O tapiri 174, julho agosto 2015 digital

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EDITORIAL

Estimados(as) amigos(as), irmãos e irmãs

Mais uma vez, chega até você, uma nova edição de “O Tapiri”; é o Boletim Informativo da Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, com sede em Manaus (AM – Brasil). Através da edição online, alargamos as fronteiras geográficas, nacionais e culturais; dessa forma, “O Tapiri”, está disponível para o mundo continuando sua missão específica de documentar o que vem acontecendo na Amazônia Salesiana, bem como, se mantém na sua missão de ser também um instrumento de formação. Nesta edição o padre Canio Grimaldi, atual Secretário Inspetorial (secretário provincial), nos oferece uma séria reflexão sobre a importância da documentação daquilo que fazemos. Sem documentação há história. A sensibilidade histórica tem uma profunda dimensão pastoral.

O baixo assinado lhe convida a aprofundar a questão da proposta da redução da Idade Penal de 18 para 16 anos, prestes a ser estudada e votada pelo Senado Federal. Hoje, há sérias questões, como propostas de leis, merecedoras de debates por parte de toda a sociedade. A proposta de Lei sobre a Redução da Idade Penal continua aberta e, por isso, a discussão deve continuar. Devemos discuti-la com nossos alunos e educadores!

Mantendo-nos fieis aos princípios da acolhida, cuidado, tutela e promoção da dignidade humana, nós educadores Salesianos nos manifestamos contrários a tal projeto de Lei. Estamos ainda vivenciando o ano da Comemoração do Centenário da presença Salesiana na Amazônia (19152015). Apresentamos nesta edição, um breve comentário da importante sessão solene da Assembleia Legislativa do Estamos do Amazonas em Homenagem aos Salesianos pela sua presença centenária e muito significativa na região Amazônica brasileira. O Ano do Centenário da Presença Salesiana na Amazônia e do Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco, nos proporcionaram a ocasião para um forte reforço da animação vocacional na Inspetoria. Dentre as diversas propostas e estratégias para favorecer o discernimento vocacional, está a experiência do voluntariado. Agradecemos ao jovem José Leandro pelo seu testemunho nesta edição. Desejo-lhe uma boa leitura! Caso queira fazer contato conosco, teremos o prazer de lhe responder. Nosso contato é: pastoral@isma.org.br. Boa reflexão!

Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira) Delegado Inspetorial para a Animação da Pastoral Juvenil Manaus (Am-Brasil), 31 de julho de 2015


O TAPIRI é uma publicação bimestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colaboradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de reflexão sobre temas diversos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano. O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima Organização: CIP Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro Equipe de articulação: Eduardo Lacerda, José Luis (Zeca) e Animadores de Pastoral Projeto Gráfico: Eduardo Lacerda Revisão: Josely Moura Distribuição: José luis (Zeca) Articulistas: Convidados Capa: Ilustração sobre a vida de Dom Bosco Manaus - Am - Brasil

SUMÁRIO A Importância Histórica e Pastoral dos Arquivos Eclesiásticos

Pg. 10 Experiência do Voluntariado Vocacional Pg. 13 Aconteceu Pg. 15 Proposta de Redução da Idade Penal

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A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA E PASTORAL DOS ARQUIVOS ECLESIÁSTICOS Pe. Canio Grimaldi, sdb Secretário Inspetorial

Introdução

1. Magistério Eclesial

O centenário da presença dos salesianos na Amazônia (1915-2015) nos fez conhecer a história desta presença: o que aconteceu antes, durante e depois, até os nossos dias. Os cinco escritos do Pe. João Sucarrats Font “A semente”, contém notícias históricas preciosas que vale a pena reler com atenção. Os antigos missionários, mesmo tendo somente a caneta e o caderno, escreviam, conservavam ou enviavam para os superiores. Estes escritos estão nos arquivos e formam hoje a preciosa “memória histórica” na presença salesiana na Amazônia. Lendo e refletindo sobre os vários escritos encontrados e publicados por ocasião do Centenário da presença dos salesianos na Amazônia, decidi escrever alguma coisa sobre os “ARQUIVOS ECLESIÁSTICOS e sua importância histórica e pastoral”, na esperança de contribuir para valorizar a documentação escrita, conservando-a no Arquivo da Casa Salesiana e no Arquivo Inspetorial.

O novo CDC (Código de Direito Canônico, de 1983) dedica seis cânones (486-491) ao Arquivo Diocesano: organização, manutenção, uso, valor pastoral. “O Bispo Diocesano cuide que os atos e documentos dos arquivos também das igrejas catedrais, colegiadas, paroquiais e outras existentes em seu território, sejam diligentemente conservados e se façam inventários ou catálogos, em duas cópias, uma das quais se conserve no respectivo arquivo e a outra no arquivo diocesano” (can. 491 $ 1). O Papa São João Paulo II, em 1988, criou a “Pontifícia Comissão para os bens culturais da Igreja” com a finalidade de promover a conservação, a valorização do patrimônio artístico e histórico da Igreja. Esta Comissão tomou várias iniciativas, enviando cartas aos Presidentes das Conferências Episcopais nacionais sobre a organização dos Arquivos Diocesanos. Numa carta enviada aos Superiores das Ordens e Congregações Religiosas (1994), esta Comissão recomendou: 4


1º. “Preparar com seriedade profissional as pessoas responsáveis dos Bens Culturais do passado”; 2º “Cada Instituto Religioso deve certificar o próprio caminho histórico no contexto da mais ampla história da Igreja e da sociedade”. Esta mesma Comissão, em 1997, publicou a carta circular: “A função pastoral dos arquivos da Igreja”. Nela está escrito: “Na intenção da Igreja, de fato, os arquivos são lugares de memória das comunidades cristãs e fator de cultura para a nova evangelização. Ter o cultivo dos documentos, dos arquivos, significa ter o cultivo de Cristo, ter o sentido da Igreja, dar a nós mesmos e a posteridade a história da passagem de Cristo no mundo” (Introdução).

veis. De importância especial se reveste a conservação das bibliotecas, arquivos e qualquer outro material de documentação, pelo seu grande valor cultural e comunitário”. O art. 178 dos mesmos Regulamentos diz: (o Diretor) “mantenha ordenado e atualizado o arquivo e redija ou faça redigir a crônica da Casa”. Em 1981, o Reitor-Mor Don Egidio Viganó, criou o Istituto Storico Salesiano (ISS), com a finalidade de “colocar a disposição, de acordo com as formas idealmente e cientificamente válidas, os documentos do patrimônio espiritual deixado por Dom Bosco e desenvolvido pelos seus continuadores” (art. 1). O ISS é responsável pela Revista semestral “Ricerche Storiche Salesiane” que já publicou muitas pesquisas, enriquecendo a historiografia salesiana. Em 1996, o Reitor-Mor Don J. Vecchi, criou a “Associação Culto-

2. Magistério Salesiano

Dom Bosco foi um bom historiador, cuidou muito dos documentos, mesmo humildes e frágeis. Nos “Regulamentos para os Oratórios festivos” (1847-52), o cap. IX é dedicado ao arquivista. No 1º. Capítulo Geral da Congregação (1877), Dom Bosco recomendou a “monografia” anual de cada Colégio, a “crônica” da Casa, as “Atas” a serem guardadas cuidadosamente. Começou a ser organizado o Arquivo Geral.

