, ele faria o seu movimento no dia seguinte à abertura das portas de sua Galeria em São Francisco. A única coisa que aprendeu nestes últimos anos era a forma de delinear uma boa estratégia e seguila sistematicamente até que alcançasse seu objetivo. O cortejo à Kara Michaels era parte do plano deste ano, a ser iniciado em exatamente um mês. Baron levantou, seu olhar se movendo sobre o seu rosto em forma de coração, olhos castanhos inteligentes atrás dos óculos de armação estreita, e os lábios melados onde um homem pode se perder por horas, até mesmo, dias. Ela raramente ia ao seu escritório. Ele, por outro lado, estava no porão uma vez por semana, sob o pretexto de verificar sobre o andamento da obra em que trabalhava. Sempre esperando que ela fizesse ou dissesse alguma coisa para dar caminho aos seus sentimentos. — Kara, que surpresa. — Disse ele. — Eu espero não incomodar. — Ela parou diante de sua mesa e deu um dos seus doces sorrisos.


Os nervos na superfície de sua pele responderam à sua rouca voz suave. Talvez ele fosse um tolo por esperar. — Você me incomodar? Nunca. Venha, sente-se. Ele esperou até ela se sentar e então se acomodou em sua cadeira. Por um momento, ela não falou, apenas sugou seu lábio inferior melado entre os dentes e mastigava a carne rosada, os olhos vulneráveis atrás de seus óculos. Ele não tinha certeza o que acontecia, mas o silêncio o deixava louco. Ela estendeu a mão e tocou seus óculos, algo que ela fazia quando estava nervosa. Seu intestino apertou. — O que é Kara? — Eu quero que você saiba que tem sido um prazer trabalhar aqui nesses últimos cinco anos, Baron. Você me deu uma chance quando eu acabara de me formar na escola e me ensinou muito. Serei sempre grata por isso. Tenho pensado muito sobre isso, não é nada pessoal, eu só acho que é o momento certo para eu sair. Estou aqui para oferecer a minha demissão. O peito de Baron apertou antes que ela terminasse sua primeira frase, cada palavra como uma agulha picando sua pele. Ela estava deixando-o, caminhando para fora. Seu cérebro entrou em curto-circuito e o passado voltou com a força de um tsunami. Era toda a situação com Valerie novamente. Ele sabia que era irracional se sentir traído, comparar as duas mulheres. Elas não eram nada parecidas, as situações não eram remotamente as mesmas. Kara não estava grávida de seu filho. Seu anel não estava em seu dedo. E ela não estava prestes a decolar com alguém que ele achava que era um amigo. Baron cerrou os dentes e forçou-se a pensar e agir racionalmente. Ele olhou para a mão de Kara e viu a carta que ela segurava. Ele olhou para ela até que viu a mão tremer. Esse sinal de fraqueza o fez se sentir melhor. Ela não estava tão calma como parecia estar. Seu olhar se mudou para o rosto dela. Seus olhos cor de avelã, com manchas de verde nas bordas, encontraram os seus sem artimanha.


— Por quê? — A pergunta na sua voz estava calma, com apenas a quantidade certa de curiosidade. Surpresa brilhou em seus olhos. O que ela esperava? Que ele se irritasse? Claro, ele queria tirar a maldita carta da mão dela e colocá-la no triturador. O problema era que ela acabaria trazendo outra. Do ângulo teimoso do queixo e a determinação brilhando em seus olhos, a linda mulher pensava que fazia a coisa certa ao sair. Quanto mais cedo ele a desiludisse da ideia, melhor os dois estariam. Eles eram perfeitos juntos como parceiros de negócios, e se ele tivesse seu caminho, ele mostraria a ela o quão perfeitos poderiam ser como um casal. — Preciso seguir os meus sonhos, Baron. É algo que prometi a mim mesma que faria antes de chegar à certa idade, e não estou ficando mais jovem. Ele entendia de sonhos, mas não podia aplaudir a decisão dela. Valerie dissera a mesma coisa sobre seguir seus sonhos, embora redigido de forma diferente, antes de abalar a sua vida com Eu não posso me casar com você. Dor o surpreendeu, perfurando e implacável. Ele pensou ter se reconciliado com o seu passado e seguido em frente. Os ecos vinham furtivamente em cima dele quando menos se esperava, mas nunca tão vividamente. Ele cerrou os dentes para parar a dor, para conter a raiva e a decepção. Mas Kara não era Valerie. Kara era inteligente, talentosa e tenaz, uma curadora de arte incrível que ele não podia se dar ao luxo de perder. Eles já tiveram um relacionamento no trabalho, que se perdeu nos últimos anos. Poderia ter isso tudo novamente – as refeições no porão, discussões estimulantes, observar seus olhos se iluminarem com o riso quando ele contava suas piadas. Justamente o tempo que teria no trabalho e em sua casa. — É o dinheiro? — Ele fez com que sua voz saísse calma, desmentindo o tumulto transformando suas entranhas em gosma.


— Não. — Ela balançou a cabeça com tanta força que uma mecha de seu claro cabelo caiu para frente de seu rosto. Ela afastou-o atrás de sua orelha, impaciente. — Claro que não. — Você sabe que eu poderia duplicar se é isso que precisa. — A raiva brilhou tão rápido em seus olhos que ele poderia apenas ter imaginado. Ele ignorou a carta na mão e se concentrou em sua expressão, sua linguagem corporal. Seus olhos lindos observaram-no, calmos, mas sérios, sua mão descansavam em cima de sua bolsa. Com seu amor por acessórios vintage e trejeitos graciosos, ela era um retrocesso à um tempo em que as mulheres andavam com chapéus-de-rosa e lacaios servindoas de pés e mãos. Ele queria ser o único a mimá-la, amá-la. Deveria haver alguma coisa que ele poderia oferecer à ela para fazê-la ficar enquanto planejava seu próximo movimento. — Você precisa de um novo estúdio? Posso reformar os escritórios ao lado conforme suas especificações. A carranca perplexa apareceu entre as sobrancelhas curvadas. — Fab Fashions acabou de alugar. — As locações podem ser rescindidas a critério do proprietário. — E você acha que seria justo? A censura na voz dela o fez saltar, por cerca de um segundo. Havia muito mais em jogo do que os ânimos de alguns inquilinos. — Eu só tento fazer com que valha a pena você ficar, Kara. Eu obterei um designer para começar a trabalhar no... — Não, Baron. — Ela levantou e pressionou as pontas dos seus dedos contra sua têmpora. — Isto não é sobre dinheiro ou um escritório. — O que é então? No ano passado você disse que seu trabalho não era difícil o suficiente. Você não poderia alcançar seus plenos potenciais como uma restauradora de obras de arte quando a maior parte do seu


trabalho eram móveis antigos, bustos e vasos. Você precisava restaurar mais pinturas, quanto mais velhas, melhor. Eu fiz isso acontecer. Seu trabalho era excepcional e a notícia se espalhou rapidamente. As pessoas faziam fila para usar os seus serviços, de colecionadores privados à antiquários. A demanda por seus serviços só crescia. Por que ela não podia ver isso? Eles eram uma equipe, caramba. Uma grande equipe. — Mais uma vez você vem com uma razão para sair. O que exatamente você precisa Kara? — Seu tom de voz ficara mais frio e curto quando ele progrediu, e seus olhos se estreitaram. Ela quase bateu a carta na frente dele, mas, apoiou as palmas das suas mãos sobre a mesa, seus olhos piscando. — Você, obviamente, não ouviu qualquer coisa do que eu disse. Preciso realizar um sonho. Algo que eu pensei que você, de todas as pessoas, entenderia. Obviamente, eu estava errada. Você é... — ela rosnou profundamente em seu peito — não importa. Meu Deus, ela ficava gloriosa com raiva. Sua proximidade enviou uma dose de seu perfume feminino direto para o intestino, perfurando suas defesas. Não que ele já tivesse alguma quando se tratava dela. Seus olhos se deslocaram de seus olhos, passaram aos adoráveis lábios e queixo imbuídos de teimosia de aço para o busto sedutor, seu tamanho acentuado pelo top simples que usava. Ele não conseguia parar o desejo que surgia nele ou o pensamento que o seguiu. Ela é minha. — Eu te dei um mês de antecedência. Se você precisar de ajuda para encontrar meu substituto, você sabe onde me encontrar. — Suas palavras mataram seus pensamentos amorosos e afirmações. — Isso não será necessário. — Seu tom saiu com desprezo, fazendo com que seus olhos escurecessem ainda mais.


Ela endireitou-se e deu um sorriso triste. — Eu esperava que não chegasse a isto. Não quero que nos separemos como inimigos, Baron. Ele ignorou a qualidade imploradora de seu tom. O que ela esperava? Bandas e fogos de artifício? A cortesia exigia que ele dissesse alguma coisa, mas não conseguia pensar em nada que pudesse ser remotamente educado. A última vez que ela entrou em seu escritório falando sobre partir, ele mostrou a ela que estava disposto a ir à milha extra para mantê-la. Ele ligou para seus contatos e eles souberam que a galeria, a partir daquele dia, restauraria pinturas de qualquer período. Ele ainda não sabia o que dissera para irritá-la, as mulheres eram insondáveis dessa maneira, mas ela leu o ato de motim1 para ele, ameaçando deixá-lo a despeito de seus esforços. Ele rapidamente contornou sua mesa, pronto para fazer qualquer coisa para fazê-la ficar. Em sua pressa de se levantar da cadeira, ela tropeçou e ele fez o que veio a ele naturalmente – colocou os braços ao redor da cintura dela para firmá-la. Mas lhe foi apresentada uma oportunidade e ele seria negligente se não explorasse. Beijá-la acabou por ser um erro. Ele não calculou sua resposta, o rugido do sangue em seus ouvidos, o impulso irresistível de reivindicar e possuir. Depois de Valerie, ele jurou nunca deixar uma mulher ficar sob sua pele. Kara ficou naquela noite, não com ameaças e promessas quebradas, mas com um beijo. Ele saiu para provar que não seria conduzido por suas emoções, especialmente quando se tratava de uma mulher, e conseguiu. — Eu deixarei você continuar com o seu trabalho. — ela murmurou, interrompendo seus pensamentos, e se virou para sair. Observá-la passar enviou pânico direto para o intestino de Baron. Ele odiava a sensação, mas estava impotente para controlá-la. A luz em seu telefone escolheu esse momento para acender, também exigindo sua atenção. Seu foco ficou em Kara. Ele queria dizer a ela para ficar, pedir para não sair, mas não podia mendigar. Um homem tinha o seu orgulho.

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Leu o ABC, explicou o B + A = BA... rsrs


Se ela não podia ver o quão bom eles eram juntos, então talvez ela precisasse ir. Por que então o pensamento o enchia com tristeza? Na porta, Kara deu-lhe um último olhar, como se esperando que ele dissesse alguma coisa. Ele não podia, o que o chateava. Era mais provável que ele fosse levá-la em seus braços e beijá-la loucamente, uma repetição do que aconteceu há um ano. Só que desta vez ele tinha certeza que ela daria uma joelhada nele. Quando a porta se fechou atrás dela, seus planos bem definidos diminuíram e dissolveram-se em nada.


CAPÍTULO 2 No caminho de volta para seu escritório, Kara ficou aliviada por não encontrar com um de seus colegas de trabalho. Raiva bloqueava sua garganta e lágrimas queimavam a parte de trás de seus olhos. Ela nem sabia por que chorava. Baron aceitou sua demissão, não foi? Mesmo que ele fosse desagradável sobre isso, o acordo foi feito. Acabado. Finalizado. Então por que se sentia um lixo? E típico dela, seus canais lacrimais estavam amarrados às suas emoções, uma verdadeira dor na bunda quando ela desejava permanecer no controle. Ela fechou a porta e desceu correndo as escadas. Pisar forte no piso de madeira não a fez se sentir melhor. Como ousa o arrogante homem tentar comprá-la? Dobrar o pagamento, novo escritório, quem no inferno ele pensava que era? Para ter a coragem de insinuar que ela estava indecisa? Ela não era o tipo de torcer as mãos e deixar que os outros tomem decisões por ela. Kara parou de andar, caiu em sua cadeira, e mordeu o lábio inferior. Ok, talvez, ocasionalmente, ela fosse um pouco indecisa. Como se teria uma depilação brasileira ou virilha básica, perucom-centeio ou croissant, nada grave. Como cerca de um ano atrás? Uma pequena voz na parte de trás de sua cabeça zombou. Bem. Assim, ela pode ter ficado hesitante sobre sua demissão no ano passado, grande coisa. Ou quando ela beijou Baron como se não pudesse ter o suficiente dele, então o empurrou.


Empurrou-o? Yeah, certo. Como se seus braços débeis pudessem desalojar o Rochedo de Gibraltar Fitzgerald. Ela protestou o ataque à seus sentidos, o que ele percebeu e a deixou ir. Em seguida, como se não afetado pelo seu beijo, ele voltou para sua auto sobriedade de costume. Sua resposta fez um buraco do tamanho de uma cratera em sua autoconfiança, a fez questionar a sua própria sensualidade. Seus namorados anteriores nunca se queixaram, mas depois daquele dia, ela se perguntou se talvez ela carecesse em algumas áreas. Talvez fosse por isso que agora ela achava que o sexo não era uma grande parte de um relacionamento.

Objetivos

comuns

e

interesses,

respeito

e

companheirismo eram as principais coisas que ela procurava em um homem atualmente. Uma batida soou atrás dela e ela se virou para ver Rick Ben Jacob olhando para ela. Um metro e oitenta com uma massa de cabelos castanhos encaracolados, um corpo de surfista, e um rosto que qualquer modelo masculino poderia morrer, Rick era o responsável pelas compras para a galeria agora que Baron estava ocupado com a expansão e novos talentos. Ele também não estava disponível para a população feminina. — Ei, Rick. — Você está bem, querida? — Ele começou a descer as escadas, seus olhos castanhos não deixando seu rosto até chegar ao seu lado. — Você passou voando pelo meu escritório sem dizer uma palavra. — Ele se agachou ao lado da cadeira. — O que aconteceu? Lágrimas ameaçaram cair com seu tom simpático. Chorar na presença dele seria tão humilhante. — Nada. — Ela brincou com uma mecha de seu cabelo. — O que você faz aqui? — Querida, você não pode esconder nada de mim nem mudando de assunto. Eu vivo com o Sr. Raul-em-negação e sua mentira não cola comigo também. — Ele tocou em sua bochecha. — Você teve uma briga com a bruxa? Quer que eu dê um soco no nariz dela por você?


Kara sorriu. Rick apelidou Gena de bruxa alguns anos atrás e os funcionários rapidamente abraçaram o nome. Mas, apesar de sua provocação, ela não podia ousar confiar nele. Ele discutiria o que ela disse com seu parceiro Raul, que nunca poderia manter sua boca fechada. Raul era dono de uma loja de pastelaria orgânica há dois quarteirões de distância e estava dentro e fora da Galeria algumas vezes por semana. Dentro de uma semana, seus colegas de trabalho saberiam sobre sua demissão. Não, ela não tinha intenção de dizer à ninguém que trabalhava para Baron que sairia. Essa era sua prerrogativa. Decidiu não corrigir a suposição de Rick sobre Gena e disse: — Um pequeno desacordo, Rick. Nada demais. O que há com você? — O Bar mitzvah do meu sobrinho é na próxima semana, o aniversário de meus pais neste fim de semana. Qual deles você assistirá? Kara franziu o nariz. — Esse é um curto aviso. — Eu sei, eu sei. Não planejei assistir ao aniversário, não sem Raul. O meu pai... — ele murmurou alguma coisa em persa — mas eu vou de qualquer jeito, por causa da minha mãe. Por favor, diga que você pode ir. Pobre Rick. Seu pai, um homem importante na comunidade judaica iraniana local, recusou-se a aceitar que seu único filho era homossexual. — Eu acho que posso ir ao bar mitzvah. — Obrigado. Contarei ao Raul. — Ele beijou a bochecha dela e se levantou. — Deixarei o convite amanhã. O tema é Harry Potter. Crianças. — Ele estremeceu e olhou ao redor, seus olhos fecharam sobre a pintura no cavalete. — Oh, um Hale original. Aproximadamente de 1868? Eu balancei a cabeça. — Ele veio na semana passada, quando você estava em um leilão. Começo nele esta tarde. — Peça legal. Trata-se de propriedade privada ou de uma galeria?


— Uma Galeria. Por quê? Interessado em comprar? — Não me é possível isso, querida. — Ele se virou para ela e acrescentou: — Eu almoçarei com o Raul. Quer que eu traga alguma coisa? — Hoje não, obrigada. Vou me encontrar com Renee. — Ela não planejara até que falou. — Poderia pegar algo no meu caminho, no entanto. — Croissant ou centeio? — Ele brincou. Kara mostrou a língua para ele. — Ainda não decidi. — Ligue para nós quando decidir. Mais tarde. — Ele subiu as escadas, assobiando uma música baixinho. Ele parou ao lado da porta para adicionar: — Nós te devemos uma, Kara. Ela sabia que ele quis dizer sobre concordar em participar do bar mitzvah. Toda vez que ele levava Raul para uma reunião de família, os dois precisavam de apoio moral. De todos os seus amigos, ela clicava mais com seu pai. O velho se considerava um conhecedor de arte e adorava longos discursos sobre antiguidades. — Para isso é que os amigos servem, Rick. — Assim que a porta se fechou atrás dele, Kara pegou seu telefone celular e discou o número de Renee. — Me juntarei à vocês para o almoço, depois de tudo. — Tão ruim assim? Baron era um assunto que ela não queria discutir. — Estou saindo, mas pode ser um pouco tarde. A loja de Raul fica um pouco lotada nesta hora do dia. Murmuros na linha, como se Renee falasse com alguém. Em seguida, ela voltou na linha: — Chloe disse que já pediu algo de um restaurante próximo. Kara fez uma careta. Ela não ia até os fast foods de Chloe. — Diga a ela que eu já tenho o meu almoço.


Renee riu. — Diga a ela você mesma. Não quero que ela jogue isso em mim. Você sabe como ela fica. Chloe, isso é lindo. Kara você não vai acreditar... ouch. O que foi isso? Havia mais resmungos no fundo, e então a voz mais profunda de Chloe se tornou mais clara. — Para de tentar roubar o meu momento, isso é o que é. Eu poderia deslizar sobre seu bumbum. — Risos escorreram pela linha. Kara reprimiu uma risada também. — Vá devagar com meus tímpanos, Chloe. O que aconteceu? — Você não saberá até trazer sua bunda magra aqui. E é melhor não trazer um pouco de peru-ou-centeio e chamá-lo de comida. Você precisa de mais carne em seus ossos. Eu tenho algumas cebolas fritas, hambúrgueres e um shake de frutas. — Kara imaginou as horas que passaria na academia para eliminar o adicional de calorias. — Estarei lá. Melhor ver a bunda que você chama de magra, mulher. — Ela desligou antes que Chloe pudesse começar seu mantra habitual do que os homens gostavam. Os homens não gostam de pele e ossos em uma mulher, Kara. Eles querem carne que podem agarrar e morder. Kara pegou sua bolsa e começou a subir as escadas. Da maneira que Chloe falava alguém poderia pensar que o tamanho oito de Kara era magro. Não era culpa dela que ela era pequena da cintura para cima. Por outro lado, Chloe era de um tamanho catorze. Segundo ela, qualquer um abaixo era magricela. Kara entrou no andar principal da Galeria e olhou ao redor. Imediatamente lamentou a ação. Esta tendência de tentar pegar um vislumbre de Baron toda vez que entrava na galeria tinha que parar. Em um mês eu vou embora e ele fará parte do meu passado. É melhor eu me acostumar com isso, e rápido. A conversa mental de ânimo não impediu seu coração de bater em um ritmo frenético. Ela realmente não queria vê-lo, falar com ele, ou até mesmo pensar nele. Ele poderia não estar em torno do piso principal,


mas isso não significa nada. Ele poderia estar observando-a agora enquanto ela ficava ao lado do pilar, se escondendo como um fugitivo. Baron tinha toda a sua Galeria ligada com sistema de segurança de última geração. Os monitores ocupavam uma parede em seu escritório e recebia feeds de vídeo de cada sala. Ele gostava de manter um olho em seus investimentos, e quem poderia culpá-lo? A galeria ostentava uma grande variedade de obras caras e inovadoras de arte, de pinturas e esculturas para apresentações de vídeo. As exposições quinzenais de vários artistas emergentes ou estabelecidos incluíam históricos, shows temáticos, ou uma retrospectiva pessoal. Kara ergueu os ombros e começou a atravessar a sala. Como de costume, a temperatura ambiente da Galeria e espaço criado por seus pisos de madeira e teto abobadado acalmou seus sentidos. Havia um fluxo de clientes andando ao redor, muito mais do que o habitual, mas isso não era surpreendente. Obras de Daniele Dan Chancy, um dos artistas locais, muitas vezes atraía uma multidão. Kara fez uma pausa para admirar a escultura de uma mulher nua em repouso e um busto de um guerreiro nativo americano, e sorriu com pesar. Ela sentiria falta desse lugar. Durante a hora de almoço, muitas vezes ela caminhava pelas salas e estudava as peças exibidas. Hora de ir ou Chloe terá meu couro. Kara correu em direção à entrada. Pouco antes de sair da galeria, ela olhou por cima do ombro para o escritório no segundo andar. Ela não deveria ter feito isso. Baron estava em pé atrás da parede de vidro, seu olhar intenso travado nela. Há quanto tempo ele a observava? Isso importa? Uma onda de algo quente e primal deslizou por sua espinha. Queria correr para fora da sala, mas não podia fazer suas pernas se mover.


Ele parecia enorme e inacessível. Era difícil ver a perfeição exótica de seu rosto – uma mistura de sua mãe cubana e pai irlandês-americano. Não que ela precisasse. Ela tinha cada centímetro de seu rosto gravado em seu cérebro: os olhos azuis surpreendentes e cabelo preto, a pele suave beijada pelo sol e o nariz aquilino, o ângulo agudo de sua mandíbula e as maçãs do rosto proeminentes, mesmo a pequena cicatriz que ia da parte inferior de seu lábio inferior até o queixo. Quantas vezes ela olhou para cima e pegou-o olhando para baixo. Ela gostaria de dizer 'olhando para ela', mas seria presunçoso. Muitas vezes ela sorria ou acenava. Um gesto simples, mas que não poderia fazêlo agora. — Desculpe? Kara virou e piscou para o casal de idosos tentando entrar na galeria. O pobre homem teria que derrubá-la com sua cadeira de rodas para entrar. Calor subiu seu rosto. Talvez isso fosse o que ela precisava, alguém para derrubá-la e enfiar algum sentido em sua cabeça dura. — Eu sinto muito. — Ela saiu do caminho e pegou a outra porta para facilitar a sua entrada. — Obrigada, minha querida — disse a mulher com um sorriso maternal. — Foi minha culpa, realmente. — Desta vez, Kara não olhou para trás. Correu para o seu carro, tão envergonhada que queria dar um tapa em si mesma. Ela era uma idiota. Não importa o quanto negasse, ela era atraída por Baron. Muito. E se...? Não, não havia o Se para os dois. Ela estava saindo. Na verdade, seria melhor começar a pensar em outra coisa antes que sua mente pensasse demais e viesse com uma ideia maluca. Chloe estava sempre ocupada, mas Kara teve sorte quando uma mulher saiu de uma vaga assim que ela entrou no estacionamento ao


lado do spa e salão de beleza. Ansiosa para ouvir a novidade, ela foi ao salão de beleza primeiro e foi recebida por uma explosão de música Techno. Chloe passava a maior parte de seu tempo trabalhando lá e deixava um assistente na recepção do spa. Em meio à oi Kara e o que acontece? dos cabeleireiros, seu olhar procurou Renee e Chloe. — Elas estão no escritório dela, na porta ao lado. — alguém gritou. — Obrigada, rapazes. — Ela voltou, passando o escritório do salão de beleza e uma porta traseira, e em um corredor com um calmante papel de parede bege. A mudança na atmosfera era surpreendente. Enquanto o salão estava barulhento com música Techno e o cheiro de produtos químicos de cabelo no ar, o spa era mais calmo, perfumado com essências de ervas e o som suave da música clássica ao fundo. Água escorrendo de uma fonte chegava aos ouvidos de Kara. Através de uma texturizada parede de vidro, ela viu as silhuetas dos clientes relaxando em espreguiçadeiras, água gelada ou chá em suas mãos. Conversas suaves entre clientes e funcionários derivavam de outras salas. Kara virou à esquerda, na sala comum com suas cadeiras de pelúcia e mesa de vidro preto que oferecia uma cesta de frutas e uma jarra de água para os hóspedes. Quase nenhum som vinha de trás da porta fechada de Chloe, o que não era surpreendente. Chloe sempre refreava sua natureza exuberante quando estava no spa. Kara bateu brevemente, em seguida, abriu a porta. Chloe, em seu terninho de marca e cabelo vermelho espetado, relaxava em uma espreguiçadeira, um copo de algo brilhante em sua mão. Champanhe? A irmã dela, Shannon, distante dela na aparência e temperamento, sentouse na borda da mesa de cerejeira, enquanto Renee tinha os pés descalços pendurados na ponta de um braço da poltrona. Todas olharam para cima quando Kara entrou. — Bem na hora — disse Chloe e colocou os pés no chão.


Ela pegou uma taça de champanhe vazia do chão e acenou para Kara. — Leve-o. Despeje para ela algum, Shay. Kara franziu a testa, o olhar saltando entre as três mulheres sorridentes e a garrafa, que acabou descobrindo ser cidra espumante. — O que acontece? — Vou casar. — Chloe ergueu a mão esquerda e mexeu os dedos com unhas de acrílico, curvas e longas. — Meu Danny propôs. — Ela gritou de emoção. Os olhos de Kara se arregalaram quando se fecharam no anel. Era enorme. Ela pegou a mão de Chloe e estudou o diamante marquês moldado em um anel de platina com pequenas pedras laterais redondas. — É lindo. — Esse é o meu homem. Eu tenho muita sorte de tê-lo. — Sua voz era vacilante. — Oh, querida. Ele tem sorte de ter você. — Kara se sentou ao lado dela e deu-lhe um grande abraço. Ela estava feliz por Chloe e com um pouco de inveja. Quando ela teria o seu anel? Claro, ela tinha que encontrar um homem primeiro, como sua irmã mais nova, Briana, e Chloe. O rosto de Baron esvoaçava em sua cabeça, mas ela empurrou-o para longe. Ela não podia ter o que queria, mas isso não devia impedi-la de viver através da amiga. As três conseguiram. Chloe ficou com ela e Renee por dois anos antes de sair do colégio para cuidar de seus irmãos após a morte de seus pais. Apesar de não ter se formado, ela abriu um salão de beleza com a idade de vinte e dois anos e um spa, três anos depois. Agora ela possuía vários em torno de LA. Se não fosse por ela, Shannon nunca teria terminado a faculdade de medicina ou se tornado uma dermatologista. As duas já tinham um acordo de recomendar o trabalho perfeito da outra para seus clientes.


Kara se inclinou para trás. — Dê-nos os detalhes? Como é que ele propôs?

*** Baron assistiu quando Kara deixou a galeria, quando ela voltou, e mais tarde, quando ela terminou o dia. Ele perguntou a si mesmo o que adiantava monitorar seus movimentos e nada de resposta. Sua incapacidade de formular uma resposta, se concentrar em seu trabalho, ou parar de pensar nela deixava-o furioso. Ele estava reduzido a ficar rondando em seu escritório depois que todos foram para casa, quebrando seu cérebro por uma solução. A situação com Kara era apenas uma distração, uma que saltara sobre ele quando menos esperava. Ela queria sair? Bem. Ele precisava parar de ficar obcecado com isso e seguir em frente. Melhor ainda, encontrar algo para ocupar-se até que recuperasse o controle. Uma maneira de realizar isso era tão antiga quanto o próprio tempo. Baron recuou atrás de sua mesa e abriu a gaveta de cima. Ele pegou seu telefone celular, apertou o botão contatos e rolou os nomes. Sexo tinha uma maneira de entorpecer os sentidos, e ele não ficara com alguém em o quê... três meses? Não, seis. Era humilhante ter que fazer isso em tão pouco tempo, mas sabia que as mulheres não se importavam. Na verdade, a maioria das mulheres que ele levava pra cama sabia o placar desde o início – ele não queria sossegar. Ele apenas tinha muito a realizar antes de tomar esse caminho. As mulheres nunca se importaram quando ele explicava a sua posição, e ele deixava isso na cama. Baron finalizou a lista de nomes sem selecionar um. Carrancudo, ele começou a ler em voz alta enquanto rolava de volta ao começo. Não conseguia se lembrar de como algumas das mulheres pareciam. Em vez disso, uma imagem de Kara saindo da porta da galeria ficou gravada em


seu cérebro, o som de sua voz rouca tocando em seus ouvidos. Desgostoso consigo mesmo, ele colocou o telefone celular no respectivo suporte. Ele precisava de uma bebida. Baron pegou o casaco e as chaves, em seguida dirigiu-se para o elevador. Estava ficando escuro, o sol lançando sombras gigantes dos arranha-céus ao redor. Ele decolou em seu SUV em direção à West Hollywood, seu destino era um restaurante da moda, frequentado por jovens profissionais de Los Angeles e celebridades de Hollywood. O Haven Lounge e o restaurante estavam cheios, como de costume, mas ele deixou o carro com um manobrista e se dirigiu para a entrada. A anfitriã o viu antes que ele atravessasse as portas orientais da construção tipo um paiol. — Boa noite, Baron — disse ela com um sorriso gracioso. — Liz. — Ele a abraçou e beijou sua bochecha. — Você parece bem. Ela deu um tapinha no seu cabelo perfeitamente no estilo. — Obrigada. — Ele está ocupado? — Não mais do que de costume. Você quer que eu o contate para você? — Por favor. Estarei no bar. — Ele caminhou para a sala de vinhos e foi direto para o bar. Em poucos segundos, um dos barmens colocou uma dose de uísque na sua frente. — Obrigado, PK. — Baron drenou a bebida e acenou ao garçom para outra. Como regra, ele odiava depender de produtos químicos para anestesiar seus sentidos, mas o licor forte era a única companhia que poderia encontrar para aliviar sua noite de mau humor. Através do espelho, atrás das garrafas de vinho, ele estudou os clientes enquanto entravam no restaurante. Liz continuou enfiando a


mecha de seu cabelo atrás da orelha, um ardil que escondia o fato de que usava um microfone escondido em seu pulso para se comunicar com os outros recepcionistas. Alguns dos clientes eram direcionados para as cadeiras de couro na sala de vinhos, a escolha da bebida fornecida em tempo hábil. Outros eram levados para cabines privadas no pátio ou na sala de jantar principal. O assento rápido de sua clientela, comida excepcional, salas de jantar privadas para festas ou cabines para jantares românticos, e é claro, as múltiplas entradas e saídas, para celebridades e dignitários entrarem e saírem despercebidos, eram algumas das razões que tornava o Haven o mais recente ponto quente em West Holywood. Baron virava sua terceira bebida quando um homem alto deslizou sobre a banqueta ao lado da sua. — Ei, irmãozinho — disse Baron sem se virar. — Eu nasci 15 segundos depois de você, Baron. O que acontece? Liz disse que você parecia estressado. Dada a sua aparência, eu diria que era um eufemismo. Baron riu, seu olhar sobre o reflexo de seu irmão gêmeo, Chase. Exceto por Chase tender a se vestir de preto e usar o cabelo longo, os dois eram fisicamente indistinguíveis. Familiares e amigos próximos poderiam facilmente distingui-los, porém, pois seu irmão usava um sorriso permanente. Baron drenou sua bebida sem responder à Chase, e fez sinal para o barman. — Uau. — disse Chase ao lado dele. — Desde quando você se embebeda com esse veneno? O que te deu? Ou devo começar a adivinhar quando você disser 'esquentando'? Baron assistiu o barman encher outro copo. — Eu não chamaria essa finamente envelhecida bebida de veneno. E você é velho demais para jogar estes jogos. — Ele olhou para o irmão. — Então? Posso ter uma mesa esta noite ou você está cheio?


Chase fez sinal para o barman não servir outra dose à Baron. — Por que não vem comigo ao meu escritório. Eu vou pessoalmente atendêlo com todos os seus favoritos. Baron deu-lhe um sorriso zombeteiro. — Se esse é o seu jeito de me afastar do bar, você está falhando. Vou ter isso, meu amigo. — Ele fez um gesto para a sua bebida. Claramente indeciso sobre o que fazer, o barman olhou de um irmão para o outro, mas algo nos olhos de Baron o fez oferecer outra dose. — Obrigado. — Ele esvaziou-o em um movimento fluído e evitou o olhar preocupado de Chase. — Ok, vamos lá, Chef Fitzgerald. Ah, eu esqueci. Você não cozinha mais. Qual é o seu especial do chef hoje? Estou morrendo de fome. — Ele se sentia tonto e começando a se arrepender das duas últimas doses. Ele conseguia segurar a bebida na maioria das vezes, mas nunca com o estômago vazio. — Tudo o que quiser, você encontrará aqui. — Prometeu Chase. Ele levou Baron passando pelo salão, acenando para os clientes e batendo em algumas costas, em seguida, virou e entrou em um corredor largo. Ele empurrou a segunda porta à sua esquerda e esperou Baron precedê-lo. Baron caiu em um sofá e deixou seus pés no braço. Não podia evitar o olhar penetrante de Chase, não quando seu irmão se sentava na beirada da mesa há poucos metros de distância e estudava-o com uma careta. — Ok, Baron. Cuspa logo. Aconteceu alguma coisa na Galeria? Uma pintura desaparecida? Vaso quebrado? A demora na inauguração do próximo mês em São Francisco? Baron atirou um olhar irritado em seu irmão. — O que faz você pensar que algo está errado no trabalho?


— Porque é só com isso que você parece se preocupar nestes dias. É raro ver alguém, a menos que seja absolutamente necessário. Então atire. Baron rangeu os dentes. Isso foi um erro. Ele deveria ter pedido para viagem, seguido seu caminho para casa sem ouvir seu irmão gêmeo hipócrita. — Ouça. Se eu quisesse um sermão, eu teria visitado mamãe e conseguiria um com Lex. — Talvez você devesse. Você parece uma merda. Quando foi a última vez que transou? Pelo olhar em seus olhos, eu diria que foi no último milênio. Resolva isso com uma mulher, não com bebida destilada. Baron se levantou, os pés pousando no chão atapetado com um baque. — Algumas doses dificilmente se qualificam como um hábito, espertinho. Só me dê alguma comida, ou conseguirei algo na rua. Chase cerrou o punho, os olhos se estreitando. Baron levantou uma sobrancelha. Parecia que seu irmão queria colocar algum sentido em sua cabeça. No estado de espírito em que estava, provavelmente receberia. Infelizmente, sua prima Liz ligaria para sua mãe. Ele preferia ficar com uma ressaca e a bronca de Chase do que decepcionar sua mãe, novamente. Chase afastou-se de sua mesa e fez uma pausa para olhar para ele. — Você é um idiota. A estúpida mulher não vale a pena. Baron enrijeceu, seus olhos se estreitando. Ele falava de sua Kara? — Que diabos você está falando? — Valerie. Você se mata para provar que é melhor do que o asno com quem ela fugiu. Você não ouviu? Sua carreira vai ladeira abaixo. Usuários de esteróides nunca duram muito tempo no basebol. Baron riu. — O que é assim tão engraçado? — Seu irmão rosnou.


Baron controlou sua alegria e balançou a cabeça. Chase entendeu tudo errado. A decisão de parar de jogar e levar a sua Galeria para o próximo nível não tinha nada a ver com o que Valerie disse, apenas o que ela fez – matar sua futura criança. Ele precisava de uma saída para o seu sofrimento e a sua obra era isso. Claro, Chase a culpava por tudo o que percebeu que estava errado com Baron, mas era a lealdade familiar cega falando. Baron manteve-se responsável por todo o fiasco. Ele pensou amar a mulher, comprou-lhe um anel, e a levou para sua casa sem saber muito sobre ela. Tudo o que ele viu foi a sua vulnerabilidade, a menina country perdida na cidade grande que necessitava ser resgatada. O que acabou por ser um pote de merda. Ele percebeu que Chase ainda esperava por uma resposta. — Nada é engraçado. Kara apresentou sua demissão hoje. — Aaah. Baron não se preocupou em perguntar ao seu irmão o que aaah significava. — Ela sairá em exatamente um mês. — Sua voz soava triste para os ouvidos, o que só o irritou. — Eu ofereci tudo. Dobrar o pagamento, um novo escritório, todas as nove... — Exceto o que ela precisa. — Chase terminou com um sorriso conhecedor, como se ele desfrutasse de um segredo que só ele conhecia. — Sim, eu sei. Realizar um sonho. — Ele fez uma careta para o seu irmão. — Você parará com esse sorriso irritante? — Não. Espanta-me que estejamos relacionados... não, que nós sejamos gêmeos. Você está totalmente desinformado sobre as mulheres. Baron deu de ombros. — As mulheres são impossíveis de entender, um mistério total. Mostre-me um homem que diz conhecer as mulheres, e eu te mostrarei um mentiroso.


— Eu não minto. Se você prestasse mais atenção, você seria muito mais sábio, também — gabou-se Chase. — De qualquer forma, o que você fará? — Nada. — Baron voltou para sua posição reclinada e descansou as mãos atrás de sua cabeça. — Não posso impedi-la. Chase balançou as sobrancelhas. — Isso significa que eu posso tê-la agora? Baron rangeu os dentes. — Eu disse a você... — Que ela não pode ser uma das minhas breves amantes, rapidamente esquecidas, eu sei. Isso foi há cinco anos. Agora que ela já não trabalha para você, não está mais sob o seu olhar atento, você não deve se importar. Certo? — Chase caminhou para a porta. — Tão doce e carinhosa, tão inteligente e bonita, talvez eu vá mantê-la mais tempo do que... — Não. — Retrucou Baron. Seu irmão virou a cabeça e deu um sorriso alegre. — Lembre-se do pacto. — Baron disse entre dentes. Tinham oito anos quando juraram nunca tomar o que pertencia a outro. Não importava se era um brinquedo, um jogo, ou quando eles começaram a namorar, uma mulher. Uma vez que pertencia a um, estava fora dos limites para o outro. Chase lançou um sorriso triunfante, e Baron rosnou. — Só me dê algo para comer. O riso de Chase ecoou na sala quando a porta se fechou atrás dele. Baron olhou para o espaço. Ele deveria fazer algo sobre Kara. Quanto mais cedo melhor.


CAPÍTULO 3 Kara chegou à galeria na manhã seguinte e estacionou ao lado do caminhão de serviços de limpeza. Alívio a percorreu, seguido por um tom de decepção quando viu que a SUV de Baron ainda não estava no seu espaço habitual. Era o quarto dia que ele não aparecia para trabalhar. Isso era ridículo. Por um lado ela queria vê-lo, mas, por outro, ela temia isso. A primeira reunião após o seu confronto na segunda-feira estava fadada a ser constrangedora. Quem enganava? No próximo mês, ela se sentiria desconfortável em torno dele, na galeria, e com seus colegas de trabalho, uma vez que descobrissem que ela renunciara. Seu único santuário seria sua sala de trabalho no andar de baixo. Pegou seu telefone celular e discou para o escritório da Gena. Baron podia ser o primeiro e último a sair da Galeria, à noite, mas o trabalho de Gena incluía abrir as portas para a equipe de limpeza. Por razões de segurança, ele não permitia a limpeza após o horário de expediente. Kara olhou através do para-brisa, na entrada de La Baron Galeria quando Gena não atendeu ao telefone. Quando o correio de voz começou, ela desligou seu telefone com nojo. Ela não acordou cedo para resfriar seus calcanhares do lado de fora da galeria por horas. Os assistentes da sala de exposição não chegariam até às nove e meia, meia hora antes de as portas se abrirem para o comércio, e ela tinha uma pintura para limpar e reparar. Ela saiu do carro e olhou para cima e para baixo da calçada. Pessoas corriam por ela para seus escritórios com copos de bebida fumegantes em suas mãos. Ela poderia matar por um café agora. Ela não


se preocupou em parar no Starbucks, porque, bem, ela esperava que Baron lhe trouxesse algum mais tarde. Hoje, como qualquer outra sexta-feira, os dois discutiriam seu projeto atual. Ele passaria em sua sala de trabalho, copos de café da Starbucks na mão – um para ele e outro para ela – e passariam pelo menos uma hora conversando na loja. Ela esperava suas visitas, embora nunca deixasse transparecer. Pelo menos, pensava que nunca fez. Kara sacudiu a cabeça. Ela jurou ontem à noite que não se preocuparia sobre o que fez ou deixou de fazer no passado. Era contraproducente. Ela bloqueou a luz do sol com a mão e olhou para a galeria. No segundo piso as luzes estavam acesas e apetrechos de limpeza estavam no centro da sala principal. Alguém deve ter deixado os produtos de limpeza ali. Ela rediscou o número de Gena. — Vamos lá... vamos lá Gena. Eu sei que você está aí. Atenda. — Sim? A voz rouca de Baron enviou um jorro de consciência por ela, e por um momento, Kara abriu e fechou a boca como um peixe encalhado. O que ele fazia aqui? Seu SUV não estava estacionado do lado de fora. — Quem é? — Ele retrucou. Pare de entrar em pânico e aja como a mulher confiante que você é. Ela engoliu em seco e se esforçou para parecer calma. — Sou eu. Você poderia abrir a porta, por favor? — Kara? — Seu tom de voz se suavizou. — Claro. Estarei aí embaixo em um segundo. — Seus músculos do estômago se esticaram e sua mão foi para o seu cabelo. Ela o deixou solto, e usava maquiagem e lentes de contato em vez de óculos. Olhando para seu reflexo na porta de vidro, ela não podia ver nada além de sua silhueta. Oh esqueça. Seu reflexo esta manhã disse que ela


parecia muito bem em calças pretas e um top listrado vermelho e branco. A jaqueta preta leve acrescentava um toque de classe para todo o conjunto. Kara olhou para baixo e franziu a testa. Talvez o top sem mangas com decote em V de malha mostrasse mais peito do que o habitual. Ela puxou e puxou seu top, então suspirou. Por que se preocupava? O decote acentuado era desperdiçado com ela. Seus seios não eram dignos de babar. Talvez fosse a hora de fazer um esforço extra para apresentá-los e investir em alguns sutiãs que os levantassem. Não que ela não se sentisse bem com seu corpo, ela se sentia; na maior parte do tempo de qualquer maneira. Mas atualmente uma menina precisava se esforçar mais para ficar à frente no jogo do namoro ou acabaria uma mulher velha e miserável. Ok, isso soou muito como algo que Chloe diria. Aos vinte e nove anos, Kara não estava exatamente na meia idade, mas agora ela se sentia como

uma

solteirona

sem

perspectivas.

Nenhum

homem

para

aconchegar nas noites frias ou queimar buracos no tapete sempre que se sentia brincalhão. Até mesmo seu fiel vibrador não dava a satisfação que ela desejava. Ela se deu uma sacudida mental. Isso precisava parar. Ela não teve um colapso quando Briana se casou, mas desde o anúncio de Chloe, Kara ficou pensando sobre anéis de noivado, casamento, amantes, ou a falta deles, quando se tratava de sua própria vida social. Pelo menos Renee tinha uma razão para não se preocupar com o casamento. O casamento instável de seus pais e posterior divórcio amargo fez com que não acreditasse no casamento como instituição. Os pais de Kara ainda estavam apaixonados depois de 30 anos. Ela não tinha nenhuma desculpa. Um movimento do outro lado da porta interrompeu seu devaneio. O queixo dela caiu e seus olhos se arregalaram quando viu Baron. Jeans


preto abraçava os quadris estreitos e estendia sobre suas longas pernas, e uma camisa pólo branca apresentava seus ombros largos e seus grossos antebraços musculosos. Onde estava o terno que poderia agir como uma barreira contra seu físico avassalador e fazia parecer distante e inacessível? Este Baron era letal, e não com o que ela poderia lidar agora. Ele lembrava muito do velho Baron irresistível. Certamente, ele não planejava mover-se rapidamente sobre ela, novamente. Ela não podia lidar com o comportamento imprevisível dele após o desastroso encontro em seu escritório. Suas mãos começaram a suar antes da porta se abrir. Seu olhar varreu-o antes que pudesse se conter. Alto, sólido e bonito, robusto, tão masculino e esmagador de perto, que ela se sentiu pequena e feminina, insignificante. O branco de sua camisa contrastava com sua atraente pele bronzeada. Ele não se preocupou em fazer a barba esta manhã, a pequena sombra no queixo adicionando um olhar taciturno, libertino. Quando os lábios beijáveis enrolaram como se esforçasse para não sorrir, ela percebeu que ainda cobiçava. Não era justo. Nenhum homem era como ele, sem sequer tentar. Ela se apressou em falar. — Seu SUV não está lá fora. — Foi uma coisa estranha de se dizer, mas era melhor do que dizer: Porra, você parece bom. — Está estacionado perto da entrada lateral. Bom dia para você também. Calor se arrastou até seu rosto por sua voz provocante. Definitivamente o velho Baron. Ele não estava sendo justo. Apenas quando ela tinha um plano de emergência, o homem que fazia seus joelhos fraquejarem ressurgiu. — Bom dia. Gena ainda não está aqui? — Não, mas deve estar em breve. — Ele deu um passo para trás e fez um gesto para Kara andar. — Eu esperava que você e eu pudéssemos falar antes de eu sair.


Sair para onde? Ela queria perguntar, mas mordeu a língua. Não era da conta dela. Ele se virou para trancar a porta e seus estúpidos olhos varreram as costas largas, em seguida, mudaram para sua bunda de classe mundial. O desejo mais selvagem de escorregar a mão no bolso de trás e apertar uma bochecha dura como pedra correu através dela. Ele se virou e ela desviou o olhar, sua mão segurando a alça de sua bolsa. — Falar sobre o quê? — Sua voz soava engraçada mesmo para seus ouvidos, o que quase a fez rir. Baron deu-lhe um olhar estranho, como se não tivesse certeza sobre alguma coisa, então acenou na área geral da porta que conduz à sua sala de trabalho. — A sua carga de trabalho. No que você trabalha agora? — Uma peça de Edward Hale. — Ela se esforçou para combinar com o seu tom sério quando correu para frente. Não foi fácil, não com sua loção pós-barba com aroma de pinho provocando seus sentidos. — Há uma área danificada que precisa de conserto. O verniz também amarelou e começou a rachar. — Quando o dono espera por ela? — Fim da próxima semana. Por que você pergunta? Há algum problema? — Nada que não possa ser corrigido. — Foi sua resposta misteriosa. Ele tomou seu cotovelo e levou-a para o corredor. Seu comportamento a desequilibrou. Sem mencionar que o calor de sua mão parecia queimar um buraco através de sua jaqueta. Sua inquietação subiu um degrau, batendo junto com a emoção de estar tão perto dele. — O que acontece, Baron? — Você é sempre tão impaciente. — Brincou ele em um tom leve. Ela se irritou. — Eu não sou. Ele riu. — Eu quero te mostrar uma coisa.


Ela olhou para ele, mas ele olhava para frente, fingindo não perceber sua curiosidade. Ele poderia ser tão irritantemente reticente. — O que é? — Ela insistiu. — Sobre a peça que você está trabalhando. Você pode terminá-la mais cedo? Ela planejou trabalhar nisso amanhã para sair às compras com Renee. As roupas que sua amiga forçava nela sempre acabavam não usadas, ocupando espaço no seu armário. — Acho que sim. Quartafeira... talvez terça-feira. — Oh, tão breve? — Conhecer o estilo da época e técnica de pintura de Hale ajudou neste caso. — Eles pararam do lado de fora de sua porta e ele largou seu cotovelo. Ela realmente se sentiu desolada, o que a incomodava. Ela não queria começar a esperar sua inatingível atenção. Concentre-se. — Eu já identifiquei o esquema de cores. Achei pigmentos claros em uma área fina escondida sob a borda do quadro. Depois que eu terminar de remover o verniz antigo, eu iniciarei a etapa final. Ele sorriu. Não apenas uma sugestão de um sorriso ou brilho piscando nos olhos, mas um sorriso preguiçoso embalado com sensualidade. Ele lhe tirou o fôlego. O velho Baron irresistível ressurgia e impiedosamente esmagava suas defesas. Ela encontrou-se respondendo com um sorriso de resposta. — O quê? — Não é importante. — Ele estendeu a mão para a maçaneta da porta, mas Kara chegou primeiro. Ele não podia fingir que nada estava errado. O brilho em seus olhos o denunciava. — Deixe-me ser o juiz disso. Ok? — Quando seus olhos se estreitaram, como se debatesse se falaria, ela rolou seus olhos. — Diga. — Você tem muito talento. Eu sei disso e você sabe disso. — Mas?


Ele soltou um longo suspiro. — Mas às vezes você não pode resistir e se mostra. Os olhos de Kara se arregalaram. Ele estava seriamente a castigando? Ela estudou seu rosto, viu os cantos de sua boca contraíremse e esqueceu-se de se opor às suas palavras. O galã lindo brincava com ela. Um choque de saudade derramava através dela pelas transformações em seu belo rosto. Ela esquecera as linhas do sorriso, a sensualidade calorosa em seus olhos, a sexy curva ascendente de seus lábios. — Não, eu não. — Seu patético protesto sem convicção. — Sim, você faz. É bastante meigo. — Ele cobriu a mão dela e virou a maçaneta. — Isso mostra que você está confiante sobre o seu trabalho e não têm medo de mostrar ou compartilhá-lo. Kara não podia se mover. Sua mão sobre a dela enviou um choque de prazer por ela. Sempre que a tocava, era sempre o mesmo. Fogo e gelo. Escaldante calor e calafrios. Pelo menos era isso que sentia. Mas o que ele quis dizer com 'meigo'? Meigo filhote-de-cachorro-brincando-no-chão ou eu-acho-você-atraente? — Kara? — Ele parecia impaciente agora. Eita, não pode uma mulher analisar um momento? Ela afastou o incidente de sua memória RAM para posterior recuperação, empurrou a porta e deu um passo adiante. Percepção bateu nela assim que estendeu a mão para o interruptor de luz. As luzes já estavam acesas no porão. Franzindo a testa, olhou para Baron, mas ele não parecia surpreso. Ele deve ter acendido. — Vá em frente — ele insistiu. Ela alcançou o sinal de Não perturbe de um gancho na parede. O sinal geralmente garantia a sua privacidade – nenhum funcionário intrometendo-se quando ela menos esperava. Todo mundo, mesmo Baron, entendia que não havia margem para erro em sua linha de trabalho. Precisão, olhos penetrantes e mãos firmes,


sem pigmentos originais removidos ou desgastados, sem excesso de solvente deixando arruinada ou queimando a pintura. Movimentos bruscos da parte dela poderiam ser catastróficos, o erro irrevogável. Os novos funcionários nunca precisavam ser avisados duas vezes sobre não interrompê-la quando esse sinal estivesse pendurado do lado de fora de sua porta. Kara colocou o sinal, em seguida, retirou sua jaqueta. Baron já estava junto ao cavalete, o olhar em seus instrumentos – uma lupa de vidro de um joalheiro, microscópio, e lâmpada de luz ultravioleta para estudar a pintura enquanto trabalhava; solventes, bolas de algodão e cotonetes para identificar os pigmentos e limpeza do velho verniz; uma câmera pequena carregada para registrar cada passo da restauração. Seu olhar foi para ela quando ela começou a descer as escadas. Não era uma relação legal ou um olhar que um chefe dava ao avaliar um empregado. Algo quente e letal queimava na profundidade de seus olhos – desejo profundamente arraigado que ecoou dentro dela. Sua boca se moveu, e ela sabia que ele falava, mas não ouviu uma única palavra do que ele disse. Ela estava ocupada ouvindo o thump-tum do seu coração e o rugido do sangue em seus ouvidos. Como ele nunca olhou para ela assim antes? Ele apontou para o cavalete, e foi quando ela viu, uma pintura tão deslumbrante, tão inspiradora que ela suspirou, jogou o casaco no cabide, e correu para frente, tudo o mais esquecido. Ela parou na frente da peça, estendeu a mão para tocar o vidro cobrindo-o e riu. — Uau. É isso que você queria me mostrar? Parece um Caravaggio. — Ela lançou-lhe um olhar. — A mesma iluminação em ângulo dramático, o profundo sombreado. Tem que ser, uh, São João... não, o eremita... São Jerônimo – ele quem traduziu a Bíblia para o latim.


— É isso mesmo — disse ele. Seu brilho nunca deixou de surpreendê-lo. — Eles disseram que apenas três pinturas de São Jerônimo sobreviveram. — Uma delas está em Roma, a segunda em Boston, e a terceira com um colecionador de Swizz, mas isso... — ela se inclinou mais perto para ver melhor, em seguida, continuou falando sobre o que ela sabia sobre o trabalho do artista. Baron ficou atrás e simplesmente apreciava sua resposta. Ela estava deslumbrante em seu entusiasmo, os olhares que ela jogava por cima do ombro dando-lhe vislumbres de seu rosto animado. Normalmente, ela era tão pálida e de aparência delicada, como se pudesse quebrar se ele fosse muito rude com ela. Sua pele estava corada, os olhos brilhando, o decote em V dando-lhe uma visão clara de seus seios perfeitos. Seus olhos foram logo para as mãos largas, não muito grandes e nem pequenas. Mas, como um autoproclamado homem amante de bunda, ele apreciava a dela, amando o jeito que sua calça caía sobre ela e seus quadris arredondados. Do jeito que ela estava inclinada para frente, com as mãos sobre os joelhos, ele estava tendo um raro prazer. O sangue correu para sua virilha. Ele precisava se concentrar em outra coisa, mas nada no quarto cativou-o bastante. Seus olhos balançaram de volta para Kara. Mudou-se para detrás da pintura onde ele tinha uma visão melhor do seu rosto. Hoje, ela tinha mais maquiagem do que o habitual, mas sua pele brilhante não precisava disso. Era suave, refinada, seus cílios incrivelmente longos e enrolando para cima. Os óculos muitas vezes acrescentavam algo à sua aparência que ele achava irresistível. Nos últimos dias, ele imaginara removê-los antes de beijá-la, uma forma de preliminares. Vê-la sem eles dava voltas em sua cabeça. Ela olhou para cima, seus olhos brilhando de tanto rir. — É um Caravaggio, não é?


Seus olhos castanhos expressivos estavam incríveis, mudando com

seus

humores,

as

pupilas

negras

dilatando

e

contraindo

delicadamente. Eles estavam mais escuros agora, sugando-o em suas profundezas misteriosas. Ele balançou a cabeça para focar seus pensamentos na conversa. Quando a viu franzir a testa, percebeu que ela assumiu que ele respondia à sua pergunta. — Sim, é — ele corrigiu. A expressão perplexa decidida em seu rosto. — Ele não parece precisar de preservação ou restauração. Por que está aqui? De quem é? — Ele a pegou. Antecipação apertou seu intestino. Ele não tinha certeza que seu plano funcionaria quando passou dias fazendo ligações, mas o brilho nos olhos dela apertava-o. Tudo o que faltava era colocar as outras peças no lugar e as recuperar lentamente. — Ela pertence à Bridget VanderMarck — disse ele, mantendo a voz neutra. Seus olhos se arregalaram em reconhecimento. Qualquer um no mundo da arte conhecia a Sra Bridget VanderMarck, anteriormente Bridget O'Maley, uma figura emblemática na indústria da moda. Há um ano, ela realizou um leilão privado de obras de arte de seu falecido marido e chamou a atenção da mídia quando algumas das pinturas estavam em um milhão de dólares cada. Então, um dos colecionadores teve uma segunda avaliação feita em sua nova aquisição e chocou o mundo da arte com a notícia de que era uma falsificação. O escândalo que se seguiu alienou Bridget VanderMarck do mundo que ela tanto amava. Que a coleção pertencera a seu falecido marido não tinha importância. A mídia e a comunidade artística ainda a difamava. Apenas alguns dos seus amigos mais próximos, incluindo a mãe de Baron, se reuniram atrás dela. Mantendo o escândalo vivo estava Jake VanderMarck, filho do falecido marido de Bridget. O bastardo vingativo foi ao ponto de dizer que sua madrasta era uma mulher gananciosa que substituíra as pinturas originais com falsificações.


Aqueles que conheciam Bridget estavam cientes do quão mentiroso era. — Esta é uma peça genuína. — O tom animado de Kara o puxou de volta ao presente. Seus olhos estavam fixos na pintura. — Sim, é. Jade e sua equipe de especialistas fizeram testes físicos, químicos e análises elementares nele. É genuíno. Um suspiro escapou de Kara. — Ok. Então o que ele faz aqui? Eu pensei que a senhora VanderMarck pagou vários avaliadores de todo o país para reavaliar todas as peças que possuía e se livrou delas. — Sim, mas isso está custando um braço e uma perna à ela. — Ele olhou para o relógio e pegou a pintura. — Vou me encontrar com ela para almoçar e preciso sair agora. Explicarei tudo mais tarde. Seus olhos esmaeceram. — Por que não agora? — Porque eu preciso correr. — Ele começou a reembalar a pintura. — Vamos, Baron. Ela tem mais pinturas? Ela usará a nossa Galeria para vendê-las? Há alguma que precisa ser restaurada? Emoldurada? Baron não podia parar o sorriso que cruzou os seus lábios. Kara era tenaz, uma qualidade que pode ser tanto agradável e enlouquecedora, dependendo da situação. Ela percebeu que disse 'nossa Galeria'? A mulher não ia à lugar nenhum. A única mudança que aconteceria por aqui era o seu relacionamento. Ele estava prestes a ficar muito perto e pessoal. — Como eu disse, você é sempre impaciente. — Ele se levantou. — Tudo ficará claro depois que falarmos, o que não acontecerá se eu não sair daqui. Ela torceu o nariz. — Você sabe que não me concentrarei até que eu saiba o que está acontecendo.


Ele resistiu ao impulso de suavizar as linhas que estragavam sua testa lisa. Mas ela parecia totalmente adorável quando fazia beicinho, o fez querer inclinar para frente e capturar seus lábios em um beijo. Ele resistiu à tentação, não querendo assustá-la. — Oh sim, você vai. Você está muito focada para deixar algo tão pequeno incomodá-la. Vamos conversar mais tarde. Ele virou antes que pudesse sucumbir aos seus olhos suplicantes e apressou-se para cima. Uma vez que carregou o SUV, ele voltou ao seu escritório para pegar o resto de suas coisas, uma dúzia de rosas brancas e uma caixa de chocolate para Bridget VanderMarck. Sua assistente estava apenas chegando a seu escritório quando ele deixou o seu. Eles falaram brevemente. — Se eu não voltar até o final do dia, feche — acrescentou. — Kara não deve ser perturbada; seu sinal está lá. Se você precisar de conselhos sobre qualquer uma das peças, vá para Rick. Eu não devo ser perturbado, também, a menos que seja uma emergência. Gena deu-lhe um olhar estranho e assentiu. Quando chegou à entrada principal, ele olhou para trás e encontrou-a ainda olhando para ele. Seu traje deve ter mexido com ela. Não foram muitas vezes que ele usou roupas casuais para trabalhar ou transportou presentes, obviamente significava que era para uma mulher. Mas Bridget era o seu bilhete para conseguir o que queria – Kara. Quando se afastou do estacionamento, Baron discou o número de sua mãe. Ele prometeu à Chase e à sua irmã, Jade, que ligaria. Seus irmãos sabiam aumentar a sua culpa. O telefone foi atendido após um toque. — Bom dia, Ma. Eu te acordei? Estele Fitzgerald riu. — Às nove? Claro que não, querido. O que está errado?


Ele franziu o cenho para a ansiedade em sua voz. — Nada. Não posso ligar sem motivo? — Claro que pode. É só que você não ligou repentinamente desde... desde... bem, vamos apenas dizer que a única vez que eu ouço sua voz é quando eu vejo você em jantares de família. Mas estou feliz que você ligou. — Ela riu. — Como você está, querido? — Ele era negligente como um filho? Achava que não. Ainda assim, a culpa pesava sobre seus ombros. Ele viu sua mãe, uma ou duas vezes por mês durante jantares de família, mas nunca ligou sem uma razão sólida desde aquela noite, há cinco anos, o dia em que pensou que nunca se recuperaria da traição de uma mulher. Valerie acabara de lhe desferir um golpe fatal com a notícia sobre o seu futuro filho e ele se recuperava com a dor e descrença. Claro, ele poderia ter ligado para Chase ou Lex, mas Baron se viu discando para a linha privada de sua mãe. Em poucos segundos, ela sabia da história toda e implorava para ele voltar para casa, para que ela pudesse dizer que estava bem quando ambos sabiam que nunca seria assim. O desejo estivera lá, mas ele resistiu. Ele poderia lidar com isso, ele disse à ela. Mas a verdadeira razão pela qual ele não foi era porque não podia suportar ver a dor em seus olhos. Seu filho teria sido seu primeiro neto. Na época, ele sentia que era o culpado pelas ações de Valerie. Em vez de discutir com ele, Estele disse que o amava e desligou. Dentro de uma hora, os irmãos estavam em sua porta, ameaçando quebrá-la se ele não abrisse. Chase e ele ficaram bêbados naquela noite, a primeira vez desde os seus loucos dias de colégio. Ele teria feito qualquer coisa para aliviar a verdade nua e crua, que uma mulher preferia matar o seu filho e perseguir o estrelato do que estar com ele. O peito de Baron apertou. A dor da traição ainda estava lá, menos crua e devastadora, mas uma sombra rastejante que seguia seus momentos de vigília e zombavam dele no escuro. Cinco anos e ele ainda lutava com os mesmos demônios.


Balançou a cabeça e deixou sua mente voltar para aquele dia. Seu irmão mais velho, Lex, sempre cauteloso manteve um olho sobre Chase e ele quando exageravam, enquanto tomava um gole do seu copo. No dia seguinte, depois que seus irmãos estavam convencidos que ele não faria algo estúpido, como ir atrás de Valerie e seu novo namorado, o deixaram com a promessa de voltar mais tarde. Mas Kara chegou imediatamente depois que eles saíram. Ele nunca entendeu como ela soube sobre Valerie e seu novo homem, Stu Granger, também conhecido como Slugger. Poderia ter sido notícia desde que Stu era o novo menino de ouro da Major League Basebal no momento. Sem Kara ao seu lado, irritante e dando bronca, ele teria se revolvido na auto piedade por dias. Até sua mãe amorosa, de boa vontade, deixou Kara assumir o comando. Mas Estele nunca mencionou esse dia novamente, embora ele soubesse que ela ficou devastada pelo que Valerie fez. — Baby, você ainda está aí? — Eu estou aqui, Ma. Eu verei a Sra VanderMarck em Santa Barbara. — Por quê? Há algo de errado com a galeria? Baron riu. Era engraçado como todo mundo ficava perguntando a mesma coisa. — Não, está tudo bem. Eu devolverei uma pintura em que Jade trabalhava. Pensei que você pudesse querer um pouco de vinho ou algo de sua adega. Foi por isso que eu liguei. — Quão pensativo, querido. Bridget sabe o que eu gosto, só perguntar à ela. E é doce você levar a pintura. Se você puder, passe o dia com ela. — Ma... — Você é seu afilhado, Baron — ela lembrou suavemente. Baron suspirou. Sua mãe, à sua maneira, poderia ser muito insistente. — Eu havia planejado.


