O TAPIRI - # 179 - MAIO - JUNHO 2016

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Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), sdb Delegado Inspetorial para a Animação da Pastoral Juvenil

Estimados(as) leitores(as), Tradicionalmente, para o Carisma Salesiano, o mês de maio é festivo pelo fato de termos uma série de datas importantes para a sensibilidade salesiana: festa de São José Operário (dia 01), festa de São Domingos Sávio (dia 06), festa de Santa Maria Domingas Mazzarello (dia 13), festa de Nossa Senhora Auxiliadora (dia 24). A sensibilidade mariana e materna permeia todo o mês de maio. Nesta edição duas matérias nos recordam o teor desse mês. O Pe. Justino Rezende nos apresenta uma reflexão sobre a maternidade e a figura de Maria a partir da perspectiva indígena. É uma percepção e ao mesmo tempo um testemunho. O salesiano estudante de teologia, José Ivanildo Melo, nos convida ao aprofundamento da significatividade do Oratório Salesiano. Não se trata de uma obra específica, mas sobretudo, de um critério de ação pastoral que nos convida sempre a estarmos abertos aos novos desafios juvenis dos contextos onde nos encontramos. Maio é também o mês das mães; isso nos estimula à reflexão sobre a beleza e a grandeza da maternidade! O abaixo assinado lhe oferece uma reflexão sobre a maternidade a partir da sensibilidade bíblica. Ser mãe, na sensibilidade judaica, não é somente ser capaz de gerar, mas também é quem nutre, educa, acompanha! Nisso Maria, a mãe de Jesus Cristo, é a mestra das mães! A profa. Meire Botelho e o prof. Rivelino Barreto nos apresentam o Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas (NEAPI) da Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB), recentemente inaugurado. Esse empreendimento é um exemplo concreto de compromisso da FSDB com o mundo indígena, um dos mais relevantes temas da realidade amazônica. Boa leitura e reflexão! Manaus (AM), Brasil, 24 de Maio de 2016


O TAPIRI nº 176 - EDITORIAL

O

TAPIRI é uma publicação bimestral e gratuita da Inspetoria São Domingos Sávio, iniciada em janeiro de 1989, dirigida aos Salesianos de Dom Bosco, membros da Família Salesiana e aos colaboradores leigos e educadores; tem como objetivo ser um instrumento de reflexão sobre temas diversos alinhados à ação pastoral do carisma salesiano. O TAPIRI reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do instrumento pastoral, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Inspetor: Pe. Francisco Alves de Lima organização: CIP Coordenador: Pe. Antônio de Assis Ribeiro equipe de articulação: Eduardo Lacerda, José Luis (Zeca) e Animadores de Pastoral Projeto Gráfico: Eduardo Lacerda revisão: Josely Moura / Vivian Marler Distribuição: José Luis (Zeca) articulistas: Convidados Capa: Composição feita a partir do Google Imagens

Manaus - am - Brasil

SUMÁRIO Maternidade e Maria na Perspectiva Indígena: Uma Percepção O Coração Oratoriano e os Novos Desafios Juvenis Mãe: “Bendito é o Fruto de teu Ventre!”

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Inauguração do NEAPI na Faculdade Salesiana Dom Bosco, Manaus/Am Aconteceu

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MaTernIDaDe e MarIa na PersPeCTIVa InDÍGena: uMa PerCePÇÃo Crédito: Google Imagens

Pe. Justino Sarmento Rezende, sdb ABRINDO A CONVERSA O presente artigo apresenta de maneira comparativa a figura de mãe indígena da região do Alto Rio Negro – Amazonas/Brasil com a maternidade de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. As mães indígenas na atualidade conhecem quem é Maria e para muitas ela é modelo de mulher, esposa e mãe. 1) FEMINILIDADE E MATERNIDADE Todo ser humano pertence a um determinado povo. Nasce dentro de uma família e vive dentro de uma cultura construída pelos seres humanos. Nessa perspectiva dizemos que todos somos seres em construção. Somos gestados no seio de uma mulher. Maria é pertencente a um povo específico, nascida na região da Galileia,

num lugar chamado Nazaré. Ali ela cresce dentro de uma família. Aprendeu seus conhecimentos, sabedorias, crenças, rituais e celebrações próprias do povo judeu. Segue o projeto de vida de seu povo. 2) EDUCAÇÃO DE UMA MULHER Todos os seres humanos são educados pelos pais e os membros da comunidade. A mulher indígena é educada diariamente com diversos pensamentos, conhecimentos, palavras, atitudes, comportamentos, crenças e atividades próprias que a ajudam a construir a identidade feminina. Cada povo educa a pessoa baseando-se nos princípios e fundamentos específicos. No processo educativo da