No art. 62 dos atuais “Regulamentos Gerais” da Congregação Salesiana está escrito: “Cuide-se da manutenção dos bens imóveis e mó-

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res da História Salesiana” (ACSSA) com a finalidade de “promover os estudos sobre a história salesiana, favorecendo a pesquisa, a atualização e a colaboração entre os membros, animando a Família Salesiana” (Art. 1). A ACSSA agora tem filiais em vários países, entre estes o Brasil. Já realizou seminários internacionais e nacionais.

O mesmo Reitor-Mor, Don J. Vecchi, em 1997, dedicou a este assunto uma carta circular “por vós estudo”. Escreve Don Vecchi: “Cada inspetoria sinta a responsabilidade de conservar, estudar, comunicar a própria história segundo critérios que poderão ser oportunamente indicados. Para fazê-lo são indispensáveis as pesquisas especializadas, mas é também importante a atenção cotidiana, que se manifesta no cuidado pela crônica, na conservação dos arquivos, na conservação da documentação significativa” (p. 34). Durante o CG27 (2014) a diretoria da ACSSA entregou aos capitulares um “pro memoria” em relação à custódia do patrimônio cultural. Este mesmo documento foi entregue às capitulares do CG23 (2014) das FMA. O documento lamenta que, com poucas exceções, muitos arquivos inspetoriais e locais não estão bem organizados; por isso apresenta recomendações e sugestões práticas sobre a organização dos Arquivos Históricos em nível inspetorial e local. O documento assim termina: “Ousamos esperar que

no bicentenário do nascimento do nosso comum Fundador, nos preocupemos mais com a memória de tudo o que se desenvolveu a partir dele, porque acreditamos que é semente de fidelidade criativa segundo a nossa comum identidade e missão”.

3. Importância histórica e pastoral dos Arquivos “A história é mestra da vida”, diziam os antigos. A memória histórica é veículo de cultura, é instrumento de progresso, é sinal de gênio humano. O estudo da história pode contribuir muito para elevar a família humana. O filósofo e escritor Giovanni Reale, escreveu uma obra interessante “o saber dos antigos, terapia para os tempos atuais” (1999). Nesta obra, o autor, após ter apontado alguns males que afligem a humanidade hoje (domínio do niilismo), aponta a sabedoria antiga, verdadeira terapia para os males do homem de hoje. É a sabedoria que encontramos nas obras clássicas que, felizmente foram conservadas. Giovanni Reale escreve no Prefácio: “Nos últimos anos, não poucos tentaram eliminar o passado, em nome dos “magníficos avanços e progresso”. Mas essa forma de projetar-se no futuro é, ao mesmo tempo, desprovida de discernimento e ir6


racional. Ela termina eliminando o próprio futuro, justamente por não ter um passado que sirva de parâmetro”. O autor esclarece o seu pensamento: “Não um retorno acrítico a certas ideias do passado, mas assimilação e aproveitamento de algumas mensagens da sabedoria antiga. A volta consciente às raízes de nossa cultura faz recuperar o alimento que elas podem fornecer, que poderia ajudar o homem contemporâneo, tão debilitado espiritualmente, a recobrar forças, e talvez a curar-se”.

configurar a sua função entre os homens de um determinado contexto social, cultural e religioso” (1.3). Don Francesco Motto, do ISS, assim escreveu em “Ricerche Storiche Salesiane” (janeiro 2002): “Os arquivos constituem um instrumento de trabalho para a construção do presente e previsões do futuro. Eles não devem ser considerados simples depósito de papeis inúteis....Se a vida salesiana, como toda vida religiosa, é “realidade histórica e teológica”, para compreendê-la a história é elemento essencial”. Don Motto lembra que a história precisa de documentos: sem documentos não se faz história e os documentos estão nos arquivos. O problema principal, lembra Don Motto, é fazer crescer uma sensibilidade e uma mentalidade histórica em nós, na Família Salesiana. O documento pontifício “Vitae Consacratae” (n. 80-81) lembra que a atenção à história é capacidade de inculturar-se, de dialogar com o momento contemporâneo, de evangelizar a cultura. Hoje em dia aumentou o interesse pela pesquisa, com novas tecnologias e muitos pesquisadores procuram os nos-

Na carta “A função pastoral dos arquivos da Igreja” da Pontifícia Comissão para os bens culturais da Igreja, está escrito: “Portanto, com os seus documentos conhecidos e comunicados, os arquivos podem tornar-se instrumentos úteis para uma ação pastoral esclarecida, porque através da memória dos fatos, se torna mais concreta a Tradição. Eles também podem oferecer aos pastores e leigos envolvidos na evangelização, informações sobre as diferentes experiências antigas e recentes”. E mais adiante encontramos escrito: “Uma instituição que se esquece de seu passado, dificilmente pode

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sos arquivos: é um enriquecimento para eles e para nós. O “pro memoria” da Diretoria da ACSSA lembra que é fundamental para a nossa vida religiosa ter presente um liame estreito entre história e espiritualidade. Lembra também que “conduzir pesquisas sobre a história salesiana é também prestar serviço à igreja local e à sociedade civil, porque pode-se demonstrar como a Congregação (a Inspetoria) contribuiu para o desenvolvimento da Igreja local e do país”.

