Tapiri 171 digital janeiro fevereiro 2015

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EDITORIAL Estimados(as) amigos(as), irmãos e irmãs

Iniciamos o ano das celebrações do Centenário da Presença Salesiana na Amazônia. O Tapiri continua sendo um importante instrumento que, espontaneamente, vai documentando pouco a pouco a significativa história da presença salesiana na Amazônia. Na verdade, não se trata somente de registar fatos, mas também de colher a sensibilidade pedagógico-pastoral salesiana presente na Amazônia. É por isso que em cada edição temos sempre algumas reflexões pastorais. Nesta edição continuamos as reflexões sobre o Capítulo Geral 27. O Pe. João Mendonça aprofunda o tema “místicos no espírito”. Esse é um dos núcleos temáticos refletidos no CG 27. Para o Salesiano de Dom Bosco, a mística é fonte de ardor pastoral, capacita-o para a vivência da fraternidade, fortalece o senso de comunhão eclesial e o anima a viver com alegria servindo com autenticidade à missão. Nos últimos anos a questão do tema Família Salesiana (FS) tem sido muito refletida em diversos níveis. Por isso, escrevo com o intuito de estimular e refletir sobre a Consulta da Família Salesiana. Trata-se de um importantíssimo instrumento de animação do Carisma

Salesiano entre os grupos. Não podemos esquecê-la. Considerar essa referência é muito importante para evitarmos “atitudes paternalistas” ou de “comandante dos demais grupos”. Dessa forma evitamos assumir uma postura personalista e “autorreferencial”. A superação do preconceito contra os povos indígenas é fruto da ignorância. A ignorância gera uma concepção que, por sua vez, promove um determinado tipo de relação com os outros. O Pe. Justino Rezende, indígena Tuyuka, nos propõe uma reflexão que nos estimula a ir além, a saber valorizar e acolher a beleza dos saberes tradicionais indígenas. Enfim, o Pe. José Benedito Araújo, partilha conosco uma importante experiência pastoral: a valorização da Palavra de Deus como fonte fundamental que deve permear todas as nossas iniciativas pastorais. Na sessão “Aconteceu” apresentamos um breve resumo de diversos eventos deste primeiro bimestre no ano. Agradecemos aos leitores por diversas manifestações enviadas de apreço ao Tapiri. A partir da próxima edição começaremos a publicar algumas dessas opiniões. Boa leitura! Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), sdb Delegado para a Animação Pastoral Manaus, 28 de Fevereiro de 2015


TAPIRI é uma publicação bimestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colaboradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de reflexão sobre temas diversos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano. O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima Organização: CIP Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro Equipe de articulação: Eduardo Lacerda, José Luis (Zeca) e Animadores de Pastoral Projeto Gráfico: Eduardo Lacerda Revisão: Josely Moura Distribuição: José luis (Zeca) Articulistas: Convidados Capa: Ilustração sobre a vida de Dom Bosco Manaus - Am - Brasil

SUMÁRIO

Pg. 04 A Consulta da Família Salesiana Pg. 11 Ciências e Saberes Tradicionais Pg. 14 Místicos no Espírito

Experiência Pastoral: Apostando na Força da Luz da Palavra em Nova Sementeira Aconteceu

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MÍSTICOS NO ESPÍRITO Pe. João Mendonça, sdb Diretor do Colégio do Carmo

Convidado para escrever para e com os irmãos, sobre este tema da mística salesiana, encontrei-me com a expressão estimulante: “místicos no Espírito” (n. 32). Um dos núcleos temáticos do CG 27. Ser místico, no entanto, não se reduz apenas à espiritualidade cristã e católica.

um desafio que pode esgotar nossas capacidades ou se tornar um chavão que se desfaz com o tempo. Num Instituto Religioso totalmente dedicado à missão, cujo contato com os jovens e o povo em geral é cotidiano, podemos facilmente nos desculpar de que não temos tempo para a experiência mística. Atenção: mística não significa apenas oração contemplativa. A tentação é pensar que a mística está ligada diretamente à vida monástica, mas não é bem assim. Então, como definir a mística salesiana? Garimpando no CG 27 encontrei expressões que nos dão pistas para entender o significado do ser místico salesiano: - enraizar no mistério da Encanação (n. 33), - gastar-se pelos jovens (n. 33), - encontro com Deus (n. 34), - fraternidade (n. 40), missão (n. 43), comunhão (n. 45), - eucaristia e reconciliação (n.65), oração com a Palavra de Deus (n. 65), - testemunho dos conselhos evangélicos (n. 66), - alegria e autenticidade (n. 67), - harmonia entre oração e trabalho (n. 67), - deixar-se guiar (n. 67), - saber partilhar (n. 67), - graça da unidade (pg. 20), - buscadores de Deus (n. 32).

A busca do Outro – transcendente – extrapola nossas crenças, religiões e tradições. O místico desenvolve uma intensa relação com o sagrado. Tornase envolvido, imerso e absorvido pela experiência do ser amado que chega até a configurar-se a ele.

1. Entendamos o que é mística Há místicos em outras crenças e também em ambientes não cristãos. Místico é uma qualidade que se desenvolve ao longo da vida de uma pessoa e, para nós cristãos, no contato com a chama preciosa que aquece o coração (Lc 24, 32). No entanto, para nós religiosos salesianos, imersos na sociedade líquida onde tudo passa velozmente e quase nada nos toca à carne ou não deixamos que nos toque, mergulhar na mística é 4


saciar a sede é que o encontro com a verdade pode nos fazer sofrer, como bem dizia a grande mística e doutora da Igreja Santa Tereza de Ávila,

2. A liquidez da existência Estas expressões podem dizer tudo sobre mística ou nada; apenas um monte de pensamentos que podem aumentar nosso linguajar espiritual, mas que nada representam quanto à vida cotidiana. Estamos cheios de chavões que se desfazem como água no cotidiano. O mal estar da liquidez pós-moderna que afeta a vida religiosa nos joga para dentro do niilismo e de uma vida sem sentido1. A verdadeira experiência mística, ao contrário, nos leva à essência de nossas vidas porque é animada pelo Espírito, o mesmo que pairava sobre as águas desde o início dos tempos e levou Jesus ao deserto (Gn 1,1; Mc 1,12). Contudo, a necessidade de realizar o encontro com Deus brota da sede que temos da verdade, sentido e prazer2. O paradoxo desta busca de

Depois ele nos traz um tormento que não podemos criar por nós mesmos, nem, quando acontece, evitar. A dor que eu então sentia em nada se parece com o tomento de que falo agora, distinguindo-se como se distingue uma coisa muito corporal de uma muito espiritual, e creio que não exagero. De fato, o primeiro sofrimento é sentido pela alma, mas esta está acompanhada do corpo e parece que os dois o dividem, não havendo o extremo desamparo de que agora falo. O segundo sofrimento, como eu disse, não tem a nossa participação; muitas vezes, vem de repente um desejo cuja origem não se sabe, desejo que penetra a alma por completo até fatigá-la. Deus a deixa isolada de todas as coisas que, por mais que a alma trabalhe, parece-lhe que não há na terra que a acompanhe, desejando

1 BAUMAN, Zygmunt, O mal estar da sociedade, tradução Mauro Gama, Claúdia Martinelli Gama, Rio de Janeiro: Zahar, 1998. 2 TERESA DE ÁVILA, Livro da Vida, In Escritos de Santa Teresa de Ávila, São Paulo: Loyola, 2001, p. 125-127.