— Bom. Eu estava com ela há algumas semanas e ela se sentia bastante triste. Mas perguntou de você. Ela está muito orgulhosa do que você está fazendo com a galeria. Todos nós estamos. — Obrigada, mãe. Eu preciso ir. Estou prestes a entrar na rodovia. — Ele desligou antes que Estele pudesse ficar mais emocional. Seu pai morreu quando Lex, Chase e ele eram adolescentes, e Jade tinha apenas dez anos, mas Estele manteve os quatro, juntamente com duas primas, Ashley e Faith. Não foi fácil, especialmente com a família do lado do pai olhando por cima do ombro, esperando que ela cometesse um erro. Ela mostrou a eles. Todos os seis eram trabalhadores duros, assim como ela. Qualquer parafuso fora em suas cabeças não era culpa dela. Baron inseriu um CD de rock clássico no player e sorriu. Viajava na música. Ele cantou junto com Aerosmith. Logo, ele apenas tamborilou no volante enquanto dirigia. Ele não poderia ter vindo com um plano melhor. O que ele disse à sua mãe sobre devolver a pintura era uma parte menor de seu plano. Após se recuperar de sua ressaca, ele teve um plano brilhante e ligou para Bridget VanderMarck, a mulher que o apresentou ao mundo das antiguidades. Depois do escândalo do leilão, Bridget VanderMarck pediu para ele passar algum tempo em sua casa de verão em Hope, Idaho, e catalogar o último esconderijo de antiguidades de seu falecido marido. Ela o pediu para se livrar de tudo através de sua galeria depois que eles fossem autenticados, mas ele esteve muito ocupado no momento para tomar algum tempo fora. Mesmo agora, teria sido muito mais conveniente ir após a inauguração da Galeria em São Francisco, mas a situação com Kara precipitou as coisas. Então ele ligou para Bridget, e ela estava mais do que feliz em abrigá-lo. Se algo do restante da coleção do VanderMarck rivalizava com o que ela leiloara seria um golpe para a sua Galeria vendê-los. Mas, ter uma semana ou duas a sós com Kara, em uma casa isolada no meio do


nada, seria a cereja no topo do sorvete. Antecipação cortou Baron. Ele era um otário por enfeites.


CAPÍTULO 4 Kara trabalhou no Hale até seu estômago roncar. Um olhar para o relógio e percebeu por que – eram 03h15min. Não é à toa que ela morria de fome. Croissant turco mataria a fome até o jantar. Talvez centeio, que tinha menos calorias. Ela removeu a lupa de joalheiro de sua cabeça, pegou seu telefone celular e discou para a pastelaria de Raul. Ela fez o pedido, e ignorando seu estômago roncando, pegou a lâmpada UV para estudar a área sobre a pintura que ela acabara de limpar. Não fluorescente. Bom. A parte limpa iluminada como luzes de Natal. Não era tão grande, o que significava que poderia ser feito amanhã. Ela desligou a luz, desligou o iPod, e subiu as escadas para esperar por seu sanduíche. Rick tinha o telefone colado ao seu queixo, então ela caminhou sem parar. A recepcionista, cujo balcão estava à esquerda do corredor, olhou para cima quando Kara entrou no showroom. — Finalmente no andar de cima, hein? Eu não sei como você pode ficar enfiada lá por horas. — disse a delicada menina de pele morena com um sorriso. Kara apenas deu de ombros e encostou-se ao balcão. — Cada um na sua, Maya. Algumas mensagens? — Uma. De Renee Gunter. — Ela pegou um pedaço de papel de uma bandeja e entregou-o a Kara. — Obrigada. — Kara leu a nota e suspirou. Renee queria saber quando elas poderiam se encontrar para planejar a festa de noivado de Chloe. Kara dobrou o papel e colocou-o no bolso.


Planejar uma festa era a última coisa que ela queria fazer. Ela estava cansada e precisava relaxar e se desligar. Nos últimos meses, sua carga de trabalho deixou pouco espaço para relaxamento. Durante seu tempo livre, ela foi à academia ou limpou sua casa. Ainda assim, isso não significava que ela poderia deixar de dar à Chloe uma grande festa de noivado. Ela só precisava de algum tempo primeiro. Maya se inclinou para frente, com um brilho nos olhos. — Então? Quem está ficando noiva? Kara sentiu uma pontinha de irritação. A menina era doce e borbulhante, mas sua noção podia ser irritante às vezes. Na verdade, Kara tinha um pressentimento de que ela interceptava conversas telefônicas também, e estava a par de todas. Depois de estar atrás de uma lupa por horas, Kara não estava com vontade de ser agradável. — Uma amiga. — Seu tom não convidava para uma discussão mais aprofundada. — Escute, um dos homens de Raul trará meu almoço a qualquer minuto. Poderia deixá-lo aqui? — Claro. — O telefone tocou e Maya ajustou o fone de ouvido, como se fosse responder, em seguida, fez uma pausa para franzir a testa em Kara. — Eu não tenho que pagar a ele, não é? — Não, eu tenho uma conta com eles. Basta guardar aqui e eu venho buscar na volta. Obrigada. — Kara se afastou da mesa e foi em direção à rampa sinuosa que ligava o primeiro e segundo andar. Ela queria perguntar à Maya se Baron voltou, mas quando olhou para trás, a recepcionista falava no telefone. Kara continuou até a rampa e se dirigiu para a sala de antiguidades da Galeria. Por um momento, ela passeou de uma estátua para a outra, uma sensação de bem-estar envolvendo-a. Ela gostava de estar cercada por relíquias, e Baron tinha algumas peças excepcionais. A vitrine no meio do segundo andar era dedicada ao antigo Faraó Egípcio Taharqa, o governante dos reinos egípcios e núbios antigos. Ela nunca se


cansou de olhar para as estátuas ou ler as inscrições. Havia uma breve história da ascensão de Taharqa e uma assinatura de doação. A maioria das peças pertencia à Alexander Lex Fitzgerald, irmão mais velho de Baron. Kara se afastou das vitrines para as pinturas na parede. Uma peça vibrante lembrou-a de uma que Baron mostrou anteriormente. Certamente ele deveria estar de volta agora. Virando-se, foi para seu escritório. Se houvesse qualquer enquadramento a ser feito na coleção VanderMarck, ela queria fazê-lo, de preferência em sua nova empresa. A galeria de Baron terceirizava todos os trabalhos de enquadramento. Não havia ninguém no escritório de Gena, embora a porta estivesse entreaberta. Kara ouviu resmungos vindos do escritório de Baron. Ela levantou a mão para bater e congelou quando Gena falou. — Baron? Ele ficará fora o dia todo. Provavelmente tem uma nova namorada. — Houve uma longa pausa, e então: — Eu não sei. Acabei de comprar as rosas e os chocolates. Na verdade, temos uma conta com uma loja de flores no mesmo quarteirão. Não, sem champanhe. Ele mantém um case de Bolinger aqui no escritório. — Houve outra pausa. — Não, não se preocupe comigo. Ele é um chefe maravilhoso e paga bem... mais, eu gosto do meu trabalho. — A pessoa do outro lado deve ter dito algo engraçado porque Gena desatou a rir. Kara decidiu não incomodá-la, voltou atrás, e desceu para pegar seu almoço. Maya lhe deu um olhar estranho, mas a jovem estava no telefone e não poderia falar com ela. Kara correu escada abaixo, batendo-se mentalmente. Ela deve ter mostrado seus sentimentos em seu rosto novamente. Ela não sabia por que se sentia decepcionada com Baron. Só porque ele nunca desfilou suas conquistas ao redor do escritório não significa que ele não passava por mulheres com a velocidade de uma


corrida de Indy. Ele estava sendo ele mesmo, um solteirão sem apegos emocionais, livre para namorar quem ele quisesse. Kara trancou a porta, pegou uma garrafa de chá verde sem açúcar de seu mini frigorífico, e tirou o iPod de sua estação de encaixe para selecionar uma lista de reprodução diferente. Sua escolha de música era de acordo com o seu humor. Enquanto trabalhava, ela gostava de ouvir baladas, jazz ou clássica. Momentos como este, ela queria validação, uma saudação à mágoa. Kara sorriu ao colocar o leitor azul neon de música portátil de volta e aumentou o volume. A voz profunda e sensual de Pink arrancou as cordas do seu coração. A imagem de Baron esvoaçava em sua cabeça enquanto ouvia as letras de Long Way To Happy. Não que estivesse quebrada. Sim, ela queria Baron, mas dar à ele tanto poder sobre a sua felicidade estava fora de questão. Homens como Baron não saberiam o que fazer com o coração de uma mulher. Provavelmente atropelar tudo em seu caminho para a próxima conquista. Kara colocou os pés em cima da mesa, mastigava seu sanduíche, e ocasionalmente tomava um gole de chá gelado. Ok, talvez ela estivesse sendo um pouco dura demais com o pobre Baron. Ele mostrou que era capaz de ser monogâmico. Ele estava disposto a se comprometer com Valerie. Certo que foi há cinco anos, mas o relacionamento deve ter significado alguma coisa ou ele não teria ficado tão devastado quando ela foi embora. Kara mastigou e fez uma careta. Essa foi a primeira e única vez em que o viu vulnerável. Isso provavelmente nunca aconteceria novamente. Por outro lado, ela visualizou-o muito vulnerável em suas fantasias. As imagens de um Baron lubrificado, forte, nu e indefeso esvoaçavam em sua cabeça. Totalmente à mercê dela enquanto ela montava seu duro corpo sexy em um galope. Ufa. Kara soprou ar em direção a seu rosto corado. Seus pensamentos devassos se tornaram muito picantes, e em plena luz do dia, nada menos. Preciso parar de cobiçar o homem. Não, ela precisava de


alguma intervenção para deixar isso ir. Além disso, suas fantasias nunca se tornariam realidade. Submissão não estava no vocabulário ou comportamento de Baron. O galã usava intensidade e dominância como uma capa. Um homem como ele poderia tê-la à sua mercê com uma palavra. Kara baixou os pés, deixou de lado o embrulho do sanduíche, e estendeu a mão para seu telefone celular. Ela discou o número de Renee. — Ei você, subiu da terra da pintura até nós? — A voz alegre de Renee veio através do fone após dois toques. — Estou prestes a mergulhar de volta. O que você tem planejado para hoje à noite? — Estou pensando em Martini seco servido por um gostoso pão sem camisa. Kara franziu a testa. — Você e Heath estão juntos novamente? — Por favor. Essa bola de lodo é tão ontem. Não sei por que não vi seus olhos errantes. Eu sim, Kara pensou culpada. Ele escovava contra ela sempre que seus caminhos se cruzavam na casa de Renee ou quando ela encontrava com os dois, seu sorriso sem remorso. Talvez ela devesse ter mencionado isso para Renee. — Você precisa olhar além de músculos e gostosura. — Kara repreendeu. — Sim, certo. Eu não trabalho a bunda na academia para rolar na cama com o Sr. Flácido. Vamos à algum lugar legal. — Defina legal. — Kara pegou o resto do almoço e jogou-o na lata de lixo. — Um lugar com um monte de aperitivos, gostosuras e música. Eu me sinto à vontade para ser travessa.


Assim era Kara. Renee podia falar de loucura, mas sua reputação era muito importante para ela fazer algo estúpido em público. — Qual clube você tem em mente? — Isso é para eu me preocupar, e você... apenas se vista para matar. Eu vou buscá-la às oito. Aquecendo a ideia, Kara sorriu quando desligou. Talvez flertar com um estranho gostoso ajudaria a esquecer.

*** Eram quase seis quando Kara saiu de seu ambiente de trabalho novamente. Uma mensagem de Post-it na caligrafia elegante de Gena estava em sua porta. Ela arrancou, leu e fechou a cara. Baron queria que ela ligasse de volta. Mais tarde. Estou muito cansada. A galeria fechou às seis, e quando Kara entrou no piso principal, ela podia ver Gena e os outros funcionários orientando os clientes restantes em direção à saída. A mulher mais velha a viu e fez sinal para ela esperar. — Você recebeu meu recado? — Perguntou Gena uma vez que a galeria estava apagada. — Sim, obrigada. — Você ligou de volta? — Ligarei, assim que eu chegar em casa e colocar os pés para cima. — Kara ignorou a carranca de Gena e acrescentou: — Vejo você amanhã. — Ela se dirigiu para a entrada e seu carro. Quinze minutos depois, ela estacionava na frente da casa dela. Quando Kara veio da garagem, seu gato a encontrou na porta, lamentando-se e esfregando seus pés. — Sentiu minha falta, Tessie? — Ela pegou o gato malhado cinzento e coçou a cabeça. — Eu também. O


que você fez enquanto eu estava escravizada? — Ela colocou o gato para baixo e colocou a bolsa e as chaves no balcão da cozinha. Tessie deu-lhe aquele olhar arrogante que aperfeiçoara nos últimos dois anos, em seguida, caminhou para a sala de estar, pulou na cadeira de balanço, e se enrolou. — Você tem a vida perfeita, Tessie. Você dorme, faz cocô e come. Você não se importa se o gato malhado do outro lado da rua não te cheira. — Kara castrou a bola de pelo depois que a pegou. — Mudarei a sua água mais tarde. Agora, eu preciso da minha própria bebida. — Kara derramou um copo de vinho branco e bebeu enquanto caminhava para o banheiro para tomar um banho. Em poucos minutos, ela dispensou a roupa e imergiu na banheira. Perdida em pensamentos sobre sua futura loja, ela se banhou, em seguida, teve um banho rápido e lavou o cabelo. Ela secou o cabelo e o enrolou com rolos. Nenhuma de suas habituais calças e tops servia para hoje à noite, ela disse a si mesma enquanto estudava seu armário. Ela chegou à parte de trás de uma combinação de cetim preto e a colocou. Renee a pressionara para comprar a roupa atemporal de sua favorita loja vintage, mas nunca teve a oportunidade de usá-lo. Kara estudou seu reflexo, se virou para verificar suas costas, e sorriu. O material colante se agarrou a seus quadris e nas costas mostrava pele apenas o suficiente. A única vantagem de ter seios pequenos era ficar livre de usar um sutiã. Ela dava os últimos retoques em sua maquiagem quando a campainha tocou. Um olhar para o relógio ao lado da cama mostrou que era sete e quarenta e cinco. Renee estava adiantada, o que não era incomum. Kara correu ao longo do corredor para a porta da frente e de hábito, espiou pelo olho mágico. Seu coração pulou uma batida. Baron? O que ele fazia aqui? Sua mão chegou até os rolos, e então ela parou. Esqueça, eu não pedi para ele passar por aqui. Ela o espiou novamente. A luz da varanda acentuava seu deslumbrante rosto esculpido, os intensos olhos azuis e sua boca


incrivelmente sexy. O que ela deveria dizer a si mesma era para parar de deixá-lo balançar tanto sua gaiola. Então ele passou na casa dela, grande coisa. Ele fez isso antes. Mais calma após a conversa interna de ânimo, Kara colou um sorriso e abriu a porta. — Baron, o que você faz aqui? Você me pegou quando eu estava prestes a sair. Seu olhar passou-a, da cabeça aos pés, em seguida, de volta para cima. O brilho apreciativo em seus olhos enviou um delicioso arrepio na espinha. Quando ele não falou, calor passou ainda mais por Kara. Não era fácil dizer que não o deixaria se fixar em sua mente quando um olhar transformava suas entranhas em líquido e fazia seu coração fazer uma louca dança frágil. — Você não retornou minha ligação. — Sua voz era rouca, macia, aveludada. — Eu estava... — ela teve de limpar a voz — ... saindo. — Ela se virou para não se perder em seus olhos e ouviu-o sugar a respiração. Ela sorriu abrindo o caminho para a sala de estar. A parte de trás do vestido era desenhado para chocar o sistema de um homem. Era gratificante saber que funcionou. — Quando? Tenho ligado para o seu celular e telefone de casa na última hora. Você tem um encontro hoje à noite? — Kara virou e ele parou antes de esbarrar nela. Ele estava tão perto que ela sentiu o calor de seu corpo. Dando um passo para trás, ela notou que ele trocou por uma calça bege e camisa azul marinho pólo, o que fazia seus olhos mais escuros e mais misteriosos. Os botões superiores estavam desfeitos e mostravam sua garganta. Ela não sabia que a garganta de um homem podia ser tão fascinante.


Eu estou fazendo isso novamente – deixando meus furiosos hormônios assumir. O que eles falavam? Sim, o seu encontro. Ela não tinha nenhuma intenção de discutir isso com ele. — Como foi a visita com a Sra...? — Com quem você está saindo? Kara levantou uma sobrancelha por causa da pergunta pessoal. Seus encontros não eram nada de seus assuntos. Ela ignorou os olhos sondando-a e olhou para o relógio. Ela não tinha muito tempo. — Um amigo. Posso arranjar algo para beber? — Não, obrigado. — Então por que você não se senta enquanto eu termino com o meu cabelo? Você pode me dizer o que está acontecendo depois que eu terminar. — Ela começou a ir para o seu quarto. — Isso pode esperar. Kara parou e olhou com cautela. — Se você não quer falar sobre a coleção de VanderMarck, Baron, por que está aqui? — Ele enfiou as mãos nos bolsos e caminhou para mais perto. Seu sorriso, ao se aproximar, era lento, fácil e charmoso. — Você quer cancelar o seu encontro e descobrir? — Sua voz baixou uma oitava, com os olhos que lembravam um animal feroz prestes a atacar. Kara piscou, seu instinto feminino saltando para alerta total. O que ele estava fazendo? Ela riu para infundir alguma leveza na situação tensa. — Não, não posso. Estive ansiosa para isso por semanas. Volto em um segundo. — Ela correu para o quarto dela, mas sentiu seus olhos colados em suas costas.

Baron

observou-a

até

que

ela

desapareceu,

em

seguida

murmurou um palavrão de quatro letras. O gato de Kara levantou a


cabeça e deu-lhe um olhar mau. Ele fez uma careta para ele. Por que não pensou em um namorado quando veio com o seu mais recente plano? Uma mulher tão apaixonada e linda como Kara precisava namorar. Isso mostra como o tesão pode estragar o raciocínio de um homem. Quem era seu encontro? Quão sério era seu relacionamento? Toda vez que ele achava que tinha um plano infalível, a mulher atirava-lhe uma bola curva. Mas ele não seria intimidado. Era hora de aumentar as apostas. Coloque as cartas na mesa e veja o que ela tem a dizer. — Kara — ele gritou, caminhando na direção de onde ela desapareceu. Faróis iluminaram as janelas quando um carro parou em sua garagem, distraindo-o. Ele deu um rápido olhar para a limusine antes de desaparecer de vista. Deve ser seu encontro. Bom. Nada mexe com a cabeça de um homem que outro homem atendendo a porta de uma amiga. O instinto de caçador no qual ele viera a confiar em um negócio o espetou e ele foi abrir a porta. Ele fez uma careta e deu um passo para trás. — Renee? — O que você faz aqui, Baron? Seu olhar foi para a limusine e o motorista encostado no carro. Vozes femininas emanavam da janela abaixada. Ele se virou para encontrar Renee sobre ele com uma expressão confusa. Como Kara, ela estava muito bem vestida. Elas teriam uma noite de meninas? — Eu parei para uma breve visita — disse ele. — Você? — Pegando Kara. — Onde estão os encontros? Renee colocou a mão em seu quadril, seus olhos se estreitando. — Quem disse que precisamos de encontros para sair, Baron Fitzgerald? Nós não vivemos na idade média que você conhece. Baron riu. — Quinze anos e você ainda está cheia de atrevimento, Renee Gunter. Você não mudou nem um pouco.


— E você se tornou chauvinista em sua velhice. Eles se abraçaram. Era incrível o quanto Renee mudou. Ela costumava ser uma garota franzina em rabos de cavalo e suspensórios quando eram vizinhos. Suas brincadeiras com sua irmã geralmente terminavam em uma briga por algum brinquedo. Então Renee descobriu Lex. Em sua adolescência ela melhorou, Baron pensou que Renee tinha uma queda por seu irmão mais velho. Ela foi embora com a mãe depois que seus pais tiveram um desagradável divórcio público, e nunca olharam para trás. — Ouvi dizer que você está agitando o escritório da promotoria. — Só faço a minha coisa. — Ela tentou olhar em volta dele. — Onde está a minha menina? — Ela sairá em um momento. Então, aonde as senhoras vão? Ela levantou uma sobrancelha perfeitamente em forma. — Por quê? Pensando em se juntar a nós? Não, ele não estava. Ele não queria que Kara pensasse que ele estava perseguindo ela ou algo assim, não até que ela concordasse em acompanhá-lo até Idaho. Ele sentiu a presença dela e se virou, mas tudo que viu foi as costas dela enquanto ela desaparecia na cozinha. Isso foi o suficiente para aquecer seu sangue em suas veias e formar espuma em seu cérebro. Pela primeira vez em muito tempo, ele foi conduzido por puro impulso. Ele precisava saber para onde iam. — Isso seria aprovado? — Sua voz soava estranha aos seus ouvidos, e quando se virou para olhar para Renee, ele sabia que se entregara. Oh inferno, ele poderia muito bem queimar suas pontes. — Por favor. — Nós vamos para o Club Sixty-Nine. — Renee sussurrou, então olhou para trás e acrescentou mais alto: — Bem à tempo, Kara-mia. Nossa reserva é para as oito e meia. Vamos. — Ela começou a caminhar para a limusine. — Bom vê-lo novamente, Baron.


— O mesmo. — Baron virou o rosto para Kara, que usava uma expressão tímida. Ela parecia requintada. Seus cabelos caíam sobre os ombros em ondas suaves e a luz da varanda iluminavam seu rosto – seus olhos sombrios, as pontas de seus longos cílios, a curva suave de seu maxilar. Sua pele era suave como parecia? Uma vontade de tocá-la o assaltou. — Acho que não podemos falar hoje à noite. Ela lançou um olhar cauteloso. — Você não se importa, não é? — Não. Há sempre um amanhã. — Ele deu um passo para trás para que ela pudesse sair e trancar a porta. Seu perfume inebriante derivou para o nariz, fazendo seu intestino apertar com a necessidade. Ela trancou a porta e colocou a chave em sua bolsa. — Estarei no trabalho amanhã à tarde. Você pode me contar depois. — Não estarei lá amanhã. Eu tenho um compromisso. — Ele pensou ter visto a decepção em seus olhos, mas desapareceu tão rápido que ele poderia ter imaginado. — Aqui. Deixe-me ajudá-la com isso. Ele pegou o casaco de seu braço e colocou em volta dos ombros, deliberadamente persistente quando ele poderia ter deixado o tecido ir e se afastar. Ele varreu seu cabelo para trás, seus dedos passando em sua pele. Suavidade e calor eram o que ele sentia, seguido por uma necessidade premente de levantar o cabelo e enterrar o rosto contra sua pele. Em seguida, ele cometeu o erro de olhar para baixo em seu peito. Seus mamilos estavam duros e empurravam o fino material, convidando-o. Ouviu-a soltar um suspiro trêmulo, seu corpo vibrando com ele. Ela o queria. A percepção foi melhor do que um bom conhaque envelhecido. Ele olhou nos olhos dela e sabia que não poderia se juntar à elas no clube. Em seu estado atual, ele faria uma cena total de si mesmo. Podia ver-se em pé de guarda e espantando qualquer homem que se atrevesse a olhar em sua direção.


Baron sorriu ao perceber que pegou uma mecha de seu cabelo entre o polegar e o dedo indicador e suavemente brincava com ele. O cabelo dela era tão suave e fino. Ele deixou a mecha ir, enfiou as mãos nos bolsos de trás e deu um passo para trás. — Você está linda. — Obrigada. — Ela agarrou as bordas do casaco e deu um sorriso fraco. Ele riu. — Não precisa me agradecer. Apenas digo a verdade. — Ele queria colocar a mão na parte inferior das costas e levá-la até a limusine, mas sabia que não iria querer parar por aí. — Eu posso passar aqui amanhã à noite e contar sobre o que eu descobri com a Sra VanderMarck. Uma ruga se instalou em seu rosto. — Que horas? — Sete horas. Trarei o jantar. Italiano ou chinês, sua escolha. Eles estavam ao lado da limusine, o motorista esperando com a porta aberta. Sem som de dentro, suas amigas deveriam estar escutando a conversa. Kara olhou dentro da limusine, então para ele com os olhos cheios de confusão cautelosa. Ele poderia dizer que ela não estava muito entusiasmada sobre sua sugestão. — Nós precisamos ir, Kara — uma voz chamou de dentro da limusine. Kara revirou os olhos. — Ok, Baron. Vejo você amanhã. E chinês é uma boa. — Ok. Tenha um bom tempo hoje à noite. — Ele reprimiu o desejo de beijar a bochecha dela e deu um passo para trás, esperou até a limusine se afastar antes de caminhar até seu SUV.

***


Silêncio reinava na limusine enquanto andava. As luzes do interior iluminavam os olhares curiosos de suas amigas, mas Kara escolheu ignorá-los. Ainda tentava recuperar o fôlego após aquele breve momento com Baron de alguns segundos atrás. Seus furiosos hormônios a transformaram em uma ninfomaníaca – ela não poderia estar à um pé do homem sem pensar em como seria ou notar como ele ficava sexy quando apertava os olhos, a curva de seus lábios quando sorria. Mesmo a pequena cicatriz no queixo a fascinava. — O que foi isso? — Perguntou Chloe, invadindo os pensamentos de Kara. Kara sabia exatamente o que a amiga queria dizer, mas optou por não entender. — Desculpe, eu estava atrasada. Eu sei como você fica ranzinza quando está com fome. — Não tente fazer isso sobre mim, garota. Ok? — Chloe olhou para a irmã e Renee para suporte. — Eu falo sobre aquela pequena cena lá fora, com o Sr. Colírio Delicioso. — Negócios, Chloe. Eu sei que você reconheceu Baron. — Kara acrescentou na especulação. — Esse era o Baron? — Shannon saltou. — Quer dizer, o seu chefe? — Gostoso, não é? — Chloe bateu em seus lábios. Os

olhos

de

Shannon

estavam

arregalados

quando

ela

acrescentou: — Como você pode trabalhar com ele sem querer... você sabe? — Pular nele é o que minha irmã brilhante, mas virgem, está tentando dizer. — Chloe acrescentou, lançando à sua irmã um olhar provocador. — Pare de me cutucar com o cotovelo ossudo, Shannon. — Então pare de tirar sarro de mim. — Shannon respondeu. — Só porque não compartilho detalhes da minha vida sexual com você não me faz uma virgem.


Chloe deu um suspiro. — Então pare de agir como uma maldita reprimida o tempo todo. É irritante. E é melhor você não tentar esse ato hoje à noite também. Eu não te tirei da sua casa para você aquecer uma cadeira e recusar dança após dança. — Chloe apontou para Renee e Kara. — Agora, de volta para vocês duas. — O olhar de Chloe zerou na expressão de Renee, mas a assistente da promotoria olhou de volta com um pequeno sorriso, como se desfrutasse de uma piada particular. Chloe olhou para ela e se virou para Kara. — Você está guardando um segredo de mim, Kara? Porque essa pequena cena lá – a colocação do casaco em torno de seus ombros, olhando em seus olhos enquanto brincava com seu cabelo – não é uma forma normal de um chefe agir em relação à um empregado. Eu cheiro um romance no escritório? Não que eu o culpe, ou você. É tempo de você ter algum. Você não pode continuar voando sozinha para sempre. — Ela se balançou em sua cadeira, sorrindo. As orelhas de Kara queimaram. A rudeza de Chloe chocava às vezes. — Chloe, não há nada entre Baron e eu. Renee riu. — Diga à ela, Kara. Diga como ele não é o seu tipo. Esse era o problema quando uma amiga sabia o seu negócio; ela colocava tudo lá fora para todo mundo ver. Embora as três estivessem sempre juntas – Shannon normalmente usava o seu trabalho como uma desculpa e raramente saía com elas – e ela discutiu Baron apenas com Renee. — Ele é distante e arrogante, certo? — Continuou Renee. Kara cerrou os dentes, recusando-se a ser arrastada para discutir sobre Baron. — É chauvinista. E não me deixe começar a falar dos seus modos de mulherengo — acrescentou Renee. — Na verdade, a maioria dos homens Fitzgeralds é assim... lindo, bem sucedido, charmoso e autênticos caçadores. No colégio, Baron e seu irmão gêmeo faziam uma aposta para ver quantas caças eles...


— Pare com isso, Renee. — Kara sacudiu em confusão. Renee cresceu com os Fitzgeralds e os conhecia muito bem, mas Kara nunca a ouviu falar desse jeito. Qual era o problema dela? Ela até abraçou Baron apenas alguns minutos atrás, para sair falando. — O homem é meu chefe e não sentarei aqui enquanto você mancha seu caráter. Para começar, eu não sei ou me importo sobre como ele agiu quando estava no colégio, porque o Baron que eu conheço pega e escolhe cuidadosamente as mulheres com quem ele dorme. Ele não é frio nem arrogante. Ele só não usa seus sentimentos, o que é muito importante em sua linha de trabalho... em qualquer linha de trabalho. Ele também é muito sincero quando vai atrás de algo, uma característica admirável, se você me perguntar. Tipo você. — Ela olhou incisivamente para Renee. — Ou você, Chloe. Gaste tempo com ele e veja quão brilhante ele é. Ele não é arrogante ou... A voz de Kara abaixou quando percebeu as expressões nos rostos de suas amigas. Ela caminhou diretamente para uma armadilha e entregou seus crescentes sentimentos em relação à Baron. Ela estreitou os olhos para Renee. — Eu odeio quando você usa suas táticas de tribunal em mim, Renee Gunter. Na verdade, eu não direi uma única palavra até chegarmos ao clube. Surpreendentemente, suas amigas mudaram de assunto e deixaram-na sozinha com seus pensamentos. Kara se inclinou para trás e fechou os olhos, a garganta apertada de emoção. O que acontecia com ela? Normalmente ela controlava os sentimentos evocados nela por Baron e seguia o seu negócio. Mesmo agora, ela sentiu o calor que seus dedos deixaram em sua nuca. Teria ele também sentido a vontade esmagadora de pressionar seus corpos mais próximos ou foi apenas ela? Sério, seus sentimentos começavam a assustá-la. Algo deve acontecer ou ela ficaria louca.


*** Renee tinha sérias conexões. Toda vez que ela escolhia um clube ou restaurante, elas tinham tratamento VIP. Kara não podia dizer se seu trabalho no escritório da promotoria estava por trás disso, ou seu pai. Apesar do fato de seus pais se divorciarem há milhares de anos e sua mãe praticamente a criar sozinha, sempre que um repórter mencionava o nome de Renee nos jornais, sempre trazia seu pai. Ele era um advogado civil de renome, com uma reputação de ganhar muito dinheiro para seus clientes. A limusine parou em um edifício, em West Hollywood. No entanto, não havia luzes estroboscópicas. Nem longa fila de baladeiros. Carros esportivos de ponta brilhavam no estacionamento e manobristas conversavam com os homens que transportavam grandes câmeras enroladas ao redor de seus pescoços. — O que é isso? — Perguntou Chloe, desconfiada, olhando através das janelas escuras. — Não é outro grupo político com sangue azul e tensos lábios superiores? Renee riu. — Eu nunca vou me redimir, vou? É um novo clube — explicou quando a limusine parou. — A inauguração não será antes de um mês. — Então, nós somos cobaias? — Perguntou Chloe. Kara tentou pegar os olhos de Chloe e avisá-la para se comportar. Renee, conhecedora da língua mordaz de Chloe, apenas riu. — Se é assim que você quer olhar. Ou você poderia dizer que está entre os poucos sortudos para dançar e jantar no clube antes de se tornar o ponto mais badalado da noite em West Hollywood. — Pare de ser uma desmancha prazeres, Chloe — acrescentou Kara, quando o motorista abriu a porta para elas. Chloe fez uma cara


quando elas saíram. Enquanto Renee falava brevemente com o homem, Kara e as outras fingiram não ver os paparazzi dobrando suas câmeras. Quando flashes não explodiram sobre seus rostos, elas sabiam que os paparazzi decidiram que não eram importantes o suficiente para serem fotografadas. Renee abriu o caminho para a construção em mármore de um elevador privado, do outro lado do hall de entrada. Ela inseriu um cartão para ativá-lo. — Nosso passe VIP para a cobertura — disse ela com uma piscadela. Em vez da música típica soando da maioria dos clubes, conversa misturada com música silenciosa os cumprimentou quando a porta do elevador se abriu novamente. À frente estava uma porta lateral. À sua direita, havia uma longa fila de espera do club para entrar pela entrada principal tripulada por dois seguranças de smoking, enormes palmeiras e pilares. Um cara magro com uma barba Van Dyke entrou pela entrada lateral e abraçou Renee antes que ela o apresentasse como Warwick, proprietário do clube. Ele as levou para dentro. O clube era espetacular, o ouro, a prata e iluminação vermelha dramática, o telhado de vidro que dá uma ilusão de mais espaço e tamanho. Cortinas brancas intercaladas com cortinas vermelhas cobriam as janelas do chão ao teto, e a vista da cidade circundante era de tirar o fôlego. Eles seguiram Warwick passando no salão por uma cabine privada, chamando a atenção dos clientes – mulheres vestidas para impressionar e homens em caros trajes de noite. Nenhum jeans ou tênis, Kara notou. Uma barra longa, tripulada por homens e mulheres em trajes sensuais em preto e branco, corriam ao longo de uma parede. A pista de dança estava em algum lugar à sua esquerda, com sofás curvos de frente para a pista, luzes de discoteca piscando vermelho e rosa


sobre os bailarinos. A área de jantar era à direita, os muitos clientes visíveis através da parede de vidro. Para um clube que não estava oficialmente aberto, estava lotado. Elas mal se sentaram e pediram as suas bebidas antes dos homens descerem sobre elas. Chloe se esqueceu de suas queixas anteriores, a timidez de sua irmã desapareceu, e Kara se preparou para alguns momentos de diversão. Desde o brilho nos olhos de Renee, ela estava pronta também. Um homem bonito, digno de babar, com cabelos loiros ondulados avançou por Kara, um olhar predatório em seus olhos. Pode vir. Kara tentou esquecer Baron, nos braços de vários gostosos, flertando escandalosamente com o garçom, quando se mudou para a sala de jantar, mantendo suas opções em aberto ao nunca dançar duas vezes com o mesmo homem. Não foi fácil. Nenhum deles tinha uma coisa de Baron. Seus ombros não eram suficientemente amplos, seu sorriso de lobo um pouco forçado, e o brilho em seus olhos mais calculistas do que sedutores. — Quer sair daqui e ir para um lugar tranquilo? — disse um homem sussurrando em seu ouvido após conseguir pedir a ela para dançar duas vezes. Kara terminou com os jogos. — Não, obrigada.


CAPÍTULO 5 Até o momento que Kara deixou a galeria no sábado, ela se convenceu de que podia se sentar em frente à Baron, desfrutar de uma refeição, e discutir negócios num ambiente calmo, como umaàmulher madura. Ela não faria ou diria qualquer coisa para indicar seus sentimentos ambíguos em relação a ele. Sim, certo. Não havia nada de ambíguo sobre a atração crua que sentia pelo lindo homem. Seus hormônios estavam fora de controle. Ela precisava de uma intervenção, um triturador de libido ou algo assim. Ela se acomodou para listar tudo o que ela não gostava sobre Baron enquanto tomava banho e se trocava em um par de jeans e camiseta simples cor de vinho. Ele era um mulherengo, cruel, distante e frio. Ok, ela poderia riscar o último. Se os últimos dias fossem um indicador, o homem era mais rápido do que o descongelamento do gelo em água fervente. Por quê? O que ele estava fazendo? Kara desistiu de sua tentativa desesperada para colocar Baron fora de sua mente e desfez o coque do cabelo, escovou até que estava desembaraçado, em seguida, deixou-o solto. Uma rápida olhada no espelho e saiu do banheiro. Seu gato pulou da cama e esfregou contra sua perna, miando uma tempestade. — Tessie, o que está errado agora? — Ela pegou o gato malhado e coçou atrás das orelhas enquanto se dirigia para a cozinha. Sua sala estava arrumada, tudo o que deveria ser. A cozinha estava... Ela se deu uma sacudida mental. Baron vinha para uma reunião de negócios/jantar, não para inspecionar sua casa quanto à limpeza.


Preciso me manter ocupada ou os próximos 20 minutos vão parecer uma eternidade. Ela pegou o telefone, discou o número de seus pais, e estabeleceuse em um sofá na sala de estar, colocando seus pés sobre o braço. Tessie enrolada no colo e ronronando feliz. O telefone ficou sem resposta. Ela suspirou e estava prestes a desligar quando a mãe pegou o telefone. — Mãe, finalmente. Eu tenho ligado na última hora. Onde vocês estavam? Sua mãe riu. — Desde quando temos que avisar você antes de ir a algum lugar, senhorita? — Eu ligo todos os sábados à noite. — Era o seu tempo para alcançá-los, porque o seu trabalho com calendário louco não deixava espaço para ligações sociais durante a semana. Aos domingos eles visitavam sua irmã Briana. — Onde vocês vão? Sair para jantar? — Estávamos na Briana. Ela terá um bebê, Kara... meu primeiro neto. — A voz de sua mãe tornou-se instável quando terminou de falar. — Mãe, não chore. Isso é uma notícia maravilhosa, algo para celebrar, não para lágrimas. — Sua caríssima irmã mais nova, ladra de namorado, estava grávida? Era difícil de imaginar. Briana disse muitas vezes que a gravidez destruiria seu corpo. Ou isso seria mais um dos seus artifícios para chamar a atenção? Não seria a primeira vez que sua irmã menor falsificava algo para ofuscar Kara. Tinha certeza que seus pais compartilharam a notícia sobre seus planos de abrir uma empresa. — De quanto tempo ela está? — Perguntou Kara. — Doze semanas. — Doze? — Agora ela se sentia mal por duvidar das notícias de Briana. — Ela só disse a você agora?


— Ela disse que abortou duas vezes, Kara, e não queria que ninguém soubesse até que tivesse certeza de que o bebê estava bem. Você sabia sobre os abortos? Eu sou a última pessoa que Briana compartilharia algo sobre seu casamento com Jim Wilkins, menino prodígio do San Padres, o qual ela roubou de mim. Não que Jim fosse seu primeiro namorado a mudar de campo com a plena cooperação de Briana. Isso aconteceu duas vezes enquanto Kara estava no colégio. Desde o casamento, sua irmã a evitava como uma praga. Chame-a de tola, mas ela ainda esperava que Briana um dia sentisse uma pontinha de remorso por seu comportamento deplorável e pedisse desculpas. — Não, mãe. Eu não sabia sobre sua perda. — Eu gostaria que você ligasse para ela mais vezes, querida. Ela fica sozinha naquela casa grande, você sabe. Não é fácil ser casada com um atleta profissional. Nem era uma vida dura. Sempre que Briana se preocupava em retornar suas ligações, a sua irmã falava sobre as festas de celebridades que ela participava, seu guarda-roupa, ou onde ela foi de férias. Às vezes era difícil imaginar que as duas eram parentes. Ela amava sua irmã, mas a superficialidade de Briana muitas vezes a chocava. — Eu sei que eu fico um pouco ocupada demais, às vezes, mãe, mas prometo ligar para ela com mais frequência. Na verdade, ligarei assim que eu desligar. — Obrigada, querida. — Houve uma pausa, e então: — Engraçado, eu sempre pensei que eu seguraria o seu filho primeiro. Aqui vamos nós de novo. Kara fechou os olhos e soltou o ar. — Como você poderia pensar isso, mãe? Briana está casada por quase quatro anos, enquanto eu ainda estou solteira.


— Uma mãe pode esperar, não pode? Diga-me que você está, pelo menos, namorando. Kara fez uma careta. Ela poderia inventar um homem fictício para aplacar sua mãe, mas, em seguida, ela teria que acumular mais mentiras quando se tratava de detalhes sobre seu suposto namorado. Não, ela se recusava a ser reduzida a contar pequenas mentiras só porque ela não tem um homem em sua vida. — Este não é o momento certo para eu começar um relacionamento. Tenho tanta coisa para fazer antes de abrir o meu negócio. — Ela forçou sua voz para soar otimista, apesar da frustração borbulhar dentro dela. A obsessão de sua mãe para encontrar um homem para ela a feria. Sempre que Kara ia para casa para visitar, ela alinhava os jovens de sua igreja, filhos, sobrinhos e netos de seus amigos. Tornava-se embaraçoso visitá-los. — Seu nome no logotipo da empresa não manterá você quente durante a noite, Kara. Há um monte de homens elegíveis, em Los Angeles, e você é uma garota adorável. Por que não consegue encontrar alguém? O rosto de Baron brilhou em sua cabeça. — Eu vou. — Talvez o que você precisa é voltar para casa, querida. O filho de Jonathan recentemente veio do Iraque. Ele está sozinho e realmente interessado em conhecê-la. Kara revirou os olhos. Sua mãe só penhorou-a em outro homem sem um pingo de vergonha. Porque não fazer um leilão? Antes que ela pudesse pensar em uma resposta, a voz fraca de seu pai chegou lá do fundo. — Deixe a menina sozinha, Penny. Ela sossegará quando estiver pronta. Emoções bloquearam a garganta de Kara. Ela era uma filhinha de papai, sempre foi. Muitas vezes o pai dela defendeu-a quando sua mãe


começava alguma coisa – se casar ou namorar, o jeito que ela usava o cabelo ou a sua escolha de roupas. — Se eu não empurrar, ela morrerá solteirona, Cliff — respondeu a mãe, assim que os faróis iluminaram as janelas de Kara. — Mãe, eu tenho que ir. Espero um convidado. — Quem é? Ela não poderia ousar dizer à sua mãe a verdade. Ela pensava que o sol nascia e se punha em Baron. A primeira vez que a visitou, Kara estava trancada no porão, trabalhando em uma peça, e Baron teve tempo para mostrar a galeria e até mesmo levou-os para almoçar. Ele sempre foi amável quando eles estavam na cidade, tendo um tempo com eles e falando com seu pai. — É só um amigo do trabalho. — Kara foi para a porta. — Pelo menos você não passará o sábado à noite sozinha, assistindo à reprises. Deixe-me passar para o seu pai. Ele quer dizer oi. Ah, como estão Renee e Chloe? — Mantendo-se ocupadas. Chloe se casará. — Com o bom menino irlandês? — Sim. Ele comprou um anel lindo para ela. Você precisa ver. — Isso é maravilhoso, mas eu prefiro ver um em seu dedo, baby. Trabalhar não é substituto para um bom homem. — Kara teria revirado os olhos se não tivesse acabado de abrir a porta e seu olhar caído sobre Baron. Ele parecia totalmente gostoso todo de preto, com o queixo barbeado, e aquele sorriso assustadoramente sexy nos lábios. Seu coração fez sua dança raquítica habitual. Ela acenou para ele e achatou seu corpo contra a parede para abrir espaço para o seu grande corpo, o saco de papel robusto em seu braço, e uma bolsa de laptop em seu outro ombro. — Onde? — Ele murmurou.


Ela apontou para a cozinha, em seguida, seguiu-o e parou para observar enquanto ele removia recipientes de isopor da bolsa e os colocava sobre o balcão. O aroma de comida chinesa fez seu estômago roncar, lembrando-a que pulara o almoço novamente. Quanto à seu chefe quente, seus sentidos agitaram na figura domesticada arranjando a comida no balcão com Tessie em um banquinho ao lado dele, olhando para ele com desconfiança, enquanto os bigodes se contraíam. — Como está a minha abóbora? — a voz rouca de seu pai chegou à sua orelha, lembrando-a que ainda tinha o telefone colado à orelha. — Tudo bem, papai. — Kara fez um gesto de apenas-um-minuto, com o dedo indicador quando Baron olhou para cima, em seguida, ela voltou para a sala de estar. Como não havia nenhuma privacidade em sua sala de estar, com um arco aberto separando-a da cozinha e sala, ela entrou no corredor que levava ao quarto dela. — É uma notícia maravilhosa sobre Briana. Você está pronto para o seu primeiro neto? — Brincou ela. — Eu poderia esperar mais alguns anos. Ela sorriu, sabendo que ele só disse isso para seu benefício. — Você sabe que está mais do que pronto, papai. Não posso esperar para ser uma tia. Eu estragarei o diabinho. Como vai você? — Não poderia estar melhor. Você nos visitará em breve? — Kara sorriu. Sua voz disse que sentia falta dela. — Eu vou ao seu aniversário. Trinta anos, pai. Não são muitos os casais que permanecem casados por tanto tempo. — Nós, Michaels somos como cola permanente. Nós amamos uma vez e para sempre. — Ele riu. — Sua mãe está sacudindo a cabeça. Ela sabe que eu falo a verdade. Agora, abóbora, eu não quero que você guarde no coração o que sua mãe diz. Ela se preocupa um pouco demais, às vezes. — Sua mãe falava algo no fundo que Kara perdeu, mas o pai


respondeu, com a voz soando fraca. — Eu sei Penny... quando for a hora certa. — Em seguida, sua voz ficou mais clara quando ele voltou na linha. — Sua mãe me disse que você tem um visitante? — Eu tenho. Ligarei amanhã quando tiver tempo e podemos discutir negócios. — Ela mencionou usá-lo para projetar as imagens para sua loja, mas ele não deu muita certeza. Isso era apenas o pai dela, totalmente cauteloso. — Faça isso — disse ele. — Também tentarei ligar para Briana esta noite, como prometi. — Espero que um dia ela perceba a sorte que é ter você como irmã. Se não fosse por você, ela nunca conheceria Jim. Eu a deixarei ir agora, querida, mas certifique-se de ligar para casa amanhã. — Prometo. Te amo, papai. Tchau. — Kara desligou e fez uma careta. Ela nunca soube que seu pai percebera que o jovem que a levou para seu local de trabalho era o homem com quem sua irmã começou a namorar algumas semanas mais tarde e acabou se casando. Ele nunca deixou transparecer, nem sequer uma vez. O que sua mãe diria se soubesse quantas vezes Briana roubou seus namorados? Está tudo no passado, siga em frente. Kara seguiu em frente, mas isso não significava que ela esquecera. Ela não invejava sua irmã e a vida de celebridade que ela levava agora como esposa de Jim. Ela entendeu que não podia deixar de se apaixonar. O que ela não gostou foi a forma como eles se esconderam e mentiram sobre a sua relação por semanas até que os paparazzi os flagraram juntos. Saber sobre eles dessa maneira foi muito humilhante. Deixando de lado os pensamentos de sua irmã, Kara correu de volta para a cozinha para encontrar Baron colocando pedaços de frango em uma tigela para seu gato. No balcão estavam dois pratos e utensílios, além de uma garrafa aberta de Pinot Noir. — Não a estrague — advertiu.


Baron afagou a cabeça do gato malhado e olhou para cima. — Estou subornando-a para gostar de mim. Onde a encontrou? — Do lado de fora da minha porta uma manhã. Quando coloquei a foto dela nos cartazes de gatos desaparecidos, ninguém veio procurála, e assim eu continuei com ela. Coitada. Uma visita ao veterinário confirmou o que eu suspeitava – outro bicho tinha fome e abusou fisicamente dela. — Isso é terrível. Ela parece saudável agora. — Tessie deu uma mordida delicada em outro pedaço do frango de Baron. — Sim, ela exige um monte de comida e atenção, mas ela percorreu um longo caminho. — Kara se sentou no banquinho em frente à Baron e examinou toda a comida que comprou. Havia um sanduíche picante de frango, camarão e brócolis, frango lo mein, rolos de ovo, sopas – ovos soltos quentes e azedos – e, claro, uma escolha de arroz branco ou frito. — Isso parece delicioso. — Então eu espero que você esteja com fome, porque eu estou. Pelo que você quer começar? — Ele derramou vinho em dois copos. — Sopa... quente e ácida. — Ele colocou seu copo de vinho ao seu alcance, em seguida, passou uma pequena tigela de sopa. Kara tomou uma colherada e saboreou o gosto. — Mmmm. — Ela levantou outra colherada, então percebeu que Baron não comia. Em vez disso, ele a estudava enquanto brincava com a haste de sua taça de vinho. — Eu pensei que você disse estar morrendo de fome? — Eu estou. Ele tomou um gole de vinho, mas seus olhos, de lobo, fizeram seu estômago ondular com uma fome que não tinha nada a ver com comida. — Mas eu prefiro ver você comer — acrescentou. Ela tocou a toalha de papel nos lábios e encontrou seu olhar. — Por quê?


— Você aprecia as coisas verdadeiramente, incluindo comida. Acho isso... fascinante. — Seu olhar deslocou-se para a boca novamente. De alguma forma, ela duvidava que ele tivesse a intenção de usar a palavra fascinante. — Bem, eu não quero ser seu entretenimento para a noite, assim você quer comer ou podemos ignorar a exposição da refeição e conversar? — Seus olhos brilharam brevemente com o desafio, mas ele largou o copo e pegou uma colher. A comida estava deliciosa, e eles não se preocuparam com a conversa enquanto comiam. Mas muitas vezes ela olhou para cima e encontrou os olhos predatórios de Baron sobre ela. Após terminar o último pedaço de frango picante, ela empurrou o prato para o lado e deu um longo gole de seu copo. Ele pegou o vinho perfeito para a comida chinesa. — Isso estava maravilhoso. Obrigada. — Kara limpou os lábios e jogou a toalha de papel no lixo. Baron reabasteceu seus copos. — De nada. Como estava o Clube Sixty-nine? — Bom. Um pouco cheio, mas valeu a pena. — Ela jogou as embalagens vazias no lixo, colocou os utensílios na pia, e estendeu a mão para o rolo de toalhas. — Como é que você sabe onde nós fomos? — Renee me disse. Kara parou no ato de limpar o balcão. — Quando? — Ontem à noite. Perguntei à ela aonde vocês iriam. Era isso o que eles falavam na porta na noite passada? — Por quê? — Eu planejava ir. — Ele levantou o laptop no chão e perguntou: — Posso colocar isso aqui em cima? Pensei que você poderia querer ver a coleção. Kara jogou o maço de toalhas de papel para longe, recostou-se em um banquinho, os cotovelos no balcão e seu queixo sobre suas mãos, e olhou para ele quando ele ligava seu notebook. Os eventos da última noite


– de flerte sem sentido e os homens que disputavam sua atenção – passaram por sua cabeça. Ela comparou os homens à Baron e encontrouos em falta. Mesmo o loiro não a tentou o suficiente. Seu olhar encontrou o de Baron, e suas bochechas aqueceram. — Você quis ir? — Perguntou ela. — Não, eu não quero me intrometer. — Seus lábios se levantaram em um lento sorriso perverso que a fez pressionar os joelhos juntos. — Você me queria lá? — Eu, uh, não. — Ela o dispensou com um breve aceno de sua mão e acenou para o laptop. — O que você tem aí? — Ele riu, o canalha. O som, rico e um pouco enferrujado, fez cócegas em cada célula do seu corpo carente. Quando olhou para ele, ele girou o computador para que ela o enxergasse. Ela fez o seu melhor para ignorar sua presença. Na tela estavam imagens de garrafas de água, pares e tigelas efígie, e pontas de flechas. Kara se aproximou, estudou o estilo e design. Ela rolou até mais taças efígie e máscaras. As cerâmicas eram de nativos americanos, as peças de jade da Costa Rica de deuses pré-colombianos. Cada deus poderia facilmente ser vendido por mais de mil dólares. — É isso? — Ela perguntou sem olhar para cima. — Uma pequena parte dela. Sra. VanderMarck prometeu enviar um disco com as fotografias restantes. Ela tinha a intenção de tê-los autenticados antes do escândalo, mas não teve tempo. Ela quer que a gente faça. Kara assentiu. — Podemos fazer isso. — Ela franziu a testa ao ver uma peça de ouro. — Esta peça é xamã colombiana, provavelmente vale vinte mil. — Ela sentiu a presença de Baron ao lado dela e olhou para cima. Ela não percebeu que ele saiu do outro lado do balcão. — Qual? — Perguntou ele, inclinando-se, entrando em seu espaço pessoal.


Ela apontou para a tela, não se esforçando para se distrair com sua proximidade. — Ao lado da garrafa de limão — disse ela em uma voz que não era constante. — Eu vejo. Você já verificou as pinturas? Elas estão na parte inferior. Ele estava tão perto que seu hálito quente roçava sua têmpora. Por um momento, Kara fechou os olhos, querendo tanto inclinar-se para a esquerda e fazer contato. Onde está o seu sentido, Kara? Seus olhos se abriram e pressionou o mouse. Mais peças rolaram passando antes que ela parasse nas pinturas. Elas pareciam promissoras, quase todas de artistas da virada do século, mas não conseguia se concentrar. A corrente do zumbido de energia entre seus corpos era muito enervante. — Interessante — disse, mas parecia impressionada. Realmente precisava de algum espaço entre eles. Baron se deslocou até seus olhares se conectarem. — Ela quer que a gente termine de autenticá-las, em seguida, as venda na galeria. Alguns precisam ser limpos e enquadrados. — Isso seria maravilhoso. Gostaria de sobremesa? — Kara murmurou deslizando para fora do banco. Quando ele pareceu surpreso com a pergunta dela, ela corou. Ela costumava ir para cima das pinturas. O calor de seu corpo mexeu com a cabeça e o vinho não ajudava. — Uma vez que você forneceu o jantar, eu pensei que eu forneceria sobremesa. As opções são chocolate com hortelã ou sorvete de chocolate, e, claro, tiramisu. — Tiramisu... o meu favorito. Eu sei. Ele costumava ter um pouco cada vez que trabalhava até tarde, há cinco anos. Ela estendeu a mão para as taças e colheres, mas estava ciente dos olhos dele observando cada movimento seu. A tensão na sala se levantou um pouco, fazendo-a mais alerta a cada pequeno som nas suas imediações – o zumbido do computador, o tique-taque do relógio


em sua sala de estar, as batidas do seu coração. Ela forçou seu cérebro a dizer alguma coisa e nada veio. — Você acha que terá terminado com a peça que está trabalhando na terça-feira? — Perguntou Baron. — Ah, sim. — Ela abriu as portas da geladeira, pegou o sorvete de menta e tiramisu. — Tudo o que resta é aplicar o novo verniz e reparar o canto danificado. — Isso é bom. Pegarei os bilhetes para quarta-feira. Uma pontada de inquietação fez Kara colocar as caixas de sobremesa em cima do balcão e virar o rosto para Baron. — Os bilhetes para o quê? — Nosso voo para Hope, Idaho. Ela balançou a cabeça. Seu coração galopava forte, sua mente lutando para entender o que ele acabara de dizer. — Você quer dizer que a coleção não está aqui em LA? — Não. A Sra. VanderMarck não mora mais aqui, Kara. Com a publicidade negativa e seu enteado perseguindo-a, ela retirou-se para uma vinha pequena em Santa Barbara. É lá que eu fui ontem. A coleção está alojada em sua casa de verão, em Idaho. Deve levar-nos uma semana ou mais para embrulhar as coisas. Nós? Como, ele e eu, juntos? Sua mente começou a imaginar o que poderia acontecer se eles estivessem sozinhos em alguma casa de campo isolada, o que ela queria há anos. Imagens de corpos suados e membros entrelaçados tinham seu coração pulsando fora da pista. Não, ela se recusava a deixar sua metade devassa raptar seu lado lógico. Nada disso poderia acontecer entre eles. — Talvez Rick pudesse ser a melhor pessoa para fazer isso, Baron. Ele... — Se encarregará da galeria durante a minha ausência — ele exclamou. — Eu pretendo oferecer a ele a oportunidade de dirigir a galeria de São Francisco, uma vez que abrir.


Rick ficaria encantado com a oportunidade, mas agora Kara não podia se dar ao luxo de se distrair com essa notícia. Precisava encontrar uma maneira de evitar ir sozinha com Baron. Uma semana com ele seria desastroso. Mentirosa, você adoraria estar sozinha com ele em algum lugar, longe dos amigos e colegas de trabalho intrometidos, uma voz irritante na parte de trás de sua cabeça zombou. Kara ignorou e se agarrou à promessa que ela dera à Rick sobre o bar mitzvah de seu sobrinho. — Eu já fiz um compromisso para ajudar um amigo com algo no próximo sábado — disse ela. — Eu voarei de volta com você. — Baron fechou seu computador. — Você mencionou a sobremesa? Ele percebeu que estava escorregadia. — A sobremesa pode esperar. — A voz dela saiu irritada, mas ela não se importava. — Porque você não pode embalar toda a coleção e enviá-la para cá? — A maioria delas é destinada à galeria de São Francisco. Por que desperdiçar a despesa de desembalar e reembalar ou aumentar as chances de algum entregador descuidado estilhaçar uma peça? — Ele empurrou o seu computador na bolsa e olhou para ela. — O que está realmente incomodando, Kara? — Eu simplesmente não posso arrumar as malas e sair. Ainda tento negociar um acordo para o meu espaço de escritório e... e... — Tessie escolheu esse momento para deixar o conforto do sofá e ir para o lado dela. — Meu gato. Quem cuidaria dela? Ela exige cuidados. — Deus, isso era fraco, mesmo para ela. O sorriso indulgente que levantou o canto da boca de Baron enquanto a estudava confirmou. — Sabe, eles têm um acesso de fax e e-mail em casa, de modo que comunicar com o seu corretor de imóveis ou o banco não deve ser um problema. Quanto à Tessie, traga conosco ou peça à minha irmã, Jade, para cuidar dela. Ela ama os animais.


Ele tinha uma resposta para tudo, dane-se. Por que ele não podia ver que esta era uma ideia terrível? — Isso não funcionará. Ela não percebeu que falara em voz alta até que ele disse: — O que não funcionará? Ela encarou seu peito, muito abalada para pensar em mais alguma desculpa. — Tudo. A próxima coisa que ela soube, Baron levantou e estava há uma respiração longe dela, levantando o queixo, olhando-a com avidez. Seus sentidos entraram em pleno funcionamento. O rico aroma de comida chinesa, misturado com o cheiro inebriante do homem lindo parado em frente à ela. Ela abriu a boca para se opor à invasão implacável de seu espaço, mas ele a silenciou com suas próximas palavras. — Você está com medo. Eu entendo. — Sua voz, esfumaçada, sedutora, acariciou seus nervos. — Medo? — Kara tentou dar um passo para trás, mas foi presa pelo balcão em forma de L. Então ela tentou rir de seu comentário. — De quê? — Disto — ele disse e cobriu a boca dela com a dele. Seu primeiro pensamento foi protestar. Ela esperou uma invasão de seus sentidos, a língua e os dentes na posição de plena aceleração. Em vez disso, ela teve pequenas lambidas e beliscões, sua língua correndo sobre seu lábio inferior, mais cheio, provocando, degustando. Os beijos suaves a fizeram fechar os olhos e suspirar de prazer, evaporando qualquer pensamento de protesto. Ele era deliciosamente inebriante, seus lábios macios ainda quentes, como uma mistura de vinho tinto e prazer proibido. — Você tem um gosto tão bom — ele murmurou. Se ele tivesse a intenção de reduzi-la à uma idiota choramingando, ele conseguiu. Kara não podia formar um pensamento, muito menos uma


sentença. A selvageria trazida por anos de paixão não correspondida surgiu através dela. Ela levantou a mão para sua bochecha, segurou sua cabeça e pediu mais. Baron respondeu, deslizando a mão sob seu cabelo para o seu pescoço e aprofundando o beijo. Suas mãos se agitaram no peito, juntando a camisa dele, e puxando para mais perto. Ela estava tão faminta por ele que a chocou. Ela afastou sua boca, mas ele desbravou um caminho ao longo de seu queixo, pelo pescoço, afogando-a em sensações todo o caminho até o ombro. Kara estremeceu, com a cabeça trovejando tão forte que ela tinha certeza que ele podia ouvi-la. — Espere — disse ela, segurando sua cabeça e balançando alguns centímetros entre sua boca e sua pele. — Por favor. — Por quê? — Ele olhou com sonhadores olhos azuis cheios de infelicidade. O ar entre eles, fumegante e denso, vibrou com o desejo insatisfeito. Kara olhou para longe. O que ela pensava? Beijando-o como se não pudesse ter o suficiente dele? Tocando-o como se tivesse o direito? Mesmo agora, seu corpo ansiava pelo seu, com a cabeça apresentando imagens dos dois nus, e tendo um entorpecente... não, eu não vou lá. Ela puxou seus pensamentos para o presente, à uma situação que deveria ter evitado antes de chegar tão longe. — Não deveríamos fazer isso. Eu trabalho para você. Há uma política de não... — Para o inferno com a política — ele grunhiu. Ele deve ter a sentido estremecer porque ele deu um passo para trás e esfregou a nuca. — Há algo entre nós, Kara. Eu senti isso desde o primeiro dia que nos conhecemos. Cinco anos depois, ainda está lá, só que mais forte. — Sua voz era suave e calma, relaxada, como se esperasse que ela fosse fugir. — Você não pode negar isso.


Sim, ela podia. Baron era errado para ela em tantos níveis. Ele tinha fobia por compromisso, era seu chefe, tinha uma nova namorada, de acordo com Gena, e... foi o melhor maldito beijo que seus lábios alguma vez trancaram. Kara sacudiu a cabeça. Devo ser amaldiçoada por cobiçar este homem. A única coisa que ela não podia negar era o quanto ela o queria, não depois da maneira como o beijou. Ela balançou a cabeça. — Não, eu não posso. Nem sempre podemos ter o que queremos. — Por que não, quando está dentro de seu alcance? — Ele correu um dedo ao longo do decote de sua camiseta, deixando um rastro quente. Ela removeu a mão dele e passou por ele, colocando o máximo de espaço entre eles quanto possível. Uma vez que o balcão estava entre eles, ela se virou e olhou para ele. — Eu realmente penso... — Esse é o seu problema, Kara. Você pensa demais. Ela se irritou com seu tom. — Pelo menos isso me impede de cometer erros. — Bom ponto. — Ele apoiou os cotovelos no balcão e se inclinou mais perto, a energia sexual pulsando dele. — Que tal isso? Dê-me o tempo em Idaho para mostrar a você... para provar a você que o que temos não é um erro. Ela deve tê-lo compreendido. — Você está me pedindo para ter um caso com você? — Sim. Uma palavra, tão direta e sem remorso, mas enviou uma emoção através de seus sentidos. O homem a teria em nós em um instante. E o que isso faria com ela? Outra marca em seu cinto. A conversa que ouvira entre Gena e seu interlocutor esvoaçava na cabeça de Kara. Sua nova mulher provavelmente ansiava por ele em algum lugar enquanto ele tentava seduzi-la a aceitar sua proposta. — E a sua namorada? — Perguntou ela.


— Eu não tenho uma namorada, Kara. Não tive uma por algum tempo. Ele poderia falar a verdade? A sinceridade em seus olhos e voz confirmava, ainda que ela não pudesse descartar o que Gena disse. Oh, o que isso importa? Ela não concordava com um caso. — E você? Você está envolvida com alguém? — Perguntou. — Não, eu não estou. — Ela respondeu sem pensar e viu um sorriso se espalhar em seu bonito rosto. — Não que eu concorde com a sua proposta. Ok? Eu não vou para o sexo casual. — Quem falou casual? Você já viu como é quando nos beijamos. Sexo entre nós nunca, nunca será casual, Kara. Eu prometo isso. Ele assumia o controle de seu corpo, cada respiração que dava, e cada movimento que ela fazia, assim como ele fez com tudo em sua vida. Seu último namorado sério a fez desistir de homens dominadores. Mas em vez de sentir repulsa pela proposta de Baron, uma onda de calor derrapou sob sua pele, fazendo com que seus mamilos esticassem e seu estômago apertasse com a necessidade. O que isso diz sobre ela? — Olhe para mim, Kara. Ela não queria, certa de que veria suas necessidades escritas por todo o rosto. Pena que ela não conseguia se conter. Quando seus olhos se encontraram, a fome desenfreada em seus olhos a chocou. — Eu deixarei você dar as cartas — disse ele. Imagens eróticas de Baron amarrado a uma cama, totalmente sob seu controle brilhou em sua cabeça. Agora, isso era algo que ela gostaria de ver. Kara lambeu os lábios, que ficaram secos por seus pensamentos devassos. — O que isso quer dizer? — Ela perguntou com a voz esganiçada. — Você decide quando termina.


