Revista CESAR - nº 02

Page 1

REVISTA

Vol. 2

CESAR EDUCAÇÃO

TRANSFORMADORA SERGIO CAVALCANTE um

dos 150 mais influentes da América Latina

KNoT INTERCONECTANDO PLATAFORMAS DE INTERNET DAS COISAS

COMEMORANDO 21

Sobre chegar aos 21 causando impacto na sociedade

big data A NOVA SÉRIE DO CESAR REPORTS

MESTRADO EM DESIGN Turma rodando em Manaus Summer Job Turma Internacional



NOTÍCIAS EDITORIAL - 21 ANOS CAUSANDO IMPACTO NA SOCIEDADE

ACELERADORA DO CESAR FIRMA PARCERIA PARA IMPULSIONAR STARTUPS

PRIMEIRA TURMA DO MESTRADO EM DESIGN MANAUS CESAR LANÇA SOLUÇÃO CAPAZ DE INTERCONECTAR PLATAFORMAS DE IoT CESAR REPORTS BIG DATA E SAÚDE

12

SERGIO CAVALCANTE: UM DOS 150 MAIS INFLUENTES DA AMÉRICA LATINA SUMMER JOB INTERNACIONAL

14

01

02 06 07 08

EDUCAÇÃO INOVADORA QUE TRANSFORMA VIDAS

13


TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE MATERIAL SÃO CONFIDENCIAIS E NÃO PODEM SER DIVULGADAS SEM CONSENTIMENTO PRÉVIO. Revista CESAR - volume 2 Uma publicação da Gerência de Comunicação Institucional do CESAR Jornalista Responsável - Roberta Fernandes (DRT 2457 PE) Textos - Equipe de Comunicação Institucional CESAR Diagramação - Leo Macedo


1

Revista CESAR | Vol. 2

21 anos causando

impacto na sociedade Há 21 anos influenciamos e impactamos positivamente a sociedade, não apenas pelo que produzimos efetivamente - seja produto ou serviço -, mas pelo nosso posicionamento diante do que acreditamos. Isso porque somos um instituto de inovação com um formato singular. De conexão com o mercado, com a inovação. Unimos educação, empreendedorismo, design e engenharia em um único espaço. Com um detalhe importante: nossos colaboradores têm a flexibilidade de se movimentar pelas diversas áreas da organização, trocando experiências e conhecimentos. Estamos provando que somos capazes de mudar a vida das pessoas e de contribuir principalmente aqui, para a região em que estamos localizados. Chegamos à maioridade renovando, buscando sempre novos desafios. Não só na área de inovação, mas no desafio da construção de uma sociedade diferente, com mais oportunidade para as pessoas que estão em qualquer lugar do Brasil e do mundo. Queremos cada vez mais que a sociedade utilize e perceba o CESAR. Seja através de algum projeto educacional, dos aplicativos que usam no celular, ou nas tecnologias que estão dentro de casa. Queremos compartilhar cada vez mais os nossos conhecimentos e experiências com vocês. Sergio Cavalcante Superintendente do CESAR


2

Revista CESAR | Vol. 2

EDUCAÇÃO INOVADORA QUE TRANSFORMA VIDAS Usar ou não usar a tecnologia dentro da sala de aula já não é mais a questão. O grande desafio agora é como integrar as novas formas de ensinar e aprender as atividades escolares. Diante deste cenário, o CESAR se especializa e desenvolve propostas de como os alunos podem utilizar a tecnologia na sala de aula seja programando, na robótica ou até mesmo criando jogos. No Recife, onde está sediada a organização, estes projetos já estão sendo implementados e elaborados, e a ideia é que ao longo de 2017 a atuação se expanda para todo o Brasil. “Como instituto de inovação, percebemos a importância da tecnologia estar aliada à educação. Mas não estamos dizendo que as escolas devem incluir uma disciplina de programação. É muito mais: é

trazer a escola para os dias atuais e, principalmente, fazer com que estes alunos se tornem preparados para o mercado de trabalho, hoje tão voltado para a tecnologia”, explica o Gerente de Projetos do CESAR Felipe Furtado.

Pernambucoders Um dos projetos de educação do CESAR é o Pernambucoders – Clubes de Programação, iniciativa que vem sendo executada em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, o Núcleo de Gestão do Porto Digital, a UFRPE e o Softex. Iniciado em 2016 e com fim previsto para meados de 2018, esse projeto leva aos alunos da rede estadual de ensino conteúdos de programação.

