Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), sdb Delegado Inspetorial para a Animação da Pastoral Juvenil
Estimados(as) leitores(as), Estamos iniciando mais um ano! É tempo de com alegria fazemos chegar às suas mãos a primeira edição de “O Tapiri” do ano 2016. Já estamos com uma programação de temas para todo o ano. Agrademos a todos os escritores que já se dispuseram a contribuir com a nossa formação. Estamos vivenciando um ano rico de destaques pastorais e eclesiais, como por exemplo, a Campanha da Fraternidade, o ano da Misericórdia, o ano do Congresso Eucarístico Nacional, ano das Olimpíadas, ano em que a Estreia do Reitor-mor nos convida a refletir e aprofundar o tema da Espiritualidade. Tudo isso constituirá fonte de reflexões neste ano a serem publicadas no “O Tapiri”. Nesta primeira edição queremos dar especial destaque ao tema da Misericórdia, foco central do Ano Santo. O Pe. João Sucarrats contribui com uma reflexão sobre a misericórdia na perspectiva salesiana. O Pe. Josué Nascimento nos apresenta a perspectiva bíblica desse mesmo tema. As duas reflexões são complementares e nos convidam a profundar a visão e a vivenciar esse importante tema bíblico. O abaixo assinado apresenta uma reflexão sobre o tema da Espiritualidade relacionada ao tema da Estreia do Reitor-mor. Não se trata de um resumo, mas um comentário apontando algumas consequências pastorais. A senhora Ângela Almeida, assistente social, coordenadora da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento da Inspetoria São Domingos Sávio, nos apresenta a identidade desse serviço e ao mesmo tempo nos estimula a pensar na importância da Responsabilidade Social da missão salesiana. Deus nos conceda a graça de termos um Feliz Ano, abençoando nossa luta diária na educação e evangelização. Boa leitura! Manaus - AM, Brasil, 18 de fevereiro de 2016.
O TAPIRI nº 176 - EDITORIAL
O
TAPIRI é uma publicação bimestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colaboradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de reflexão sobre temas diversos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano. O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.
Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima Organização: CIP Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro Equipe de articulação: Eduardo Lacerda, José Luis (Zeca) e Animadores de Pastoral Projeto Gráfico: Eduardo Lacerda Revisão: Josely Moura Distribuição: José Luis (Zeca) Articulistas: Convidados Capa: Google Imagens (Desenho sobre a vida de Dom Bosco)
Manaus - Am - Brasil
SUMÁRIO PG. 05 A Misericórdia: Uma Perspectiva Bíblico-Pastoral-Salesiana PG. 09 Educar para a Espiritualidade PG. 13 Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento PG. 17 Aconteceu PG. 21 O Ano Santo da Misericórdia e a Pastoral Juvenil Salesiana
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O ANO SANTO DA MISERICÓRDIA E A PASTORAL JUVENIL SALESIANA Fonte: Google Imagens
Pe. João Sucarrats, sdb 1. Introdução A celebração do Ano Santo da Misericórdia nos convida à conversão do coração nos vários níveis da nossa vida - pessoal, local, inspetorial, nacional e mundial – para renovar-nos na fidelidade à missão a que fomos chamados. Fui convidado a escrever algumas reflexões sobre a relação entre este Ano Santo da Misericórdia e a Pastoral Juvenil Salesiana. Para mim, este convite serviu de estímulo para garimpar nas Constituições Salesianas os elementos que dizem respeito ao modo salesiano de viver a Misericórdia, pois, “para nós, discípulos do Senhor, (as Constituições) são um caminho que leva ao Amor” (C 196). O Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana (QR) também apresenta, de forma sistematizada, alguns elementos explicativos de nosso modo de viver a Misericórdia.
Acredito que estas reflexões podem ser úteis tanto para os salesianos religiosos quanto para todo o Vasto Movimento Salesiano originado em Dom Bosco e do qual fazem parte os membros das nossas Comunidades Educativo Pastorais. 2. Alguns elementos da Espiritualidade Salesiana Em primeiro lugar, destaco a partir das Constituições Salesianas, alguns elementos fundamentais da nossa espiritualidade carismática. A espiritualidade salesiana está centrada no ícone do Bom Pastor: “Na leitura do Evangelho somos mais sensíveis a certos traços da figura do Senhor: a gratidão ao Pai pelo dom da vocação divina a todos
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os homens; a predileção pelos pequenos e pelos pobres; a solicitude no pregar, curar, salvar por causa da urgência do Reino que vem; a atitude do bom Pastor que conquista com a mansidão e o dom de si; o desejo de reunir os discípulos na unidade da comunhão fraterna” (C 11). “Procuramos crescer na maturidade humana, conformar-nos mais profundamente a Cristo e renovar a fidelidade a Dom Bosco, para responder às exigências sempre novas da condição juvenil e popular” (C 118). Somos convidados a ser e agir como o Bom Pastor que supera toda forma de indiferença para ir ao encontro das dificuldades daqueles que lhe foram confiados, “enfaixando as feridas”, encaminhando a alguma “hospedaria” e sendo também “hospedaria” para tratar das feridas dos jovens através da educação, evangelização e promoção humana. O seguimento de Jesus, o Bom Pastor, é vivido num “único movimento de caridade para com Deus e para com os irmãos” (C 3) Maria está presente entre nós e continua a sua “missão de Mãe da Igreja e Auxiliadora dos Cristãos” (C 8). Ela é presença materna na nossa caminhada (C 34).
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3. A nossa Missão Misericordiosa e seus destinatários A Missão Salesiana consiste em trabalhar, como membros da Igreja, com Cristo, na construção do Reino (C 3, 33), visando de modo particular a salvação da juventude (4, 5, 21), revelando a riqueza do mistério de Cristo como educadores da fé (C 34) e participando do compromisso eclesial com a justiça e a paz (C 33). Os destinatários da nossa Missão, em primeiro lugar, são os jovens, especialmente os mais pobres, que tem necessidade de ser amados e evangelizados (C 3, 26, 33), os lugares de maior pobreza (C 26), os jovens que estão no mundo do trabalho (C 27), as classes populares (C 29) e os povos ainda não evangelizados (C30). Não se trata, portanto, de entender a Misericórdia como uma espécie de “horas extra” que se acrescentam à nossa missão do dia a dia, pois o quotidiano exige de nós o exercício constante da Misericórdia do Bom Pastor (C 41). A predileção pelos mais pobres não é mero assistencialismo, mas o modo salesiano de viver a Misericórdia. A este respeito, o Pe. Juan Vecchi em 1997 escreveu uma carta circular sobre as novas formas de pobreza (ACG 359) com o título: “Novas pobrezas, missão salesiana e significatividade” e em 1999 escreveu outra com o título: “Mandados a anunciar aos pobres uma alegre mensagem”, sobre a pobreza salesiana (ACG 367). São textos que merecem ser retomados neste Ano Santo da Misericórdia. Os salesianos acolhemos nossos destinatários “na situação em que se encontra a sua liberdade e a sua fé” (C 38).