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pria carne o sentido da dor do irmão que sofre. Isto também é mística. A mística abre as chagas interiores mais profundas, põe em evidência nossas fraquezas, pecados, lutas psicológicas e virtudes, que até podemos disfarçar no contato com os outros, mas não podemos enganar o que somos de fato no fundo do poço de nosso deserto existencial. A mística é um processo de purificação e humildade – purgatório – como bem ensinou Santa Catarina de Genova:

apenas morrer. Outras vezes a alma sente grande necessidade de Deus, sem consolo do céu e da terra3.

Constatamos assim, que a experiência mística é dolorosa, não que seja uma dor física que um medicamento pode curar, mas é a dor na alma como relata a própria Santa depois de suas experiências fortes de encontro com Deus e, ainda mais recente, Madre Tereza de Calcutá, quando revela ao arcebispo Périer:

É importante observar que, na sua experiência mística, Catarina jamais tem revelações específicas sobre o purgatório ou sobre as almas que ali estão a purificar-se. Todavia, nos escritos inspirados pela nossa santa, é um elemento central, e o modo de o descrever tem características originais em relação à sua época. O primeiro traço original diz respeito ao «lugar» da purificação das almas. No seu tempo, ele era representado principalmente com o recurso a imagens ligadas ao espaço: pensava-se num certo espaço, onde se encontraria o purgatório. Em Catarina, ao contrário, o purgatório não é apresentado como um elemento da paisagem das vísceras da terra: é um fogo não exterior, mas interior. Este é o purgatório, um fogo interior. A santa fala do caminho de purificação da alma, rumo à plena comunhão com Deus, a partir da própria experiência

Quero dizer-lhe uma coisa, mas não sei como expressá-la. Anseio, com uma ânsia dolorosa, ser inteiramente para Deus, ser santa de tal maneira que Jesus possa viver plenamente a Sua vida em mim. Quanto mais O quero, menos sou querida. Quero amá-lo como Ele nunca foi amado, porém, existe esta separação, este vazio terrível, este sentimento de ausência de Deus. Há mais de quatro anos que não encontro auxílio na direção espiritual. Dentro de mim tudo é frio como gelo. Não rezo mais. Ele está destruindo tudo em mim4.

É a dor da ausência presença de Deus que nos faz passar pela aridez e sede para compreender na pró3 Ibid., p. 128s 4 KOLODIEJCHUK, Brian, Madre Teresa venha, seja minha luz, a história e os escritos mais impressionantes da “Santa de Calcutá”. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008, p. 172.173.178.

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onde vamos encontrar água, é o cenário juvenil. Um cenário bastante complexo. Há jovens que esporadicamente vivem a experiência cristã; outros são absorvidos pela prática e vivência da fé nas comunidades; muitos estão distantes da experiência de Deus, são indiferentes7. Os jovens, portanto, imersos neste cenário, são o poço profundo onde brota a água viva – Deus – que sacia nossa sede. No entanto, esta água não está nos limites do poço, mas na profundidade daquele que salta dos rostos dos jovens e dialoga conosco no pátio: Jesus de Nazaré. Nele e com ele, encarnado nos jovens, fazemos a experiência da cultura do encontro, como dizia Dom Bosco: “Entre vocês me sinto bem”. Aí está a verdadeira água que sacia nossas buscas, por isto, somos os “buscadores de Deus” (CG 27 32 e Carta do Padre Artemi, ACS 418). Nossa mística está transparente neste ícone porque não nos fecha numa experiência religiosa individual e líquida, mas abre o vasto horizonte da comunidade. É a comunidade que sai às “periferias existênciais” dos jovens para estar com eles nos “novos pátios” (CG 23, 95; Const. Salesianas, 25; CG 27, 62) da comunicação, informação e da vida cotidiana. É neste cenário que a sentença do teólogo Rahner se torna desafiadora: “O cristão do século XX ou será um místico ou não será nada”.

de profunda dor pelos pecados cometidos, em relação ao amor infinito de Deus5.

A mística passa por esta fase purgativa. Assim interpreto o CG 27 quando aponta para a “mística da fraternidade” (n. 40) como um testemunho de vida na cultura do encontro-desencontro que nos purifica do egoísmo, do individualismo e da indiferença. Esta mística nos purifica de fato. É o nosso purgatório cotidiano. A vida fraterna em comunidade não se reduz a reunir algumas pessoas debaixo de um mesmo teto, mas à construção de laços afetivos, amizade, respeito, partilha, confiança. E tudo isto, requer purificação de si mesmo, ou seja, mística, humildade6.

3. Encontrar a Deus nos jovens Neste sentido, não obstante a escolha do CG 27 pela sugestiva imagem da sarça ardente como o lugar do encontro nosso com os jovens (n. 52), pessoalmente me aproprio de outro ícone para mim mais expressivo, o encontro de Jesus com a Samaritana (Jo 4, 1-38). Trata-se da imagem mais eloquente da mística salesiana. Nós, salesianos, temos um poço 5 Bento XVI, Catequese sobre as santas mulheres do cristianismo 12/01/2011. www.vatican.va/ acesso: 21/10/2014. 6 TERESA DE ÁVILA, Livro da Vida, In Escritos de Santa Teresa de Ávila, Op. Cit., p. 71.

7 DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, Quadro de referência, 3ª. Ed., Brasília: São Judas, 2014, p. 34.

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Parafraseando, eu digo: o salesiano de hoje e de amanhã ou será místico ou não terá visibilidade, credibilidade e fecundidade vocacional (CG 27, 98); ou buscará a Deus – água viva – nos jovens (CG 27, 54) ou morrerá de sede no deserto da infertilidade.

Assim, compreendemos porque Dom Bosco lutou bravamente para manter a primeira geração de salesianos no pátio. Ele sabia que os salesianos não seriam místicos se sucumbissem no deserto de uma vida distante do poço e fechada em assuntos burocráticos. No entanto, é importante entender que o pátio da mística salesiana é um ambiente aberto, acolhedor e proativo9. Aqui está nosso limite. Às vezes, nossos pátios se reduzem a ambientes cheios de normas, proibições e preconceitos castradores da genialidade juvenil. É proibido namorar, é proibido entrar com tatuagens, é proibida a música popular, é proibido entrar os jovens vitimados pelas drogas, é proibido entrar os indisciplinados, é proibido entrar os que não rezam e não vão à capela, é proibido entrar quem não reza a cartilha do salesiano.

4. O pátio místico do salesiano Neste sentido, o pátio salesiano, o deserto teológico do encontro, onde está o poço, deve ser o “habitat” natural do salesiano místico. E, este pátio, se caracteriza pela interface dos jogos de interesses juvenis que passam pelas novas tecnologias e redes sociais e se transformam em ambientes e centros de interesses e de ganchos evangelizadores, sem esquecer o encontro pessoal, a saída do TU ao NÓS (CG 27, 59), onde se “habilita os jovens a descobrirem a profundidade da própria experiência até perceberem o seu apelo religioso, a plena comunhão com Jesus Cristo pessoa central na relação a partir da qual se organiza a vida: atitudes, opções, ações, comportamentos8”.