“A programação dentro da sala de aula abre um leque de oportunidades para o aluno, e não digo isso apenas com o foco no mercado de trabalho. O projeto faz com que eles melhorem o desempenho em outras disciplinas, como matemática, física e até mesmo geografia, além de desenvolverem ainda mais o seu potencial criativo. Com o Pernambucoders, a programação surge como ferramenta pedagógica e por isso faz esta ligação entre os conteúdos curriculares”, comenta Furtado.

Felipe Furtado, gerente de projetos CESAR.


3

Revista CESAR | Vol. 2

No total, estão sendo contempladas nove escolas da Região Metropolitana do Recife. Cada escola conta com dois monitores treinados pelo CESAR. “A ideia é que ao final de 2018 o programa possa ser conduzido em definitivo dentro das escolas e que isso se expanda”, explica Felipe Furtado.

Escolas Rurais Conectadas Outro projeto de destaque para o instituto é o Escolas Rurais Conectadas da Fundação Telefônica Vivo em parceria com a Qualcomm, no qual o CESAR atua como parceiro executor. Ele consiste na implementação de um laboratório de práticas inovadoras em uma escola pública rural do município de Vitória de Santo Antão (PE). Foram observadas e analisadas 12 escolas com baixa conectividade e que tinham a característica de terem alunos de várias idades em uma mesma sala por questões físicas e docentes. A partir dessa análise, o CESAR desenvolveu uma metodologia chamada “Ilha do Saber”, que tem como objetivo extrair da melhor forma os benefícios de uma sala com este perfil, considerando o contexto de uma escola rural. Após esse diagnóstico, foi realizada a formação dos professores de quatro destas escolas para inovação educativa, além de um acompanhamento dos docentes ao aplicarem em sala de aula as novas práticas aprendidas. “Segundo o Censo 2010, no Brasil existem aproximadamente 50 milhões de alunos matriculados, dos quais 12% estão em área rural, estudando em cerca de 67 mil escolas públicas rurais que apresentam realidades peculiares”, alerta Felipe. Para 2017 está planejada a otimização do modelo de operação do Laboratório de Práticas Inovadoras na Escola Manoel Domingos (EMD), em Vitória de Santo Antão, enaltecendo a inserção da comunidade em torno da escola, da Secretaria Municipal de Educação e da gestão da escola na definição e execução de estratégias para inovar a proposta pedagógica da instituição, utilizando-se de tecnologias como ferramentas para inovação.

NAVE O CESAR é um parceiro estratégico na implementação e na operação do NAVE, o Núcleo Avançado em Educação, programa criado pelo Oi Futuro junto com as Secretarias de Educação dos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. A proposta foi audaciosa: criar um modelo de escola integral, que abrangesse o ensino médio e técnico de forma integrada. Além disso, a ideia era que o aluno se tornasse qualificado e apto para se inserir no mercado de trabalho. Para atender este modelo, o CESAR desenvolveu uma grade curricular adaptada para que as disciplinas do ensino técnico – programação de jogos digitais e artes para jogos – estivessem integradas às disciplinas do ensino regular.

Também foram realizadas mudanças de conteúdos, de métodos e de gestão de forma a estimular a motivação do aluno. O primeiro NAVE foi na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, no Recife. Depois de criado, testado e operado, o Oi Futuro lançou o mesmo modelo no Colégio Estadual José Leite Lopes, no Rio de Janeiro. Juntas, as duas escolas somam quase mil alunos, mais de 30 professores do ensino regular e mais 15 professores do CESAR. “Neste projeto os resultados foram inúmeros. Além da evasão, que diminuiu drasticamente, os alunos aprenderam competências técnicas e outras que contribuem tanto na vida pessoal como na vida acadêmica e profissional. Outro ponto importante foi a participação e resultados expressivos dos alunos em eventos de peso nas áreas de games e tecnologia, como o Anima Mundi, Campus Party, entre outros”, comenta o representante do CESAR.

Novos rumos para 2017 Para 2017, o CESAR prevê a implementação de um projeto que tem o objetivo de contribuir para formação profissional de jovens, ainda no ensino médio, despertando o interesse e aprofundando o desenvolvimento de importantes competências como colaboração, análise e resolução de problemas, criatividade e liderança. A ideia é que alunos desenvolvam projetos que contribuam com as necessidades reais do dia a dia da comunidade em que estão inseridos. Além disso, os professores da escola também receberão acompanhamento pedagógico para integrar esses recursos às suas práticas de sala de aula. “Em seis anos, o CESAR desenvolveu 16 grandes projetos educacionais. A nossa expectativa é que em 2017 este número aumente e mais crianças e jovens possam contar com a tecnologia dentro da sala de aula. Queremos melhorar através da educação a vida das pessoas, principalmente os que moram em zonas mais rurais, que têm pouco acesso à informação, e levar um mundo de conhecimento que sem a tecnologia eles não teriam”, finaliza Felipe.