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4. Atitudes que derivam da Misericórdia Salesiana A atitude misericordiosa básica dos seguidores de Jesus Cristo Bom Pastor é a “Caridade Pastoral” (C 10) que se manifesta como: • união com Deus (C 12.21) • solidariedade (C 7. 33. 78); partilha (C 32) • paternidade espiritual (C 15), com a paciência de Deus (C 38) • amor preferencial aos mais pobres (C 2. 14), preveniente (C 15. 20) e libertador (C 33); • promoção integral (C 31.32) O Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana, no capítulo primeiro, nos lembra o compromisso de “Habitar a vida e a cultura dos jovens de hoje” e apresenta como texto inspirador o versículo do Evangelho de Marcos: “Encheu-se de compaixão por eles... e começou a ensinar-lhes” (Mc 6, 34). As palavras da Senhora do sonho dos nove anos resumem o sentido deste habitar o mundo juvenil: “Eis o teu campo, eis onde deves trabalhar”. Este “habitar” supõe: • contemplar com prazer e interesse o mundo juvenil, ser um “observatório” permanente do mundo e da vida dos jovens; • alegria (C 17. 83) que brota da vivência do mistério divino e leva a revelá-lo aos outros (C 34); • cordialidade, simpatia e vontade de contato com os jovens: procurar os jovens no ambiente em que vivem e encontrá-los em seu estilo de vida com formas adequadas de serviço (C 15. 41);
• confiança: acreditar nos recursos naturais e sobrenaturais dos jovens (C 17. 29. 38) • bondade, respeito e paciência (C 15): fazer-se amar (C 20); • presença ativa e amiga, simpatia e vontade de contato (C 39); • solidariedade: fazer nossas suas legítimas aspirações (C 39.79); • doação total (C 1. 14. 18. 19. 23. 27. 83); trabalho e temperança (C 18); criatividade e flexibilidade (C 19); promoção dos valores autênticos (C 32) • abertura às realidades terrestres (C 21. 57) assumindo os valores, angústias e esperanças dos povos (C 7. 30). 5. A modo de conclusão Alguns pensamentos conclusivos no término da garimpagem neste rio tão rico de ouro fino que são as Constituições Salesianas: O Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana nos mostra como a atitude misericordiosa que brota da caridade pastoral se insere no projeto
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divino e eclesial da salvação da juventude: “Nossa pastoral insere-se na luta ainda incruenta em vista da libertação dos jovens daquilo que é a verdadeira escravidão e o verdadeiro mal: o pecado. Pecado que se manifesta de muitas maneiras: no pecado pessoal, no pecado da Comunidade eclesial, nas estruturas de pecado da sociedade; pecado que oprime o homem e ofusca o horizonte da salvação em que já progride e que o espera no Paraíso” (QR p 27) Na vida religiosa salesiana a comunidade é uma espécie de laboratório onde se desenvolvem as atitudes básicas para a prática da Misericórdia (C 61), para ser sinais de amor e unidade para os jovens (C 49), com a prática da abertura de coração, aceitação mútua e a criação de condições para o amadurecimento (C 52); a castidade como “sinal do amor sem limites a Deus e aos jovens” (C 81); “o testemunho da nossa pobreza, vivida na comunhão de bens, ajuda os jovens a superar o instinto de posse egoísta e os abre ao sentido cristão da partilha” (C 73).
Neste Ano Santo de Misericórdia não precisamos buscar novos modos de praticar esta virtude imitando - quem sabe! – outros grupos eclesiais, reconhecidos ou não, ou fugindo da missão em que estamos comprometidos. A Missão Salesiana é um grande espaço aberto para a Misericórdia, onde a Misericórdia recebe o nome de Caridade Pastoral, e que encontra no ícone do Bom Pastor o modelo a ter sempre diante dos olhos para ser imitado. Para refletir 1) Em que consiste o nosso modo de habitar o mundo juvenil? Estamos atentos às várias formas de pobreza-miséria que os atinge? 2) Estamos convencidos de que a Caridade Pastoral é o modo salesiano de praticar a Misericórdia? 3) As nossas Comunidades Educativas e/ou religiosas são verdadeiros laboratórios da prática da Misericórdia?
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A MISERICÓRDIA1: UMA PERSPECTIVA BÍBLICO-PASTORAL-SALESIANA Fonte: Google Imagens
Pe. Carlos Josué Nascimento, sdb 1. Deus Pai é misericordioso “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai”. Assim Papa Francisco inicia a Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. A plenitude da revelação do Deus escondido e fascinante, do Jahvé que caminha com o povo de Israel descrito no Antigo Testamento, se manifesta no ser e no agir de Jesus Nazareno, Deus encarnado, Compaixão viva, real e visível. Todas as expressões e manifestações do Pai de Jesus – “Deus misericordioso e clemente, lento na ira, cheio de bondade e fidelidade” (Ex 34,6), compaixão e perdão, são praticadas e
reconhecidas em Jesus de Nazaré. “É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisso se manifesta a sua onipotência”. “Paciente e misericordioso” é o binômio que aparece, frequentemente no Antigo Testamento para descrever a natureza de Deus. Sua bondade prevalece sobre o castigo e a destruição. Os Salmos, em particular, fazem sobressair esta grandeza do agir divino: “É ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades. É ele quem resgata tua vida do túmulo e te enche de ternura” (103[102],3-4). “Eterna é a sua misericórdia”, repete o Salmo 136. Esta atitude de Jahvé não é uma
1 Neste artigo entenderemos misericórdia definindo-a como um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. A expressão misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas.
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idéia abstrata, mas uma realidade concreta pela qual ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo filho até o mais íntimo de suas vísceras. 2. As atitudes de Jesus Cristo Essas atitudes narradas e manifestadas em Jahvé são reconhecidas em Jesus, o Filho do Pai. Basta ler, observar e constatar. Jesus, o Bom Pastor, derrama e espalha abundante mansidão e misericórdia por onde passa, no que diz e em tudo o que faz; seu ser, na sua essência, é pura misericórdia, o Amor do Pai (“Deus é amor”, 1Jo 4,8.16). Nele, nada há que seja desprovido de compaixão. Sua presença-atitude é ação pastoral. Ele é o modelo a ser seguido e imitado! “Há momentos – escreve Papa Francisco – em que somos chamados, de maneira ainda mais intensa, a fixar o olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai.1 1 Papa Francisco, Misericordiae Vultus (MV) o rosto da misericórdia, 8-13. Esta Bula descreve com detalhes as vezes que Jesus age com misericórdia (Mt
Jesus, a Misericórdia do Pai, nunca condenou nem usou de castigos com ninguém. Ao contrário, usou de infinita compaixão, perdoando e resgatando a dignidade dos que encontrou em situações de pecado, dominados pela maldade. O educador salesiano deve estar entre seus educandos como Jesus, o Bom Pastor, não como um domador de animais selvagens, reprimindo e castigando, mas deve agir como Jesus, como Dom Bosco. “Nunca se deve adotar os meios coercitivos, mas somente aqueles da persuasão e da caridade”2. A Bula do Papa Francisco diz ainda algo muito interessante que nos serve para identificar os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo e os seguidores de Dom Bosco: “Jesus declara que a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os verdadeiros filhos. Em suma, somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco. [...] Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para viver feliz. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” – Mt 5,7 (MV 14). 3. A sensibilidade de Dom Bosco O amor misericordioso é o princípio bíblico-evangélico-pastoral-salesiano que deve inspirar, iluminar e conduzir todo ato educativo, toda relação com os jovens e demais destinatários de
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5,7; 9,36; 14,14; 15,37; Lc 7,15; Mc 5,19). Diz ainda que nas parábolas dedicadas à misericórdia, Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que nunca se dá por vencido enquanto não tiver dissolvido o pecado e superada a recusa com a compaixão e a misericórdia (Lc 15,1-32; Mt 18,22.33.35). 2 Carta sobre castigos, MB 16,437-439.
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nossa missão cristã. Dizia Dom Bosco que quem percebe que é amado, torna-se também capaz de sair de si e amar os outros. A presença salesiana se identifica justamente pelas atitudes do Bom Pastor (Jo 10,11-18), de acolhida, bondade, mansidão, compaixão, misericórdia, perdão, lentidão à ira, respeito, tolerância, domínio de si, amabilidade, delicadeza, ternura, afeto profundo, confiança, familiaridade, abundância de amor paciente. “Colhe-se mais moscas com uma gota de mel, do que com um barril de vinagre” (S. Francisco de Sales). A riqueza e a beleza do nosso Carisma não se radicam nas instalações físicas nem nos documentos, mas na qualidade humana e religiosa dos Salesianos. É da interioridade apostólica deles que brota o perfume que exalam nas suas palavras e atitudes, presença e testemunho de onde escorre o mel da docilidade e da mansidão.3 Isso me faz recordar a Carta de Roma que Dom Bosco escreveu em maio de 1884, na qual descreve sua insatisfação e até o não reconhecimento do Oratório de Valdocco, pois seus filhos já não agiam como verdadeiros seguidores do Sistema Preventivo e imitadores do modelo de doçura e mansidão. Dom Bosco fala de si mesmo, do seu exemplo: Sabes quanto os amo. Sabes quanto por eles sofri e tolerei no decorrer de bem quarenta anos, e quanto suporto e sofro mesmo agora. Quantas privações, quantas humilhações, quantas oposi3 A Encíclica Evangelii Nuntiandi 41 diz: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.