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mulher ensinam para que a ela compreenda e viva a vida com seu modo próprio de pensar, falar e agir. Ela se identifica com a vida de seu povo. A mãe, irmãs, tias, avós e outras mulheres do seu povo contribuem na construção gradual de sua feminilidade. Ao longo do processo educativo a mulher é acompanhada pelos familiares, dentro de casa, no espaço de lazer com outras meninas, no trabalho e em todos os espaços. As mães indígenas valorizam bastante a vida infantil de suas filhas, permitem que façam amizades com as outras crianças, tenham tempo para brincar e ajudem no que podem nos trabalhos dos pais, conforme a idade. 3) METAS DA EDUCAÇÃO A educação da jovem visa prepará-la para o casamento. Por isso, desde cedo, a mãe e mulheres da família orientam para que ela aprenda os trabalhos básicos da vida indígena: preparar os alimentos, cozinhar peixe, caça; fazer mingau, beiju, farinha; acolher as pessoas, oferecer chibé e quinhapira aos visitantes; trabalhar na roça, cultivar mandioca

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e outras plantas; preparar e participar das festas. Essas são realidades básicas das culturas indígenas do Rio Negro. Outros tipos de trabalhos e novos conhecimentos ela adquirirá com a sogra, cunhadas e outras mulheres no novo ambiente onde morará com o esposo. 4) MULHERES INDÍGENAS E A MÃE DE JESUS Quando eu vejo a mulher indígena na perspectiva cristã eu faço uma pergunta: com quem se parece nossa mamãe indígena? A mãe indígena parece com Deus, pois ela é criada à imagem e semelhança de Deus. É criadora da vida com Deus. Ela gera e gesta a vida humana. As mães indígenas são como Maria de Nazaré prometidas em casamento, conforme as tradições indígenas. Maria também foi assim: prometida em casamento, com José, conforme prescrevia a tradição. As mães indígenas não podem ser comparadas em muitos aspectos com Maria, pois Ela é de outra cultura muito distante das culturas indígenas, mas muitas qualidades, virtudes e capacidades femininas as aproximam. Toda mãe gesta seu filho ou filha por nove meses de gravidez. Depois dão à luz, criam e educam seus filhos com as qualidades femininas que Deus lhes deu. É admirável perceber essas qualidades em todas as mulheres de todas as culturas. As mães indígenas geram cada filho e filha. A maioria gera uma vez, outra vez e muitas vezes. Em cada tempo da gravidez elas ficam transformadas, alegres, exuberantes, preocupadas e ansiosas. Elas expressam delicadeza e solidariedade entre si.


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Por isso, é fácil entender o gesto de visitação de Maria a sua prima Isabel, ficar com ela vários meses, ajudando e convivendo com Isabel. Assim também fazem as mulheres indígenas, se reúnem ao redor da mulher grávida, admiram sua gravidez, outras pedem para que o benzedor possa benzer para que a mulher possa ter boa gravidez. Quando nasce a criança todas as mulheres se preocupam e se alegram com o nascimento de um novo ser. É bonito ver a serenidade materna, ver sua paz e alegria após o nascimento de sua criança. A mãe indígena fica sentada ao lado do fogo, da rede, olhando para sua criança, admirando-a. Parece a cena do nascimento de Jesus na gruta de Belém, Maria e José sentados admirando o recém-nascido Jesus, nosso Salvador, deitado na manjedoura. Os pequeninos têm grande força de atração dos adultos. Toda mãe sorri para seu bebê e para quem dela se aproxima. Amamenta com jeito carinhoso a criança recémnascida. Admira e toca nos olhinhos da criança que dorme tranquila. Quando a criança cresce a cada dia a mãe prepara com amor a comida, mesmo quando não parece ter comida ela faz milagre. Quando vejo as atitudes de uma mãe tudo nela parece divino, seu olhar, seu caminhar, seu falar. A partir dessa minha visão imagino que Maria de Nazaré, tenha sido assim, cuidando com imenso amor seu menino Jesus. Penso que fez muito mais do que uma mãe indígena, pois ela sabia que Ele era Filho de Deus, Salvador da humanidade. Talvez seja minha imaginação! Para cada mãe o filho e a filha são partes do seu ser, expressão de sua feminilidade.