Este pátio de proibições e moralista não forma a cultura do encontro, mas do desencontro. Trata-se de uma distância mental do cenário juvenil

8 Ibid., p. 56.

9 Ibid., p. 127.

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que muito nos prejudica (CG 27, 24). E temos que ir mais além. O pátio salesiano não se reduz a um ambiente geográfico, mas é uma maneira de estar com os jovens; é um ambiente acolhedor e rico de propostas10. Por conseguinte, nossas comunidades religiosas devem ser pátios de experiência mística, assim como nossa oração cotidiana. O estar juntos – “mística da fraternidade” – começa na vivência entre nós e se estende a todos os ambientes, senão estaremos falseando nossa missão e a experiência do encontro, seja diante da sarça ardente seja do poço, e ficará aquém da verdadeira experiência de Deus. O pátio de Valdocco era uma casa aberta e o encontro com Dom Bosco marcava os jovens e estes ficavam atraídos pelo educador a ponto de muitos dizerem: onde estava Dom Bosco ali estava o oratório. Basta ler atentamente as crônicas do Oratório para perceber que ali não se concentravam apenas jovens bonzinhos e santos. Alguns deram muito trabalho a Dom Bosco, até decepções, basta analisar alguns sonhos com elefante, serpente, tigre, cães ferozes, etc., que revelam arquétipos de um clima de tensão existente no Oratório, mas ele não lhes fechou as portas; ao contrário, investiu em propostas ousadas para acolhê-los e acom-

panhá-los; por exemplo, as Companhias, grupos associativos que dinamizavam a vida em Valdocco e inseriam seus membros em projetos grandes de missão, canto, apostolado, serviço litúrgico e discernimento vocacional. Hoje não podemos agir diferentemente. Proporcionar o ambiente de família e a experiência de grupo é fundamental para nossa ação educativa11 no contexto do Oratório-centro juvenil 12. Constatamos, porém, que nossos pátios, às vezes, são frios e enjaulados em nossos preconceitos e intolerâncias. O desafio, então, é criar o pátio místico salesiano, a aldeia aberta, proativa, alegre, cheia de possibilidades, preventiva, criativa, marcada pela experiência de Deus, sobretudo com a presença do místico salesiano que escuta, vê, contempla e toca no jovem (1 Jo 1,1ss; CG 27, 18) e, desde ali, anuncia a presença do Verbo presente no poço que está à nossa espera no deserto das periferias da existência humana13.

5. Deixar-se tocar Papa Francisco disse aos jovens no Rio de Janeiro durante a Via-Sacra que ninguém passa pela cruz 11 Ibid., p. 149. 12 Ibid., p. 182. 13 Atos do Conselho Superior 418, p. 84; DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, Quadro de referência, 3ª. Ed., p. 186.

10 Ibid., p. 131.

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sem ser tocado por ela. Acredito que nenhum de nós salesiano pode passar pelo jovem sem ser tocado por ele, marcado por sua presença, cativado por sua jovialidade; assim, nenhum jovem passa por nós sem receber uma palavra, um gesto, um sorriso, um abraço. Isto é mística de quem busca a Deus em espírito e verdade (Jo 4, 23s). Assim, o Espírito sopra e nos leva com ele ao profundo das angústias e esperanças, alegrias e tristezas dos jovens e não nos deixa à margem do caminho cegos e enrolados em nossas seguranças (Mc 10, 46-52), muito menos em cima da árvore escondido entre os galhos e folhas com medo de encontrar o outro que passa pelo pátio (Lc 19, 1-10). Mas, com certeza, teremos que abrir nossas mentes para acolhê-los na madrugada fria

dos medos e desilusões, sempre em busca de respostas e significado (Jo 3, 1-15).

PARA REFLETIR 1. Sou um religioso que busco o poço para beber da água viva ou habito no deserto da infertilidade? 2. Colaboro com minha fraternidade para ser expressão da mística salesiana ou fico na tenda com medo de enfrentar o sol e a caminhada até o poço para encontrar os jovens? 3. Nossa comunidade vive a mística da fraternidade como testemunho de acolhida, respeito e solidariedade? 4. Somos tocados pelos jovens na vivência cotidiana ou estamos alheios a seus interesses?

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A CONSULTA DA FAMÍLIA SALESIANA Pe. Antônio de Assis Ribeiro, sdb Vice-Inspetor

1. O QUE É A CONSULTA? É um instrumento (pessoas) de animação dos grupos da Família Salesiana previsto no artigo 37 da Carta de Comunhão da Família Salesiana (Roma, edição de 1998) e no artigo 31 na edição de 2003. Ela é composta por representantes e ou dirigentes dos grupos que compõem a Família Salesiana presentes em um determinado território. Esse grupo animador deve ser formado em todos os níveis de animação: mundial, nacional, inspetorial e local (áreas).

2. JUSTIFICATIVA DA EXISTÊNCIA DA CONSULTA DA FAMÍLIA SALESIANA:  Graças a Deus a Família Salesiana continua em expansão inspirada pelo carisma de Dom Bosco. Surge daí o desafio do conhecimento, da comunhão carismática e ação apostólica unitária entre os mais variados grupos da grande família;  Cada grupo nasce com uma originalidade e especificida11

de de ação dentro da Igreja e da sociedade. Esta particularidade é um fator de riqueza, mas deve ter afinidade com os demais irmãos (carisma: ser, pensar, sentir, agir);  Não basta investimentos em literatura (Carta de Comunhão e Carta da Missão), é necessário a criação de estruturas organizativas flexíveis, de diversos níveis, que facilitem a promoção da comunhão na grande família, partilha de bens e experiência fraterna e apostólica. Disso vai depender a “pertença à família salesiana”;  O espírito que une os grupos é certamente o fato de todos participarem da alegria de serem sinais portadores do amor de Deus à juventude e, sobretudo, aos mais fragilizados. Essa ação apostólica deve ser uma concreta atualização do sonho de Dom Bosco. Isso pressupõe discernimento conjunto, ações organizadas... para que a ação concreta seja carismatica-


mente legitimada (possibilidade de desvio);  Muitas podem ser as ações concretas da Consulta para a consecução do seu objetivo de animação do Carisma Salesiano, tais como: encontros de estudos, partilha de reflexões, experiência de oração, festas, partilha de experiências apostólicas, busca de respostas conjuntas aos desafios atuais, consolo nos momentos difíceis. “A Família Salesiana è um dom dado a todos nós. Um dom a ser cultivado, valorizado e incrementado. É preciso um empenho de conhecimento, formação e atuação concreta de iniciativas inspiradas pelos seus dois grandes documentos, a “Carta de Comunhão” e a “Carta da Missão”. A consulta é importante para darmos “um passo avante” em todos os contextos e em todos os lugares da nossa vida salesiana”.

3. OBJETIVOS DA CONSULTA:  Zelar pela animação do Carisma Salesiano onde atuamos (dom de Deus);  Promover o sentido de pertença à Família Salesiana (fraternidade);  Estimular e reforçar a missão salesiana nos vários contextos (Igreja e sociedade);  Difundir carisma e o conhecimento da Família Salesiana (proposta);  Buscar unidade e visibilidade em relação aos desafios da missão comum e problemas sociais (missão).

4. COMPROMISSOS CONCRETOS: A nivel formativo: 1. Estudar Dom Bosco fundador para crescer no seu conhecimento, entender seu sonho, assumir seu projeto de vida e critérios de ações pastorais;

Don Bregolin Vigário do Reitor Mor – 2004.

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2. Conhecer positivas experiências de ações pastorais como Família Salesiana – a partir da experiência da vida de cada grupo; 3. Aumentar o conhecimento concreto dos grupos entre si e valorizar sua identidade específica; 4. Fazer concretas experiências pastorais de ação conjunta, com plano de ação, avaliações e senso de formação – mediante um PEPS (Projeto Educativo Pastoral Salesiano) que envolva toda a FS (presente em um território) na promoção da missão comum, mas respeitando a autonomia e promovendo a complementaridade; 5. Estimular os salesianos (SDBs) a sentirem-se parte integrante da Família e não superiores a ela, de modo que se promova o sentido de pertença e se desenvolva a visão da reciprocidade e não de hierarquia.

3. Manter uma relação com as forças da sociedade civil interessada na Missão Salesiana; nossas iniciativas devem interessar também a eles pois trabalhamos para o bem comum; 4. Dar respostas aos desafios sócio-eclesiais mediante um PEPS – que determine as urgências comuns da FS. “A Família Salesiana não é “un di più” (algo a mais) no nosso trabalho apostólico; é um modo particular de vivermos o Carisma Salesiano, desde as origens, com o máximo envolvimento de religiosos e leigos” (P. Bregolin).