— O que você está dizendo é que, se eu decidir terminar as coisas depois de uma noite juntos, você respeitará a minha decisão? — Absolutamente. — Você não tentará me fazer mudar de ideia? — Não. — Ele se endireitou, guardou seu laptop em seu case, e deu a volta no balcão. — Eu só farei questão de ter certeza que eu não te dei uma razão para me expulsar da nossa cama. A nossa cama? O pânico se estabeleceu em seu tom decidido. — Eu não posso. Ele estendeu a mão para empurrar uma mecha de cabelo atrás da orelha. Sua mão permaneceu sobre a sensível pele. — Não decida ainda. Pense sobre isso. Kara abriu a boca para dizer que não havia nada para pensar e parou quando ele fechou o espaço entre os lábios e lhe deu um beijo suave na boca. — Eu quero você, Kara, e você me quer. Nós dois somos adultos conscientes. Dentro de um mês, você irá embora. É pedir demais tornar as semanas restantes memoráveis? — Sua mão caiu fora. — Sairemos na quarta-feira. Não me dê sua resposta até que estejamos em Idaho. — Por quê? — Então você saberá que trabalhar na coleção VanderMarek não tem nada a ver com a minha proposta. Deixe-me ir. Boa noite. Ela observou-o caminhar, em seguida, se jogou na cadeira mais próxima. Nos últimos cinco anos, ela queria esse homem com todas as células do seu corpo, e agora ele se oferecia à ela, sem amarras. E ela hesitava? É claro que ela estava hesitante, rejeitando a proposta. Ninguém vive com um lobo cinzento e sai ileso. Ela não podia fazer isso. Venha quarta-feira, a resposta ainda seria a mesma, um grande e gordo não.


CAPÍTULO 6 Decisões, decisões, Kara gritava para si mesma enquanto virava na cama, de olhos fechados apertados, como se quisesse forçar o sono por pura vontade. Não funcionou. Ela jogou o edredom floral de lado e balançou os pés para fora da cama. Tessie, enrolada ao pé de sua cama levantou a cabeça, miou, e afundou de volta para terra de la-la. Garota de sorte, Kara pensou com inveja. Seus dedos afundaram no tapete grosso quando ela pegou seu roupão na cabeceira da cama. A luz única da noite no corredor filtrava em seu quarto e ajudava seus olhos a se ajustarem à escuridão. Dois dias e ela ainda não podia se decidir sobre Baron. Que loucura foi essa? Kara deu de ombros no manto, caminhou até a cozinha para pegar água. Por que não posso viver perigosamente pela primeira vez como uma mulher normal, saudável? Renee fez. Chloe costumava fazer. Minha irmãzinha era a abelha rainha de vida perigosa antes de casar. Por que sou sempre tão tensa sobre sexo? Kara pegou a garrafa de água da geladeira, torceu a tampa e tomou um longo gole. Quando os dois caras que ela namorou no colégio abandonaram-na por Briana, ela culpou a irmã. Briana era linda, extrovertida, e não tinha problema em percorrer todas as etapas com apenas algumas semanas de namoro. Kara, por outro lado, tendia a protelar durante meses, se preocupando em como a relação caminhava antes de ter intimidade. O que poderia ser a razão pela qual os homens terminavam com ela? Ela se podava por ser muito cautelosa?


Suspirando, Kara fechou a porta da geladeira, e mais uma vez, envolveu-se na escuridão. Ela terminou a água, colocou a garrafa vazia no balcão, e se arrastou de volta para seu quarto. Tessie choramingou novamente quando Kara rastejou de volta na cama e seu pé chegou perto de onde o gato malhado dormia. Ela ignorou o gato e olhou o teto. Não posso fazer isso. Baron pode ser alimento para a fantasia e sexo com ele era a certeza de ter uma experiência alucinante, mas ela estava tão desesperada para tê-lo em quaisquer condições? E se ela quisesse mais? E se ela perdesse seu coração? O que faz você pensar que já não perdeu? Não, ela não estava apaixonada por Baron. Ele assombrara seus sonhos por anos e seus sentimentos lascivos com ele tornavam quase impossível ser feliz com outro homem, mas era isso. Nos últimos cinco anos, ela encontrou bons homens com qualidades simpáticas, estabilidade financeira, e alguns, nem todos os homens, tinham corpos que qualquer mulher morreria para afundar seus dentes. No entanto, depois de algumas semanas, pouco antes de as coisas irem além do beijo, ela encontraria falhas neles e terminaria. Os dois, pensou, tinham potencial para serem muito possessivos. Louco por ela, ela podia aceitar, o ciúme era muito juvenil. Mas Baron não era o tipo de ficar empolgado com uma mulher. Ela poderia arrancar seu coração conforme ele entrava e saía de sua vida. Kara gemeu e puxou as cobertas sobre a cabeça. Por que isso sempre voltava a ela e seus sentimentos? Só uma vez ela precisava deixar-se ser varrida com a luxúria, sem pensamentos de amanhã. Mais fácil dizer do que fazer. Kara socou o travesseiro para ficar mais confortável. Se desgastando com a proposta de Baron e protegendo o seu coração não conseguiria dormir, ou resolveria seu outro problema – sua irmã. Suas ligações para Briana ficaram sem resposta, o que não a incomodaria se sua irmã não estivesse grávida. Sábado à noite, Kara


ligou duas vezes e deixou mensagens. Hoje, ela até mandou uma mensagem no meio das tarefas, correndo entre voltar da academia e jantando. Nenhuma resposta. Finalmente, ela ligou para sua mãe. — Eu tentei tudo, mamãe, mas ninguém atende ao telefone. — Talvez Jim a levou para algum lugar especial. Ele tem um jogo em algum lugar no leste na próxima semana. Kara fez um check in online na programação dos Padres. Na primeira quinzena de maio, a equipe tinha um monte de jogos fora de casa. Sua mãe tinha razão – os Padres tinham um jogo em Atlanta amanhã à noite. Briana frequentemente viajava com o marido, talvez por isso ela estivesse com ele. O sono finalmente levou Kara depois da meia noite.

*** Na manhã seguinte, ela estudou-se no espelho e gemeu. Ela tinha bolsas sob os olhos. Sua mente repassava através dos remédios do Spa de Chloe recomendados para os olhos inchados quando correu para a cozinha. Batata ralada ou fatiada. Ela não tinha tempo ou batata, para essa matéria. Nem tinha pepino ou água de rosas. Aqueles saquinhos de chá restantes. Kara ferveu água enquanto preparava o desjejum – fatias tostadas de pão integral e café – e verificou suas mensagens. Nada de Briana. Oh bem, ela provavelmente insistia sobre nada. Mas precisava tanto de cafeína que não se incomodou com um creme para os olhos quando a bebida finalmente ficou pronta. Em seguida, ela mergulhou dois sacos de chá, deixando-os esfriar e se dirigiu ao chuveiro enquanto saboreava uma torrada. Ela pensou ouvir seu telefone tocar, mas quando inclinou a cabeça para ouvir, tudo


que ouviu foi silêncio. Não só estou cansada; eu imagino coisas agora. Quando isso aconteceu novamente, ela desligou a água, pegou um roupão e correu para o quarto. O telefone parou de tocar antes que pudesse agarrá-lo. Por que não investiu num identificador de chamadas? Ela pegou o telefone e discou o número de Briana, apenas no caso de sua irmã ter ligado. Quando o telefone ficou sem resposta, Kara bateu o telefone e foi pegar o já frio e encharcado saco de chá. Agora estava realmente em um humor de merda. Ela se jogou na cama e colocou os saquinhos em suas pálpebras. Em vez dos habituais 15 minutos, ela puxou os sacos de seu rosto depois de sete minutos, viu como ela estava, e jurou baixinho. Baron Fitzgerald, isso é culpa sua. Ela geralmente assumia a responsabilidade por suas ações, mas não desta vez. Se o Sr. Pão-gostoso não tivesse ferrado com sua cabeça, ela não teria dormido ou acordado com a Sra. Olheira nos olhos. Seu humor mudou de 'merda' para 'não-mexa-comigohoje quando' se vestiu e correu para a porta, uma caneca de café em uma mão e as chaves na outra, uma bolsa debaixo da axila e um pedaço de pão entre os dentes. Alguém lá em cima gostava dela, porque quando saiu de seu carro em frente à galeria, a SUV de Baron apareceu. Seus olhos se encontraram. Ele mostrou seus dentes brancos e brilhantes e acenou. Por que ele tem que estar em um humor tão feliz? Ela deu um breve aceno de cabeça e correu para dentro do prédio. Ele se encontrou com ela antes que ela entrasse no corredor que levava à sua sala de trabalho. — Bom dia, Kara. Porque você não pode apenas me deixar? Ela respirou fundo e se virou para encará-lo. Ele estava glorioso em um fino terno listrado carvão, uma camisa branca e uma gravata marrom. Dado o brilho em seus olhos, ele não deve ter perdido o sono por causa de sua decisão. Ele provavelmente pensou que tinha tudo planejado, inclusive ela.


— Bom dia. — Seus olhos se estreitaram quando ele continuou a estudá-la. — O quê? — Você está bem? — Ótima. E quanto à você? Você parece um retrato da saúde. Ele ignorou a mordida em sua voz, o seu olhar amolecido e convidativo. — Não consigo parar de pensar em você. Kara piscou. A dor em sua voz, a necessidade em seus olhos, a deixou sem fôlego. A raiva que a fazia afundar o pedal do acelerador em sua maneira de trabalhar lentamente diminuiu. Era como se ele tivesse batido um botão em algum lugar em seu centro de emoção ou algo assim. Como ela deveria responder? O toque de seu telefone celular veio em seu socorro. — Desculpe-me — disse ela e pescou dentro de sua bolsa pelo seu telefone. Ela trouxe-o ao ouvido, Baron muito consciente não se moveu um centímetro e estava totalmente perplexo com este novo efeito que tinha sobre ela. Ela deu-lhe as costas. — Sim — disse ela ao telefone. — Kara, sou eu. O marido de Briana? Kara franziu a testa. — Jim, eu liguei para sua casa o dia todo, mas ninguém retornou minhas ligações. O que está acontecendo? Briana está ok? — É por isso que estou ligando. Não sei o que fazer. Sua irmã parece louca. — Ele parecia em pânico e chateado ao mesmo tempo. — Ela está trancada no banheiro e não sairá. Eu quero quebrar a maldita porta, mas ela está inclinada contra ela, chorando. Eu tenho um jogo hoje e deveria estar no aeroporto com a equipe, mas estou com medo de sair... — Whoa, desacelere. Ela perdeu... o bebê está bem? — Ah, então você sabe. — Mamãe me deu a notícia neste sábado. O que há de errado com ela?


— O bebê está bem, por agora — ele rosnou. Kara franziu a testa. — O que quer dizer por agora? — Por causa de toda a porcaria que ela está balbuciando. Dei tudo o que ela sempre quis, mas ela está satisfeita? Agora ela fala em não manter o bebê. Meu bebê, Kara — ele gritou. — Que tipo de merda é essa? Briana finalmente enlouqueceu. Se fosse possível dar um tapa em alguém pelo telefone, Kara espancaria sua irmã, grávida ou não. — Deixe-me falar com ela. — Você não ouviu nada que eu disse? Ela se trancou no banheiro. Eu amo a sua irmã, Kara, mas se ela ferir o nosso filho, eu termino com ela e este casamento. O homem abusava de seu tímpano. — Não diga ou faça nada precipitado, Jim. Não para ela, não agora. — Ela se esforçou para uma voz calma, o que era difícil, dadas as circunstâncias. — As mulheres grávidas podem ser muito emocionais. Briana provavelmente se sente vulnerável, talvez até com medo, então qualquer coisa que ela diga ou ameace fazer não deve ser levado à sério. Em vez de raiva, tranquilize-a de que tudo ficará bem. — O que você acha que eu tenho feito? — Seu suspiro veio baixo na linha. — Isso é exatamente o que eu venho fazendo nas últimas duas horas. Ela não me ouvirá. — Ele parecia derrotado. — Vocês dois tiveram uma briga? — Não realmente. Ela quer vir comigo para Atlanta, mas o médico disse que ela não deveria. Nenhuma viagem desnecessária. Eu não a entendo. Ela ainda quer fazer tudo o que fazia antes de ficar grávida... boates, festas, jorrando aqui e ali. Ela falou pra você que já perdeu dois bebês?


Kara fechou os olhos e pressionou sua testa contra a parede. — Eu não sabia. Mamãe me disse, e ela só soube por Briana mais cedo no sábado. Você já tentou entrar em contato com a mamãe? — Não consegui alcançá-la. Deixei uma mensagem com os enfermeiros da estação. Fiona, a melhor amiga de Briana já está à caminho de Atlanta, o marido joga comigo. No entanto, minha mãe está à caminho. — Kara suspirou. Por que sempre que o drama de Briana ficava fora de controle, ela largava tudo e corria para o resgate? Quando sua irmã idiota crescerá? — Não é a sua mãe que vive no leste, Jim? — Virgínia, ela e meu pai se mudaram para lá há alguns anos. Liguei para ela hoje de manhã e ela prometeu partir no primeiro voo disponível. O problema é esse. Preciso de alguém para ficar com Briana até minha mãe chegar. Eu sei que você não me deve favores depois do que eu fiz, mas... — Não, Jim. Você é da família agora. É claro que eu vou. — Obrigado. — Eu preciso pensar. — Kara removeu o telefone do ouvido e apertou-o na testa. — Deus, eu poderia torcer seu egoísta pescoço magricela agora mesmo. — O que estou dizendo? Nunca estive grávida, apesar do meu conselho para Jim. Briana pode estar passando por alguma das principais doenças induzidas pela gravidez, pelo que sei. — Kara? — Baron perguntou atrás dela, fazendo-a saltar. Ela se virou para olhar para ele. — Não sabia que você ainda estava aqui. — Está tudo bem? Sua voz suave e olhos preocupados fizeram algo para Kara. Ela piscou para conter as lágrimas. Aqui estava ela, tentando segurar tudo e ele só tinha que meter o nariz em seu negócio e...


Não, ela estava deixando sua cadela interior atirar sua frustração em Baron. Ele estava sendo gentil, simpático. — É a minha irmã, ela está grávida e agindo de forma estranha, isso é tudo. — Você precisa ir ficar com ela? Ela assentiu com a cabeça, franzindo a testa. Levaria cerca de três horas em Amtrak, um pouco mais de duas, se ela dirigisse, mas apenas cinquenta minutos em um voo sem paradas. Ela trouxe o telefone para sua orelha, novamente. — Jim? — Ainda estou aqui. — Eu pegarei o primeiro voo disponível. Ligarei para você assim que comprar uma passagem. — Eu preciso sair assim que a governanta voltar. Ela ficará de olho em Briana até chegar aqui. Eu aprecio isso, Kara. Ela sempre te escuta. Kara apenas balançou a cabeça. — Briana dança ao seu próprio ritmo, mas eu chegarei ao fundo do que está incomodando-a assim que chegar aí. Eu te ligo mais tarde. Tchau. — Ela desligou seu telefone celular e foi em direção à sua oficina. O próximo passo na agenda era conseguir uma passagem. Ela usara a United Airlines antes e sabia que eles ofereciam voos sem escalas a partir de Los Angeles para San Diego. — Kara — Baron chamou atrás dela. Ela se conteve antes de se virar para ele. — Não posso lidar com qualquer coisa agora, Baron — disse ela, sem parar. — Não, isso não é sobre nós. Parece que você precisa de ajuda. — Ele a alcançou, pegou o braço dela, e cutucou para virar quando Kara escavava em seus calcanhares. — Eu posso fazer algumas ligações e ver o que posso arrumar. Kara sacudiu a cabeça. — O que você está falando?


— Você precisa voar para San Diego para estar com sua irmã, certo? — Como você sabe onde ela mora? — Seu pai mencionou isso algumas vezes. Venha comigo lá em cima. Se o que eu pretendo não funcionar, nós descobrimos mais alguma coisa. — Eu posso lidar com isso sozinha, Baron. — Eu sei, mas duas cabeças pensam melhor que uma. Pelo que eu ouvi, quanto mais cedo você chegar, melhor. — Ele deu um sorriso tranquilizador. Por que ele a ajudava? Era para marcar pontos, deixá-la em dívida com ele? Não era hora de deixar seu orgulho obter o melhor dela. Ela precisava estar em San Diego, se não for para chutar a bunda de sua irmã, então, pelo menos salvá-la de fazer algo que ela se arrependeria para o resto de sua vida. — Como você pode ajudar? — Perguntou ela. — O jato do meu irmão. Ele está na cidade, o que significa que está disponível. Esquecera quão rica a família de Baron era. O dinheiro começou com um antepassado durante a corrida do ouro, então, um excelente cirurgião do seu tempo. O pai de Baron seguiu os passos de seu pai, casou com Estele Valdes, uma agente imobiliária cubana que sabia quem-é-quem em Hollywood como clientes. Mas a empresa, Fitz-Valdes imóveis, tornou-se uma grande jogada no norte e na costa oeste após Lex Fitzgerald assumir. E isso era apenas um lado da família de Baron. Havia uma companhia de seguros de saúde, uma cadeia de motéis, e campos de petróleo em algum lugar nos ativos do clã Fitzgerald. Kara permitiu à Baron levá-la de volta ao longo do corredor e no elevador. — Se ele estiver usando, ligo para o aeroporto — disse ela, tentando recuperar o controle da situação.


— De acordo. No andar de cima, a testa lisa de Gena vincou quando os viu juntos. — Bom dia, Baron, Kara. — Kara assentiu sem dizer uma palavra para a secretária. — Bom dia, Gena — disse Baron. — Você poderia ter Lex na linha para mim, por favor? — Ele enfiou Kara em seu escritório, levou-a para o sofá onde normalmente conversava com os clientes e indicou o sofá. Kara o observou com perplexidade quando ele se sentou em frente a ela. — Por que você está fazendo isso? — Por que não? — Ele encolheu os ombros largos. — Você precisa de ajuda e tenho uma posição para oferecer isso. Era doce dele, e apesar de suas suspeitas, Kara ficou tocada. — Obrigada. — Não me agradeça ainda, não até que a leve a San Diego. Sua irmã ficará bem, você sabe. Agora ele tentava confortá-la. O homem impiedosamente lascava suas defesas, e ela não tinha ideia de como pará-lo. Para ser honesta, ela não tinha certeza se queria. Pela primeira vez, ela não se importava em deixar alguém ajudá-la com Briana. — Eu sei que ela vai, a menos que faça algo estúpido no médio prazo. Briana é muito imprevisível. — Ela está muito doente? Kara sacudiu a cabeça. — Ela está grávida e está com medo. Ou os hormônios estão mexendo com a cabeça, eu não sei. Ela contou ao seu marido que não queria o bebê. Briana pode fazer as coisas mais loucas, mas ela nunca mataria seu filho. Sua cabeça se levantou quando um palavrão rosnado escapou dos lábios de Baron. Ele olhava para a parede acima de sua cabeça, os dedos apertados, os olhos brilhando de raiva. Não, dor.


— Baron, o que foi? — Kara estendeu a mão para tocá-lo e congelou quando ele se afastou para longe de sua mão. Ele fechou os olhos por um instante, mas quando os abriu, era como se ela tivesse confundido o jogo de emoções em seu rosto. Kara engoliu enquanto estudava-o, mas ele se recusou a encontrar o seu olhar. Baron não tentou respondê-la. Seus demônios eram o seu próprio negócio, para não ser compartilhado com ninguém, nem mesmo Kara. Ele se levantou, foi até sua mesa, e apertou o botão do intercomunicador. — Onde está meu irmão? — Ele retrucou. — Ele está em uma reunião — respondeu Gena. — Seu assistente foi buscá-lo. Ele sentou e continuou a evitar o contato visual com Kara. Ela deixou sua cadeira e estava agora de pé perto de sua mesa. Ele não conseguia bloquear as memórias de Valerie e seu futuro filho, a dor lancinante que os acompanhava. Ele desprezava uma mulher que usava seu bebê para ferrar com a cabeça de um homem. Se ele pudesse... Baron balançou a cabeça com seus pensamentos feios e pegou seu telefone celular. Não importa o que ele faria, ele teria certeza que Kara chegasse ao lado de sua irmã. Ele ligou na linha privada de seu irmão mais velho. Ele foi atendido após dois toques. — Estou no meio de uma reunião importante, Baron. O que é que não pode esperar até...? — Eu preciso do seu jato. Houve um breve silêncio e então Lex disse: — Claro. Ele está sendo reabastecido enquanto falamos. Eu deveria ir para São Francisco, mas posso remarcar. Está tudo bem? — Estará. — Eu farei questão de ter certeza que estará, ele prometeu silenciosamente. — Aonde você vai? — San Diego.


Algo em seu tom de voz deve ter avisado Lex para não fazer mais perguntas. — Eu darei ao piloto um novo plano de voo. Ligue-me mais tarde. Em outras palavras, seu irmão mais velho precisava de uma explicação. Baron desligou seu telefone celular e esfregou o rosto. Ele não tinha nenhum problema em dizer a verdade à Lex; a mulher sentada em frente a ele era outra história. Ele podia sentir o olhar dela atento sobre ele. Ele não queria sua piedade. Kara se deslocou e limpou sua voz. — Baron, se há um problema... Ele trancou seu olhar nela e desistiu de pressionar. Em vez disso, ele respirou fundo e falou calmamente. — Não há nenhum problema, Kara. Eu consegui. — O sorriso que acompanhou as suas palavras não deve tê-la convencido, porque a boca franziu em um beicinho e sulcos apareceram em sua testa. Deus me ajude com as mulheres e sua curiosidade insaciável. Baron apertou o interfone, novamente. — Cancele a ligação para o meu irmão, Gena. Eu já falei com ele. Eu estarei fora na maior parte do dia, assim direcione todas as minhas ligações para o meu celular. Rick deve ser capaz de lidar com qualquer crise até eu voltar. A próxima ligação que ele fez foi para o piloto de Lex. Depois, ele olhou para Kara, que ainda estava de cara feia, como se indecisa sobre algo. — Tudo está certo. Como você quer fazer isso? — Fazer o quê? — Sua mente estava, obviamente, em outro lugar. — Que tal eu segui-la até sua casa para que você possa deixar seu carro e pegar tudo o que você possa precisar, e então nós podemos ir juntos para o aeroporto de Santa Monica. — Você vem também? Ele poderia ter se oferecido para ajudar a angariar pontos com ela, mas agora era pessoal. — Uma vez que sua irmã estiver bem, eu vou embora.


Sua carranca se aprofundou, mas em vez de falar o que pensava, ela suspirou e deu um sorriso apertado. — Não sei como te agradecer, Baron. Seu tom de voz era muito suave para o seu gosto, mas ele não podia fazer nada sobre isso. Ele sabia que ela tinha dúvidas sobre sua reação, mas ele não tinha intenção de discutir sua vida passada com ela. Ainda não. — Não se preocupe com isso. — Ele abriu uma gaveta e puxou para fora um arquivo e, em seguida, os dois deixaram o escritório. Gena olhou para eles com curiosidade, mas ele não explicou nada a ela, apenas a lembrou de deixar Rick cuidar das coisas enquanto ele estava fora. No andar de baixo, Kara fez um gesto para seu escritório. — Eu preciso pegar algumas coisas. — Eu estarei com Rick. — Ele esperou até que Kara desapareceu em sua sala de trabalho, então, entrou no escritório de Rick. Rick estava no telefone, então Baron indicou que esperaria. Ele se acomodou na poltrona, abriu o arquivo que pegara de sua gaveta, e folheou-o. Era o velho currículo de Rick. Ele atraíra Rick cerca de três anos e meio atrás de um concorrente que não apreciou seus variados talentos. Rick tornou-se seu amigo, mentor, e um empregado valioso. Sua personalidade não intrusiva e relaxada lhe permitiu construir um relacionamento rápido com artistas e colecionadores, homens e mulheres, jovens e velhos. — Então, chefe, o que posso fazer por você? A voz de Rick cortou seus pensamentos e Baron olhou para cima. — Você ainda tem os currículos das três pessoas que préselecionamos para o cargo em São Francisco? — Sim. — Rick caminhou para um arquivo de metal atrás de sua mesa e puxou para fora uma gaveta. — Concordo com você, a mulher tem mais experiência e o temperamento certo para o trabalho, especialmente


se você planeja ter mais envolvimento da comunidade. — Ele removeu os arquivos e voltou a sentar, oposto à Baron. — Steinberger é um bode velho pomposo. Soube que Kraken Belas Artes o demitiu por causa de seus hábitos de consumo. Não admira ele não colocá-los como uma referência. Quanto à Hanks, ele está muito verde. Talvez depois de alguns anos ele possa lidar com tal posição. Baron aceitou os três arquivos e os jogou na lata de lixo pela cadeira. Ele passou o arquivo de Rick. — Este é o melhor e único candidato que eu considero para a posição. Com o cenho franzido, Rick abriu o arquivo, em seguida, fez uma careta. — Mas isso é... que você quer dizer...? Baron ficou de pé e Rick seguiu. — Eu acho que você é o homem para o trabalho, Rick. Eu espero que você não se importe de mudar para São Francisco. — Sério? — Rick riu, seu olhar saltando entre seu currículo e Baron. — Claro que não. Isto é incrível. Eu não tinha ideia que você estava mesmo me considerando. — Desde o começo — disse Baron enquanto oferecia à Rick sua mão. O homem mais velho bateu vigorosamente. — Você é bom com os clientes, têm incrível organização e gestão, e mais importante, um olho para o que vende. Além disso, você conhece os nossos objetivos futuros. Você ajudou a redigi-los. Rick finalmente soltou a mão de Baron, sua expressão séria. — Obrigado pela oportunidade, Baron. Você não se decepcionará. — Eu sei. — Baron lhe deu um tapa nas costas e foi para a porta. Ele fez uma pausa para acrescentar: — Eu estarei fora hoje, e você está no comando. Deverei voltar amanhã e sairei novamente na quarta-feira para uma semana ou duas. Vamos discutir os detalhes mais tarde. Gena já sabe que você conduzirá as coisas enquanto eu estiver fora. Se precisar entrar em contato, é só me ligar no meu celular.


Baron saiu, mas Kara não estava no corredor. Ele verificou sua sala de trabalho, mas ela estava vazia. Encontrou-a do lado de fora, esperando no seu carro. — Pronta? — Sim. — Ok. Eu seguirei você. — Ele começou a ir para seu SUV. — Só um minuto, Baron. — Ela caminhou para ele, estendeu a mão e beijou-o na bochecha. — Obrigada por estar aqui por mim. E não diga que não é nenhum problema ou qualquer um teria feito à mesma coisa, porque nós dois sabemos que não é verdade. Vocês homens Fitzgerald são outra coisa. Agradeça ao seu irmão por mim, também. — Ela limpou o rosto, como se removesse uma mancha de batom. — Agora nós podemos ir. A sensação dos lábios em sua bochecha enviou um calor pulsante através de seu corpo. Ele provavelmente parecia um idiota olhando para ela, mas não podia evitar. A mulher era imprevisível, fascinante e carinhosa. Se dependesse dele, ela seria sua para sempre.


CAPÍTULO 7 — Gostaria de algo para beber? — Perguntou Baron. Ele parecia relaxado, sem o paletó, alguns botões de sua camisa abertos, e mangas enroladas para cima. Ainda assim, Kara podia sentir a tensão pulsante dele. Eles decolaram cerca de dez minutos atrás. — Chá gelado, se você tiver algum — disse. — Nós temos. — Ele se levantou e fez uma pausa para perguntar: — Doce ou sem açúcar? — Sem açúcar, por favor. — Ela pegou uma uva da tigela de frutas sobre a mesa na frente dela e colocou-a na boca enquanto Baron foi até a cozinha. Kara estudou as costas largas, a forma como as calças de alfaiataria acariciavam suas coxas, e permitiu-se um momento para babar. Em seguida, seu olhar mudou e varreu a cabine principal do Gulfstream. — Com que frequência seu irmão usa o jato? — Entre as propriedades no Caribe e na costa oeste, ele praticamente vive nele. — Ela podia ver o porquê. Baron apresentou a tripulação – o Piloto, co-piloto do sexo feminino, e atendente de voo privado – então mostrou o entorno a ela. O interior luxuoso, com seus painéis em madeira de cerejeira, bancos de couro e sofás, uma suíte máster, cozinha bem abastecida, e lavatórios com chuveiros tinham um ambiente caseiro. Adicione a sala de conferências, área de descanso da tripulação, telas de TV de alta definição e computadores, e você tinha uma boa sala de reuniões.


Antes da decolagem ela ligou para Jim enquanto Baron falava em particular com a aeromoça. Kara não viu a mulher desde então. Obviamente, seu chefe bonitão decidiu cuidar dela enquanto o voo durasse. Se o atendimento personalizado foi concebido para amanteigála ou impressioná-la, isso funcionava como um sonho. O som de gelo tilintando chamou sua atenção para o homem que ocupava seus pensamentos mais e mais. Ele passou ao seu lado, dois copos de cristal em suas mãos – um com indicação de chá gelado amarelo-esverdeado e outro com um líquido de cor âmbar. Seu olhar passou sobre ela, lembrando que ela tirou o casaco e também mostrava muito mais pele do que o habitual com seu top de alcinhas. Ele ofereceu o chá gelado, reconheceu seu agradecimento e descansou no banco em frente ao dela. — Na verdade, Lex estava prestes a decolar para São Francisco quando liguei. — Você chutou o seu irmão de seu próprio avião? Baron deu de ombros. — Ele tinha uma reunião de negócios, o que foi facilmente anulado. Esta viagem é pessoal. — Ele tomou um gole do seu copo e lançou um olhar desafiador a ela sob os olhos encapuzados. Por cinco anos, Baron viveu e respirou o seu negócio. Ele realmente empurrou o seu trabalho de lado apenas para segui-la? Emocionante era como esse pensamento podia ser, e a intimidava, também. Ela viu como ele era implacável quando ia atrás de uma obra de arte ou um artista para uma exposição. Nada o impediria de conseguir o que queria. E ao que parece, no momento, ele a queria. O pensamento era preocupante. — Ele não se importou? — Kara perguntou, para se impedir de ser tão egoísta. — Tenho certeza que ele fez, mas temos um lema da família que ele não pode quebrar. — E qual é?


— Família em primeiro lugar, negócios em segundo. Bom. Ela engoliu um gole de sua bebida e estudou-o por cima da borda do copo. Desde que ele xingou baixinho quando estavam em seu escritório, Kara chegou à conclusão de que ela mal conhecia esse homem. Baron era profundo, o que fez cócegas em sua curiosidade. Ela bebeu mais uma vez do copo, se inclinou para frente e colocou o chá na mesa. O olhar de Baron deslocou-se para o seu peito, quase a fazendo lamentar o movimento. Ela não conseguia se concentrar quando sentia seu olhar ardente como um toque físico contra sua pele. Por outro lado, se ele queria olhar... — Então, você e Lex são muito próximos? — A voz dela saiu irritantemente rouca. — Se você contar acabar com ele no squash duas vezes por mês, então sim. — Ele sorriu como se saboreando o pensamento, mas, em seguida, seu sorriso desapareceu. — Papai morreu quando Chase e eu tínhamos treze anos e Lex tinha dezesseis anos. Jade tinha uns dez anos. Mamãe fez o seu melhor, mas éramos muitos. Lex teve de intervir algumas vezes e nos corrigir. Ele é um cara durão, mas ele é legal, também. — A partir de sua voz, Kara poderia dizer que ele amava seu irmão. Se apenas a sua família partilhasse o mesmo lema e se tratassem entre si de forma igual. Seus pais tendiam a tomar partido. Não, seu pai tratava Briana e ela da mesma forma. A única vez que ele ficou do lado de Kara foi quando Briana agiu como louca. Sua mãe sempre ficou do lado de sua irmã. Kara percebeu que Baron a estudava com uma careta, provavelmente esperando algum tipo de resposta. — É por isso que parou de trabalhar para ele, porque ele é duro? — Você, por acaso, está me interrogando, Kara Michaels? — A carícia de sua voz fez com que os pelos na superfície de sua pele se levantassem.


— Apenas tento compreendê-lo melhor, Baron. Mas se isso te incomoda... — ela pegou sua bebida e se inclinou para trás. Ele riu. — Nem um pouco. Pergunte-me qualquer coisa. — Por que você parou de trabalhar em Fitz-Valdes? Sua risada curta indicava que ele encontrou sua determinação divertida. — Era hora de tentar algo novo, divertido e desafiador. — O que você fazia antes? — Eu estava no comando dos resorts no Caribe. — Isso não era divertido? Um sorriso preguiçoso apareceu em seus lábios. — Surfar e deitar sob o sol pode ficar chato. Não me entenda mal, no entanto. Eu amo o Caribe, e não falo sobre as praias e as armadilhas para turistas. As ilhas têm muito mais a oferecer se você souber para onde ir. Há esta área pantanosa em Trinidad, Pântano Nariva, com animais incríveis. E o terreno de nidificação das tartarugas-de-couro. — Ele esvaziou o copo e colocou-o sobre a mesa, em seguida, abriu os braços, os olhos brilhando. — Elas são enormes. Eu tive sorte um dia e cheguei lá quando uma dúzia de fêmeas surgiu da arrebentação para colocar seus ovos. Incrível. Em Tobago, ver tangarás azuis executarem uma dança de acasalamento não tem preço. As linhas de riso no canto dos olhos vincaram de forma atraente. Todos esses anos juntos e nunca soube sobre seu caso de amor com a natureza. — Eu quase diria que era chato. Mas agora eu entendo de onde as espetaculares imagens em preto e branco da natureza na sala de fotografia na Galeria vem. — As fotos tinham o nome Nariva rabiscado no canto direito. — Espetaculares? Obrigado. — Ele tocou seu peito e abaixou a cabeça em humildade fingida.


Kara revirou os olhos. — Como o seu nome está ausente na assinatura de doação? — Porque eu poderia ter capturado os belos animais, mas nunca poderia reivindicar por eles próprios. Eles pertencem ao pântano. — Ele tinha um ponto lá. — Então por que você parou de tirar fotos? Você obviamente tem um talento para a fotografia. Por que abrir uma Galeria em vez disso? Um olhar que Kara só poderia identificar como inquietação cruzou seu rosto. — Me formei em história da arte, tenho meus mestres no negócio, então, por que não? Ela não acreditou. — Você quer compartilhar suas fotos com o público, mas não pode confiar em ninguém para apresentá-las? Eu vi como você é especial com a exibição de cada peça. Sua sobrancelha se levantou, seus olhos escureceram com um brilho inescrutável. — Você diz que eu sou obsessivo? — Oh, sim. — Quando seus olhos se estreitaram, ela não podia resistir, acrescentando: — E não apenas um pouco, também. — Kara indicou com o polegar e o indicador. Baron coçou o queixo e olhou para ela como se debatendo como responder. — Não é o sujo falando do mal lavado? — O quê? Eu sou a pessoa menos obsessiva que conheço. Um agradável brilho brincalhão surgiu seus olhos. — Quem bateu na minha cabeça quando eu mudei a estação de rádio enquanto limpava uma pintura? — Eu não sei. Quem? — Kara deu um olhar inocente, então estragou tudo com um sorriso. Foi emocionante ver ressurgir o lado provocativo. Como ele poderia lembrar algo que aconteceu há cinco anos? Foi depois desse incidente que ela começou a trancar a porta quando trabalhava.


Você

apanharia

no

pôquer,

querida

disse

Baron,

interrompendo seus pensamentos. — E quem leva cinco minutos para pedir um sanduíche de peru sempre que liga para uma delicatessen? Sem pastrami, mortadela, ou salame... peito de peru defumado apenas, tempero leve... melhor ainda, uma fina camada sobre o pão, e certifiquese que o tomate e a alface estejam entre as fatias de peru. Kara franziu o nariz para ele e ele riu, o som tão atraente que ela encontrou-se rindo junto. — Eu odeio quando o pão fica encharcado de molho de tomate. — Isso é o que eu chamo... — Não diga isso — alertou e levantou a bebida ameaçadoramente. Ele olhou para a bebida. — Você não ousaria. — Você acha? Uma mudança sutil entrou em seus olhos. Ela não podia dizer se era tristeza ou arrependimento. — Eu senti falta disso. — Sua declaração simples surpreendeu e ela piscou. Ela sabia o que ele queria dizer: a camaradagem, a provocação e o riso compartilhado. — Eu também — ela confessou. Sua expressão ficou reservada. — Então, você queria saber por que eu comecei a galeria. Verdade seja dita, ela preferia falar sobre ele, ver menos o sério Baron. Mas desde o olhar frio em seus olhos, ele já recuava, puxando uma barreira entre eles. — Sim. — Minha madrinha e minha mãe, ambas são patronas das artes, no que elas me viciaram ainda jovem. Ela já sabia sobre sua mãe. — Quem é sua madrinha? — Sra. VanderMarck. — Você está brincando?


Ele sorriu ao ver sua expressão incrédula. — Não, eu não estou. Enquanto Chase perseguia o cozinheiro dela durante nossas visitas, eu explorava o mausoléu de uma das casas. Eu tinha sete anos quando ela me pegou olhando para o chocolate de Páscoa em seus ovos Fabergé de valor incalculável. Aos 10 anos ela me encontrou em sua biblioteca lendo em sua bonita e pequena carteira, um livro infantil de 1787, aos treze anos ela jogou a toalha e decidiu explicar as origens de suas coleções. — Então, você estava fadado a estar no negócio de antiguidades? — Não, a apreciar as coisas boas da vida. — Seus olhos acariciaram seu rosto e, em seguida, ele perguntou: — Você gostaria de algo para comer? — Não, obrigada. Eu estou bem. Ele foi para a cozinha e voltou com um prato de biscoitos e queijo. No resto do voo, evitaram assuntos pessoais e, em vez disso, discutiram o trabalho. Eram nove e meia quando chegaram ao aeroporto Internacional de San Diego. Kara sorriu enquanto observava a cidade e a baía do ar. Não importa quantas vezes ela voltava para casa, ela nunca se cansava da espetacular vista panorâmica. Dentro de minutos, eles estavam fora do avião e sobre a ponte, se dirigindo para o estacionamento e os táxis. Baron chamou um táxi dirigido por um homem jovem, com dreadlocks curtos e uma barba bem aparada. — Até a Coronado? — Perguntou o motorista. — Vinte minutos, mas eu chego lá em quinze — o homem respondeu com um sotaque jamaicano pesado. — Você pode esperar quando chegarmos lá? Vou precisar de uma carona de volta. — Enquanto o medidor continuar rodando, irmão, eu estou bem. — Ótimo. — Ele abriu a porta para Kara e indicou à ela para precedê-lo. Kara não se moveu, em vez disso, ela estudou seu bonito rosto.


— Você já fez muito por mim hoje, Baron. Você não tem que me acompanhar até a casa, também. — Divirta-me. Assim que eu souber que sua irmã está bem, eu vou embora. Eu disse para a tripulação que voltaria em uma hora. — Ela não sabia por que levava a missão de resgate pessoalmente. Ela trabalhava com ele tempo suficiente para saber que uma vez que ele decidia sobre algo, não havia alteração. Kara deslizou para o banco e deu o endereço ao motorista, em seguida, esperou ele entrar. — Você sabe, eu tenho feito isso por Briana muitas vezes antes. Os olhos de Baron estreitaram. — Você aprova as suas ações? — Não realmente, mas eu entendo seus motivos. — Entende? Ela está sendo totalmente irresponsável — ele retrucou. — Isso é um pouco duro, você não acha? — Ela percebeu que o motorista estudava-os através do espelho retrovisor e baixou a voz. — Quer dizer, eu sei que ela é um pouco mimada e tende a reagir primeiro antes de pensar sobre as coisas, mas ela está mudando. Sua mandíbula flexionou e por um momento ele não falou. — Você fala como se ela tivesse dez anos, em vez de uma mulher casada prestes a ter um bebê. Olhe. Eu sei que ela é sua irmã e tudo, mas o que ela está fazendo é errado. O marido dela não diz nada neste processo? Depois de tudo, ele ajudou a fazer essas crianças e ela continua a abortar. O queixo de Kara caiu. Baron pensou que ela discutia o aborto? — O que Jim disse sobre ela não querer seu filho é típico de Briana falar. — Quando o Baron fez uma careta para ela, ela acrescentou: — Ela tem um problema de atitude. Infelizmente, uma vez que ela fica em apuros, ela nunca chama nossos pais. Ela me chama. Isso é o que eu quis dizer com Eu fiz isso por ela muitas vezes antes. Você sabe, ir ao seu socorro.


— Oh, me desculpe, eu não entendi — disse Baron em uma voz suave, em seguida, ficou em silêncio durante o resto do caminho. O silêncio no interior do carro se tornou grosso e desconfortável. Kara não sabia o que dizer. Sua mente, no entanto, entrou em modo acelerado, tentando analisar a reação de Baron. Sua namorada terminara uma gravidez sem o seu conhecimento? O que poderia explicar a reação dele no escritório e por que ele insistiu em ir com ela...? Ela olhou para ele com o canto do olho e pegou sua carranca. Ela desejou poder dizer que entendia sua dor. Não que ela tivesse sido ferida assim. Mas acreditava piamente em tomada de decisões mútuas com um namorado ou amante, e era por isso que não tinha completamente desconsiderado a sugestão de Baron de terem um caso. Ela apreciou sua honestidade e que ele foi direto sobre o que queria, em vez de jogar. Kara ligou para a casa, uma vez que estavam em Coronado Bay Bridge, e falou brevemente com a governanta de Briana, Sra. Marten. Quando chegaram à porta, ela se abriu antes que Kara pudesse pressionar o interfone e sair do carro na garagem semicircular da clássica vila Mediterrânea. Ela deu um olhar superficial à fachada exterior, gramado bem aparado, canteiros e palmeiras, enquanto caminharam em direção à porta da frente. — Senhorita Kara, graças a Deus você está aqui — disse a Sra Marten assim que abriu a porta, sua voz quase inaudível acima do alto rap fluindo atrás dela. — Ela está com raiva. — Isso era um eufemismo. Quanto mais raiva sua irmã ficava, mais altas e provocadoras eram as músicas. Era assim desde que eram adolescentes. Kara fechou a porta para cortar os sons, então, apresentou Baron para a governanta. — Leve o Sr. Fitzgerald para a sala de estar, ok? Eu vou acompanhá-los em breve. — Se você precisar de mim — Baron lembrou. Ela assentiu com a cabeça. — Eu sei onde encontrá-lo.


Assim que entrou no saguão de mármore, Kara esperou Baron e a mulher desaparecer na parte de trás da casa. Ela conhecia a mulher mais velha o suficiente para saber que ela ofereceria uma bebida, em seguida, o sentaria na sala de estar formal ou na sala familiar. Ambas ofereceriam uma impressionante vista da baía. Agora, vamos para a irmã dor-no-traseiro. Kara respirou fundo e começou a caminhar para a escada circular que levava ao foyer no segundo andar e as suítes. Roupas masculinas enchiam as escadas e o corrimão de bronze. Kara sacudiu a cabeça e começou a subir as escadas. Ao longo do caminho, ela pegou as camisas e calças de alfaiataria e empilhou-as em seu braço. Não que ela pegava para Briana. Só não queria pisar nelas. Agora estou mentindo para mim mesma. Não, era quando ela enfrentava a verdade. Ela, também, contribuiu para a atitude mimada-moleque de Briana. Desde que sua irmã veio a este mundo, Kara tomou conta dela. Com certeza, ela tinha cinco anos e desespero por um irmão quando sua mãe ficou grávida de Briana. Ainda assim, isso não era motivo para ser a guardiã de sua irmã agora. A tendência para correr em auxílio de Briana toda vez que ela chorava ao telefone deveria parar. Briana deve começar a assumir a responsabilidade por suas ações. Em outras palavras, devo tratá-la como uma adulta a partir de agora. No andar de cima, Kara jogou as roupas no topo do corrimão. Em seguida, em vez de ir para o quarto principal, ela foi na direção oposta. As caixas de som estavam ligadas pela casa e em outras salas, mas o sistema estava na sala de estar no andar de cima. Ela contornou sofás de couro, de pelúcia e poltronas reclináveis, cuidando para não tropeçar no espesso tapete, parou no sistema estéreo e apertou o botão de desligar com mais força do que o necessário. Um feliz silêncio seguiu, mas ela sabia que não duraria. Ela cruzou os braços, diante da porta, e esperou.


— Quem te disse para desligar a música, Sra. Mart- — Briana gritou, entrando na sala, em seguida, seus olhos se arregalaram. — Kara? Kara sorriu. — Ei, mana. Você parece... bem. Por um momento, Briana estava sem palavras. Mesmo com o cabelo bagunçado e olhos avermelhados, Briana estava deslumbrante em um terninho e botas de salto alto. Se seu estômago tinha uma saliência pelo bebê, Kara não podia vê-lo. Exceto por seus olhos cor de avelã, ninguém poderia dizer que eram irmãs. Kara, de estrutura mais curta e curvilínea e cabelo loiro puxou o lado da família de sua mãe, enquanto Briana, corpo esbelto e cabelo castanho abundante era o pai por completo. Para agravar a diferença, Kara mantinha sua longa cabeleira natural, encaracolados, enquanto os cabelos de Briana eram chamativos e cheios. Ela também tinha um peito invejável e digno de babar. — O que você faz aqui, Kara? O tom beligerante de Briana não a surpreendeu. — Eu estava na cidade e pensei em parar para felicitá-la pela sua gravidez. — Kara começou a andar para frente com um sorriso. — Bem, você veio em um momento muito ruim. Estou prestes a sair para uma viagem. — Briana virou para voltar para seu quarto e balançou. Kara franziu a testa. — Você está bem? — Eu não tenho tempo – oh Deus. — Ela desmoronou. — Briana. — Kara correu para amortecer a queda, mas não conseguiu. O baque da cabeça de sua irmã batendo no chão a fez estremecer. Ela caiu sobre o joelho e levantou a cabeça de Briana para cima. — Socorro! Sra Marten... Baron — ela gritou. Sons de pés correndo vieram das escadas, e, em seguida, Baron perguntou: — Onde você está?


— Aqui. Ele correu para a sala, se agachou ao lado dela, e tocou a testa de Briana. — O que aconteceu? — Ela balançou e caiu. Ela bateu a cabeça muito forte. — Ela tocou a nuca de Briana. — Já está inchando. Você poderia levá-la para o quarto, por favor? — É claro. — Baron facilmente levantou Briana do chão. — Por aqui. — Kara voltou-se para as escadas e viu a governanta. — Sra. Marten, você sabe o número do telefone do seu médico? — Sim, está na porta da geladeira no andar de baixo — disse a governanta. — Pegue para mim, por favor, e uma compressa fria ou gelo para a cabeça. Ela levou Baron ao quarto de Briana ricamente decorado de ouro e areia. Roupas estavam sobre a cama, a qual jogou para o lado para criar espaço. Briana gemeu e suas pálpebras abriram apenas quando Baron a deitou. — Ela está voltando — disse ele. — Obrigada, Baron. — Kara deslizou ao lado dele, com os olhos em sua irmã. — Você teve uma queda muito feia, mana. Como se sente? — Como uma porcaria — Briana retrucou, franzindo a testa. O olhar de sua irmã mudou para Baron, a carranca derretendo. — Ela o chamou de Baron? Como o seu chefe, o Baron Fitzgerald? — Desculpe nos encontrarmos sob tais circunstâncias. Deixarei sua irmã... — Não, não vá ainda. — Ela agarrou a mão dele e começou a sentar-se. — Não posso acreditar que nunca o conheci. Baron pressionou seu ombro. — Por favor, deite-se até que sua irmã descubra o que há de errado com você.


Briana acariciou sua mão. — Eu estou bem. Kara me assustou vindo aqui, isso é tudo. Ela nem sequer se preocupou em me dizer que trouxe um convidado. — Ela jogou a Kara um olhar de censura, então ligou a doçura sorrindo para Baron. Ressentimento e uma grande dose de possessividade levaram a preocupação de Kara com sua irmã embora. De jeito nenhum ela deixaria a vadia fazer um número sedutor em Baron. Sim, ela era adulta e não tinha motivos para agir como se possuísse o cara, mas tinha uma linha a ser desenhada. Kara estreitou os olhos para a irmã. — Briana, vamos deixá-la descansar... — Mas eu não preciso descansar Kara. — O olhar de Briana não mudou de Baron. — Por que você não me dá um momento para recuperar o fôlego e o acompanharei no andar de baixo — ela ronronou, fazendo olhos manhosos para ele. Por favor, não deixe que ele se apaixone por seu ato... Kara repetiu essa frase como uma ladainha. Ela não percebeu que suas mãos estavam em punhos até Baron cobrir uma mão com a sua e acariciar delicadamente os nós dos dedos, infundindo-a com carinho. Ela engoliu em seco e olhou para ele, o alívio surgindo através dela. Ele estava de cara feia para Briana, parecendo mais confuso do que impressionado. — Senhorita Kara, eu tenho o gelo — disse a Sra. Marten da porta do quarto. — Obrigada. — Kara relutantemente soltou a mão de Baron, foi até a governanta, e tomou a bolsa de gelo. — Esta é a primeira vez que ela desmaiou? — Ela perguntou em voz baixa. A governanta olhou para a cama e sua ocupante, então balançou a cabeça. — Não. Foi o que aconteceu na semana passada, duas vezes. Ela não come o suficiente. Eu disse a ela que não é saudável para ela e para o bebê, mas ela não ouve. Esta manhã, ela recusou o café da manhã. O Sr. Jim pediu a ela para comer. Ainda assim, ela se recusou.


Era óbvio que a governanta verdadeiramente cuidava de Briana. Ela estava com eles há três anos e, muitas vezes tratava tanto Jim e Briana como se fossem suas crianças. — Por que você não desce e prepara algo que ela goste. Vou descobrir como fazê-la comer. — Ela se juntou à Baron à cabeceira de Briana e inclinou-se para pressionar o bloco de gelo contra a cabeça de Briana. — Segure-o aqui ou o inchaço só vai piorar. — Briana olhou para ela e não tocou no bloco de gelo. Ele caiu na cama. Hora de você crescer, pequena princesa. Se ela queria uma cabeça inchada, então, era com ela. Kara sorriu para Briana, ajeitou o corpo e virou-se para Baron. — Podemos falar? — Sim, com certeza. — Ele afastou-se da cama e pegou a mão dela, de novo. — Eu espero que você se sinta melhor, senhora Wilkins. Briana se sentou, uma mão estendida para o gelo agora. — Isso é como todo mundo chama a mãe de Jim. Por favor, me chame de Briana. Não me deixe ainda. Eu quero saber o que... — seu olhar se estreitou em suas mãos unidas — minha irmã tem feito. Baron deu um breve sorriso. — Talvez na próxima vez. Eu espero que você se sinta melhor. — Seu tom era impessoal. Então ele andou com Kara para a porta. Kara sorriu para a expressão petulante no rosto de sua irmã. Briana finalmente encontrou um homem que não se virara para acomodá-la. Que fosse Baron, seu homem, agradou Kara. Sim, ela o reivindicava, mesmo que fosse apenas por duas semanas. Somente um tolo deixaria um caso com um homem que parecia um deus, prometia decadência, e a agitou com apenas um olhar. E ela, Kara Michaels, não era uma tola. Assim que chegassem à Idaho, ela diria a ele um grande e gordo sim para dormir em seus braços, para com certeza tocar e amá-lo, e para entrar em suas fantasias mais selvagens. Só de pensar nisso seu coração zumbia com antecipação.


Eles entraram no corredor e Baron se virou para olhar para ela. Ela estudou seu bonito rosto, a curva sensual de seus lábios e as sobrancelhas arrogantemente inclinadas. Ela já se acostumou com sua beleza ou generoso coração? Mesmo agora, ele a estudou com vincos em sua testa. Ela estendeu a mão e passou os dedos pela testa, tentando acabar com as dobras. — Não se preocupe. Ela ficará bem. — Estou mais preocupado com você. Você acha que ficará bem? Sua

garganta

bloqueou

com

emoção.

Preocupar-se

era

normalmente seu departamento, enquanto sua família apenas assumia que ela ficaria bem. Pela primeira vez alguém colocava seus sentimentos em primeiro lugar. Era maravilhoso. Kara sorriu. — Sim, eu vou, e obrigada por seu... — ela procurou em seu cérebro por uma palavra mais apta e escolheu, — cuidado. Um brilho sensual brilhou no fundo de seus olhos. — Oh, querida, se você soubesse. O carinho e a simples declaração mantinham uma riqueza de significados que deixou Kara esperando que ele realmente se importasse com ela, e não com alguém que ele queria ter relações sexuais, mas como pessoa. Ela ficou na ponta dos pés para dar um beijo na bochecha dele, fechando os olhos enquanto bebia seu calor, cheiro almiscarado, sua própria essência. Seus olhos se abriram quando seus lábios encontraram os dele. Ele virou a cabeça quando ela não estava olhando. Kara quebrou o contato e engoliu. Foi apenas um beijo leve, mero sussurro, mas todo o seu corpo aqueceu. Ela olhou na direção do quarto de sua irmã e disse em uma corrida sem fôlego: — É melhor você ir. Seu taxista não pode esperar para sempre e minha irmã precisa de comida e...


Sua boca cortou sua gagueira nervosa, a levou em um passeio de montanha-russa de prazer sensual até que sua cabeça estava arquivada com pensamentos quebrados e luzes piscando. O beijo terminou muito cedo, deixou-a com o gosto dele ainda provocando seu paladar. Kara lambeu os lábios e abriu os olhos. Seus olhares se encontraram e travaram, ambos lutando para respirar uniformemente. Ela não tinha a intenção de dizer: — Uau. — Mas ela fez de qualquer maneira, então corou quando os lábios dele se contraíram como se reprimisse um sorriso. Ele correu os dedos ao longo de sua mandíbula. — Você não pode brincar com um homem faminto com a promessa de comida e esperar que ele aja normalmente. — Eu sou alimento agora? Ele riu. — Apenas o tipo que eu pretendo ter dia e noite por duas semanas. Quando você acha que voltará para casa? — Ele fez soar como se não pudesse esperar para violentá-la, o que deveria ser intimidante, mas em vez disso foi bastante emocionante. Kara respirou fundo e isso fez com que ela pudesse não ofegar antes de falar. — Amanhã, eu acho. A mãe de Jim voará na tarde de hoje. — Você acha que ela pode lidar com sua irmã? — Oh sim. Eu a encontrei antes e sei que ela não arruma confusão com ninguém. Com ela perto, Briana terá que comer por dois, não usará esses saltos altos ridículos, ou evitará as ordens do seu médico. Sua mão caiu de seu rosto. — Ligue para mim esta noite, quando tiver certeza sobre o amanhã. Não quero comprar as passagens até que eu saiba que você estará lá. — Ele roçou os lábios nos dela e murmurou: — Estou ansioso para Idaho. — Eu também. Ele sorriu, em seguida, virou e desceu as escadas. Kara encostouse no parapeito e acenou quando ele olhou uma última vez antes de sair


da casa. Ela pressionou os dedos sobre os lรกbios, fez uma pausa para tirar o sorriso do rosto antes de voltar para o quarto de Briana.


CAPÍTULO 8 Kara encontrou Briana no meio da cama, as pernas cruzadas, e o bloco de gelo pressionado contra sua cabeça. — Eu nunca pensei que viveria para ver o dia em que minha irmã perfeita cairia em desgraça — disse ela com uma risada. — Um caso com o chefe? Dê-me os detalhes? — Kara não caiu na provocação, embora se surpreendesse. Briana nunca falou com ela assim antes. Muitas vezes ela gemia e encontrava alguém para culpar por seus problemas. Kara continuou a sorrir, até que parou na frente de Briana. — Não tenho nada de que me envergonhar, Briana. Ele é lindo e está totalmente afim de mim. — A última parte era desnecessária, mas se sentiu bem em esfregá-la. Briana riu. — Por favor. Você tem que estar desesperada para se gabar com o homem de outra pessoa. A última vez que eu ouvi, ele estava noivo enquanto você estava ocupada ansiando por ele em seu porão. Mamãe me disse. Kara endureceu. Ela nunca disse à sua mãe que gostava de Baron, mas seus sentimentos devem ter sido aparentes. Que sua mãe compartilhou seus pensamentos com Briana a feriu. — Acho que agora você está apenas como todas as outras destruidoras de lares, perseguindo homens casados. — Seu queixo tremeu, o sinal revelador de que estava prestes a chorar. Kara franziu a testa. Poderia sua irmã estar preocupada com Jim a traindo? Não era provável. O homem era louco por Briana. Quanto à sua zombaria, Kara poderia explicar sobre Valerie e o estado civil de


Baron, mas não tranquilizaria Briana. Sua irmã procurava briga e só encontraria outra coisa para pisar. Por agora, discutir Baron estava fora de questão. — Como está sua cabeça? — Perguntou Kara. — Há quanto tempo o caso está acontecendo? — Briana deixou cair o saco de gelo sobre a mesa do lado e se apoiou contra a cama com os cotovelos, um sorriso de satisfação nos lábios pintados. — Sra. Marten fez algo para você comer — disse Kara como se Briana não tivesse falado. — Depois disso, eu posso ir com você ao médico. Os desmaios podem ser causados por algo que não seja a falta de alimentos. — Desde quando, mana? Incrível quão tenaz sua irmã inconstante poderia ser quando queria machucar Kara. Foi assim desde que eram pequenas. — Por que você não me disse que teve abortos ou que estava grávida? Por que eu tive que ouvir isso da mamãe? — Como é a sensação de ser a outra mulher? Kara cerrou os dentes. — Você me liga a cada vez que você tem uma crise. Por que não desta vez? — Eu sou uma mulher casada agora, Kara. Eu decido e escolho o que quero compartilhar com vocês. — Apesar de sua afirmação leviana, uma expressão desconfortável atravessou seu rosto. — Ele é quente... o Baron. Se eu não fosse casada, eu iria... — Não faria nada porque eu chutaria o seu traseiro daqui para o inferno e de volta. — Ela deixou Briana atingi-la. Kara massageou a têmpora e suspirou. Como esperava, desde a sua interação com Briana, ela sentiu uma dor de cabeça chegando. O sorriso orgulhoso de sua irmã não poderia ajudar. — Olha. Eu não sei o que acontece com você ou em seu casamento, mas você está grávida agora e prestes a se tornar uma mãe.


Você precisa cortar as besteiras e começar a agir direito. — Ela indicou as roupas no chão. — Qual é o ponto disso? Você quer chutar Jim para fora quando vocês estão prestes a ter um filho? Qual será a próxima? Pedir a ele o divórcio? Conseguir um emprego? — Sua irmã não tinha qualificações para falar. Sua carreira de modelo estava acabada – ela chateou cada fotógrafo na costa oeste. Briana levantou e fez uma careta para Kara, as mãos nos quadris. — Se você não pode me dar uma resposta direta sobre o seu caso, não vejo por que eu deveria dizer qualquer coisa. — Meu relacionamento com Baron não é da sua conta, Briana. — É mesmo? Então, o que te dá o direito de se intrometer no meu... para falar com o meu homem nas minhas costas? Você é minha irmã. Quando se trata de problemas no meu casamento — a voz dela quebrou, — você fica do meu lado, não do dele. — Seu queixo tremeu novamente. Kara beliscou a ponte de seu nariz. Gostando ou não, ela era arrastada para a confusão de Briana novamente. Se ela não estivesse grávida, eu juro que diria a ela para procurar uma terapia e então iria embora. — Ele age de forma estranha, e eu preciso saber o porquê. Eu sei que ele não está com ninguém aqui em San Diego. Enquanto ele está na estrada, eu sempre verifico se não há groupies penduradas em torno dele, e é por isso que eu pegarei o próximo voo para Atlanta. — Ela caminhou ao redor da cama, pegou a mala do chão, e jogou-a na cama. Kara suspirou. — Eu tenho certeza que ele viu sua desconfiança, o que explicaria as mudanças que você vê nele. Você não sabe que sem confiança você não tem chance de fazer seu casamento funcionar? Os olhos de Briana brilharam. — Você gostaria que não funcionasse? Revanche por roubar ele de você, hein? — Oh, apenas cresça — Kara agarrou. — Sua bagunça fica mais feia cada vez que te vejo.


— E dormindo com seu chefe casado não é feio? Não seja hipócrita, Kara. Para sua informação, eu confio no meu homem. Eu só não confio nas cachorras que não parecem se importar que ele tenha uma esposa. — Ela atirou à Kara um olhar aguçado depois pegou um monte de roupas da cama, endireitou-se, e balançou. Kara sufocou o impulso de correr para o lado de Briana embora se aproximasse no caso dela ter que amortecer sua queda. Ela esperou até que sua irmã deixou cair a roupa e se sentou na cama, em seguida, caminhou para o lado dela. — Por que você não se preocupa com a sua saúde e da criança, em vez disso? Você mal pode andar sem balançar. Jim ama você, caso contrário ele não me ligaria. E só para você saber, esta é a primeira vez que ele me ligou desde que vocês dois ficaram noivos. Ele está preocupado com você. Os olhos de Briana se encheram com lágrimas. — Nós tivemos uma briga horrível e eu disse a ele... coisas terríveis. Eu sei que ele me odeia agora. — Ela baixou a cabeça em suas mãos. — Não sei o que há de errado comigo. Estou com raiva o tempo todo. Ela realmente não queria sentir pena de Briana, mas era óbvio que sua irmã precisava de ajuda. Mesmo sua crueldade agora estava demais. Kara se agachou para que estivessem no nível dos olhos. — É, provavelmente, são os hormônios, Briana. Você precisa falar com alguém sobre isso... o seu médico ou outras mulheres grávidas. Briana enxugou as lágrimas do rosto e deu a Kara um olhar suplicante. — Há uma classe pré-natal oferecida pelo hospital local, mas Jim disse que não pode ir comigo. Por que eu deveria fazer tudo sozinha? É seu filho, também. Kara se forçou a não rolar seus olhos. — Ele faz a parte dele, jogando bola e trazendo dinheiro para casa. Se ele ficasse em casa, ele iria com você.


Briana ficou em silêncio por um momento. — Você poderia ir comigo? — Ela murmurou. — Hoje? Claro. Ela deu à Kara outro olhar debaixo de seus cílios. — Não apenas hoje. Com Jim saindo muito, você poderia ficar aqui por um tempo e... — Eu não posso. — Kara pulou. — Eu tenho um emprego e uma vida, Briana. Em Los Angeles. — Não é como se você não pudesse trabalhar aqui. Quer dizer, você não tem que ir para o escritório ou encontrar-se com as pessoas para limpar pinturas. — Qualquer que fosse a simpatia que Kara sentiu por Briana evaporou. — Na verdade, eu tenho. Briana lançou um olhar suplicante. — E se eu for para Los Angeles e ficar com você? Inferno, não. Briana em sua casa a deixaria louca dentro de um dia. Além disso, Kara não tinha intenção de se retirar do encontro de duas semanas combinado com Baron. Ela franziu a testa. Ela era egoísta por não estar lá para Briana? — Você não pode. Eu tenho muitas coisas no meu prato agora. Além disso, sua sogra vem para ficar com você. — O quê? Aquela velha cabra me odeia. — O olhar suplicante desapareceu do rosto de Briana. — Nada aproxima uma cabra velha como um neto. Vocês duas podem se ligar quando você comprar e decorar o quarto do bebê. — Kara se dirigiu para a porta. — Kara, por favor. Deixe-me ficar com você. — A voz de Briana balançou. — Não. — Você me odeia — ela lamentou.