É limitado nosso falar sobre a mãe. Diante de tudo o que ela é e o que ela faz por cada filho e filho. Aquilo que conseguimos expressar é muito pouco diante da grande vocação de ser mãe. Tudo aquilo que ela não caberia escrever em poucas páginas. Cada mãe é possuidora de muitas qualidades, dedicação pelo cuidado da família, da casa, do trabalho. São muitos sorrisos distribuídos aos filhos, aos amigos e amigas. A mãe parece esbanjar através de seu corpo fértil a vida humana. Sobre Maria de Nazaré pouca coisa se escreveu sobre sua pessoa. A ausência disso nos possibilita imaginarmos sua grandeza de mãe para Jesus. Imaginemos Maria brincando no dia a dia com o Filho de Deus, cuidando dele com dedicação, com paciência, fazendo-o dormir, acordando para amamentá-lo. Toda mãe busca a perfeição no cuidado do filho e filha. A mãe é aprendiz, também. Falha em muitos momentos, mas aprende cada vez melhor, com sua experiência acumulada. A mãe indígena segurando os braços de seu filho e filha com carinho ensinar a caminhar. Sua voz mansa e cheia

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de amor ensina a falar, cantar e rezar. Todos os resultados da ação educativa desperta emoção à mãe. Há momentos de alegria, saem lágrimas de emoção. Outras vezes saem lágrimas de preocupação e dores. Ser mãe indígena não está imune dos problemas, por isso, vejo que cada mãe é mulher cheia de esperança, de confiança e muita fé em Deus. Assim aconteceu com Maria de Nazaré cuidando do próprio Deus encarnado, mas ao mesmo tempo pedindo que Deus Pai cuidasse do seu Filho Jesus. Maria acompanhou seu filho nos momentos de sua vida pública, arrebanhando multidões, devolvendo a esperança, carinho e dignidade. Não faltaram para Maria os momentos de dores e tristezas, quando ela acompanhou seu Filho sendo perseguido, caluniado, condenado e morto. As mães indígenas também passam por esses momentos e questionam: o que eu não fiz para meu filho? Onde eu errei na educação? São questionamentos que saem do profundo do coração e que as fazem chorar e ao mesmo tempo respirar profundamente depositando confiança em Deus.

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A mãe indígena hoje está atuante na roça, na família, na escola, no hospital, na loja, na Igreja. Está presente em muitos lugares, ela se multiplica. Incansavelmente é cuidadora da vida. É justo dizer que a mãe é amiga de todas as horas, é companheira, é educadora e trabalhadora incansável. Nenhum filho conseguirá retribuir à altura pelo bem que a mãe realiza aos seus filhos. Nossa Mãe Maria também passa por momentos de ingratidão de muitos filhos e filhas. Mas acreditemos que independente de como sejamos ela é Mãe. FECHANDO A CONVERSA Falar de Mãe é falar de Deus nosso Pai/Mãe. Por isso, peço que Ele cuide de todas as mães indígenas como cuidou de Maria, Mãe de Jesus. Deus nosso Pai/Mãe, Vós criastes nossas mães com carinho e amor. Derrame sobre cada mãe a paz, a serenidade, a alegria, o dom da saúde, da fortaleza para mães que se sentem fracas, ânimo para mães desanimadas. Fortaleça e enriqueça sua vocação materna. Com sua graça cuidem com alegria seus filhos e filhas. Cuidem com amor suas casas e seus trabalhos. Com sua bondade as proteja de todos os perigos, Dê para elas o que precisam para viverem com alegria sua vocação. Amém!


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o CoraÇÃo oraTorIano e os noVos DesaFIos JuVenIs Crédito: Google Imagens

José Ivanildo de Oliveira Melo, sdb “... A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo. É a janela e, por isso, nos impõe grandes desafios. (Papa Francisco, 2013, p.12).