ções, quantas perseguições para dar-lhes pão, casa, professores e especialmente para garantir-lhes a salvação da alma. Fiz tudo quanto soube e pude por eles, que são o amor de toda a minha vida. E diz que só o amor poderá fazer retornar os tempos da alegria, da mansidão, da amizade, da bondade que reinava no Oratório! E escreve categoricamente: “Que os jovens não somente sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados”. Para Dom Bosco a única resposta de solução é o amor! – Sem familiaridade não se demonstra afeto e sem essa demonstração não pode haver confiança. Quem quer ser amado deve demonstrar que ama. Jesus Cristo fez-se pequeno com os pequenos e carregou as nossas fraquezas. Aí está o mestre da familiaridade! O professor visto apenas na cátedra é professor e nada mais, mas se está no recreio com os jovens torna-se irmão. Diria eu, aí está o mestre da misericórdia e da mansidão! Quem sabe que é amado, ama; e quem é amado alcança tudo, especialmente dos jovens. Se diz uma palavra no recreio, é palavra de alguém que ama. Esse amor faz os su-
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periores suportarem canseiras, aborrecimentos, ingratidões, desordens, faltas e negligências dos meninos. Na verdade, podemos dizer, que Dom Bosco entendia por familiaridade o que viveu e experimentou com sua mãe Margarida, seja em Becchi, seja nos dez anos em que sua mãe esteve presente no Oratório em Valdocco, um amor materno-paterno carregado de detalhes, traduzido em pequenas demonstrações de amor, em concretos gestos de mansidão, doçura, paciência, misericórdia, bondade, carinho. A tradução salesiana da Misericórdia Divina, estampada no rosto de Jesus Bom Pastor, é a prática do Sistema Preventivo, cujo fundamento é o amor – Educação é coisa do coração. Toda ação salesiana deve estar plasmada dessa seiva que escorre em nossos corações. Assim como, diz o Papa Francisco, toda a ação pastoral da Igreja deve estar envolvida pela ternura com se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode estar desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo (MV 15). A aceitação e o crédito dos Salesianos passam também por
esta mesma estrada. Na Carta de Roma, Dom Bosco conclui escrevendo aos seus filhos, salesianos e jovens, assim: Sabeis o que deseja de vós este pobre velho, que gastou toda a vida por seus caros jovens? Nada mais do que, feitas as devidas proporções, retornem os dias felizes do Oratório primitivo. Os dias do afeto e da confiança cristã entre jovens e superiores; os dias do espírito de condescendência e tolerância por amor de Jesus Cristo de uns para com outros; os dias dos corações abertos com toda a simplicidade e candura; os dias da caridade e da verdadeira alegria para todos. Escreve Papa Francisco: Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros, Lc 6,36 – (MV 15). Santo Agostinho diz: “É mais fácil que Deus contenha a ira do que a misericórdia” (MV 34). A ira de Deus dura um instante, ao passo que a sua misericórdia é eterna. Que sejam esses os sentimentos que reinam em nossos corações. E com Jesus, com Dom Bosco, percorramos juntos a aventura do Espírito! A doçura do olhar da Mãe da Misericórdia nos acompanhe nesta aventura.
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EDUCAR PARA A ESPIRITUALIDADE Fonte: Google Imagens
Antônio de Assis Ribeiro – Pe. Bira, sdb Introdução Há poucos dias recebemos, de bom grado, o tema da Estreia 2016: “Com Jesus, percorramos juntos a aventura do Espírito!” Trata de um assunto profundamente pertinente à vida da Família Salesiana, da Igreja e da Sociedade (nossa cultura contemporânea – “pósmoderna”): a sensibilidade espiritual. O texto da Estreia nos convida ao aprofundamento de diversos temas muito significativos para a nossa vida de educadores e pastores dos jovens e do povo. Alguns temas são realmente muito sérios como: o conceito de espiritualidade, a pessoa de Jesus Cristo como nosso modelo de autêntica vida espiritual; o conteúdo moral consequente da nossa espiritualidade; a dinâmica da vida espiritual, etc. Somos
chamados a traduzir as grandes ideias em ações concretas... O que podemos fazer? Que desafios internos e externos podemos encontrar? 1. A sensibilidade religiosa da pósmodernidade A questão religiosa na cultura pósmoderna é muito complexa. Vivemos num panteão a céu aberto! A busca do sagrado nem sempre está aliada ao sentido da vida, portanto, pensar em sensibilidade espiritual em nossos dias não significa admitir fé, esperança e caridade, ao menos como as pensamos na espiritualidade cristã. A sensibilidade espiritual pós-moderna está muito próxima das grandes ideologias emergentes de caráter subjetivista, voluntarista, hedonista, sen-
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sacionalista, personalista, relativista, intimista, narcisista, etc. O que vale é o bem-estar do indivíduo! Essa é a “nova era religiosa” alicerçada numa ideia panteista, onde Deus é tudo, tudo está em Deus e de todas as formas pode ser experienciado. Como consequência, da religião institucional comunitária passou-se hoje a uma grande sensibilidade para com o privado, aos moldes da pessoa1 dando muita ênfase à dimensão afetiva. Hoje as relações com «Deus» não se restringem mais ao templo; a fé mais do que objetiva e dom, é conquista psicológica; a moral não é mais a busca do sentido da vida, com questões objetivas a serem discernidas, acolhidas e assumidas, mas é limitada ao prazer conveniente; em fim, os cultos são variadíssimos, as liturgias de todas as formas, os sacrifícios nem sempre evidentes! Sem dúvida, aqui entra a necessidade da reflexão sobre a relação que se estabelece entre ética e religião, louvor e sacrifício, fé e vida. 1 Cfr. COMBLIN, J., Cristãos rumo ao século XXI, Paulus, São Paulo 1996, 223-232.