Deus, o que é um bebê? — Não, eu não odeio. — Então por que você age assim? Você é normalmente mais agradável. Olha onde que me levou. Kara parou na porta e olhou para sua irmã, cujos olhos estavam demasiados secos para alguém à beira das lágrimas. Sua atuação estava melhor desde que a viu pela última vez. — Não estou diferente, Briana. Estou cansada de mimar você. Sim, eu era realmente mais agradável porque eu cedia às suas demandas. Desta vez eu estou dizendo não. É hora de você se levantar sobre seus próprios pés e aceitar suas responsabilidades. Comece por cuidar de si mesma e seu bebê. Conheça a sua sogra. Ambas amam Jim, um ponto de partida no meu livro. — Foram as coisas que eu disse sobre você e seu chefe? Sinto muito. Eu não quis dizer realmente. Kara balançou a cabeça para o pedido de desculpas sincero. — Não, você não quis, mas sinta-se livre para arremessar mais rajadas em mim a qualquer momento. Elas não mudam nada. Eu nunca mexi com um homem casado. Que você escolha acreditar é sua prerrogativa. Jim me pediu para ficar com você até sua mãe chegar. Tenho a intenção de fazer exatamente isso, e então eu vou para casa. Kara não esperou para ver como Briana recebeu seu pequeno discurso. Ela saiu do quarto, sentindo-se mais leve e mais livre, e desceu. Ela pegou a bolsa da mesa do salão e foi em busca da governanta. Sra Marten estava na cozinha assando croissants frescos, mas olhou para cima, em seguida, deslocou-se para ver atrás de Kara com expectativa. A expressão cabisbaixa fixou em seu rosto. — Ela não vem? — Em breve. Dê tempo à ela. — Kara tirou o telefone do suporte e caminhou para as portas francesas que conduzem para a piscina. Renee atendeu após dois toques. — Você recebeu minha mensagem?


— Sim. Por que eu tenho que cuidar de seu gato com TDAH2? — Kara riu, ajustando uma das almofadadas do salão do convés e se deitou. — Eu vou para Idaho autenticar a coleção de um cliente. Ficarei fora por cerca de duas semanas. — Idaho? Eles não têm skinheads lá? Kara rolou seus olhos. — Talvez. Mas eu tenho certeza que eles não esperam por nós. Você pode cuidar de Tessie para mim ou o quê? — Nós? Ela fez uma careta e chamou a si mesma de todos os nomes no livro. Ela não tinha a intenção de deixar isso escapar. — Baron e eu trabalharemos nisto. — Houve um silêncio na linha. — Uh-mm, Renee? Você ainda está aí? — Sim. Ok. Você e o Sr. Maravilhoso. Eu vou com prazer cuidar do gato. Apenas tenha... uma extrema carga de diversão. Kara riu. — Fico te devendo. — Sim, você fica. O que você fará hoje? Ela deixara uma mensagem para Renee esta manhã sobre cuidar de Tessie, mas intencionalmente omitiu sua viagem improvisada para San Diego. — Eu, uh, eu estou fora da cidade no momento. San Diego, mas voltarei amanhã. — Oh? Os seus pais estão bem? — Sim. Falei com eles no fim de semana. Houve um silêncio, e então: — Por favor, não me diga que você está com sua irmã. Mais uma vez. O que ela fez desta vez? Recusou-se a pagar um estilista de cabelo por causa de um mau permanente? Desacatou um policial? Eu pensei que você a fez ter um advogado na discagem rápida para tais pequenas infrações.

2 Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade


— Ela está grávida, Renee. — Whoa. Isso é uma notícia maravilhosa. Quando foi que você descobriu? — Durante o fim de semana. — Ai meu deus — Renee gritou. — Você será tia. — Eu sei. Não é emocionante? — A voz de Briana flutuou pela janela e Kara olhou para a casa. Briana estava sentada em um banquinho enquanto a Sra. Marten preparava um prato para ela. — Eu pensei em passar e ver como ela está. — Você é péssima para mentir. O que realmente aconteceu? — Não é possível entrar em detalhes agora. Vamos conversar amanhã. — Bem. Diga parabéns por mim. A menina pode ser louca, mas um bebê é um motivo para comemorar. Kara desligou o telefone, mas quando ela entrou, Briana ignorou. Nem um pouco incomodada, Kara foi pegar sua bolsa com coisas para a noite de onde Baron colocou na porta da frente. A governanta pegava as roupas de Jim do corrimão no andar de cima. — Sra. Marten? — Kara gritou para chamar sua atenção. Ela acrescentou quando a mulher olhou para ela — Briana mencionou que a mãe de Jim está vindo? — Sr. Jim me disse antes de sair esta manhã. Ele disse que ela me ligará antes de embarcar no avião. — Ela ligou? — Não, mas eu já preparei o quarto amarelo para ela. — Bom. Vou pegar o outro ao lado dela hoje à noite. — Ela pegou sua bolsa, foi para o quarto de hóspedes e tirou os sapatos. Evitando mais conversa com Briana, ela deslizou em um par de calças Capri e uma


camiseta, acrescentou sandálias, e saiu do quarto. Briana ainda comia e folheava uma revista de moda. Kara invadiu a estante na sala de estar no andar de baixo e se enrolou em uma almofada de couro com um livro de romance. Por um momento, ela olhou ao redor e sorriu. A sala com o seu teto alto, janelas altas, e uma decoração ultramoderna sempre foi sua favorita, pela maneira como o piso epóxi cinza claro e tapete branco compensavam os móveis e armários negros e as garrafas de vidro Blenko coloridas estrategicamente colocadas ao redor da sala. Mesmo o grande retrato de casamento de Briana e Jim acima da lareira de tijolos complementava o quarto. Através de uma porta de vidro, Kara tinha uma visão clara do foyer e as escadas. Ela soube quando Briana saiu da cozinha e subiu as escadas. Sra. Marten não desceu por várias horas e foi responder ao interfone do portão. Um lampejo de alegria se seguiu quando viu um Camry azul no painel de segurança na porta. Penelope Penny Michaels chegou. Kara levantou-se e saiu para atender sua mãe, mas por dentro ela tinha um sentimento vazio de desgraça iminente. Briana não herdou o seu pendor para o melodrama de seu pai. Sua mãe era e sempre foi el suprema do drama.

*** Baron verificou seu correio de voz, antes de embarcar no avião. Havia uma mensagem de sua secretária para ligar no escritório. Ele usou o telefone do avião após decolar. — Um Sr. Tim Bryant quer que você ligue de volta. Ele disse que era urgente — disse Gena sem preâmbulos. Tim era advogado da Sra. VanderMarck.


— Obrigado Gena. — Ele discou o número do advogado. — O que acontece, Tim? — Sra. VanderMarck me instruiu a ligar para você. Jake invadiu a casa em Idaho. Estou aqui tentando descobrir o que ele queria e como impedir que ele entre um centímetro na propriedade novamente. Sra. VanderMarck disse que você iria querer ficar a par do que está acontecendo. Ouvi dizer que você ficará aqui por umas duas semanas. — Sim. Catalogando sua coleção. — Baron recostou-se contra o seu assento e cerrou os dentes. Ele não precisava do filho de VanderMarck estragando seus planos por causa de uma vingança. — Eu vou na quarta-feira. Ele destruiu ou pegou alguma coisa? — Eu andei pela casa com os policiais e nada está quebrado. Se ele pegou alguma coisa é outra história. Bridget disse que ela enviou um inventário da coleção para você. — Ele não cobre tudo. Ela deveria enviar o resto antes de eu sair. — Ligue para ela e veja se ela tem. Os policiais continuam me perguntando se alguma coisa foi levada. — Eu estarei lá mais tarde, hoje. — Baron desligou e resistiu à vontade de socar alguma coisa. Seus planos para as próximas duas semanas seriam nulos e sem efeito se esse idiota mexeu com a coleção. Kara e ele estavam destinados a ficar juntos. Ele não permitiria que nada impedisse que isso acontecesse. A próxima ligação foi para Gena reservar o primeiro voo para Spokane, Washington, e alugar um avião para Sandpoint. Finalmente ele ligou para o seu irmão. — Nós estamos voltando, devo estar aí em 40 minutos. — Eu vou para o aeroporto. Minha equipe não cancelou o voo, só o atrasou para mais tarde. Você cuidou de seu problema? — Sim. — Você não parece muito certo.


Baron sorriu. Lex tinha um talento especial para ler as pessoas, uma verdadeira dor na bunda quando alguém queria manter as coisas privadas. — Não é isso. Parece apenas que toda vez que eu acho que estou onde quero estar, algo falha. — Qualquer coisa que eu possa ajudar? — Não, eu tenho coberto. — Kara ainda está com você? Baron franziu a testa. — Me verificando, Luthor? — Jade já havia acusado Lex de ser como Lex Luthor da série Superman, com o nariz em tudo e nada escapava dele. Lex riu do apelido. — Falei com a tripulação antes de decolar e alguém deixou escapar que tinha uma companheira. — Alguém? Não quer dizer a prima Teal, super espiã/aeromoça? — Baron levantou a sua voz, sabendo muito bem que Teal podia ouvi-lo. — É uma pena quando um homem não pode ter alguns segredos. Lex riu. — Kara é um segredo? — Não da maneira que a sua risada implica. Mas às vezes um homem precisa de um pouco de privacidade quando está namorando uma mulher. — Namorando? Baron riu. — O que mais Teal disse? — Por quê? — Para que eu possa decidir por quanto tempo gritarei com ela. Lex riu, desfrutando de uma piada que Baron não estava a par. — Sim, boa sorte com isso. Você realmente empurrou-a na cabine e deu ordem à tripulação para não sair, a menos que o avião estivesse prestes a cair? — Só um segundo. — Baron olhou para o cockpit. — Teal?


Em segundos, sua prima colocou a cabeça para fora da cabine da tripulação e levantou uma sobrancelha. — Eu preciso de para-quedas para dar o fora daqui? — Espertinha. Você está oficialmente expulsa do meu time no próximo piquenique da família. Ela deu um sorriso. — Então nós teremos um jogo masculino e feminino. — Isso é para me assustar? — Se Kara estiver em nossa equipe, pode apostar. Você não notou a forma como o meu marido anda na ponta dos pés em volta de mim quando estou com a equipe adversária? — Ela se abaixou e ficou fora da vista. Sim, ele notou a forma como todos os homens casados afrouxavam durante um jogo dos sexos. E quem disse que Kara estaria em sua próxima reunião de família? Balançando a cabeça, Baron trouxe de volta o telefone ao ouvido. — Eu te verei quando pousar, Lex. — Você pensa trazer Kara para o piquenique em família no sábado, certo? Família poderia ser uma maldição e tal, mas a sua liderava as paradas. Baron não planejou levar Kara para conhecer sua família até que ela tivesse o anel em seu dedo. Ele amava sua família, mas era grande e unida, e provavelmente a assustaria. — Nós estaremos fora da cidade, big mano — disse Baron no telefone. — Antes que você faça mais perguntas, cuide da sua maldita vida. Lex riu. Depois que ele desligou, Baron tentou imaginar Kara entre sua família. Ela se encaixava bem. Jade e Ashley já a conheciam muito bem,


já que estavam todas no cenário artístico. Seus irmãos gostavam dela, Chase um pouco demais para a paz de espírito de Baron. Ele poderia ter que proteger Kara de sua tia Vivian. Ele adorava a tia, mas ela tendia a avaliar o valor de uma pessoa com base no que seus pais fizeram para ganhar a vida ou sua ascendência. Os pais colarinho-azul de Kara não poderiam passar por seu escrutínio prejudicial. Baron franziu a testa. Kara sempre trouxe o seu instinto de proteção. Ele o sentiu desde o primeiro dia em que ela começou a trabalhar para ele. Tinha medo demais, o que o fez erguer barreiras para mantê-la à distância. Por causa do que perdeu há cinco anos. O caso de duas semanas que propôs daria a ele a oportunidade de mostrar à ela que eles estavam destinados a ficar juntos. Ele não podia prever onde as coisas acabariam para eles, mas tinha certeza que não daria uma razão para ela deixá-lo. Ele seria mais feliz se seus sentimentos por ele fossem mais fortes até o final de sua estadia em Idaho, mas os planos e Kara só não vão bem juntos. Ele seguiria o fluxo aqui, deixando-a conduzir.

*** Kara esperou do lado de fora até Penny estacionar seu Camry. Sua mãe, auxiliar de enfermagem, em calças e top correspondente, saiu do carro e sorriu. — Kara, que surpresa encontrá-la aqui. — Penny deu um abraço em seguida, olhou para a casa. — Briana não perdeu...? — Não, mãe. Ela está bem, apenas descansando. — Graças a Deus. A tola mulher que atendeu o telefonema de Jim se esqueceu de me dizer até 30 minutos atrás. Eu dirigi como uma louca para chegar até aqui, especialmente quando eu tentei ligar, mas não consegui. Se ela está bem, o que você faz aqui? — Eu vim para vê-la, mãe. É isso aí. Pela expressão de Penny, ela não comprou a explicação de Kara.


— Deixe-me ir falar com ela. — Ela entrou na casa e subiu as escadas. Kara ficou para trás, a tensão aumentando a cada segundo que passava. Uma meia hora se passou até que Penny voltou sozinha. Ela escolheu um sofá e deu um tapinha na área ao lado dela. — Sente-se comigo, querida. Vamos conversar — disse ela, franzindo o cenho. Kara se preparou para o pior. — Não entendo por que uma mãe é sempre a última a ouvir essas coisas — Penny começou seu tom acusatório. — Briana me contou uma história muito preocupante e estou muito decepcionada que você optou por não compartilhá-la comigo quando isso aconteceu. Deve ser dia do culpe-a-Kara. — O que é? — É verdade que Jim era seu namorado antes dele conhecer e se apaixonar por Briana? Kara ficou pasma. De todas as coisas que ela esperava que Briana contasse à sua mãe, a transgressão passada não era uma delas. — Está no passado. Eu não estava apaixonada por Jim e o relacionamento não havia se tornado sério. — Com vergonha de dizer que não tinha feito sexo, Kara acenou para a imagem no quadro acima da lareira. — Eles são perfeitos um para o outro. — Isso não vem ao caso, Kara. O que Briana fez foi errado. Eu sei que há uma regra em algum lugar sobre não mexer com o namorado de sua irmã. O que é pior, ela nunca pediu desculpas por isso. Por que você não disse algo? Kara resistiu ao impulso de salientar que Penny sempre ficou do lado de Briana, mas o apoio tocou Kara. Emoções bloquearam sua garganta. — Realmente não importa, mamãe. Penny balançou a cabeça. — Isso importa, especialmente se você não quer ficar com ela por causa do que ela fez. — A mudança da decepção com Briana por roubar Jim à culpar Kara por se recusar a ficar


com Briana por causa desse mesmo incidente surpreendeu Kara. Por um momento, ela olhou para sua mãe, sem ouvir o resto de sua narrativa. A traição cortava profundamente, mas era culpa dela esperar que Penny mudasse. Sua mãe e Briana eram muito parecidas para mudarem durante a noite. Ela não tentou ouvir o resto das palavras que derramavam da boca de Penny, mas pedaços filtravam. —... você é mais velha e mais esperta... Briana é ignorante quando se trata de muitas coisas... como a mais velha, você deve cuidar da sua irmã... perdeu dois filhos já... não pode perder outro... — Kara sentiu a corda apertar em seu pescoço. Ela nunca se libertaria de Briana. Ela era egoísta por querer uma vida longe de sua mãe e do controle da irmã manipuladora? Os acontecimentos de hoje de manhã voltaram para assombrá-la. Lex Fitzgerald, o filho mais velho, chegara ao resgate de Baron, sem duvidar. Como era diferente a demanda de sua mãe? Briana precisava dela. Não na próxima semana ou mês, agora. Ela sempre poderia adiar a viagem por algumas semanas ou meses... Kara engoliu em seco, decepção tornando-se difícil de engolir. A mão de sua mãe em seu braço trouxe Kara de volta ao presente. — Ela precisa de nós, baby. Kara queria gritar. — E quanto à mãe de Jim? Ela já está à caminho. — Mulher repugnante — Penny disse com desgosto. — Ela e Briana não se dão bem. Temos de convencê-la a voltar atrás e deixar a sua irmã em suas mãos capazes. Sim, sou eu, a Sra. Capaz, sempre cuidando de todos, menos de mim mesma, mas Kara observou a mãe sair da sala e não poderia pensar em um único protesto. Por muito tempo ela ficou ali sentada, olhando para o espaço. Uma lágrima caiu em seu braço. Ela bateu em seu rosto, com raiva de si mesma por chorar só porque ela tinha que ficar em segundo plano para sua irmã, mais uma vez.


NĂŁo desta vez. NĂŁo se ela pudesse evitar. Ela precisava de um plano.


CAPÍTULO 9 — Senhorita Kara? Kara olhou para cima. A expressão simpática da governanta indicava que ela ouviu a conversa entre Kara e sua mãe. — O que foi Sra. Marten? — Aurélia... a mãe de Jim acabou de ligar. Ela perdeu o voo. — Por favor, não me diga que ela não vem — disse Kara. — Ela esperou no aeroporto, mas os voos estavam totalmente reservados. Ela disse para dizer que estará aqui na quarta-feira. — Ótimo só o que ela precisava. Kara fechou os olhos e beliscou a ponte de seu nariz. Adeus aos seus planos com Baron, adeus à seu prazo na pintura Hale. Em sua linha de trabalho, não poderia prometer uma data ao cliente e não entregar. Era suicídio profissional. Ela trabalhou tão duro para ter uma marca confiável ao lado do nome dela. Apenas uma grande loucura. — Sinto muito, Sra. Kara. Eu sei que você queria ir para casa amanhã. Quarta-feira teria marcado um novo começo para ela, sua primeira noite com Baron, uma das muitas que virão. Ela imaginara os dois em uma quieta casinha isolada, pitoresca, fazendo amor em um tapete na frente de uma lareira, o brilho do fogo brincando em suas feições esculpidas, mas algumas coisas simplesmente nunca eram pra ser. Uma vez que ela explicasse por que não poderia fazer a viagem, ele entenderia.


Kara engoliu seu desapontamento, abriu os olhos, e deu à mulher um sorriso forçado. — Está tudo bem, senhora Marten. Não é culpa sua. Eu posso me dar o luxo de ficar por mais alguns dias. — A governanta se afastou. Em vez de exaurir, Kara se sentou e tomou uma respiração profunda depois outra, mas sua frustração borbulhante piorou. Ela levantou e correu para seu quarto. Ela passeou, tentando chegar à outra solução. Limpe primeiro sua cabeça. Ela remexeu dentro de sua bolsa até encontrar um maiô. Mudança, ela correu em todo o hall de entrada, olhando para o segundo andar onde repousava sua mãe e irmã. Mas as duas ainda estavam provavelmente trancadas no quarto de Briana. — Eu darei um mergulho — disse à Sra Marten quando passou pela cozinha para as portas francesas que conduziam ao convés. Ela deixou cair o robe em um salão e mergulhou na piscina com um esguicho. Volta após volta, Kara atacou a água, mas não conseguia se livrar da tensão agarrando-a ou extravasar o problema que sua família despejou em seu colo. Ela deveria ser deixada por sua conta agora. Sua mãe gostava de falar por falar, mas esperava que Kara seguisse o caminho dela. Não era justo. Kara não sabia quantos quilômetros ela nadou antes de ver sua mãe olhando para ela do convés. A resposta, de modo simples e claro, veio a ela quando saiu da piscina. Kara pegou um roupão e vestiu-o. Sua mãe a estudou com uma expressão avaliativa. — Você perdeu peso. Kara amarrou o cinto do roupão e deu de ombros. Ela não tinha certeza se o comentário era um elogio ou crítica. — Eu sou conhecida por ir à academia antes e agora. A mãe franziu a testa. — Não há necessidade de ser espinhosa, querida. Você parece bem. Seu pai e eu sentimos falta de ter você por perto, no entanto. Tem certeza de que não quer começar o seu negócio mais perto de casa?


Kara soltou seu cabelo do rabo de cavalo e penteou com os dedos. — Eu pensei sobre isso, mas a minha base de clientes está em LA. Não recomeçarei tudo por aqui. Penny rejeitou o comentário de sua filha com uma onda. — Eu não entendo esta base de clientes. Você é boa no que faz. Uma vez que você trabalha em uma peça, de boca em boca te trará mais negócios. Um elogio de sua mãe? Uau. Quando sua mãe fez silêncio, Kara percebeu que ela esperava uma resposta. O fato era que Kara se apegou à LA, o povo, e o estilo de vida. Todos os seus amigos estavam lá. Baron também, mas ele logo estaria fora de sua vida. — L.A. é o lugar para mim, mamãe. — Mas San Diego é a sua casa. Nossa família inteira está aqui. Quando estiver pronta para voltar permanentemente, nós estaremos aqui. — Ela olhou para a casa e suspirou. — Sua irmã está descansando, então voltarei para o trabalho. Estou feliz que você veio para vê-la. Ela sente falta de você também, você sabe. Torne-me estúpida. Faça-me suar com culpa. — Eu estou feliz que eu pude vir. Pedirei emprestado o carro de Briana e irei para casa para ver o papai mais tarde, hoje. — Ele adoraria isso. Não se esqueça do que discutimos anteriormente. Discutimos? Ela dera as ordens e esperava que Kara a seguisse. — Preciso pensar um pouco mais. — Pensar sobre o que? Querida, sua irmã... — Precisa de mim, eu sei. — Ela enfiou as mãos nos bolsos do roupão e olhou para sua mãe. Ela e Penney eram quase da mesma altura, a não ser que sua mãe tivesse adquirido uns quilos extras nos últimos anos. Seu peso estava bom para cinquenta anos de idade e sua pele ainda estava boa, exceto pelas rugas no canto dos seus olhos. Seu claro cabelo


loiro acinzentado como o de Kara, estava cortado e penteado. O corte curto se adequava ao rosto redondo. Espero que eu fique como ela. — Então você entende que é nosso dever estar aqui para ela — sua mãe continuou. — Você pode, pelo menos, ficar por algumas semanas. — Mas Kara cortaria seu braço antes de favorecer um de seus filhos sobre o outro. Ainda doía que as necessidades de Kara eram sempre secundárias às de Briana. No entanto, ela tinha vinte e nove e um passado de inseguranças adolescentes e ciúmes. Ela tinha uma vida e estava prestes a lançar um negócio. Kara se preparou para seu próximo passo. — Eu não posso mamãe. Tenho deveres também, com o meu chefe e meus clientes. Eu voltarei para Los Angeles na quinta-feira. Os olhos da mãe se arregalaram. — E quanto à Briana? — Ela pode ficar com você. Quando Jim estiver em casa, ela pode voltar para cá. A boca de Penny beliscou com desaprovação. — Estou velha demais para cuidar de seu pai e Briana. — E eu estou muito ocupada para tomar conta dela — disse Kara, mantendo a voz neutra. Sua mãe levantou os braços, exasperada. — Por que está sendo tão difícil? Espero sua irmã se comportar assim. Ela é uma criança. Você, por outro lado, eu esperava mais. — Vinte e quatro anos não é criança. Briana é uma mulher adulta, e temos de começar a tratá-la como tal. — Ela se sentou em uma cadeira de praia e esperava que sua mãe sentasse na outra. Isso era algo que elas precisavam discutir racionalmente e chegar à uma solução, não lançar críticas. Em vez de sentar, sua mãe cruzou os braços e olhou. — Você sabe o quanto eu sacrifiquei para cuidar dos meus irmãos e irmãs?


Oh, aqui vai ela de novo com o famoso discurso que ela sempre usou quando precisava puxar a minha linha. — Tudo. — Ela disse em sílabas para chegar ao seu ponto. — Eu poderia ter continuado a estudar, começado uma carreira, mas os coloquei em primeiro lugar. Então eu conheci o seu pai e tive você. Mais uma vez, vocês vieram primeiro. Eu te ensinei a compreender a importância da família e... Kara soltou um suspiro e deixou o resto do discurso correr. Sua mãe sempre falou sobre se tornar uma enfermeira, mas nunca se preocupou em perseguir esse sonho. Em vez disso, ela passou os últimos vinte e tantos anos se deslocando até as fileiras como ajudante de enfermeiras e agora desfruta de uma posição de supervisão. Kara estava orgulhosa dela levar seu triplo dever como uma esposa amorosa, mãe, e funcionária valorizada no hospital. Mas desta vez Kara resistiu ao impulso de ceder às suas exigências e ser a filha obediente. Sim, ela estava preocupada com Briana, mas ela não conseguia ficar em San Diego, nem mesmo por algumas semanas. — Eu sei o quanto você se sacrificou, mamãe — disse Kara quando sua mãe parou de falar. — Ninguém aprecia isso mais do que eu. Eu prometo discutir as coisas com Briana e chegar à uma solução melhor. Pelo olhar de desprezo no rosto de Penny, ela não colocou muita credibilidade na afirmação de Kara. — Eu não sei o que deu em você. Em vez de ir para casa, passaremos por aqui hoje à noite. Talvez o seu pai dê algum sentido para você. Sua mãe saiu num acesso de raiva e Kara lançou uma respiração que não sabia que segurava. Por favor, deixe o papai estar do meu lado. Ela nunca poderia recusar qualquer coisa a seu pai. Kara massageou as têmporas e ouviu o carro de Penny ligar e se afastar da calçada. A enxaqueca se formava em sua cabeça e ela estava impotente para pará-la. Sra. Marten a distraiu momentaneamente


quando veio para falar sobre o almoço. Kara se juntou à ela na cozinha e ajudou a preparar sopa e sanduíches de peru. A tarefa simples manteve seus pensamentos caóticos na baía. Mais tarde, depois de tomar uma pílula para dor, ela levou a bandeja com seu almoço no andar de cima e comeu com a irmã. Kara decidiu não estragar o clima com a conversa sobre ir embora. Elas assistiram a um DVD da série de T.V. Sex and the City e gargalharam com algumas das travessuras dos personagens, por uma vez agindo como irmãs. Quando Kara se dirigiu para as escadas uma hora depois, Briana estava dormindo. Mais uma vez, Kara se viu sozinha. A leitura do romance que ela escolheu anteriormente cruzou sua mente, mas o livro não tinha nenhum interesse para ela. O pensamento de ir para outro mergulho não tinha recurso, também. Ela passou a maior parte da tarde no deck da piscina, meio dopada, meio pensando sobre sua vida, Baron e trabalho. Quando finalmente entrou, ela encontrou uma nota da Sra. Marten. A empregada foi às compras. Era quase quatro da tarde quando ela voltou. Kara assistia às notícias na sala de TV com uma Briana eufórica que acabara de desligar o telefone com seu marido. Sua irmã ficou otimista durante o jantar e, mais tarde, quando seus pais chegaram. — Eu senti sua falta, papai — disse Kara quando ela deu à Cliff Michaels um abraço. Seu aroma, Old Spice misturado com madeira polonesa da empresa de móveis que ele trabalhava, trouxe de volta memórias da infância maravilhosa juntos, ensinando-a a andar de bicicleta e depois de carro, os belos brinquedos de madeira que ele talhou para ela. Seu pai era hábil em criar intrincados desenhos sobre madeira, a razão de sua empresa o manter e mais alguns após as máquinas computadorizadas substituírem o trabalho manual, é o porquê ele era a pessoa que ela escolheu para desenhar molduras para sua loja.


— Você parece bem — acrescentou ela, feliz por ver o brilho de volta em seus olhos e suas bochechas rosadas. — Você realmente acha isso? — Ele beijou sua testa e levantou uma sobrancelha. — Absolutamente. — Era a verdade. Um ano atrás, ele deu um susto neles quando teve um pequeno derrame. Era um tema que ele odiava discutir, mas precisou mudar a dieta, exercício e tomar medicação para controlar seu colesterol. Ele perdeu alguns quilos desde então, mas seu pai ainda era o tipo lenhador: alto, grande e saudável. Nada poderia derrubá-lo. Mesmo Kara parecendo com sua mãe, muitas vezes ela desejava parecer mais com ele. Ele tinha cabelo castanho abundante, agora grisalhos nas têmporas, e sempre foi otimista e cheio de vida. — Manter-se ativo é a chave, abóbora. — Tudo o que você está fazendo, está funcionando. — Ela implorou para que ele parasse de trabalhar para a sua empresa, mas ele não quis ouvi-la. Ele tinha apenas cinquenta e quatro anos e muita vitalidade nele, ele disse muitas vezes. Ela não podia esperar até que seu negócio decolasse para que ele pudesse se aposentar e trabalhar exclusivamente em suas molduras. Kara deu um abraço em sua mãe, mais uma vez. Ela parecia incomodada, mais do que quando saíra mais cedo, e o abraço que ela deu em Kara era mecânico. A razão disso não se tornou clara até mais tarde, após Kara e seu pai terminarem se aproximando para falar da loja. — Eu falei com sua mãe, abóbora — disse Cliff, quando houve uma pausa na conversa. Kara ingeriu, não tendo certeza do que esperar. Ela olhou para a sala de TV onde Penny e Briana assistiam T.V. — Quando você voltará para L.A.? — Perguntou. — Quinta-feira. A mãe de Jim estará aqui até lá.


— Então você deve ir. Você tem uma vida e ninguém, nem sua mãe ou irmã, tem o direito de interferir com ela. Sua garganta fechou e lágrimas queimaram a parte de trás de seus olhos. Quando se tratava de apoiá-la, ele nunca errou o alvo. Ela nunca deveria ter duvidado de que agora seria diferente. Kara deu outro abraço nele, sentindo seu amor. — Obrigada, papai. — Ela parecia chorosa. Cliff deu um tapinha no braço dela. — Agora, agora, nada disso. Um pequeno aviso — acrescentou em um sussurro. Kara se sentou no braço do sofá ao lado dele e olhou para os olhos castanhos idênticos aos dela. — O que é? — Sua mãe quer que você e sua irmã venham jantar amanhã à noite. Ela convidou um amigo a mais. Um amigo geralmente significava um alguém elegível para Kara. — Eu o conheço? — Eu acho que vocês estudaram juntos. — O pai deu um tapinha no braço dela, de novo. — Mas você pode conseguir um muito melhor, abóbora. Vários melhores. — O que há de errado com ele? Ele riu. — Nada. Encontre agora a sua mãe e diga a ela que é hora de ir para casa. Kara riu enquanto caminhava em direção à sala. Seu pai tinha muitas vezes algo negativo a dizer sobre os homens que sua mãe desfilava diante de Kara. Ou o pai dela era tendencioso ou nenhum homem jamais seria bom o suficiente para Kara. Não, isso não era verdade. Baron deixou uma boa impressão em seu pai desde o primeiro encontro e seu pai nunca disse nada negativo sobre ele. Kara estava perto da porta no hall de entrada, uma vez mais abraçando o pai, depois a sua mãe. — Dirijam com cuidado.


— Oh, seu pai vai dirigir como sempre faz, dobrar o inferno para conseguir que cheguemos a casa dentro do menor tempo possível. — Nunca destruí ainda, querida. — Ele piscou para Kara, um brilho nos olhos. — Isso é porque eu oro — Penny retrucou. — E orienta — acrescentou e beijou sua testa. Ela o cutucou com o cotovelo, com uma expressão de satisfação no rosto. Kara lutou muito para esconder o sorriso. Penny amava a raia imprudente em seu pai e, muitas vezes narrou suas aventuras com alegria, quando ele não estava por perto. Trinta anos juntos e eles ainda adoravam um ao outro. Era incrível. Observando-os, Kara se sentia culpada em se intrometer em seu momento de ternura. — Que horas é para ir, mamãe? — O jantar é às sete, vá cedo o suficiente para ajudar a pôr a mesa. Prepararei frango com ervas e batatas assadas, o favorito de Briana. Coitada, não é capaz de manter nada. — O quê? Sem costelinhas ou bisteca de porco? — Seu pai brincou. — Cliff, você sabe que essas coisas não são boas para... — Kara tinha certeza que ela queria dizer você, mas substituiu, — ninguém. Briana come por dois, mas deve comer apenas alimentos saudáveis. Penso em fazer salada de repolho também. Para a sobremesa, eu farei... — Algo doce e insalubre, eu insisto. — O pai pegou Penny pelo cotovelo e puxou-a através da porta aberta, em seguida, adicionou por cima do ombro: — Nos vemos amanhã, abóbora. Eles seguiram discutindo todo o caminho para o carro e acenaram uma última vez antes de seu pai se afastar. Kara fechou a porta, e desde que a Sra. Marten já estava na cama, trancou. Era quase dez horas quando finalmente foi para seu quarto, escovou os dentes e se trocou. Ficando confortável debaixo das cobertas, ela discou o número de Baron.


— Ei, querida. Eu me perguntava quando você ligaria. Como está a sua irmã? O carinho enviou uma lufada suave de calor através dela, mas sua voz sonhadora arremessou uma emoção ilícita direto à esse ponto sensível entre as pernas. Ela se inclinou para trás contra os travesseiros com um sorriso. — Comendo, mas ainda assim me deixando louca. Eu teria ligado mais cedo, mas meus pais estavam aqui. Preciso de todas minhas faculdades para lidar com a minha mãe. — É assim mesmo? Eu sempre achei que ela fosse muito charmosa. — Ele disse. Penny o adorava. — Ela é na maior parte do tempo, mas quando ela me quer andando na linha, todas as luvas estão fora. — O que aconteceu? — Sua voz se aprofundou com preocupação. Ela deveria sobrecarregá-lo com o drama? Pelo que ela sabia sobre os Fitzgeralds, eles eram próximos, leais e muito carinhosos, e ela odiaria ter ele achando que sua família era disfuncional. — Fale comigo, Kara. Ok, um pouco de partilha nunca fez mal a ninguém. Além disso, ela não poderia resistir a esse tom de persuasão dele. — Minha mãe quer que eu fique em San Diego por algum tempo. Na verdade, ela preferia que eu começasse o meu negócio aqui. Houve um longo silêncio. — Baron? — Você fará isso? — Perguntou. — Não, eu estou crescendo bem em LA. Você poderia dizer que eu agora sou uma Angelenos. — Sua risada rouca filtrou através da linha e Kara poderia jurar que ela ouviu alívio no som. — Embora algumas das peculiaridades de pessoas de LA podem deixar-me louca.


Ele riu. — Como sempre perseguir o mais recente software e mais eletrônicos? — Ou últimas modas. Não é à toa que dizem que fazemos compras compulsivas — acrescentou. Outra risada provocou sua orelha. — E o engarrafamento na rodovia? — Não sei você, mas odeio quando isso acontece. Você está viajando e, em seguida, no momento seguinte, há para-choques por milhas. Quem inventou o carro com DVD players deve ter pesquisado os consumidores em LA. Já percebeu quantas pessoas assistem filmes enquanto estão no trânsito? — Ou jogam jogos. Ainda assim, você tem que admitir que temos de melhor... o tempo. — Tempo — disse Kara, ao mesmo tempo e se juntou à ele quando ele riu. A conversa ficou em vida e em torno de LA, restaurantes, vida noturna e praias. Baron até prometeu apresentá-la à seu local de mergulho favorito em Newport Beach. Kara se perguntou por que ele sugeriria uma coisa dessas desde que o seu plano era ver um ao outro em Idaho apenas. Não querendo estragar o fluxo da conversa, ela deixou passar. A discussão passou para a infância e Kara se viu falando sobre crescer em San Diego, seus lugares e momentos favoritos. Quando chegou a sua vez, estava surpresa com os problemas que Chase e ele entraram quando crianças. Aparentemente, ter um gêmeo idêntico não foi fácil para ele, especialmente quando amigos e parentes esperavam que eles agissem de modo semelhante. — Você ainda voltará para LA amanhã? — Baron finalmente perguntou. O único tema que ela temia. Kara exalou suavemente.


— Não, eu voltarei na quinta-feira de manhã. — Quando houve silêncio na linha novamente, ela acrescentou: — Sinto que isso mexe com os seus planos para Idaho. — Gosto de pensar na viagem para Idaho como o nosso plano, Kara. O que fez você decidir ficar mais tempo? — Ele perguntou com voz inexpressiva. Ela explicou sobre os problemas de voo da mãe de Jim. — Eu vejo. Kara franziu a testa. Sua resposta a desconcertava. Ela esperava que ele sugerisse uma nova data para a sua viagem ou talvez até mesmo mostrasse um pouco de pesar por ela não voltar para acompanhá-lo. Será que ele não queria ir mais? Mais cedo, ela dissera à Briana sobre seus planos de sair na quinta-feira e, surpreendentemente, sua irmã não se queixara tanto. Mas, novamente, era a maneira de Briana de lidar com as coisas. Uma vez que ela conseguia o que queria, ela torna-se geralmente muito agradável. Kara acrescentou: — Eu terminarei a peça Hale até sexta-feira. O proprietário deveria buscá-lo antes, mas explicarei o que aconteceu. — Bom. Devo estar de volta na sexta-feira também. Kara franziu a testa. — Voltar de onde? Eu pensei que você iria para casa quando me deixou aqui? — Eu ia, mas tive que fazer um desvio. O que você fará na sexta à noite? — Provavelmente trabalharei até tarde. — Posso passar para a sobremesa? Fazer coisas juntos antes ou depois de ir para Idaho não fazia parte do seu acordo. Kara procurou seu cérebro por uma razão plausível para dizer não, mas estava em branco. O homem interrompeu seu dia e


desarrumou o cronograma de seu irmão para trazê-la para San Diego. O mínimo que podia fazer era ser um pouco acolhedora. — Claro — disse. — Você tem planos para o sábado? Kara piscou, retomando. — Eu tenho o bar mitzvah do sobrinho de Rick para participar na parte da manhã. — Tarde? Ela hesitou, sem saber se passar tanto tempo com ele era a coisa certa a fazer. — Eu poderia estar livre. Por que pergunta? — Eu gostaria que você conhecesse algumas pessoas. Kara franziu a testa. — Quem? — É uma surpresa — disse ele misteriosamente. — Sério, quem são eles? — Não seja impaciente. Você não sabe que as coisas maravilhosas acontecem para aqueles que esperam? — Parecia que ele sorria. — Eu odeio esperar. Ele riu. — É um encontro, então? — Tudo bem. — Seu tom saiu resignado. Ele riu alto. — Querida, você é boa para o meu ego. — Então, o que soou como uma campainha filtrou através da linha. — Eu preciso ir. Eu te ligo amanhã. — Certo. Boa noite. Ela desligou o telefone e olhou para a sala escura, mal vendo o papel de parede listrado ou o ventilador Monte Carlo no teto. O que ela usaria no seu encontro? Ela foi mentalmente através de todo o seu guarda-roupa e não conseguia pensar em nada adequado. Pare de agir como uma colegial planejando sua noite de formatura. Não era um encontro, apenas um grupo de pessoas que ele queria que


ela conhecesse, provavelmente contatos de negócios. Ela tinha quatro dias para encontrar algo adequado para vestir.

*** As dúvidas sobre a viagem à Idaho, sobremesa da sexta, e encontro de sábado mantiveram Kara inquieta no dia seguinte. Ela ficava muito profunda com Baron. O homem lindo nunca fez coisas sem entusiasmo. Ele era envolvente, e resistir ao charme potente era inútil. Parte da razão que ela gostava de sua proposta de duas semanas em Idaho era porque seria um encontro ocasional em um local longe de amigos e colegas curiosos. Algo para ser guardado para referência futura, ou de recuperação, quando estivesse sozinha no escuro. Mas a mudança de seu relacionamento com Baron multiplicava rapidamente em algo maior, e ela era impotente para deter isso. Sua irmã sabia sobre eles. O irmão de Baron provavelmente também, se os dois compartilhassem tais informações pessoais. Claro, sua intrometida mãe sem tato com certeza gostaria de obter os detalhes de Briana uma vez que sua irmã deixasse de ser auto absorvida. Ela deveria ir para Idaho autenticar a coleção, mas dizer um firme não para um caso com Baron? Eles poderiam trabalhar juntos após ela rejeitar sua proposta? O que a sobremesa na sexta-feira envolvia? Quem eram essas pessoas que ele queria que ela conhecesse? Eram colegas de trabalho ou amigos pessoais? Oh decida, Kara. Pense no que você precisa. Ela precisava daquele galã lindo em sua cama por essas duas semanas. Se isso significava sobremesas tarde da noite e encontros inesperados, que assim seja. Apesar de sua decisão, Kara ainda estava preocupada com a coisa toda. Briana a pegou olhando para o espaço e levantou a sobrancelha em questão.


— Eu tenho um monte de coisa na minha mente — disse Kara com firmeza, não convidando para perguntas. Ela acompanhou Briana para o consultório médico e apenas meio que escutou o médico explicando as causas físicas, emocionais e químicas das mudanças de humor para a irmã. Ver a imagem de ultrassom de seu futuro sobrinho levantou o ânimo de Kara um pouco, mas Briana não conseguia afastar os olhos da imagem, uma vez que deixou o consultório médico. No caminho de casa, elas pararam no Mary Birch Hospital para conferir a aula Lamaze de pré-natal. Infelizmente, eles estavam no meio do curso de seis semanas. Briana se inscreveu para yoga pré-natal, mas informou a mulher responsável que participaria da próxima sessão Lamaze quando seu marido estivesse disponível para se juntar à ela. Mais tarde, em uma loja de donuts, Briana terminou a segunda rosquinha com creme de chocolate gelado e pegou o pedaço que a mão de Kara mal tocou. — Não olhe para mim assim. Você não vai comê-lo de qualquer maneira. Então, deixa disso. Por que você está deprimida? — Eu não estou. Devolva meu donut. Briana quebrou-o em dois, então, ofereceu a metade à Kara. — Ou você anseia por seu homem, que é algo que eu entendo, ou algo incomoda você. Não havia nenhuma maneira que ela confiaria em sua irmã sobre seus problemas. Briana tinha um jeito de trazer o passado de volta quando elas brigavam. — Preciso comprar algumas roupas e estou ponderando sobre o que comprar — disse Kara, usando o convite de Baron para tirar Briana de cima dela.


Ela ainda não tinha ideia de como seria a reunião no sábado, mas estava determinada a mostrar o seu melhor. Briana lambeu o creme fora de seus dedos. — Roupas de escritório? — Não, algo agradável e confortável. Briana torceu o nariz. — Ok, sexy sem ser vadia. — A ideia de sua irmã de confortáveis eram saltos altos e roupas colantes da moda. — Agora você fala a minha língua. Vamos, vamos à minha função favorita. Uma hora mais tarde, Kara experimentara mais de uma dúzia de trajes em uma butique cara e exclusiva, enquanto Briana se sentava em uma cadeira estofada branca e conspirava sua morte. — Pela misericórdia, Kara. Você está ótima. Ela não está ótima? — Ela perguntou à vendedora pela enésima vez e não esperou por uma resposta antes de fixar seu olhar sobre Kara, os olhos verdes piscando. — Você parece fabulosa. Kara estudou a imagem dela e suspirou. O vestido era incrível, mas ela teria que mergulhar em suas economias empresariais para obtêlo, também. — Acho que levarei os dois. — Ela acenou para os que estavam no colo de Briana. Sua irmã fez uma careta, mas não discutiu. Quando

Kara

trocou

de

roupa,

ela

podia

ouvir

Briana

perguntando à vendedora sobre lojas de maternidade. Quando Kara se juntou à elas e pagou por seu vestido, Briana estatelou o último vestido que Kara experimentou no balcão. — O que você está fazendo? — Levarei este aqui — disse Briana ao caixa e entregou seu cartão de crédito, em seguida, se virou para Kara. — Eu amo os que você escolheu, eu realmente amo, mas este... este é você. — Kara olhou ao redor. Com clientes ao redor, conversa privada era quase impossível.


Kara acenou para o caixa. — Não toque nisso, por favor. — Ela pegou o braço de sua irmã e levou-a para o lado. — Eu posso me dar ao luxo de pagar por minhas próprias compras, Briana. — Você costumava me comprar coisas o tempo todo. Não me lembro de nunca reclamar. Kara estreitou os olhos. — Isso era diferente e você sabe disso. Eu trabalhava e você era uma estudante. Briana olhou por cima do ombro e acenou para o caixa. Quando Kara olhou para a mulher, ela já deslizava a roupa em um saco de vestido. — Por que você está fazendo isso? — Seu gosto para roupas é uma porcaria? Você sempre usa vintage. Mesmo os dois que você escolheu são de inspiração vintage. O último é diferente. Kara revirou os olhos. — Por favor. Briana desviou o olhar como se procurasse as palavras. Quando ela olhou para Kara novamente, ela tinha uma expressão desafiadora. — Você não pode simplesmente aceitá-lo como um presente? — Não. Os dois que eu escolhi são suficientes. Venha. Vamos para casa. Briana não se mexeu. Em vez disso, ela sussurrou com os dentes cerrados: — Ok, tudo bem. Eu te devo. — Desculpe-me? — Kara percebeu que atraíam olhares. — Vamos sair daqui. — Com o vestido — disse Briana com firmeza. Kara olhou para ela por alguns segundos e então suspirou. — Tudo bem. Elas estavam de volta no carro, voltando para casa quando Briana disse: — Falei com Jim ontem à noite e esta manhã. Tudo o que falei sobre ele me trair não deveria ter saído da minha boca. Ele me ama e eu


o amo. — Ela deu um tapinha no seu estômago. — Nós vamos ter um belo e lindo bebê, assim como seu pai. Você viu quão bonito o ultrasom...? — Você está bêbada, Briana. Sua irmã suspirou. — Eu sei que o nosso casamento não duraria sem confiança. Eu quase o levei para longe com a minha... você sabe, bagunça e drama. Ele estava ferido porque eu não confiei nele. — Kara não queria dizer' eu disse yah', de modo que ela ficou em silêncio e esperou. Quando parou em um sinal e olhou para Briana, sua irmã estudava suas unhas pintadas com intensidade fingida. Alegria fez Kara pressionar os lábios. Ela começou a rir quando Briana fez uma careta para ela. — Ok, certo — disse Briana em um tom exasperado. — Você estava certa, eu estava errada. Te devo. Aí. Feliz? — Não. — Kara riu mais ainda. — Bem. Obrigada pela conversa animadora. — O que é tão difícil em admitir que eu estava certa ou dizer um simples obrigada? — Porque eu sou mais vivida, a irmã que sabe coisas sobre homens e relacionamentos, enquanto você — ela acenou em direção à Kara, — é minha espertinha, sem noção, irmã mais velha. — Muito obrigada. — Sério. Você é única. Eu não deveria receber conselhos sobre casamento de você. — Difícil. Você acabou de fazer. A boca de Briana torceu quando ela suprimia o riso e socava Kara no braço. — E eu fui uma vadia total para você quando você não merecia isso. Sinto muito, mana. Um pedido de desculpas? Uau. — Tudo bem. Isso foram seus hormônios fora de controle falando.


Briana suspirou. — Não sei como você me atura. — Eu também — disse Kara, sorrindo. Briana sorriu de volta.

*** À noite, elas foram à casa de seus pais para jantar com uma torta de maçã que pegaram na loja de donut. Os convidados de sua mãe acabaram por ser Dexter Richardson e seus pais. Dex era júnior e o quarterback estrela em sua escola quando Kara era uma caloura. Ela teve a mais terrível queda por ele. Inferno, metade da escola tinha uma queda pelo alto e lindo atleta. Ele ainda estava bem, o que fez Kara perguntar por que ele permitia que seus pais tentasse uni-los. Após os abraços e cumprimentos desajeitados iniciais, ele a encurralou no pátio. Logo eles trocavam histórias. Acontece que ele perdeu sua esposa, quando suas filhas gêmeas de três anos de idade nasceram e atualmente fazia residência em um hospital local. — Eu sinto muito pela sua perda. Onde estão elas... as gêmeas? — Perguntou Kara. — Em casa, com a minha irmã. Minha mãe ameaçou parar de me ajudar com elas se eu não viesse esta noite. — Pobre de você. Pelo menos a minha não teve necessidade de me ameaçar. — Isso quer dizer que você não se importa com isso? — Ele acenou para indicar a tentativa de seus pais de juntá-los. Kara riu. — Oh, eu me importo. Apenas não luto contra a minha mãe sobre isso. Você?


Ele deu um sorriso autoconsciente, piscando a covinha na bochecha magra. Ele realmente era um homem bonito. Pena que seu coração não ficava excitado quando ele olhava para ela. — Este é o primeiro, mas não me importo — disse ele. — Eu tenho que te ver novamente. — Ele franziu a testa e acrescentou: — Minha mãe gosta de me lembrar que as gêmeas precisam de uma mãe, mas não estou pronto para ir por esse caminho novamente. No entanto, posso ter uma velha amiga para jantar enquanto ela está na cidade. — Velha? — Kara brincou olhando ao redor. — Quem? — Os dois caíram na gargalhada, chamando a atenção das pessoas dentro da casa. Mesmo ela gostando de conversar com Dex, Kara não tinha certeza sobre jantar com ele. Ela prometeu ligar no dia seguinte e eles trocaram cartões de visita. A noite não foi um total fiasco como as anteriores que sua mãe arranjou. Quanto à Penny e a mãe de Dex, elas usavam sorrisos presunçosos durante toda a refeição. Após o jantar, Kara teve a chance de ver alguns dos desenhos que seu pai fizera para seus quadros. Briana e Kara não chegaram em casa até depois das onze. Kara perdeu a ligação de Baron, mas ele deixou uma mensagem para que retornasse a ligação. Quando ela fez, compartilhou com ele o dia dela e não percebeu que ele não falou muito até depois que ela desligou. Talvez ela não devesse ter mencionado a tendência de sua mãe de tentar casála toda vez que a visitava. Pelo menos ela não mencionou Dex.

*** No meio da manhã, no dia seguinte, Kara e Briana estavam à beira da piscina quando a Sra. Marten saiu da casa e disse: — Senhorita Kara, você tem uma visita. Ele está no foyer.


— Diga à ele para vir aqui, Sra. Marten — Briana instruiu a governanta. — Quem você acha que é? — Kara sentou e pegou o roupão. — Provavelmente Dex. Você deixou uma forte impressão sobre ele. — Briana piscou. — Não esse tipo de impressão. — Kara apertava o cinto do roupão quando a figura alta pisou no deck. Seu coração foi arremessado para cima, para sua garganta e uma lavagem suave de calor enrolou em torno de seu estômago quando ela olhou para cima. Ela começou pela sua camisa azul clara e calças de carvão vegetal, olhos inteligentes de lobo e o sorriso quebra-ossos. Ela caminhou ao redor da piscina, sorrindo.


CAPÍTULO 10 — Que surpresa maravilhosa. Por que você não disse que viria hoje? Todos os músculos do corpo de Baron ficaram em alerta sexual com a voz rouca de Kara. Ela estrelou seus sonhos nas últimas noites, mas vê-la ao vivo chocou seu sistema. — Então não seria uma surpresa. Ele a olhou lentamente, a pele de porcelana corada, exuberantes curvas, e a caminhada sexy. Ele nunca babou por uma mulher meiovestida até agora. Nos últimos dias, ele deixara deliberadamente a notícia sobre VanderMarck Júnior e a coleção ausente durante a sua conversa telefônica. Parte dele esperava que o homem, agora sob custódia da polícia, revelasse onde escondera o trabalho artístico. Na verdade, Baron teria continuado em Idaho até que a polícia terminasse sua investigação, mas a noite passada mudou tudo. Kara tendia a falar rápido e saltar de um assunto para outro quando nervosa. A conversa indicou que ela estava desconfortável com alguma coisa. Instinto lhe disse que ela estava tendo dúvidas sobre a decisão de viajar com ele, o que poderia ser um prelúdio para acabar com as coisas entre eles. Então ele fez o que qualquer homem sensato e louco por uma mulher arisca faria – voou para cortejá-la de perto. Agora a observava deslizar em direção à ele, a tensão apertando seu intestino a cada passo que ela dava. Agir por impulso estava fora do seu costume.


— Eu estava no meu caminho para casa e pensei em verificar as senhoras. — Vamos torcer para que isso não exploda na minha cara. — Foi, uh — ela olhou para o relógio, — há 10 horas atrás, falamos no telefone e eu não disse que estávamos bem? — Sim, você disse. — Ele riu da sua provocação. Ela parou na frente dele, seu sorriso generoso o incitando a se inclinar e capturá-la em um beijo. — Mas eu esperava que sua irmã e você me acompanhassem para o almoço. E se você tiver tempo, talvez me mostre todas aquelas assombrosas e maravilhosas coisas da infância que você falou. Claro, isso é, se Briana permitir isso — acrescentou. Kara virou a cabeça e Baron seguiu seu olhar para a cabana azul e branca à beira da piscina. A governanta lhe dissera que Kara e sua irmã estavam à beira da piscina, mas Briana não era visível da sua posição, apesar das cortinas que cobriam a estrutura. — Eu pedirei a ela — disse Kara. — O almoço seria fabuloso — disse Briana, saindo da cabana. Ela olhou para eles através de óculos escuros. — Por que não entretenho Sr. Fitzgerald enquanto você se troca, Kara? — Sua voz era um baixo ronronar sedutor. Kara hesitou, em seguida, deu um pequeno sorriso à Baron e deu de ombros. — Claro. Posso arranjar algo para você beber? — Não, obrigado. Eu estou bem. Mais uma vez, Kara olhou para sua irmã. — Ok, então. Estarei de volta daqui à pouco. Baron franziu a testa. Ele não sabia se Briana enviava vibrações sensuais para todos os homens que conhecia ou simplesmente o escolheu por algum motivo depravado. Seja qual for o caso, suas ações incomodavam Kara e tolerar isso não era uma opção. Ele prendeu a mão de Kara antes que ela desse mais um passo.


— Só um segundo. Você não está esquecendo algo? — Seu olhar acariciou seus lábios, em seguida, fechou com o dela. Ela olhou para ele. — O quê? — Você não me cumprimentou corretamente. Ele soube exatamente quando ela pegou o significado. Seu rosto apertou com alarme e ela balançou a cabeça. — Não acho que é uma boa ideia. — Você pensa demais. — Ele deu um sorriso preguiçoso para colocá-la à vontade e, silenciosamente, instigá-la a balançar na direção dele e reclamá-la. Isso poderia provar que ela ainda o queria e também dizer à sua irmã para recuar, ou poderia sair pela culatra. E depois? — Já se passaram dois dias, querida. Eu senti sua falta. — Ele estendeu a mão e enrolou um fio de cabelo atrás da orelha, demorando em seu queixo inclinado. Ela arregalou os olhos, mostrando que ele a surpreendeu. Bom. Ele não se importava se ela soubesse o quanto a queria. Kara suspirou, mas o sorriso que ela deu à ele começou pequeno e assumiu uma qualidade imprudente. Ela se inclinou para frente, apertou a mão em seu peito e estendeu para escovar os lábios com os seus. Baron estremeceu com a sensação de sua boca e a pressa de seu hálito doce contra a sua pele. Sua língua tremulou flertando contra o contorno externo dos lábios. Como se a resposta dele a fizesse mais ousada, ela agarrou sua camisa com uma mão, segurou seu rosto e puxou-o para baixo. O que se seguiu foi o sabor mais doce na terra. O efeito completo do interior úmido de sua boca acetinada quase o deixou de joelhos. O sangue correu abaixo de seu cinto e em segundos, ele estava mais duro do que uma barra de aço. Havia tanta coisa que um homem poderia tomar antes de sucumbir ao feitiço que uma mulher exercia, e


seu controle quando se tratava de Kara já estava nulo. A ponto de deixar de ter importância enquanto Baron abria a boca e congratulava-se com a língua questionadora. Ela se entregou, e ele, um masoquista, se deleitava com as lambidas eróticas e petiscos. O tempo parou. Tomou cada músculo e tendão em seu corpo para não assumir e mostrar à ela a gama completa de sua necessidade. Ele agarrou seus braços, puxou-a para trás, e parou a tortura. Eles olharam um para o outro, um zumbido quente de tensão sexual cintilante entre eles. Seus olhos eram luminosos, os lábios molhados, exuberantes e convidativos. — Deus, você é linda. — Sua boca se contorceu, então ela deu uma risadinha. A alegria pura do som lhe criou um calor no peito que não podia explicar. Ele fingiu irritação. — Eu faço um elogio e você ri? — Não, eu nunca faria isso. — Ela deu um sorriso beatífico. — Obrigada pelo elogio. Eu estava indecisa sobre alguma coisa, mas eu estou feliz que não importa agora. Eu vou me trocar. Ela soltou a camisa que ela franzia há poucos minutos, e olhou para a cabana. Sua voz caiu. — Seja legal com a minha irmã. A gravidez pode mexer com a cabeça de uma mulher. De alguma forma Baron duvidava que Briana precisasse de uma desculpa para agir de forma ultrajante. Ele observou Kara caminhar, amando o jeito que as costas de seu biquíni abraçavam sua bunda firme. Se um homem fosse para o inferno por cada fantasia pornográfica, ele teria destronado o diabo até agora. Assim que ela desapareceu dentro da casa, Baron respirou fundo e se virou para Briana, que o observava através de seus óculos de sol, de braços cruzados, e a boca transformou-se em um sorriso de escárnio. Fisicamente, ela era uma mulher notável, mas ela não superava sua Kara. A beleza sutil de Kara combinada com a personalidade calorosa, com apenas a quantidade certa de ousadia, mais a forma como


ela largou tudo para correr para o lado de sua irmã, mostrou um lado carinhoso dela que qualquer homem gostaria de receber. Baron ofereceu à Briana um sorriso. — Como você se sente, senhora Wilkins? Ela chicoteou os óculos do rosto e olhou para ele. — Como me sinto? Se você quer saber, muito melhor, até você aparecer. Que história triste que você contou para minha irmã para fazê-la desrespeitar o quê e quem você é, Fitzgerald? Baron levantou uma sobrancelha questionando. — Desculpe? — Você tem que ter mais que boa aparência para a minha irmã ficar com você quando ela sabe que você é um homem casado. — Ela plantou uma mão no quadril e deu-lhe uma vez mais um olhar contundente. — Então o que é? A patroa não te entende? Você está prestes a obter o divórcio? Ou você está com sua esposa por causa dos filhos, mas realmente não a ama? — Ela terminou em uma voz de falsete pela zombaria e foi em direção à ele. — Eu tenho uma palavra para você. Besteira. Sou casada com um jogador e já ouvi todas. Baron franziu a testa, a cabeça girando, tentando acompanhar as acusações lançadas da mulher. — Casado? — Eu estou cansada de homens como você, se aproveitando de mulheres como a minha irmã. — Briana estalou a língua e deu um olhar irritado. — Então, qualquer porcaria que você vendeu sobre você, acaba aqui, senhor. Volte para casa, para a sua esposa, e deixe minha irmã sozinha, ou eu juro que vou à LA tornar sua vida um inferno. Aborrecimento cortou Baron. — Você sempre salta para a defesa de sua irmã sem verificar os fatos? — Não preciso verificar nada. Minha mãe sabe que você é casado, e minha irmã com certeza não negou quando mencionei isso. Sim, nós Michaels cuidamos um do outro. — Ela o dispensou com um aceno curto e se voltou para a cabana. — Se mande antes que eu recorra a meu velho M.O. para me livrar de você.


Baron riu. Ela se virou e olhou para ele. — Ouça Briana... — Não, ouça você, Fitzgerald. — Ela apontou um dedo em sua direção. — Eu estou grávida e não tenho a energia para fingir que estou roubando-o de Kara para protegê-la. Ela não precisa de mais essa porcaria vinda de mim. Então, basta sair. Roubá-lo de Kara? Ela poderia esperar sentada. Obviamente, o beijo entre Kara e ele não serviu ao seu propósito. Baron se aproximou de Briana, mesmo quando seus olhos se estreitaram com cada passo que dava. — Eu não sou casado, está bem? — Por favor. — Ela fez uma careta. — Eu não sei o que sua mãe disse. Não sou nem nunca fui casado. E eu tenho certeza que não estou usando sua irmã. Briana continuou a olhar ameaçadoramente. Baron esfregou a nuca. Ele ficou tentado a ignorá-la e seus pressupostos loucos, mas vendo Kara deixar tudo e correr para o lado dela, significava que as duas irmãs eram próximas. Antagonizar Briana seria contraproducente. — Permita-me explicar — disse ele.

*** Kara girou em frente ao espelho e sorriu. O vestido verde e turquesa valeu a pena o seu preço exorbitante. Ela sabia exatamente o acessório certo para a roupa, as sandálias de passeio favoritas com os


detalhes vintage e a bolsa combinando. Se aproximando do espelho, ela estudou seu rosto. A maquiagem era mínima, mas não poderia cobrir seus inchados lábios de acabei-de-ser-beijada ou o fato de que seus olhos brilhavam com reprimido desejo. Seu coração se recusou a estabelecer-se em um ritmo normal desde que ela beijou Baron. Pior ainda, ela ainda podia sentir o gosto dele. O que ele faz aqui? Kara não comprou sua explicação de passar para ver como Briana e ela estavam. O brilho sorrateiro em seus olhos a empurrava para uma resposta sobre sua viagem à Idaho por ser ultra charmoso e atencioso. Como desafiá-la para um beijo, em seguida, deixála assumir a liderança. Isso foi um prelúdio para o que estava por vir? Seria assim com ele acomodado na cama? Seus amantes do passado nunca permitiram que ela iniciasse ou dirigisse a sua vida amorosa. Verdade seja dita, ela nunca sentiu o desejo. Mas com um disposto Baron... um tremor ilícito correu através de Kara com as possibilidades. Deixando de lado os maus pensamentos, Kara prendeu o cabelo com grampos de cabelo, deixando alguns fios para enquadrar o rosto dela. Um olhar para o relógio e ela correu para fora de seu quarto. Ninguém estava no deck da piscina quando ela saiu, mas uma voz masculina profunda, seguida por uma estridente risada de sua irmã, emanava das cortinas fechadas da cabana. Um frio percorreu a pele de Kara, matando sua euforia e congelando-a no lugar. A raiva, o ciúme e a decepção bateram nela. O passado correu de volta com uma vingança, trazendo consigo as inseguranças, a dor e humilhação. Kara não sabia quanto tempo ela ficou assim, com a sensação de que fumaça saía de seu nariz e orelhas. Parecia uma eternidade antes de sua mente deixar o passado ir e seus olhos focarem na cabana. Ela redirecionou sua raiva para onde pertencia, para si mesma.


Isto tem que parar. Ela era uma mulher adulta com uma lista de clientes que valorizavam sua experiência como uma conservadora de arte. Sua aparência pode não parar o trânsito, mas ela era conhecida por virar uma ou duas cabeças quando fazia um esforço para mostrar que Deus lhe deu atributos. E só porque o M.O. que Briana usava para começar com encontros era um lugar isolado não significava necessariamente que ela estava com o Baron. Kara respirou calmamente, ergueu o queixo e começou a caminhar ao redor da piscina. Ela viu homens adultos agirem como idiotas ao redor de Briana. Não era fácil resistir à sua irmã, especialmente quando ela ligava o charme. Kara abriu as cortinas quando chegou à cabana e piscou, a luta sussurrando fora dela tão rápido que se sentiu tonta. Briana arrastou os olhos da tela da TV de alta definição, onde alguma atriz de olhos doces tramava a morte de alguém. — Ainda está aqui? — Sim. Onde está Baron? — Ele saiu para encontrá-la. — Briana sentou e inclinou a cabeça, os olhos brilhando. — Eu gosto dele. Kara franziu a testa. — Por quê? — Porque ele é perfeito... para você, e é por isso que eu decidi não ser uma terceira roda. Vá se divertir com o seu homem. Kara deu um olhar ao redor. — Ok, onde está a nave espacial alienígena e o que você fez com a minha irmã? Briana riu. — Oh, pare. — Sério você geralmente não tem nada de bom a dizer sobre os meus namorados. — No entanto, Briana sairia com eles por algumas semanas depois os despejaria.