1) O QUE É “CORAÇÃO ORATORIANO”? A expressão “coração oratoriano” está cunhada na pedagogia e práxis salesiana como elemento fundante da proposta evangelizadora educativa de Dom Bosco. Não é, portanto, apêndice ou exclusividade de um determinado educador, mas “critério permanente de discernimento e renovação de cada atividade e obra”. (C. 40). É a atuação concreta da caridade pastoral, que encontra seu modelo, no “coração de Cristo, apóstolo do Pai”. (C. 11). O coração oratoriano é força dinamizadora que renova e atualiza o sistema preventivo em todo tempo e lugar,

nos faz saltar os muros das estruturas, não nos deixa ficar acomodados, nos torna “sensíveis aos sinais dos tempos”, nos faz ir em busca dos jovens. (C. 41). “Não se imagine que o verdadeiro oratório festivo tem ocupações apenas dominicais. O oratório, como D. Bosco o concebia, é sede de uma autoridade paterna, que cativando a alma dos meninos, os segue por toda parte e intervém diretamente junto dos pais, patrões, mestres, por toda parte onde seja possível exercitar um salutar influxo sobre a conduta deles. (CERIA, 1962, p. 71).

Compreender o oratório, não somente como espaço físico, mas como atitude pastoral que preenche a vida e ação do educador é um desafio que, entretanto, não pode ser usado como desculpa para fugir das obrigações de estar fisicamente presente no meio dos jovens.


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2) COMO MANTER O CORAÇÃO ARDENDO DE PAIXÃO APOSTÓLICA DIANTE DOS ANTIGOS E NOVOS APELOS DO MUNDO JUVENIL NA CONTEMPORANEIDADE? Nomear os desafios do mundo juvenil é uma tarefa longa e fatigosa. O problema das drogas, violência urbana, mundo virtual, migrações, fragilidade afetiva, questões de gêneros, etc., constituem alguns dos mais recorrentes. Contudo, nossa proposta aqui parte em outra direção. Ao invés de falar de um desses temas, apresentamos três posturas que podem ajudar o educador salesiano a discernir e encontrar caminhos pastorais a esses desafios1. 1º – SER EDUCADOR EM SAÍDA – Familiaridade com os jovens especialmente no recreio. Sem familiaridade não se demonstra afeto [...] (MB XVII, 111). 1 – O Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana (QRPJS), 2013, apresenta na Parte Segunda, cap. V, subtítulo 3, preciosa reflexão sobre o tema (pg. 126-128). Na Parte Terceira, cap. VII seguem as classificações e orientações práticas para o ordenamento do oratório em sua relação com os Centro Juvenil, a Pastoral Vocacional e a formação profissional. (pg. 176-188).

Não se conhece o mundo juvenil a distância. É preciso “habitar a vida e a cultura dos jovens” se desejamos conhecê-los (QRPJS. 2014, p. 21). Mesmo o complexo universo virtual não substitui totalmente a proximidade real. É preciso ir ao encontro dos jovens nos lugares onde estão, arriscar-se, desalojar-se, imitar a atitude do Bom Pastor “que busca o encontro com solicitude” (ESTREIA 2016, p. 9) e, quando encontra resistência, não desiste. Estar no meio dos jovens é certamente o primeiro passo, mas ainda não garante o sucesso de nossa missão. O educador salesiano precisa manter o coração aberto à paternidade. Fazer de “qualquer situação” uma oportunidade formativa, “tempo favorável para o crescimento da sua vocação” (C. 119). Recordo-me de um jovem na periferia de São Paulo que me tratou mal na primeira vez que nos encontramos. Suas atitudes deixavam claro que estava incomodado com minha presença. Eu também estava desconfortável. Éramos dois corações feridos. O dele pelo fechamento, o meu pelo medo da não aceitação. O caminho para a amizade foi longo e fruto de oração e insistência em ganhá-lo. 2º – FORMAR PARA A CIDADANIA – A finalidade do Oratório é reunir os jovens para torná-los honestos cidadãos fazendo-os bons cristãos (MB IV, 19). O oratório precisa ajudar nossas crianças, adolescentes e jovens, a despertarem para a cidadania, como discurso e prática. Não podemos nos conformar em apreciar sua diversão em