A nível pastoral: 1. Conhecer bem os desafios pastorais da Igreja local: desafios gerais e desafios específicos em relação à missão salesiana; 2. Estabilizar uma relação de confiança e colaboração com os bispos, força vivas eclesiais, pessoas e grupos eclesiais;

Carta de Comunhão da Família Salesiana – São Paulo, Editora Salesiana 2003.

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FONTE BIBLIOGRÁFICA: Adriano BREGOLIN, ACG 392 - Alcune indicazioni per l’animazione della Famiglia Salesiana a livello ispettoriale e locale. Roma 2006.

OUTRAS REFERÊNCIAS:

Carta da Missão da Família Salesiana - São Paulo, Editora Salesiana 2003. VECCHI, JUAN – ACG 358 - A Família Salesiana completa vinte e cinco anos, Roma 1997.


CIÊNCIAS E SABERES TRadicionais Pe. Justino Sarmento Rezende1, sdb Diretor e Ecônomo da Missão Salesiana de Marauiá

INICIANDO A CONVERSA1 Quando os colonizadores chegaram ao Brasil (1500) e na Amazônia no século XVI (1542s.) existia uma grande pergunta: se éramos pessoas humanas ou não? A partir daquela concepção se estabeleceu relações de pessoas com não pessoas, superiores e inferiores, de civilizados e selvagens, etc. Assim se tornou normal destruir as culturas, línguas, saberes e matar os indígenas. Já se foram alguns séculos, mas os preconceitos e estereótipos contra os povos indígenas perduram até nos dias atuais. Os saberes indí-

1 É indígena do povo Ʉtãpinopona-Tuyuka. É padre salesiano. Possui Licenciatura plena em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília. Bacharelado em Teologia pela Faculdade Teológica Nossa Senhora da Assunção. Mestrado em Educação Indígena pela Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande/MS. Este artigo foi elaborado para participação da Mesa Redonda – Ciências e Saberes Tradicionais, dentro da Semana de Ciências da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com a temática: EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: CIÊNCIA, SOCIEDADE E CIDADANIA NA AMAZÔNIA, no período de 7 a 10 de outubro/2014, na cidade de Manaus.

genas são vistos com suspeita, com razão, pois os saberes de cada povo indígena servem primeiro para os membros daquele povo e não para todos os povos indígenas e nem têm pretensões de serem válidos para o mundo todo e para todas as culturas. Vou pular grande parte das histórias brasileiras e destaco a Constituição Federal de 1988, que no artigo 231, assegura nossos direitos indígenas quando diz: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” Hoje eu estou aqui compartilhando com vocês alguns saberes, em pleno século XXI, quando o tempo histórico favorece eu contar para as outras ciências e para outros cientistas os nossos pensamentos indígenas. Eu acredito que nós estamos fazendo isso com uma nova perspectiva histórica onde reconhecemos as diversidades culturais, valorizamos o multilinguismo e com possibilidades de construção de novos saberes a partir de nossas relações interculturais.

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Os saberes que eu vou partilhar com vocês nesse momento pertencem aos povos indígenas que habitam a região do Alto Rio Negro, Amazonas – Brasil, onde vivem vinte e três povos pertencentes a quatro famílias linguísticas: Tukano, Aruak, Maku e Yanomami.

1. SOMOS PESSOAS INTELIGENTES

Para tratar dos Saberes de um povo eu parto do princípio de que as pessoas são inteligentes, são capazes de enxergar o mundo, de enxergar as pessoas, perceber os desafios históricos, sabem dar respostas para os desafios de cada momento histórico. Nós indígenas estamos dentro deste panorama. Nossos avós construíram muitos saberes que sustentaram e sustentam os povos indígenas e suas culturas. Nossos avós ensinavam todos esses saberes cotidianamente e nas grandes festas. Como eles ensinavam? Segundo aquilo que eu sei os nossos avós e pais nos ensinavam falando-mos-

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trando-fazendo e aprendemos ouvindo-vendo-fazendo. Os nossos educadores são os nossos pais, avós, sábios de nossas culturas. São pessoas conhecedoras dos fundamentos da educação de seu povo, possuem suas filosofias de vida, contruíram suas próprias teorias de conhecimento e práticas de vida, os conhecimentos indígenas são organizados, transmitidos de maneira organizada e diferenciada para crianças, jovens, meninas, meninos e adultos [ler anexo 1: NOSSAS VIDAS INDÍGENAS]

2. SABER CUIDAR DAS VIDAS

Nossos saberes indígenas estão intimamente ligados com as vidas. Nossos avós nos ensinanaram que nós pessoas humanas vivemos relacionando com muitas outras vidas: vida humana (outra etnias), vida do mundo que nos sustenta (terra, água, ar...), vida das florestas [gente-florestas], vida das águas, dos peixes [gente-peixes], gente pedras, etc. Tudo o que nos circunda e en-


volve são outras vidas dialogantes com seres humanos. [ler anexo 2: ÁRVORES] Os nossos sábios avós nos ensinam que a vida humana deve ser bem cuidada com os bens materiais e bens imateriais. Deve ser bem cuidada desde a gestação, por isso, os benzedores benzem o corpo, o útero e a vida da mãe para que o novo ser em gestação possa crescer bem. Assim em todas as fases da vida: do nascimento até a nossa morte. Quando eu falo de bens materiais estou me referindo à alimentação (comida, bebida), cuidado com o corpo (banho, descanso, trabalho...), com o ambiente, etc. Os bens imateriais são os benzimentos que são feitos para criar harmonia de nossos interesses e possibilidades, criar harmonia de nossa vida humana com as vidas de outras pessoas e outros seres vivos presentes nas florestas, nas águas, nas montanhas, etc. Os benzedores benzem para criar equilíbrio nos relacionamentos com diversas vidas. Quando os seres humanos desrespeitam os ambientes sagrados aí surge desarmonia e desequilíbrio, que se expressa através de temporais, doenças, acidentes de trabalho, etc. Os meus parentes Tuyuka até hoje fazem as festas cerimoniais de cantos/danças, discursos, pinturas, benzimentos, defumação para criar harmonia entre as pessoas. Eu também já participei diversas vezes. Passei a noite acordado para par-

ticipar das festas, dancei as danças mais simples como cariço. Atualmente vivo mais tempo com o povo Yanomami do rio Marauiá, no município de Santa Isabel do Rio Negro. Lá os pajés fazem seus rituais diariamente, cheiram paricá, entram em transe, dança, conversam com as divindades para pedir às divindades para que criem harmonia e equilíbrio no convívio das pessoas, pedindo proteção para que não aparecçam doenças, que afastem temporais, raios, etc. Fazem danças para cura de doenças; as mulheres de vez em quando acordam gritando e correm no meio do mato com galho na mão para espantar os espíritos da doença.

Como são produzidos os saberes? São produzidos por todas as pessoas, mas principalmente por pajés, mestres de canto/danças e demais benzedores. Eles possuem inteligência e sensos apurados para conhecerem o mundo material e imaterial. Por isso dizemos que existem os saberes materiais práticos e os saberes imateriais práticos. Os nossos avós aprofundavam seus conhecimentos do mundo das pessoas, do universo, das florestas, dos rios e outras vidas. Refletiam individual e coletivamente, faziam meditações noturnas e conversavam sobre o funcionamento dessas realidades. A partir disso, eles produziam seus pensamentos e ensinavam as práticas de boa convivência com os mundos que nos cercam.