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2. O conceito de Espiritualidade Dentro dessa moldura religiosa pós-moderna, o Reitor-Mor nos convida a revisitar e a aprofundar o conceito que temos de espiritualidade sem nos deixar influenciar pelo conceito reducionista da sociedade para o qual nos adverte afirmando que identificam “espiritualidade” como “recuperação do sentido da vida”, “busca da felicidade”, “ritmo sadio de vida”, “saúde psíquica e espiritual”; “equilíbrio interior”, etc. A tentativa de identificar espiritualidade com realização pessoal é um risco; na verdade se trata de uma “ideologia da autorrealização obsessiva”, é idolatria do eu (“armadilhas narcisistas”), em nome da religião. Aqueles que pensam dessa forma estão forjando um falso conceito de vida espiritual, são “pseudo espiritualidades”. O conceito de espiritualidade é reduzido simplesmente a um dinamismo interior, mental, psicológico... do “eu” consigo mesmo! Mas a autêntica espiritualidade nos dinamiza para um movimento “centrípeto e centrífugo” – para o centro (encontro da pessoa) e para fora (encontro com os outros). Portanto, a questão da harmonia pessoal faz parte desse dinamismo, mas sem deixar de lado a alteridade. Alguns filósofos nas ultimas décadas contribuíram para compreensão desse conceito. Essa ideia, já presente na sagrada Escritura, foi plenamente vivida por Jesus Cristo. É natural do dinamismo espiritual da experiência da abertura ao outro, Deus é o Totalmente outro, dizia o filósofo alemão Max Horkheimer: “temos sede do Totalmente outro”. Também Emanuel Levinás - fi-
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lósofo judeu – nos convocou a pensar a autêntica espiritualidade como experiência da alteridade – responsabilidade para com o outros. 3. O conteúdo da nossa vida espiritual Partindo do conceito de que a vida espiritual não é o relacionamento “intrapessoal”, “eu comigo mesmo”, mas diálogo com um “Tu”, com um “Outro” sem fronteiras, misterioso, onipotente e onipresente, tudo muda! Deus é esse Outro, que é a Verdade, que é o Amor que nos convoca à abertura do eu, para irmos ao encontro de Si. Então o conteúdo da vida espiritual é a vida divina em nós! Deus em nós e nós em diálogo com Deus! Esse testemunho é expressivo nos apóstolos e de modo perfeito em Jesus Cristo: Ele está no Pai e o Pai está Nele, vivenciando uma síntese de comunhão fantástica sem anular a própria identidade (cf. Jo 14,10). Aberto à alteridade ao extremo, Jesus se apresenta como o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas (cf. Jo,10-11). Jesus vive essa experiência de íntima relação com o Pai sendo movido pelo Espírito (cf. Lc 4,4) como serviço aos mais pobres promovendo-lhes o Reino de Deus transformando a miséria humana. Doentes, cegos, coxos, mudos, endemoninhados, etc. encontram-se com Ele e saem desse encontro fascinados, curados, alegres, entusiasmados, transformados... gerando neles um novo dinamismo de vida. Quando para o cristão, a suposta vida espiritual, não é fruto de um encontro com Jesus Cristo, que pressupõe conhecimento,
relacionamento, diálogo, amizade, confronto, influência positiva, tudo permanece frio e sem compromisso! 4. A existência humana é o lugar da vida espiritual A vida de Jesus Cristo foi decididamente marcada pela vida das pessoas e vida das pessoas profundamente marcada pela pessoa de Jesus: por seus gestos de compaixão, por suas palavras, por suas atitudes... Jesus nos ensinou com sua vida que a vida espiritual não existe sem o cotidiano da vida, feito de trabalho, convivência com os outros, estudos, sonhos, projetos, problemas, erros e acertos, desafios e esperanças, alegrias e angústias, dores e prazeres, etc. A nossa vida com o seu dinamismo existencial é o campo onde acontece o nosso caminho de aventura de seguimento de Jesus animado pelo Espírito, participando de seu estilo de vida, dinamismo e missão. A “espiritualidade pós-moderna” não encara essa aventura porque esta pressupõe espírito de disponibilidade, de
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renúncia à egolatria e ao comodismo, coragem, incerteza, desprezo por parte dos outros, desconfiança, predisposição ao martírio... Por isso esperança e perseverança na expectativa da plenitude! 5. Desafios e propostas pastorais O tema da Estreia convoca a Família Salesiana a revitalizar nossa ação pastoral buscando dar a máxima atenção ao que é essencial: proporcionar aos jovens e ao povo a experiência de Deus. Onde isso não acontece se cai na numa espiritualidade superficial, tradicional, folclórica, estéril (cf. DA, N. 12). Para tentarmos traduzir os horizontes apresentados pelo Reitor-Mor em ações pastorais concretas nas mais variadas obras e contextos, é preciso, antes de tudo, considerarmos os sérios desafios pastorais que encontramos dentro e fora das nossas comunidades cristã, tais como: a ignorância a respeito de Jesus Cristo e da Igreja, a indiferença religiosa, o comodismo, o charlatanismo religioso, a superstição religiosa, o devocionismo estéril, a idolatria, o fetichismo, a frieza, o fundamentalismo, a confusão conceitual, a mobilidade religiosa (trânsito de fieis nas igrejas), etc. Além das propostas já apresentadas pelo Reitor-Mor, visualizemos concretamente outros possíveis compromissos que podemos reforçar em nossas ações pastorais: • Promover entre os jovens e no povo o senso crítico diante das falsas propostas religiosas apresentadas pelo mercado religioso da atualidade para não serem iludidos; • Estimular em todas as obras e pastorais, com todos os públicos,
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a leitura dos Evangelhos para que possam conhecer o Jesus histórico (superando a ignorância) e possam assim, fazer um confronto com o “Cristo dos pregadores” da atualidade; Estimular entre adolescentes, jovens e povo a experiência da Leitura Orante da Palavra de Deus, a Palavra em confronto com a Vida que gera compromissos de vida descentralizando o “eu”; Proporcionar aos jovens tempos de retiro que os levem a fazer a experiência do silêncio e da meditação pessoal educando-os à contemplação; Zelar pela centralidade da pessoa de Jesus Cristo nas orações e liturgias evitando o desvio dispersivo do culto aos santos; Iniciar as crianças, adolescentes, jovens e adultos à experiência da Oração verdadeira como diálogo com Deus evitando o formalismo frio das rezas, provocando a experiência da oração espontânea e existencial; Estimular o aprofundamento da íntima relação entre fé e vida, fé e compromisso social, fé e ética; Facilitar nas iniciativas pastorais com os jovens e adolescentes a experiência do voluntariado, de encontro e serviço aos mais pobres; Revitalizar a dimensão pastoral e missionária do processo de iniciação cristã; Proporcionar aos jovens, catequistas, educadores e ao povo em geral, a experiência da formação teológica.
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO Fonte: Google Imagens
Ângela de Souza Almeida, Coordenadora da SPD Introdução A partir da complexidade no que diz respeito ao contexto socioeconômico das diversas presenças salesianas espalhadas pelo mundo, houve a necessidade de se criar novas formas de manutenção para a sustentabilidade das diversas Inspetorias, tentando uniformizar ações que pudessem, respeitando a particularidade de cada localidade, contribuir de forma satisfatória com a manutenção das ações e atividades desenvolvidas em favor do desenvolvimento e evangelização de crianças, adolescentes e jovens. Com essa finalidade, ao longo das últimas duas décadas, vêm sendo trabalhada uma nova proposta de sustentabilidade para as Inspetorias; trata-se das Oficinas de Planejamento e Desenvolvimento, ou como é chamada
em algumas localidades, Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento. Por iniciativa das Procuradorias Missionárias, que são organismos de captação e mobilização de recursos, as oficinas, criadas a princípio para atuar como simples ferramentas de elaboração e execução de projetos, ao longo dos anos, foram transformadas em ferramentas complexas de planejamento de desenvolvimento global sistemático das inspetorias salesianas. “O capitulo Geral 26 da Congregação (Roma, 2008 “Da mihi anima cetera tolle”), no quarto núcleo sobre o Testemunho da Pobreza Evangélica, pede aos salesianos que tornem mais crível sua pobreza através do testemunho pessoal e comunitário (Diretriz 12), da soli-
O TAPIRI nº 176 - Página 18 dariedade para com os pobres (Diretriz 13) e de uma administração responsável dos recursos com um espírito de solidariedade (Diretriz 14). No N⁰ 93, pede-se especificamente ao Reitor-Mor para ajudar a crescer as Inspetorias no seu compromisso com a justiça social, e na N⁰ 97 se expressa o seguinte: uma solidariedade mais prática no uso dos recursos... entre as inspetorias e regiões; garantir uma supervisão efetiva das operações do Ecônomo Inspetorial; dar diretrizes para uma distribuição equitativa; administrar os recursos financeiros de uma maneira ética, com o espírito solidário.”