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nossos pátios ano após ano, sem nos perguntarmos sobre seu real desenvolvimento humano, o progresso de suas habilidades sociais e religiosas. Urge estimulá-los ao gosto pela arte, cultura, política. É urgente desprogramar nossa mente do passeio de oratório como evento de churrasco, piscina e futebol. Nossas cidades estão povoadas de belas e educativas opções de teatro, exposições, shows à espera de que nos apropriemos delas, e onde, por ventura não haja tais oportunidades, criemo-las. 3º – DESPERTAR E FAVORECER O DISCIPULADO MISSIONÁRIO – A única finalidade do oratório é salvar as almas (MB IX, 293). Conversando com um grupo de animadores de oratório ouvi o seguinte: – Quando a proposta da reflexão do dia é um tema religioso eu não faço. Prefiro falar sobre valores, algo que tenha a ver com a vida deles, sabe. E justificava sua opção dizendo: – É que nem todos são cristãos. Não quero ofender ninguém. Perguntei aos demais o que pensavam, e para minha surpresa todos concordavam com o rapaz. O trabalho com os jovens que o salesiano é chamado a realizar não pode ser mero serviço social, é antes de tudo uma arte de ser presença evangelizadora, profecia feita caridade pela acolhida indiscriminada de todos, mais ainda assim, proposta evangelizadora cristã. Podemos ser empenhados e apreciados pelos jovens, mas se nosso trabalho não os questiona, não os provoca para

o sentido da vida espiritual, não lhes propõe um caminho de discipulado missionário, a despertarem à solidariedade com o próximo, com a sociedade a serem pessoas de coração aberto para o mundo, estamos em dívida com nossa missão. O discurso sobre valores humanos, não pode ser substitutivo do anúncio explícito do Evangelho, eles são meios de apresentar Cristo e nunca fins em si mesmos. 3) RESUMINDO Ter coração oratoriano é ser como Dom Bosco: possuir um coração vibrante, disponível para acompanhar crianças, adolescentes e jovens no seu delicado processo de formação humana e cristã. É transformar toda atividade em espaço privilegiado de formação e evangelização, “rico de humanidade”, reforçado pela “presença física”, “amizade” e o “interesse”. (TERÉSIO, 1987, p. 26). Movidos pela “inteligência, do coração e do desejo de Deus” (C. 38), somos chamados a percorrer, com Jesus, a aventura do mundo moderno sem medo, cheios de entusiasmo, e

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“disponíveis a soluções novas” (C. 46), para os novos e antigos desafios do mundo juvenil. BIBLIOGRAFIA ARTIME, Ángel Fernández. Estreia 2016: Com Jesus, percorramos juntos a aventura do Espírito. Brasília: Edebê, 2016. CERIA. Eugênio. Dom Bosco com Deus. Ed. da Província Salesiana Portuguesa, 1962.

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Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales, 1984. PAPA FRANCISCO. Pronunciamento do Papa Francisco no Brasil. São Paulo: Paulus e Edições Loyola, 2013. Quadro Referencial: A Pastoral Juvenil Salesiana. 3º ed. 2014. TERÉSIO, Bosco. Pastoral Juvenil Salesiana nº 17 – Oratório de Dom Bosco: modelo do nosso oratório salesiano atual. São Paulo: EDB, 1987.


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MÃe: “BenDITo É o FruTo De Teu VenTre!”

a MaTernIDaDe É DoM e resPonsaBIlIDaDe! Crédito: Google Imagens

Pe. Antônio de Assis Ribeiro, sdb 1) A MATERNIDADE E A PATERNIDADE NA BÍBLIA Todos os anos, no segundo domingo de maio celebramos o dia das Mães, é sempre uma ocasião para se fazer festa, celebrar e aprofundarmos o sentido, a beleza, a profundidade e os valores da maternidade. Gostaria de lhe oferecer uma breve reflexão sobre a maternidade apoiado sobre alguns parâmetros bíblicos. Em toda a Sagrada Escritura, apesar do patriarcalismo e do machismo presente em alguns contextos, a figura da paternidade e da maternidade caminham juntas. Por exemplo, no livro do Eclesiástico temos um capítulo inteiro, o terceiro, sobre esse binômio inseparável. Paternidade e maternidade se enriquecem

reciprocamente pelas mesmas virtudes e devem ser reconhecidas e honradas com igual teor e dignidade pelos filhos. Nos livros sapienciais (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico) é admirável a abundância de lições de vida no que diz respeito aos deveres da paternidade e da maternidade e a relação honrosa dos filhos para com seus pais. Muito além dos livros sapienciais, que reforçam a prática das virtudes, a maternidade na Bíblia, em especial, é apresentada como Dom de Deus da qual decorre uma séria responsabilidade.