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No cotidiano e nas festas os sábios sentam-se na casa do baya (mestre de cantos/danças; ou na Casa de Saberes), mascam ipadu, fumam o cigarro, passam um para o outro esses elementos geradores dos saberes. Nas festas rituais conversam de forma solene, porém, são intercaladas entre falas sérias com gostosas piadas. As seriedades, brincadeiras, gargalhadas, apelidos são ingredientes que dão bom sabor aos ambientes dos saberes. As mulheres possuem seu próprio campo para produção dos conhecimentos sobre a feminilidade e todas as ações que elas desenvolvem no mundo e em suas vidas. Além desses sábios de realidades sagradas existem outros grandes conhecedores das realidades da pesca, da caça, conhecedores de geografias regionais, conhecedores dos igarapés, conhecedores das vidas dos animais, seus caminhos, conhecem épocas de frutas, das caças e sua alimentação. Existem sábios de pinturas, de tocar os instrumentos musicais. Existem sábios (as) que conhecem diversos remédios de nossas florestas que servem para curas de diversas doenças, para atração da pessoa amada, para ser bom pescador, bom caçador, etc. Saberes também são os segredos que os sábios transmitem somente para seus filhos e netos. Os saberes constituem também diversas formas de colocar em comum os seus conhecimentos a serviço do seu povo.

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Anoto aqui alguns cantos/danças [Basamo = conjunto de Músicas/Cantos] que se realizam para cuidar das vidas, estão relacionados à vida humana e ao mundo material e imaterial que nos envolvem. Essas vidas são temidas, reconhecidas, respeitadas, invocadas, faladas, benzidas, cantadas e dançadas. Entre os Tuyuka existem esses cantos e danças importantes:

DASIA BASA (Dança do Camarão): é cantada e dançada quando da primeira menstruação das moças, quando se quer dar nome a um filho ou filha de um chefe e quando vão dar de comer peixe pela primeira vez a essa criança. HIÃ BASA (Dança da Lagarta): como o Dasia basa, é cantada e dançada durante a cerimônia de dar nome a uma criança, na primeira menstruação da moça e de dar de comer peixe. Dançada e cantada durante o verão Hiarõ que significa “tempo de aparecimento de lagartas que comem folhas de cunurizeiro”. Eles representam espíritos de pajés do universo e provocam trovoadas e doenças nas pessoas. Através dessa dança/canto os benzedores protegem as comunidades fazendo apaziguamento dos seus espíritos. IKIGA (Dança Inajá): cantam e dança na cerimônia de oferecimento de comida (dabucuri, na língua geral), como peixe, produtos de mandioca e carne de caça. A origem da cerimônia e do canto vem dos seres divinos Diroa-masã, quando eles fi-


zeram a primeira cerimônia de oferecimento de comida, peixe e caça para seus avôs. UMUA BASA (Dança do Japu): assim como a dança do Camarão, é cantada nas cerimônias de nominação e de proteção da casa e, por extensão, de toda a comunidade. WAI BASA (Dança do Peixe): é cantada e dançada antes da época das enchentes, quando os peixes se juntam e fazem sua desova. Serve para apaziguar os espíritos dos peixes (Wai masã), para não provocarem doenças na humanidade. WASÕ BASA (Dança de Wasõ): cantada e dançada quando se faz oferecimento de frutas, como açaí, buriti, ingá, ucuqui, cunuri, jatobá, japurá, uacu, tucumã, sorva, sorvinha, cucura, etc. ÑASA BASA (Dança do Maracá): cantada e dançada na festa de confraternização durante a qual se protegem as pessoas e suas casas contra doenças do universo e as enviadas pelos pajés e os espíritos da floresta. YUA BASA (Dança do Calanguinho Azul): cantada e dançada após concluir os trabalhos das roças. Pedem aos espíritos para que haja um bom verão para boa queimada. Cantam e dançam pedindo para que não apareçam doenças às mulheres durante seus trabalhos. YUKɄ BASA (Dança dos Paus): cantada e dançada como complemento da dança Yua Basa. KAMÕKA BASA (Dança do Kamõka): é cantada e dançada nas festas com os membros da Casa Ritual e os demais irmãos. Servem para benzimentos de proteção de seus moradores contra

doenças, picadas de cobra e acidentes de trabalho. Existem outros instrumentos musicais mais simples que são utilizadas em meio as músicas sagradas. Alguns são: Sʉ (caracol), ñama koã (flauta de osso de veado), ñama dʉpoa (flauta de cabeça de veado), kuware (casco de jabuti), weru weru hiri koã (flauta de osso de anta), perurige (flauta de pã), tõrõriwʉ (flauta de taboca) e seruru hirõ (flauta de pã pequena). [ler anexo 3: DANÇA]

3. NOSSAS ORIGENS DIVINO-HUMANAS

Segundo as narrativas das histórias do povo Pamʉri Basoka [povos que emergiram da água] as Casas do Surgimento marcam o início de nossas histórias sagradas. Nossos mestres de danças/cantos narram que existem duas Casas inicialmente: Opekõwi = Casa de Leite; Tõkowi = Casa de bebida doce [do Bem]. Ao lado dessas Casas existe um lago Opekõtaro = Lago de Leite. Tenório (2005, 11) diz: “Tetiro to niku marĩya tokõkosope, marĩya tokõwi, marĩya tokõkumuro, marĩya tokõwastoa, tie niku kʉ Ʉtapinomakʉ niñamasãre”2. As histórias de 2 Marĩya tokõkosope = nossa porta do bem [porta do bem, doce]; marĩya tokõwi = nossa casa do bem [doce]; marĩya tokõkumuro = nosso banco do bem [doce], marĩya tokõwatoa = nossa cuia do bem [doce]; tie niku kʉ Ʉtapinomakʉ

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nossas origens estão bem ligadas às divindades geradoras da vida. Por outra parte existem longas Rotas de Emergência ou Transformação dos povos indígenas, por isso, são muitas Casas de Transformação pelas quais passamos até estabelecermos nas atuais moradias. Essas histórias são transmitidas no dia a dia aos filhos e netos. A forma solene de narrar essas histórias acontecem nas cerimônias de cantos e danças rituais: discursos, entoações, etc. São momentos sagrados por isso, antes, durante e depois os mestres de danças, cantos e pessoas que consomem bebidas e comidas benzidas seguem dietas alimentares recomendadas pelo benzedor principal. Os nossos nomes de benzimentos estão enraizados numa das Casas de Transformação. Nós Filhosda-Cobra-de-Pedra3 – chegamos à niñamasãre = são esses elementos que dão vida ao Filho-da-Cobra-de-Pedra. Tradução do texto: Por isso ai estão nossa Porta do Bem, nossa Casa do Bem, nossa Banco do Bem, nossa Cuia do Bem, esses elementos constituem a vida do Filho-da-Cobra-de-Pedra. 3 Ʉtapinopona é o povo popularmente co-

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Cachoeira de Caju4 como um só grupo. Aí construíram Basawi (Casa Ritual) e os primeiros seres emergentes (primeiros Tuyuka) realizaram rituais de iniciação de todos os seus filhos, utilizando instrumentos cerimoniais, flautas sagradas, adornos de cabeça ou faixas emplumadas, benzimentos, entoações, cantos, caapi. Dentro da Casa Ritual através de discursos entremeados de cantos, danças e brincadeiras, narram histórias sagradas passando pelas diversas Casas de Transformação. Nós povos indígenas temos raízes de nossas vidas nos seres divinos. Existem pensamentos e práticas teológicas próprias de cada povo indígena. Cada povo possui centenas de espiritualidades que sustentam suas vidas, suas histórias, seus projetos de vida, seus trabalhos, suas festas. Existem rituais, cerimoniais, disciplinas, dietas alimentares, etc.

nhecido como Tuyuka. Nome sagrado: Ʉtã = Pedra; Pino = Cobra; Pino = Cobra; Filhos-da-Cobra-de-Pedra. 4 Essa Cachoeira está localizada no território colombiano no alto Uaupés. Também chamada Cachoeira de Jurupari.