A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento da Inspetoria São Domingos Sávio começou a ser organizada em 2011 e teve sua montagem concluída em meados de 2013, com a contratação dos profissionais que iriam ficar a frente do setor. A Secretaria tem como finalidade precípua assessorar o trabalho inspetorial, subsidiando e apoiando a construção de parcerias e a busca de recursos (humanos, físicos e financeiros) para concretização da missão educativa e pastoral, em vista a formação integral dos jovens. A região
norte, com a “União Pela Vida”, foi berçário do que hoje conhecemos como Rede Brasil de Ação Social. “...em 1995 se desse início ao movimento “União Pela Vida” (UPV) como um vasto mutirão da família salesiana para a captação de recursos. Sediada em Manaus e coordenada pela Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, a UPV estruturou um processo sistemático de captação de recursos junto a pessoas físicas (benfeitores) para fomentar a ação social salesiana SDB... No ano de 2002 a UPV e sua gestão foram transferidas para Brasília, a capital do país, onde permanecem desde então sob os cuidados da CISBRASIL – Conferência das Inspetorias dos Salesianos de Dom Bosco do Brasil. (artigo)”
Nesses dois anos de vida, já caminhando para os três, a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento enfrentou dificuldades naturais, que somente o novo pode experienciar, de implantação e implementação, em virtude de vários fatores: entre eles uma mudança necessária de mentalidade de colaboradores e gestores no sentido de aceitar o desconhecido. Na realidade a desconstrução de conceitos já solidificados, para a reconstrução de um novo pensamento, uma nova reorganização e uma difícil tarefa que devemos abraçar com empenho, dedicação e muita resiliência. Objetivos da Secretaria de Planejamento
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Geral: Assessorar o trabalho inspetorial, subsidiando e apoiando a construção de parcerias e a busca de recursos (humanos, físicos e financeiros)
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para realização da missão educativa e pastoral, em vista da formação integral dos jovens. Específicos: • Planejar, executar e avaliar dentro e a partir do Plano Inspetorial; • Trabalhar com profissionalismo e em sinergia com a sociedade e a Igreja; • Conhecer e apoiar criticamente as políticas públicas, oferecendo a contribuição específica do carisma salesiano; • Descentralizar o trabalho, incentivando as unidades na busca de seus parceiros locais, partindo do diagnóstico da realidade; • Constituir um conselho de administração: coordenador inspetorial da RESAS, ecônomo inspetorial e coordenador inspetorial da Pastoral da Juventude; • Promover a participação de todas as pessoas de boa vontade, organizando de modo especial o voluntariado salesiano; • Trabalhar sempre com indicadores e metas anualmente estabelecidas e verificadas. • Contribuir para o fortalecimento institucional através da implementação da cultura do planejamento em nível de Inspetoria; • Fortalecer o trabalho desenvolvido a nível inspetorial, através da assessoria técnica e financeira tendo em vista a concretização da missão pastoral educativa salesiana direcionada para a formação integral dos/as jovens.
Perspectiva Metodológica • O Planejamento das ações e projetos de cada casa e/ou presença deverá ser elaborado com assessoria da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento com metodologia participativa, mediante diagnóstico contextual da realidade; • A dinâmica funcional da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento será implementada com a participação do Delegado da Pastoral Juvenil e coordenação da Comunicação Inspetorial; • Toda a ação será centrada na PESSOA, focando as dimensões físicas, psíquicas, espirituais, afetivas no contexto sociopolítico, cultural e familiar; • Após aprovação a nível inspetorial, os projetos serão encaminhados para solicitação de financiamento; • As ações desenvolvidas serão focadas nos objetivos inspetoriais; • Incentivo às Unidades de Assistência Social para a ampliação e diversificação de parcerias;
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• Trabalho desenvolvido com base em indicadores de monitoramento/avaliação e metas definidas e verificadas; • Elaboração de um planejamento estratégico para realização das ações planejadas em conjunto com a Equipe, Ecônomo, Pastoral Juvenil e Comunicação; • Desenvolvimento da prática de gestão participativa; • Socialização de boas práticas; • Incentivo à integração de todas as Unidades Sociais e de cada Presença Salesiana; • Implementação da mobilização de recursos com a visão futura de estruturação nos moldes da UPV ou Procuradoria Salesiana focando a sustentabilidade dos projetos sociais; • Fazer-se presente nos Conselhos; • Motivação para a permanente capacitação da gestão e equipe operacional da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento; • Motivação para o aperfeiçoamento qualitativo do trabalho (implantação de novas metodologias, sistema operacional informatizado, etc.); • Empenho na integração da equipe a nível de Oficina de Planejamento e Desenvolvimento e na dimensão inspetorial;
• Fortalecimento da articulação com a RESAS. Metas Concretizadas: • Encerramento de projetos com recursos advindos do exterior de anos anteriores (finalização da prestação de contas e pendências); • Orientação e acompanhamento da: elaboração, execução e prestação de contas; • Organização parcial de documentações das casas: nas prestações de contas e proposição de projetos; • Novos convênios firmados com esfera governamental e exterior, por meio de projetos sociais; • Treinamento e capacitação das equipes das unidades sociais; • Início das visitas às unidades sociais; • Implementação da Ação Social na Inspetoria de acordo com a diretiva nacional da RSB-social. Conclusão Reconhecemos que ainda temos muito para aprender no setor para otimizar as ações da Inspetoria junto as casas e aos nossos beneficiários finais: crianças, adolescentes e jovens. No entanto, demos pequenos passos essenciais nesses quase três anos. E esperamos continuar a caminhada para tornar mais eficaz e sustentáveis nossas ações em prol de nosso público atendido.
FORMATURA DO ENSINO MÉDIO POR MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA DAS COMUNIDADES YANOMAMI NO RIO MARAUIÁ
Fonte: Acervo Pe. Lázaro Santos
Fonte: Acervo Pe. Lázaro Santos
Aos 12 de Dezembro de 2015, aconteceu a formatura de 29 alunos do Ensino Médio por Mediação Tecnológica de três comunidades: Pohoroa, Tabuleiro e Komixiwe. Esta foi a primeira turma da Escola Estadual Indígena Sagrada Família, onde começou com o projeto Igarité da Fundação Roberto Marinho em parceria com a Seduc. A cerimônia de formatura iniciou com a missa e seguiu com os momentos solenes da entrada das autoridades da escola e entrada dos formandos e lideranças das comunidades. Logo após a entrada de todos, houve a execução do Hino Nacional Brasileiro. Em seguida, um aluno fez o juramento dos formandos. Depois deste momento, o paranifo das três turmas,
Pe. Justino Rezende fez um discurso de agradecimento. Por último, o gestor da escola, Pe. Lázaro Santos lembrou os anos de estudos destas turmas e agradeceu a todos por esta grande festa. Aconteceram muitos outros agradecimentos por parte das lideranças das comunidades aos salesianos e aos professores que passaram pela missão de Marauiá. Estes alunos formados pensam em ingressar no mercado de trabalho e em estudos universitários para poder ajudar o povo de sua cultura Yanomami com outros conhecimentos. Por Pe. Lázaro Santos, sdb Gestor da Escola Estadual Indígena Sagrada Família Missão Salesiana do Rio Marauiá Santa Isabel do Rio Negro – AM
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ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE PE. ERMELINDO VASQUES
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Sábado, dia 19 de dezembro de 2015, na Igreja Matriz São Miguel Arcanjo de Iauaretê, aconteceu a tão esperada ordenação sacerdotal do nosso querido diácono Ermelindo, Salesiano. Há meses as comunidades de Iauaretê (distrito de São Gabriel da Cachoeira (AM - Brasil) estavam esperando e preparando esse grande momento de fé e de família. O ainda diácono Ermelindo chegou em sua terra no dia 11 dezembro, junto com P. Roberto Cappelletti, o senhor Gulli, o salesiano Washington Luís (estudante de teologia) e o salesiano Adelson (pós-noviço). Os dias antes da ordenação foram dias de grande preparação, nos enfeites e na limpeza da igreja, sobretudo de preparação espiritual, com noites de tríduo, nos dias 16, 17 e 18, e de grande participação na oração do povo de Iauaretê.
No dia 15 de dezembro chegou o padre Inspetor, P. Francisco Lima, junto com P. Jacinto Sampaio, filho dessa terra, com Pe. Ademir da Inspetoria de Campo Grande e um professor, amigo dele (Paulo). E no dia 18 chegou o bispo de São Gabriel da Cachoeira, Dom Edson Damian. Sábado 19, às 18hs, com grande solenidade e alegria, aconteceu a missa de ordenação, presidida pelo bispo Dom Edson Damian e concelebrada pelos padres Francisco, Nilson, Roberto, Jacinto, Gilson e Ademir. A Igreja ficou lotada de pessoas, com a presença de muitos jovens e crianças. O diácono Ermelindo entrou junto com seus pais na Igreja e viveu com intensidade e fé cada momento da celebração. Foi uma noite de muita festa, alegria e agradecimento a Deus pelo dom de um novo padre indígena para a nossa Inspetoria e para a nossa Congregação Salesiana.