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2) A MATERNIDADE DOM DE DEUS Antes de tudo, é insistentemente afirmada a maternidade como dom de Deus! Sem a fecundidade que vem de Deus, a mulher permanece vergonhosamente estéril causando-lhe grande sofrimento (cf. Gn 16,2; 17,15;30,2; 1Sam 1,8). Dessa forma a maternidade é uma vocação: dom de Deus e responsabilidade da mulher. Sendo a maternidade fruto da Providência Divina, é universalmente dada às mulheres em todas as condições e status, pois para Deus nada é impossível (cf. Gn 18,14; Jr 32,27; Lc 1,37). Por ser a maternidade dom de Deus, ficam grávidas idosas, estéreis, escravas e até uma virgem. Ficam grávidas: Sara esposa de Abraão e Isabel, esposa de Zacarias (mãe de João Batista), ambas idosas e estéreis (cf. Gn 18,1-15; Lc 1,7.24); Ana, também estéril, mãe do profeta e sacerdote Samuel (cf. Sam 1,1-23); Agar (escrava egípcia que servia a Sara, esposa de Abrão (cf. Gn 16,15); Tamar que era prostituta (cf. Gn 38,24); e a virgem é Maria, a mãe de Jesus (cf. Mt 1,22-25). Esse é o único

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caso de maternidade totalmente excepcional por se tratar de uma virgem que engravida sem ter relações sexuais. Chama-nos muito a atenção as palavras de uma santa mãe judia que, sofrendo dura perseguição por não negar sua religião, luta pela fidelidade religiosa de seus filhos. Para eles declara com firmeza e fé o mistério da sua maternidade dizendo-lhes: «Não sei como vocês apareceram no meu ventre. Não fui eu que dei a vocês o espírito e a vida, nem fui eu que dei forma aos membros de cada um de vocês. Foi o Criador do mundo, que modela a humanidade e determina a origem de tudo» (2Macabeus 7,22-23 – Leia todo o capítulo, é lindo!). 3) A MATERNIDADE GERA: O ÚTERO SAGRADO! Destaque especial e simbólico é dado ao ventre materno (útero); é o nosso primeiro ambiente de vida, nele fomos formados, sustentados, dele todos saímos e para lá não voltamos mais (cf. Jó 1,21; Jo 3,11; Jó 31,15; cf. Sl 138,13; Ecl 5,14; Sb 7,1; Sl 71,6; Jr 1,5). Por vontade divina o útero é o núcleo mais íntimo da maternidade, casa que nos acolheu e formou por nove meses e do qual jamais conseguimos psicologicamente nos afastar. É daí que vem a sacralidade da maternidade biológica! Do ventre materno, que é ambiente de guarda e de aconchego, brota na mãe a consciência da guarda, do cuidado, da proteção! O anjo Gabriel disse a Maria: “bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,42).


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Todo fruto do ventre é bendito, sagrado, digno de ser amado, protegido, amparado! A vida é sagrada, dom de Deus! O ventre materno é o lugar da primeira consagração começando nossa existência, onde já somos amados e queridos (cf. Eclo 49,7; Jr 1,5). 4) A MATERNIDADE GERA E ALIMENTA! O útero que gera, compromete os seios que devem amamentar aquele que foi gerado. Geração e cuidado são inseparáveis e, dessa forma, se amplia a vocação e missão da maternidade. A maternidade é fonte de abundância, generosidade e saciedade através do ato de amamentar dando manutenção à vida gerada (cf. Jó 38,8; Ct 8,1). Amamentar é um dom de Deus e responsabilidade do ser mãe (cf. Sl 22,10-11). O peito materno é fonte de vida (cf. Jó 24,9). Amamentar é dar-se, entregar-se, nutrir o novo ser gerado com “parte” de si mesmo! Dessa forma, o leite materno não tem somente um significado material, mas um íntimo sentido de comunicativo de afeto e intimidade entre mãe e filho! É por isso que crianças bem amamentadas crescem sadiamente, com mais robustez física e vigor psicológico! Infelizmente, talvez nem todas as mães tenham compreendido o significado psicoafetivo do ato de amamentar!? O leite não é só leite! E o ato de amamentar é mais profundo do que assegurar o leite de cada dia! A Nestlé agradece e sorri para as mães que não amamentam!!! A maternidade também se estende para quem alimenta e cuida, mesmo sem ter gerado. É assim o caso das mães