4

Revista CESAR | Vol. 2

DEPOIMENTOS ALUNOS PERNAMBUCODERS "Sempre gostei de informática e o curso tem me ensinado muito com os jogos, o [software de desenvolvimento de jogos] Scratch e as atividades que fazemos no laboratório para nos ajudar a criar os nossos próprios aplicativos", Daniel José, aluno do Pernambucoders na escola estadual Guedes Alcoforado.

"Acho muito interessante a área de programação e estou feliz porque tenho aprendido com o clube e já baixei o [software de desenvolvimento de jogos] Scratch no meu computador", Sabrina Soares, aluna do Pernambucoders na escola estadual Guedes Alcoforado.

MONITORES PERNAMBUCODERS “A participação no Pernambucoders está sendo algo bastante representativo, do ponto de vista da minha formação e escolha profissional. O período de seleção para o projeto coincidiu com um momento de mudança da minha visão e planejamento acerca da atuação na área de Tecnologias da Informação e de Computação em geral. Realizei um estágio de um ano como desenvolvedor de software, e trabalhei em projetos acadêmicos também relacionados ao desenvolvimento de aplicações. Com o tempo, comecei a buscar novos caminhos de atuação que despertassem uma maior realização pessoal, com projetos de pesquisa (PIBIC) e extensão na Universidade. No início de 2016, decidi não renovar meu contrato de estágio e me dedicar exclusivamente a estes projetos. Com a finalização deles na metade do ano, me dediquei a buscar novas experiências, agora, com uma visão muito mais acadêmica e educacional do que nos períodos iniciais do curso. Sendo assim, a oportunidade de fazer parte de um projeto de impacto direto na educação de crianças e adolescentes de escolas públicas, utilizando abordagens inovadoras, planejadas e executadas por uma equipe com objetivos alinhados, corresponde inteiramente ao meu desejo de desempenhar uma atividade dinâmica e motivadora.

Além de se tornar bastante importante na prática profissional de uma futura carreira acadêmica”, Daniel Cândido (foto ao lado) cursa Bacharelado em Sistemas de Informação na UFRPE e atua como monitor do projeto. “O Pernambucoders está sendo fundamental para o direcionamento profissional da minha vida, principalmente neste momento final do curso, quando eu me sentia ainda um pouco perdida sobre qual área seguir. Perdida porque mesmo já tendo estagiado na área de testes de software, auxílio em gerência de projetos, suporte e redes de computadores, um pouco de experiência em desenvolvimento de software e ter feito iniciação científica na área de mineração e banco de dados, ainda assim, sentia que faltava algo. Há um tempo eu vinha procurando por algo que me desafiasse e motivasse diariamente, foi então que comecei a pesquisar e me envolver mais com a área de educação. Assim, além de ser um cenário mais humano na minha visão, lidar com jovens em formação estaria preenchendo, pelo menos um pouco, um sonho antigo de quando entrei na área de tecnologia, que era ajudar a mudar o mundo. Lecionando as aulas do Pernambucoders pude me ver atingindo boa parte do meu objetivo, pois, se conseguirmos ajudar a melhorar a vida de pelo menos um educando, estarei realizada. Só tenho a agradecer a oportunidade de poder crescer e aprender com todos do projeto”, Gabriele Pessoa cursa Bacharelado em Sistemas de Informação na UFRPE e atua como monitora do projeto.