4. Documentos do Arquivo de uma Casa Salesiana

Na Congregação Salesiana existem os seguintes Arquivos: Arquivo Salesiano Central (Casa Generalícia em Roma), Arquivo Inspetorial (na Sede Inspetorial de cada Inspetoria), Arquivo Local (em cada Casa Salesiana). Apresento a relação dos documentos que devem constar no Arquivo Local, de acordo com o livro “Elementos Jurídicos e Práxis Administrativa no governo da Inspetoria” (n. 186): 1. Constituições e Regulamentos Gerais da Sociedade; 2. Coleção dos Atos dos Capítulos Gerais (pelo menos do CG19 em diante) e dos Atos dos Capítulos Inspetoriais; 3. Atos do Conselho Geral; 4. Cópia dos documentos de fun8

dação e ereção canônica da Casa Salesiana. (Para as outras obras da Casa, (por ex. Escola) conserva-se cópia dos atos de fundação e dos documentos de reconhecimento civil; 5. Documento de nomeação dos Diretores que se sucederam na Casa; 6. Elenco completo anual dos salesianos da Casa, com seus cargos; 7. Atas do Conselho da Comunidade (Reg. 180); 8. A Crônica da Casa, de acordo com as normas do Reg. 178; 9. Cartas mortuárias dos irmãos da Inspetoria; 10. As observações deixadas pelo Inspetor (ou pelo Visitador extraordinário) na conclusão da Visita Inspetorial (Reg. 146.3); 11. Carta do Reitor-Mor ou Inspetor que interessam a Casa. Circulares do Inspetor; 12. Elenco atualizado dos Ex -alunos(as) da Casa e dos Cooperadores salesianos; 13. Arquivos administrativos: planta de construção, atos públicos, compra e venda, inventário dos bens, atos judiciários... 14. Seção fotográfica: documentação fotográfica e audiovisual da vida e história da Casa. O material do Arquivo deve ser organizado segundo um TITULÁRIO.


Conclusão

Atas do Conselho da Comunidade?  Na sua Obra Salesiana existe um responsável (salesiano ou leigo) pelo registro dos acontecimentos educativo-pastorais a serem comunicados e guardados no Arquivo Local?  Como está a organização do Arquivo Local da sua Casa Salesiana?

Pe. João Balzola (1860-1927), primeiro salesiano a chegar em S. Gabriel da Cachoeira (1915), escreveu um relatório da viagem que fez do Mato Grosso até o Amazonas, passando pelo Rio de Janeiro, Recife, Belém, Manaus. Este minucioso relatório, publicado no “Bollettino Salesiano”(1916), faz refletir seriamente sobre o espírito de sacrifício, o zelo apostólico, a iniciativa pastoral, a esperança deste grande missionário salesiano. É um dos tantos exemplos de documento que tem um valor histórico e pastoral. A nossa Inspetoria São Domingos Savio está com o projeto de organização do Arquivo Histórico Inspetorial. Deus queira que a celebração dos Cem Anos da chegada dos salesianos na Amazônia possa incentivar a realização deste projeto, assim como a organização do Arquivo Histórico de cada Casa. Será, certamente, um dos “bons frutos” deste Centenário.

Bibliografia

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO – Edições Loyola. COMISSÃO PONTIFÍCIA PARA OS BENS CULTURAIS DA IGREJA. A Função Pastoral dos Arquivos da Igreja. Paulinas 2000.

Regulamentos Gerais da Sociedade de S. Francisco de Sales – Editora Salesiana. VECCHI, Edmundo. Por vós estudo. Carta do Reitor-Mor Don Vecchi – ACG 361 (dezembro 1997). PRO MEMÓRIA – ACSSA (2014).

REALE, G. O saber dos antigos – Loyola (1999).

PARA REFLETIR

Ricerche Storiche Salesiane – (Janeiro 2002).

 Na sua Comunidade Salesiana é feita e conservada a Crônica da Casa, assim como são feitas e conservadas as

SUCCARATS, J. A Semente, no. 2 – ISMA 2014.

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PROPOSTA DE REDUÇÃO DA IDADE PENAL

Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira) Vice Inspetor

INTRODUÇÃO Como bem sabemos, a proposta de redução da idade penal não é nova! Já tem uma longa história. Essa dolorosa proposta é do deputado federal Benedito Domingos, filiado ao PP do Distrito Federal e foi apresentada, pela primeira vez, no dia 19/08/1993. Tem mais de vinte anos; mas os argumentos nunca foram convincentes e nem digno de prioridade nacional. A dita proposta de Lei altera a redação do art. 228 da Constituição Federal quando fala da “imputabilidade penal do maior de dezesseis anos”.

Situação atual

Infelizmente a referida proposta já percorreu um longo caminho e está próximo de se tornar lei federal: passou por duas importantes instâncias; pela comissão de justiça e em meados no mês de agosto foi aprovada, em meio a tantas controvérsias, pelo plenário da Câmara dos Deputados por 323 votos a favor, 155 votos contra, com duas abstenções. Agora o

projeto aprovado aguarda a apreciação do Senado Federal.

Ainda há tempo para uma ampla mobilização a fim de que nossos senadores sejam movidos pelo senso de sabedoria e não repitam o que aconteceu na Câmara Federal empurrando à força, a todo custo, por entre acordos, a aprovação do dito projeto. O que proponho aqui é um síntese pedagógica dos argumentos mais comuns que ouvimos provenientes do povão (em parte), da mídia e dos propositores do projeto. Como salesianos educadores da juventude, admiradores do grande potencial juvenil, não podemos de forma alguma nos calar.

Nos anos 2000, trabalhando em Belém do Pará, tive a grata e muito formativa experiência de ser membro do Conselho Estadual e Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente, foram anos em que essa proposta emergiu como muito clamor. Foi nesse período, a serviço da dignidade humana, que organizei esses argumentos participando de diversos eventos de estudo e debate.

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ARGUMENTAÇÃO a favor

contra argumentação

- Trata-se de uma ignorância em relação ao conteúdo do ECA. O ECA não incentiva à impunidade, ao contrá1. O Estatuto da Criança e do rio, promove a justiça, mas de modo diferenciado do Adolescente inaugurou a era da adulto infrator. Se o código penal prevê penalidades esimpunidade em relação aos adopecíficas para o adulto infrator, o ECA, por sua vez, palescentes infratores. ralelamente propõe as medidas sócio educativas para o adolescente em conflito com a lei. 2. Para quê tais medidas sócio -educativas se os crimes são do mesmo teor dos crimes dos adultos e, às vezes, até mais ousados? 3. A certeza da pena inibe. É preciso a certeza da prisão, um tratamento de linha dura. É isso que está faltando.

4. É muito grande o número de adolescentes envolvidos em crimes. Quando não são os atores principais, são envolvidos por adultos.