adotivas (são muitas!), mãe de coração! Foi assim que aconteceu com Moisés! Uma, foi aquela que o gerou, e outra quem dele cuidou, amamentou, protegeu, educou! (cf. Ex 2,1-10; Nm 26,59). 5) A MATERNIDADE QUE GERA, ALIMENTA E TAMBÉM EDUCA! Os horizontes da experiência da maternidade, na perspectiva bíblica, são vastos! A mãe que gera é a mesma que deve alimentar e educar! Não basta o leite material! A sábia mãe deve também proporcionar a seus filhos o leite da sabedoria, o leite do ensino, o leite da educação, o leite do treinamento à prática das virtudes (educação moral), caso contrário, terá maldição (cf. Pr 1,8; 6,20;30,17;31,1; Eclo 3,16). Mais uma vez recorramos a outros versículos do discurso daquela mãe perseguida. Veja sua consciência de maternidade que educa, anima e promove a fé do seu filho com impressionante firmeza e lucidez: “Meu filho, tenha dó de mim! Eu carreguei você no meu ventre durante nove meses. Eu amamentei você

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O TAPIRI nº 176 - Página 16 por três anos. Eduquei, criei e tratei você até esta idade! Meu filho, eu lhe imploro: olhe o céu e a terra, e observe tudo o que neles existe. Deus criou tudo isso do nada, e a humanidade teve a mesma origem” (2 Macabeus 7,27-29). Ela é Mãe, Educadora, testemunha de Fé e Catequista!

Tendo sido gerado, alimentado, educado, o filho por sua vez, deve reconhecer a autoridade de sua mãe (e pai) e honrá-la generosamente (cf. Eclo 3,117). É insensato, desonrado e infame o filho que não honra (ama, respeita) sua mãe (cf. Pr 15,20; Pr 19,26), causandolhe, com sua rebeldia e dureza, sofrimento e amargura (cf. Pr 17,25). Ao contrário, reconhecendo a grandeza de sua mãe, simplesmente por estar nas origens de sua vida, sempre a honra, jamais a despreza e cuida dela na velhice (cf. Pr 23,22; Eclo 3,12-13). É gratidão, fé, reconhecimento, sabedoria, justiça!

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Não poderíamos deixar de mencionar alguns gestos da maternidade de Maria, a mãe de Jesus, a mais extraordinária de todas as mães. Ela acolhe a maternidade como dom de Deus (cf. Lc 1,38), dá à luz seu filho num ambiente de pobreza extrema mas o conforta com seu terno cuidado (cf. Lc 2,6-7); acompanha seu filho em suas peripécias de adolescente respeitando sua paixão por Deus-Pai (cf. Lc 2,41-50), segue-o como adulto providenciando-lhe o que está ao seu alcance (cf. Lc 8,1-5) e testemunha sua fidelidade materna até os últimos dramáticos momentos da vida do seu filho (cf. Jo 19,25-26). A humanidade será salva pela sua maternidade (cf.1Tm 2,15): metáfora do cuidado, do zelo, da generosidade... Feliz de quem tem ou teve mãe! Feliz da mãe que faz e fez a experiência da Maternidade! Parabéns, a todas as MÃES!


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InauGuraÇÃo Do neaPI na FaCulDaDe salesIana DoM BosCo, Manaus/aM Crédito: Acervo da Faculdade Salesiana Dom Bosco

Por Meire Botelho1 e Rivelino Barreto2 A Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia – ISMA, por meio da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, no dia 19 de abril de 2016, inaugurou o Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas – NEAPI, com uma programação específica e diferenciada que descreve em tempos hodiernos o reflexo da presença e ação missionária salesiana na Amazônia, especificamente no Rio Negro. O evento contou com a presença do Pe. Francisco Alves de Lima, Inspetor, Diretor Presidente da Mantenedora da FSDB, da Profa. Dra. Meire 1 Doutora em Ciencias da Educaçao. Mestre em Educaçao. Pedagoga. Especialista em Psicopedagogia e em Metodologias de Ensino. Diretora Executiva da FSDB. 2 Pertence à Etnia Tukana do Alto Rio Negro. É coordenador do NEAPI, docente da FSDB de Manaus e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Botelho, Diretora-Executiva da FSDB, do Pe. Justino Sarmento Rezende, etnia tuyuka, Conselheiro Inspetorial, do Pe. Raimundo Marcelo, Diretor de Pastoral na FSDB, além de outros Diretores, Coordenadores dos Cursos, Docentes, Discentes, Colaboradores Técnico-administrativos e convidados. A Faculdade Salesiana Dom Bosco já formou e continua formando um número significativo de indígenas e este ano, na data em que se lembra no Brasil dos Povos Indígenas, fez uma programação diferenciada. Nesses termos, a programação contou com a presença do grupo de dança indígena Kariçu, formado pelos jovens indígenas do Alto Rio Negro, pertencentes às etnias Tukano, Tuyuka e Dessana. Esses jovens indígenas, estão em Manaus por questões de estudos, são estudantes de an-