À esquerda, Daniel e seus alunos no Pernambucoders


Revista CESAR | Vol. 2

De aluno a professor Fechando o círculo do aprendizado Filho de família humilde, Maurício tinha 15 anos e estudava na rede estadual quando ouviu falar em uma nova escola, de referência, que iria iniciar atividades perto de sua casa. Tratava-se do NAVE, projeto executado pelo CESAR para onde sua irmã e na sequência ele próprio se transferiram, buscando aprendizado diferenciado e de qualidade. Com seis meses no NAVE Maurício juntou-se ao curso de programação oferecido como atividade extracurricular, e ouviu de um professor a frase que recorda até hoje: “Com programação você pode fazer o que quiser”. Assim, a despeito da expectativa da família de que ele seguisse o exemplo do irmão e buscasse uma fonte de renda logo após concluir o ensino médio, decidiu que iria fazer um curso superior. E foi o que aconteceu. 2011 foi o ano em que Maurício ingressou na faculdade de Sistemas da Informação - e também quando, graças aos conhecimentos técnicos adquiridos no NAVE, entrou para o quadro de colaboradores do CESAR. A partir daí as mudanças não pararam: realizou um intercâmbio de dezoito meses nos Estados Unidos, aprendendo disciplinas em áreas como educação, investigação computacional e negócios. Na volta ao CESAR, foi designado para trabalhar como professor onde tudo começou - justamente o NAVE. E uma experiência que deveria ser de um mês acabou se estendendo por um ano e meio. Agora, aos 25 anos, Maurício leva seu conhecimento para outro projeto educacional realizado pelo instituto de inovação - o Pernambucoders, onde é tutor dos 18 monitores que ensinam na iniciativa. Quais serão os próximos passos para Maurício? Não há como prever. Mas uma coisa é certa: uma vez que a educação transforma uma vida, não existem mais limites para onde ela pode chegar.

5


6

Revista CESAR | Vol. 2

Aceleradora do CESAR firma parceria com empresas para impulsionar startups conjuntamente Para ampliar a aceleração de startups e as aproximar de empresas maduras, o CESAR.LABS criou o Programa Corporate Partners. Quem está apostando neste novo modelo de aceleração são as empresas Procenge, NeuroTech e URJA Social. A primeira chamada do programa está aberta e é voltada para startups de setores como saúde, serviços financeiros, água, saneamento, energias sustentáveis, entre outros. “Em 20 anos, o CESAR já auxiliou a criação de mais de 40 empresas utilizando distintas metodologias. Mais recentemente, amadurecemos um modelo de aceleração de startups que combina as nossas competências com as das corporações para localizar e desenvolver negócios nascentes de forma mais eficiente”, comenta Filipe Pessoa, executivo chefe de empreendedorismo do CESAR. O desenho do programa prevê o investimento em dez startups num período de dois anos. Os valores investidos diretamente nas startups, gestão do programa e infraestrutura para sua execução totalizam R$ 2 milhões. Com a duração de nove meses, o programa de aceleração é executado pela equipe de empreendedorismo da instituição, além de contar com consultorias das equipes de negócios e engenharia que atuam no CESAR. São mais de 400 profissionais com conhecimentos em áreas de tecnologia como IoT, robótica, desenvolvimento de software, testes, segurança, Design Thinking e UX, bem como nas áreas de vendas, canais e marketing. O programa, que poderá também ser

executado remotamente, investe até R$ 200 mil por startup, sendo que metade dos recursos em serviços de valor agregado para o desenvolvimento das startups e a outra parte em capital financeiro. “Já aceleramos oito startups, sendo quatro delas de hardware e quatro de software. Três delas estão indo muito bem, já tendo, inclusive, recebido novas rodadas de investimento. Uma das startups passou de faturamento zero ao seu ponto de equilíbrio em menos de seis meses, com previsão de faturamento de R$ 5 milhões em 2017, seu terceiro ano de vida”, contou Filipe Pessoa. O principal diferencial desta chamada é que as startups selecionadas irão atuar junto às empresas que fazem parte do Corporate Partners, tendo acesso a rede de relacionamentos, clientes potenciais e conhecimentos específicos de determinadas verticais de mercado.

Segundo Rodrigo Cunha, diretor de inovação da NeuroTech, a parceria com o CESAR tem como objetivo identificar startups no segmento de Fintech e Advertising Tech e ajudálas em um crescimento ainda mais acelerado. “A NeuroTech tem mais de 100 clientes no Brasil e tem identificado uma série de problemas que ainda não foram resolvidos e que estão fora do pipeline de novos produtos da empresa. Queremos identificar startups que possam resolver esses problemas complementando as soluções da NeuroTech e, com isso, possamos entregar ainda mais valor para os nossos clientes”, completa. Fotografia: Alcione Ferreira

Para o diretor geral da Procenge, José Cláudio de Oliveira, o modelo de aceleradora corporativa criado pelo CESAR.LABS permite, além de acelerar startups de maneira eficaz, gerar sinergias. ”Associamo-nos a uma organização que já tem experiência, metodologia e networking necessários para isso. O objetivo final é enriquecer nosso portfólio de soluções, somando aos nossos produtos aqueles desenvolvidos por startups. Queremos agregar valor às atividades dos clientes, ampliando as oportunidades de negócios para nós e para as aceleradas”, explica José Cláudio.