- O que mais nos deve interessar não é o crime, mas a pessoa. Se enquanto infrator o adolescente pode estar na mesma situação do adulto, não é o mesmo enquanto pessoa, ou seja, alguém que passa por uma peculiar condição de desenvolvimento humano e numa dinâmica bio-psíquica bem diferente daquela do adulto. Isso deve ser diferenciado. - Países como os EUA têm até a pena de morte e proporcionalmente ao número da população, a criminalidade é alta, seja de adultos ou adolescentes. Por outro lado, o sistema penal brasileiro é degradante, humilhante, desprovido de medidas psico-pedagógicas... Nas prisões reina a ociosidade, as drogas, a violência, as facções... é escola de crime! Como um adolescente ficaria nesse ambiente? Que proveito teria? - Se esse número indeterminado for convertido em estatística veremos que é muito baixo. Isso é um mito! Segundo a Revista Veja: “Os adolescentes cometem menos de 1% dos homicídios do Brasil e são 36% das vítimas” (Leandro Narloch. 09/04/2015). Outros significativos números de agências de informação apresentam dados que nunca superam a 3%. Trata-se, portanto, de um grande equivoco mediático com intenções preconceituosas.

- Não confundamos informação com formação. Essa afirmação não tem comprovação. O alto índice de gravidez de adolescentes apesar da quantidade de informação no campo sexual é fato contraditório. Na realidade, 5. Os adolescentes de hoje estão eles recebem muita informação mas sem suporte edumuito bem informados. Isso procativo, sem reflexão, concorrendo para a pouca assimiporciona um amadurecimento lação, leitura, discernimento crítico pessoal. Para que a precoce. informação seja um fator positivo deve ser acompanhada da formação, da reflexão crítica. Mais do que questões técnicas fragmentadas é necessário pensar a pessoa como um todo, no sentido da vida, nos valores, etc.

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6. Devido as informações os adolescentes de hoje se encontram na condição de discernimento capaz de distinguir o Bem e o Mal, o Certo e do Errado, o Permitido e o Proibido.

- Discernimento pressupõe maturidade moral, reflexão, liberdade responsável. Nem sempre isso acontece. Quem não teve educação moral não vive essa experiência. Por outro lado, a relativa capacidade de discernimento está contextualizada dentro da fase específica de desenvolvimento pessoal, a adolescência. Fase marcada pela instabilidade, ansiedade, busca de novidades, tensão e desafio a limites. Isso, inevitavelmente, mesmo sem desresponsabilizá-los totalmente, influencia a qualidade de comportamento do adolescente.

- A questão do voto aos 16 anos é uma realidade de 7. Se o adolescente pode votar natureza política, de exercício de cidadania e facultatiaos 16 anos por quê, então, não va enquanto direito. Todavia, a imputabilidade é totalpoderá assumir as consequênmente diferente, pois trata-se de uma questão jurídica cias de seus atos infracionários? e compulsória.

- A solução para o problema da criminalidade infantojuvenil não está na repressão. A repressão inibe, afugenta, forja comportamento... Isso não educa. Não se 8. Se houver uma firme represpode viver num contínuo “estado de sítio”. Então, mais são à criminalidade haverá imedo que repressão precisamos é de educação preventidiatamente uma intimidação. va, de cuidado com a promoção humana, conscientização, projetos sócio-educativos, apoio e acompanhamento das famílias... 9. Seja como for, é necessário penalizar. Não pode ficar tudo de graça! É preciso fazer o adolescente pagar pelo que fez... isso é justiça!

10. Nem mesmo às famílias, às vezes, conseguem domar as feras adolescentes. Somente um instrumento de força maior poderá impor limites a eles.

- A ideia de “pena” está associada à sofrimento, vingança, punição... Tem como referencial a falta, o erro... todavia, o mais racional não é punir, mas educar, não reduzi-lo ao erro, mas investir no seu futuro. Quando se trata de um adolescente essa necessidade se torna mais pungente ainda. O adolescente tem mais futuro do que passado. A verdadeira solução não está na repressão e punição do infrator, mas no combate às causas mais duras da criminalidade: a baixa qualidade da educação, desemprego, miséria, etc. - O velho código de menores considerava o adolescente como um problema a ser resolvido, um caso de situação irregular a ser solucionado. Concebia o adolescente descontextualizado, desintegrado das relações sociais, um elemento avulso! A doutrina do ECA (de proteção integral: sujeito de direito e deveres) o considera contextualizado (enquanto pessoa e enquanto cidadão) numa determinada realidade. Se algo não está bem, é injusto atacar seu comportamento anômalo prescindindo da sociedade com seus condicionamentos de diferenciados níveis (familiar, político, cultural, afetivo...).

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EXPERIÊNCIA DO VOLUNTARIADO VOCACIONAL José Leandro Vieira Figueira Voluntário Vocacionado

1. Quem sou eu?

Trata-se de uma experiência desafiadora, ao mesmo tempo é necessário tomar decisões na vida; em alguma hora eu teria que escolher um dos caminhos que nos é tão oferecido nesta fase da vida.

2. Uma experiência envolvente

Eu me chamo José Leandro Vieira Figueira, natural de Santarém do Pará e tenho 24 anos; atualmente vivo em Manaus e sou membro da Paróquia de São Bento, no bairro Cidade Nova I. Há dois meses, fui convidado pelos salesianos a fazer uma nova experiência de vida, chamada voluntariado vocacional. Eu estudo um curso superior e os formadores me proporcionaram conciliar esta experiência com meus estudos; então resolvi aceitar com o intuito de descobrir algo que há muito tempo estava sentindo: um chamado que me vem incomodando para o bem. Não sei muito, ao certo como descrever, mas sei que me chama para servir.

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Este convite denominado voluntariado, que é uma das primeiras etapas do discernimento vocacional salesiano, me deu a oportunidade de morar em uma comunidade salesiana, tendo a mesma participação que todos, e vivendo como se fosse parte integral desta família. É interessante esse modo de convivência, sobretudo porque há uma grande fraternidade entre nós: rezamos, fazemos nossas refeições, estamos com os jovens, passeamos e quase sempre em comunidade, como também há momentos para se estar sozinho. Moro com quatro sacerdotes, e mais outro jovem que faz a mesma experiência que eu, numa obra social chamada Pró-Menor Dom Bos-


co, que está sempre cercada de colaboradores, de vários jovens que durante a semana estudam e aos domingos onde há um grande número deles no oratório praticando esportes e envolvidos em diversas atividades. Esta experiência, sem duvida, é a mais desafiadora, especialmente pelo fato de que o carisma salesiano é o próprio jovem, e que faz parte de nossa experiência estar com eles, sobretudo conhecê-los.