Briana fez uma careta e graciosamente reclinou-se no sofá-cama, apoiando-se em um travesseiro gordo. — Então aproveite enquanto dura. Agora vá. Eu tenho uma manicure chegando esta tarde e preciso do meu sono de beleza antes que eu possa lidar com a minha sogra. — Ela estreitou os olhos em um ponto acima do ombro direito de Kara. — Só para você saber... machuque-a e eu farei da sua vida um inferno. — Antes que Kara pudesse virar, Baron deslizou um braço em sua cintura, em seguida, estendeu os dedos sobre a barriga dela e puxou-a para seu peito. Ele foi ousado, mas ela não daria à ele um tempo difícil sobre isso, não quando ela gostava tanto da atenção. Kara cobriu a mão com a dela, deleitando-se com a forma como ele a fazia se sentir pequena e feminina contra o seu corpo. Sua dureza complementava sua suavidade, o cheiro dele, almiscarado e apetitoso, enviou uma emoção primitiva através dela. O que ele faria se ela se virasse e enterrasse contra ele? Como se lesse seus pensamentos, ele acariciou o espaço suavemente entre o ombro e pescoço. — Mmm, você cheira celestial. — Sua respiração quente brincava com sua pele sensível, e suas mãos acariciavam suavemente seu estômago através de seu vestido, ela poderia, bem assim, ficar nua. Em uma sobrecarga sensorial, sua mente ficou nebulosa. — É apenas sabão — era o melhor que ela poderia dizer. — Sim, oitenta dólares — Briana murmurou, referindo-se ao cheiro que ela religiosamente comprava para Kara em seus aniversários. — Quando é que os dois pombinhos sairão daqui? Você está adiando o meu tempo de sono. — Você tem certeza que não quer se juntar à nós? — Perguntou Kara. Quando Briana deu-lhe um olhar você-realmente-quer-que-euvá-?, ela acrescentou: — Ligue se precisar de mim. Briana indeferiu o seu comentário com um aceno curto.


— Foi bom visitar você, Briana — disse Baron, em seguida, seu braço apertou ao redor da cintura de Kara. — Vamos lá, vamos lá. — Kara permitiu que ele a levasse para a casa, a sua mão mudando para o meio de suas costas. Por um instante, ela ficou em silêncio enquanto a intensa energia cantarolava entre eles, ainda mais estimulante. Ela olhou para ele pouco antes de entrarem na casa e encontrouse com o seu olhar, com seus olhos brilhando de desejo. Não, essa coisa entre eles nunca poderia ir embora. — O que você está pensando? — Perguntou ele, retardando seus passos uma vez que eles entraram no foyer. Ela estudou seu rosto, amando a forma como os cantos dos olhos plissavam quando ele apertava os olhos. — Isso e aquilo. Por quê? — Você olha para mim com um olhar severo e eu odeio pensar que o coloquei lá. Ela estendeu a mão para traçar brevemente a cicatriz no queixo. Era interessante como isso acrescentava personalidade para seu belo rosto. — Não há absolutamente nada severo digno de você, Baron Fitzgerald. Então, você me alimentará ou o que? Ele riu. — Só se você prometer me mostrar todos os seus lugares favoritos. Eu quero saber tudo sobre você. — Tudo? — Isso mesmo... até o seu primeiro namorado. A mandíbula de Kara apertou, mas antes que pudesse dizer uma palavra, Baron agarrou sua mão e correu com ela pela porta da frente. Um SUV de aluguel prata estava estacionado na garagem. Ele fez com que ela sentasse no banco do passageiro da frente, antes que ele passeasse ao redor para a porta do motorista. Ela ainda não conseguia fazer seu cérebro entender seu pedido. De alguma forma, ela sabia que tinha algo a ver com a sua visita à Briana.


Kara esperou até ele estar ao volante antes de falar. — Então? O que minha irmã e você conversaram? Ele deu um sorriso sexy. — Isso e aquilo, mas agora temos um entendimento. Ela sabe que eu sou louco por você, e eu sei que ela late, mas não morde. — Louco é uma palavra forte. — Não quando é verdade. — Ele não explicou, mas, ao invés, perguntou: — Então, por onde vamos começar essa turnê? — Cidade Velha. Leve-nos para fora da ilha e siga para o norte na I-5. O que quer dizer que é verdade? Desde quando? Ele riu. — Desde o dia em que você entrou no meu escritório vestindo aquele terninho cor de vinho que abraçava cada curva em seu corpo e o otimismo de recém-saída-da-faculdade em sua face. Eu acho que não ouvi tudo o que você disse nos primeiros cinco minutos. Porque você acha que eu a mantive... e continuei indo à sua sala de trabalho? Por um momento, Kara ficou sem palavras. Era doce, se lembrar o que ela usava em sua primeira reunião. Mas por que ele esperou todos esses anos se ele gostava dela tanto assim? — Pensei que você vinha para discutir o meu trabalho — disse ela sem jeito. — Você e eu sabemos que você é boa no que faz e não precisa que eu olhe por cima do seu ombro. Vamos apenas dizer que eu estive conspirando os últimos cinco anos. Exceto pelo beijo que trocaram um ano atrás, Baron nunca deu qualquer indicação de que ele era atraído por ela. Por outro lado, ele era um planejador meticuloso, provavelmente tinha uma agenda com quando e onde ele faria o seu primeiro movimento. Era a viagem para Idaho parte de um elaborado esquema? Não que isso importasse. Ela estava tão dentro...


Eles se aproximavam da Cidade Velha Avenue quando Kara falou. — E se as coisas não forem de acordo com o seu plano? — Elas não vão. Kara ergueu a sobrancelha. — O quê? — Não me entenda mal. — Ele deu um olhar com o canto do olho. — Eu adoraria que tudo caísse perfeitamente no lugar, mas quando se trata de você, planejar significa tolice. Nós queríamos um ao outro por um tempo muito longo, baby. O que conta é que estamos finalmente fazendo algo sobre isso. Kara fez uma careta e franziu a testa para o tráfego. — Cinco anos é muito maldito tempo para tramar qualquer coisa. — Ah, mas algumas coisas valem a pena esperar e saborear. — Sem tirar os olhos da estrada, Baron pegou a mão dela e beijou a palma da mão. — Eu quero dizer, quero compensar o tempo perdido. — Sua voz profunda e retumbante acariciou cada nervo de seu corpo, a promessa em suas palavras provocando imagens perversas e selvagens em sua cabeça. Ter fantasias eróticas privadas no meio do tráfego estava errado em tantos níveis, especialmente quando o objeto de seu desejo estava há um fôlego e disposto. Kara queria retirar a mão de debaixo da dele, ela realmente tentou, mas não podia achar a energia suficiente para atiçar sua irritação. Fracassou mais rápido do que champanhe em uma taça de conhaque. Ela gostaria de dizer, eu também, mas mordeu a língua. Uma mulher deve manter alguns segredos. Ela dirigiu Baron a um lugar para estacionar uma vez que atingiu a Seventh Avenue. — Vamos começar com o Clermont Hotel e Harlem of the West. Ele ergueu a sobrancelha em questão, ela sabia que tinha tudo a ver com a discussão anterior, mas escolheu interpretar de maneira errada. — Isso é um passeio pelas cenas de jazz e blues, incluindo lugares frequentados por populares em busca de cantores lendários.


Ele beijou a palma da mão novamente, mas desta vez ele deixou sua mão ir. — Ok. Eu sou todo seu. Seria bom. — Vamos lá, vamos lá. O calor implacável da Califórnia, carregado com a água do mar embalou completamente o interior fresco do SUV alugado de Baron. Os fios de cabelo emoldurando o rosto de Kara frisaram e relaxaram. Ela deveria saber que os cachos não durariam. Os pensamentos sobre o cabelo foram esquecidos quando a mão de Baron tomou a sua mão ao contornarem os compradores. Eles encontraram os turistas carregados com câmeras e crianças em idade escolar com seus professores em frangalhos assim que estavam prestes a entrar na Clermont Hotel. — Só a nossa sorte — Kara sussurrou para Baron, enquanto esperavam. — Com exceção de sábado, quando eles dão passeios, eu nunca vi muitas pessoas aqui. — Mas dentro, apenas algumas pessoas circulavam. Baron estudou seu entorno com interesse. — É engraçado como muitas vezes eu vim aqui, mas realmente nunca excursionei na Cidade Velha. Lembro-me de ler em algum lugar que a cidade estava demolindo edifícios que valiam a pena preservar porque não havia prova de sua importância histórica. — Nenhuma prova? Por favor. — Ela entrou na luta com moradores para provar que o prédio merecia ser declarado um local histórico. — Será um museu. Baron se inclinou para perguntar: — Posso te fazer uma pergunta? — Kara assentiu. — Por que você está sussurrando? Ela deu um sorriso tímido. — Eu considero lugares históricos sagrados. Algo sobre a sua aura fica em mim. — Quando percebeu que Baron olhava para ela, Kara não pôde resistir, e disse: — Você não pode ouvir a multidão? A música? Jazz... Blues... Baron imitou seu gesto, sua expressão séria. — Não, querida, nada.


Kara conteve um sorriso. Ela brincava com ele, mas o doce homem a levou a sério. Manter sua expressão branda se tornou difícil. — Então, imagine o lugar lotado. Ms. Holiday cantando uma música no palco. Louis Armstrong fazendo a sua coisa. Agora você pode ouvi-los? Baron franziu a testa. — Como não posso ouvi-los e você pode? Desde que seus braços estavam trancados, ela o cutucou com o ombro e riu. — Porque você não tem imaginação, é por isso. Baron recostou-se e deu um lânguido, um irresistível sorriso dançante em seus lábios. — Eu tenho muita imaginação. Ela revirou os olhos. — O que você tem é uma mente num outro caminho, seu pervertido. Vamos lá, temos o resto da Cidade Velha para ver. Baron deixou cair um beijo em sua testa. — Diga-me mais sobre o hotel. Quando foi construído? Por que eles chamam de San Diego Harlem of the West? Kara sorriu. Finalmente, um homem que compartilhava seus interesses em arte e história. — Espero que eu não vá te aborrecer. Quando começo, eu sou como uma bateria Energizer. — Eu não tinha ideia de que você era uma fã de história. — Culpada... história antiga, mundial, americana, arte, diga um desses nomes, e eu estou dentro. Se eu não tivesse ido para a arte, eu teria me formado em história e me tornado uma professora. — Você seria uma professora maravilhosa — disse ele. — Você acha? — Absolutamente. Você tem um jeito de fazer as coisas parecerem interessantes. Onde você esteve toda a minha vida? — Ok, sem mais elogios. Minha cabeça está começando a inchar. Vamos lá, temos muito a percorrer. Vou começar com a história de Clermont hotel, então, a história e cultura da cidade.


Para o resto da caminhada, Kara encheu os ouvidos de Baron. Ele acrescentava

anedotas

engraçadas,

flertava

escandalosamente,

e

brincava com ela sem piedade em cada oportunidade. — O que você quer almoçar? — Perguntou ela, no final de sua caminhada. — Eu deixo você decidir. Kara balançou a cabeça. — Não, você é o convidado e eu sou a anfitriã, então darei o que você quiser. — Quando um sorriso maroto apareceu em seu belo rosto, ela rapidamente acrescentou: — Pela duração da nossa turnê. Baron riu. — É como ir à praia e ser requisitado a não nadar no oceano. — Oh, isso seria trágico, especialmente desde que eu esperava pegar um carrinho da Cidade Velha para Del Mar e fazer um piquenique na praia. Desculpe, nós não trouxemos roupas de banho. Ele se inclinou para trás para olhar o rosto dela. — Você está me provocando? — Eu não ousaria. — Ela abriu os olhos e olhou inocentemente. Ele beliscou seu nariz. — Você se atreveria a praticamente qualquer coisa. Um piquenique soa maravilhoso. Vamos de Mexicanas... quesadilas de frango temperadas, salada de taco, o conjunto todo. Uma vez que obtiveram seu almoço, eles compraram bilhetes, e pularam em um carrinho. Envolta em seu pequeno mundo, Kara mal prestou atenção na guia explicando as atrações de San Diego para o resto dos passageiros. No Del Mar, eles encontraram um local isolado para o piquenique, com uma vista deslumbrante do oceano. — Este é um de seus lugares preferidos — disse Baron. Ela sorriu para ele enquanto se acomodava no chão. — Como você pode dizer?


Ele inclinou a cabeça para as famílias fazendo piquenique na área gramada acima da praia. — Olhe a multidão lá fora, mas você sabia exatamente para onde ir. — É um dos poucos lugares que meus pais nos traziam nos fins de semana e feriados. Baron ajudou a remover o seu almoço. Ele comprou refrigerante enquanto

ela

preferiu

água

engarrafada,

mas

eles

acabaram

compartilhando as bebidas. As quesadilas estavam gostosas, as batatas fritas recheadas quentes, e a conversa estimulante. Observando seus olhos brilharem e a curva sexy de seus lábios enquanto ele ria das anedotas colegiais compartilhadas, surgiu nela o desejo que ia além de querer ser amante por duas semanas. Passaram-se cinco anos tudo outra vez, rindo e flertando, nunca ficando entediada em sua presença. Ele tecia um feitiço com seu sorriso, seus olhos e suas mãos. Desta vez, ela não lutaria contra isso. Ela saudou cada toque, olhar e sorriso, e ele fez seu caminho. Depois do almoço, eles pularam em outro carro e se dirigiram para Balboa Park. Armados com passaportes para o parque e panfletos de exposições do museu, decolaram do Centro de Visitantes, com início no Museu de Fotografia. — Eu praticamente vivi aqui — disse Kara, quando chegaram à San Diego Art Institute/Museum of the Living Artist. — No momento em que meu professor de arte começou a trazer-nos aqui, eu já estava tendo aulas de um de seus artistas. Eles têm uma maravilhosa divulgação e programas educacionais. — É bom que seus pais a apoiaram. Muitos pais tendem a pensar que ninguém pode ganhar a vida como artista. — Ele parecia quase triste e Kara se perguntou se sua família não aprovara seu interesse pela arte. Poderia ser a razão pela qual ele tem um mestrado em negócios?


— Na verdade, minha mãe achava que era um desperdício de tempo e dinheiro me inscrever no programa. Papai, por outro lado, entendeu a criatividade artística. — Ele é um bom homem, seu pai. — O respeito na voz de Baron era inconfundível. — Eu gosto das conversas que ele e eu temos sempre que visita LA. Kara sorriu, lembrando-se de tudo o que fazia seu pai tão especial. — Sim, ele é bastante único. No meio da sua turnê, eles pararam para pegar bebidas, em seguida, terminaram com um passeio pelo Japanese Friendship Garden. — Se eu não sentar e descansar meus pés, você terá que me levar para casa. Ele a levou para uma mesa vazia no pátio do Pavilhão de chá e começou a esfregar suas costas, uma vez que sentaram. Quando ela deixou cair a cabeça, ele massageou seus ombros. — Você está tensa. — Estes últimos dias foram uma loucura. Acho que marcarei uma massagem logo que eu voltar para casa. Meu corpo está me matando, especialmente os meus pobres pés. Ele trocou sua cadeira, indicou o pé e deu um tapinha no seu joelho. — Coloque aqui. — Não. — Ela plantou os pés no chão e ignorou seu olhar desafiador. — Vamos, Kara. A culpa é minha por machucar seus pés. — Como você sabe disso? — Se eu não tivesse passado hoje, você estaria em casa com sua irmã. Se eu não tivesse insistido em uma excursão por San Diego e caminhado com suas pernas em toda Balboa Park, Cidade Velha... — Ok. — Esta era uma ideia tão ruim, mas sua expressão a fez se sentir como se discutisse por nada. Suspirando, ela deslocou-se para encará-lo, levantou uma perna, e colocou-a em seu joelho. Em seguida,


ela reorganizou seu vestido em torno de suas pernas, minimizando a pele exposta. Os cantos de sua boca puxaram como se ele reprimisse um sorriso. — Dê um sorriso e você estará em apuros, senhor. — Não ousaria. — Sua mão pousou em seu tornozelo, e borboletas voavam e mergulhavam em seu estômago. Suas mãos eram grandes e quentes, e a sensação delas em sua pele era pecaminosamente estimulante. Sério, deixá-lo massagear seus pés era loucura. O que ela pensava? A visão dele desfazendo sua sandália a distraiu. Tal tarefa mundana, mas ele tornou tão sensual. Ele roçou os dedos dos pés e uma deliciosa onda de energia e calor tremente disparou por sua perna. Kara mexeu os dedos dos pés. Graças à Deus ela não tinha unhas lascadas ou pintadas. — Que horas você vai para casa amanhã? — Ele perguntou, interrompendo-a dos devaneios. Kara arrastou os olhos longe das mãos de Baron. — Nove e meia. A sogra de Briana chega hoje à noite. Você? — Hoje à noite. Qual é a parte que mais dói? — Perguntou. — O arco. Ele passou a mão em torno de seus dedos do pé, pressionando a sola do seu pé com a ponta do polegar, rodando e amassando os músculos. — Oh, isso é muito bom — disse ela, fechando os olhos. — Onde você aprendeu a fazer isso? — Aqui e ali. Estou disponível se você precisar de uma massagem de corpo inteiro. Na verdade, por que visitar um massagista quando estou por perto? — Os olhos de Kara se arregalaram antes dele fazer a última pergunta. Toda vez que ela pensava que ela tinha suas emoções sob


controle, ele dizia ou fazia algo para colocá-la no limite. Sua indisciplinada, irritante mente seguiu se rebelando, evocando imagens pornográficas dos dois. Desta vez, o seu timing foi perfeito. — Porque, realmente? — disse ela. Ele arqueou uma sobrancelha em questão. — Minha resposta é sim. Sim para as duas semanas em Idaho — acrescentou ela rapidamente. Um brilho sensual brilhou na profundidade de seus lindos olhos azuis. — Baby, você escolheu o pior momento de sempre — ele repreendeu com a voz um tom abaixo. — Eu adoro surpresas, recebê-las e dá-las. — Ela olhou para o outro pé. — Então, você terminará...? — Primeiro de tudo — ele murmurou. Num minuto ele estava recostado em sua cadeira, no próximo ele estava há uma lufada longe dela. Ele segurou a parte de trás de sua cabeça e lhe deu um beijo longo e fumegante. Ele sorriu com seus olhos quando a deixou no ar. — Você não se arrependerá de sua decisão. — Eu sei. Eu estou ligando os pontos. Baron riu. — Está certo. — Então, se eu disser que eu quero que você faça amor comigo hoje à noite, o que você faria? — Ela brincou, mas esperou ansiosamente a sua resposta. Baron sorriu. — Eu cancelo meu voo, coloco-nos em um hotel e penduro uma placa Não perturbe na porta pelas próximas 48 horas.


CAPÍTULO 11 Baron sorriu ao acelerar em direção ao Aeroporto Internacional de San Diego, o brilho nos olhos da provocação de Kara ainda tocando em sua cabeça. Linda e imprevisível, ela o manteria na ponta dos pés. Ele olhou para frente por qualquer coisa que ela planejava lançar no seu caminho, aprendendo sobre peculiaridades pessoais que só um amante saberia. Ele sorriu com antecipação. Um motorista buzinou e ultrapassou, lembrando que ele estava abaixo do limite de velocidade. Ele pisou no acelerador e focou em seu próximo movimento. Não estava em sua natureza ser impulsivo, embora o desvio para San Diego falasse mais do que ele esperava. A viagem para Idaho seria o começo do resto de sua vida e ele não tinha a intenção de deixar essa oportunidade. Seu celular interrompeu seus pensamentos. Baron puxou o instrumento do seu suporte, viu o número e trouxe-o ao ouvido. — Bryant, o que está acontecendo? — Acabamos de ter um avanço — disse o advogado de Bridget VanderMarck em um tom alegre. — Os policiais recuperaram a coleção. Jake usou um barco para transportar e escondê-los. Se tudo está intacto é outra história. Baron resistiu à vontade de gritar de júbilo. — Isso é uma grande notícia. — Sim, é. Você ainda pensa em voltar neste fim de semana? — Sim. Domingo.


— Devo dizer a governanta para esperar? — Não, isso não será necessário. Falei com ela antes de sair. Você deu à Bridget a notícia? — Sim. Ela ficou aliviada, mas deu a entender que dará à Jake parte da coleção ou uma parte dos rendimentos da venda. Você pode querer ligar para ela. — Eu vou à sua casa amanhã — disse ele e desligou assim que parou no estacionamento do aluguel de automóveis. Se Bridget decidisse dar parte da coleção para Jake ou não, não deveria ser um problema. Ela ainda tinha que querer que eles fossem autenticados. Baron devolveu as chaves e a SUV para a locadora e pegou um ônibus para o terminal. O lugar estava excepcionalmente ocupado e movimentar-se para frente tornou-se lento e frustrante. Decidido a não esperar até que estivesse sentado para fazer a próxima chamada, Baron digitou o número de Kara. — Você pode estar pronta para a viagem no domingo? — Perguntou a ela. — Para Idaho? — Ela perguntou, sem mascarar sua surpresa. — Sim. — Ela ficou em silêncio e ele sentiu algo mudando em seu intestino. — Se você precisar de mais tempo... — Não, não, eu estou bem com isso. Sim, eu estarei pronta. Baron sorriu. Ele teria esperado mais uma semana, meses por ela, se ela precisasse. — Vejo você na sexta-feira. — A próxima ligação que fez foi para seu escritório. Sua assistente pegou o telefone depois de dois toques. — Gena, eu devo voltar em uma hora, mas eu preciso que você faça algumas coisas para mim antes de ir para casa. Reserve um voo para dois, de primeira classe, à Esperança, Idaho, via Spokane. — Que dia?


— Domingo. Deixe o itinerário na minha mesa. Cancele todos os meus compromissos para as próximas duas semanas, começando segunda-feira. Eu quero falar com você e Rick antes... — Baron? — Uma voz chamou de algum lugar à sua esquerda. Ele se virou e procurou nos rostos apressados passando por ele. Uma mulher vagamente familiar de jeans baixo, parte superior de top e chapéu inclinado deu um breve aceno na direção dele. Mudou para a parede onde ela estava de pé, seu chapéu tão baixo que escondia o rosto. — A primeira coisa amanhã de manhã. Eu tenho que ir. — Baron desligou seu telefone celular. Reconhecimento vindo enquanto se aproximava da mulher, e ele endureceu. — Valerie? Ela deu um sorriso constrangido. — Imagine ver você aqui. O passado correu de volta com uma vingança, mas pela primeira vez a sensação de traição que geralmente acompanhava os pensamentos sobre ela foi embora. Ele a estudou – desapaixonadamente. Sua pele pendurada solta em seus ossos e a maquiagem pesada não poderia cobrir as bolsas sob os olhos ou a enjaulada expressão feroz em seu interior. Suas mechas escuras, uma vez gloriosas, estavam fibrosas e maçantes. — Sim, imagine. Quanto tempo passou? — Seu tom saiu neutro e indiferente. — Cinco anos — ela murmurou. Um momento tenso seguiu enquanto olharam um para o outro, a sua expressão de desculpas e a dele, ele tinha certeza, desinteressado. Que diabos aconteceu com ela? Era difícil conciliar a mulher magra diante dele com a curvilínea com quem uma vez esteve noivo. Ele seguiu o seu olhar para a entrada do banheiro masculino. — Você parece bem — ela acrescentou baixinho, chamando a sua atenção. Baron não podia levar-se a devolver o elogio, mas a percepção que o atingiu foi emocionante - Valerie e a dor que ela causou a ele não


importavam mais. Ele seguiu em frente. Ele deu um sorriso fácil e mentiu sem problemas. — Você não parece nada mal, Valerie. Foi interessante vê-la novamente. — Ele virou para sair. — Não vá... por favor. Baron levantou uma sobrancelha, impaciente para sair, mas estranhamente curioso sobre por que ela o detinha. Ela mexia e colocava mechas de cabelo atrás das orelhas com a mão trêmula. Apesar de sua indiferença, ele olhou para ela e perguntou: — Você está bem? — O som de uma câmera de alta velocidade clicou em algum lugar atrás dele. Ele deu ao terminal um olhar arrebatador. Sem lentes visíveis destinadas a eles, no entanto, ele sabia que não confundiu o som. Dando de ombros, ele concentrou sua atenção em Valerie, que parecia positivamente doente. Definitivamente havia algo errado com ela. — Você está aqui sozinha? — Ele falou lentamente, enunciando suas palavras. — Não. Stu e seus meninos estão, uh, estarão aqui em breve. — Ela olhou para o banheiro dos homens novamente. — Eu penso sobre... sobre o que aconteceu entre nós, muito. Baron balançou a cabeça. Ele não estava com vontade de desenterrar o passado. — Eu não. Está no passado e não importa mais. — Mas importa, pelo menos para mim. Eu nunca disse à você o quanto eu sinto sobre como eu me comportei. Talvez algum dia você deixe-me explicar. — Como eu disse, esqueça. Eu segui em frente. Você deve fazer o mesmo. — O queixo de Valerie tremeu e Baron preparou-se contra o desejo inato de oferecer conforto a uma mulher angustiada. — Eu sinto muito — ela engoliu em seco, virou e pareceu desmoronar. Baron estendeu a mão para ela. Ela agarrou seu braço, suplicando com olhos elevados para o dele. Mais uma vez, ele ouviu o


clique de uma câmera atrás dele. Desta vez, ele não se preocupou em verificar. Ele estava ocupado olhando para a mulher que balançava em seus braços. — Você tem certeza que está bem? Posso chamar uma ambulância, se precisar de uma ou encontrar Stu para você. — Não. Por favor. — O pânico nos olhos dela combinava com o seu tom. Baron percebeu que ela tentava se soltar. Ele a soltou e deu um passo para trás. — Você quer se sentar? — Ela balançou a cabeça com tanta força que o chapéu ameaçou desalojar. — Não, eu já disse tudo que eu queria dizer. Vá. Por favor. — Quando Baron ainda não se moveu, ela se virou e saiu correndo. Ele continuou a olhar na direção que ela desapareceu, encontrando dificuldade para entender a breve ocorrência em seu cérebro. O que foi aquilo? Balançando a cabeça, ele continuou ao seu portão. Quinze minutos depois, Stu, uma Valerie sorrindo, e três homens, provavelmente, guarda-costas, passaram por Baron no portão de embarque. Ela já não era a vítima encolhida. Sua mão em Stu e de cabeça erguida, andando com confiança. Se não fosse pelo olhar assombrado em seus olhos que cruzaram brevemente com o seu, então se afastou, Baron teria jurado que ela era uma mulher diferente. Ele os observou até que desapareceram ao virar da esquina. Teria Valerie brincado com ele de novo ou algo mais acontecia? Ela o deixou para seguir uma carreira de atriz. Poderia a troca fora do banheiro dos homens ser encenação? A câmera clicando, a mudança nela agora, sua história passada, ele teria que ser um idiota para acreditar que o ato da mulher agredida era real. Nojo percorreu Baron. Sua atuação ficara muito melhor e ele era o otário que sempre acreditava. Durante o curto voo para Los Angeles, o passado passou pela sua cabeça. Valerie estava muito ferida quando se conheceram. Ex-amantes abusivos, um lar desfeito, sua lista de histórias de choradeira fez parecer


que ela não poderia sobreviver mais um dia sem o seu apoio. Ele não era um herói, mas ele se tornou, disposto a ser o seu salvador, andando na ponta dos pés em torno dela, dentro e fora da cama, controlando a sua paixão por medo de assustá-la. Parte dele, a parte imatura e totalmente idiota, gostou de ter uma mulher deixando-o assumir o comando, uma mulher cuja resposta ele poderia prever antes de falar e cuja única existência era para atender a suas necessidades. Incrível o que a imaturidade poderia fazer um homem acreditar. Ele percebeu que Valerie teria sido a mulher errada para passar o resto de sua vida. Um homem precisava de uma companheira que podia contar, uma mulher como Kara. Forte, independente e confiante, mas não tendo medo de aceitar ajuda ou largar tudo para correr para ajudar alguém que amava. Sua teimosia e tendência a ser excessivamente cautelosa era certeza para criar conflitos em seu relacionamento. Por outro lado, um pouco de atrito nunca fez mal à ninguém. E não saber o que se passava em sua cabeça era perturbador, para dizer o mínimo. Apesar de tudo disso, ele não poderia trocar Kara por todas as Valeries neste mundo. Eram seis horas quando Baron desceu os degraus do traslado no QuikPark estacionamento no LAX, dispensou o manobrista, e entrou no seu carro. Ele discou o número de sua mãe quando saiu. Estele pegou após um toque. — Mãe, onde você está? — Eu estou bem, obrigada por perguntar. E para responder a sua pergunta, eu estou no carro com Simon, indo para casa. — Baron poderia dizer que ela sorria. — Desculpe por não perguntar como você está. É apenas, uh, quais são seus planos para o jantar de hoje à noite? — Ele queria dizer à ela em pessoa que traria um convidado para o piquenique da família, no sábado. — Comer sozinha, desde que seu irmão trabalhará até tarde novamente. Por quê?


— Posso me juntar à você? Se não se importar com um substituto. Estele riu. — Substituto. Se você estivesse aqui, eu o golpearia de cabeça para baixo pela piada sem graça. Nenhum de vocês é um substituto para o outro. Vocês são todos igualmente importantes e... — Inferno, Ma, eu só estava brincando. Ela suspirou. — Baron Fitzgerald. — Eu sinto muito. Nenhuma maldição, eu esqueci. Houve um silêncio na linha, então: — Você deve pagar dez dólares. — Sim, senhora. — Quando voltou de San Diego? Baron franziu a testa. — Meia hora atrás. Como você sabia que eu estava em San Diego? — Porque uma mãe sabe de tudo. Baron riu. — Isso funcionou quando eu era criança. Quem está contando? Lex? Chase? Teal? — Vamos conversar quando chegar em casa, querido. Quando você acha que chegará? — Sete. — Eu te verei, então.

*** Kara não conseguia tirar Baron de sua mente depois que ele ligou. Domingo, quatro dias, em seguida, seriam duas semanas só deles. O próprio pensamento era emocionante e um pouco assustador. Em vez de insistir com isso, ela ficou ocupada. Primeiro, ela ligou para Chloe para marcar uma consulta.


Ela precisava de um retoque lá embaixo. Ou talvez ela fizesse algo ousado, como uma depilação à brasileira. Chloe encontrou uma hora na sexta-feira à noite, que coincidia com o encontro da sobremesa de Baron. Cancelar ou dizer para vir mais tarde? Ela se preocupou com ele durante horas, em seguida, decidiu ir mais tarde. Se ela viveria perigosamente, não havia espaço para os pés frios. Em seguida, ela ligou para o amigo corretor de imóveis de Renee e fez uma segunda oferta. Lera o contrato de locação, fez Renee passar um pente de dentes finos, e estava feliz com os termos. Ela assinaria o contrato de locação para a sua futura loja antes de sair. Kara estava tão ligada que até mesmo a chegada da sogra de Briana mais tarde naquela noite não poderia atenuar seus espíritos. Não que ela tivesse algo para se preocupar. A mulher parecia realmente ansiosa para cuidar de Briana e seu bebê.

*** Na manhã seguinte, Kara partiu para LA sem um pingo de remorso. Em vez de ir para casa, ela parou para assinar o contrato de locação da sua futura loja, em seguida foi para a galeria. — É bom ter você de volta — disse Maya quando Kara entrou. — O que se passa com a mala de viagem? Indo à algum lugar de novo? — Não, acabei de voltar. — Bom, porque eu deveria ligar para você caso algum cliente apareça. Kara franziu a testa e olhou para cima, no escritório de Baron. — Por quê? Onde está todo mundo? — O chefe, Rick, e a bruxa estão tendo alguma reunião em segredo lá em cima.


Kara estava tentada a perguntar o que acontecia, mas segurou a língua. Como terminaria a Pintura Hale se estava de plantão? — Ok. Me chame se precisar de mim. A primeira coisa que notou ao entrar era a única rosa em sua mesa. Sorrindo, Kara pegou e inalou a fragrância suave. Não havia nenhum cartão ou uma nota, no entanto, ela sabia que veio de Baron. Ela encontrou uma garrafa de chá verde usada, encheu-a com água e colocou a rosa nela. Em seguida, ela colocou o vaso improvisado ao lado do telefone, onde podia vê-la enquanto trabalhava. Ela desligou a campainha do telefone, em seguida, foi organizar suas tintas e pincéis. Em seguida, ela plantou-se na frente da pintura e estudou a área que limpou antes de sua repentina saída para San Diego. Em seguida, usou uma lupa e luz UV. Nenhum resíduo deixado. Ela se sentou em seu banquinho, pegou uma escova e o verniz sintético, não amarelo, e ficou ocupada. Kara não sabia quanto tempo trabalhou antes da luz piscando em seu telefone chamar sua atenção. Ela abaixou o pincel, removeu os óculos de joalheiro de sua testa, e pegou o telefone. — Sim? — Senhorita. Estele Fitzgerald está na linha para você — disse Maya em um tom tingido com admiração. Kara piscou. Ela não poderia ter ouvido direito. — Tem certeza de que ela perguntou por mim, Maya? — Sim — Maya sussurrou. — Ela está aqui. — Alô, Kara. Eu a incomodo? A mãe de Baron? Ligando para ela? Por quê? E o que ela esperava que ela dissesse à essa pergunta? Kara respirou fundo e soltou o ar lentamente. — Não, você não me incomoda, senhora Fitzgerald. Eu estava prestes a fazer uma pausa. Como vai você? — Muito bem, obrigada por perguntar. Você e eu não nos falamos há muito tempo, não é?


Não, desde a bagunça com Valerie. Seus caminhos se cruzaram, um sorriso e um como-vai-você sendo trocados, nada grande. — Sim, já faz um tempo. O que posso fazer por você? — Eu tenho uma reunião com meu advogado, infelizmente, o homem está atrasado. Você pode ter pena de mim e me permitir uma visita à você por um tempo? Oh, por favor, como eu diria não? — Claro. Não é nenhum problema. — Isso é maravilhoso. O que você diz de um lanche rápido? Kara olhou para o relógio. Era quase uma da tarde, não admira que seu estômago roncasse. Quanto ao seu traje, não era o que ela usaria para almoçar com uma mulher da sociedade como Estele Fitzgerald. — Isso é bom, embora eu costume pegar um sanduíche de uma delicatessen no final da rua. — Ela se encolheu. A mulher provavelmente não visita delicatessens. — Um sanduíche soa fabuloso — disse a senhora Fitzgerald. — Qual é a sua preferência? Não havia nenhuma maneira que ela poderia sentar-se em frente a essa mulher e engolir. Estele Fitzgerald era intimidante para dizer o mínimo e era... a mãe de Baron, a mãe do seu futuro amante. Pelo seu tom determinado, Estele não aceitaria um não como resposta. — Kara, você ainda está aí? — Perguntou Estele impaciente. — Sim. É peru no centeio e chá verde. Mas você não tem que comprar. Raul tem pessoas que entreg... — Não se preocupe, é meu prazer. Eu estarei com você em breve. — Kara ficou segurando um telefone sem um tom, incerta de com o que concordou. Baron disse à mãe sobre eles?


CAPÍTULO 12 Kara ergueu as mãos e olhou a oficina com nojo. Não havia nenhuma maneira de Estele Fitzgerald poder comer aqui. O cheiro de tinta e a mesa cheia poderia não incomodar Kara, mas para entreter alguém acostumado à todo tipo de luxo, era muita ruim. Mesmo ela oferecendo à Estele o uso de uma decente cadeira na sala e Kara ficando no banco de pintura, ela ainda era forçada a olhar para a mulher mais velha, algo que nenhuma delas estaria confortável. Era provavelmente infantil dela, mas Kara desejou que Baron estivesse por perto. Ele saiu logo após a reunião. Sua mãe não era alguém com quem queria lidar, mesmo em um dia normal. Kara observou uma vez Estele realizar uma festa beneficente em La Baron Galeria para uma de suas obras de caridade. A mulher era uma comandante insistente. Kara a viu com admiração enquanto trabalhava em uma sala cheia de bens velhos e novos em um frenesi de doações. O que quer que Estele Fitzgerald queira, ela consegue. Suspirando, Kara pegou sua bolsa e se dirigiu ao andar de cima. Ela foi diretamente para a sala de conferências e acendeu a luz. A luz fluorescente acesa na mesa de conferência Córsega, em mogno e em forma de barco, oito cadeiras de couro Premium e pinturas abstratas nas paredes texturizadas. Baron não poupou nenhuma despesa quando decorou a sala, e seria o lugar perfeito para entreter sua mãe. Kara olhou para o relógio ao ir ao banheiro. A delicatessen de Raul tendia a ser ocupada durante o almoço, a ponto de ter tempo suficiente antes de Estele chegar. Tempo que ela gastaria fazendo-se apresentável.


Um olhar para o seu reflexo e Kara gemeu. Testa brilhante, olhos atentos, ela parecia uma pessoa culpada prestes a enfrentar uma inquisição. Não que ela tivesse feito algo para se sentir culpada. Mas, então, o lindo rosto de Baron flutuou em sua cabeça e ela suspirou. Ok, então ela era culpada de luxúria, mas a última vez que verificou, isso não era um crime. Além disso, o que ela sentia por Baron era muito mais do que isso. Ela gostava do cara. Ele era brilhante, confiante, seguro e intenso... Kara sorriu ao lembrar-se da única rosa no piso térreo. Ele também era romântico, um lado dele que ela queria explorar. Se sua mãe tem um problema comigo, isso é problema dela. Eu já decidi e farei isso. Kara molhou o rosto com água, enxugou e estudou seu reflexo. Ela cavou dentro da bolsa sua maquiagem e reaplicou seu brilho labial. Em seguida, limpou sua zona T com base. Ela respirou fundo, endireitou os ombros e ergueu o queixo. Pronta ou não, aqui vou eu. Ela pegou sua bolsa e saiu do banheiro. — Aí está você, minha querida. Kara quase saiu de sua pele, virou para a porta, e tentou não olhar. De alguma forma, ela esperava a pequena Estele em um terninho de visita elegante com seu motorista transportando seu almoço em uma placa de prata de cúpula coberta. Definitivamente não essa mulher radiante em uma bela duas peças, um terno delineando a cintura, uma saia rosa e babados ao redor dos punhos, cabelo elegantemente enrolado em um coque liso, pérolas discretas enfeitando seus lóbulos das orelhas, e um grande saco de papel branco embalado. Como de costume, a estranha semelhança com Baron era surpreendente. — Olhei no térreo, mas não a vi — continuou Estele. — Por um segundo eu pensei que você me abandonou. A provocação surpreendeu Kara, mas em vez de se sentir à vontade, ela provocou sinos de alerta em sua cabeça. A mulher estava sendo muito boa. Por quê?


— Eu não faria isso, senhora Fitzgerald. — Kara tentou relaxar, mas podia sentir seu sorriso quebrar com a tensão. — Chame-me de Estele, por favor. Você e eu não devemos ser formais uma com a outra. Então, onde comeremos? — Por que elas não devem ser formais? Eram quase amigas. Kara apontou para a porta à frente de onde elas estavam. — A sala de conferências, eu espero que você não se importe. É mais espaçoso e menos confuso do que o andar de baixo. — Ela assentiu com a cabeça no saco. — Posso te ajudar com isso? — Oh, muito obrigada. Eu não tinha certeza se você preferia seu chá gelado adoçado ou não adoçado, assim eu comprei os dois. — Qualquer um está bom. — Kara tomou a bolsa, espiou dentro e caminhou até a outra extremidade da mesa, sua mente trabalhando horas extras. Estele comprou sua marca favorita de chá verde. Ou a mulher era uma leitora de mente ou alguém disse a preferência de Kara. Raul ou Baron? Isso importa? Kara removeu cuidadosamente as bebidas do saco e colocou-as sobre a mesa. A experiência a ensinara que seu povo nunca era agradável sem um motivo. Sua mãe, Briana, e até mesmo Renee ligavam o encanto quando queriam algo. Talvez fosse errado questionar o motivo de Estele, mas Kara não acreditava em coincidências. Por que fazer uma visita depois que ela concordou em ter um caso com Baron? Kara puxou a cadeira perto da cabeceira da mesa e indicou para Estele se sentar. — Obrigada, querida. — Eu sou a única que deve agradecer à você... pelo almoço. — Kara deu a volta para tomar o assento à sua frente, olhou para cima e encontrou o olhar da mulher mais velha em cima dela. Quando Estele não desviou o olhar dela, Kara se irritou e se segurou antes que pudesse dizer, o que?


— Eu tenho que retribuir o favor em algum momento — Kara se ouviu dizer e se encolheu. O que a faz pensar que Estele iria querer fazer isso de novo? — Eu quis dizer que... — Não, não, eu amo a ideia. — Estele removeu os sanduíches do saco, colocando um em frente à Kara e, lentamente, desembrulhou o dela, os olhos brilhando. — Talvez na próxima semana? — Uh-mm, na próxima semana não será possível. Eu estarei fora da cidade. — Oh. E na semana seguinte? — Ela pegou uma garrafa de chá gelado e abriu a tampa, mas assistiu Kara como se sua resposta fosse de extrema importância. — Na verdade eu ficarei fora por duas semanas seguidas. Vamos deixar para outra oportunidade. — Certamente. Então você vai para algum lugar excitante? — Kara não sabia quase nada sobre Idaho, mas estar com Baron definitivamente o tornava interessante. Em seguida, havia a obra de arte em que trabalhariam. Essa era a certeza de ser divertido também. Ela sorriu para si mesma. Não podia esperar para decolar. Estele limpou a garganta e Kara olhou para cima. — Desculpe — disse ela. — Sim, é emocionante. — Ah, férias, relaxar e não fazer nada. Eu poderia ter umas também. Kara franziu o nariz. — Na verdade, o meu é um trabalho de férias. — Meu filho, o feitor de escravo... minha culpa, na verdade, ele é uma cópia fiel desta senhora de idade. — Estele bateu em seu peito e riu. Kara se juntou a ela. — Espero que seja em algum fabuloso resort com praias, muito sol, e meninos da cabana para cuidar de todas as suas necessidades.


Kara riu. O único menino da cabana que ela gostaria de restaurar para ela era Baron, em quem ela não tinha nada que pensar com sua mãe sentada em frente a ela. Ela se tornava sem-vergonha. — Não, é perto das montanhas, com abundância de pinheiros e não há meninos da cabana. Quando elas riram, Kara percebeu que a tensão desaparecera e ela precisava agradecer a esta mulher. Estele Fitzgerald não era a mulher rica arrogante que pensava que fosse. Ela era da terra, alguém com quem poderia sair e compartilhar um Martini ou fofocas. — Vamos lá, minha querida — ela se intrometeu nos pensamentos de Kara. — Vamos comer. Depois, eu quero ouvir sobre o que você andou fazendo. Eu estava na casa de um amigo e vi uma peça que você restaurou. Seu trabalho é excepcional. Seus pais devem estar muito orgulhosos. — Elogios, interesses compartilhados, camaradagem, era como se fossem velhas amigas em vez de duas pessoas que se conheciam há cinco anos, mas nunca socializaram. Kara se viu desfrutando de seu almoço, desejando que tivessem feito isso antes. Elas terminavam seus respectivos chás gelados quando Estele disse: — Ouvi dizer que você planeja deixar a galeria. Kara não tinha certeza para onde a conversa ia, e tensão voltou ao seu corpo. Era isso o que o almoço envolvia? Poderia Baron alistar Estele para tentar impedir Kara de sair? Mesmo a pergunta passando por sua cabeça, ela sabia que era improvável. Baron não era o tipo de correr para sua mãe para qualquer coisa. Kara olhou para cima, percebeu que Estele estava à espera de uma resposta, e acenou com a cabeça. — Sim. Eu pretendo abrir uma loja de moldura personalizada, mas vou oferecer meus serviços como restauradora, também. É algo que eu sempre quis fazer e o timing é perfeito. — Sua voz soava um pouco defensiva, mas olhou diretamente para Estele enquanto falava.


— Isso é maravilhoso. Eu gosto de ver mulheres empresárias. Conte-me mais. A resposta entusiástica surpreendeu Kara e teve sua abertura sobre seus objetivos. Estele a encorajou com acenos e perguntas sem julgar. Quando houve uma pausa na conversa, a mulher empurrou o envoltório do sanduíche e uma garrafa vazia de lado e estendeu a mão para as mãos de Kara. — Minha querida, como alguém que esteve onde você está agora, começando um negócio e determinada a fazê-lo, devo dizer uma coisa. Você tem um plano que precisa de três grandes coisas trabalhando para você. Localização é tudo e você já escolheu o vencedor. Oferecendo ambas, restaurações e moldura personalizada, é movimento garantido para agradar seus clientes e mantê-los. E você já construiu uma sólida reputação e base de clientes, o que significa que seus ex-clientes estarão mais do que felizes em trazer seus negócios para sua porta, inclusive eu. Kara

piscou

com

força,

seus

dutos

lacrimais

estúpidos

ameaçando fluir. — Obrigada. O que você acabou de dizer significa muito para mim. O aperto de Estele aumentou brevemente, em seguida, ela soltou as mãos de Kara. — Oh, nós, mulheres, temos que apoiar umas às outras. Quando você acha que terá a bola rolando? Ela já concluiu as negociações do contrato. Os renovadores deviam começar no interior da loja em algumas semanas. Cerca de um terço de seu inventário de abertura estava concluído, por isso, logo que ela voltasse, ela precisava encontrar uma empresa de transporte confiável para começar a transportar os quadros de San Diego para um depósito em LA. — Eu estou me dando cerca de três meses — disse Kara. Estele assentiu. — Ambicioso, mas não há nada de errado com isso. Se precisar de ajuda com qualquer coisa, publicidade, impressão de folhetos, acender fogueiras sob seus antigos clientes para chamá-los para


a grande inauguração, ligue para mim. — Ela se inclinou para frente para adicionar em sussurro: — Não quero me gabar, mas eu conheço as pessoas que podem fazer essas coisas se moverem mais rápido e suave. — Ela levantou, ainda ostentando um sorriso largo de conspirador. — Obrigada por compartilhar o seu sonho comigo e me deixar afastá-la do trabalho, Kara. — Obrigada por escutar. — Isso não foi exatamente como ela previu que seria o almoço com Estele, mas Kara estava satisfeita. Quando acompanhou a mulher mais velha em direção ao piso principal da galeria, ela decidiu fazer a pergunta que queimava a ponta da língua. — Não te incomoda eu deixar a galeria de Baron e, provavelmente, competir com o restaurador que ele encontrar para me substituir? Estele parou de andar e deu um sorriso secreto. — Não acho que Baron substituirá você. Kara franziu a testa. A resposta enigmática da mulher não fazia sentido algum. — Além disso, se ele não pode lidar com um pouco de competição, então ele não é o filho que eu criei. O que me lembra — continuou Estele. — Me desculpe, eu nunca cheguei a te agradecer por cuidar dele há cinco anos. Eu não acho que ele poderia ter passado por isso se não fosse por você. — Você me dá muito crédito. Ele fez isso por conta própria. — Não. Aceite isso de uma mulher que amou, perdeu e encontrou seu caminho de casa. O amor ajuda a curar feridas, não importa o quão profundo. — Ela beijou Kara na bochecha. — Nós temos que fazer isso de novo. Me ligue quando voltar de Idaho. Confusa, Kara assistiu Estele desaparecer da galeria. Então entendeu sua última frase e fez uma careta. Aquela mulher sorrateira sabia sobre a viagem para Idaho antes delas conversarem.


Baron deve ter dito à ela. Por que ele faria isso? E o seu comentário sobre o amor curar todas as feridas, era óbvio que ela sabia sobre os sentimentos de Kara para Baron há cinco anos. Kara franziu a testa, algo mais sobre todo o almoço a incomodava. Ela estava paranoica ou Estele parecia um pouco ansiosa para vê-la sair da galeria? Ela desaprovava sua relação com Baron? Era por isso que estava tão encorajadora e disposta a oferecer o seu apoio? Girando nos calcanhares, Kara voltou a limpar a evidência de seu almoço, apagou as luzes e voltou para o porão. Então, o que tem se a mulher a reprovava? Não deveria importar. Não era como se ela planejasse ficar na vida do Baron para sempre. Duas semanas eram tudo com o que concordou e nada mais. Kara pegou a rosa que Baron deixou e inalou sua fragrância suave. Onde ele estava? Ela deveria ligar e dizer que sua mãe passou por ali? Ou ele já sabia? O que ele diria se soubesse que Estele foi tão entusiasmada com o fato de Kara estar deixando-o?

*** Baron não voltou para seu quarto de hotel em Santa Barbara até às sete da noite. A conversa com Bridget levou mais tempo do que previra, mas chegaram a um consenso sobre o que fazer com a coleção em Idaho. É claro que ele poderia ter ido para casa depois de deixar sua casa, mas o seu corpo precisava de uma pausa após a quilometragem que acumulou nos últimos dias. Ele partiria na primeira hora de amanhã para L.A. Baron tirou os sapatos, esticou na cama, e pegou o telefone. Após pedir o serviço de quarto, ele arrancou seu telefone celular do seu suporte e discou o número de Kara. O correio de voz começou. Onde ela estava que não podia atender seu telefone celular? Ela sempre carregava com ela. Franzindo a testa, ele deixou uma breve mensagem, desligou, e tentou o seu número de


casa. Quando ficou sem resposta também, ele tentou o segurança em seu prédio. — Sim? — Uma familiar voz brusca respondeu. — Jules, Fitzgerald. Você sabe se Sra. Michaels já deixou a galeria? — Não, ela não saiu senhor. Ela informou a secretária de segurança que trabalharia até tarde. Sr. Ray também nos disse a mesma coisa antes de ir embora. Há algum problema, senhor? — Não, apenas verificando. Boa noite. Baron assistiu ESPN até que sua comida foi entregue e se despiu, se dirigindo ao banheiro. O chuveiro quente era revigorante. Enquanto ensaboava seu corpo, o jantar de ontem à noite com a mãe veio em sua cabeça. Ela estava tão feliz em ouvir que ele traria uma convidada para o piquenique da família. Nem uma vez ela perguntou sobre a identidade da pessoa ou a natureza de seu relacionamento. Essa era a sua mãe, confiável, sem ser intrometida. Baron terminou o banho, se trocou em um bermudão e uma camiseta limpa, e estabeleceu-se em uma cadeira com o controle remoto em uma mão e comida na outra. Ele comeu o jantar agora frio de massa com frango enquanto via esportes. Ele terminava quando seu telefone tocou. Kara, pensou, e mergulhou para o seu telefone. O número da mãe dele brilhou. Franzindo a testa, Baron trouxe o telefone no ouvido. — Boa noite, mãe. Está tudo bem? — Deste lado? Sim. Acabei de falar com Bridget. Por que não me contou sobre o problema que Jake está causando em Idaho? Baron sorriu. Sua mãe era preocupada com tudo. — Eu não achei que era importante. Está resolvido. — Ainda assim, Bridget dividirá os recursos provenientes da venda com esse impossível homem. Você comprará algum deles? — A maioria deles. Pelo que eu vi, ela tem algumas peças interessantes, especialmente os vasos. — As vendas de propriedades,


como mercados de pulga e vendas de garagem, eram fontes por atacado para antiguidades, mas se o proprietário era um ávido colecionador, como Bridget, podem-se adquirir itens raros por uma pechincha. A maioria dos corretores ou liquidatários tendiam a dar aos seus fiéis clientes a primeira oferta em coleções finas antes de abrir ao público, mas, neste caso, ele seria o corretor e comprador. — Isso é bom. Falando de vasos, vi um belo jarro gengibre chinês antigo em sua Galeria hoje — disse Estele. — Eu comentei com um amigo que está interessado nele. Baron foi surpreendido por ela ir à galeria quando sabia que ele não estaria. Sua mãe tendia a ligar antes que fosse. — Obrigado pelo anúncio, mãe. Mas o que você fazia na Galeria hoje? — Eu almocei com Kara. Seu intestino apertou com sua resposta. — Você almoçou com Kara hoje? — Perguntou ele lentamente, sublinhando as palavras. — Sim. Tivemos um tempo fabuloso. Sua mãe tramava algo, e o que quer que fosse, ele sabia que não gostaria. — O que está acontecendo, mamãe? Estele estalou a língua. — Nada. Não posso passar por sua loja quando você não está lá ou almoçar com uma jovem senhorita a quem acontece que eu sou muito afeiçoada? — Desde quando? — Desde que ela começou a trabalhar para você. Kara é uma mulher inteligente, talentosa e bonita. Nunca cheguei a agradecer a ela por estar lá para você depois que Valerie foi embora, assim eu o fiz hoje. Valerie? Ela era o seu passado, e após vê-la no aeroporto, era alguém que ele não queria que se intrometesse em sua vida presente. — Isso é tudo sobre o que você falou?


— Dificilmente. Apenas mencionei Valerie, de passagem. Nós conversamos sobre outras coisas. Baron apertou os olhos, compreensão lhe batendo. Sua mãe gostava de fazê-lo sofrer. Ele apostaria que ela sabia que Kara era a convidada

que

ele

mencionou

ontem

à

noite.

Alguém

falou,

provavelmente Chase. Seu gêmeo nunca poderia ficar de boca fechada. Apesar de saber que ficaria enlaçado em uma teia feita por sua mãe, Baron perguntou ainda assim: — Como o quê? — Ela me disse muito sobre seus planos futuros, você sabe, de abrir sua empresa. Ela tem essas ideias maravilhosas e está realmente animada sobre elas. Eu estava vendida a partir do momento que ela disse moldura personalizada e... Baron não ouviu o resto de sua explicação. Ele ficou de pé e começou a andar no espaço apertado de seu quarto de hotel. Sua mãe e Kara em conluio, Deus o ajude. Ambas eram teimosas e independentes, e impossíveis de discutir. Ele precisava pensar. Achando seu quarto muito confinante, ele abriu as portas francesas e saiu para a varanda. Os sons normalmente suaves das ondas batendo contra a praia não fizeram nada para ele. Nem estava ele com vontade de apreciar a vista espetacular para o porto. Baron se enfureceu, esfregou o rosto, e tentou endireitar seus pensamentos distorcidos. O futuro de Kara era o seu problema e sua mãe não tinha direito de se intrometer. Tanto para dizer que ela não era intrometida, e seu sincronismo foi demais. — Acho que ela será uma mulher de negócios maravilhosa — disse Estele, sua voz se intrometendo em seus pensamentos. — Não, mãe. — Não o quê? Baron procurou as palavras certas. — Se intrometa — disse ele em um tom curto.


— Intrometer? Eu? Ela falou sobre seus sonhos e eu escutei. Certamente você não é contra a sua saída. Não quando ela já assinou um contrato. Houve um silêncio, em seguida, Estele acrescentou em um tom suave: — Ou ela não deveria seguir o seu sonho? Que raio de pergunta era aquela? — É claro que ela pode seguir seu sonho. Ela só não precisa sair da galeria para fazê-lo. — Assim que ele terminou de falar, Baron percebeu quão reveladora sua declaração foi. Muito ruim, mas a mãe precisava entender que o seu futuro com Kara estava em jogo aqui. — Quero dizer, podemos aumentar a procura para ambas as nossas lojas por estarmos no mesmo edifício. É lógica simples. Mais uma vez, outro silêncio se seguiu, desta vez de mais tempo do que o último. — Eu vejo aonde você vai com isso, mas você esquece uma coisa, filho. Se Kara deseja iniciar o seu negócio em seu prédio, na próxima cidade, estado ou país, é prerrogativa dela. Tudo o que você pode fazer... tudo que deve, é se preocupar com ela e apoiá-la. Baron beliscou a ponte de seu nariz. Confiar na maneira de Kara ver as coisas. Ela era sua mãe, pelo amor de Deus. Ela não deveria apoiálo? Ele esperava que ela não estivesse lá porque não aprovava sua relação com Kara. Estele nunca gostou de Valerie, embora nunca dissesse o motivo. Seja quais forem as reservas que ela poderia ter, seria melhor superá-las rápido, porque Kara era agora parte de sua vida. — Ma, eu preciso ir. Vamos conversar amanhã. — Basta pensar sobre o que eu disse baby. Boa noite. Baron desligou seu telefone e olhou para a escuridão. Ele não sabia quanto tempo ficou ali na varanda com o ar frio escoando sob sua pele. Quando percebeu que tremia, ele murmurou uma maldição, voltou para seu quarto, e fechou as portas. Ele odiava admitir que pudesse estar errado e sua mãe poderia ter um ponto válido.


Sentindo-se nervoso, Baron caiu em sua cama e tentou o número de Kara novamente.

*** O telefone da casa começou a tocar assim que Kara entrou na banheira de espuma. Ela pegou o telefone do banco da banheira onde o colocara, viu o número celular de Baron, e sorriu. Cuidando para não espirrar água ou bater em uma das velas que colocou em volta da banheira, ela trouxe o telefone a seu ouvido quando afundou na água borbulhante quente. — Eu estava prestes a ligar para você — disse ela, inclinando-se para trás e apoiando a cabeça sobre o travesseiro de spa. — Sério? Você não atendeu seu telefone celular. O que aconteceu para fazê-lo soar tão irritado? Certamente, não é o fato de que ele deixara três mensagens em sua caixa postal... Ela tinha a intenção de ligar de volta logo que saísse da banheira. Após ficar durante horas na pintura, ela precisava de um longo banho para relaxar, caso contrário, estar em público seria impossível. — Ele morreu para mim antes de eu sair de San Diego. Lembrase o quanto eu estava com pressa quando saí na segunda-feira? Pegar meu carregador não era uma prioridade. — Eu estava preocupado. — Por quê? Jules me disse que você ligou. Você sabia que eu ainda estava no escritório. — Isso não significa que eu não posso me preocupar. Você sabe que eu nunca gostei de você trabalhar até tarde, a menos que eu esteja no escritório. — Kara revirou os olhos. Não novamente. Ele fez uma grande coisa com isso anos atrás, só cedeu após ela prometer dizer à


recepção e seu escritório sempre que tivesse a intenção de trabalhar até tarde. O guarda tinha que acompanhá-la até seu carro. — Eu segui o protocolo de segurança conforme as suas instruções, patrão — brincou ela e esperou por uma risada. Ela não ouviu uma. — Você pretende fazer isso quando abrir a sua loja? — Baron perguntou em tom descontente, claramente não estando pronto para ser apaziguado. — Fazer o quê? — Ficar acordada até tarde? Kara suspirou. Esta não era a conversa que ela esperava ter com ele. Ainda assim, tentou não demonstrar sua irritação. — Eu estou começando um novo negócio. É claro que eu precisarei gastar muitas horas. Você, de todas as pessoas, deveria entender isso. O que é isso realmente? — Sua falta de preocupação quando se trata de sua segurança. Onde está este edifício que você alugou? O que há de segurança nele e em torno dele? Ok, é isso. — Escute, eu tive um dia muito longo e a última coisa que eu preciso é você me atacando por telefone. — Eu não chamaria a minha preocupação com sua segurança de um ataque, Kara. Apenas preciso saber onde você planeja abrir sua loja e os problemas de segurança que você considerou ou não. — O prédio estava perto de uma área de negócios de alto nível, mas ainda assim ela sabia que teria que ter um novo sistema, uma vez que abrisse a loja. Ela só não fez disso uma prioridade. Também os inquilinos tinham uma vaga de estacionamento para seu carro na parte de trás, onde era mais privado, ou na área mais movimentada à frente do edifício. Ou caso lhe convinha bem. Ela estaria disposta a discutir tudo isso com o macho arrogante respirando em seu pescoço, se ele não agisse de modo rude.


— Kara? — Se você quer saber, eu considerei algumas medidas aqui e ali. Eu tenho coberto. — Sério? Como o que? Por que ele provocava uma briga com ela? Então entendimento a atingiu, trazendo consigo uma carga de raiva. Ele não acha que eu sou capaz de tomar decisões sensatas. O que ela já fez para indicar que era uma imbecil? Kara se sentou, seus olhos se estreitando. — Como eu odeio o seu tom agora, Baron Fitzgerald. Não terei essa conversa com você quando é óbvio que você me trata como uma criança. — Eu não estou. Você se fecha quando tudo o que quer... — Eu não quero discutir isso. Eu vou desligar. — Droga, Kara. — Não me julgue Baron. Eu sou capaz de tomar minhas próprias decisões. — Ela apertou o botão Desligar e resistiu à vontade de jogar o telefone. Kara rangeu os dentes, colocou o telefone no banco, e encostouse no travesseiro de banho, fechando os olhos. O instrumento maldito começou a tocar imediatamente. Ela ignorou-o, embora inclinasse a cabeça para ouvir. Ele parou e o correio de voz atendeu. Mais uma vez ele tocou. Que ele continue a deixar suas mensagens apologéticas. Ela não queria falar com ele até que se acalmasse. Kara não tinha certeza de quanto tempo ficou na banheira, mas logo desistiu de tentar relaxar. A mistura de sais de alecrim e gengibre, lavanda e hortelã-pimenta perfumado do Mar Morto geralmente aliviavam seus músculos doloridos e a infundia com sua energia. Não esta noite. Mesmo as velas perfumadas e a calmante sintonia de jazz ao fundo apenas a irritaram. E a culpa era de Baron.


Murmurando baixinho, ela saiu da banheira e entrou no chuveiro. Quanto mais tempo ficasse sob o jato de água quente, mais calma ela estaria. O que colocou Baron em um humor tão ruim? Quinze minutos depois, Kara saiu do chuveiro e vestiu um roupão quente. Ela apagou todas as velas, pegou o telefone e o retornou para sua base no quarto onde a luz vermelha piscou para ela, implorando por sua atenção. Ela ignorou, arrumando sua casa, colocando para fora a roupa para amanhã, mas no final ela não podia resistir. Suspirando, ela apertou os botões para acessar seu correio de voz e esperou pela voz apologética de Baron encher a sala. Silêncio. Nem mesmo uma pequena desculpa para mostrar o quão arrependido ele estava. Quando a mensagem que foi gravada às nove e dez invadiu o quarto, Kara apertou o botão para apagar. Outro sinal sonoro, e mais uma vez, nada. Kara franziu a testa. O que há de errado com esse homem? Ele não sabe que devia um pedido de desculpas à ela? Ela se sentou na cama e suspirou. Ela não deveria ficar brava com Baron porque ele não reagiu como a maioria dos homens normais. Se ele fosse comum, ele não seria o homem por quem se apaixonou. Kara piscou, engoliu em seco e apertou as mãos contra o peito como se para abrandar o coração disparado, o pulso batendo de forma irregular na base do seu pescoço. A casa estava em silêncio, ainda podia ouvir sons filtrando através de suas janelas, carros passando pela casa dela, sirenes no fundo, o sangue correndo em sua veia. Ela adorava Baron. Ela nunca deixou de amá-lo, em primeiro lugar, o que explicava por que estava disposta a ter um caso com ele e por que ela ficou perto dele todos esses anos. Onde estava a auto recriminação,

o

porquê-oh-porque-eu-poderia-ter-sido-tão-tola?

Ela


sabia por que não poderia ficar com raiva de si mesma: parecia certo. Perfeito. Como ela foi feita para amá-lo, independentemente dele a amar de volta. Ele estava louco por ela, o que era um ponto de partida, tanto quanto lhe dizia respeito. Kara sorriu e estendeu a mão para o telefone. Ela não conseguia explicar a súbita vontade de ouvir a voz dele. Ela precisava pedir desculpas por desligar na cara dele. Era uma coisa infantil de se fazer. Assim que a mão fechou em torno do aparelho, ele começou a tocar novamente.