Filipe Pessoa,

executivo chefe de empreendedorismo do CESAR.


7

Revista CESAR | Vol. 2

Primeira turma do MPD em design rodando

em Manaus

Acessibilidade em Design

Os alunos da primeira turma do Mestrado Profissional em Design CESAR em Manaus têm vivenciado o aprendizado de formas diferentes. Para a disciplina de Acessibilidade em Design, por exemplo, todo o grupo trabalhou vendado, de forma a experimentar na pele as dificuldades de pessoas com deficiência.

’’

Foi uma aula de descobrimentos, experimentações e afirmações. Como por exemplo o fato do cego conseguir evoluir tanto a audição, que fica difícil entender como consegue decifrar tão bem uma fala que parece estar acelerada ao ponto de não fazer sentido algum. Experimentar e vivenciar pelo menos por alguns instantes as dificuldades que uma pessoa tem para ter acesso às coisas mais simples no nosso cotidiano. Camila Almeida Falabella

A aula que tivemos não pode ser descrita de outra forma senão uma experiência de descoberta. Um desaprender que era necessário para que um outro saber que negligenciamos durante toda a nossa carreira até então pudesse tomar conta. É lugar comum na turma de que ninguém se preocupava o suficiente com acessibilidade, ou conseguia entender do que o assunto realmente se tratava até então. Uma experiência que só é possível no mergulho profundo e na abordagem “mão na massa” que foi dada ao assunto. Uma experiência sensorial, o melhor e único caminho possível para aprender a compreender a dor do outro. Gláucio Silva

’’

Aula fantástica! Deu pra colher muito aprendizado e trabalhando com um cuidado que jamais pensei que iria explorar: a acessibilidade. Tirou muitas dúvidas, vivenciamos a dificuldade de um cego e percebemos mais como é a superação dessas pessoas. Jonh Maycon C. e Silva


8

Revista CESAR | Vol. 2

CESAR lança solução capaz de interconectar plataformas de Internet das Coisas

Tem se tornado comum que eletrodomésticos, meios de transporte, artigos de vestuário e itens de segurança estejam conectados à internet por meio de computadores e smartphones. Conhecida como “Internet das Coisas” (Internet of Things ou IoT), essa tecnologia representa uma revolução capaz de tornar natural a conexão entre o mundo físico e o virtual. A IoT é foco do trabalho desenvolvido pelo CESAR, e para trazer ainda mais inovação ao trabalho já desenvolvido, o instituto iniciou 2017 com uma novidade: o lançamento do KNoT, plataforma capaz de interconectar as plataformas de IoT já existentes, fazendo com que, por exemplo, um sistema de iluminação doméstico inteligente possa conversar com um carro conectado e acender as luzes ao perceber que o veículo está se aproximando de casa. Atualmente, existem várias plataformas que promovem soluções em IoT. Cada uma, no entanto, possui protocolos específicos, que não conversam entre si. O KNoT (knot.cesar.org.br) revoluciona o mercado brasileiro ao ser a única capaz de conectar as diversas plataformas existentes, fornecendo ao ecossistema nacional de tecnologia da informação e comunicação uma infraestrutura adequada à realidade das empresas no que se refere às suas necessidades e disponibilidade de gastos com desenvolvimento. A proposta é que essa infraestrutura seja disponibilizada fim a fim, desde o

hardware, que habilitará a conectividade nas coisas, até o serviço de compartilhamento de dados, tradução de protocolos e disponibilização de bibliotecas para o desenvolvimento de aplicações. De acordo com Tiago Barros, líder de pesquisas em IoT do CESAR, o KNoT possibilita que diversas empresas desenvolvam soluções em Internet das Coisas de forma muito mais rápida e com menor custo, o que aumenta a competitividade das corporações e a penetração da tecnologia no mercado brasileiro. “Com o KNoT o usuário final das soluções de IoT poderá adquiri-las por preços muito mais baixos dos que são praticados atualmente, além de desfrutar de funcionalidades até então inexistentes por falta de comunicação entre as diversas soluções disponíveis no mercado”, explica Tiago. Por dentro - O KNoT viabiliza a geração de novos conhecimentos, tecnologias e modelos de negócio relacionados à IoT. Os principais componentes dessa plataforma são o KNoTCloud, interface que roda na nuvem e é responsável por gerenciar usuários, aplicações e dispositivos (coisas), além de armazenar, recuperar e compartilhar os dados desses dispositivos; KNoTThing, plataforma de hardware e software que implementa o acesso a sensores e atuadores conectados fisicamente aos objetos; e o KNoT Gateway, dispositivo de hardware e