3. Tomar decisões, é preciso

Ao sair da casa de minha mãe naquela manhã de terça-feira, senti como se eu tivesse perdido algo, parece que estava deixando algo de valioso para trás, e de fato, estava deixando aquela mulher que tem tanto carinho por mim. Porém, senti também naquele momento, que através desta experiência, ganhava algo a mais, dando um pouco de mim para ajudar quem precisa, às vezes, com pequenos gestos, como um abraço, ou uma palavra tipo: “estou aqui, conte comigo”, ou mesmo um simples sorriso. Desejo ser um bom cristão e honesto cidadão, como desejava Dom Bosco de seus jovens, e neste momento tenho tudo pra tornar-me um bom ser humano e fazer uma boa ex-

periência, visando meu discernimento para a Vida Religiosa Salesiana. Temos que buscar um jeito de nos realizar e acredito que não há nada que me deixa mais realizado, que doar um pouco de minha vida ao serviço do outro. Há tanta coisa para se descobrir e para aprender nesta missão onde Dom Bosco é vivo!

4. Um convite aberto

Aproveito esta oportunidade para convidar os jovens que também sentem este chamado que brota do coração, para arriscar e fazer uma experiência diferente como esta, que só tem a nos enriquecer. Deus é generoso e sempre nos dará com generosidade aquilo que for necessário para a caminhada. Viver numa comunidade salesiana, compartilhar da vida dos salesianos, através do voluntariado, sem sombra de dúvida, é uma oportunidade que me faz perceber o quanto posso ser útil para os outros, principalmente para os jovens. Há uma alegria na juventude que me empolga, e me faz renascer a cada dia, dando-me forças para continuar passo a passo este belo caminho que Cristo me chamou através da vida de Dom Bosco no Carisma Salesiano.

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ACONTECEU 1 – SALESIANOS SÃO HOMENAGEADOS PELOS 100 ANOS DE ATUAÇÃO NA AMAZÔNIA A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) realizou no dia 07 de agosto, uma Sessão Especial para homenagear a centenária presença e atuação da Congregação Salesiana na Amazônia. O evento, de propositura do deputado estadual Luiz Castro (PPS), contou com a presença de religiosos da Igreja Católica, membros da Família Salesiana, educadores das nossas obras, alunos do Colégio Dom Bosco (Centro e Zona Leste), alunos do Pró-menor Dom Bosco, acadêmicos e professores da Faculdade Dom Bosco. Dep. Luiz Castro: os salesianos começaram a partir da periferia O Deputado Estadual Luiz Castro em seu discurso ressaltou a grande

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importância da presença entre os povos indígenas do Alto Rio Negro e ribeirinhos. “Os salesianos deram contribuição importante no processo de desenvolvimento humano na Amazônia através da educação, da saúde e da evangelização” O deputado recordou à plateia que a presença salesiana teve uma sensibilidade muito especial para com a periferia. Disse: “Os salesianos, começando com sua presença em São Gabriel da Cachoeira em 1915, fizeram o caminho inverso ao do Estado Brasileiro, iniciando pelos locais mais difíceis”. Deputado José Ricardo: a violência juvenil e a missão Salesiana O Deputado Estadual José Ricardo, por sua vez, mencionou os gran-


ACONTECEU

des desafios enfrentados pela missão salesiana nesta região: “É muito importante lembrar a caminhada dos salesianos, quando a gente vê na sociedade os jovens vítimas da violência, da falta de políticas públicas que ainda não garantem os direitos de crianças, adolescentes e jovens”. Para concluir o parlamentar afirmou a importância da presença salesiana na educação da juventude. A transformação “passa pela educação, passa por um trabalho que é feito pelos salesianos há 100 anos, aqui na Amazônia, portanto a gente parabeniza por este trabalho”.

Vice-Inspetor: O Vice-Inspetor da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia, Padre Antônio de Assis Ribeiro, representando o inspetor, agradeceu a homenagem concedida pela Assembleia Legislativa, fez um breve resumo da história da Congregação na Amazônia e refletiu sobre a importância das parcerias e do apoio do Estado para que a Congregação continue promovendo um significativo serviço de evangelização e promoção humana. Enfatizou que “fazer memória é reconhecer a significatividade da história, história promovida por sujeitos que, com virtudes e defeitos, sonhos e lutas, inseridos nos mais diferentes contextos históricos e socioculturais desta Amazônia, muitas vezes com ausência de meios técnicos adequados, deram o melhor de si, servindo com generosidade, alegria, criatividade, perseverança até a morte”, finalizou.

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ACONTECEU 2 – PEREGRINAÇÃO DO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO (TURIM – 1815-2015)

Estamos celebrando o ano do Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco! Trata-se de um evento sumamente extraordinário para a Família Salesiana! É uma ocasião para um grande mutirão de renovação espiritual dos filhos e filhas de Dom Bosco que formam a grande Família Salesiana. Foi com essa perspectiva que um grupo de 48 peregrinos da Amazônia Salesiana, partiram dia 26 de junho em Peregrinação para Turim. O grupo era formado por salesianos religiosos, leigos representantes dos grupos da Família Salesiana (Salesianos Cooperadores, Damas Salesianas, Ex-alunos (as) e educadores das obras Salesianas da Amazônia (Belém, Manaus, Porto Velho e Rio Negro). PEREGRINAÇÃO aconteceu após um longo período de formação coordenado pelo Pe. Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), delegado para a Pastoral Juvenil. Diversos foram os objetivos específicos dessa experiência formativa:

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a) Proporcionar aos participantes uma forte experiência de formação humana, salesiana, cultural e eclesial; b) Favorecer aos participantes uma especial experiência de crescimento espiritual através da oração, da meditação da Palavra de Deus e da participação atenciosa nas celebrações e reflexões; c) Reforçar nos participantes a consciência de serem promotores da Espiritualidade Salesiana onde vivem... d) Favorecer aos peregrinos uma experiência de renovação da própria catolicidade, salesianidade e experiência de fé; e) Oportunizar aos peregrinos a saída do mundo particular em que vivem, estimulando-os à abertura dos próprios horizontes e ampliação de sua visão de mundo; f) Incentivar a acolhida, a convivência e o intercâmbio de amizade com pessoas de outras culturas. A experiência foi muito enriquecedora para todos. Agradecemos ao Pe. João Carlos Isoardi pela generosa contribuição fazendo a apresentação dos lugares de Dom Bosco aos peregrinos durante uma semana.