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Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
No domingo, dia 20 de dezembro, às 7h30 da manhã, Dom Edson presidiu a missa em ação de graças por os seus 40 anos de sacerdócio. A participação na missa foi grande e muitas foram as homenagens em honra ao nosso Pastor diocesano. Às 9 horas aconteceu a Primeira Missa do novo Padre Ermelindo: P. Gilson fez a homilia em língua Tukano e a emoção foi grande no momento da consagração do pão e do vinho pela imposição das mãos no novo padre. Existiram momentos de agradecimen-
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
to, de forte emoção e com certeza de grande alegria. Após a missa a família de P. Ermelindo junto com as comunidades de Iauaretê, ofereceram um almoço solene para todos os presentes. Às 17 horas começou o momento de homenagem em honra ao P. Ermelindo e ao nosso Bispo Dom Edson. Cada comunidade apresentou cantos, danças, poesias e ofereceu presentes a eles. A homenagem durou até 21 horas. Agradecemos a Deus por esse grande presente: um novo Salesiano Padre, filho do Rio Papuri, que com seu grande entusiasmo e amor para Jesus e para os jovens, proporcionou esse grande testemunho vocacional para todas as comunidades dessa região e com certeza vai ser uma semente para novas e bonitas vocações salesianas. Deus abençoe o nosso querido P. Ermelindo no começo dessa nova etapa na vida salesiana. Por Pe. Roberto Cappelletti, sdb
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PASTORAL JUVENIL VOCACIONAL
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
No dia 29 de Dezembro de 2015 aconteceu o último encontro vocacional salesiano de 2015 em Manicoré, no auditório da Paróquia Nossa Senhora das Dores. Participou um grupo de dez jovens vocacionados, que refletiram sobre o tema: “O Senhor Colocou-nos no mundo, para os outros”. O evento iniciou-se com uma oração conduzida pelo pós-noviço Luís, SDB; a oração foi iluminada pela leitura Bíblica de Filipenses 4, 4-7: “Alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito alegrai-vos”; após esse momento de reflexão os salesianos pós-noviços Francisco, Giovane e Luís partilharam a sua experiência vocacional e alguns desafios da vida religiosa; em seguida os jovens participantes puderam fazer, questionamentos e tirar dúvidas, etc. Encerrando sua experiência de voluntariado, o jovem Gustavo Sousa
que partilhou uma reflexão sobre a vocação do jovem Jeremias (o profeta); o mesmo também se pronunciou sobre o tempo de voluntariado em Manicoré ressaltando a importância formativa do mesmo. Pela parte da tarde os participantes do encontro assistiram um trecho do filme da vida de Dom Bosco a partir da formação dos primeiros salesianos. Após o filme houve momento de interação recreativa no sítio. Ao final da tarde os jovens vocacionados, estando na residência salesiana, participaram das vésperas (oração do final da tarde) com os salesianos. Tudo se concluiu com uma celebração da Palavra na igreja matriz conduzido pelo salesiano Luís. O encontro foi muito importante para discernimento e amadurecimento espiritual dos jovens; que expressaram gratidão pela experiência a qual viveram.
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COLÔNIA DE FÉRIAS EM SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM)
Fonte: Acervo Faculdade Salesiana Dom Bosco
A Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB), após um período de encontros formativos enviou no dia 05 de Janeiro 2016 ao município de São Gabriel da Cachoeira (AM), área de fronteira com a Colômbia, cinco voluntários da Pastoral, sendo 3 acadêmicos: César Emanuel da Paixão Oliveira de Vasconcelos, Érica Magalhães Ferreira, Iolanda Leonel Epifânio e colaboradores Alexandre Souza da Silva e Ceila Lima de Souza para uma Missão no Centro Juvenil Salesiano onde foi realizado a Colônia de Férias com Oficinas e Oratórios para crianças, jovens e adultos. No dia 04/01/2016, com a presença de alguns familiares, da Diretora Executiva Meire Botelho, coordenadores, professores e amigos, foi celebrada pelo Vice-Inspetor Pe. Antonio de Assis Ribeiro
(P. Bira) e Pe. Reginaldo Cordeiro, a Missa de envio dos Missionários que partiram com as benções de Dom Bosco e Nossa Mãe Auxiliadora. E no dia 05/01/2016 o grupo de missionários foram acompanhados pelo Pe. Reginaldo Cordeiro, Diretor de Pastoral da FSDB até o Porto de São Raimundo (Manaus), onde a missão iniciou com 31 horas de viajem em um expresso até São Gabriel. Chegando a cidade fomos recebidos por P. Angel Martín que nos acolheu na comunidade, onde estava Irmão Sebastião, com verdadeiro espírito salesiano. Após o descanso da viagem, nos reunimos com Pe. Angel e Debora (Assistente Social do Centro Juvenil) para juntos programarmos os trabalhos da colônia de férias.
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Fonte: Acervo Faculdade Salesiana Dom Bosco
Fonte: Acervo Faculdade Salesiana Dom Bosco
Durante uma semana foram realizadas várias atividades no Centro juvenil pela parte da manhã: Oficinas de Corte de Cabelo, Pintura, Higiene Bucal, Artesanato Pet etc. À tarde, preparação das atividades. A noite das 19h às 22h no Oratório com os jovens, todos os dias, o carinhoso boa noite dado pelos voluntários César, Iolanda e Ceila, sempre com uma palavra de incentivo contando sempre com o apoio do Pe. Angel e do Ir. Sebastião. Cada membro da equipe da Pastoral Universitária procurou assumir com responsabilidade as atividades e todas as noites de oratórios no Centro Juvenil Salesiano. Cada oficina foi bem organizada e aceita entre os jovens que foram participativos, a cada dia, um dos integrantes da Pastoral preparava e iniciava a acolhida, o bom dia e o boa noite com entusiasmo e criatividade.
No último dia de atividades (sábado 15/01 das 08h às 12h) , foram realizadas diversas atividades: jogos, brincadeiras, com a dança da zumba onde foi divertida e muitos dançaram juntos. Após uma parada foi servido um delicioso lanche e em seguida tivemos a distribuição de muitos brindes. Tivemos a presença de aproximadamente 60 crianças e jovens. A Missão em São Gabriel significou uma semente plantada no coração de cada membro da Pastoral e em cada jovem que participou conosco. Agradecemos a Faculdade Salesiana Dom Bosco a confiança e oportunidade que nos deram na realização desta missão e, com certeza, trouxemos em nosso ser, um coração renovado e mais aberto a missão.
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Por Ceila Lima de Souza
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PROTAGONISMO JUVENIL – MANAUS II EDIÇÃO DO CURSO DE LIDERANÇA JUVENIL
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Dia 07/01/16, na FSDB – Unidade Zona Leste, aconteceu uma significativa reunião dos líderes da AJS Manaus. Participaram do evento membros da Associação dos Cooperadores Salesianos, aspirantes vocacionados e jovens voluntários e o Coordenador de pastoral da área, o Sr. Ilton Marques; o encontro teve como objetivo a preparação imediata da próxima Edição do Curso de Formação de Jovens Líderes para o ano de 2016. O curso, já na sua II edição, está todo preparado, sendo composto por IX módulos, em sistema de convivência (sexta-sábado e domingo), com
dezenas de temas e compreendendo diversas atividades como palestras, oração, dinâmicas de grupo, orientação espiritual, convivência, acampamento, retiro, etc. A programação está prevista para ser iniciada no último final de semana do mês de fevereiro e terá seu encerramento no mês de dezembro. Os egressos do I Curso estão liderando esse processo de organização e terão também diretas responsabilidades na programação do próximo. Todos os participantes cresceram com a formação recebida! Um das metas era ESTIMULAR O PROTAGONISMO JUVENIL!