Nós indígenas temos nossos teólogos, espiritualistas, que meditam, refletem, os que benzem, que curam, que dançam, fazem discursos rituais, realizam cerimoniais... Eles falam das histórias de vida, histórias das vitórias, das superações e ultrapassagens dos perigos, dos inimigos. Eles cantam sobre as vidas, sobre as histórias! Ritualizam as nossas histórias. Através dessas cerimônias e rituais acontecem as ações preventivas, curativas de seres divinos que os nossos antepassados depositaram suas vidas, suas histórias e seus projetos de vida. Cada povo indígena é específico, com seus saberes, conhecimentos, danças/cantos, rituais, línguas, modos de interagir com as pessoas e com mundo envolvente. Entre os membros de um mesmo povo somos irmãos maiores e menores, tios, avós... Com as pessoas de outros povos indígenas podemos ser cunhados, primos. Esses saberes já vieram de longe, desde nossos antepassados seres-divinos-espíritos até chegar aos nossos tempos contemporâneos.

4. MODOS DE EDUCAR

Nossos avós e nossos pais nos ensinaram que a educação serve para nos ensinar a ser GENTE, ser PESSOA HUMANA. Por isso, eles cuidam de nós e ensinam muitos conhecimentos de como viver a vida, como viver com as pessoas,

como tratar as pessoas, como trabalhar, como pescar, como caçar, como dançar, como casar, como educar os filhos, como acolher as pesssoas, etc. Nossos avós possuem diversos conhecimentos (conteúdos), diversos modos de cuidar da pessoa (pedagogia) e diversas forças imateriais (benzimentos, forças das divindades) para cuidar da pessoa do educador, dos filhos e da comunidade, dos ambientes [casas, florestas, caminhos, roças, rios...]. A meta da educação é educar para que o filho e a filha cheguem a ser bons membros do povo ao qual eles pertencem. Finalmente, que ele e ela saibam viver bem.

FECHANDO A CONVERSA

Concluindo as colocações dos meus pensamentos digo que hoje em dia não é possível dizer categoricamente que somente os saberes tradicionais indígenas serão soluções para os problemas do mundo nem tão pouco dizer que somente os saberes ocidentais [não indígena] é que resolverão os nossos problemas. Eu vejo que o mundo material e imaterial hoje está pedindo ajuda para continuar existindo melhor. Nós indígenas que moramos lá no interior, dentro das florestas sofremos também com as consequências da destruição humana da biodiversidade, da natureza, da floresta, da poluição, etc.

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Nesses últimos quinze anos em nossa região do Alto Rio Negro se buscam recuperar os saberes de nossos avós que foram sendo deixados de lado desde que começou o processo de escolarização, na década de 1920. Gradualmente nós indígenas do Rio Negro fomos estudando outras ciências ocidentais, de tal maneira que pensávamos que estudando tais ciências não precisaríamos mais dos nossos saberes tradicionais. Mas sem esses saberes nossas vidas indígenas tiveram muitos vazios que nem ciências modernas ocuparam e substituíram. Eu transito muito nessa nossa região, participo dos diversos seminários de educação promovido pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN em parceria com o Instituto Socioambiental – ISA, ministro cursos na Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável – ICHL – UFAM, nos polos espalhados na nossa região, vejo as escolas indígenas realizando

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diversas pesquisas em suas conclusões de trabalhos de cursos com os temas de saberes tradicionais. Algumas escolas indígenas possuem pesquisas muito bem feitas a respeito da geografia regional, sobre os lagos, procriação de peixes, estudo das constelações, plantações, vegetações, benzimentos, danças/ cantos, etc. Tais estudos são feitos utilizando métodos de pesquisas modernas: observação, anotações, estatísticas de resultados, comprovação de resultados e divulgação. É importante dizer que no tempo chamado “hoje” as ciências modernas influenciam positivamente no conhecimento de nossas vidas indígenas e do mundo. Os professores, alunos e os membros das comunidades realizam pesquisas com metodologias científicas de pesquisa-ação, estatísticas e comprovando a veracidade de suas pesquisas a respeito das mesmas realidades que nossos avós vinham ensinando oralmente e com a prática. Por fim, digo que as Ciências e Saberes Tradicionais são dois campos de saberes que se complementam e podem ajudar muito no cuidado das vidas e do mundo em que vivemos. Nós membros dos povos indígenas acadêmicos, professores, educadores, pessoas que ocupam cargos públicos não podemos nos omitir de contribuir com os nossos saberes na tarefa de cuidar da vida e do mundo. Para isso temos que amar a nossa vida indígena.


EXPERIÊNCIA PASTORAL: APOSTANDO NA FORÇA DA LUZ DA PALAVRA EM NOVA SEMENTEIRA Pe. José Benedito Araújo de Castro, sdb Animador de Patoral da Escola Salesiana do Trabalho

Na Escola Salesiana do Trabalho EST, em Belém do Pará, os alunos do Curso Profissionalizante, podem ser distribuídos em 70% de católicos e uns 25% de evangélicos. A presença dos alunos evangélicos não cria barreiras à proposta de Animação Pastoral da EST eis alguns traços e sua postura:  eles participam de todas as atividades da escola;  alguns são líderes de turma;  não há expressão de proselitismo religioso entre seus colegas;  eles têm um cordial relacionamento com os padres e com todos os educadores;  vários deles pediam ao Pe. João Sucarrats (ainda no primeiro semestre na EST) copiar em pen-drive o material por ele preparado para o Bom Dia e Boa Tarde;  não há expressão de vandalismo contra imagens e estampas religiosas;  os retiros são bem aceitos, pois estão focados na pessoa e na mensagem de Jesus Cristo;  a maioria deles costuma participar, de forma livre, das celebrações eucarísticas;

 participam de todas as atividades recreativas e culturais propostas pela casa. Mas dependendo da denominação, alguns alunos manifestam maior reserva e algum distanciamento. Digo isto porque em outras obras de outros contextos da ISMA, a situação pode ser bem complicada e até conflitiva, como em algumas obras nas quais trabalhei. A complexidade religiosa brasileira nos leva a ter horizontes bem pé no chão. Desde os dias de acolhida no início de ano e do segundo semestre, a EST afirma que espera que todos os alunos vivam no respeito mútuo, o que incluir a diversidade religiosa que marca os educandos e educadores. Há o esforço de caminhada tranquila ao redor dos valores comuns entre eles e nós e de respeito profundo naquilo em que temos visões diferentes. Este contexto da EST é semelhante ao contexto onde muitos salesianos trabalham pelo mundo afora como, por exemplo, no mundo árabe e no mundo das grandes religiões da Ásia: jovens muçulmanos ou hinduístas não aceitam 22


Jesus como Salvador, têm outra concepção de Deus, mas mesmo assim participam dos valores do Sistema Salesiano de Educação. Então vigora o “Basta que sejais jovens” de Dom Bosco. Nesta experiência diária de respeito religioso, a Animação Pastoral aposta num especial formato de semeadura da Palavra. O melhor local na casa é o do átrio de entrada da EST, por ser o único espaço para o acesso e saída de alunos e educadores. Eis alguns elementos da Proposta:  Primeiro elemento: um grande painel afixado na parede com o versículo “Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, luz para meu caminho” (Sl 119,5);

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 Segundo elemento: um versículo bíblico. O versículo ocupa um espaço do painel e que é removido e renovado a cada semana pela Animação Pastoral;  Terceiro elemento: os dizeres: “Olhe, Leia, Hoje, ilumine sua vida com a Palavra!” Ressonâncias: muitos, entre alunos e educadores, param diante do painel; alguns anotam o versículo bíblico e a comunidade educativa acolhe a iniciativa por reafirmar um ambiente formativo vivido em valores do Evangelho. A mesma ressonância ocorre em toda pessoa que acessa à EST, que assim reafirma sua identidade.