ACONTECEU 3 – Pe. CASIMIRO BEKSTA PARTE PARA A ETERNIDADE No dia 22 de julho, partira para a Casa do Pai o Pe. Casimiro Beksta aos 92 anos de idade. Sendo uma personalidade conhecida no meio científico por causa de sua significativa produção literária sobre antropologia e ênculturação, diversos meios de comunicação comentaram o ocorrido. Esse salesiano foi uma personalidade poliédrica, com diversos aspectos cheios de grande riqueza. O Casimiro, assim como gostava de ser chamado, foi: um homem de temperamento forte e reservado, um piedoso religioso salesiano, um sacerdote missionário itinerante, um professor exigente, um pesquisador afinado e centrado na realidade! Testemunhou em sua vida missionária uma intensa reflexão e o confronto entre cultura indígena, antropologia e dignidade humana, somadas à sensibilidade dos novos tempos proveniente da nova teologia missionária e das ciências humanas, proporcionaram ao Pe. Casimiro Beksta ser um missionário profundamente humanista contribuindo para um encontro respeitoso entre a antropologia cultural e a evangelização.

Enfim, talvez mais que produções científicas, o Pe. Casimiro Beksta foi mesmo um missionário encarnado em sua realidade, observador e humanista. Sem essas atitudes de fundo, não há vida missionária, pois não é possível evangelizar sem a inculturação. Esta atitude, pressupõe um processo e de respeitosa encarnação do missionário na vida e na cultura do povo. Deus lhe conceda o repouso eterno!

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ACONTECEU 4 – CONVIVÊNCIA VOCACIONAL PARA JOVENS ADULTOS

Um grupo animado de 9 jovens adultos com idade entre 18-27 anos estiveram juntos em convivência vocacional extraordinária na Casa de Retiros Mons. Lourenço Giordano em Manaus do dia 13 a 31 de julho. Todos eles tinham diversos aspectos: eram jovens que já concluíram o ensino médio; cultivam forte simpatia pela Vida Salesiana; desejam fazer um processo de discernimento vocacional; querem conhecer mais a fundo a vida religiosa salesiana; estão engajados em suas comunidades eclesiais... O objetivo dessa “Convivência Extraordinária” foi proporcionar aos participantes uma intensa experiência de vida comunitária fraterna, de oração, de estudo sobre salesianidade básica, reflexão sobre temas de formação humana e a natureza do voluntariado missionário vocacional com suas exigências específicas.

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Essa programação especial foi proposta pelo delegado inspetorial para a Pastoral Juvenil (Pe. Bira) e coordenada pelo Pe. Isley Nascimento, com o apoio do Inspetor e a colaboração de outros salesianos da área de Manaus. Diversas experiências foram vividas ao longo daqueles dias: oração, Leitura Orante da Sagrada Escritura, trabalhos de casa (manutenção), esporte, lazer, estudo, palestras, passeio, retiro, eucaristias... A experiência foi muito bem avaliada por todos os participantes. Ao final da experiência da Convivência houve uma avaliação realizada pela equipe coordenadora. Seis desses jovens decidiram fazer uma experiência de voluntariado em obras distintas com a finalidade de amadurecer o discernimento vocacional. Dentre deles dois estão no Pró-Menor Dom Bosco, dois na Comunidade Salesiana do Aleixo, um em Manicoré e outro em Ji-Paraná.


ACONTECEU 5 – “ESCOLA SALESIANA EM PASTORAL: EXCELÊNCIA ACADÊMICA E EVANGELIZADORA”

Aconteceu em Aparecida (SP), do dia 20 a 23 de agosto de 2015, o II Encontro Nacional de Pastoral da Rede Salesiana de Escolas. Os participantes, cerca de 260 de todas as inspetorias do Brasil, SDB e FMA, refletiram sobre a questão da Pastoral como elemento fundamental da excelência e significatividade da Escola Salesiana. O objetivo era aprofundar as exigências pastorais do presente e do futuro da Escola Salesiana no Brasil. Nossas escolas não devem ter uma ação pastoral, mas estar em Pastoral como um dinamismo permanente que as diferenciam das outras. Os participantes foram representantes educadores que trabalham na gestão educacional, animação pastoral e ensino religioso da Rede Salesiana de Escolas. O tema nos estimula a promover com seriedade uma escola cris-

tã, católica, salesiana que testemunhe em todas as circunstâncias o diferencial de sua missão: testemunhar a fé na Educação – “formar bons cristãos” – uma grande paixão pela promoção da dignidade humana – “formar honestos cidadãos”. A diversidade de tema em estudo nos mostra a grandeza e a importância deste evento. A riqueza desse evento está demonstrado na diversidade de temas que foram refletidos. Dentre as grandes conferências estavam estes temas:  Cenários da Realidade Atual: Desafios para a Educação,  Fundamentos Teológicos da Pastoral Escolar,  Fundamentos Cristológicos da Pastoral Escola,  Fundamentos Eclesiológicos da Escola Católica. Além disso outras reflexões temáticas por grupos ou oficinas foram promovidas com os seguintes temas: 1. Educação e Itinerários à Fé para educandos e educadores; 2. Tecnologia, Juventude e Pastoral; 3. Sistema Preventivo na Perspectiva Feminina;

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ACONTECEU 4. Mística e Competências no Projeto Educativo Pastoral Salesiano; 5. Ensino Religioso e Confessionalidade; 6. Pastoral Escolar e Gestão de Grupo: mediação curricular e evangelizadora; 7. Educação e Evangelização na perspectiva do Papa Francisco; 8. Carisma e Inculturação na Educação: perspectivas étnico raciais; 9. A Era da Interatividade: Relações nos processos educativos; 10. Luzes do processo celebrativo do bicentenário de Dom Bosco;

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11. Juventudes e Espiritualidade; 12. Juventudes e Protagonismo; 13. Juventudes e Projeto de Vida; 14. Juventudes e Carisma Salesiano; 15. Juventudes e Oratório; 16. Juventudes e Redes Sociais; 17. Juventudes e Voluntariado; 18. Juventudes e Família; 19. Juventudes e Sexualidade.

As escolas salesianas da Amazônia Polo Manaus Pma (Manaus, Belém e Porto Velho) participou com um significativo grupo de educadores.