CAPÍTULO 13 Kara trouxe o receptor ao seu ouvido. — Hey. — Sinto muito, querida. Eu não devia ter atirado minhas frustrações em você. Sua voz profunda, tingida com pesar, envolveu em torno dela como um casulo e acalmou seus sentidos. Como poderia já ter duvidado que ela amava esse homem? Sua voz só tinha o poder de dar um puxão em suas cordas do coração, fazer sua dor encher com necessidade e ternura. — Não, sou eu quem deve pedir desculpas, Baron. Eu não deveria ter desligado assim. Você está bem? Você soou como alguém que teve um dia ruim. Ela pensou o ouvir rir, mas não tinha certeza. A tensão não mais evidente em seu tom quando ele falou. — Eu tenho me esforçado muito, mas tudo está perfeito agora. Ainda estamos combinados para amanhã à noite? — Sim, com certeza. — Dez horas é muito tarde? Isso deveria dar-lhe tempo para voltar de Chloe. — Não, isso está perfeito. — Bom. Eu pretendo fazer isso para você. Sua voz tomou em uma qualidade de veludo, cheia de segredos decadentes e promessas ilícitas. Kara engoliu antes de perguntar: — Por quê?


— Por ser um idiota total hoje. Tivemos a nossa primeira briga e eu comecei. — Sim, você começou. Ele riu. — No entanto, é preciso dois — acrescentou ela, sorrindo. — Eu não deveria ser tão espinhosa sobre o meu negócio. Acho que eu tenho alguma culpa também. — Eu acho que você tem. — Houve risos em sua voz. Kara se arrastou para dentro de sua cama, roupão e tudo, enquanto Baron e ela conversaram até tarde da noite. Ela perdeu a noção do tempo e sua voz suave foi o último som que ouviu antes do sono a reivindicar.

*** Na manhã seguinte, Kara acordou com o sol, tomou banho, mas levou o seu tempo se vestindo para o trabalho. Sua mente continuava vagando para Baron e seu encontro às dez horas para fazerem as pazes. O que ele tinha em mente? Esperava que envolvesse uma noite de perdição e café na cama. Ela não era de apressar as coisas, mas agora que ela aceitou seus sentimentos por ele, não podia esperar para compartilhar alguns momentos íntimos. Ela estudou seu reflexo nu no espelho com olhos críticos e balançou a cabeça. Ela perdeu alguns quilos, mas ainda estava mais cheia em torno dos quadris e bunda do que o que o mundo da moda considerava normal. Não que ela reclamasse. Ela estava feliz com sua aparência. A maneira que o olhar caloroso de Baron acariciava-a da cabeça aos pés cada vez que se encontravam lhe disse que ele não se importava também.


Ainda assim, uma menina tinha que cuidar de algumas coisas pessoais antes de dar o próximo passo com o seu homem. Kara levantou os braços para cima e verificou as axilas. Se barbeou durante o banho e isso parecia bem. A carranca rastejou em seu rosto enquanto seu olhar derivou abaixo da cintura. Graças à Deus que ela tinha um compromisso com seu favorito spa para senhoras. Seu relógio apitou e Kara gemeu. O trabalho chamava. Ela se vestiu, pegou as chaves e bolsa, uma maçã e iogurte para o almoço, e correu para a porta. Fez uma pausa antes de sair de sua casa e franziu a testa, sentindo algo errado. Tessie. Sua casa parecia vazia sem o pequeno gato malhado. O gato tende a segui-la até a porta com um gemido indignado por ser deixado para trás. Quando saiu de sua casa, ela ligou para Renee. — Talvez eu devesse levar Tessie comigo para Idaho. Renee estalou a língua. — Você e eu sabemos que você pegou a pequena bola de pêlo para lhe fazer companhia e aquecer os dedos dos pés durante a noite. — E seu ponto é? — Por que você a quer com você quando tem um homem de verdade para fazer todo os pontos, e em seguida, outros? Faça uso destas duas semanas ou não deixarei você queixar-se comigo da falta de homens solteiros em LA. O gato fica comigo. Kara riu, vendo diretamente através de Renee. — Ela miou seu caminho em seu coração. — Por favor. — Ela fez. Admita. — Ok, tudo bem. Ela fez. E eu quero dizer cerca de duas semanas, mulher. Aceite ou cale-se. Então? Você vai à noite à Chloe? — Sim... sozinha. — Levou um tempo para se sentir confortável o suficiente para se despir para Chloe e quando ela finalmente fez, Kara


insistiu que tinha que ser depois do expediente. Ela tinha um limiar de dor, apesar do fato de Chloe utilizar maravilhosos cremes para diminuir a dor após uma cera. — Você é um bebê — disse Renee com uma risada. — Ok, então, vamos fazer compras amanhã de manhã. — O quê? Não me diga que esqueceu que assistiremos um bar mitzvah amanhã. — Merda. — Nem pensar em me abandonar, Renee Gunter. Ela suspirou. — Ok. Eu estarei na sua casa cedo... oito. Você dirige e eu instruo. E quanto à tarde? — Não podemos. Tenho um encontro — Kara deixou escapar antes que pudesse segurar sua língua. — Você tem? Com quem? Kara hesitou por um momento. — Baron. — Comece a falar. Você está me deixando de fora. — Não é possível agora, eu estou presa no trânsito — Kara mentiu sem problemas. — Tenho que ir. — Galinha. Não se preocupe com o gato de botas. Cuidarei muito bem dele. Kara sempre podia contar com Renee em qualquer crise, mas isso não significava que ela precisava saber todos os detalhes de seu relacionamento com Baron. Algumas coisas eram melhor deixar privado. Por outro lado, se esta noite corresse como planejado, Baron ainda poderia estar em sua casa quando Renee chegasse. Todo o caminho para a galeria, um sorriso brincava nos lábios de Kara enquanto ela refletia sobre tudo o que aconteceu nas últimas duas semanas. Na galeria, os sons do andar de cima indicavam que Gena já estava no escritório. Maya não estava ainda, então Kara rabiscou em um


Post-it e prendeu-o na mesa da recepcionista. Ela esperava Ralph Douglas, o proprietário da pintura Hale, passar no final do dia. Ela colocou o sinal Não Perturbe no lado de fora de sua sala de trabalho e desapareceu lá embaixo. A única coisa que poderia manter Baron fora de sua mente era trabalho e ela mergulhou nele. Ninguém a incomodou, até a hora de fechar, quando Douglas veio inspecionar a sua pintura. Até então ela havia terminado e estava muito satisfeita com os resultados de seu trabalho duro. A peça restaurada estava de tirar o fôlego e a valorização do homem só aumentava seu sentimento de realização. — Nós vamos enviá-lo para a sua casa na segunda-feira de manhã. — Que tal no final da semana em vez disso? — Perguntou o senhor de idade, olhando para telas cobertas em torno de seu ambiente de trabalho. — Preciso encontrar uma boa moldura para fazer justiça. O casal que tem o costume de fazer para mim mudou-se para Seattle. Kara estava tentada a mencionar seu próximo negócio, mas não podia fazer isso com o homem, e não quando sua loja não estaria pronta para o trabalho por, pelo menos, três meses. Ela recomendou os autores subcontratados da Galeria e explicou que estaria fora por duas semanas, mas deixaria o Hale pronto para os homens da entrega. Uma vez que Douglas saiu, Kara limpou tudo e subiu as escadas para encontrar outra rosa esperando por ela. Ela ignorou as perguntas curiosas de Maya sobre seu admirador secreto, mas saiu correndo da galeria com uma mola em seu passo. Em seu caminho para casa, ela parou brevemente na loja de bebidas para reabastecer suas provisões e pegou alguns mantimentos. Havia algo sobre vestir um vestido justo sem meia-calça ou calças justas após a depilação que era tão agradável e um pouco... travessa, Kara disse-se mais tarde, após tomar banho e vestir um vestido simples, ao nível do joelho, de chiffon com listras verdes e pretas de seu armário.


Era um desperdício agora, mas mais tarde, após sua visita à Chloe, ela apreciaria mais a roupa. Para tornar as coisas ainda mais interessantes, ela acrescentou uma minúscula tanga de renda e sandália de salto alto com tiras cruzadas. Baron não saberá o que o atingiu. Ela chegou à Chloe às seis e meia, cedo o suficiente para ter os cabelos lavados, cortados e arrumados. Quando Chloe insistiu em jantar primeiro, Kara não teve escolha senão aceitar. No momento em que se retirou para um quarto particular, era depois das oito. Normalmente Chloe começava com um facial e sobrancelhas, então as pernas, e terminava na virilha. Desta vez Kara inverteu a ordem, seu olho no relógio enquanto o ponteiro das horas rastejava passando das nove. Chloe abrandou todo o processo com conversas sem parar e gestos ocasionais para conduzir um ponto em casa enquanto borboletas cruzavam e vibravam no estômago de Kara. Ela não queria perder Baron. — Você vai parar de ficar remexendo? — Chloe olhou para cima de onde ela estava ocupada aplicando uma mistura de cera de abelha na região inferior de Kara e deu-lhe um olhar aguçado. — Você tem um lugar para ir hoje à noite que se esqueceu de mencionar? Sim, droga. — Não. Foi um longo dia e estou cansada — ela retrucou. Chloe revirou os olhos, claramente não comprando a explicação de Kara. Felizmente, sua amiga não pressionou por uma resposta, apenas apertou os lábios e voltou a trabalhar. Quando finalmente terminaram, era 09h45min. Kara deu à Chloe uma grande gorjeta e um abraço ainda maior e correu para fora do spa. Seu coração estava em sua garganta quando viu a SUV de Baron do lado de fora de sua casa e ele encostado no poste do pátio próximo à sua porta. As luzes de segurança amarelas lançavam sombras sobre suas belas feições. Calças cáqui moldadas para suas coxas masculinas e uma camisa pólo branca pendurada elegantemente sobre os ombros. O


coração dela pegou ritmo e uma enchente de sentimentos se apressou para seu estômago quando seus olhos predatórios bloquearam nela enquanto ela entrava em sua garagem. Toda a sua conversa de ser travessa hoje à noite parecia tão fácil quando o objeto de seu desejo estava há quilômetros de distância. Agora que ele estava aqui, ela se sentia nervosa e inepta. Ela deveria abrir a garagem e estacionar seu carro, mas em vez disso, ela apertou o botão para baixar a janela do carro e observou-o passear em direção à ela, o andar suave e lento. Quanto mais se aproximava, maior, mais sexy, e mais esmagador parecia. E mais ela ficou tensa. — Desculpe o atraso — disse Kara com uma voz ofegante, que ela não reconheceu como sua. Ele se inclinou e mostrou seu sorriso devastador, com os olhos cintilando à boca e ficando lá. — Você vale a pena esperar. — Ele abriu a porta e ofereceu-lhe a mão. Kara desligou o motor e saiu de seu carro, na noite espirrando ar fresco em solavancos por sobre todo o braço nu e pernas enceradas. As mãos quentes de Baron fecharam em torno de seus braços, seu grande corpo efetivamente bloqueando o frio enquanto ele apertou-a contra o carro. Kara levantou a cabeça e seus olhos se encontraram, os lábios formigando com antecipação. Ele deslizou a palma para cima e para baixo do braço. O gesto provavelmente era para aquecê-la, mas ao invés, atirou uma necessidade tão intensa através de seu corpo que tremeu. — Você está com frio. — Sua voz era suave. — Não mais. Baron riu, sua mão movendo-se de seus braços para segurar seu rosto no lugar enquanto a cabeça mergulhava. O beijo não começou suave, sem estreitamento e lambidas como suas lutas anteriores de preliminares. Foi duro e saqueando, uma posse sexual. Sua língua empurrou entre os lábios, varrendo dentro para acasalar com a dela


enquanto enterrava seu corpo quente contra o dela. Ela se deu para o beijo, sentimentos multiplicando dentro dela até sua mente ficar nebulosa e seus pulmões com fome de ar. Baron puxou sua cabeça para trás rosnando. — Deus, você é boa. Ele inclinou a cabeça com o polegar e deu o seu acesso da boca para seu pescoço, acariciando a área sensível ao redor da orelha. — Cheira celestial também. Eu poderia deleitar-me em você o dia inteiro. — O sangue dela cantou em suas palavras. Ela agarrou a camisa dele e disse: — Beije-me outra vez. Não era um pedido. Isso veio como uma ordem, mas Kara se recusou a sentir um pingo de vergonha. Não quando Baron cumpriu. O beijo desacelerou, tornando-se mais profundo e lânguido, línguas acariciando e saboreando. Suas mãos urgentes desceram em seus lados, descobrindo os mergulhos e curvas de seu corpo, um pouco duro e implacável, até que segurou suas nádegas e apertou-a contra sua ereção. Quando ele finalmente se afastou, uma mão agarrou sua cintura enquanto a outra abraçou a parte superior das costas para segurá-la firmemente em seus braços. Ambos respiravam com dificuldade, tremendo, tentando encontrar seu equilíbrio. — Precisamos entrar — disse ele em uma voz ainda áspera com excitação. Kara assentiu incapaz de falar sem ofegar grosseiramente. O ar frio deslizou sobre sua pele quando ele recuou e deu espaço para respirar, mas dentro dela a chama queimava mais brilhante e mais quente como nada que ela já experimentou. Parte dela estava emocionada, outra parte estava em pânico. Era normal ter seu corpo e mente, cada um de seus sentidos centrados em uma pessoa? Será que isso importa? Pela primeira vez na sua vida, ela experimentava algo além de suas expectativas, e seria uma tola e tentasse rotulá-lo.


Kara chegou à porta apenas para perceber que não tinha a bolsa ou as chaves. Ela se virou para ver Baron dentro de seu carro. Ele tirou as chaves de onde ela deixara na ignição e levantou sua bolsa do assento do passageiro da frente. Em vez de se sentir envergonhada, ela sorriu.

Baron trancou o carro de Kara e olhou para cima para encontrála sorrindo para ele. Ela parecia magnífica com seu cabelo fluindo pelas costas, o vestido abraçando sua figura, mostrando aquelas pernas sensuais e elegantes e os lábios inchados de seus beijos. Ele não poderia ir embora sem fazer amor com ela esta noite. Sua mente guerreou com o seu corpo, a paixão primal crua colidindo com fantasias de suas longas pernas em volta dele. Pura vontade ganhou. Não, ele se recusava a fazer amor com ela e apressar-se de sua cama, porque ela tinha um bar mitzvah para comparecer. Quando finalmente fizesse amor com Kara, ele não queria ser apressado. Ele planejou saborear o momento, mantendose a amando até que ambos estivessem saciados. Baron caminhou até onde ela estava, ergueu o queixo, e por um momento estudou seu rosto em forma de coração sob a luz de segurança do pátio – olhos castanhos, agora escurecidos com paixão, a deliciosa boca inchada. Ele queria dizer a ela como ela era bonita, como era preciosa. Ao contrário, ele roçou os lábios nos dela, suas respirações se misturando, necessidade flutuando espessa e pesadamente entre eles. — Nós precisamos conversar — ele murmurou. Confusão brilhou em seus olhos. — Ok. Obrigada por pegar minha bolsa e trancar o meu carro. — Uma vez que ela abriu a porta e eles entraram na casa, ela lançou um olhar interrogativo sobre o ombro. — Você quer algo para beber? Vinho, refrigerante ou café?


— Aceito um pouco de vinho. — Ele a seguiu para a cozinha, observando o movimento fluido de suas nádegas bem torneadas sob o vestido. Ele precisava se concentrar em outra coisa. Rápido. — Ralph Douglas me ligou mais cedo esta noite. Ela fechou a porta da geladeira, uma garrafa de vinho tinto na mão e um olhar severo em seu rosto. — O proprietário da Hale? Por quê? — Não me entenda mal. Ele amou o trabalho que você fez e não poderia cantar seus elogios o suficiente. Mas ele precisava saber de um dos autores que você recomendou que ele devesse procurar. Por que não disse a ele que você poderia fazer a moldura para ele? Kara encostou-se ao balcão e cruzou os braços. — Porque não estou aberta para negócios. Ele ouviu seu tom defensivo e franziu a testa. Seu negócio era, obviamente, um assunto delicado, algo que ele esperava corrigir esta noite. — Ele não está com pressa. Ela estudou-o desconfiada. — Por que você está me dizendo isso? — Eu disse à ele sobre sua loja e ele gostou da ideia de trabalhar com você novamente. Ela levantou uma sobrancelha perfeitamente em forma. — Você está promovendo negócios para mim? — Claro. Neste negócio, os amigos ajudam uns aos outros. Ela balançou a cabeça e riu. — Mas na noite passada você agiu... não importa. — Ela remexeu dentro de uma gaveta e veio com um sacarolha, mas em vez de abrir a garrafa, ela estudou-o com uma expressão estranha, um cruzamento entre perplexidade e exasperação. — Você é muito imprevisível, Baron Fitzgerald. — Isso é bom ou ruim? — Ele pegou o vinho de sua mão e lentamente inseriu o abridor na cortiça. — Bom... até agora.


Ele sorriu. — Eu posso trabalhar com isso. Kara pegou dois copos de vinho de um armário, colocou-os entre eles e se apoiou no balcão, inadvertidamente, oferecendo uma visão de seus seios deliciosos no decote de seu vestido. Uma dor implacável enrolou em seu estômago, lembrando-o do que eles poderiam fazer agora, em vez de falar. A rolha saiu com um ligeiro pop e ele serviu o vinho nos copos. — Conte-me sobre seus grandes planos — disse Baron. — Você quer dizer minha loja? — A voz dela brincou. Ela pegou o copo e caminhou à frente dele para a sala de estar. Ele sorriu. — Sim, sua loja. Ela deve estar instalada e funcionando em poucos meses, certo? — Você falou com a sua mãe. — Se você quer dizer que ela mencionou o almoço que vocês duas tiveram, então sim. Ela não disse nada fora da linha, ela disse? Minha mãe tem um jeito de falar o que pensa, o que pode ser muito perturbador. Kara tirou os sapatos, enrolou uma perna debaixo dela, e sentou. Quando percebeu que ele ainda estava de pé, com seu olhar sobre as coxas expostas, ela indicou a extremidade oposta do sofá. — Por favor. Ela tomou um gole de vinho e esperou ele se sentar. — Na verdade, sua mãe foi muito sutil. Eu gostei de falar com ela. Baron não podia deixar de sentir que havia algo que ela não dizia à ele. — Mas? — Mas nada. Tivemos uma conversa interessante, prometemos fazê-lo novamente, e foi isso. — Ela tomou outro gole de sua bebida e colocou o copo na mesa de café. — Então, o que você quer saber sobre minha loja? — Tudo. — Baron apoiou o ombro contra o encosto do sofá e ouviu-a falar. Realmente ouviu, sem julgar ou pensar sobre o que ele


queria. Logo percebeu o quanto ela pesquisou o negócio. Desde a localização que escolheu para sua loja a ter seu pai projetando as molduras, suas decisões foram todas sensatas. Seu entusiasmo o fez perceber que sua mãe estava certa. Seria errado impedir Kara de seguir seu sonho ou fazê-la fazer as coisas à sua maneira. — Vou usar as molduras de meu pai já concluídas para exposições, mas eu também terei um catálogo com alguns dos projetos que estou trabalhando antes de abrir. — E quanto às impressões para exibir nos quadros? — Eu encontrei alguns artistas locais que vendem cópias de suas obras originais, mas não comprei nada ainda. — Use as minhas. A expressão esperançosa atravessou seu rosto. — Quer dizer... — Impressões das fotografias do pântano na galeria — ele terminou e recebeu um sorriso radiante dela. A forma como seus olhos castanhos acenderam segurou-o hipnotizado por um feitiço. — Eu também tenho um pouco mais que você não viu ainda. Posso levar o pen drive com eles para Idaho para você olhar. Ela fixou seu olhar sobre ele, fez uma pausa como se reorganizando seus pensamentos. — Ok, você quer me dizer o que está acontecendo? Por que está sendo tão doce? Baron fez uma careta. — Não concordo com a palavra doce. — Bom... solidário... você sabe o que quero dizer. Ele teve uma imprecisa sensação acolhedora quando ela sorriu para ele, como fazia agora, a qual ele gostava muito. — Eu obtenho publicidade gratuita, por isso sou totalmente egoísta. Kara revirou os olhos. — Você não precisa de publicidade gratuita, Baron. Sério, eu já concordei em ter um caso com você. Você não tem que marcar pontos, fazer coisas boas para mim.


Ela não sabia que ele faria qualquer coisa por ela? Não tinha nada a ver com atraí-la para sua cama. Baron não tinha certeza de como isso aconteceu, mas a felicidade dela se tornou mais importante para ele do que qualquer coisa. Ele esvaziou seu vinho, colocou o copo sobre a mesa e se ajoelhou ao lado de sua perna dobrada. Segurando na parte traseira e no braço do sofá para apoiar seu corpo, ele se inclinou para frente e ordenadamente a embalou. Sua expressão, metade expectante e meio desconfiada, despertou uma emoção primitiva nele, e necessidade masculina invadiu seu sangue. — Talvez eu seja um cara legal — ele sussurrou contra seus lábios e roubou um beijo. Seus olhos escurecendo com paixão. — Ou talvez isso me faça feliz, fazer coisas boas para você. Ela soltou um suspiro e estendeu a mão para acariciar seu rosto, seu olhar de pálpebras pesadas. — Talvez? Ele virou a cabeça e beijou seus dedos. — Sim. Eu prefiro que você descubra a verdade por si mesma. — Eu gosto disso — ela sussurrou com uma voz rouca. — Assim como eu pretendo descobrir todos os seus pequenos segredos, Kara Michaels. Ela piscou, a incerteza cruzando seu belo rosto. — Eu não tenho nenhum segredo. Ela estava brincando? De que outra forma ela saberia exatamente como girá-lo com um simples olhar, beijá-lo até que ele quisesse rasgar a roupa dela e enterrar-se dentro dela? Mesmo agora, desejo desenfreado percorria-o enquanto seus os dedos lhe percorriam o rosto, traçando a cicatriz no queixo, e acariciando o canto da boca. — Sim, você tem. — Ele abaixou a cabeça e reivindicou sua boca. Ela levantou os braços, envolveu-os ao redor do seu pescoço e puxou-o para mais perto, deslizando para baixo até que a cabeça


descansou no braço do sofá. Ele olhou para a perfeição de seu rosto, o ar entre eles pulsando com a necessidade. Seu olhar se desviou para baixo no peito, para os mamilos endurecidos que acenavam para ele enquanto empurravam contra seu vestido. Um gemido escapou de seus lábios. Como ele poderia afastar-se dela? A força de vontade da qual ele esteve tão orgulhoso mais cedo evaporou. — Eu planejara sair mais cedo hoje à noite, mas você não faz isso fácil. — A aspereza na voz dele surpreendeu. — Fácil? Por quê? — Kara sussurrou, seus dedos acariciando a parte de trás de sua cabeça. Ele hesitou, sem saber exatamente o que revelaria com sua confissão. Ele deu de ombros mentalmente. Não importa. Ele estava completamente no jogo. — Eu quero que a nossa primeira vez juntos seja perfeita. — Baron esperou que ela dissesse alguma coisa, mas Kara ficou em silêncio, com os olhos sérios, e suas mãos pararam a exploração suave. O silêncio continuou. Arrependimento seguiu, e seu rosto ficou quente. — Eu queria dizer que eu não serei capaz de parar... — Shh. — Ela colocou o dedo nos lábios. — Essa foi a coisa mais doce e mais sexy que um homem já disse para mim. Baron sorriu. — Sério? — Sério. Agora você vai parar de me torturar com conversa fiada e me beijar. Ele abaixou a cabeça e reivindicou sua boca. Os lábios dela se abriram sob o seu, apaixonada e rendida, doce e viciante. Ele deslizou a mão sob a bainha de seu vestido. Sua pele estava quente, suave e macia. Qual seria o gosto? Ele esperava encontrar hoje à noite. Ela estremeceu, mas sua mão implacável continuou se movendo para cima, avidamente


acariciando, e adorando suas curvas, além da borda rendada de sua tanga para sua barriga de seda. Ele se afastou do beijo, sua respiração superficial. Kara lentamente abriu os olhos e a fome enviou uma emoção primal através dele. Seus olhos se voltaram para seu vestido. — Tire-o — ele ordenou. Confusão brilhou em seus olhos. — Meu vestido? — Sim. — Ele se afastou para dar-lhe espaço e a viu segurar a bainha de seu vestido, em seguida, puxá-lo sobre sua cabeça. Seu humor mudou quando ela revelou um sutiã preto rendado, combinando com a minúscula tanga. Ela baixou a cabeça e seu cabelo escondeu seu rosto. Seu bebê era tímido? Ele esperava curá-la disso em breve, mas por

enquanto,

não

havia

necessidade

de

fazê-la

ainda

mais

autoconsciente, salientando esse detalhe. Ele chegou por trás dela, habilmente soltou o sutiã e jogou-o de lado. Ele olhou para os contornos de seus seios. Pura perfeição, ele queria dizer, mas faltaram as palavras. As pontas apertadas e rosadas contra sua pele, implorando para ser saboreadas. Ele estendeu a mão e arrastou os dedos para baixo de seu peito quente, ao longo dos mamilos tensos. Ela estremeceu e arqueou as costas, sua respiração curta e instável. — Eu sempre fantasiei sobre isso — ele disse à ela suavemente, acariciando e explorando os montes rechonchudos, amando o jeito que ficavam nas palmas das suas mãos. — Eles não são dignos de babar. — Sua voz tremeu com a incerteza. — Eles são perfeitos. Ele tirou os sapatos, reorganizou as pernas de modo que ela estava sentada sobre ele, então se inclinou para frente e, lentamente, rodou sua língua em torno de um mamilo maduro. Kara gemeu e agarrou sua cabeça. Sua resposta, desinibida e intensa, o enlouqueceu. Ele a


colocou mais atrás e ternamente pegou uma das saliências sensíveis em sua boca. Kara gemeu, sua mão subindo em volta do pescoço para embalálo perto. Os sons de sua boca o faziam se sentir invencível, seus arrepios ecoando os seus. Ele planejou compensar os anos perdidos, trazê-la ao clímax uma e outra vez até que ela se entregasse completamente à ele. Esta noite era apenas o início. Mudou-se para o outro seio, dedicou o mesmo tempo, dando-o toda a atenção que merecia. Baron moveu-se mais baixo, as mãos insaciáveis competindo com sua boca enquanto ele acariciava e explorava suas costelas, a pele sensível em seus lados, as costas. Kara passou as mãos sobre a cabeça, os ombros, os dedos cavando em sua carne, incitando-o. Ele mergulhou a língua em seu botão sexy da barriga, roçou a ondulação suave de seu estômago com os dentes e ouviu-a soltar um suspiro ofegante. O cheiro de sua excitação, almiscarado e florido, brincou com seus sentidos. Seu braço apertou... inferno, todo o seu corpo tremia, a necessidade de sentir seu calor tão grande que doía. Ele agarrou a tanga cobrindo a pele sedosa e empurrou-a para baixo sobre sua bunda para as coxas. — Baron? — Ela sussurrou, seu nome saindo desconexo. Ele acariciou sua barriga uma última vez e levantou a cabeça. Ela parecia sexy, gloriosa, com os olhos semi fechados e orvalhados, o suor pontilhando sua pele. Suas mãos permaneciam ocupadas, acariciando e explorando, cobrindo a parte mais íntima de seu corpo. Ela choramingou, mas não coibiu. O calor dela, a umidade absorvendo a mão, fazendo o sangue rugir em seus ouvidos. — Eu quero tanto te agradar que isso está me matando. — Seus dedos brincaram com suas dobras tenras e o cerne sensível. Nada intenso, apenas pequenas escovadas garantidas para deixá-la louca. Seu olhar ficou em seu rosto, esperando o sinal de levar as coisas à um novo nível. Que seus movimentos estivessem restritos pelo fio dental em torno


de suas coxas não o incomodava. Ele trabalharia em torno disso, faria o clímax memorável. — Diga-me o que você quer. Kara se contorceu e levantou os quadris para pressionar contra sua mão, em silêncio, respondendo-lhe. Ele deslizou um dedo em seu calor fundido e ela engasgou com a invasão. Ele não estava sendo justo, ele sabia disso, mas ele queria tanto fazê-la gozar que podia sentir o gosto. — Fale comigo, baby. — Eu não quero que você pare. — Graças à Deus. Ela riu, seu corpo em convulsão quando acrescentou outro dedo e acariciou. — Não é justo. Você está completamente vestido. — Ele riu, embora alegria fosse a última coisa em sua mente. Tocá-la era o puro céu e tortura em um só. Ele imaginou como se sentiria enterrado dentro dela, dando abnegadamente, recebendo abundantemente, e gemeu. Não, sexo com Kara era além de querer que ela se rendesse. Ele queria agradá-la, fazê-la a mulher mais feliz do universo inteiro. — Esta noite é a sua noite, baby. É tudo sobre você. — Ele a soltou o tempo suficiente para deslizar para fora da tanga frágil, abriu as lisas, coxas tonificadas e finalmente provou a sua essência feminina. Doce e cremosa. Inebriante. Baron ignorou seus protestos choramingados quando ele rodou, acariciou e amamentou. Sua respiração engatou e empurrou seus quadris, mas ele não parou. Suas mãos desceram para agarrar a cabeça dele enquanto ela se contorcia. Ele estava tão faminto por ela, desesperado para agradar que aumentou a intensidade. Seus dedos cravaram em seu couro cabeludo, ela estremeceu e gritou seu nome.


Baron puxou-a em seus braços, segurou-a até que os tremores diminuíram. Em seguida, ele a pegou e levou para o quarto. A luz do corredor derramando no quarto. Ele a colocou contra as almofadas em cima do edredom floral coral, beijou os lábios e deixou cair sua testa na dela. Seus olhos se abriram e ela estendeu a mão para tocar seu rosto fugazmente. — Você finalmente vai tirar a roupa? Não havia nada que ele queria mais. Ele estendeu a mão para sua camisa, em seguida, lembrou-se. — Você tem camisinha? Ela gemeu. — Ah, não. Esqueci completamente. Como eu poderia pensar em tudo, menos isso? Ele beijou-lhe os dedos e acendeu a lâmpada de cabeceira mais próxima. A visão de seu corpo nu tonificado deteve-o. Gloriosa. Que legal. Ele era um idiota por passear sem preservativo dentro do alcance. Ele não tinha nenhum, não em algum compartimento secreto em seu SUV ou escondido em algum lugar em sua carteira. Ele viveu como um eunuco por seis meses e não havia nenhuma maneira que ele teria relações sexuais com Kara sem proteção. Talvez ele devesse pular atrás do volante, encontrar o posto de gasolina mais próximo e comprar caixas das malditas coisas. Não, ele não ia à lugar nenhum. Já era tarde e ela tinha que acordar para o bar mitzvah do sobrinho de Rick. Ele realmente deveria ir. Apesar da conversa de ânimo, Baron esticou o braço e arrastou um dedo para baixo de seu corpo, desde a ponta sensível de seu seio para o cabelo bem aparado entre suas coxas. Ela arqueou as costas, enrijecendo a coxa sob seu dedo. Havia tanta coisa que um homem poderia ter antes que ele enlouquecesse. — Venha. Debaixo das cobertas. — Ele puxou o lençol não muito gentilmente.


— Por quê? — Apesar da pergunta, ela rolou para o lado, ajudou a puxar o edredom e deslizou por baixo. Baron enfiou-a, puxou as cobertas todo o caminho para seu pescoço. — Você me distrai. Ela arregalou os olhos, em seguida, sorriu. — E isso é ruim como? — Não posso fazer amor com você sem proteção e ainda não vou embora até que eu ouça sobre tudo que você andou fazendo. — O olhar dela escorria pelo seu corpo e parou no bojo ainda duro por trás de seu zíper. O órgão entusiasmado demais respondeu à ela com um pontapé. — Não me olhe assim também, ou ultrapassarei a fina linha — ameaçou. Kara riu. — Eu posso cuidar disso para você. Baron gemeu. O pensamento da boca deliciosa de Kara em volta do seu membro inchado era tão atraente aos olhos. Não, era cedo demais. — Deixarei para próxima, na qual pretendo fazer valer todo o investimento. Desta vez, ela riu forte, o som tão doce e despreocupado que Baron viu-se sorrindo. Ele estabeleceu seu grande corpo ao seu lado, apoiou a cabeça contra dois travesseiros e a encarou. Ele colocou um fio de cabelo rebelde atrás da orelha, seus dedos persistentes. Amar Kara Michaels seria um trabalho em tempo integral com revelações sensuais em cada esquina. Que sorte poderia obter um cara?


CAPÍTULO 14 — Você está brilhando. Por quê? — Renee inclinou a cabeça e riu. — Não me diga. Ele estava aqui. Kara sabia que sua amiga se referia à Baron. O lindo homem deixou sua cama meia hora atrás. — Bom dia para você também. Roupa bonita. Fico feliz que você se lembrou que vamos à uma sinagoga muito conservadora. — Renee fez uma cara engraçada. — Ele ainda está aqui? — Ela empurrou passando Kara, sua cabeça se movendo da direita para a esquerda enquanto espiava dentro da sala de estar, sala de jantar e cozinha. Ela virou e apontou o polegar em direção ao quarto, um sorriso maroto no rosto. — Pare com o teatro. Ninguém está aqui a não ser eu. — Kara apertou o cinto do roupão e começou a avançar. — Se você quer um pouco de café, a máquina de café está ligada. Eu vou me vestir. — Espere. — Renee bloqueou o caminho de Kara e apontou para a sala de estar. — Para o sofá. Vamos conversar primeiro. Kara suspirou, voltou e se jogou na cadeira mais próxima. — O que você quer saber? — O que colocou aquele brilho em seu rosto? Onde ela deveria começar? A terrível língua do Baron e sua forma de amar? A maneira como ele a encheu com histórias de família até o final, então a segurou em seus braços enquanto ela dormia? Ou a forma desavergonhada que o encantou com detalhes de sua sessão de depilação e quase a convenceu a deixá-lo conferir os resultados de novo? Como se


ele não tivesse visto pela primeira vez. Talvez tenha sido uma ilusão de sua parte, e ser solidário e atencioso era seu MO com as mulheres com quem namorou. Kara não se importava. Ela desfrutaria de seu tempo juntos e não teria arrependimentos ou se preocuparia com o que aconteceria depois. Renee estalou os dedos na frente do rosto de Kara. Kara golpeou-lhe a mão. — Pare com isso. — Você olhava para o espaço com um sorriso idiota na cara. Confesse. Kara riu. — Eu tive uma noite muito relaxante, que, como você bem sabe, acontece depois de eu visitar Chloe. Renee ergueu a sobrancelha. — Mesmo você não recebendo uma massagem de corpo inteiro? Kara deixou o comentário passar, mas o fato de que Renee sabia sobre o que ela não fez no spa indicou que suas amigas conversaram depois que ela saiu. Não que ela estivesse com raiva. O jeito que ela correu para fora do spa poderia fazer alguém pensar sobre o que ela faria. — Estou animada por ir ao bar mitzvah. Você sabe como eu amo eventos culturais. Renee tirou os sapatos, enfiou os pés debaixo dela e cruzou os braços. — Pena que não irá. Kara fez uma careta para ela. — Ok, intrometida. É oficial. Eu estou tendo um caso com Baron. Algo brilhou na profundidade dos olhos de Renee. Tristeza ou arrependimento? Kara não poderia dizer, mas aumentou seu desconforto quando sua amiga permaneceu em silêncio. — Diga algo? — Será que wow é suficiente? Quer dizer, eu sei que eu a empurrei para ir para ele, mas eu nunca pensei que você realmente iria com ele. Kara riu. — Você pensou errado, e você não me fez fazer isso, Renee. O muito tempo me fez tomar a grande decisão sozinha.


Renee riu, sacudindo a cabeça. — Ok. Certifique-se de que você tenha muita diversão. Assim, uh, me faça um favor. Não se apaixone por ele. Tarde demais. — Por que você diz isso? — Baron e Chase prometeram nunca se casar até que seu irmão mais velho faça. Lex está com trinta e cinco anos e não parece estar com pressa para se estabelecer, o que significa que a dupla dinâmica não está pronta para qualquer coisa séria. Então, o que você decidir, não caia pelo homem. Com essas palavras, Renee efetivamente abateu o alto astral de Kara. Ela queria perguntar à sua amiga onde ela teve sua informação, mas decidiu não ir para lá. Esperando que seus sentimentos não se mostrassem em seu rosto, Kara sorriu e deu um pulo. — Para sua informação, amor e felizes para sempre depois não fazem parte desta equação. Tenho duas semanas para depois voltar à minha nova loja. — A semana terminou noite passada ou ontem à noite foi a introdução, prelúdio, um brinde? Ela mostrou a língua para Renee e partiu para o quarto dela. — Eu vou me vestir. Apesar de sua atitude blasé recém-adquirida em direção à um caso com Baron, a parte irracional e romântica tinha esperança que ele viesse a amá-la como ela o amava. Certamente duas semanas sozinhos poderia fazer um coração ficar mais afeiçoado. Kara entrou em seu armário para escolher uma roupa. Mesmo o pensamento cruzando sua mente, Kara sabia que a ideia era fantasiosa. Baron disse que era louco por ela há anos. Se em todo esse tempo seus sentimentos não ficaram mais fortes, então as chances de que eles cresceriam eram bem menores que zero. Onde isso a deixava?


Kara repreendeu-se por ouvir a sua amiga e começar a questionar sua decisão. Foi por isso que um caso em Idaho pareceu tão atraente. Sem amigos interferindo a cada segundo e adivinhando cada movimento seu. Ela não tinha expectativas razoáveis que poderiam resultar em sair magoada. Ter seu rebelde coração em conflito com o seu lado lógico era algo que ela teria que resolver. Suspirando, Kara escorregou em uma longa saia bordada com babados e um top sem mangas. Ela acrescentou o casaco combinando, com a frente aberta, em seguida, saiu do armário para se juntar à sua amiga. Ela tentou recapturar seu humor de mais cedo, mas falhou miseravelmente. Estar ao volante enquanto seguia as direções de Renee e conduzi-las em direção à Sherman Oaks manteve seus demônios na baía, mas era uma solução temporária. Porém, ela deve ter enganado Renee, porque sua amiga não percebeu nada de errado. Olhares curiosos se voltaram quando elas deixaram o carro e foram em direção à entrada da sinagoga. Algumas pessoas sorriram e alguns disseram shalom, mas ninguém se preocupou em disfarçar o interesse nelas. Renee começava a resmungar sobre os olhares quando viram Raul e Rick. Ambos os homens usavam ternos pretos, camisas brancas e o solidéu tradicional em suas cabeças. Eles trocaram abraços e elogios, se juntaram aos pais de Rick, e entraram. Kara foi arrastada pela cerimônia. Este era o seu primeiro bar mitzvah, mas ela não se sentia fora do lugar. Renee e ela seguiram o exemplo de Rick, levantaram e sentaram quando foi o caso, leram as palavras em inglês no guia impresso enquanto os outros cantavam ou entoavam em Yiddish. Logo o aniversariante estava lendo a Torá com o rabino e seu pai ao seu lado. Discursos seguiram. Finalmente, ele caminhou ao longo do corredor, enquanto a congregação jogou flores para ele. Kara não foi a única a secar lágrimas.


*** Baron dirigia pela rua arborizada que levava à casa de Kara com a sua janela abaixada, e um sorriso no rosto. Sua disposição ensolarada combinava com o final de maio, o clima perfeito para piqueniques ao ar livre com a família. Ele precisava se descontrair. Ele preferiria muito mais relaxar com Kara em um ambiente mais íntimo, fazendo coisas íntimas, e não com uma casa cheia de parentes intrometidos e barulhentos. Baron estacionou, acenou para um vizinho vistoriando seu carro, e olhou para a fachada de tijolos do edifício. Suas cortinas estavam fechadas, mas como um míssil sentia o calor, ele sabia que ela estava em casa, esperando por ele. A imagem dela ontem à noite voltou a ameaçálo. Doce Kara, tão sensível, natural e desinibida. O sabor dela estava incorporado em seu sentido e seus gemidos ainda tocavam em seus ouvidos. Ele não sabia onde encontrou a força para passar a noite com ela sem encontrar alívio. Pela primeira vez em toda a sua vida adulta, ele ignorou as suas próprias necessidades para agradar uma mulher e danese se não se sentiu bem. A partir de amanhã ele se entregaria à ela, onde e quando quisesse. Kara abriu a porta quando ele tocou a campainha e desejo ricocheteou em suas veias com a velocidade de um raio. Ela parecia deliciosa. Seu rosto estava impecável. Seu cabelo amarrado deixava a longa coluna de seu pescoço exposta e convidativa. Tudo o que ele tinha a fazer era abaixar a cabeça e dar uma mordida. O vestido branco sem mangas apresentava suas sensuais pernas e acentuava suas curvas. O decote, apesar de alto e recatado, só o fez querer abaixá-lo e chegar aos tesouros escondidos embaixo. Baron lutava para respirar, pensar.


— Na hora certa — disse ela com um sorriso atrevido, como se soubesse o efeito que ela tinha sobre ele. — Venha. — Como diabos ele passaria pelo jantar sem tocá-la? Sua família observaria cada movimento seu, como gaviões. — Baron? Ele limpou a garganta para falar, mas não conseguia lembrar o que eles falavam. — Você está... incrível. — Obrigada. Você não está mal também. — Ela deu outro sorriso radiante. O homem estava em apuros. Se ele a tocasse agora, eles não iriam para o piquenique e conhecendo sua mãe, ela mandaria a cavalaria atrás deles. — Você está bem? Eu perguntei se você entraria — disse Kara, interrompendo seus pensamentos novamente. — Não... sim. Quero dizer, sim, eu estou bem e não, não posso entrar. Nós precisamos ir. — Ok. Vou pegar minha bolsa. Não foi até que eles estavam em sua SUV que Baron pôde tocá-la sem perder a cabeça. Ele estendeu a mão e correu os dedos ao longo do lado do pescoço dela, efetivamente fazendo-a virar a cabeça em direção à ele. — Eu disse que você está linda? — Sim, mas não me importo de ouvir isso de novo. Ela estava em um estado de espírito de provocação. Ele gostava disso. — Então eu continuarei dizendo toda a tarde. A propósito, você esqueceu algo. Ela olhou para a bolsa e vestido depois para ele. — O quê? Ele bateu os lábios e piscou. — Bem aqui. Ela fechou a distância entre eles e apertou seus lábios doces com os dele. Foi um breve e casto beijinho, mas calor passou por meio dele. — Eu pensei que você que havia esquecido.


— Não. Se eu te beijasse, não iríamos a lugar algum. Kara sorriu. — Então, por todos os meios, vamos voltar lá, trancar a porta e jogar a chave fora. Baron começou a rir. Pela primeira vez, ele conheceu uma mulher que não tinha vergonha de mostrar que ela o queria. Ele adorou. Ele capturou sua boca atrevida com a sua para um arder lento. — Se eles não estivessem nos esperando... — ele sussurrou contra seus lábios, em seguida, inclinou-se para trás. Sua língua varreu o lábio superior como se saboreando seu gosto, seus olhos não deixando o seu. Baron sufocou um gemido. A tarde seria uma longa tortura. — Onde exatamente você me levará? — Ela perguntou quando ele fugiu. — Para a casa da minha mãe, para um piquenique familiar de sábado à tarde. Mamãe está ansiosa para falar com você novamente. Jade, Ashley e Faith perguntaram sobre você também. Ash quer apresentá-la à seu marido. Jade ficou noiva também. — Eu não sabia disso. Quando? — Há alguns meses. De acordo com os jornais, as duas mulheres passaram pelo inferno, há alguns meses. Jade quase morreu nas mãos de um admirador psicótico, e Ash teve que testemunhar contra um incendiário, que a queria morta. — Isso soa muito bom. Baron coçou a lateral do nariz. — Eu não sei nada sobre isso. Os caras sabem que estamos a observá-los. Kara sorriu. Os homens Fitzgerald eram altos e grandes. Lidar com um era esmagador o suficiente. Um grupo deles poderia ser intimidante. Ela não invejava ninguém casado em sua família. O casamento de Ash era um assunto privado por causa do processo


judicial. A família provavelmente não queria mais publicidade. Kara ouviu falar sobre isso depois que aconteceu. — Faith se casou também? Baron riu. — Não há homem vivo que poderia domar a nossa Faith. Ela encontrou sua prima algumas vezes. Faith era linda, com um corpo de uma modelo, mas era contundente ao ponto de descortesia. — Quantas pessoas estarão lá? — Minha família e alguns primos, tios e tias. Kara gemeu. — Todo o clã Fitzgerald? Não admira que você esperou até o último minuto para me contar. — Pensei que você poderia me salvar se soubesse. — Baron riu, mas quando ela não respondeu, ele atirou-lhe um olhar e pegou seus olhos apertados. Uma pontinha de culpa passou por ele. — Se você realmente não quer ir, eu posso virar e te levar para casa. — E o que diria à sua família? Ele sorriu. — Você se acovardou. Kara lhe golpeou o braço. — Você não ousaria. — Ou que não poderia lidar com o seu ruidoso falar e bisbilhotice. — Oh, por favor. Tenho quatro tias que já afinaram a arte da bisbilhotice. Desenvolvi uma pele grossa. O problema com a sua família, Baron, é que é enorme. O que há com vocês e ter muitos filhos? Baron deu de ombros. — É uma tradição Fitzgerald. Meu avô e seus três irmãos tinham 10 a 12 crianças cada. — Eles cultivavam em árvores ou em campos de milho? Baron riu. — Os ruidosos velhos brincavam com tantas mulheres. — Vai entender.


— Mas eles cuidaram de todos e de cada uma dessas crianças e, se possível, deu-lhes seus sobrenomes. Isso diz muito sobre eles. Kara revirou os olhos. — E suas esposas nunca se divorciaram. — Porque elas não sabiam de nada. O divórcio não era visto com bons olhos naqueles dias e elas ficaram e sofriam em silêncio. — Baron fez força para não rir do tom indignado de Kara. — Não sei nada sobre isso. Minha tia não tem nada a dizer, a não ser coisas boas sobre seu marido. Pergunte à ela quando chegar em casa e verá o que ela diz. — Sua tia-avó ainda está viva? — Ah sim, e Tia Sophia tem opiniões sobre tudo, especialmente a atitude das mulheres hoje em dia. Acho que vocês duas terão um debate animado. — Por quê? Ele sorriu. — Você verá.

*** Kara não poderia apreciar o passeio panorâmico ao longo de Palos Verdes Drive West e apenas meio ouviu contos de Baron sobre caminhadas de verão e passeios à cavalo sobre estas colinas. Quanto mais se aproximavam da mansão, mais tensa ficava. Estele sabia que ele traria Kara para o piquenique da família? E se seus temores sobre a desaprovação de Estele acabassem por ser verdade? Ela poderia vir com uma desculpa e pedir à Baron para levá-la para casa. Não, que tomava o caminho da covardia. Não importa quão curto era o seu caso com Baron, ela não tinha vergonha de estar com ele.


Os portões foram abertos e carros, caminhões e motos alinhavamse no largo caminho que conduzia ao pátio pavimentado. Kara deu um olhar arrebatador à paisagem bem mantida, canteiros de flores, palmeiras e arbustos, antes de estudar a mansão Mediterrânea. Ela era enorme. Baron lhe dissera anos atrás que quando seu irmão voltou para casa, ele adicionou uma ala extra, mas não se podia diferenciar a velha da nova fachada olhando para a casa de dois andares. Baron estacionou atrás de um Jaguar prata, fechando-o. — O carro de Lex... ele não vai a lugar nenhum — ele explicou quando desligou o motor. — Pronta para entrar? Os sons de crianças gritando, música e conversa chegou aos ouvidos de Kara, e alguns meninos pré-adolescentes em sunga correram do lado esquerdo da casa e passaram atirando, quase não dando atenção à Baron e ela. É claro que ela não estava pronta, mas não havia como voltar atrás agora. Ela assentiu com a cabeça, mas algo deve ter denunciado o seu nervosismo porque Baron agarrou sua mão e disse: — Eles não são tão ruins. Além disso, ninguém a incomodará enquanto eu estiver por perto. — Você é meu herói. — Não, querida. Eu sou seu homem, o que é uma relação muito exclusiva, por isso não revire os olhos — acrescentou, quando ela revirou os olhos. Ela riu e ele se juntou à ela. De mãos dadas, eles caminharam passando o portão interior para a porta em arco. Uma Estele radiante em um charmoso terninho cor de limão e pérolas de cadeia dupla ao redor de seu pescoço abriu a porta, aceitou um beijo de Baron, em seguida, virou e envolveu Kara em um abraço de boas-vindas.


— Estou feliz que você pôde vir Kara. — Ela deu um passo para trás e acrescentou: — Tia Sophia está na sala de estar, Baron. Apresente Kara para ela antes de se juntar à todos na parte de trás. Eu preciso discutir algo com Lex, mas estarei lá em breve. — Sorrindo, ela acenou e correu em direção à grande escadaria. Kara suspirou de alívio. Ela esteve preocupada com nada. O sorriso acolhedor de Estele foi quente e genuíno. Baron levou-a através do hall de entrada com seu piso de madeira, teto alta, e lustres de cristal para uma entrada em arco através da qual ela podia ver duas mulheres mais velhas. Desde sua visita passada, ela achara a arquitetura de colunas trançadas, a arcada, os elevados nichos de parede em arco e os degraus teatrais interessantes e originais, e o silêncio na mansão era inquietante. Hoje, o ruído do quintal filtrava para dentro da casa. — Baron — uma das tias disse e caminhou em direção à eles. Ela era uma mulher alta, com um vozeirão. A única idosa com óculos permaneceu sentada e balançava para trás e para frente, cantarolando baixinho. — Eu estava prestes a ir ver o que seus tios faziam, mas primeiro eu quero conhecer esta jovem mulher que você trouxe para casa — disse a tia parando diante deles. — Tia Vivian, Kara Michaels. Kara, esta é minha primeira e única tia Vivian. — A mulher riu da apresentação de Baron. Na noite anterior, ele regalou Kara com anedotas sobre sua indomável tia Vivian, a guarda da família Fitzgerald. Com sua altura impressionante e voz retumbante, Vivian Fitzgerald-Ward era uma figura muito intimidante. Kara levantou o queixo e sorriu. — Tenho o prazer de conhecê-la, minha senhora. Vivian olhou para baixo do nariz para ela e bufou. — É mesmo? Como você conheceu o meu sobrinho, Sra. Michaels? — Perguntou ela.


Kara piscou, aturdida pela grosseria da mulher. — Eu trabalho em sua Galeria. — Ela é sua empregada? — Vivian disse como se Kara fosse algo que rastejou de debaixo de uma pedra e caiu em seu prato. Sua testa franziu, o olhar de censura se deslocando para Baron. — De um valor inestimável — Baron respondeu com um sorriso e deu um beijo na bochecha de sua tia. — Você está muito bem, como de costume, tia Viv. Sua tia o dispensou com um aceno curto, apesar de seu sorriso, ela gostou do elogio. — Não tente me encantar, você, menino travesso. Um patrão e um empregado... as pessoas desaprovam esse tipo de relacionamento. Kara se irritou com seu tom. Antes que pudesse chegar à uma resposta, Baron falou. — Mas você e eu sabemos que as regras são feitas para serem quebradas. — Ele continuou a sorrir, obviamente, não levando o desprazer de sua tia a sério. — Eu sei que existe tal coisa. — Ela lançou um olhar fulminante à Kara. — O que exatamente você faz para o meu sobrinho, Sra. Michaels? — A mulher fez soar como se Kara passasse horas em suas costas, em vez de realmente trabalhar. Baron começou a falar, mas Kara silenciou-o com um olhar desagradável. Era culpa dele que ela estava nesta situação. Lidar com pessoas intrometidas e julgamentos era uma das razões que ela queria que o seu caso ocorresse em Idaho, mas oh não, ele tinha de convidá-la para a sua grande, gorda tarde de domingo, um piquenique irlandês. — Eu sou uma curadora de arte — disse Kara com calma, mas a voz firme, os olhos fixos em Vivian. Ela se recusou a pedir desculpas por sua decisão de ter um caso com Baron. — É mesmo? E o que faz um curador de arte? Os olhos de Kara se estreitaram. — Eu restauro pinturas à óleo a partir do século XIX até peças contemporâneas para instituições públicas


e privadas, colecionadores e outros da galeria de Baron. Eu limpo, reparo rasgos, água e danos de fogo, conservo murais, e avalio coleções. — Sua voz ficou calma e sem animosidade, mas por dentro ela estava furiosa. Ninguém nunca questionou sua conduta ou experiência até agora. Kara nem sabia por que se sentiu compelida a se explicar para essa mulher irritante. — Há quanto tempo você trabalha para o meu sobrinho? — Vivian estalou, seus olhos ainda estreitos com desaprovação. — Cinco anos. — Quando começaram seu relacionamento... — Chega tia Vivian — Baron estalou com uma voz forte. — Kara é uma amiga e não deixarei você assustá-la com este interrogatório sem sentido. Desde quando convidados nesta casa listam suas credenciais? Vivian estreitou os olhos e olhou para Baron. — Jovem... — Falo sério, tia Viv. Ela bufou. — Você tem razão, não listam. Mas alguém tem que impedir a ralé de poluir a raia genética da família. — Ela olhou para Kara, então bufou novamente. — Acho que te devo um pedido de desculpas, Sra. Michaels. Kara teria gostado de dizer: Não há necessidade, mas Vivian não soava ou parecia se desculpar. Furiosa demais para falar, ela apenas olhou para trás. — Posso não concordar com a maneira como vocês, jovens, fazem as coisas, mas o meu sobrinho é um homem adulto, livre para fazer o que quiser. — Ela ofereceu a mão para Kara. — Foi interessante conhecer você. — Mais uma vez, Kara não falou, apenas balançou a mão oferecida, então, viu como Vivian voltou em direção à parte de trás da casa. Aquela mulher não tinha nada que tratá-la como se ela fosse escória. Baron passou um braço sobre os ombros. — Acho que você ganhou o seu cargo.


Kara tirou o braço. Ele não podia ver como ele a colocara em uma posição intolerável por trazê-la aqui? — Acredite em mim, não era a minha intenção — disse ela através de seus dentes. — Vir aqui foi um erro. — O que você está falando? Como ele podia ser tão estúpido? Ela olhou para ele. — Toda vez que alguém me perguntar como nós ficamos juntos, eu terei que explicar. Ele passou as mãos para cima e para baixo nos braços, sua expressão de remorso. — Não, você não vai. É meio difícil parar tia Viv uma vez que ela começa, por isso normalmente é melhor deixá-la fazer sua coisa e seguir em frente. — Ele olhou para ela com sinceridade. — No entanto, eu prometo que ninguém fará perguntas pessoais para você novamente. Kara balançou a cabeça e se afastou dele. — Eu sei que eles não vão, porque eu vou embora. — Vamos lá, baby. Ela balançou a cabeça. — Eu quero ir para casa. Ele olhou para ela por alguns segundos, em seguida, esfregou a nuca. Quando voltou a olhar para ela, sua expressão era mais resignada do que irritada. — Tudo bem, Kara. Se você está desconfortável, então a levarei de volta. A facilidade com que ele cedeu apenas a irritou mais. Por que ele não poderia insistir um pouco mais para convencê-la a ficar? O que acontecia com ela? Não podia nem mais decidir o que queria.


CAPÍTULO 15 Kara engoliu em seco e se virou em direção à porta, tão desesperada para sair que ignorou a risada profunda que emanava atrás dela. É melhor ele não estar rindo de mim ou o farei se arrepender. Quando recomeçou, ela se virou na direção do som e congelou mortificada. Ela esqueceu completamente a presença de sua outra tia. Pela carranca no rosto de Baron, ela não era a única. — Tia Sophia — disse em tom de desculpa. — Então, você finalmente se lembrou de mim. — A mulher idosa balançou a cabeça, em seguida, voltou seu olhar na direção de Kara. — Vem cá, filha. Deixe-me dar uma olhada em você. Kara soltou um suspiro e disparou um olhar para Baron, mas ele estava carrancudo. Por que ele estava incomodado? Esta confusão era culpa dele. Kara caminhou lentamente para sentar-se ao lado da mulher de óculos. — Enfrentar Vivian, não se juntar às travessuras de meu grande sobrinho, eu gosto disso. — Ela pegou a mão de Kara e afagou. — Eu sou a tia-avó de Baron, mas você pode me chamar de tia Sophia. — Sua voz tinha uma cadência suave. — É bom conhecer você, tia Sophia. Sou Kara Michaels. — Kara, um nome tão bonito. Os seus pais são desta área, querida? — Meus pais são do Texas, mas vivem em San Diego agora. — Por que você não vive perto deles? — Ela olhou para Baron. — Pare de pairar, criança. Não vou machucá-la. — Depois que ele se sentou,


ela continuou falando com Kara. — Você não sabe que as crianças precisam estar próximas da família? Ela parecia ser a mãe de Kara. — Meu trabalho é aqui. — Sim, eu ouvi. Você é uma jovem realizada. Há espaço em sua vida ocupada para um marido e filhos? Baron avisou sobre essa mulher aparentemente suave com uma voz de aço. Ainda assim, sua franqueza era inquietante. Ou talvez franqueza fosse um traço dos Fitzgerald. — Eu amo o que faço Tia Sophia. Quando o homem certo vier, eu adoraria ter filhos. — Quantos? Kara corou muito consciente da presença de Baron. — Acho que dois seria bom. — Dois? Bah. — Por uns bons cinco minutos, a mulher falou sobre sua família e as alegrias da maternidade. Ela usou citações bíblicas para explicar por que ter mais filhos era a vontade de Deus. Kara sentou lá e acenou com a cabeça, mas em sua cabeça traçava a morte de Baron, pensando em maneiras dolorosas para fazê-lo pagar por colocá-la nisso. Ela ficou aliviada quando Sophia finalmente espantou-os para fora. —

Lembre-se,

minha

cara,

covardes

correm

quando

confrontados com dificuldades. Você não me parece um. Só assim, as intenções de Kara de ir embora foram anuladas e sem efeito. Ela olhou para Baron para ver sua reação, mas seus olhos estavam ilegíveis. Quão diferente ele esteve em sua casa, brincando com ela e rindo. Ela queria o Baron feliz de volta. Não importava o quanto abominava pessoas intrometidas como sua tia Vivian, ela não poderia fazê-lo pular o seu piquenique de família. Kara tocou em seu braço. — Baron... — Por aqui. — Ele a levou por um corredor e abriu a porta à sua direita.


Kara encontrou-se em uma sala com uma máquina de lavar gigante, secadora de roupa e cestas de lavanderia de vime alinhadas e empilhadas em um canto. — O que fazemos aqui? Ele fechou a porta, encostou-se `s ela, e cruzou os braços. — Eu devo um pedido de desculpas a você e não quero que nos interrompam. Primeiro, eu não deveria trazer você aqui sem aviso prévio. Admito querer que você conhecesse minha família, mas fui egoísta ao não considerar como você se sentiria sobre isso. Em segundo lugar, eu não deveria ter deixado tia Vivian insultá-la com suas perguntas sem sentido. Eu sinto muito. Ela não podia negar o seu primeiro ponto. — Sua tia tem problemas de confiança, dificilmente isso é culpa sua. — O que faz você pensar que ela não confia em você? Porque a sua família tinha dinheiro e ele poderia ser vítima de uma garimpeira. Se ele não podia ver isso, não havia nenhum ponto em levantá-lo. — Não é nada. Talvez eu a entendi mal. — Eu duvido muito. — Ele esfregou os dedos ao longo de sua bochecha e riu. — Você é uma mulher incrível, Kara Michaels. Não, eu sou uma mulher apaixonada que não sabe se está indo ou vindo. Kara estudou seu belo rosto, a forma como o canto de sua boca se curvou quando ele sorriu. — Você acha? — Eu sei que sim. — Ele passou os braços em volta dela e puxoua contra seu corpo duro. Ele começou a beijá-la até que seus pulmões estavam tão vazios quanto sua mente, até que ela se esqueceu de onde estavam. Quando ele abrandou, ele pressionou sua testa contra a dela. — Vamos voltar para a sua casa e ter o nosso próprio jantar privado. Kara acariciou seu rosto. — Não, eu acho que nós deveríamos ficar. Os olhos azuis afiaram. — Você tem certeza?


— Absolutamente. Só não me pergunte por que eu fico mudando de ideia. Ele riu. — Então, vamos enfrentar a multidão. Mas se eles forem esmagadores, diga uma palavra e nós fugimos. Combinado? — Combinado. Ele pegou a mão dela e abriu a porta para encontrar Chase descansando na parede oposta, com os braços cruzados, com um sorriso no rosto. — Eu venho debatendo se continuo montando guarda enquanto vocês dois fazem o que quer que seja. — Chase mexeu sua testa. — Ou penduro o sinal Não Perturbe na porta e oro para a mamãe não encontrálo primeiro. Baron ignorou e olhou para Kara. — Você tem certeza que não quer reconsiderar e sair agora? Kara apenas riu, seu olhar mudando entre os dois irmãos. Com ambos vestidos de preto, eles eram tão parecidos que era estranho. Se não fosse pelo cabelo longo de Chase e a cicatriz no queixo de Baron, eles poderiam facilmente enganar as pessoas, mas não ela. Baron tinha uma presença que faltava em Chase. — Oi, Chase — disse ela. — Ei, linda. — Chase inclinou a cabeça e deu um beijo em seus lábios antes dela perceber suas intenções. — Que história é essa de sair? — Não é nada — disse Kara, olhando para Baron para ver sua reação ao beijo. Ele estava carrancudo. — Meu irmão quer mantê-la para si mesmo — disse Chase, ignorando Baron. — Ele não pode suportar a concorrência. Kara piscou. — Que concorrência? Ele lançou um olhar à Baron. — Você não disse à ela? Vai entender. — Ele olhou para Kara mais uma vez, um brilho travesso em seus olhos azuis. — Você vê, eu tinha essa fantasia sobre...