ACONTECEU

1 – ACAMPAMENTO JUVENIL

Dias 13-16 de dezembro aconteceu num sítio no município de Presidente Figueiredo, um acampamento Juvenil. Os participantes foram os jovens que estão participando do curso de formação de Liderança Juvenil. O evento fez parte do processo de formação incluindo diversas atividades e reflexão de temas importantes como: dinâmica de grupo, gestão dos imprevistos, criatividade, solidariedade...

Acompanharam os jovens diversos educadores dentre eles o Pe. Isley Nascimento, a Ir. Cláudia Matos e o Pe. Bira. A experiência foi muito exigente, rica, desafiadora. Num vídeo eles contam o que isso significou para eles: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=DMIp5cHf8o4

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ACONTECEU

2 – A ABERTURA DAS CELEBRAÇÕES DO BI-CENTENARIO NA EST

No dia 30 de Janeiro: celebração, jogos populares, tarefas da Gincana, esporte. Preparativos: Tudo começou na primeira semana de Janeiro, com o lançamento da Proposta pelo Serviço de Animação Pastoral à Comunidade Educativa na Semana de Planejamento. Ao retorno das aulas, aconteceu o envolvimento dos alunos a partir da eleição dos líderes de turma. Então entre os alunos foi lançado um questionário sobre a Vida de Dom Bosco valendo para a Gincana do Bi; e trazer uma pessoa que ou tivesse o nome de João Bosco ou tivesse nascido no dia 31 de Janeiro; para ganhar a pontuação, a pessoa deveria responder a uma pergunta sobre Dom Bosco; O dia 30 começou com uma Celebração com alunos e educadores. Logo após a celebração, foram organizados momento de lazer: em três 25

formatos: modalidade de jogos populares (cabo de guerra, corrida de saco, corrida do limão, corrida de pneu) e uma disputa de hip-hop. Outro formato envolveu os esportes tradicionais (vôlei, futsal, basquete, dama). Ao mesmo tempo em que aconteciam os jogos, houve um concurso de desenhos e charge com o título: “Dom Bosco jogando com os seus jovens”. O encerramento do lazer aconteceu com um banho de piscina. A programação aconteceu nos dois turnos com turmas diferentes e os educadores foram distribuídos nos serviços de animação dos jogos e de presença de pátio. Ao final das atividades, a comunidade celebrou o aniversario de dona Lucia (faxineira na EST). No dia 31 de janeiro: um passeio e a Missa com ex-alunos do Carmo. Pela manhã, a comunidade dos educadores realizou um passeio de congraçamento e seu primeiro momento foi a celebração da Missa da Solenidade de Dom Bosco, presidida pelo Pe. Sadeck. Ao final da celebração, o Diretor distribuiu aos educadores uma pequena cruz metálica com a efígie de Dom Bosco e um folheto com seus ensinamentos.


ACONTECEU

3 – CONCURSO A APROVA HINO DO CENTENÁRIO DA PRESENÇA SALESIANA NA AMAZÔNIA Queremos PARABENIZAR o Senhor Ilton Marques Pinto e Luiz Felipe Fialho pela vitória no Concurso do Hino do Centenário da Presença Salesiana na Amazônia. O Hino tem como título: "Cem Anos de História e Amor". Registramos aqui os nossos agradecimentos à todos os participantes do concurso com excelentes propostas: Ilton Marques, Luiz Filipe Fialho, Pe. Lázaro Andrade, Pe. Justino Rezende, Augusto Souza, Pe. José Manoel de Jesus e Jean Suwa. Valeu! O hino vencedor em breve será divulgado! PARABÉNS!

4 – FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DOS EDUCADORES DAS OBRAS SOCIAIS SALESIANAS DA ÁREA DE RONDÔNIA Aconteceu em Candeias do Jamari, na Chácara Dom Bosco, dias 05 e 06 de fevereiro. Contou com a participação de 40 educadores das obras de Ji-Paraná (do Centro Educativo Dom Bosco), Humaitá (Centro do Menor) e de Porto Velho (Centro Salesiano do Menor). Nesse encontro diversos temas foram estudados: a Estreia 2015, a significatividade do Bicentenário e do Centenário da presença salesiana na Amazônia, Educar evangelizando e orientações do Quadro Referencial da

Pastoral Juvenil para as Obras Sociais (horizontes comuns!). Foi uma experiência muito proveitosa. O assessor foi o delegado Inspetorial para a Pastoral Juvenil. Parabéns pela Participação! 26


ACONTECEU

4 – MANAUS: SEMINÁRIO - IGREJA E SOCIEDADE AMAZÔNICA Foi uma Jornada de estudos e debates sobre o tema da Campanha da Fraternidade promovida pela arquidiocese de Manaus, acontecida no dia 21 de fevereiro, sábado, Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus (CEFAM). O tema da Campanha da Fraternidade deste ano, Igreja e Sociedade, tem amplos horizontes. Isso significa um convite para refleti-lo em diversas perspectivas. O Evangelho perpassa todas elas. Neste evento os debatedores (bispos e estudiosos de diversas áreas) convidaram os participantes a uma reflexão interdisciplinar do serviço da Igreja à sociedade: as características específicas da Amazônia nos pedem uma reflexão regionalizada; o modo de serviço da

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Igreja não se identifica e até diverge tantas vezes das opções dos governos; a Igreja tem como compromisso testemunhar um serviço à luz do Evangelho tendo como referência absoluta as palavras, os gestos e as atitudes de Jesus Cristo. É importante a memória histórica da relação igreja e sociedade. O que a Igreja sente e faz hoje, encarnada nas realidades sociais (urbano, rural, indígena, ribeirinho, universitário...), tem uma longa história, é fruto de um processo... Essa questão ganhou uma particular característica a partir do Concilio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). A sociedade não é produto do acaso. É fruto da dialética (dinamismo) histórica entre seus sujeitos. As mudanças ocorrem como produto consequente dessas relações, seja para o bem como para o mal. Somos todos corresponsáveis pela sociedade que temos. A experiência de fé eclesial deve nos ajudar a dar nossa insubstituível colaboração, calcada na sensibilidade de Jesus. Ele nos desafiou sermos "sal da terra e luz do mundo".


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5 – NOTÍCIAS SOBRE LiDERANÇA JUVENIL No dia 23 de Fevereiro de 2015, durante o Bom Dia e a Boa Tarde aos alunos, feito pelo Pe. Sadeck, Diretor, aconteceu a posse dos novos líderes de turma do ano letivo 2015. Duas turmas decidiram reeleger seus líderes do ano anterior. A posse foi coordenada pelo Serviço de Animação Pastoral - AP e teve como referência inicial, o cartaz da Campanha da Fraternidade 2015 e o lema “Eu vim para servir”, projetados no telão. Foram 10 jovens do turno da manhã e 12 do turno da tarde. Depois do juramento dos líderes, o Pe.

Sadeck lhes entregou o bóton de líder e eles receberam o Boletim Salesiano e o Regulamento da Gincana do Bi-Centenário. Logo após, foi tirada a foto do grupo e entre eles, os membros da AP (Pe.Bené, Jefferson e Ronaldo, jovem ex-aluno da EST (Escola Salesiana do Trabalho) e que está em experiência de apoio pastoral durante o mês de Março). Durante a semana, aconteceu a posse dos jovens líderes das turmas do Curso de Auxiliar de Administração que só comparecem uma vez por semana na EST.