ACONTECEU 6 – CONVIVÊNCIA VOCACIONAL NA ÁREA DE MANAUS A celebração do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco foi marcada por várias atividades em nossa Inspetoria, nas diversas presenças em que os salesianos se encontram. Muitas pessoas foram convidadas a participar e a vivenciar estes grandes momentos de espiritualidade conosco. Nos dias em que ocorreram as festas em Manaus a Equipe de Animação Vocacional da Área convocou os diversos jovens que estão sendo acompanhados para também prestigiarem todos os momentos que a Família Salesiana estava vivenciando.

A convivência aconteceu dos dias 14 a 16 de Agosto, nas estruturas do Colégio Dom Bosco – Centro, onde também ocorreram a maior parte das festividades em honra ao nosso Pai e Mestre. Participaram dessa convivência vocacional um grupo de doze jovens de Manaus que estão fazendo um processo de discernimento vocacional. Diversos temas foram objetos de estudo: o sentido da celebração do Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco, a beleza da vocação salesiana missionária vivida pelos Salesianos no ano do centenário da presença salesiana na Amazônia, a Vida Religiosa Consagrada...

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ACONTECEU 7 – DIVERSOS EVENTOS MARCAM A CELEBRAÇÃO DO BICENTENÁRIO

Diversos eventos, em toda asformação humana, cristã e salesiana obras da Inspetoria, foram celebra-dos envolvidos. dos em comemoração aos duzentos No terceiro dia, 15 de agosto, sáanos do nascimento de Dom Bosco.bado, houve a grande Celebração Em Manaus houve um animado trí-Eucarística na qual participaram os duo salesiano. grupos da Família Salesiana, educaO primeiro dia foi marcado com odores das obras e a juventude em gegrande Festival de Teatro da juventu-ral. Após a celebração, presidida por de salesiana, onde os jovens puderamDom Mário Antônio, bispo auxiliar de participar e sentirem o protagonismoManaus, houve a premiação dos arjuvenil presente no carisma salesia-tistas do teatro. A peça vencedora foi no através do teatro e criatividade deaquela apresentada pelas meninas da nossa juventude. Casa Mamãe Margarida. No segundo dia houve a final do fes- No domingo, dia 16, no auditótival de Teatro. O número de peças tea-rio do Colégio Dom Bosco, houve a trais foi muito significativo; represen-Obliteração do selo em homenagem tantes de diversas obras trazendo aoa Dom Bosco e em seguida almoço palco uma excelente qualidade artística.festivo da Família Salesiana no Pró O festival de teatro foi coordenadoMenor Dom Bosco. Foram dias marpelo Grupo de Trabalho da animaçãocados pela presença juvenil testemupastoral da área de Manaus e tevenhando em tudo a experiência de um como objetivo geral, contribuir para aforte protagonismo. 23


ACONTECEU 8 – VIII VIGÍLIA VOCACIONAL SALESIANA Aconteceu no último dia 22 de Agosto a VIII Vigília Vocacional Salesiana do Centro Salesiano de Formação – CESAF. O evento contou com a participação de 280 jovens, provenientes das diversas obras salesianas (SDB e FMA), das diversas paróquias vizinhas e da Área Missionária Santos Mártires – Zumbi I onde os salesianos estão inseridos. Esta atividade surgiu no ano de 2007 quando os salesianos passaram a atuar no respectivo bairro, porém a finalidade inicial era celebrar o Dia Mundial da Juventude na Vigília do Domingo de Ramos, junto com a juventude da comunidade da área. Com o passar dos anos a iniciativa se expandiu e a motivação foi assumida pela pastoral salesiana da Área de Manaus e eclodiu a ideia de haver dois eventos em espécie de Vigília com a juventude. A Vigília Jovem como era então, chamada passou a se chamar Madrugada Jovem que este ano teve a sétima

experiência. A mesma acontece todos os anos em rodízio pelas obras salesianas de Manaus e o Centro Salesiano de Formação assumiu a Vigília Vocacional que acontece no mês de Agosto para evidenciar e refletir as diversas vocações com a juventude.

Este ano a Vigília teve como tema: “Com Dom Bosco eu vou semear a alegria!” e como Lema: “O Reino de Deus é como alguém que lança a semente na terra!” (Mc 4, 26), tendo como finalidade celebrar o centenário da presença salesiana na Amazônia que aborda o símbolo da semente (A semente produziu bons frutos), dando ênfase na vocação missionária. Como todos os anos, a criatividade na dinâmica oracional foi bem inovadora e fez com que os jovens tivessem uma excelente participação no desenrolar das dinâmicas, principalmente na prática do sacramento da reconciliação e interação com os diversos momentos orantes proporcionados pelos jovens salesianos.

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ACONTECEU 9 – VOLUNTARIADO INTERNACIONAL Três Jovens italianos fazem experiência de vida entre os índios Yanomami no Amazonas. O primeiro, Edoardo, veio no mês de maio e dois Luigi e Davide, no mês de julho.

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Todos estudantes de direito da Universidade Lateranense de Roma, integrantes de um Projeto chamado “12 per Lui” (doze para Ele, fazendo referência aos doze Apóstolos com Jesus); fizeram a experiência de voluntariado na Missão Salesiana de Maturacá. Avaliando a experiência, ambos manifestaram grande alegria por aquilo que vivenciaram. A convivência com o povo Yanomani lhes favoreceu uma profunda reflexão existencial. Agradecemos a comunidade Salesiana de Maturacá pela acolhida dispensada a esses jovens.


ACONTECEU 10 – AJS PROMOVE RETIRO DE LIDERANÇAS NO PARÁ cartas, a Carta de Comunhão do VII sucessor Pe. Viganó e a Carta de Missão do VIII sucessor Pe Vecchi.