Revista CESAR | Vol. 2

aos objetos; e o KNoT Gateway, dispositivo de hardware e camada de software responsável por direcionar as mensagens entre os dispositivos (KNoTThing) e a nuvem de armazenamento de dados (KNoTCloud), abstraindo protocolos e meios físicos de comunicação e promovendo a conectividade à internet. O KNoT é resultado de um projeto de pesquisa e inovação realizado pelo CESAR, e já é utilizado pela parceira Avantia Tecnologia e Engenharia S.A. (grupoavantia.com.br). Para desenvolvimento do KNoT, o CESAR ainda firmou parcerias com a plataforma de IoT Meshblu (meshblu.readme.io) e WND, representante Sigfox no Brasil. O objetivo é utilizar Sigfox como uma das alternativas de comunicação sem fio da plataforma KNoT. A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do estado de Pernambuco - FACEPE, por meio do Programa de Apoio a Parcerias para a Inovação Tecnológica e a Formação Qualificada - PITEC, também é parceira do CESAR para execução do projeto, assim como o Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco e o Instituto Senai de Inovação. Incentivo à IoT no Brasil - Em 2016, o CESAR, em parceria com o TecnoPuc (Parque Científico e Tecnológico da PUCRS), o NGPD (Núcleo de Gestão do Porto Digital), a Porto Marinho e o CIFS (um think tank dinamarquês), lançou o PoETAS.IT - Políticas e Estratégias para

9

Tecnologias, Aplicações e Serviços para a Internet de Tudo. O documento consolida uma série de estratégias e políticas públicas capazes de ampliar a difusão da Internet das Coisas no Brasil, abordando os impactos da IoT na economia e no dia a dia da população. O material é fundamentado em estudos nacionais e internacionais e está disponível em cesar.org.br/poetas.it/visionstatement. Estima-se que, de 2020 a 2025, as soluções em IoT vão gerar impacto de US$ 7,3 trilhões em negócios. Com o intuito de disseminar o conhecimento sobre a IoT no Brasil e formar profissionais capacitados para trabalhar com a tecnologia, a Faculdade CESAR oferece um curso de especialização Lato Sensu em Internet das Coisas. A formação está voltada à promoção de competências para a pesquisa, ideação e prototipação de sensores e atuadores utilizando Arduino, além de análise e desenvolvimento de soluções que utilizam a tecnologia da IoT. Para saber mais, acesse faculdadecesar.com.br/index.php/especializacaoem-iot-internet-of-things/.


10

Revista CESAR | Vol. 2

Road Show O KNoT foi apresentado à comunidade técnica e de negócios das regiões Norte e Sudeste. Confira: 15/02 - Meetup ABINC São Paulo (SP) 15/02 - CPqD Campinas (SP) 15/02 - Workshop hands-on Facens Sorocaba (SP) 10/03 - Workshop IoT Uninorte Manaus (AM) 10/03 - Workshop hands-on UEA Manaus (AM)

CESAR e SigFox trazem antena para equipamentos de IoT ao Recife O potencial de mudanças da Internet das coisas é gigante: itens do dia a dia, máquinas e objetos em geral em breve estarão ligados à rede mundial de computadores, operando em sintonia. Mas para que tudo isso funcione, os objetos conectados precisarão contar com conexões wireless que consumam o mínimo de bateria possível, de forma que não seja necessário recarregá-los com frequência, prejudicando assim sua usabilidade. Neste front, uma parceria entre CESAR e a empresa WND está trazendo para o Recife uma solução pioneira: uma antena

IoT Inter-sessions

Com o objetivo de discutir os impactos da Internet das Coisas e debater ações que influenciarão o desenvolvimento da IoT no país, CESAR e Porto Digital promoveram no dia 30 de março o IoT Inter-sessions. Voltado para diferentes públicos e realizado durante todo o dia, o evento foi norteado por três trilhas - tecnologia, negócios e empreendedorismo, em uma fusão de duas iniciativas: o Intervalo CESAR, promovido pelo instituto de inovação, e a Jump Sessions, do Porto Digital. “O evento foi uma ocasião para avançarmos nas discussões sobre internet das coisas, já que, além de pensarmos conceitualmente na tecnologia, o Inter-sessions trouxe ao debate formas e caminhos de transformar essas tecnologias em negócios viáveis”, comentou Tarciana Andrade, coordenadora do L.O.U.Co, o Laboratório de Objetos Urbanos Conectados do parque tecnológico.