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6 – ENCONTRO DOS ANIMADORES DE PASTORAL DAS CASAS SALESIANAS DE MANAUS

Aconteceu no Centro Inspetorial com a participação de representantes das casas Salesianas SDB de Manaus. No início o padre Antônio de Assis Ribeiro (P. Bira), em nome do inspetor, deu as boas vindas ao Sr. Ilton Marques Pinto como Coordenador Pastoral da área de Manaus que presidiu a reunião. Acolheu também aos novos integrantes do Grupo na área de Manaus, como, o padre Wilson Ribeiro (Colégio Dom Bosco), André

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Batista e os pós-noviços Francisco e Luis Antônio. O grupo tem uma organização interna com atribuições específicas para o secretário, animador espiritual e agente de comunicação. Nessa primeira reunião do ano, o Grupo de Trabalho Pastoral fez uma revisão da Agenda Anual 2015 e recordou os principais compromissos em processo: formação de líderes jovens, ação conjunta, Centenário da presença Salesiana na Amazônia...


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7 – RETIRO DE CARNAVAL Foi com 32 jovens que aconteceu o retiro de carnaval da paróquia São José do Ji-Paraná - RO, na comunidade do interior, especificamente na comunidade Nossa Senhora das Dores, linha 98. Foi um momento de profunda oração e reflexão. Nossa imensa gratidão a comunidade que nos acolheu e, em especial, ao sr. Jovino.

8 – LÍDERES JOVENS EM FORMAÇÃO Grupo de líderes animadores do Oratório, Centro Juvenil, grupos juvenis e pastorais da Paróquia São José Operário Centro - Manaus, em experiência formativa com o Delegado para a Pastoral Juvenil, Pe. Bira. O principal tema tratado foi a apresentação do Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana. Tal subsídio será a base dos conteúdos formativos desse grupo ao longo do ano. 30


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9 – NOTÍCIAS DA GUATEMALA

Teve início em janeiro de 2015 a experiência na Guatemala o curso do Centro Regional para a Formação Específica do Salesiano Coadjutor (CRESCO). São 15 os jovens salesianos irmãos de cinco países sul-americanos que iniciaram mais um ano da experiência de aprofundamento da figura do salesiano leigo. O CRESCO é um espaço idôneo para uma reflexão pessoal e comunitária, da única vocação religiosa salesiana: fornece as bases para a profissão perpétua e constitui uma etapa importante de maturação humano-religiosa na espiritualidade da congregação. O grupo de jovens, composto por onze salesianos do primeiro ano e por quatro do segundo, mostra um renovamento da vocação salesiana do Coadjutor em algumas áreas do Continente americano, sobretudo neste ano que marca o bicentenário de Dom Bosco. 31

A comunidade se compõe de cinco argentinos (3-ARS, 2-ARN), cinco brasileiros (3-BCG, 1-BMA, 1-BRE), três colombianos (COM), dois paraguaios (PAR), um boliviano (BOL), um mexicano (MEM) e um salvadorenho (CAM). Da Inspetoria São Domingos Sávio participa o jovem coadjutor Dernival Martins Ricardo. As atividades de formação deste grupo de jovens salesianos irmãos se caracterizam por um denso programa de partilha fraterna, pela prática pastoral e pelo estudo do Curso Teológico em Ciências Religiosas, que é de grande auxílio para compreender a Vida Consagrada Laical, no mundo de hoje. Todavia o objetivo principal desta fase de formação específica para os Salesianos Irmãos é favorecer o ambiente certo para formá-los com uma profunda experiência intercultural de Igreja e de comunidade salesiana.


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10 – PROGRAMA DE LEITURA ORANTE Foi lançado em Manaus dia 26 de fevereiro um programa anual de Leitura Orante da Bíblia. A iniciativa faz parte da Pastoral Juvenil Salesiana e é destinada a jovens e adultos das obras salesianas, para membros de grupos da Família Salesiana e povo em geral. O Pe. Bira, na noite de abertura do projeto no auditório da FSDB, disse que se trata de uma forma de colocar em prática o que o Capítulo Geral 27 deliberou para toda a Congregação. O Pe. Wilson Barros, vice-pároco, recordou que também é uma das mais sérias exigências do documento de Aparecida no processo de formação de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo. Precisamos superar a ignorância da Palavra de Deus. Participaram da apresentação do projeto cerca de 300 pessoas provenientes de todas as obras e mais de 15 paróquias da arquidiocese de Manaus. Parabéns! Todo mês haverá um encontro de experiência da leitura orante.

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11 – NOVOS HORIZONTES PARA A AÇÃO SOCIAL SALESIANA Hoje em Brasília, na sede da Conferência dos Inspetores do Brasil, foi apresentado ao CAD (Conselho Administrativo da Rede Salesiana Brasil), o Caderno de Identidade Organizacional da REDE SALESIANA BRASIL DE AÇÃO SOCIAL. O caderno é o primeiro de uma série de Documentos que marcam os horizontes, valores, princípios e compromissos fundamentais da Rede de Ação Social Salesiana no Brasil em sintonia com novas exigências legais e institucionais. Essa Rede de Ação Social é em conjunto com as irmãs Salesianas (FMA) e reúne centenas de instituições filantrópicas que tem como público prioritário crianças, adolescentes, jovens pobres e em

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situação de risco nos mais variados contextos do território nacional. Dentre essas diversas obras temos: Centros Sociais, Abrigos, Oratórios, Centros juvenis, Centros de Educação profissional, missões indígenas... Elas revelam o grande um forte sentido de Responsabilidade Social dos filhos e filhas de Dom Bosco.


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12 – PROJETO "APARECIDA 300 ANOS" (1717-2017) Em 2017 a Igreja Católica no Brasil celebrará 300 anos de história da devoção à Nossa Senhora Aparecida. A abertura oficial do processo de preparação para o jubileu dos 300 anos da devoção de a Nossa Senhora Aparecida, será no dia 14 de abril deste ano (2015) no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida com uma grande vigília. Aproveitando essa ilustre ocasião a CNBB (conferência Nacional dos Bispos do Brasil) está lançando um Projeto Pastoral que tem como objetivo principal a promoção da Evangelização. O projeto tem ainda como objetivos específicos: a) promover a devoção a Nossa Senhora; b) preparar toda a comunidade católica no Brasil para que abrace esse grande momento festivo; c) proporcionar uma grande peregrinação da imagem de N. Sra Aparecida por todo o

país. Será uma atividade pastoral de grande repercussão envolvendo todas dioceses do Brasil. As congregações, movimentos religiosos e novas comunidades eclesiais são convidados a promover em suas ações pastorais o envolvimento da juventude aproveitando essa ocasião para desenvolver processo de formação mariana (dar fundamentação) e animação missionária juvenil. Vamos lá! Divulgue!


ACONTECEU

13 – CONSULTA MISSIONÁRIA SALESIANA 2015

Após o CG 27, o Dicastério das Mis- Pela inspetoria participa o Desões coordenada pelo Pe. Guillermolegado das Missões, Pe. Reginaldo Basañes promove a reunião da Consul-Cordeiro. O encontro está aconteta Missionária onde estão presentes al-cendo em lugar muito significativo guns delegados da animação missioná-em Tibidabo/Barcelona na Espanha, ria dos cinco continentes para revisão,lugar do quinto sonho missionário reflexão e programação da animaçãode Dom Bosco. Acompanhemos missionária da congregação até 2020. com nossas orações!

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