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PROTAGONISMO JUVENIL – BELÉM: LÍDERES DA AJS DECIDEM REABRIR ORATÓRIO FESTIVO NA PERIFERIA DE ANANINDEUA
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
A obra foi fundada pelas Damas Salesianas no ano de 2004, mas a presença salesiana foi iniciada no ano anterior (2003) com a abertura do Oratório Festivo Salesiano que era animado por Jovens Salesianos e algumas Senhoras provenientes da Escola Salesiana do Trabalho, acompanhados pelo Pe. Bira (então diretor da mesma). O bairro nasceu de uma ocupação; o ambiente socioeconômico era marcado por forte pobreza, violência, tráfico, doenças e consumo de drogas.. Muito jovens foram assassinados nos anos 2000. Era uma área abandonada pela gestão do município de Ananindeua. Ao lado havia o lixão do Aurá! O Oratório cresceu! O número de crianças e adolescentes era enorme, chegando a algumas centenas. O espaço pobre e reduzido, aos poucos com o envolvimento de parceiros o ambiente
foi sendo melhorado; os sonhos cresceram... e, aos poucos, uma estrutura de escola foi organizada. Hoje reconhecida pelo município atendendo mais de 500 alunos. Aos poucos, infelizmente, por falta de liderança e novas exigências técnicas surgindo e de segurança, o Oratório teve que ser fechado sendo profundamente sentido e reclamado pela juventude e pais. Com a formação do Conselho da AJS do Pará (ano 2014) um novo ardor no protagonismo juvenil despontou! Após reflexão, os jovens decidiram visitar o espaço, conhecer a história, escutar testemunhos... Animados pelo que viram, já contando com a parceria do Pároco da Paróquia Nossa Sra. Auxiliadora (ao lado) e com o vibrante apoio das Damas Salesianas, vão reabrir o Oratório! MERECEM PARABÉNS!
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COLÔNIA DE FÉRIAS: JOVENS SERVINDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
“O melhor meio para evangelizar os jovens são outros jovens” Uma animada colônia de férias aconteceu no mês de janeiro de 2016 em Manicoré (Am); é uma ação promovida pela liderança da Articulação da Juventude Salesiana (AJS), em parceria com o Centro Juvenil Salesiano (CJS – dos SDB) e Centro Social Madre Vespa (CSMAV – das FMA). Esse evento tem como objetivo incentivar a comunicação pessoal e social de nossas crianças, adolescentes e jovens da cidade e demonstrar que ainda é possível evangelizar com pequenos gestos e atividades que cativem e valorizem as juventudes. São aproximadamente 35 jovens voluntários distribuídos em diversas funções como líderes, coorde-
nadores e demais participantes de grupos de jovens, servindo centenas de crianças e adolescentes. Gustavo Silva, pré-noviço, foi um dos grandes incentivadores para que a Colônia de Férias estivesse acontecendo, juntamente com apoio do Padre Antônio Cunha, bem como, os demais membros do CSMAV e CJS. “Como jovem, posso dizer que falar da ação da Colônia de Férias é falar de maneira particular do Protagonismo Juvenil, uma prática educativa onde o jovem é o elemento central e participa de todo processo educativo, desde a elaboração até a execução e avaliação das ações propostas, no intuito de estimular a participação social do jovem na comunidade’’, disse Alciane Passos, 16 anos.
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Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
“Estar participando desta ação é um privilégio, pois é uma experiência nova que está me fazendo crescer na formação humana, espiritual e no protagonismo juvenil, pois me coloco como servo à disposição do Reino de Cristo; me realiza como pessoa ver jovens evangelizando jovens... Agradeço a colaboração de todos, Deus dará a recompensa” (Jonas Nascimento, 16 anos). No dia 15/01 foi realizada uma atividade de lazer onde estiveram presentes, líderes da AJS, coordenadores de grupos de jovens, voluntários e demais jovens. Nessa ocasião foi feito um especial agradecimento ao jovem voluntário Gustavo Silva e ao Padre Antônio Cunha, vice-pároco; bem como, aos próprios jovens que estiveram envolvidos. Por Janaína Passos Lea, Jovem
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
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OS DESAFIOS DA ESCOLA CATÓLICA NO SÉCULO XXI: UM OLHAR EM PERSPECTIVA
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
De 13 a 15 de janeiro, realizou-se em São Paulo, Colégio São Luís, o 24º Congresso Interamericano de Educação Católica, promovido pela Conferência Interamericana de Educação Católica (CIEC), em parceria com a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e outras Instituições dos países Latino Americanos e Caribenhos. Participaram mais de 900 pessoas. Qual foi o objetivo? Refletir e propor um caminho novo para a escola católica no século XXI. Uma proposta ousada, devido a diversidade do continente. Foram oferecidas 05 palestras: 1. O pensamento do papa Francisco sobre a educação (Dom João Justino de Medeiros Silva – presidente da comissão de cultura da CNBB). 2. Em que contexto educa a escola católica no século XXI na América? (Irmão Carlos Gómez Restrepo, fsc).
3. Quais mudanças e melhoras devem acontecer na educação católica na América do século XXI? (Ir. Monserrat del Pozo, fsfn). 4. Qual o novo papel a ser assumido pelos sujeitos da escola católica na América? 5. Como deve ser a proposta educacional evangelizadora da escola católica na América? (Ir. Juan Antonio Ojeda, fsc – diretor acadêmico da OIEC). Este congresso, fundamentado numa experiência concreta, abriu expectativas e pode mexer com nossas práticas, inclusive diante da era digital, pois com o uso dessas ferramentas será necessário mudar o paradigma relacional e metodológico. Por Pe. Mendonça, sdb
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O PRIMEIRO SALESIANO SACERDOTE MARAJOARA Flávio Giovenale, Bispo de Santarém e concelebrada pelo inspetor Pe. Francisco Alves, Pe. Ronyvon, Pe. José Reginaldo, Pe.Gilson, Pe. José Benedito e Pe. Rosalvino. A homilia foi realizada por Dom Flávio, que com seu jeito peculiar de alegria e humor, convidou a comunidade a participar mais efetivamente junto a igreja através das reflexões do Evangelho do dia, e reafirmou com ênfase “Marcelo, a messe é de Deus. Vai pra frente!” e “Jesus pode contar contigo”.
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“Não deixe de olhar por suas raízes, em especial as crianças e jovens sem perder a referência da oração diária a Maria” com essas palavras, o padre Francisco Alves de Lima, provincial da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia fez o agradecimento salesiano ao Pe. Raimundo Marcelo Cardoso Maciel no dia 24 de janeiro, dia de sua ordenação em Breves, na ilha de Marajó no Pará. O carisma do ordenado reuniu cerca de 1200 pessoas da comunidade, fazendo com que a ordenação acontecesse na quadra da Escola Municipal Margarida Nemer. Presidida por Dom
Apesar do número de presentes na celebração, o clima era bastante familiar, pois todos ali, de alguma forma fizeram parte da vida de Marcelo diretamente. A emoção de seus pais sr. Marcelino Ferreira Maciel e dona Maria de Jesus Cardoso Wanzeler era notável, junto a alegria de seus quatro irmãos e duas irmãs, assim como também de seu tio que é pastor da Igreja Assembleia de Deus. Amigos de perto e de longe estiveram presentes para abençoar o início desta nova caminhada, como o Pe. Rosalvino que junto com o salesiano coadjutor Paulo vieram de Itaquera – SP, Pe. Olavo, secular, da Paróquia Sant´Ana em São Paulo, Pe Cleyton e Pe Roberto, da Paróquia São José e Santa Teresinha, em Breves. Estiveram presentes também três padres agostinianos e os jovens estudantes de teologia José Ivanildo, José Tran Thai Hoang e Leomar Ferreira, assim como também o ex-salesiano Wellington e a Irmã Claudia, FMA, Coordenadora de Pastoral da Inspetoria Laura Vicuña.