SigFox LPWAN - Low Power, Wide Area Network, ideal para testes com equipamentos de internet das coisas. “Na IoT a grande maioria dos objetos precisam enviar e receber poucos dados, a velocidades baixíssimas”, conta Eduardo Peixoto, Executivo Chefe de Negócios do CESAR. “Usando uma rede LPWAN é possível que o objeto funcione por mais de dois anos sem precisar de recarga ou de bateria nova”, completa. Com alcance de até 10 km, a rede é difundida a partir de uma antena localizada na sede do CESAR, no Bairro do Recife. Para se conectar, os objetos precisam de um rádio SigFox LPWAN, que possui um custo muito mais baixo que as outras alternativas disponíveis no mercado. Ainda de acordo com a parceria CESAR/WND, o ponto de acesso pode ser utilizado por todas as empresas embarcadas no Porto Digital.

Internet das Coisas e geração de novos negócios foram os focos da 1ª edição do IoT Inter-sessions

O Executivo Chefe de Negócios do CESAR Eduardo Peixoto também reforçou o potencial de negócios do evento, além de explicar que foi um momento único para a capital pernambucana. “Pela primeira vez a IoT foi discutida com tanta força e no meio de tantos profissionais com representatividade local e nacional”, explicou. Na parte da manhã, das 9h às 12h, os profissionais do CESAR Tiago Barros, coordenador do grupo de pesquisas em Internet das Coisas, e Daniel Pereira, consultor Interno em Sistemas Embarcados, discutiram interoperabilidade de plataformas e apresentaram o KNoT em um Workshop hands-on. Durante toda a tarde, das 14h às 18h, as discussões foram direcionadas às políticas públicas para a difusão da IoT no país.


Revista CESAR | Vol. 2

Nomes como Maria Luiza Cunha, engenheira do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES); Thales Marçal, da Câmara de IoT do MCTIC; Kiev Gama, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, e Sergio Soares, do ISI - Instituto SENAI de Inovação, estiveram reunidos para participar do Fórum “Políticas Públicas para a difusão da IoT no Brasil”. Evandro Hora, sócio da Tempest, empresa de segurança da informação, e Eduardo Magrani, da FGV Direito Rio, abordaram a questão de segurança e privacidade na era da Internet das Coisas no painel “Com tudo interconectado, como garantir a segurança dos sistemas e a privacidade dos usuários?”. Neste momento foram discutidas estratégias de políticas públicas que possam beneficiar o Brasil e o coloquem no mesmo passo de potências de primeiro mundo no que se trata de IoT, todavia respeitando as peculiaridades do contexto do nosso país. Já a noite foi o horário certo para quem quis aproveitar o evento como oportunidade de negócio. Neste momento, especialistas debateram as “Oportunidades de Empreendimentos com a IoT”, tendo foco em saúde, educação, cidade e mobilidade. Aqueceram o bate-papo Claudio Marinho, da Porto Marinho, que deu sua visão sobre oportunidades e problemas reais das cidades; Ângelo Leite, da Serttel, empresa que oferece soluções inovadoras para a mobilidade; o sócio da startup Epitrack Jones Albuquerque, falando sobre oportunidades em saúde; e Felipe Furtado, gerente da unidade educacional do CESAR, discutindo sobre oportunidades urgentes de formação de profissionais, para as mudanças trazidas pela IoT.

11 Para fechar o evento, às 20h o Porto Digital e o CESAR abriram o espaço para pitches de empreendimentos locais que utilizam fortemente IoT. “O alcance e potencial desses empreendimentos é global e iniciativas como o IoT Intersessions são importantes para que as empresas existentes, futuras startups e empreendedores sejam sensibilizados”, afirmou André Araújo, coordenador dos programas de incentivo ao empreendedorismo do Porto Digital.


12

Revista CESAR | Vol. 2

SAÚDE E BIG DATA

Saúde e Big Data são foco das edições mais recentes do CESAR Reports Após abordar Internet das Coisas, chegou a vez do CESAR Reports tratar de dois dos temas mais debatidos nos últimos anos: Tecnologia & Saúde e Big Data. Conhecedores e interessados já podem acessar e receber conteúdos escritos por profissionais da área e comentados sob o ponto de vista do instituto de inovação. Discussões como “Prototipagem 3D em cirurgias”, “Big Data das Coisas” e “Gerando Valor e Inovação com Decisões Orientadas por Dados” são alguns dos assuntos abordados durante as novas séries de artigos do Reports. No texto “O que a prototipagem 3D tem feito para Pernambuco?” o cirurgião plástico do Hospital da Restauração de Pernambuco Pablo Maricevich apresenta o propósito da cirurgia de reconstrução craniana, utilizada em pacientes que tiveram grandes traumas, normalmente decorrentes de acidentes de moto. Com as próteses é possível proteger o cérebro, melhorar eventuais sintomas neurológicos e restabelecer o contorno craniano, diminuindo a chance de reclusão do paciente por questões estéticas e psicológicas.