— Vá encontrar alguém com quem fantasiar — Baron rosnou. Chase riu como se desfrutasse de uma piada particular. — Eu sei, eu sei. Ela tem dono. Você tem uma irmã, Kara? Eu ficaria para sempre em dívida com você se me apresentasse. Kara sorriu. — Desculpe, ela está feliz no casamento. Chase soltou uma exagerada exclamação. — Ainda bem. Eu nunca me amarrarei à uma mulher. Não é justo para as outras lá fora. — Ele piscou para Kara. — Mantenha um lugar para mim, linda. Eu quero saber o que você anda fazendo, quando o meu irmão não estiver carrancudo e pairando como ele está agora. Baron pegou a mão de Kara, continuaram no corredor enquanto Chase foi em direção ao foyer. A conversa que Kara teve com Renee sobre Chase e Baron voltou para assombrá-la. — Ele fala sério sobre nunca se casar? — Nah. Uma vez que ele encontrar a mulher certa, ele vai. — E você? Baron levantou uma sobrancelha. — Eu o que? — Você consideraria se casar com a mulher certa? Ele apertou a mão dela. — Em um piscar de olhos. Esperança correu dentro de Kara pela convicção em seu tom. Ele ainda acreditava em relações monogâmicas apesar do que Valerie fez com ele. E não havia nada de errado em ter esperança de que ela fosse a mulher para ele. Kara olhou em volta com interesse enquanto caminhavam em direção à porta dos fundos. À sua direita, uma porta de vidro levava para a cozinha, onde Kara poderia ver muitas bandejas cobertas em balcões de granito e mulheres conversando e preparando bebidas. À sua esquerda havia uma entrada em arco levando para a sala de jantar com uma mesa cerejeira oblonga e cadeiras, e um correspondente armário


chinês. Com piso em mármore, lustres de cristal, obras de arte originais e mobiliário antigo, a casa Fitzgerald era bastante impressionante. No entanto, era acolhedora o suficiente para que Kara pudesse imaginar Baron correndo ao longo dos corredores como uma criança ou estudando algumas das figuras inestimáveis colocadas fora do alcance em prateleiras de vidro. A última entrada em arco levava para a sala de família de alto teto com uma TV de tela grande e uma mesa de sinuca. Um grupo de homens assistia ESPN enquanto um bando de adolescentes jogava um jogo de bilhar. — Hey, Baron — alguém gritou e cabeças se viraram. Baron levou Kara para a sala. — Pessoal, eu quero que vocês conheçam Kara Michaels. Kara, Tio Larry — ele apontou para um homem careca que a saudou com uma garrafa de cerveja. — Tio Sigmund... Tio Jonas... Kara não podia guardar os nomes, então ela apenas sorriu e acenou com a cabeça. Uma vez que eles terminaram, eles saíram. O grande número de pessoas era assustador. Junto ao deck coberto, homens e mulheres debruçados sobre mesas redondas jogavam xadrez, dominó, ou jogos de cartas, alguns sendo rostos conhecidos de revistas, jornais e televisão. Duas barracas com longas mesas e cadeiras foram erguidas no gramado, metade dos assentos já tomados pelos tagarelas adolescentes. As crianças mais jovens nadavam na piscina olímpica, outros estavam na sombra ou descansavam na hidromassagem. Havia jogos de Tênis e Basquete acontecendo nas quadras à esquerda. À direita, um grupo de meninas estava no gazebo e ouviam música de um iPod em uma estação de encaixe com alto-falantes. Baron deu a volta e apresentou Kara para mais tios e primos. Os homens Fitzgerald eram de tamanhos diferentes. Alguns eram lustrosos e ostentavam tatuagens enquanto outros eram completamente limpos e


bem vestidos. Suas mulheres, algumas empresárias e figuras respeitadas em suas áreas, outras casuais, eram elegantes de um jeito discreto, a aura de privilégio e contentamento pairava sobre eles como um manto. — Junte-se à nós, Kara — a irmã de Baron, Jade, disse atrás deles um pouco depois, e Kara suspirou de alívio. Seu rosto doía de muito sorrir e sua boca estava seca de toda a conversa. Baron franziu a testa. — Ela não encontrou Tio Mo e... — Ela pode fazer isso mais tarde, Baron — Jade cortou. — Além disso, você precisa chamar os jogadores. Está na hora. Baron sorriu e explicou. — Nós vamos jogar basquete. É uma espécie de tradição nestes piqueniques. — Ele se inclinou para sussurrar: — Não se preocupe quando ficarmos bravos e desagradáveis durante o jogo... é tudo apenas para aparecer. Kara não pôde deixar de rir. — Acho que vou gostar disso. — Bom. — Ele apertou os ombros e deu um beijo em sua testa, depois olhou para Jade. — Cuide bem dela. Kara ficou olhando para ele enquanto caminhava em direção à casa, em seguida, virou para encontrar os olhos de Jade sobre ela. — O quê? — Vocês dois ficam bem juntos. — Não é nada disso. Jade riu. — É exatamente isso. Eu nunca vi o meu irmão tão feliz. — Jade colocou um braço em torno dos ombros de Kara. — Vamos lá, vamos nos juntar aos outros. O rosto de Kara esquentou, mas, felizmente, Jade deixou o assunto. Kara gostava de Jade, uma professora de história da arte na UCLA e alguém com quem ela colaborou antes. Ela também visitou a galeria, muitas vezes, de modo que Kara estava confortável em torno dela. As mulheres que se juntaram eram primas de Baron – Ashley, Faith e Teal,


a aeromoça – e não mencionaram seu relacionamento com Baron também. Em vez disso, elas queriam saber sobre o futuro da loja de Kara. Aparentemente, Estele disse à elas. Logo as crianças deixaram a piscina e agarraram as toalhas, os jogos na plataforma pararam e até mesmo a turma que assistia a TV abandonou suas posições dentro de casa, as pessoas se moveram em direção à quadra de basquete. Jade conduziu Kara à um grupo de cadeiras junto de outras mulheres. Os meninos mais jovens deixaram a quadra enquanto seus irmãos mais velhos, primos ou tios apareceram. A julgar pela torcida que cumprimentou os jogadores e as correspondentes camisas para as duas equipes, os Fitzgeralds levavam seu jogo a sério. O que se seguiu foi um show de testosterona pura e simples. Os jogadores tentaram driblar, jogar melhor e ofuscar o outro, sem vergonha por estarem diante de suas adoradas esposas e as amigas, mães e filhas. Kara logo foi pega no momento. Ela adorava um homem com o corpo bem definido e tinha uma boa visão enquanto os homens corriam para cima e para baixo na quadra, mas nenhum parecia tão magnífico como Baron. Não importava se eram arrogantes, vinte e poucos anos, olhos doces em seus trinta e quarenta, ou os senhores deputados mais velhos, mais refinados e sutilmente sexys com cabelo sal e pimenta bem aparados, os homens Fitzgerald eram abençoados com bons genes. Após acertar uma cesta de três pontos, Baron correu para o lado dela, parecendo todo delicioso e suado, e roubou um beijo. As orelhas de Kara ficaram quentes enquanto as mulheres e os homens aplaudiam a brincadeira de Baron. Ela só se sentiu melhor quando os outros homens se aproveitaram do momento e correram para suas esposas para mais beijos. Um cara lindo com cintilantes olhos cinzentos reivindicou os lábios de Ashley, sua mão esfregando seu estômago em um sinal revelador. Poderia Ashley estar grávida? Kara não foi a única a observálos. As outras mulheres sussurraram e sorriram.


Ela tirou o olhar de Ashley e seu homem para encontrar um cara alto dobrado sobre Jade. Ele era enorme. Adoração era a única maneira que Kara poderia descrever a expressão em seu rosto antes de beijar Jade. Ele tomou um longo tempo, fazendo com que algumas mulheres mais velhas nas proximidades abanassem seus rostos. Ambos os homens permaneceram depois que terminaram, até que suas mulheres os enxotaram de volta para o jogo. — Vocês, caras, fazem Faith parecer triste e patética — uma mulher há algumas cadeiras de distância disse. Ela era deslumbrante, mas havia algo cruel em seus olhos cinzentos. — Você deveria ter sentado com mamãe e Sean — acrescentou ela, inclinando a sobrancelha para Faith. — Você poderia conseguir um beijo também. Faith deu um arrepio visível e olhou para um distinto homem mais velho sentado do outro lado da quadra com Vivian Fitzgerald. Kara não foi apresentada para o homem, mas havia algo familiar nele. — Ignore-a — Ashley sussurrou. — Sean perguntou por você — continuou a mulher, não se incomodando com o olhar inquieto dos demais. — Ele veio hoje especificamente por sua causa, Faith. Jade murmurou algo sob sua respiração e se virou para a mulher. — Olívia, vamos tentar ser menos mal-intencionadas por apenas um dia. Você pode não ter notado, mas temos uma convidada. — Ela assentiu com a cabeça em direção à Kara. — Sim, a empregada de Baron — disse Olívia com desdém. — Ela é... — Cale a boca. — Faith virou, arrancou os óculos escuros e olhou para Olívia com os olhos apertados. — Você tem as maneiras de um babuíno. Só porque você é miserável não significa que precisa atirar nos outros. Você quer brigar comigo, pode vir. Estou aqui. Olívia olhou de volta.


— E só para constar — Jade acrescentou. — Se você mexe com a menina de Baron, você mexe com ele. — O jogo, Olívia — Faith disse entre dentes. — Vamos. — Tudo bem. — Olívia levantou e partiu para a casa. Faith jogou à Kara um olhar de desculpas e seguiu. — Desculpe, por você ter que ouvir isso, Kara. — O olhar de Jade mudou de sua prima se afastando de volta para Kara. — Baron disse que conheceu a tia Viv. Kara assentiu e esperava que sua careta não aparecesse. — Olívia é filha dela — Jade acrescentou com um olhar resignado em seu rosto, como se dissesse, eles são o esqueleto da família. — Não posso acreditar que eles se atreveram a convidar Sean depois do que ele fez — Jade sussurrou, seus olhos sobre seu noivo. — Você acredita que a tia Viv agiu pelas minhas costas e pediu à Vince para convencer-me a permitir que Sean projete o meu vestido de noiva? Os olhos de Ashley se arregalaram. — Não, ela não o fez. — Faith está projetando meu vestido, como ela fez o seu. — Então, como se lembrasse da presença de Kara, Jade olhou em sua direção e fez uma careta. — Desculpe o drama. Nem sempre é assim tão mau. — Ah, sim, nós somos — Ashley contradisse. — Ela precisa, assim, saber em que está se metendo. Temos algumas maçãs podres que não conseguimos nos livrar. — Sua atenção se voltou para os jogadores. Kara suspirou. De alguma forma, ela tinha de dissuadi-los da ideia de que o que ela e Baron tinham era um relacionamento sério. Antes que pudesse falar, Jade sussurrou algo, levantou e saiu. Em seguida, Ashley visivelmente tencionou e apertou seu estômago. — Você está bem? — Perguntou Kara. Ashley deu um sorriso radiante. — É o bebê. Ele chutou.


— De quanto tempo você está? — Seu estômago estava plano, assim como o de Briana. — Quase 16 semanas. — Ela olhou ao redor, em seguida, inclinou e sussurrou: — Além de tia Estele, Faith, Jade, e, claro, Ron, ninguém sabe ainda. Ela estava errada. A forma como ela ficava tocando em seu estômago, as outras mulheres tinham que ser cegas para não saberem, ou pelo menos palpitarem. Kara não podia deixar de comparar o rosto brilhante de Ashley com o beligerante de Briana de alguns dias atrás. Graças a Deus que sua irmã finalmente chegou aos seus sentidos. — Não parece — disse Kara. — Você acha? — Ashley sorriu e acariciou sua barriga. — O casamento de Jade será em poucos meses e eu pretendo ser uma dama de honra. Espero não estar muito grande. — Até então, Kara não seria mais parte da vida de Baron. Arrependimento caiu sobre ela. Como se seus pensamentos o conjurassem, Baron caiu na grama ao lado de sua cadeira. Encharcado de suor, pele bronzeada brilhando na luz da tarde, ele parecia totalmente lindo e feliz. Sem pensar, ela enxugou o suor em sua testa, olhou para cima, e pegou um grupo de idosas mulheres Fitzgerald observando-os. Ela congelou. Elas sorriram. Antes que pudesse puxar a mão, Baron pegou e levou-a aos lábios, dando um beijo em seu pulso. O corpo inteiro de Kara respondeu. — Você terminou de jogar? — Perguntou ela e gentilmente ele libertou sua mão. — Sim, é a vez das mulheres. Eu vou tomar um banho e me trocar. Você quer se juntar à mim? — Ele balançou a testa. Ashley riu. Kara, chocada com a sua ousadia, só podia ficar de boca aberta.


— Brincadeira, baby. Guarde um lugar para mim durante o jantar. — Ele apertou sua mão e saiu apenas para ser substituído pelo marido de Ashley. Ron beijou Ashley novamente, sentou e abriu a mão sobre o estômago dela. — Tudo bem? — Ele sussurrou. Ela cobriu a mão e sussurrou de volta, — Nós estamos bem. Ele está orgulhoso das habilidades loucas do seu paizinho. — É melhor que ela esteja. Eu pretendo fazê-la a melhor jogadora de bola que esta família já teve. — Ele — Ashley insistiu, rindo, em seguida, puxou a mão de sua barriga e se virou para Kara. — Querido, eu quero que você conheça Kara Michaels, a garota de Baron. Kara, meu marido, Ron Noble. — Bem-vinda à família, Kara — disse Ron, com os olhos brilhando. — Você já conheceu o Grinch? — Ron! — Ashley repreendeu-o, apesar de sua boca se contorcer. Ela deu à Kara um olhar de desculpas. — Ele quer dizer tia Viv. Kara fez uma careta. — Sim, Baron nos apresentou. Mas eu sou apenas uma convidada, nada mais. Ron trocou um olhar com Ashley que claramente dizia o contrário, em seguida, ele olhou para alguém sobre o ombro de Kara. — Você está procurando Jade? — Sim. Para onde ela foi? O dono da voz profunda veio à tona. Era o noivo de Jade. Seus olhos penetrantes esquadrinharam as pessoas no quintal, vigilância escrita nele. — Ela foi se trocar para o jogo — disse Ashley. — Que inferno — murmurou e decolou.


— Isso — Ashley explicou à Kara com um sorriso, — é Vince Knight, o noivo de Jade. Ela tem uma doença cardíaca, por isso ele tende a ser um pouco super protetor. Quem você acha que ganhará? — Ela perguntou, olhando para Ron. — Eu aposto em Jade. — Eu não tomo partido, querida, exceto quando se trata de você. Eu preciso ir ao chuveiro. — Ele deu um beijo em sua testa, olhou para Kara, e disse: — Foi bom conhecer você, Kara — depois se virou para seguir Vince. Ashley golpeou sua bunda e deu uma risadinha, fazendo com que Ron lançasse um olhar travesso. Uma mensagem silenciosa passou entre eles, e as bochechas de Ashley ficaram vermelhas. Seus olhos ainda brilhavam quando seu olhar conectou-se com Kara. — Vince é todo grosso, mas ele é um fofo total quando se trata de Jade. Ele vai vê-la como um falcão todo o jogo. É muito bonito. Não havia nada suave sobre Vince Knight. E chamá-lo de bonito era como dizer que um tigre enjaulado foi domesticado. Ele exalava força bruta e tinha uma presença palpável. Quanto à Ashley e Ron, Kara nunca viu um casal mais perfeito e mais feliz. Ela queria o que eles tinham. Com Baron. Da maneira como ele desceu e voou para ela em San Diego, ele já tinha a coisa heroica nele. — Então — disse Ashley, chamando a atenção de Kara. — Me conte mais sobre sua loja. Kara estava no meio da partilha de seu projeto, quando os aplausos chamaram sua atenção. As jogadoras entraram na quadra. Faith e sua equipe, que incluía Jade, sussurraram entre si e sorriram. Pareciam elegantes nas calças azul-marinho e camisas azuis e brancas. Olívia e suas meninas estavam em verde e amarelo, no outro lado da quadra. Diferente de Vince, que mantinha seu olhar sobre Jade, ninguém mais parecia estar ciente da tensão entre as jogadoras. Ou, se o faziam, não o demonstravam. Isso mudou quando o jogo começou.


No início, os seus torcedores aplaudiam com cada pontuação e bloqueio. Ambas, Olívia e Faith eram boas jogadoras, mas elas estavam tão determinadas a superar uma à outra que o jogo tornou-se sobre elas. A torcida parou. Abanos de cabeça e conversas privadas seguiram. Ashley assistiu ao jogo com uma carranca. — É só um jogo, querida — disse Ron se juntando a elas, tentando provocá-la para tirá-la do aborrecimento. — Não é. — Ashley estalou. — Elas deveriam aprender com Chase e Baron. — Enfrentarem-se no ringue de boxe? — Ron sugeriu. — Não me lembre. — Ela suspirou e então olhou para Kara e fez uma careta. — Seu homem e seu parceiro irmão gêmeo levaram Ron e Vince ao seu clube de boxe para uma luta assim que eles foram introduzidos à família. Segundo Chase, Ron e Vince necessitavam entender o que aconteceria com eles se não nos tratassem bem. — Ela rolou seus olhos. — Criamos um vínculo — corrigiu Ron. Ela acariciou sua bochecha. — Você veio para casa coberto de hematomas. Ele beijou a palma da mão. — Todos nós tivemos ferimentos de batalha, querida. Foi ótimo. É por isso que eu sou um membro do clube agora. — Eu odeio esse lugar. Mas divagamos. O que eu quis dizer — disse Ashley e olhou para Kara, — é que Faith e Olívia devem resolver suas diferenças em particular. Esta exposição pública é horrível. E só para você saber — acrescentou baixinho para o marido: — Eu não esqueci o que os dois fizeram. Eles prometeram fazer isso por mim e pagarão na íntegra. — Faça-os padrinhos da nossa filha — Ron brincou.


Ashley estremeceu. — Nosso filho ao redor dos dois? De jeito nenhum. Kara escondeu um sorriso. Da maneira que Baron manipulou sua irmã em San Diego, ele daria um padrinho incrível. E pai, uma voz sussurrou dentro de sua cabeça. Não gostando da direção de seus pensamentos, Kara mudou sua atenção para o outro Fitzgerald. Do outro lado da quadra, Viv e seu convidado assistiam ao jogo atentamente. Kara ainda não conseguia lembrar-se do homem, mas havia algo familiar nele. Quando Faith acertou uma cesta de três pontos, ele ficou de pé e aplaudiu, chamando a atenção. — Quem é ele? — Kara finalmente perguntou. Ashley seguiu a direção de seu olhar. — Esse é Sean, um designer que minha tia adotou anos atrás. — O reconhecimento se filtrou. Sean O'Neal não era qualquer designer. Seus vestidos de alta costura eram usados por celebridades e realeza europeia. Pelo que ela sabia sobre ele, a partir de revistas de moda, sua base estava em Dublin, na Irlanda, mas ele tinha showrooms em Nova York e LA. Pela conversa anterior entre Faith e Olívia, Sean e Faith tinham uma história. O apito estridente do árbitro ressoou e sinalizou o meio tempo, arrancando Kara de volta para o jogo. Ela não tinha ideia de quem estava ganhando.

*** Baron enrolou uma toalha na cintura, parou ao lado da janela de seu antigo quarto, e olhou para o quintal de sua família. A segunda metade do jogo das mulheres acontecia. Era difícil imaginar que este era o primeiro piquenique de Kara com sua família, ela parecia confortável. Kara e sua prima conversavam profundamente.


De seus rostos animados, devia ter algo a ver com a arte. A atenção de Ron estava no jogo, mas o braço descansava possessivamente no colo de Ashley. Ele tinha a aparência relaxada de um homem feliz. Pelo que sua mãe disse ontem à noite, Ron tinha todo o direito de se contentar. Vince, por outro lado, parecia um homem sentado sobre brasas. Baron seguiu seu olhar para... o que diabos fazia Jade jogando basquete? — Já acabou? — Uma voz disse atrás dele. Baron se virou e olhou para Lex. — Sabe que Jade está jogando? Lex assentiu, chegando ao lado de Baron. Ele observou os jogadores. — Ela ficará bem. — Você tem certeza? — Knight se certificará disso. Assim como ele se certificará de que ela não terá nenhum dano quando estiverem no Sri Lanka. Baron franziu a testa. — Sri Lanka? — Sabático para ela, Jade decidiu juntar-se à uma equipe arqueológica depois de sua lua de mel. — Eu não tinha ideia. Quando ela decidiu fazer isso? O que a mamãe pensa sobre isso? Lex riu. — Jade é adulta, e isso é algo que ela sempre quis fazer. O que mamãe pensa não importa. Baron tinha que ficar se lembrando que Jade tinha um homem decente olhando por ela. Eles foram responsáveis por tanto tempo que era difícil deixar pra lá. Por outro lado, seu irmão mais velho fez isso com uma irritante facilidade. Típico. — Não te vi jogar. Pensando em um jogo mais tarde? — Perguntou Baron. Lex balançou a cabeça. — Não.


— Medo de nós chutarmos sua bunda e fazer você ficar mal na frente de seus irmãozinhos? — Um de seus primos brincou enquanto se dirigia para o banheiro que Baron acabou de sair. Lex riu. — Seu jogo é tão fraco, Eddie, você nunca chega perto de gritar qualquer coisa. Eddie riu e desapareceu dentro do banheiro. Baron estudou seu irmão. Com suas covinhas e olhos negros, ombros largos e pernas como troncos de árvores, Lex parecia seu pai, em aparência, algo que Baron e Chase invejavam. Lex era o irmão mais velho, afinal; sério, ultra responsável e firme. Hoje ele parecia mais distante do que o habitual. — Você está bem, cara? Lex inclinou um olhar e assentiu. — Sim, apenas com a cabeça cheia. Kara desfruta de sua visita? Os olhos de Baron se desviaram para onde Kara estava sentada. — Sim. Ela é incrível. — Eu ouvi sobre ela e tia Viv. — De quem? — Tia Viv. Ela diz que Kara tem firmeza, que você escolheu uma vencedora. Baron riu. Sua tia era tão imprevisível. — Ela disse isso? — Yep. Concordo com ela. — Lex bateu Baron nas costas. — Eu direi olá. Baron não saiu de imediato. Ele esperou e assistiu Lex se juntar ao grupo de Kara. Seu irmão disse algo que fez com que as mulheres e Ron rissem. O olhar de Vince não mudou de Jade. Kara pode não estar pronta para ouvir a verdade, mas ela pertencia aqui, com ele e sua família. Eles já a amavam.


Baron se trocou e deixou o quarto. Vozes chegaram aos seus ouvidos quando chegou ao andar de cima. Inclinando a cabeça, ele seguiu os sons à biblioteca mal fechada no andar de cima. — Você tem certeza que Baron quer lidar com isso? — Lidar com o que? Ele reconheceu o barítono profundo do tio Mo. Morris Mo Fitzgerald era um litigante, um rei ilícito cuja empresa de advocacia prosperou em ações coletivas contra grandes empresas. — Não realmente. — A voz de sua mãe era inconfundível. — Eu queria esperar até depois do jantar antes de falar com ele. Este é o tipo de loucura que poderia estragar o dia de alguém. Baron empurrou a porta para encontrar seu tio e sua mãe sentados em um sofá, um jornal aberto entre eles. — O que está acontecendo, mãe? Sem dizer uma palavra, Estele pegou o jornal e ofereceu à ele. Algo apertou dentro do intestino de Baron quando viu o título. Rival de Stu Slugger: Amante secreto de Valerie Granger. Ele estudou as imagens na página inicial. Havia três delas, cada uma mostrando ele com Valerie, no que parecia ser um abraço apertado. Flashes do encontro no aeroporto de San Diego passaram por sua cabeça antes mesmo de encontrar a página com a história e mais fotos. — Eu deveria saber — disse ele após terminar de ler. O escritor escavou a história antiga para vender esta pobre desculpa de um jornal. Seu noivado com Valerie, o rompimento, seu casamento imediato com seu amigo, e, claro, o caso secreto que ele deveria ter com ela agora. Baron fez uma careta. Pelo menos eles não mencionaram a gravidez e o aborto. Baron olhou para a mãe e o tio. Eles assistiam a ele com expressões ilegíveis. — Você percebe que isso é mentira.


Estele assentiu com a cabeça vigorosamente. — Claro querido. Você nunca teve nada a ver com aquela mulher, o que significa que as imagens são falsificações. Baron largou o jornal na mesa de café e beliscou a ponte de seu nariz. — Não, elas não são. Sim, algo foi alterado, mas não corri para Valerie quarta-feira no aeroporto de San Diego. Ela me abordou e pediu desculpas por seu comportamento passado. — Ele mencionou como Valerie tinha aparência doente, o som de clique de uma câmera quando ele tentou ajudá-la e mencionou vê-la mais tarde, com Stu. — Ela deve ter encenado toda a conversa, enquanto seu cúmplice tirava fotos. Ou ela quer dinheiro ou isso é uma farsa. — Não só processaremos o jornal, nós vamos atrás de quem vendeu as fotos. — Com os olhos apertados, Estele virou para o tio Mo. — Se Valerie está por trás disso, ela deve ser punida. — Não. Ninguém processa ninguém, Ma. — Baron balançou a cabeça. — Os editores, mesmo os jornais tabloides, protegem a identidade das suas fontes. Quanto à Valerie, eu não quero qualquer parte em qualquer jogo que ela está jogando. Esqueça-a. — Mas por quê? Basta pensar que isso poderia fazer para o seu relacionamento com Kara. — Estele não parecia feliz. — Kara é inteligente demais para ser enganada por isso. — Baron agachou ao lado de sua mãe e tomou sua mão. — Eu tenho uma chance de ganhar o coração dela e prefiro passar dias, semanas, até meses cortejando-a do que lutar contra os editores de tabloides e Valerie em tribunal. Esqueça Valerie, Ma. Esqueça as imagens. Por mim e Kara. — Ok. — Estele tocou seu rosto e sorriu em seguida, olhou para o tio Mo. — Cancele seu pessoal. — Ainda podíamos nos divertir colocando o temor de Deus neles — seu tio sugeriu. Estele balançou a cabeça. — Tenho certeza que você tem um jogo maior para pegar, Mo.


Baron beijou sua bochecha. — Obrigado, Ma. Você também, tio Mo. — Não tem problema, filho — disse o tio. Estele acariciou sua bochecha. — Vá. O jantar deve estar pronto a qualquer momento. Baron deixou a sala. Tudo o que ele tinha que fazer agora era encontrar o melhor momento para falar com Kara sobre o artigo. Ele odiaria que ela visse e fosse para a conclusão errada, eventualmente agora, que seu relacionamento ficava sério.


CAPÍTULO 16 — Você está bem? — Eu estou bem, baby. — Essa era a segunda vez que Kara perguntava. A primeira foi quando ele se juntou à ela do lado de fora para o jantar. Lex, Ron e Ashley continuaram com a sua discussão sobre a política local e não perderam uma batida quando ele se sentou, ainda assim Kara sabia que algo o incomodava. — Por que a pergunta? — Você repetidamente apertou e abriu seus punhos para a esquerda. — Ele riu, mas a mão traidora apertou o volante. Ele decidiu adiar a história e as imagens no tabloide até que estivessem em Idaho. Eles decolavam amanhã e a chance de Kara ver uma cópia do jornal era pequena. — Você pode ver, no escuro? — Sim... de certa forma. Eu notei isso durante o jantar e após todo mundo ir embora, exceto eu e sua família. Mas há outros indicadores. — Como? — Como as respostas monossilábicas que você me deu desde que deixou a casa de sua mãe. Quando eu mencionei a comida deliciosa e como sua mãe pensou para atender tanto os amantes de carne e vegetarianos, você murmurou algo evasivo. Quando eu comentei sobre o quão feliz Jade e Ashley estavam, você apenas balançou a cabeça. Quando eu disse que gostava de falar com a sua mãe, você disse... — Ela é louca por você também.


— Bruscamente. Se você está preocupado com as próximas duas semanas, pode falar comigo. Eu sou uma boa ouvinte. Ele precisava se lembrar de como ela era atenta. Era verdade que ele estava preocupado com a lista dos prós e contras de discutir Valerie quando seu relacionamento com Kara decolava. Os contras ganharam. A única maneira de se certificar de que ficasse assim era se concentrar totalmente em Kara. Baron alcançou sua mão e apertou os lábios em sua palma. — Por que eu estaria preocupado com alguma coisa que eu quero? — Alguns homens não são muito bons em intimidade. Embora você não precise se preocupar. Não sou uma pessoa exigente. Ela realmente acredita nisso? Toda vez que ela olhou para ele, tocou-o, ele sentiu a necessidade dela de amar e ser amada. Kara era uma nutridora, uma doadora, e tinha a intenção de confiar tudo à ela – o seu corpo e seu coração. Sua única esperança era que ela, por sua vez, aprendesse a confiar e amá-lo. — Eu espero muito, baby. De você, de mim, e eu pretendo ter certeza que você também. Algo que soou como um gemido escapou dela. Ele puxou sua mão. — Agora, quem recorre à respostas nãoverbais? Ela riu. — Leve-nos para casa e você descobrirá minha verdadeira resposta para o seu plano. Ele pisou no acelerador. — O que exatamente você tem reservado para mim esta noite? — Temos negócios inacabados da noite passada. Baron não pôde deixar de rir. Uma mulher que não tinha medo de ir atrás do que queria era sexy. Isto colocava o seu sangue em chamas. Ele definitivamente tinha a intenção de continuar de onde parou na noite passada, mas não podia deixar de provocá-la. — E se eu não estiver preparado?


Ela se inclinou e sussurrou em seu ouvido: — Se você fala de proteção, não se preocupe. Eu abasteci. — Então ela beliscou sua orelha, enviando prazer ondulando através dele. Baron não sabia quantas leis de trânsito ele quebrou no último quilômetro, mas quando ele guinchou, parando na calçada do lado de fora de sua casa, ele a puxou para seus braços. Um riso sem fôlego escapou dela, mas ela colocou os braços ao redor de seu pescoço enquanto suas bocas e línguas se uniram, e os corpos se esforçaram para chegar mais perto. Ele levantou a cabeça e ordenou: — Para casa... agora. — Kara mexeu-se fora do SUV. Ele seguiu, com as mãos tremendo como um menino de escola em seu primeiro encontro. Sua boca faminta pela dela, com as mãos desesperadas para tocar cada centímetro de seu corpo exuberante. Seu corpo, já duro e latejante, necessitando tanto a liberação que doía. Ele fechou a porta com o pé, o som alto no silêncio da casa. — No quarto? — Kara perguntou. Baron puxou os botões da camisa com os dedos impacientes. Seu quarto estava escuro, mas ele viu a silhueta dela quando ela deslizou para fora do vestido. Ele não estava disposto a perder nada a amando no escuro. Ele queria saborear cada expressão em seu rosto quando a tocasse, se unisse com ela, e quando ela convulsionasse com o orgasmo. Um movimento de seu dedo e o quarto se iluminou. Baron parou de respirar quando seu vestido caiu ao redor de seus pés. O peito empinado coberto com renda preta, tanga cobrindo a pele sedosa harmoniosamente, e a cinta-liga em torno de sua cintura estreita abraçando os quadris deslumbrantes até as meias o quebraram. Sem dizer nada, ele a viu tirando as sandálias de salto baixo e se afastou até que a parte de trás das coxas esbarrou na cama, com os olhos brilhantes de emoção. Sua mão estendeu para os grampos que prendiam as meias. — Não.


Ela arregalou os olhos, mas ela obedeceu. Em seguida, um sorriso maroto cobriu seus lábios. — Ok. Mas você tira tudo. — Sua voz era um ronronar suave, pura sedução, mas ainda assim uma ordem. Baron agarrou a gola de sua camisa de seda e puxou com força, os demais botões voando cada qual um caminho. Seu som ofegante de prazer atirou necessidade primal direto para sua virilha. Tirou a camisa, enfiou a mão no bolso e pegou cerca de meia dúzia de embalagens prata de preservativos. Jogou-se na cama ao lado de Kara, arrancando um suspiro dela. — Eu disse. Eu tenho muitas coisas a fazer. — Você não me viu reclamando. — Seu olhar faminto percorreu seu peito, em seguida, mudou para baixo, onde seus dedos se atrapalharam com a fivela. De alguma forma, ele conseguiu trabalhar o zíper, empurrou as calças e cuecas até os tornozelos, retirou junto com seus sapatos e meias, em seguida, parou diante dela, totalmente nu e totalmente ereto. — Você é magnífico — ela sussurrou ao abrigo de um suspiro trêmulo rápido e sentou em sua cama como se seus joelhos tivessem saído debaixo dela. — Olha quem fala. — Seu olhar arrastou por ela quando ele se moveu para ficar diante dela. Ele segurou seu rosto e inclinou para beijar o canto do olho, uma bochecha, em seguida, sua boca. Seus lábios eram suaves, potentes. Ela enfiou a língua dentro de sua boca, sondando e provocando. Suas mãos inquietas estavam por toda parte, em seu peito, penteando os pêlos em seu peito e provocando seus mamilos, então abaixaram para fechar em torno de seu órgão inchado. Um gemido escapou de Baron, o sentiu estremecendo enquanto o acariciava. Se possível, ele ficou mais duro.


Ele se afastou. — Vamos desacelerar as coisas ou isso acabará cedo demais. — Ele pegou-a nos braços, colocou na cama e se estendeu ao seu lado, apoiando a sua parte superior do corpo com o cotovelo. Ela tocou seu cabelo, pescoço, ombros. Ele fez a sua própria exploração, ao longo de seu lado, de costas e soltando seu sutiã no processo, seguido da borda da cinta-liga em torno de sua cintura, as curvas de seus quadris e voltou-se ao longo de seu braço e passando em seus ombros. Ele baixou a cabeça para mordiscar, dando mordidas suaves que despertaram um suspiro e um arrepio de Kara. — Sua pele é inacreditável. — Ele empurrou o sutiã de renda de lado, provocou um mamilo enrugado com os dedos, enquanto ela gemia e arqueava as costas. Não era o suficiente. Ele tinha que prová-la. Baron abaixou-se mais, esfregando seu rosto contra os seios, puxou os mamilos um de cada vez em sua boca, rodou-os com a língua, e roçou-os com os dentes. Seus braços se arrastaram em volta do pescoço e seguraram a cabeça. Kara se lembrou de respirar, para não ficar focada que estava sendo varrida sob seu feitiço, mas falhou miseravelmente. Toda esta noite Baron dominou seus sentidos, catapultando-a para uma zona onde tudo era quente e instável, pensamentos quebrados, respiração superficial e ineficaz. Ela acariciou as partes de seu corpo que podia alcançar, ombros largos e braços esculpidos, magros músculos requintados, flexionando sob as palmas das mãos. Suas pernas entrelaçadas com as dele, as meias finas não oferecendo nenhuma barreira contra sensações torturantes. Quando ela roçou seu estômago, ele agarrou ambos os pulsos com uma mão e colocou-os acima de sua cabeça. — Eu quero tocar também — ela implorou. — Ainda não. — A outra mão deslizou para baixo de sua macia barriga, acariciou as coxas, em seguida, empurrou sua calcinha de lado para acessar a tira fina de cabelo cobrindo sua parte mais privada. Ele gentilmente sondou a junção entre as pernas dela com um dedo hábil. Kara tentou levantar a perna e dar-lhe um melhor acesso, mas ele


prendeu suas pernas entre as coxas poderosas. Acariciou o cerne sensibilizado, provocando-a habilmente, sem piedade. A pressão construída entre suas pernas, pesada, vibrando e tão bela que ela queria chorar. Com seus movimentos restritos, ela estava totalmente à mercê de sua mão. — Baron, deixe-me... Ele cobriu a boca com a dele, enfiou a língua em sua boca em um beijo tão carnal que ela desistiu da luta e se banqueteou com ele, se contorcendo e torcendo contra sua mão. Tensão chicoteou dentro dela, doce e insuportável, até que ondulava infinitamente através de seu corpo. Kara resistiu e soltou um grito mutilado. Só então Baron liberou suas mãos e pernas. Antes que ela pudesse recuperar o fôlego, ele deslizou para baixo de seu corpo, chovendo beijos em seu peito, sugando e lambendo seus mamilos com a língua. Habilmente, ele retirou cada meia, arrancou sua calcinha e cutucou os joelhos separando-os e se acomodando entre suas coxas. Ele continuou a beijá-la e continuou indo para o sul, a sua intenção clara. Kara entrou em pânico. Ela não aguentava mais ou ela ficaria louca. Ela reuniu força suficiente para subir para os cotovelos. A luz banhava seus ombros largos, criando sombras no bonito rosto enquanto ele beijava suas coxas. — Baby, eu quero sentir você dentro de mim — ela implorou. — Agora. Por favor. — Em breve. Eu quero fazer você gozar de novo e de novo. — Eu não posso. Você me deixa louca... — sua voz sumiu quando a boca fechou em sua carne de seda. Kara caiu de costas na cama, suas coxas tremendo, seus quadris levantando por conta própria enquanto ele chupava. Ela agarrou sua cabeça enquanto ele a levava mais e mais, até ondas de sensações pulsarem através dela, deixando-a trêmula e fraca.


— Louca é bom — resmungou Baron de algum lugar fora de seu alcance visual, suas mãos acariciando suas coxas em um movimento lentamente suave. Levou toda força de Kara para levantar a cabeça e olhar para ele através de uma névoa induzida por paixão. Mal conseguindo pensar direito, muito menos falar, ela tentou dar um olhar severo, mas ela não conseguia dominar a força. Como ela poderia ficar com raiva de um homem que gostava de agradá-la? Além disso, ele parecia totalmente gostoso vestindo apenas aquele sorriso sexy. Ele estava de joelhos, músculos ondulando em seu corpo quente, brilho de suor em sua pele e um invólucro prata de preservativo na mão. Sua ereção se projetava orgulhosamente, grossa e longa entre as pernas. Ela estendeu a mão hesitante, fechou os dedos em torno dele e acariciou. Ele gemeu, seu estômago contraindo. Ele era quente e firme, mas suave e aveludado. — Isso é bom. — Ele rasgou o papel alumínio e ofereceu o látex lubrificado. Kara o embainhou, consciente de seu olhar sobre ela, suas mãos acariciando seu rosto, seu cabelo. Em seguida, ele empurrou-a de costas e se abaixou para testá-la com um dedo. Kara ficou tensa. — Estou pronta. Realmente. Ele lambeu o dedo e sorriu. — Sim você está. Lisa e cremosa. — Ele se inclinou para frente, os ombros largos bloqueando a luz, quando ele se ergueu sobre ela. Em vez de um empurrão firme, ele avançou lentamente, seu órgão dilatando sua pele sedosa, sem tirar os olhos dela. — Apertado demais. — Faz um tempo. — Quanto tempo? — Dois... anos — ela engasgou com a invasão requintada. A pressão se intensificou quando ele empurrou até que ele estava


fortemente dentro dela. Ela saboreou a espessura dele, o trecho completo. Seu corpo se apertou em torno dele. — Kara — ele rosnou. Apoiando a maioria de seu peso com os cotovelos, ele começou a empurrar para dentro dela, seus movimentos lentos e controlados. Ela empurrou seus quadris para encontrá-lo, combinando com seu ritmo. — Enrole suas pernas em volta de mim. Ela obedeceu, cada impulso enviando prazer ricocheteando através de seu corpo. Mãos levantaram para acariciar seu rosto, seus ombros. Seus dedos cavaram os músculos grossos, musculosos de seus braços enquanto ele aumentava o ritmo. Beijaram-se mais profundo e mais forte, os seus movimentos mais selvagens e fora de controle. A onda dentro dela cresceu enorme até que ele caiu e lançou-a em nada, onde as sensações na pele eram ampliadas e cada respiração estava desesperada. Kara se agarrou à Baron enquanto ele continuou a empurrá-la mais e mais, prolongando o prazer dela, até que ele soltou um gemido alto e estremeceu. Baron rolou com ela, ainda unidos no quadril, até que ela se deitou em cima dele. Kara se aconchegou contra ele, seus seios pressionados contra o dele, seu rosto em seu ombro. Ela queria dizer que ele era o melhor amante que ela já teve, mas palavras não poderiam começar a descrevê-lo. Ele acariciou suas costas distraidamente, então desceu até sua bunda e apertou. Kara respondeu com um contorcer e sentiu-o surgir para a vida, ainda dentro dela. Ela levantou a cabeça e estudou seu rosto bonito. — Você é sempre tão insaciável? Seus lábios se levantaram em um sorriso maroto. — Não, mas eu posso lidar com isso. Você pode? Isso significava que ela era responsável por seu aumento do apetite sexual? Ela riu, satisfeita. — Pode vir.


Ele virou-a de costas e beijou-a com força e depois saiu de dentro dela. — Só um segundo. — Ele desapareceu no banheiro. Kara ouviu a descarga, sabia que ele tinha se livrado do preservativo e olhou em torno por um novo. Metade dos travesseiros estava no chão junto com a maioria dos preservativos. Ela mergulhou para um, assim que a porta do banheiro abriu. — Agora, isso é uma visão que poderia enviar um homem direto para o céu — disse Baron atrás dela. Ele segurou suas nádegas nuas, deslizou as mãos ao longo de seus lados para seus seios. Kara riu e ficou de frente para ele. Ela afastou os braços dele. — É a minha vez de brincar, sendo assim se comporte. Ele sorriu. — Brincar? Ela empurrou-o de costas e montou. — Sim, nos meus termos. Para começar, não me tocando até que eu diga, assim ou eu amarro você na cama. — Seu pênis respondeu firmando contra suas nádegas. Kara deslizou mais baixo, viu o quão rápido ele respondia aos seus papéis se invertendo e sorriu. — Certo? — Eu tenho escolha? — Não. — Ela colocou os dedos em torno dele e apertou. Ele tremeu, suas coxas apertando debaixo dela. Havia tanta coisa dele, mas ela estava determinada a deixá-lo desamparado e encantado, assim como ele fez com ela. — Mãos livres ou amarradas são suas únicas opções de hoje à noite. Ela não lhe deu a chance de conversar, mas fugiu para baixo e levou-o em sua boca. Seu corpo estremeceu e tremeu quando ela lambeu, acariciou e puxou. Ele acariciou seu rosto, seu pescoço, passando os dedos pelos cabelos. Kara deslizou as mãos em torno dele, agarrou suas nádegas firmes e pressionou-o para mais perto. Ela ouviu um estrondo baixo em sua garganta, sentiu a pressão de suas mãos sobre a cabeça. — Baby, menos — ele grunhiu.


Kara levantou a cabeça, arrancou uma embalagem prata e rolou o látex lubrificado sobre ele. Desta vez, ela não reclamou quando ele agarrou seus quadris, levantou para o seu colo e disse: — Monte em mim. — Ela afundou lentamente, levando-o deliciosamente centímetro a centímetro, e viu seus olhos vidrados. Mesmo depois de seu primeiro ato de fazer amor, ela precisava se acostumar com seu tamanho nesta nova posição. Ela mudou-se para cima e para baixo, lento e sensual, então mais rápido depois que definiu um ritmo. Suas mãos estavam sobre ela. Ela usou os ombros para o apoio, se inclinou para baixo, e trancou a boca com a dele, derramando todo seu amor e anseio em um só beijo. Ele agarrou seus quadris quando seus impulsos ficaram mais e mais selvagens. Ela deveria estar preparada para o final, o clímax que convulsionava todo o seu corpo, mas não estava. Isso a mergulhou no limite, mas Baron estava lá com ela, seu grito triunfante misturando-se com o dela. Ele enterrou o rosto contra sua garganta, ambos tremendo, respirando com dificuldade e murmurando palavras suaves sob suas respirações. Ela acariciou seu braço, pescoço, rosto, cabelo, enquanto ele se agarrava a ela como se tivesse medo de deixá-la ir. Eles ficaram assim por um tempo muito longo, corpos em perfeita harmonia, corações falando um com o outro. Kara pensou que ele dormira até que ele disse hesitante: — Eu machuquei você? Ela levantou a cabeça. — Não, você foi incrível. — Então por que você está chorando? Ela tocou em sua bochecha, surpresa ao descobrir umidade. — Eu não sabia. Ele sorriu. — Ah, então você chora quando goza? — Não... sim, eu acho.


Ele a beijou, passou a mão para cima e para baixo de suas costas. — Primeira vez, hein? Homem arrogante, mas ele era dela. Por enquanto. — Não. Foi intenso e... e... — Mente entorpecida? Isso também. Ela riu. — Não deixe que isso suba à cabeça. Ele riu, acariciando seu pescoço. — Eu nunca me atreveria, mas agora tenho um padrão para medir o quão intenso seu... — ela o beijou para calá-lo e ele rolou-os até que ele estava em cima, assumindo mais uma vez. Ela sentiu-o crescer dentro dela e começou a rir. Ele levantou a cabeça. — O quê? — Não é nada. Ele beijou sua boca sorrindo e desapareceu no banheiro novamente. Kara se esticou, olhou para o relógio e sorriu. Era meia-noite, ainda que ela nunca se sentisse tão acordada. Era assim que ele seria em Idaho? Ela esperava que sim, porque Baron Fitzgerald era um homem viciante. Sua única esperança era que ela se encheria e não lamentaria por aí como uma idiota apaixonada uma vez que acabasse. Ela se levantou e apagou as luzes, enrolou sob o edredom e esperou seu homem se juntar à ela.

*** O voo para Spokane durou menos de três horas. A última etapa para Sandpoint em um avião fretado foi ainda mais curta e mais suave do que Kara esperava. Ela nunca gostou de pequenos aviões, mas Baron manteve-a ocupada. A vista quando se aproximaram de Sandpoint era de tirar o fôlego – o sol beijando a parte baixa das montanhas alpinas com afloramentos irregulares, sinuosos rios e a intocada Lake Pend Oreile pontilhada com


pequenas ilhas. Depois do calor e da fumaça de LA, ela olhou para frente, a temperaturas moderadas e abundância de ar fresco. O aeroporto era pequeno, pareceu atender a aviões particulares e de aluguel. Baron falou com alguém em seu telefone celular, em seguida, levou-a até o estacionamento, onde um jovem a quem apresentou como o sobrinho do empregado esperava com um SUV de aluguel. Demorou cerca de 30 minutos de carro para East Hope. Kara olhou com espanto quando Baron estacionou o SUV fora de uma grande casa de pedra e madeira de cedro. A propriedade estava em frente ao mar e isolada por maduros pinheiros Poderosos. — Eu pensei que era uma pequena casa de campo — disse ela. Baron deu de ombros. — Esta é a ideia de Bridget de uma casa de inverno/verão. Vou pegar as malas mais tarde. — Ele agarrou a mão dela. — Eu quero te mostrar uma coisa primeiro. Ele a levou em direção ao mar. O composto era bem conservado e um gazebo sentava à sua direita entre a casa e o lago. O sol estava se pondo, seus raios amarelos saltando para fora da superfície escura da água e lançando um brilho quente sobre os pinheiros circundantes e casas. Eles caminharam até a praia de cascalho e para o cais privado, onde um barco repousava sobre estacas em um dossel. Baron parou, passou os braços ao redor da cintura dela e puxou-a rente ao peito. Kara aninhou-se contra ele, seu calor afastando a brisa fresca da noite à deriva no lago. Ela fechou os olhos e respirou fundo. — O que você acha? — Do quê? — Ela disse, sem abrir os olhos. — A vista, o pôr do sol... Ela abriu os olhos e sorriu. — É de tirar o fôlego. — Mais adiante, à sua esquerda, estava uma espécie de marina com diversos barcos flutuando na água. Mas, até onde ela podia ver, ao longo de ambos os


lados do lago estavam casas e piers privados. Kara apontou para várias ilhas menores à sua direita. — Aquelas são habitadas? — Eu não tenho certeza, mas eu sei que é um santuário para as águias. Vamos pegar o barco amanhã para um olhar mais atento. — Ele baixou a cabeça e esfregou seu pescoço. — Você acha que pode viver aqui por duas semanas? Ele estava brincando? Enquanto ele estivesse por perto, eles poderiam estar em uma tenda no deserto do Saara por tudo o que importava. Kara girou em seus braços e olhou para seu bonito rosto beijado pelo brilho do sol. — Com você, sim. Sua cabeça caiu e reivindicou sua boca em um beijo suave que rapidamente espalhou-se num inferno em chamas. — Vamos entrar. — Sua voz era áspera com a necessidade. A parte de trás da casa tinha um grande deck com uma mesa de pátio com um guarda-sol e cadeiras, e muro baixo que o rodeava. Amplas janelas, através das quais ela podia ver uma longa mesa de jantar e cadeiras, dominavam a frente da casa. E pela aparência das coisas, os VanderMarcks não se incomodavam com cortinas. Baron destrancou a porta de trás e o aroma picante de comida flutuava pela casa para seus narizes, lembrando a Kara que ela não comeu nada desde que deixaram LA. — Algo cheira bem. — Sra. Frisk disse que deixou algo no forno para nós. Por que você não olha ao redor enquanto levo nossas malas para dentro? Decorados com mobiliário antigo, mas confortável e dominado por uma enorme lareira, o quarto tinha um piso plano aberto com teto abobadado. A sala de jantar/de estar tomava a maior parte do espaço com a área da cozinha à esquerda. Não havia carpetes ou tapetes no chão de pedra, e nenhuma espetacular exibição de antiguidades. Um vaso aqui,


uma máscara lá, e uma pintura que poderia ser o trabalho de um mestre da arte sentava-se em cima da lareira, e isso era tudo. Kara refreou o desejo de correr pelas salas em busca do esconderijo da coleção de Bridget e seguiu seu nariz para a cozinha. O fogão, embutido na ilha de cozinha, estava quente. Ela abriu a porta e levantou o canto da tampa de alumínio que cobria uma assadeira para descobrir lasanha. — O que é isso? — Baron perguntou quando passou no cômodo com suas malas. — Lasanha... parece ótimo. — Meu prato favorito, a Sra. Frisk sabe. Kara estava tentada a segui-lo para descobrir exatamente quantas vezes ele veio a esta casa, mas optou por explorar a cozinha. Ela estava feliz de ver a geladeira completamente abastecida e a despensa com alimentos enlatados. Suas habilidades culinárias eram mínimas. — Você quer escolher um quarto? — Baron perguntou enquanto guardava suas câmeras na alcova do outro lado da sala de estar. — Claro. — Não teve uma vez que Kara pensou onde dormiria. Ela assumiu que eles dormiriam juntos, mas Baron obviamente pensava o contrário. Tentando não estar muito decepcionada, ela deixou a cozinha e seguiu um corredor para uma porta já aberta. Isso levou a um espaçoso quarto com uma vista espetacular do lago, um pátio privado com uma rede e um grande banheiro com banheira de hidromassagem. Suas malas estavam ao lado da cama. Depois de explorar, Kara descobriu dois closets, ambos vazios. Ela saiu do quarto e abriu a porta ao lado. Outro quarto, menor, a visão não era tão impressionante e o gazebo ficava no caminho. O terceiro quarto ficava na parte de trás da casa. Tudo o que ela via através da janela eram árvores e a estrada no fundo. A última porta, que estava


mais perto da sala de estar, acabava por ser de estudo. Livros ocupavam uma prateleira em uma parede e em frente tinha DVDs. Kara voltou para o quarto maior. A bagagem de Baron estava ao lado da dela, ela notou. Não tendo certeza o que aquilo significava, ela pressionou a cama king-size com os dedos, em seguida, caiu com sua face para cima. Era confortável. Baron trouxe o último item, seu violão. Ele o colocou para baixo e se juntou a ela, seu olhar em seu rosto. — Você gosta deste? — Sim, mas... — Sem, mas. Eu prefiro esse também. Há dois armários vazios, tome um, eu tomarei o outro. — Ele deu um beijo em seus lábios e deu um pulo. — Estou morrendo de fome. Vou pôr a mesa enquanto você se acomoda e... — Você quer dizer que vamos dividir um quarto? — Kara interrompeu-o, sentando. — É claro que vamos. Eu quero você em meus braços quando eu dormir e seu rosto sendo a primeira coisa que eu veja pela manhã. — Ele levantou uma sobrancelha, sua expressão desafiadora. — Se você tem um problema com isso então... — Nenhum. — Kara sorriu. Como ela poderia opor-se à uma declaração tão romântica? E ela não tinha a intenção de acomodar-se enquanto ele a atendia. Eles eram parceiros nisto. — Eu o ajudarei a pôr a mesa.


CAPÍTULO 17 — Ei, linda — Baron sussurrou no ouvido de Kara. Ela murmurou alguma coisa ininteligível e puxou o lençol sobre a cabeça, o tecido de algodão fino demarcando seu corpo nu. Ele correu os dedos pelas costas através do material, mas ela só aprofundou. Levando as coisas a um novo nível, ele se concentrou em seu lado, debaixo do braço, seu estômago. Kara gritou e contorceu, braços e pernas se debatendo até que ela pegou seus pulsos e olhou para ele. — Por que você me atormenta tão cedo? — Passa das dez, e você — ele passou a olhar para baixo e para cima de seu corpo nu, — é o meu café da manhã. — Ele baixou a cabeça para beijá-la. Kara deslocou-se para a cabeceira da cama, impecavelmente evadindo-se do seu beijo, pegou o lençol e colocou-o sob sua axila. Ele sorriu. Sua tentativa de modéstia era tão carinhosa. — Por que você não me acordou? — Kara olhou para as janelas. Ao contrário da sala de estar, os quartos tinham cortinas pesadas destinadas a manter o sol fora. — Você tem certeza que passa das dez? — Sim. — Ele pegou os óculos e passou-os para ela. Ele a olhou colocando-os e sorriu. Havia algo vulnerável sobre ela quando ela usava. — Mas não queria acordá-la, porque você sonhava comigo. Ela levantou a sobrancelha. — Você? Como você sabe?


— Você tinha aquele sorriso... — o odor de algo queimando o alcançou. — Droga, as torradas. — Ele pulou da cama e correu para a cozinha. Ele jogou os pedaços queimados no lixo e colocou mais quatro fatias de pão na torradeira. Essa era a sua segunda tentativa. Ele teria que ficar parado, ou se arriscar a ficar sem pão. O bacon poderia ficar um pouco mais no fogo, mas ele não arriscaria. Ele desligou o fogo e varreu-os em um prato. Em seguida, ele acrescentou um pouco de margarina na panela de bacon e abriu a caixa de ovos. Ele escavava os ovos cozidos em dois pratos quando Kara entrou na cozinha parecendo sexy em calças jeans e uma regata branca, cabelo molhado do banho. — O que você está fazendo? — Ela perguntou, caminhando para o seu lado. — Ovos... bacon. — Ele cheirou o ar. — Você não consegue cheirar o aroma? Ela fez uma careta para a massa amarela mexida em seus pratos. — Parece, uh, interessante. Ele deu um beijo em seus lábios. — Cozido ao modo Fitzgerald. Está com fome? — Faminta. — Ela pegou uma caneca de um armário, serviu-se de café, e acrescentou vanila nondairy desnatada, então o assistiu transferir a torrada em um prato. — Você deveria ter me acordado para ajudar. Ele organizou tudo em uma bandeja. — Eu queria fazer uma surpresa. Sra. Frisk não estará aqui por horas, então vamos rastejar de volta na cama, comer isso, e continuar de onde paramos na noite passada... não, esta manhã. — Ele piscou para ela. — Você prometeu discutir a obra de arte, esta manhã. Acabou a brincadeira.


Ele beliscou seu nariz. — Você não é divertida. Aqui. — Ele deu a ela uma garrafa de suco de laranja para levar, pegou a bandeja, e liderou o caminho para a mesa no deck. Ele colocou tudo a seu alcance, em seguida, fez um grandioso gesto largo quando puxou sua cadeira. — Café da manhã está servido... — Obrigada. — Kara se sentou, cortou e cuidadosamente colocou um bocado de ovos mexidos em sua boca. Ela fez uma cara engraçada, mas continuou a mastigar. Quando engoliu em seco, ela estendeu a mão para seu café e tomou um gole. — O que há de errado? — Nada. — Ela sorriu. Franzindo a testa, Baron provou uma garfada de ovos e fez uma careta. Crocante. — Como diabos as cascas de ovos chegaram lá? Kara sorriu. — Não se preocupe com isso. Acontece. — Talvez fosse porque ele rompera os ovos direto na panela. — Eu deveria ter aceitado as malditas lições. Ele não sabia que falara em voz alta até Kara dizer: — Que lições? — Chase se ofereceu para me ensinar alguns truques de cozinha, mas depois de algumas tentativas, desisti. Larguei para lá. Kara deu um aperto suave na mão dele. — Aposto que ele não pode dizer a diferença entre, uh, um Van Gogh e Gauguin. Mesmas paisagens, mesmo período. — Ela tomou outro pedaço de seus ovos, em seguida, pegou um pedaço de pão e espalhou uma fina camada de geléia sobre ele. Kara parecia determinada a apreciar a sua oferta, no entanto, intragável. Se ele já não a adorava, ele estaria adorando a seus pés agora. Ele seguiu o exemplo dela e pegou um pedaço de torrada. — Falando de artistas, quando eu posso ver a coleção? Estão as peças trancadas em uma sala secreta ou algo assim? Eu só notei algumas peças para fora e elas são, uh...


— Nada impressionante. Eu sei. — Baron desistiu de fingir que comia e empilhou seu prato e o de Kara sobre a bandeja. Ela não protestou. Ele tentou o bacon. Um pouco mastigável, mas não estava ruim. — Antes de me explicar, podemos concordar que eu tenho que ficar longe de qualquer coisa que exija cozinhar? Ela riu. — Ok. — Mas eu ainda posso aquecer alimentos enlatados e em caixas ou fazer um sanduíche médio com frios, por isso não desista de mim ainda. Temos também cereais quentes e frios, e Sra. Frisk estará aqui na parte da tarde para fazer o jantar e duas vezes por semana para limpar a casa e lavar a roupa. — Parece ótimo. — Não quero que você pense que precisa cozinhar ou qualquer coisa. Podemos comer fora, se preferir. Eles têm alguns bons restaurantes em Hope e Sand... Kara colocou o dedo nos lábios. — Está tudo bem. Não me importo de estar no comando do café da manhã ou fazer algo para nós comermos. Não sou da classe de seu irmão, mas ainda posso misturar e assar. Ele beijou seu dedo e sorriu. — Você é impagável. Agora sobre a coleção... Ele explicou a confusão com Jake VanderMarck e terminou com: — Bridget retirou todas as acusações, mas quando eu falei com o policial encarregado do caso, ele disse que precisaria de dois dias para terminar a papelada antes de encerrar o caso e devolver as peças para nós. — Por que você não me falou sobre isso antes? — Você estava em San Diego com sua irmã e eu não queria incomodá-la. — Isso significa que nós não faremos nada por pelo menos dois dias?


Ele balançou as sobrancelhas. — Oh, nós temos muito que fazer. Eu serei o seu guia de turismo. Ela revirou os olhos. — Ok, Sr. Uma Coisa em Mente. Você quer que prepare algo para o café? — Seu olhar se desviou para a bandeja. — Talvez mais ovos e bacon? — Não. — Ele se inclinou para frente e deu um beijo nela. — Nós vamos para a cidade tomar o café. Vá se trocar enquanto deixo o barco pronto.

*** Kara saiu de casa para encontrar um Baron sem camisa no barco. Ele mexia com alguma coisa, um pano gorduroso enfiado no bolso de trás. Por um momento, ela o olhou maravilhada com a pura perfeição de seus músculos das costas. Ela desceu o caminho para o cais. O som de suas sandálias na superfície de madeira chamou sua atenção e ele olhou para cima. Ele tinha uma mancha de graxa no rosto. — Algo errado? — Perguntou ela. — Nah, o motor precisava de uma troca de óleo. — Ele puxou o pano do bolso de trás, limpou as mãos, e deu um passo para fora do barco. — Eu cuidei dele. Ela não se conteve. Ela cobriu o rosto e beijou-o, não se importando com a saia branca e top branco, principalmente quando sua mão gordurosa enrolou ao redor da cintura dela e puxou-a para mais perto. Nada mais importava, exceto a boca, a forma como a mão se estendeu no formato de copo em sua bunda e a pressionou contra a saliência de aço de sua ereção. — Nós não chegaremos para o café da manhã — advertiu em voz áspera quando ele se inclinou para trás.


Ela não estava mais com fome de comida. Estendendo a mão, ela sussurrou em seu ouvido: — Eu tive café da manhã nos últimos cinco anos. Eu quero você. Sua boca desceu sobre a dela, dura e exigente. Ele pegou-a e caminhou para a casa, os seus lábios ainda unidos. O beijo abrandou, ficou mais profundo. Kara se entregou a ele, tendo a sua língua, sondando sua boca com a dela, tornando-se o centro de seu universo. De alguma forma, eles fizeram isso até o quarto. Ele a baixou em seu peito duro masculino, sua excitação evidente, ansiosa para ser livre. Kara foi para o seu cinto e o soltou para ele. Sem puxá-lo, ela se atrapalhou com o botão, empurrou os shorts e roupas íntimas até suas coxas. Sua ereção levantou orgulhosa e grossa de um tufo de cabelo. Ecoando sua urgência, ele agarrou a bainha de sua camisa e puxou por cima da cabeça, atirou-a de lado. Sua saia e calcinha seguiram. Um momento depois, ele a beijava, levantando-a, e centrandoa no meio da cama desfeita. Ela observou-o rolar um preservativo com os olhos vidrados, em seguida, recebeu-o de volta em seus braços. O ato de amor foi intenso, emocionante. Ele poderia ter cinco anos para compensar, como ele disse a ela na noite anterior, mas ela estava acumulando quilometragem para um futuro sem ele. Quando ele saiu para ir ao banheiro para se livrar do preservativo, Kara olhou para o teto e sorriu. Baron Fitzgerald era viciante. Ela nunca poderia se recuperar destas duas semanas, mas as memórias... elas seriam apreciadas. — Esse sorriso combina com você — disse Baron. — Que sorriso? — Ela se virou para vê-lo caminhar em sua direção, totalmente confortável em sua nudez. Ele estendeu a seu lado, puxou-a em seus braços, e deu um beijo em sua têmpora. — O sorriso de satisfação e bem amada.


Ele realmente era arrogante. — Se é parecido com o que tem em seu rosto, então, tenho orgulho de usá-lo. — Você, Kara Michaels, é cheia de surpresas. Eu amo isso. — Ela aninhou em seu ombro, estendeu a mão para brincar com seu cabelo no peito, e se deliciou com o momento. Sua energia gasta, sentidos lânguidos, ela o ouvia falar sobre o que ele planejou para os próximos dois dias. Ela se perguntava se ele estava ciente de seu corpo respondendo à sua exploração preguiçosa. Ele circulava seu mamilo, na verdade, não tocava no cerne sensível, deixando-a louca. Em algum lugar na casa, uma porta se abriu e fechou. Kara ficou tensa. — Senhora Frisk — explicou Baron. O olhar de Kara voou para o relógio em seu pulso. Era quase meiodia. Ela começou a sentar. — Ela poderia nos ver e... — Ela não vai, mas podemos sair com o barco e almoçar na cidade. — Ele saiu da cama e se espreguiçou, implorando aos olhos para explorá-lo. Assim ela fez, tomando seu tempo. Quando seus olhares se encontraram, ele sorria presunçosamente. Homem desavergonhado. Kara se recusou a ficar envergonhada. — Almoço na cidade soa maravilhoso. — Primeiro, tome banho comigo. — Ele ofereceu-lhe a mão.

*** Naquela noite, depois do jantar, Baron observava a fogueira iluminar os declives suaves do bonito rosto de Kara. As temperaturas eram moderadas na linha de terra durante o início do verão e caía ainda mais rápido depois de escurecer. Mais cedo no pátio, enquanto jantavam, ela vestiu um suéter. Agora estava jogado no sofá ao lado.


Ela olhou para cima e deu-lhe um sorriso obscuro, lânguido, de uma mulher ultra relaxada, cansada. — Gostaria de saber sobre esse case. — Ela pôs de lado seu copo de vinho e sentou. Baron colocou a caixa de violão ao lado do sofá. — Eu dublo um pouco. Seu sorriso se alargou. — Você tocará alguma coisa para mim? — Depende. — Ele se inclinou para frente e capturou seu sorriso com os lábios, acariciando uma bochecha. — Você canta? — Como um sapo. Ele riu, em seguida, removeu o clássico violão de seu case, enrolou o cordão em volta do pescoço, e embalou-o. Ele afinou dias atrás. — O que você quer ouvir? — Qualquer coisa. Eu não tinha ideia que você tocava. — Chase e eu tivemos aulas quando éramos crianças. Guitarra, piano, bateria... Tentamos isso, nós tentamos, até que mudamos para basquete no colégio. — Ele puxou as cordas e começou a tocar, olhando em seus olhos, enquanto as letras rolavam de seus lábios. Da maneira como eles se arregalaram, ela não esperava uma canção de amor. Quando ele terminou, ele abraçou o violão, ergueu a sobrancelha, e esperou pelo veredicto. Kara sorriu, os olhos arregalados. — Isso foi lindo. Quem escreveu isso? — Eu fiz para a nossa banda de garagem. — Você... em uma banda... quando? — Na escola secundária. É assim que conhecemos Stu Granger. Eu estava na guitarra, Chase no teclado, e Stu cantava. Kara sorriu. — Qual era o nome de seu grupo? — Manic Voltage. — Soa como um nome de heavy metal.


— Nós estávamos mais para rock com um pouco de country, até Lex descobrir que faltávamos à prática de beisebol e contou à mãe, que nos enviou para o Tio Mo e os outros tios para uma conversa séria. Nossa carreira desmoronou antes mesmo de começar. Stu se firmou no beisebol enquanto Chase e eu mudamos para o basquete, mas manteve-se firme até que, uh, ele quis. — Até Valerie, mas Baron não queria trazê-la para a conversa. — Toque outra coisa — insistiu Kara. Baron começou um número obsceno popular sobre uma menina de bar com um coração cromado que roubou cavalo e a mula de um cowboy e fugiu com seu melhor amigo. Kara riu e pediu mais.