Realizado nos dias 22 e 23 de Agosto no Colégio Salesiano Nsa do Carmo, em Ananindeua, PA, o retiro de lideranças da Articulação da Juventude Salesiana do Pará (AJS/PA) foi bem proveitoso. Iniciou-se pela parte da manhã com a apresentação da carta de identidade carismática da Família Salesiana de Dom Bosco, escrita pelo Reitor-Mor, Padre Pascual Chávez Villanueva, o IX Sucessor de Dom Bosco, com a junção de duas outras

No encontro foi debatido a Espiritualidade da Família Salesiana através do carisma da alegria, falando sobre a missão da Família Salesiana ajudando a juventude a evangelizar outros jovens, jovens evangelizadores de jovens para os tornar bons cristãos e honestos cidadãos. No segundo dia de encontro foi trabalhado a Carta de Identidade do Conselho Local da AJS, onde foi debatido a importância dos grupos pertencentes a Família Salesiana e a Função de cada participante do Conselho local e suas respectivas funções na AJS no estado. Por fim no decorrer do dia foi tratado do Retiro Anual da AJS/PA, que tem como Tema: Acampamento Sales e como Lema: "Somos Dom Bosco que Caminha, Acolhe e Evangeliza". Tendo em vista que será um Retiro Missionário assim como o Senhor dos ordenou, "Ide e fazei discípulos entre as nações!" (Mt 28,19). 26


ACONTECEU 11 – JUVENTUDE SALESIANA DA ÁREA DE RONDÔNIA CONSTITUI O CONSELHO LOCAL DA AJS

Reunidos em Assembleia, os jovens líderes da juventude salesiana de Porto Velho (Ro), Ji-Paraná (Ro) e Humaitá (Am), contando com 45 participantes representantes de diversos serviços pastorais, elegeram ao final da manhã deste Domingo, dia 30 de agosto, o Conselho Local da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) da área de Rondônia. A Assembleia teve como tema “O fortalecimento do protagonismo juvenil” e como objetivo geral contribuir para reforçar o processo de formação salesiana dos líderes da AJS da área de Rondônia, promovendo a organização do Conselho Local da AJS e definindo uma agenda de compromissos pastorais para 2016. Os cinco jovens eleitos (um de Humaitá, um de Ji-Paraná e três

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de Porto Velho) representando as diversas obras salesianas daquela área geográfica, estão profundamente engajados na animação da Pastoral Juvenil de diversas formas; dois deles são universitários, uma profissional formada em biomedicina e dois secundaristas. Como de costume, o evento foi muito dinâmico, com diversas atividades envolventes, dentre elas, cantos de animação, trabalho em grupo e momento de liturgias, sobretudo a Leitura Orante da Bíblia. O evento aconteceu no Sítio Dom Bosco, em Candeias do Jamari e contou com a presença de diversos educadores e salesianos. Parabenizamos a juventude da área de Rondônia por esse importante passo e auguramos ao Conselho eleito um alegre e generoso serviço.


ACONTECEU 12 – FSDB SEDIA O V SEMINÁRIO DA FAMÍLIA

A Faculdade Salesiana Dom Bosco e a Arquidiocese de Manaus realizaram no ultimo final de semana (22-23/08) o V SEMINÁRIO DA FAMÍLIA e o IV FÓRUM DE FAMÍLIA com o tema A Importância da Família. Sob a coordenação da Professora Fernanda Cristina Melo, coordenadora do departamento de pós-graduação, o evento reuniu cerca de 400 pessoas e contou com a participação de religiosos e leigos que reuniram-se com o objetivo de oportunizar uma reflexão sobre a práxis do cuidado das famílias enfrente as novas configurações familiares. A diretora executiva da Faculdade Salesiana, professora Meire Botelho abriu a

manhã enaltecendo a importância da família junto à sociedade, diante das crises econômicas que atacam as crises familiares, e da necessidade de ter Deus na vida de seus membros para que possam superar os percalços da vida diária. “Hoje as relações humanas estão fragilizadas, famílias destruídas por falta de perdão, falta de união. Com Deus em nossas vidas tudo é superado. Temos que usar da pedagogia da escuta e aceitar as dificuldades, pois só poderemos voar se estivermos abraçados uns aos outros” disse ao se referir a união familiar diante da crise. Ao citar a mensagem do Papa Francisco no XLIX Dia Mundial das Comu-

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ACONTECEU nicações Sociais, onde ele apresentou a família como ambiente privilegiado para o encontro da gratuidade do amor, Dom Sergio Castriani, Arcebispo de Manaus, lembrou que o ventre materno é a primeira forma de comunicação de uma família, pois é nela que aprendemos a conviver com as diferenças, aprendemos a falar com Deus e superar os conflitos. "A família é uma escola de perdão, onde os membros da família aprendem a comunicar a beleza e a riqueza entre as relações" disse. Padre Hudson Ribeiro, um dos palestrantes, foi bem enfático ao citar os benefícios e malefícios às relações familiares diante das novas tecnologias que

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ao invés de aproximar mais as famílias, as afasta do seu verdadeiro papel diante dos diálogos e momentos de encontros pessoais, acarretando sobre elas os problemas de cunho social e das mudanças de comportamentos que as tecnologias tem causado nas crianças e adolescentes. Dom Mario Sérgio, bispo auxiliar de Manaus, fechou o dia apresentando a importância dos objetivos da pastoral familiar. Suas diretrizes de ação e a importância da evangelização das famílias para superação das crises e dos problemas intrafamiliares a fim de evitar as separações e divórcios “Não se pode improvisar a Pastoral Familiar como não se pode improvisar lares autênticos e famílias cristãs” exemplificou.


ACONTECEU 13 – II ENCONTRO ANUAL DA COMISSÃO NACIONAL – PASTORAL JUVENIL SALESIANA

Nos dias 24 e 25 de agosto do corrente ano, aconteceu no Colégio Sta Inês, em SP, o II ENCONTRO ANUAL DA COMISSÃO NACIONAL DA PJS FMA/SDB sob a animação do Pe. Antonio de Assis Ribeiro (P. Bira) e da Ir. Solange Sanches. Estiveram presentes: Pe. Rafael Zanata, Ir. Cláudia Regina Ribeiro, Ir. Cecília Castro Gomes, Pe. José Ricardo Mole, Ir. Maria Aparecida Lopes Souza, Pe. Gilson Marcos da Silva, Ir Cláudia da Costa Matos, Ir. Leila Maria da Silva, Pe. Eudes Barreto Fernandes, Ir. Raquiele Cassemiro Pereira, Pe. Roque Sibioni, Ir. Luz Inês Vades, coordenadoras Inspetoriais de Pastoral Juvenil e os Delegados Inspetoriais de Pastoral Juvenil dos salesianos.

Animados pela experiência positiva do Encontro de Pastoral – ENCOPAS/RSB o encontro contou com a presença marcante cheia de entusiasmo pastoral da Ir. Junita Borja, Conselheira Geral para a Pastoral Juvenil das Filhas de Maria Auxiliadora; participaram também os jovens coordenadores do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana, Renan Demerteko Silva (Porto Alegre) e Cristina Matiele (Porto Velho). Nesses eventos diversos temas forma tratados: a revisão da Cartilha de Princípios Norteadores da AJS, estudo da Declaração “Gravissimum Educationis”, projeto de pesquisa sobre o Associacionismo em nível nacional... E por fim foi programada a agenda para 2016.

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