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Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
A comunidade paroquial de São Benedito, pertencente à Paróquia São José e Santa Teresinha, e os familiares se prepararam com muita antecedência para este evento singular. A população simples assumiu a ordenação com sua fé viva na preparação e realização do evento. Na Paróquia de São José e Santa Teresinha, a comunidade católica vivenciou, na semana que antecedeu a ordenação, uma semana de Adoração ao Santíssimo.
foi realizada pelo padre Antônio Neto, agostiniano, seu primeiro catequista. A semente salesiana, lançada há 100 anos na Amazônia, continua viva. A força das origens reafirma sua pujança nas raízes locais. O Pe. Marcelo é a mais nova raiz no quadro dos 14 salesianos sacerdotes paraenses, é um dos 49 salesianos nativos da Inspetoria e o primeiro sacerdote marajoara. Estes números nos remetem à fidelidade amorosa de Deus e nos levam a um obrigado aos que nos precederam e animaram. De volta a Manaus, Pe. Marcelo irá acompanhar os jovens do Aspirantado no CESAF – Centro Salesiano de Formação, no bairro do Zumbi, Zona Leste e será o coordenador de pastoral da Faculdade Salesiana Dom Bosco. Pe. José Benedito Araújo, sdb.
A Primeira Missa A primeira missa aconteceu no domingo, 24 de Janeiro, na capela de São Benedito, comunidade do já então Pe. Marcelo e recebeu além da comunidade, parentes e amigos que participaram da alegre celebração. A homilia
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
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MORRE PADRE CÂNIO GRIMALDI: UM DOS MAIORES INCENTIVADORES DA EDUCAÇÃO SALESIANA NA AMAZÔNIA E FUNDADOR DA FACULDADE SALESIANA DOM BOSCO - FSDB
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Faleceu na manhã de 16/02/16, em Manaus - AM, Brasil, o Salesiano Padre Cânio Grimaldi, Secretário da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia – ISMA, Ex-Diretor do Colégio Dom Bosco – CDB e Ex-Diretor Executivo da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, instituição a qual foi um dos mentores e incentivadores para a sua criação. Muito estudioso e preocupado com as causas humanitárias e principalmente com a educação dos jovens, Padre Cânio Grimaldi era formado em Filosofia, Teologia e Pedagogia, com especialização em Filosofia, Metodologia do Ensino Superior e Direito Canônico e Mestre em Teologia Pastoral.
Sua chegada ao Brasil foi em 1969, após quase onze anos de trabalhos na pastoral como catequista em Roma, função que prosseguiu ao chegar a Belém em 1970, onde ficou até 1973 sendo transferido para Manaus onde viveu 39 anos dos 46 dedicados ao país que lhe acolheu. Padre Cânio Grimaldi logo assumiu a direção do Colégio Dom Bosco e tornouse membro do Conselho Inspetorial no período de 1974 a 1976, para em seguida dirigir o Colégio Domingos Sávio por quase sete anos, mantendo-se como membro do Conselho Inspetorial. Em 1984 levou sua vasta experiência na pastoral para Porto Velho/RO onde foi pároco na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Porto Velho/RO por cerca de oito anos.
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Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
Escolhido para assumir a direção da Casa Inspetorial no Domingos Sávio, retornou a Manaus onde dedicou-se a educação dos jovens assumindo ao longo das décadas: a Casa Inspetorial (1996), o Centro salesiano de Formação - CESAF e do Centro de Estudos do Comportamento Humano - CENESCH e o Encontro Familiar Cristão (1997-2000); Centro de Estudos do Comportamento Humano – CENESCH (2001-2002); FSDB e a Vice Direção do Colégio Dom Bosco (2003-2005); Conselheiro Inspetorial (2004-2009); Vice Diretor de Relações Comunitárias da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, manteve-se na Vice Direção do Colégio Dom Bosco e da Pastoral Universitária da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB (2006-2011); Coordenou a Comissão Inspetorial de Educação; Incentivou os Ex-alunos/as e acompanhou as Voluntárias de Dom
Bosco como delegado e foi membro da Comissão Inspetorial de Pastoral (2011). De 2006 a 2012 foi nomeado ViceDiretor de Relações Comunitárias da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB e Conselheiro Inspetorial em Manaus, para em seguida assumir em 2013 a secretaria da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia onde manteve-se até sua morte aos 83 anos. Seu corpo foi velado na igreja do Colégio Dom Bosco, foi rezado um terço em sufrágio de sua alma. Às 9h a missa de corpo presente foi presidida por Dom Sérgio Castriani. O sepultamento aconteceu às 11h no jazigo dos salesianos localizado no Cemitério São João Batista. Padre Cânio Grimaldi viveu com dedicação a missão salesiana, sendo um educador e pastor para os jovens! Por Vivian Marler, Relações Públicas
Colégio e Faculdade Salesiana Dom Bosco - Mao
Fonte: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio
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ENCONTRO DO CONSELHO NACIONAL DA ARTICULAÇÃO DA JUVENTUDE SALESIANA
Fonte: Acervo CNAJS
Aconteceu na casa Inspetorial dos Salesianos da Inspetoria de Belo Horizonte, dias 20-21/02, a I reunião anual do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (CNAJS). O referido Conselho é formado por representantes dos conselhos inspetorias da AJS de cada Inspetoria (FMA-SDB) e assessorados pelos dois referentes da Comissão Nacional da Pastoral Juvenil Salesiana, ir. Solange Sanches FMA de Porto Alegre) e Pe. Antônio de Assis Ribeiro (SDB Manaus). O encontro ordinário faz parte da agenda da animação da Pastoral Juvenil Nacional estimulando o protagonismo juvenil. Diversos assuntos foram discutidos, tais como: a partilha dos processos de animação da pastoral juvenil nas inspetorias, a preparação do Congresso Nacional da AJS em 2017, a promoção da autossustentabilidade do
protagonismo juvenil, a terceira edição dos Princípios Norteadores da Articulação da Juventude Salesiana e a vivência do Ano Santo. Nesse evento foi também eleita a nova coordenação nacional, ficando desta forma: coordenadora (Larissa Cunha - de Silvânia Goiás), vice-coordenadora (Cristina Matiele - Porto Velho), secretário (Louise Mendes - Brasília), Tesoureiro (Jailson Reis - Campo Grande), Comunicação (Eduardo Schmitz). O referido Conselho tem como missão contribuir para o fortalecimento do protagonismo juvenil zelando pela identidade da AJS e organização dos conselhos inspetorias e locais. Desejamos à equipe coordenadora um feliz exercício de animação da Juventude Salesiana.
Fonte: Acervo CNAJS
ENCONTRO DA COMISSÃO NACIONAL DA PASTORAL JUVENIL SALESIANA
Fonte: Acervo CNPJS
Aconteceu em Belo Horizonte dia 21 de fevereiro o I encontro anual (de 2016) da CNPJS contando com a participação de 17 pessoas, religiosas e religiosos salesianos representantes das diversas inspetorias (províncias) do Brasil. Participa também a vice-coordenadora do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS). Diversos Assuntos estiveram em pauta, tais como: • O Estudo da encíclica “Laudato Sí” e as perspectivas pastorais e pedagógicas; • A conclusão da revisão e ampliação do texto dos “Princípios Norteadores da AJS”; • A organização do Seminário Nacional sobre a realidade juvenil em 2017; • Reflexão sobre a composição de um subsídio com temas de formação para nossas Comunidades Educativas;
• A continuação do processo organizativo do banco de dados sobre o associacionismo salesiano no Brasil; • A avaliação da vivência do Projeto Estratégico Nacional de P. Juvenil Salesiana; • JMJ 2016; • Elaboração de um a síntese história dos 40 ano da CNPJS; • ... Outros. A pauta, apesar de intensa foi cumprida e a reunião de agrado de todos. Agradecemos ao padre Ricardo Mole (de Belo Orizonte) e da Ir. Cecília Gomes pela generosa acolhida. Atualmente a CNPJS é coordenada pelo Pe. Antônio de Assis Ribeiro (P. Bira - da Inspetoria de Manaus) e pela Ir. Solange Sanches (de Porto Alegre) sob a assessoria da Ir . Mariluce Dorileo de Campo Grande e P. Edson Donizetti de São Paulo, ambos provinciais.
Fonte: Acervo CNPJS