E o uso da prototipagem 3D, em oposição à técnica tradicional de moldagem manual das próteses, diminui o tempo e custo do procedimento, com aumento da qualidade do resultado final. O sucesso se traduz na fila de espera por esse tipo de intervenção no Hospital da Restauração: 70 pacientes. Com uma abordagem peculiar e textos autorais, os artigos são voltados para gestores e tomadores de decisão. “Além de ser construído com a visão do instituto sobre determinados temas, o CESAR Reports tem como um de seus objetivos estabelecer diálogos, reforçar reflexões e conversar com gestores de negócios”, adianta Eduardo Peixoto, Executivo Chefe de Negócios do CESAR. Os Reports ficam disponíveis na plataforma Medium: https://medium.com/cesar-reports. Para receber quinzenalmente os conteúdos por email é só se cadastrar na página: http://bit.ly/formreports. Além disso, no link também é possível sugerir novos temas para as próximas séries.


Revista CESAR | Vol. 2

Sergio Cavalcante é um dos 150 mais influentes da América Latina Sergio Cavalcante, superintendente do CESAR, é um dos 150 mais influentes da América Latina, segundo a revista América Economia. À frente do CESAR desde 2005, o executivo aparece ao lado do vice-presidente de gestão de produtos do Google Mario Queiroz, do historiador Leandro Karnal e do diretor-geral da Anheuser-Busch Inbev Carlos Britto, entre outros nomes de 12 países diferentes. Cavalcante também é Presidente do Conselho Consultivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham) do Recife desde março de 2016, e faz parte do conselho do Porto Digital, da Pitang e da Joy Street. Ele foi Chefe do Departamento de Ciência da Computação do Centro de Informática da UFPE de 2001 a 2005, onde leciona desde 1989.

Fotografia

Alcione Ferreira

13


14

Revista CESAR | Vol. 2

CESAR seleciona para a próxima turma do Summer Job O CESAR recebeu, durante o mês de abril, currículos para uma nova turma do programa Summer Job, que tem como objetivo desenvolver jovens talentos, além de proporcionar aos estudantes uma vivência prática e real dentro de um dos principais institutos de tecnologia do país. O programa tem como foco estudantes dos cursos de graduação em Ciência da Computação, Engenharia, Administração, Economia, Design e afins. Os requisitos incluíam inglês fluente e que estivessem cursando a partir do quarto período. “O Summer Job é ideal para os estudantes que desejam se aprimorar profissionalmente e ter uma vivência real de mercado. Durante todo o programa, os participantes serão envolvidos em projetos no CESAR, junto com uma equipe técnica altamente qualificada”, explicou Eduardo Peixoto, Executivo Chefe de Negócios do CESAR. “Um dos grandes diferenciais é que temos no programa empresas patrocinadoras que trarão diversos desafios nos quais os estudantes deverão trabalhar, bem como direcionamentos reais de mercado”, reforçou Peixoto. Além disso, para esta edição, o CESAR irá criar um grupo misto com estudantes estrangeiros e brasileiros, o que favorece o compartilhamento de conhecimento e troca de experiências.

O executivo também contou que as vantagens do programa vão além da capacitação dos estudantes. “As empresas patrocinadoras do Summer Job também se beneficiam, já que os protótipos gerados durante as atividades poderão ser implementados e virarem produtos inovadores”, explicou. O curso será ministrado em inglês, por isso a fluência na língua é imprescindível. O programa oferece uma ajuda de custo no valor de R$ 2.000,00. Desde o ano de 2010 o CESAR vem realizando edições do Summer Job, que já contaram com a participação de alunos do ITA, UFPE, Insper (SP), USP (SP), PUC-Rio (RJ), UEA (AM), UFJF (MG), UPE, Universidade Católica de Pernambuco e UFPB, entre outras. Algumas das empresas patrocinadoras das últimas edições foram Deca, Gerdau, Verify Brasil, Motorola, Sky e Insper. Para mais informações, acesse: http://summerjob.cesar.org.br


Revista CESAR | Vol. 2

FotograďŹ a

Alcione Ferreira

15





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.