*** Dois dias sem as pinturas tornaram-se quatro. Ele manteve Kara ocupada dentro de casa e ao ar livre, aprendendo peculiaridades pessoais que eram exclusivamente dela. Ele descobriu que ela amava nadar, mas não na água aberta, sopas preferidas e legumes cozidos ao invés de cru, e evitava carne vermelha tanto quanto possível. Seus canais lacrimais eram conectados às suas emoções. Ela chorou quando chegou ao clímax e em momentos bobos nos filmes que eles selecionaram da biblioteca de Bridget. Ele ainda ficou espantado quando seus olhos lacrimejaram quando tocou seu violão e cantou várias das fracas canções de amor que ele escreveu durante seus dias de quero-ser-um-vocalista. Na quarta-feira, ela dominara os controles do barco e o processo de ligar. Ela estava ao volante quando levou o barco para Sandpoint para observar a transferência das obras de arte da estação de polícia. — Como é que Jake transportou-os? Os recipientes são enormes — Kara sussurrou enquanto observavam os policiais empilharem as duas caixas em um caminhão da polícia.


— Ele provavelmente usou a pequena empilhadeira que temos na casa de campo para carregá-los em seu barco. Foi assim que a polícia descobriu onde ele escondeu a coleção. Um vizinho ouviu um motor de barco ligar em algum momento no início da manhã e mencionou isso para a polícia. Não demorou muito para encontrar o marinheiro onde ele alugou o barco. — Um oficial deixou Kara e Baron sair em seu barco, mas eles chegaram à casa antes do caminhão. — Eu acho que nós seremos muito mais rápidos se levarmos um caixote cada, e então, estudá-lo — disse Baron. — Levarei à sala de estar. É bem iluminada. Baron dirigiu o oficial para colocar uma caixa na sala de estar junto à lareira e outra na sala, onde deixou a mochila com sua parafernália fotográfica. Ele montava as luzes artificiais em seu estúdio temporário quando Kara interrompeu. — Você tem procedências? — Perguntou ela. Baron recuperou o envelope pardo com o comprovante de compras de sua pequena bolsa. Ele apanhou-os de Bridget. — Estes são apenas cópias. Os originais estão no cofre da galeria. Eu não sei por que Jake pensou que poderia usar a coleção sem eles. Nenhum colecionador sério pagaria o valor de mercado sem uma procedência. — Os inescrupulosos nunca se importam — Kara murmurou distraidamente, sua atenção já na primeira peça que ela removeu da caixa. Baron observou por alguns minutos. Seus olhos inteligentes se estreitaram e o lábio inferior à mercê de seus dentes enquanto verificava se havia arranhões e riscos, a espessura da pátina, peças em falta, ou qualquer coisa que um comprador precisava saber antes de comprar qualquer coleção. Seu laptop com um microfone estava na mesa de café, o software de estação de arte de reconhecimento de fala aberto e pronto para traduzir suas palavras em texto.


Ciente do quão rapidamente ela era absorvida em seu trabalho com a exclusão de tudo o mais, Baron voltou para o escritório. Enquanto Kara dissecava as imperfeições nas peças, ele planejou capturar sua beleza e singularidade no filme. Se ele filmasse no período da manhã, ele poderia fazer o upload das imagens para o seu laptop na parte da tarde. Kara provavelmente gravaria seu trabalho e organizaria os dados conforme escolhesse, mas ele queria as suas tardes e noites de encontros pessoais.

*** — Quer nadar? Kara enterrou em seu peito, a rede balançando suavemente debaixo deles. Eles estavam no seu lugar favorito de descanso depois do almoço, ouvindo ondas suaves baterem na praia de pedrinhas e curtindo a brisa fresca do outro lado do lago. — Eu não sinto como se pudesse me mover, e você é um travesseiro tão maravilhoso. Ele riu, o som vibrando através dela. — Você realmente gostou daqui? — Hmm-mm. — Bridget mencionou que planeja vender a casa quando eu estava na casa dela. Eu quero fazer uma oferta. O que você acha? — Ela teria perguntado por que ele precisava de sua opinião, mas depois de compartilhar sonhos pessoais, idiossincrasias, gostos e desgostos, ela sabia que podia falar livremente. — Pelo número de edifícios que vimos em construção em todo o lugar, eu acho que a compra de terra aqui é um bom investimento. — Então eu a deixarei saber que estamos interessados.


Kara franziu a testa. Ele percebeu que disse nós e não eu? Ela deveria perguntar o que ele quis dizer? Ou talvez fosse apenas um deslize da língua e ela fazia um grande negócio a partir do nada, especialmente depois de uma semana e meia tão fabulosa. Ela se sentou e balançou a rede. — Ok. Nadar. Baron correu os dedos para cima e para baixo do braço. — Sabe, se você não fosse tão preocupada, eu não perguntaria. — Eu sei. — Ele a assustou até a morte na primeira vez, ele foi nadar e demorou muito para voltar. Ela pensou que ele teve uma cãibra ou algo assim. Desde então, ela queria se juntar à ele ou assisti-lo do barco. — Venha. Vamos lá. — Ela deslizou para fora da rede e entrou no quarto. Espero que, pelo menos, um dos meus trajes de banho esteja seco. Foram nadar na parte da manhã e fez outros esportes aquáticos nas tardes quando estava mais quente – bote, caiaque ou apenas descansando em dispositivos de flutuação de água amarrados ao cais. Ela ainda não dominava a água. Mas seu momento favorito era quando ele tocava seu violão e cantava para ela. As canções eram cruas, mas ele tinha uma linda voz. Pena que ele não perseguiu a carreira de cantor. Várias horas depois, eles assistiram ao pôr do sol juntos desde o barco no meio do lago. Baron estava atrás dela, segurando-a livremente. — Vamos sair amanhã — disse ele. Ela balançou a cabeça. — Você terminou e pode se dar ao luxo. Eu não posso. — Nós ainda temos mais quatro dias. — Dê-me um dia e eu sou toda sua. Ela sentiu-o sorrir. — Você sabe o que eu quero dizer. Depois que o sol mergulhou atrás do horizonte, uma leve brisa fria soprava do oeste. Baron ligou o motor e voltou para a casa. Sra. Frisk fez novamente aspargos refogados, sopa de lentilha, peito de frango


cozido e batatas vermelhas assadas. A mulher era uma cozinheira maravilhosa. Baron sentou em sua cadeira e bebeu um gole de vinho, mas seus olhos não deixaram o rosto de Kara. A primeira vez que ele a estudou atentamente assim ela disse que era rude. — Você me fascina — foi a resposta dele. Em seguida, ele listou – porque tudo o que ela fazia lhe interessava. Ela nunca soube que era acolhedora e gostava de ser o foco de atenção de um homem. Isso era bom, desde que ele a fascinava também. Ela estendeu a mão e traçou a cicatriz embaixo do queixo. — Como você conseguiu isso? Ele riu com um pouco de autoconsciência. — Briga na escola. — Há uma história por trás, não é? Seus olhos se estreitaram como se debatendo se respondia, em seguida, ele assentiu. — Jade pulou algumas séries e entrou cedo no colegial, assim ela era realmente estranha e despreparada para a crueldade dos estúpidos, idiotas imaturos, que pensavam que estava tudo bem pegar garotas como ela. Você sabe sobre sua condição do coração? — Kara assentiu. — Ela também tomava remédios para controlá-la, ela era muito autoconsciente sobre muitas coisas. Mas quando um dos burrões, Denton Holiday, decidiu fazer dela seu próximo alvo e cruzou a linha, Chase e eu decidimos lidar com isso. — Ele riu. — Infelizmente, ele tinha sua turma. Nós três – Chase, Eddie e eu... eu não sei se você se encontrou com o meu primo, mas ele tem um pavio curto e odeia bullying. — Baron pegou a mão dela e imprensou com as suas grandes.

Quando

o

segurança

chegou,

nós

estávamos

ensanguentados. Não percebi que era o meu sangue, não me lembrava de ser esfaqueado, mas Denton e seus amigos aprenderam a nunca pegar um de nós de novo. Quão heroico. Kara trouxe suas mãos unidas aos lábios e beijou as costas da sua. — Você ficou em apuros?


— Oh, sim, duas semanas de suspensão. Você deveria ter visto a mamãe. Ela estava tão decepcionada conosco que trouxe os tios para angariar algum sentido para nós. Recebemos uma bronca sobre o uso da violência na resolução de litígios, mas assim que ela saiu da sala — ele balançou a cabeça e sorriu, — eles nos felicitaram por continuar a tradição dos Fitzgeralds. Kara riu. — Bater nas pessoas? — Defender os nossos. — Não honrar ou respeitar o espaço pessoal das pessoas? — Brincou ela. Ele riu. — O espaço pessoal que se dane. Você vem atrás de um dos nossos, vamos acabar com você. Família vem em primeiro lugar, é o nosso lema. O que você acha? Kara levantou, deu um beijo em seus lábios, e disse: — É um lema maravilhoso. Ela deixou Baron lendo o jornal local que a Sra. Frisk trouxe com ela todos os dias e se dirigiu ao banheiro. Ela preparou um banho de sais que trouxe de casa e ligou a água. Quando a água estava alta o suficiente, ela ligou os jatos e tirou o maiô. Ela estava prestes a entrar na banheira de grandes dimensões quando Baron apareceu na porta. — Nós precisamos conversar. — Ele agarrou a mão dela. — Whoa, apenas um segundo. Eu estive pensando nisto a semana toda. — Isso pode esperar. Isto não pode. — Ele acenou com o jornal que estava lendo, sua expressão difícil de decifrar. Franzindo a testa, Kara pegou o roupão. — O que não pode esperar?


— As notícias sobre Stu, Valerie e sua filha. Vamos lá. — Ele quase não deu a ela um momento para colocar os ombros no manto antes de arrastá-la para a sala de estar. Kara ficou perplexa. Stu e Valerie Granger eram as duas pessoas que Baron evitou falar desde que chegaram aqui. A única vez que o nome de Stu surgiu foi na noite que Baron tocou seu violão pela primeira vez. — O que está acontecendo? — Perguntou Kara, mas Baron a plantou na frente de seu laptop aberto em um artigo da internet. Ele empurrou o laptop de lado. — É o mesmo artigo. Leia este — ele empurrou o jornal na mão, — e me diga que eu não estou enganado. — O título da história, Ídolo Bad Boy do Baseball morre em acidente, chamou sua atenção. Ela rapidamente leu a história. Stu Granger estava morto. Valerie e sua filha sofreram lesões extensas. Kara olhou para Baron. — Sinto muito por Stu, Baron. — Assim como eu. Mas não se trata de Stu. Releia a última frase. Ela leu em voz alta. — Valerie e sua filha de quatro anos sobreviveram, mas têm lesões extensas. — Kara ainda não entendia. Isto era sobre Valerie? Ele ainda estava apaixonado por ela? Kara colocou o papel de lado. — Estou feliz por estarem vivas, Baron. Realmente. — Eu também, mas você percebe o que isso significa? Eu tenho que ir até ela. A primeira coisa na parte da manhã. — Seus olhos brilhavam de excitação e sua voz levantou-se com euforia. Algo apertou o peito de Kara até doer o respirar. Como ele ainda podia amar aquela mulher depois da maneira que ela o traiu? — Eu ficarei aqui e terminarei o trabalho que comecei... — sua voz quebrou. Seu estômago estava esquisito e os olhos ardiam. Por que


ele não poderia amá-la do jeito que amava Valerie? — E embalar tudo para o transporte. Baron agarrou seu braço e olhou para seu rosto. — Venha comigo. — Não, obrigada. — Kara desembaraçou-se de suas mãos e deu um passo atrás. — Vamos, Kara. Eu preciso de você. Kara respirou fundo e olhou para ele. — Como você pode ser tão insensível? Você espera que eu vá com você para a cabeceira daquela mulher? O que eu devo fazer? Segurar sua mão enquanto você paira sobre ela? Eu pareço uma completa idiota? — Ela gritava quando terminou de falar. Ele estendeu a mão para ela. — Whoa, Kara... — Não me toque. Você quer ir e ter o seu grande reencontro feliz com Valerie, fique à vontade. Apenas me deixe fora disso. — Ela foi em direção ao quarto, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ele disse alguma coisa, mas ela não parou para ouvir. A dois passos do corredor, os braços de Baron circularam a cintura dela e puxou-a contra ele. Ela mexeu. — Deixe-me ir. Ele a abraçou com força. — Não vou para ver Valerie. É a menina ferida com ela. Minha filha, Kara. Acho que ela é minha filha. — Suas palavras finalmente filtraram através do aumento da dor que quebrava seus sentidos, e Kara ficou imóvel. — Sua filha? — Ela sussurrou. — Sandra. — Baron apertou Kara perto, seu rosto pressionado contra a lateral de sua cabeça. — Antes de Valerie me deixar, ela me disse que teve um aborto, que não havia espaço em sua vida para mim ou meu filho. Eu poderia não amá-la, mas eu estava disposto a ser um marido fiel e um pai amoroso. Ela tomou isso de mim. — Sua voz tremia enquanto falava. Seu filho? Todos esses anos e ele não sabia? Como pode


essa mulher ser tão cruel? Kara não sabia o que dizer para aliviar sua dor. — Valerie estava com cerca de seis semanas de gravidez. O artigo dizia que Sandra comemorou seu aniversário há três semanas, no mesmo mês que minha filha teria nascido. — Eu não tinha ideia. — Ela virou em seus braços para enfrentálo. Ela nunca viu tanta esperança nos olhos de uma pessoa. Se a criança acabasse por não ser dele, ele estaria tão devastado. — Eu pensei que você soubesse — disse Baron. — Você estava na minha casa e eu continuei falando sobre isso. — Não para mim. — Ela esfregou as costas, seu coração quebrando por ele. — É algo que eu tentei esquecer. Que ela assassinou meu filho. Isso me comia desde então, mas isso significa que ela não fez um aborto. A minha filha está viva. Se Sandra era dele, ele precisava se concentrar em garantir que ela teria o melhor tratamento para seus ferimentos. — Você tem que ir até ela, Baron. — A primeira coisa amanhã de manhã. Venha comigo. — Não, eu serei inútil. Aquela menina precisa de você, seu pai. — Ele parecia pronto para discutir. — Eu estarei em casa em poucos dias, de qualquer maneira. Enquanto isso, eu posso finalizar as coisas aqui. Ele segurou seu rosto, seu olhar intenso. — Você tem certeza? Ela tentou sorrir, mas falhou miseravelmente. Ela não tinha certeza. Se essa menina era verdadeiramente sua, ele tinha que lidar com Valerie. Kara viu homens suficientes capturados em batalhas de custódia com as suas ex-namoradas para saber que poderia ser uma batalha sem fim. — Sim. — Ela acariciou sua bochecha, beijou-o, e acenou com a cabeça. — Cuide de sua filha.


Ela lhe deu um longo beijo, mas ele estava distraído. — Ela vai precisar do melhor tratamento. — Ele virou, sentou na frente do computador e começou a escrever. Por um momento, Kara assistiu-o.

Suas

duas

semanas

da

festa

do

amor

terminaram

prematuramente e não havia nada que pudesse fazer sobre isso. Ela nunca sequer chegou a dizer à Baron que o amava ou que queria continuar a vê-lo uma vez que deixasse Idaho. Não havia pressa. Eles teriam o seu tempo mais tarde. Ela tinha certeza disso.


CAPÍTULO 18 Kara estava esparramada sobre Baron quando ela acordou. Seu peito subia e descia suavemente, o cabelo fazendo cócegas em sua bochecha. Ela levantou a cabeça e observou-o enquanto ele dormia. A dureza de seu rosto suavizou no sono e seus cílios incríveis faziam sombras em suas bochechas. Tocou-lhe o nariz, a cicatriz no queixo. Ela o veria tão vulnerável de novo? Seria capaz de tocá-lo onde quisesse? Ontem à noite ele não veio para a cama até muito tarde e quando o fez, ele murmurou algo sobre um voo às oito e meia, puxou-a em seus braços e dormiu. Pela primeira vez desde que chegou a Idaho, ele não fez amor com ela. Chame-a de insensível ou o que quiser, mas o pensamento de que ele não a desejava mais a manteve acordada por horas. Seu raciocínio parecia bastante ridículo agora. Uma noite não poderia apagar onze dias de prazer sensual. Além disso, Baron tinha o suficiente em seu prato e precisava de seu apoio, não a sua auto piedade. Seus olhos foram para o relógio. Passava das sete. Kara sacudiu-o suavemente. — Vamos lá, baby. Acorde. — Ele não se moveu. Ela estendeu a mão e beijou-o. Ele se mexeu e em poucos segundos, assumiu sua boca, seus sentidos. Ele a soltou e deu um sorriso de ponto de fusão óssea. — Hey. — Você vai perder o voo. Ele olhou para o relógio na mesa de cabeceira, em seguida, virou para ela. Ele sorriu, acariciou sua bochecha com as costas da mão.


— Nós precisamos conversar quando você voltar para LA. — Seu coração pulsava com antecipação. — Sobre nós. Você e eu não terminamos, nem perto disso. Kara sorriu. Ela esteve preocupada por nada. — Eu sei. — Bom. — Ele plantou outro beijo em seus lábios e bateu em suas nádegas nuas. — Agora eu preciso me arrumar. O avião estará aqui a qualquer minuto. Kara se mexeu fora de seu peito. — O que quer dizer aqui? — Tomarei um hidroavião e me conectarei com as pessoas de Lex no Aeroporto de Coeur d'Alene. — Kara vestiu o roupão. — Então você precisa se apressar. Você quer algo para comer? Café? — Café seria ótimo. — Ele pegou a mão dela antes que ela pudesse se mover, puxou para mais perto para outro beijo, arrastando e dissipando tudo que ela temia sobre ele não desejá-la. — Sentirei sua falta. — Se você continuar com isso, nunca sairá daqui. — Então pare de me distrair. — Ele seguiu para o banheiro. Rindo, Kara foi até a cozinha, ligou a máquina de café, em seguida, viu o fluxo de água do lago e o fluir através da janela da cozinha. Ela sentiria falta deste lugar, Baron mexendo com o barco ou transportando os caiaques para a beira da água. Não seria o mesmo sem ele. Suspirando, ela pegou o papel da noite passada e releu a história sobre o acidente. Fique segura, garota. Pelo amor de Baron, Kara esperava que Sandra fosse uma lutadora. Kara tomava seu café quando o som de um avião se aproximando chamou sua atenção. — Está aqui — ela gritou para Baron enquanto servia café, preto, do jeito que ele gostava, em uma caneca de viagem e apertou a tampa. — Baron? — Estou indo.


Ela protegeu os olhos quando o hidroavião abaixou mais e mais, em seguida, pousou na água. Baron entrou na sala de estar, uma mochila de noite em sua mão. Ele pegou o café dela, circulou sua cintura, e a puxou para um abraço e um beijo breve, que terminou cedo demais. — Eu ligarei esta noite. Oh, e eu deixei um cheque para a Sra. Frisk ao lado do telefone da cozinha. Kara saiu com ele, mas permaneceu no pátio, observou-o a bordo do avião fora do cais, sentindo-se feliz por ele, mas ainda triste por ele ir. Ela acenou enquanto o hidroavião decolou, ficou olhando para ele até que era um ponto na distância, em seguida, soltou um suspiro profundo e olhou em volta. A vitalidade do lugar foi com o Baron. Ela não podia esperar para voltar para Los Angeles e se juntar à ele.

*** Baron saiu do terminal executivo LAX para encontrar Lex esperando por ele no meio-fio. Eles apertaram as mãos e se abraçaram. — Obrigado, cara. — Ele correu em torno do capô e deslizou para o banco do passageiro. — Como é que Sandra está? — Ele perguntou assim que Lex deixou o meio-fio. — Ela entrou em coma esta manhã, mas os médicos disseram que seus sinais vitais são bons. — Maldição. — Não se preocupe. Ela é saudável e sobreviverá a isso. Baron passou a mão em seu rosto e olhou para o espaço. Ferimentos internos eram imprevisíveis. Seu pai nunca recuperou a consciência depois que seu carro foi atingido por um petroleiro. — Alguém sabe como aconteceu o acidente? — Perguntou.


Lex franziu a testa. — Stu dirigia rápido demais e o carro capotou. — Como alguém poderia ser tão descuidado com uma criança no carro? — Você a mudou para um quarto privado? Lex assentiu. — Ela tem os melhores médicos à sua disposição. Ambas têm. Ambas? — Ah, Valerie. Como ela está? Um cínico sorriso tocou os lábios de Lex. — Valerie está ótima. As informações sobre o acidente vieram dela, e precisei da permissão dela para conversar com os médicos e movê-las. Liguei para o hospital antes de sair e disseram que ela está em uma conferência de imprensa. — A imprensa... por quê? — Eu não tenho a menor ideia. Fez-se silêncio no carro enquanto Lex diminuiu a distância entre eles e Cedars-Sinai. Baron recostou-se e girou os ombros, tentando remover torções de tensão. Qual era a de Valerie? Teria ela sabido que ele conversara com o médico de Sandra sobre a realização de um teste de paternidade? Ele planejou fazer o teste assim que chegasse ao hospital, mas seria insensível dele tentar fazer agora, enquanto Sandra estava em coma. Não havia como dizer o que Valerie faria se descobrisse, principalmente se Sandra acabasse por ser dele. Baron olhou para seu irmão mais velho. — Você a viu? Sandra? — Sim. Eu estava lá quando a transferiram para uma sala privada. Ela é uma criança linda. Ela me lembrou de Jade — Lex acrescentou com uma risada. Baron sorriu, mas a alegria desapareceu quanto mais perto chegava do hospital. — Obrigado, Lex. — Ele deu um tapinha no ombro de seu irmão. — Eu não poderia ter feito isso sem você.


— A família vem em primeiro lugar — Lex repetiu seu lema de família, em seguida, jogou à Baron um olhar inquieto. — No entanto, você tem que estar preparado para lidar com isso. Baron olhou para seu irmão mais velho, não gostando do jeito que ele falou. Lex tendia a falar mais devagar quando perturbado. — Eu estou. — Há muito mais acontecendo do que o que está nos jornais. — O que você quer dizer? — Para começar, o acidente aconteceu há poucos quarteirões da casa. Coisas pessoais de Valerie e Sandra estavam no carro, mas não de Stu. — Ele fez uma pausa, como se para deixar suas palavras afundarem. — Adicione as fotos de você e Valerie no tabloide e... você sabe o que isso significa. Baron amaldiçoou. — Stu a levava para a mansão. — Os paparazzi chegaram à mesma conclusão. Quando saí de casa, eles estavam acampados do lado de fora do portão. Oh, a irmã de Valerie chegou esta manhã. — Irmã? Valerie era apenas uma criança. Seus pais se divorciaram quando ela era jovem e sua mãe se afastou des... — Baron suspirou. Valerie era uma mentirosa. Ela provavelmente fabricou tudo o que sempre disse a ele. — Ok. Diga. Lex hesitou. — Ouça. Eu sinto muito jogar toda esta informação para você de uma vez, mas com a improvisada conferência de imprensa de Valerie e os paparazzi na mansão, as chances de que alguns estão esperando do lado de fora do hospital são elevadas. É melhor estar preparado do que remediar. — Entendi — Baron respondeu, mas suas entranhas estavam congeladas. Se apenas Kara estivesse com ele. Ele poderia usar um pouco de seu calor agora.


*** Só o trabalho poderia manter Baron fora de sua mente, por isso que Kara mergulhou no mesmo, ou tentou. Até o momento que a Sra. Frisk chegou à tarde, Kara conseguiu muito pouco, e seus olhos doíam de examinar a obra de arte e olhar muito tempo para a tela do laptop. Não importa o quanto tentasse, seus pensamentos continuavam à deriva para Baron, Sandra e Valerie. Pensar sobre os três ao mesmo tempo a incomodava. — O que você gostaria para o jantar, senhorita Michaels? — Perguntou a Sra. Frisk, colocando sacos de papel de supermercado no balcão. Kara sorriu. — Qualquer coisa, eu não sou exigente. — Apenas não tendo vegetais crus e saladas ou carne. — Eu espero que não seja um problema. A corpulenta mulher riu e negou o comentário de Kara com um breve aceno. — Não é nenhum problema. Sr. Fitzgerald me lembrou ontem à noite sobre as suas preferências. Ele disse que você iria embora no domingo. Graças a Deus Baron falou com a governanta. Kara não tinha certeza se explicou ou não a sua ausência. — Sim. Meu voo é às oito. Eu terei que devolver o SUV, mas não tenho certeza de onde ele alugou. — Não se preocupe com isso. Meu sobrinho cuidará dele. Ele estará aqui na parte da manhã no domingo para levá-la ao aeroporto também. — A mulher pegou o envelope que Baron deixou no telefone e sem abri-lo, colocou-o no bolso do casaco.


Quando olhou para cima e pegou a atenção de Kara sobre ela, Sra. Frisk sorriu. — Agora você continue com o seu trabalho, minha querida, enquanto eu faço o jantar. Havia alguma coisa que Baron não tenha pensado? Ele era tão meticuloso e confiável que seria um pai e marido maravilhoso. Kara pegou seu telefone celular e verificou se estava ligado. Ele ainda não ligara. Ela esperava que tudo estivesse bem. Kara se levantou, com a intenção de relaxar antes do jantar. Ela não teve coragem de dormir na rede ou sair para o lago. Eles lembravam muito de Baron. Ela pegou um filme e desapareceu no quarto. Kara comeu sem realmente saborear a comida, então se arrastou até o banheiro e colocou o telefone por perto para que pudesse ouvi-lo tocar. Baron não ligou até que ela estava sob o edredom, olhando para o teto no escuro. — Desculpe por ligar tarde — disse Baron em uma voz tensa. — Está tudo bem. Como Sandra está? — Ela entrou em coma esta manhã e não saiu dele. — A dor era evidente em sua voz. — Ela sairá dessa, baby, eu sei que vai. Disseram o que há de errado? — Ela tinha alguns hematomas e inchaços em seu cérebro. Eles tentaram liberar a pressão cirurgicamente, mas era tarde demais. Houve algum dano tecidual e... — sua voz desapareceu como se tentasse se acalmar. — Eles dizem que o corpo dela desligou para dar tempo para ela se curar. Como ela desejava estar lá com ele. — Você está ligando de casa ou do hospital? — Hospital. Eu provavelmente estarei aqui por um tempo. — Isso significava que ele passaria a noite. Se ela estivesse lá, ela velaria com


ele. Valerie estava com ele agora? O ressentimento e inveja para a mulher levantou-se como bile dentro de Kara. — Como está Valerie? — Ela se forçou a perguntar. Baron demorou um pouco para responder. — Complicado. Ela quebrou a perna e trincou algumas costelas, mas está bem. Eles estão liberando-a amanhã. Infelizmente, a família de Stu a expulsou de casa. Stu também cancelou todos os seus cartões de crédito antes do acidente e congelou suas contas. Ela não tem nada. Está uma grande confusão. A sensação de mau agouro pairou sobre Kara. Por favor, não me diga que ela ficará com você. Kara agarrou o telefone, preparando-se. — Onde ela ficará? — Eu não sei. Algum hotel, eu acho. Com uma perna e costelas quebradas? Ela o conhecia bem o suficiente para saber que ele não deixaria que isso acontecesse. Cuidar de Valerie enquanto ela convalescia era apenas o começo. — Ela está...? — Ela não deveria perguntar. Ele tinha o suficiente em seu prato. Kara respirou fundo, e mais uma vez. Baron era seu homem e ela tinha o direito de saber. — Você não pensa em deixá-la ficar com você, não é? — Perguntou Kara. Outro longo silêncio se seguiu. — O pensamento passou pela minha cabeça — ele respondeu. — E? — Sua mão se apertou em torno do telefone enquanto esperava. — Não quero discutir isso agora, Kara. — Eu preciso saber Baron. — Sua voz se elevou. Obrigou-se a diminuir calmamente. — Ela vai morar com você? — É só por algumas semanas. Até que ela esteja andando novamente.


O coração de Kara afundou. Perna e costelas quebradas podem levar semanas para cicatrizar. — Você pode me dar um cronograma? — Cristo, Kara, eu não sei. Quatro... seis semanas. Kara fechou os olhos. Ela queria se calar. — É uma má ideia, Baron. Ela vai vagabundear... — Não posso simplesmente jogá-la na rua. Ela é a mãe da minha filha. — E esse era o ponto crucial da questão. Kara não podia com o trunfo 'Mãe do meu filho', sem entrar no modo cadela com ciúmes e sem consciência. Como eles podem ter um relacionamento quando Valerie estava na casa dele? Baron estava muito envolvido emocionalmente para ver que esta era uma péssima ideia. Talvez depois de alguns dias, ele seria mais favorável à razão. — Podemos discutir isso quando eu chegar em casa? — Perguntou ela. — Claro. Escute, eu tenho que ir. O médico está aqui. Ela queria dizer a ele o quanto sentia falta dele, mas em vez disso, disse: — Boa noite. Kara colocou o telefone de lado e caiu de costas para discursar com o teto. Talvez ela estivesse errada em tomar uma posição. Baron parecia tão distante, como se soubesse que havia mais coisas entre eles. Não, eu preciso parar de imaginar o pior. Baron e eu somos ótimos juntos. Ele não jogaria isso fora. Sua afirmação foi testada no dia seguinte quando Baron ligou, deu à ela uma breve atualização sobre Sandra, cuja condição não mudou, e disse que precisava ir. Kara ficou segurando o telefone, perguntando onde está o homem que passou as últimas semanas com ela. Ele se transformou rapidamente no curto e distante Baron, com quem ela não poderia estar, o homem que ele se tornou após Valerie o deixar, e Kara era impotente para detê-lo. Quando ele não ligou no sábado, ela sabia que algo estava errado.


*** — Acabamos de desembarcar — Kara disse à Baron em seu caminho para casa do LAX, no domingo. — Eu tomei um táxi e devo estar em casa em breve. Como Sandra está? — Ela está a mesma coisa. — Seu tom era legal. — Você quer que eu pare por aí? — Não, vir aqui não é uma boa ideia — disse ele. — Eles estão permitindo apenas a família. Este não é o momento certo ou o lugar para falar de nós ou qualquer outra coisa. Ele realmente acha que ela era tão insensível? — Não quero falar sobre nós, Baron. Eu quero estar aí para você. Sinto sua falta. — Houve um silêncio e o Eu sinto falta de você também, que Kara esperava ouvir não veio. — Baron? — Eu quero o que é melhor para Sandra, e preciso de uma mente clara para que isso aconteça, Kara. — E ela ofuscava sua mente como? Kara queria explodir. Obrigou-se a falar com calma. — Eu também quero o melhor para ela, Baron. — Então você entende por que não posso fazer nada sobre nós até que esta situação seja resolvida. Não, ela não entendia. Baron não estava super colado à cadeira ao lado da cama de Sandra. Era óbvio que ele não queria ter nada a ver com ela. Só havia uma solução para a sua situação. Kara respirou fundo e soltou o ar lentamente. — Por que apenas não terminamos agora? — Kara...


— Você disse que eu decidiria quando eu queria que essa relação acabasse. As duas semanas passaram, Baron. Eu acho que é hora. — Sua voz quebrou no final da frase. — Não faça isso, querida. Só preciso de um pouco de tempo. — É melhor assim. Limpo. Limparei minha sala de trabalho na próxima semana. Adeus, Baron. — Seus olhos se conectaram com os do motorista de táxi através do espelho retrovisor. O homem estava sem vergonha de ouvir o seu lado da conversa. Ela olhou para ele, desligou o telefone celular, e lutou contra as lágrimas. Foi a decisão certa. A única decisão. Baron tinha uma filha e uma ex-noiva para lidar enquanto ela tinha seu negócio. Família vinha primeiro. Era seu lema da família. Por que então se sentiu mal? Por que doía tanto? Porque esperava que ele quisesse que ela fosse de sua família. Isso era o que ela temia, a mágoa, a dor de perdê-lo. Ela se enganou ao pensar que tinha uma chance com ele, e fez isso para si mesma. Baron não pediu a ela para se apaixonar por ele. — Você está bem, senhorita? Pareço estar bem? Ela olhou para ele através de um brilho de lágrimas, virou a cabeça e viu a paisagem que passava com olhos cegos. Cada respiração que ela tomou doeu mais do que a última. Ela se sentiria inteira de novo? Lágrimas ameaçavam cair, mas se recusou a chorar.

*** O coração de Baron malditamente saltou de seu peito quando Kara atravessou as portas da galeria dois dias depois. Ela não olhou para cima ou olhou para a tela do jeito que ela fazia usualmente, seu olhar para frente, como se não pudesse esperar para chegar à sua sala de


trabalho e sair. Ele sabia que ela estava aqui para recolher suas coisas. Gena lhe dissera. Doeu vê-la, saber que não havia nada que ele pudesse oferecer para fazê-la ficar. Não quando Valerie era parte de sua vida. Parte dele queria correr as escadas e implorar para Kara não sair. Ele a amava, queria passar o resto de sua vida com ela, mas não poderia arrastá-la para a sua bagunça. Assim que acabasse de separar as coisas com Valerie, ele encontraria Kara e explicaria. Não demorou muito para que ela saísse novamente, parou junto da mesa de Maya e abraçou a menina vivaz antes de ir para a porta com Rick ao seu lado, carregando uma caixa com suas coisas. Baron fechou os olhos para não observá-la sair da Galeria, mas já era tarde demais. A imagem ficou embutida em seu cérebro, provocando-o. Seus pulmões apertaram e sua cabeça doía. Tudo o que ele fez nos últimos dois dias foi traçar estratégias num curso de ação após o outro, sem fim à vista. Ele sempre terminava deixando Kara ir. Seus olhos se abriram e ele se esforçou para vê-la entrar em seu carro. — Você é um idiota — Chase bateu atrás dele. Baron não respondeu. Dor, sua companheira constante nos últimos dois dias, chocou-se com ele. — Essa cadela quase te destruiu cinco anos atrás e agora você permite que ela destrua o que é verdadeiro e puro em sua vida. Vá atrás de Kara agora, Baron, ou eu juro... — Eu não posso — Baron rosnou e continuou a olhar para o local em que o carro de Kara estivera alguns segundos atrás. — Por que não? — Chase estalou. — Ela não se encaixa em seu plano de cinco anos? — Ela não merece fazer parte dessa bagunça. — Baron virou e olhou para seu irmão gêmeo. Algo em sua expressão deu à Chase um passo mais perto.


— Merda! Você a ama. Baron assentiu. — Deixar Valerie em minha vida há cinco anos foi o meu pior erro. Agora tenho de limpar a minha bagunça. Sozinho. Quando for para Kara, eu vou um homem livre, livre desta feiura, livre para amá-la como ela merece ser amada. Chase olhou. — Porra, essa é a melhor notícia que eu já ouvi em muito tempo. Ele bateu nas costas de Baron e deu-lhe um abraço. — Isto exige uma celebração. — Eu me sinto como um merda e você quer comemorar? — Baron rosnou. —

Maldição,

é

verdade.

Pretendo

dizer-lhe

em

detalhes

excruciantes como pretendo ir atrás de Kara se você estragar tudo. — Dane-se. Chase riu e foi para a porta. Baron pegou as chaves do carro e seguiu. Seu irmão gostava de fazê-lo suar, mas ele estaria justificado se Baron deixasse Kara ir. — Você paga.

*** Kara andou uma curta distância antes de estacionar. Dirigir com lágrimas era um acidente esperando para acontecer. Seu telefone tocou. Ela ignorou. Apenas outro interlocutor querendo saber se ela estava bem. Nos últimos dois dias, todas as suas conversas telefônicas começavam e terminavam da mesma maneira. Seus pais, sua irmã, Renee, Chloe, Rick e até mesmo Raul, não importa quem. — Como você está? — Eles perguntavam.


— Bem — ela respondia, e deliberadamente tentava parecer preocupada. — Você quer que a gente vá aí? — Não. Eu estou realmente ocupada com a loja agora. Talvez mais tarde. — Tudo o que ela fez foi andar ao redor da casa, fungar e assistir TV. Em um dia normal, ela não podia suportar novelas e talk shows. A ligação do empreiteiro reformando sua loja a trouxe para o presente esta manhã, lembrando-lhe que a vida devia continuar. Ela fez a sua escolha e devia aprender a viver com ela. Baron seguiu em frente também. Os tablóides eram a certeza que ela não se esqueceria. Recolheu suas coisas de sua galeria sem ele descer as escadas para falar com ela e levá-la para casa. Mais calma Kara ligou seu carro e foi para casa. A presença de um carro alugado no seu meio-fio enviou medo por ela. Seus pais. A última pessoa que ela queria lidar era sua mãe. Quanto Briana contou? Era uma coisa sua mãe suspeitar que Kara estivesse apaixonada por Baron e outra é saber que ela se envolveu com ele. Pior, sua mãe gostava dele. Ela culparia Kara pela separação? Antes de Kara estacionar ao lado do carro alugado, a porta do motorista se abriu e um homem alto, de cabelo loiro desgrenhado e uma sombra de uma barba de um dia saiu e acenou. Jim. Kara suspirou de alívio, mas foi de curta duração. — O que você faz aqui, Jim? Briana e o bebê estão bem? — Eles estão bem. — Ele andou em torno do capô e abriu a porta do passageiro. Briana, em um vestido de verão sem mangas fluído e sandálias de salto alto, flutuou até onde Kara estava e envolveu-a em um abraço perfumado. A respiração de Kara ficou presa na garganta.


Briana recostou-se, estudou o rosto de Kara, e jurou: — Eu acabarei com ele. Kara riu, ou pelo menos tentou. — Não é culpa dele. Eu escolhi ir embora. — É aí que você está errada — Briana retorquiu. — Você é incapaz de ferir alguém. Eu avisei a ele, mas ele não deu ouvidos. — O que você está falando? — Kara franziu a testa. — Quando ele veio para a casa eu disse a ele que seria melhor tratá-la bem ou ele teria que lidar comigo. Os olhos de Kara embaçaram. — Obrigada, mana, mas a situação com Valerie é mais complicada do que os tablóides insinuam. Você vê... — ela lembrou que não estavam sozinhas. — Vamos conversar mais tarde. — Ela deu um tapinha no braço de sua irmã, virou e abraçou Jim. — Eu não sei o que vocês dois fazem aqui. Eu disse que eu estava bem — ela repreendeu, olhando para Briana. — Você não está — Briana retorquiu. — Não pense que eu não posso sentir quando você está sofrendo. Sua voz se torna quebradiça e estridente. Você precisa de mim, pela primeira vez na história. É claro que eu tinha que vir. Kara olhou para sua irmã e suspirou. — Você é minha irmã, Briana. Eu sempre precisei de você. Os olhos de Briana encheram-se com lágrimas. — Eu sinto muito por tudo, mana. Roubar seus namorados, Jim — ela acenou para o marido, que parecia pronto para fugir. — Eu me convenci que a protegia contra eles, que se eles me queriam enquanto namoravam você, então eles eram errados para você. Agora eu sei por que fiz isso. Eu estava com ciúmes. Os homens sempre querem cuidar de você, enquanto eu, eles só queriam isso. — Ela indicou seu corpo com um movimento de sua mão. — Querida — Jim protestou.


— A não ser você, baby — Briana o tranquilizou antes de acrescentar: — Não é fácil ser a irmã muda. — Você não é muda — Kara protestou. — E pare com o choro. Tenho certeza que tudo isso não é bom para o meu sobrinho. — Combatendo as lágrimas também, Kara passou um braço em torno de Briana e levou-a para a casa. Eles precisavam entrar antes que os vizinhos reconhecessem Jim e começassem a tirar fotos. Ela teve o suficiente de ver as pessoas que ela amava nos tablóides. Ela abriu a porta e introduziu a sua irmã para dentro. — Fomos para a galeria e senti sua falta — disse Briana entre soluços. — Penso em ir lá até que eu encontre com Baron. — Não. — Kara parou e olhou por cima do ombro para Jim, que pairava na porta. — Quanto tempo vocês ficarão? — Por quanto tempo você precisar de mim. — Briana tirou suas sandálias e se jogou no sofá mais próximo com um olhar determinado. O olhar de Kara voleou entre eles, um pressentimento passou sobre ela. Ela tinha apenas um quarto e um futon em sua oficina. — Você pensa em ficar comigo? Briana riu. — Não, boba. Jim vai nos hospedar em um hotel a poucos quarteirões daqui. — Ela olhou para o marido, que ainda estava perto da porta. — Vá em frente, querido. Leve um par de horas. Kara e eu precisamos conversar.


CAPÍTULO 19 Kara apertou seu laptop enquanto estudava os projetos virtuais da loja e as paredes. — Você vê como se encaixam perfeitamente quando mudamos isso aqui — o alto homem tocou a tela duas vezes e dois painéis trocaram de lugar. — O que você acha? — Um pouco mais baixo. Não quero os clientes esticando o pescoço para estudar os quadros. Ele riu. — Não, nós não queremos isso. Você estará lá esta tarde, Sra. Michaels? — Sim, eu entrarei e sairei. Tenho algumas coisas para fazer, mas terei meu telefone celular se você precisar entrar em contato comigo. — Ela insistiu em ser mão-na-massa, e o contratante foi muito acolhedor. Ela sabia o porquê – ele não tentou esconder o fato de que a achava atraente. Pena que ela não estava interessada. Ele era bonito, do tipo sólido. Kara evitou cuidadosamente as tábuas no chão e se retirou para trás em seu escritório. O tapete monótono foi tirado e substituído por piso de madeira durável e atraente, a parede cercada e texturizada conforme a sua especificação. Ela insistiu em começar com seu escritório, para que ela mesma pudesse torná-lo o mais confortável possível. Era onde ela conversaria com os clientes sobre suas peças danificadas. O piso principal, no entanto, era a cara da Michaels Restaurações de Belas Artes e Molduras. Tinha que ser simultaneamente acolhedor e com aparência profissional. Os contratantes entenderam isso.


Sentada atrás da velha mesa que os proprietários anteriores deixaram para trás, juntamente com uma única cadeira do escritório, Kara soprou o ar. Seu olhar foi para o envelope de papel pardo sobre a mesa, e uma sensação de déjà vu a inundou. Um mês atrás, ela temeu entregar a sua demissão a Baron Fitzgerald. Mais uma vez, ela se preparava mentalmente antes de ir vê-lo. Seu peito doía como muitas vezes acontecia quando ela pensava sobre ele, o que era frequente. Ela pensou que a dor diminuiria com o tempo, e se ela ficasse ocupada, ela entorpeceria os sentidos. Isso só ficou pior. Em casa, quando não tinha empreiteiros para distraí-la, exceto seu gato mal-humorado, as memórias se tornavam insuportáveis. Dor ou sem dor, não havia como voltar. Ela enrolou para devolver o pen drive com suas fotografias por tempo suficiente. Não havia nenhuma maneira que ela pudesse usá-los agora, o que significava que ela precisava orçar impressões para exibir em seus quadros. Uma breve batida à sua porta e Kara limpou sua voz antes de dizer: — Entre. A porta se abriu para revelar uma Estele Fitzgerald radiante, um saco de papel robusto em seus braços. — Oi, querida. Kara piscou. O que a mãe de Baron fazia aqui? — Eu trouxe o almoço. — Estele entrou na sala. Ela não recebeu o memorando? Kara e seu filho eram história. A amizade com alguém de sua família só faria esse fato mais insuportável. — Onde eu coloco isso? — Estele caminhou em direção à Kara, que parecia ter perdido a voz. Kara ficou de pé, correu em torno da mesa para tirar o saco da mulher mais velha. Ela colocou-o sobre a mesa, e assistiu Estele cautelosamente.


— Tanto espaço — disse Estele, olhando ao redor. — Eu amo isso. — Pretendo ter uma mesa de conferência e cadeiras — disse Kara. — Conte mais enquanto comemos. — Estele começou a tirar sanduíches do saco – peru no centeio e croissant, chá gelado, e macchiato engarrafado. — Eu não tinha certeza do que você preferia então trouxe os dois. Kara se encolheu quando a mulher mais velha sentou-se à mesa, deslocou-se para ficar confortável, e cruzou as pernas. — Pegue a cadeira, por favor. Estele despediu suas palavras com um aceno. — Eu estou bem. O pai de Baron e eu costumávamos comer apenas assim em seu escritório quando nos casamos. As melhores refeições que já tive. Sente-se. — Ela deu um tapinha na mesa. Soprando um suspiro, Kara moveu o laptop, colocou entre elas e sentou. Por um momento, elas comeram em silêncio. Em seguida, ela bateu uma tecla no teclado e começou a compartilhar sua visão.

*** Baron estava sentado atrás da mesa em seu escritório, o único lugar que ele encontrava consolo nos dias de hoje. Nas últimas três semanas, sua casa se tornara seu inferno privado. Não importava que ele só fosse lá para dormir e se trocar. Mesmo a irmã de Valerie concordando em ficar por aqui por um tempo, cozinhando, e como motorista de Valerie para o hospital, Valerie encontrou muitas vezes uma forma de encurralálo e pedir dinheiro para comprar coisas, ignorando o fato de que sua irmã era a única com quem Baron falava quando se tratava de finanças. O arranjo estava longe de ser o ideal, mas lhe convinha. As coisas estavam prestes a mudar agora que Sandra saiu do coma.


Uma batida na porta o interrompeu e sua mãe chegou inesperadamente. — Hey, baby. Ouvi a maravilhosa notícia sobre Sandra. — Ela procurou seu rosto. — Mas posso ver que não melhorou sua disposição. Baron levantou. — O que você faz aqui, mãe? — Visitando você. Eu não vejo você atualmente, exceto no hospital. Está tudo pronto para a inauguração, no sábado? — Eles tiveram que adiá-la por três semanas. — Sim. Rick tem tudo sob controle. — Mas você pretende assistir? — Ela permaneceu de pé, mas acenou para que ele se sentasse. — Claro. — Baron sentou, mas não conseguia relaxar. Sua mãe estava aqui por uma razão. — Bom, porque nós planejamos estar lá também. Ele franziu a testa. — Nós? — Seus irmãos e irmãs, tios e tias... eu. Vamos voar sábado de manhã para o evento da noite. Na verdade, eu fui à loja de Kara para ver se ela iria também. Você já viu o que ela está fazendo com a loja? Impressionante. Seu coração pegou ritmo com a menção de Kara. Vê-la deixar sua Galeria há três semanas foi a coisa mais difícil que já fizera. Quanto à sua loja, ele passava sempre que podia, na esperança de ter um vislumbre dela. — Ela está? — Ela está o quê, querido? Ele estreitou os olhos. — Indo, mãe. — Não há necessidade de ser brusco. Ela não pode comparecer. Está ocupada agora. O bater em seu peito se intensificou. Ele se lembrava da raiva e mágoa que soaram durante a sua última conversa telefônica, dificilmente


o estado de espírito certo para começar um novo negócio. No entanto, ela estava fazendo isso. Ele estava orgulhoso dela. Humilhado por sua força. Ele sentia falta dela. O sorriso dela. O cheiro dela. O jeito que ela gostava de traçar a cicatriz no queixo. Toda vez que ele sentiu o desejo de ligar para ela, ele se lembrou de sua promessa de ir até ela sem bagagem, sua jogada mais idiota até o momento. Kara pertencia à ele, em sua casa, não Valerie. Ele precisava dela. Juntos, eles lidariam com Valerie. Kara com sua bondade e capacidade de amar seria uma mãe maravilhosa para Sandra e uma esposa para ele, se ela o perdoasse depois da maneira como ele a deixou ir. Será que ela entendia por que ele fez isso? Ele esperava que sim. Estele limpou a garganta e chamou sua atenção. Em sua mão estava um envelope com seu nome, que ela deslizou em direção à ele. Ele o pegou. — O que é isso? — As suas fotografias. Antes de eu ir, eu quero que você saiba que esta situação entre vocês já foi longe demais. Eu não te criei para correr e se esconder de coisas só porque elas são difíceis ou complicadas. Baron sorriu. Ele se perguntou quanto tempo ela demoraria em perder a paciência com ele. A irmã de Kara não perdeu tempo rasgandoo, chamando-o de todo o nome do livro. Pelo menos ela se acalmou o suficiente para ouvi-lo e ver as coisas do seu ponto de vista. E Kara? — Você não me engana com aquele sorriso. Você tem uma mulher que te ama trabalhando até a morte naquela pequena loja e aquela que é uma mentirosa conhecida instalada em sua casa. O que você tem? O coração de Baron saltou. — Kara disse que me ama? Estele balançou a cabeça. — Eu tenho olhos, não é? Quanto à Valerie... — Ela é o meu problema. — Então, cuide dele e pare de fazer todos àqueles que amam você miseráveis.

Recuso-me

a

ver

outro

filho

meu

passar

por

um


relacionamento infeliz para provar um ponto. Corrija isto, Baron, ou eu farei isso por você. — Estele virou e varreu para fora de seu escritório. Balançando a cabeça, Baron pegou o telefone e discou o número do telefone celular de sua prima. Foi direto para o seu correio de voz, o que significava que ela provavelmente mostrava uma casa. — Hey prima, encontre-me um apartamento mobiliado pronto... dois quartos... locação de três meses e faça acontecer pra ontem. A próxima ligação foi para seu tio. — Você poderia recomendar uma empresa de inventário, tio Mo? — Quem é o autor? — A viúva de Stu Granger... Valerie. Ela precisa questionar o pedido da família Granger em sua propriedade. — Conheço apenas uma empresa. Espere uma ligação ainda hoje. E filho? — Sim, tio Mo. — Eu conheço um laboratório que pode acelerar um teste de paternidade. Baron fez uma careta. Não havia privacidade em sua família? Seus tios devem discutir sua situação durante o conhaque e charutos. Quanto às suas tias, ele estremeceu com o que passou por fofocas em suas salas nos dias de hoje. — Obrigado, tio Mo, mas eu cuidei disso. — Baron desligou e pegou seu casaco. Seja qual for o resultado, ele reivindicaria a sua mulher.

*** Kara colocou seu laptop e as chaves no balcão, em seguida, foi até a geladeira em busca de água. Ela bebeu metade dela e soltou um suspiro


profundo. Quanto tempo ela aguentaria antes de entrar em colapso? Trabalhar até a morte não traria Baron de novo em sua vida. Parte dela estava incomodada com ele por deixá-la ir sem uma luta. A outra parte se desesperou por nunca vê-lo novamente. Nas três semanas desde que voltou, ela pensou vê-lo uma vez fora de sua loja. Até o momento que ela conseguiu passar pelos trabalhadores, seu SUV tinha ido embora. Kara colocou a garrafa de água sobre o balcão e fez um inventário dos alimentos que sobraram em sua geladeira. Pizza de alguns dias atrás, que provavelmente tinha gosto de papelão até agora. Metade de frango lo mein de ontem à noite, não era atraente também. Ela jogou os restos no lixo e pegou o telefone. — Eu gostaria de pedir pasta de frango assado no forno — ela disse para a voz do outro lado da linha. — Salada ou pão, minha senhora? Baron amava salada. Cenas de Idaho brilharam em sua cabeça e Kara engoliu um nó na garganta antes de dizer: — Eu vou levar o pão, obrigada. Enquanto esperava, ela ligou o computador e abriu o programa que o contratante lhe dera. Por um momento, ela estudou o monitor virtual de como a sua loja se pareceria quando concluída. Ela clicou em diferentes sistemas de iluminação, esquemas de cores, painéis, desenhos de

piso,

prateleiras

de

exposição

e

armários.

Todos

pareciam

profissionais e maravilhosos, no entanto, ela não conseguiu reunir entusiasmo para lidar com eles agora. Kara clicou no projeto que escolheu no início do dia e estudou-o mais uma vez. Era o seu favorito. Até mesmo a mãe de Baron gostou. Kara balançou a cabeça. Estele Fitzgerald poderia oferecer aos agentes da CIA seus serviços. Entre oooohhh e aahhhh sobre os projetos,


a mulher a bombardeou para obter informações sobre a sua viagem para Idaho. Kara não percebeu o que acontecia até Estele dizer: — Por que não está com o meu filho, quando é óbvio que você o ama? Isso não tem sido fácil para ele. Kara se recuperou o suficiente para dizer: — Por que eu deveria ir para onde não me querem? — Mas nunca passou por sua cabeça negar que ela amava Baron. — Hmm, sim, bem. Você não o reconheceria se o visse. Kara queria saber o que a mulher queria dizer, mas mordeu a língua. Então Estele perguntou: — Você vai à inauguração da Galeria em San Francisco? Seria uma ótima oportunidade para comercializar seu negócio. Ela disse que não. Seria inútil ir e torturar-se por estar na mesma sala com o homem que pertencia à outra mulher. Além disso, Rick já tinha muitos cartões de visita dela para as bolsas dos presentes. Com os olhos úmidos, Kara foi ao banheiro, começou um banho, e acrescentou sabão líquido. Ela sentou na tampa do sanitário e esperou que enchesse, os óculos ficando nebulosos. A campainha tocou e tirou-a de seu torpor. Sua comida estava aqui. Ela se virou para os jatos, pegou sua bolsa em seu caminho para a porta, e abriu a porta sem olhar no olho mágico. O entregador estava diante dela com um sorriso largo, mas tudo que ela viu foi o homem alto atrás dele com um violão pendurado em suas costas como um músico sem um tostão à procura de um show. Baron. Seu pulso aumentou um nível e sua respiração ficou suspensa em sua garganta. Ela ajeitou os óculos, esperando que sua visão não estivesse brincando com ela. Seu olhar vagava sobre ele, a camiseta preta, jeans moldando suas pernas poderosas. Suas belas características


estavam parcialmente banhadas pela luz de segurança, a fome em seus olhos tão intensa que Kara agarrou a moldura da porta para suportar os joelhos que se transformaram em macarrão. Sua mãe estava errada, Baron parecia maravilhoso. Kara enfiou uma nota de vinte dólares na mão do menino de entrega e murmurou: — Fique com o troco — em seguida, colocou os sacos de viagem em cima da mesa com os olhos fixos em Baron, como se ele fosse uma aparição que poderia desaparecer se ela desviasse o olhar. — Kara. Apenas uma palavra, entrou com tanta saudade e pesar, e a raiva e a dor das últimas três semanas desapareceu. Kara queria correr diretamente em seus braços, mas o orgulho a impediu. Ela firmou seus pés e se abraçou. Ele parou na frente dela, parecendo pecaminosamente lindo, cintilando remorso na profundidade de seus olhos azuis. — O que você faz aqui, Baron? — Eu quero que você me dê uma segunda chance. Seu queixo se elevou. — Por quê? — Porque eu te amo. Ela queria pegar a camisa, engolir sua declaração, e ele próprio. Ele não lutava justo. — E eu acho que você me ama — acrescentou. Ele era arrogante demais. — Às vezes o amor não é suficiente. — É aí que você está errada. — Ele andou até ela, trazendo com ele o calor, o cheiro dele nublando seus sentidos. — Quando duas pessoas pertencem um ao outro, é suficiente. Eu não lutei forte o suficiente por nós e voltei para a maneira que eu fazia as coisas antes de você. Eu cometi um erro, baby, e feri você. Me dê uma chance para te amar de novo, para fazer as pazes com você.


As defesas de Kara escorriam em seus pés. Ela procurou seu rosto e viu a verdade, remorso e amor. — Eu não quis dizer as coisas que eu disse durante a última ligação. Você me afastava, então eu reagi. — Foi minha culpa por pensar que eu precisava ir até você como um homem livre. Kara balançou a cabeça. — Você não pode colocar uma pausa no amor, Baron. Ou o arquivar e buscá-lo quando lhe convier. — Eu sei disso agora. Você me dará outra chance? Ela estudou seu rosto, tão amado, tão querido. Como poderia dizer não para o que seu coração queria? — Eu vou, com uma condição. Ele soltou um suspiro. — Diga. — Nunca me afaste. Eu posso odiar a bagagem que você carrega, posso cair fora ou você pode, mas nunca me tranque para fora como fez nas últimas semanas. Doeu, Baron. Doeu muito e eu nunca quero me sentir daquele jeito de novo. — Eu prometo. — Ele estendeu a mão e correu os dedos por sua bochecha, em seguida, baixou a cabeça e as suas bocas se encontraram. Calor contra o calor. Necessidade engrenando com necessidade. Todo o amor que sentia por ele foi para esse único beijo. Quando ele se afastou, ele tocou o rosto com as pontas dos dedos, seu cabelo, seu rosto novamente. — Eu te amo, Kara Michaels. Eu fui um idiota por deixar a bagunça com Valerie nos manter separados. Pensei que poderia protegêla dos meus erros do passado, esperar até que alguns deles estivessem resolvidos, mas eu estava errado. Eu quero você do meu lado, sempre. Nos bons e maus momentos. — Ele enterrou o rosto em seu pescoço. Foi uma proposta? Kara se recusou a pensar muito sobre isso. Ela abraçou-o perto. — É melhor entrarmos antes que os vizinhos reconheçam-no. Eu tive o suficiente deles quando Jim e Briana estavam aqui. — Ela é outra coisa, sua irmã.


Kara parou. — Ela foi à galeria de novo? Eu disse para ela deixálo sozinho. — Ela estava certa sobre tudo o que ela atirou em mim. Terei que conquistar seus pais e ela novamente. — Baron fechou a porta com o pé e tirou o violão de seu pescoço. — Quer que eu pegue esse jantar? — Não. Isso pode esperar. — Bom. Porque eu não posso. Estou morrendo de fome... de você. — Ele a pegou em seus braços. — Ah, não, você não. Temos que conversar. — Ela já colocava os braços em volta do pescoço. Seu olhar foi para o violão, então seu rosto. — O que você planejava fazer com o violão? — Serenata para me aceitar de volta. Graças a Deus eu não precisei. As novas músicas ainda estão cruas. — Ele continuou em direção ao quarto. — Que som é esse? — A banheira. — Bom. Senti falta de tomar um banho com você. — Ele foi em direção ao banheiro e deixou-a deslizar para baixo de seu corpo para o chão, um sorriso malicioso em seu rosto quando ela engasgou com sua ereção. Então ele começou nos botões de sua camisa. — Você só me quer nua, não é? — Já se passaram três semanas, baby. Eu senti falta do seu toque. — Posto desta forma tornava difícil resistir. Kara empurrou as mãos de lado e tirou sua camisa. Ela começou no jeans, banqueteandose com ele quando sua camiseta caiu e seu peito largo convidativo veio à tona. — Como está Sandra? — Ela está melhorando, e — ele suspirou — ela não é minha. As mãos de Kara abrandaram. — Quando você descobriu?


Em vez de responder, ele pareceu hipnotizado por seus movimentos enquanto ela deslizava para fora da calça jeans. — Quando? — Ela perguntou de novo, impaciente. Ele deu de ombros. — Esta noite. Eu queria um teste de paternidade quando cheguei aqui de Idaho, mas Sandra entrou em coma e eu simplesmente não podia fazê-lo. — Eu não tinha ideia que você duvidava. Ele fez uma careta. — Eu fiz e me senti culpado por isso. Valerie manipulou a situação desde o momento em que entrei no hospital. Mudou a partir do momento que meu irmão, Lex, foi vê-la. Ela sabia que Sandra não era minha, mas escolheu mentir, porque não tem um centavo no nome dela. Ela alegou que nunca teve um aborto em primeiro lugar, mas estava com medo que eu fosse atrás dela se eu soubesse. — Ele chutou os sapatos, em seguida, puxou as meias. — Eu não estava disposto a confiar nela novamente. Então, esperei que Sandra acordasse antes de fazer o teste. Eu estava no meu caminho para fazer uma oferta à Valerie, então vir e implorar por seu perdão, quando um amigo me ligou do laboratório de DNA com os resultados. — Baron parou de se despir e empurrou as alças do sutiã de seus ombros. Kara pressionou o sutiã contra os seios e balançou a cabeça. — Não, querido. Fale primeiro, brinque mais tarde. Baron sorriu. — Eu sou louco por você. Você sabia disso? Kara trabalhou duro para manter uma cara séria. — Eu espero que você pretenda me mostrar. — Isso mesmo, eu pretendo. Ok, onde eu estava? — Ele abriu as calças, mas parou tímido antes de abaixá-la, enquanto continuava. — Quando eu confrontei Valerie esta noite, com os resultados, ela quebrou e confessou tudo. Seu casamento ia por água abaixo, assim ela pagou um dos homens de Stu para tirar fotos do nosso encontro no aeroporto. Não sei o que ela esperava conseguir, mas desde a sua atitude, juntei que ela queria fazer ciúmes à Stu. Quando isso não funcionou, ela mentiu


para Stu que Sandra era minha e que o deixaria por mim. Em vez de pedir a ela para ficar, ele a cortou, jogou suas coisas no carro e as trazia para a casa da minha mãe quando o acidente aconteceu. — E quanto ao aniversário de Sandra? Ela mentiu sobre isso também? — Não. Ela me traiu com Stu enquanto namorávamos. — Seus olhos se fecharam. — Quando ela ficou grávida, ela não tinha certeza se o bebê era meu ou de Stu. Stu não estava disposto a se casar com ela em primeiro lugar, o que foi o motivo dela me usar, para fazer ciúmes nele. Durante todo o tempo em que estávamos noivos e planejando um futuro juntos, ela ficou em contato com Stu, sempre na esperança de que ele viria para ela. Ela amava a ele, não a mim. Assim que Stu decidiu ficar com ela, ela me deixou. — Por que ela afirmou ter um aborto? Isso é tão cruel. Baron deu de ombros. — Eu não tenho nenhuma ideia de como sua mente funciona. Kara abraçou sua cintura, fundindo sua dureza contra sua suavidade, desejando poder visitar Valerie e estapeá-la. — Ela não é importante, você é. — Baron levantou o queixo e olhou em seus olhos. — Sinto muito sobre as imagens nos tabloides, baby. Eu devia ter contado sobre elas, mas íamos para Idaho no dia seguinte, e eu não queria que nada estragasse a nossa estadia lá. Kara beijou seu peito, em seguida, inclinou para trás. — Entendo. O que acontecerá com Valerie agora? — Aluguei um apartamento para elas e encontrei uma empresa para resolver o inventário de Stu. Por enquanto, eu pagarei as contas médicas de Sandra, mas eu quero a mulher fora de nossas vidas. Uma vez que ela receber a sua parte do espólio de Stu, nunca teremos nada a ver com ela de novo. — Ele beijou o ombro de Kara, seu pescoço. — Hmm, você tem um gosto bom.


Ela puxou o rosto de sua pele e olhou em seus olhos. — Por que você está ajudando? Ela não merece sua generosidade depois do que fez. — Stu foi meu amigo uma vez. Eu vejo isso como cuidar de sua filhinha. Kara balançou a cabeça, maravilhada com o quão complexo e surpreendente ele era. Ela nunca conheceu ninguém como ele. — Eu te amo, Baron Fitzgerald. Ele sorriu. — Finalmente. Pensei que eu teria que arrastar essas palavras de você. — Eu te amo demais para jogar jogos, baby. Na mesma nota, esqueça o banho e comece a implorar por perdão. Eu senti falta do seu toque também. — Ela pegou a mão dele e puxou-o em direção ao quarto. — Isso significa que você me quer tocando em você todos os dias para o resto de nossas vidas? O coração de Kara pulou uma batida, em seguida, trovejou longe. Desta vez, ela não estava enganada. Ela virou na beirada da cama e inclinou a cabeça. — É essa a sua ideia de uma proposta de casamento, Baron Fitzgerald? Você pode me imaginar explicando como você propôs aos nossos netos? — Isso foi só para você saber minhas intenções. Eu pretendo pedir ao seu pai primeiro. — Ele puxou para baixo suas calças jeans e chutou para fora até que ficou nu diante dela, sua masculinidade projetando majestosamente entre suas coxas. Ela pulou na cama e estendeu as mãos para ele. — Suas intenções estão devidamente anotadas. Agora, venha para mim. Sorrindo, ele se juntou à ela.


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