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tropologia, ciências da computação e outros cursos superiores e/ou técnicos. São sinais de expressões de novos tempos, com novos desafios, perspectivas intelectuais e valores culturais em contínuo diálogo que precisam de atenção, compreensão, descrição e reinterpretação. A participação das acadêmicas do 1º Período do Curso de Pedagogia foi muito importante e envolvente, uma vez que é no encontro das diferenças que as culturas se manifestam, no contato com a cultura do Outro, na linguagem e organização sociocultural. Na apresentação da Dança do Kariçu, o Pe. Justino foi o responsável por envolver os participantes com explicações sobre a dança e o significado daquela expressividade cultural, com pinturas e ornamentos corporais se manifestando através do som das flautas de Kariçu. O primeiro momento ocorreu no hall da lanchonete da FSDB, e no segundo momento houve então a inauguração e visita ao NEAPI, onde o espaço ficou pequeno pela quantidade de acadêmicos(as), que não só contemplavam o espaço de caráter cultural indígena, mas também queriam sair do local com as lembranças das imagens artesanais, poucas ainda. Além disso, foi apresentado, para degustação, algumas comidas típicas do Rio Negro, como a quinhapira, a mujeca, o beijú e o chibé. Esse é o rosto do NEAPI, que nasce para ser referência nas questões indígenas na Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia e na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Com estudos, pesquisas e acompanhamentos às questões indígenas a partir dos novos tempos e desafios, inspirado pela tradição cultural-indígena no Rio Negro

e em diálogo com as culturas diferentes na Amazônia. Para os salesianos da Amazônia, é importante a releitura e reaproximação da ação missionária, junto aos novos desafios em questões indígenas, a partir do diálogo e parceria com as pesquisas antropológicas, com a Igreja local, com as comunidades indígenas, com as associações e movimentos indígenas e com instituições indigenistas como a Federação das Organizações do Rio Negro – FOIRN, Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Conselho Indigenista Missionário – CIMI, arquidiocese, dioceses e igrejas locais. O NEAPI, como parte do Projeto Rio Negro, é uma das formas de expressão da identidade missionária salesiana nesses cem anos de presença contínua entre os povos da Amazônia, onde marcaram a história através da evangelização, catequese, escolas e profissionalização. Os salesianos, desde que chegaram (1915), tiveram compromissos com os estudantes indígenas, trabalhando com os internatos, pós -internatos, Escolas, Missões, e desde o ano de 2003, com a Faculdade. Por isso, esse Núcleo é compromisso da vocação salesiana na Amazônia. Nesses termos, o NEAPI torna-se, dentro da Faculdade Salesiana Dom Bosco, um Núcleo de grande importância dada a sua contribuição para que a comunidade acadêmica reconheça e valorize sempre mais as diversidades culturais, especialmente os povos indigenas, com suas línguas, costumes, tradições, ritos, mitos, músicas, etc. A princípio, o objetivo geral do NEAPI é criar um espaço de convivência, reflexão, pesquisa e formação inculturada sobre as questões indígenas, seus


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pensamentos e conhecimentos, suas filosofias e ensino educativo diferenciado e os meios para a sua atualização, segundo os contextos na Faculdade Salesiana Dom Bosco e da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia. Na região do Alto Rio Negro, por exemplo, onde os salesianos estão presente há cem anos, os vinte e três (23) povos indígenas fundaram uma federação, no dia 30 de abril de 1987: Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, atualmente constituída por oitenta e sete (87) organizações de base que atendem setecentos e cinquenta comunidades indígenas (750), num total de quarenta mil indígenas (40.000), das famílias linguísticas: Tukano, Aruak, Maku, Yanomami. Desenvolve trabalhos na área de Educação Escolar Indígena Diferenciada; Psicultura; Pimenta; Meliponicultura; Ponto de Cultura; Manejo de Recursos Naturais; Manejo Agroflorestal; Revitalização Cultural; Registro das Cerimônias; Documentação Linguística; Medicina Tradicional; Manejo de Recursos Pesqueiros e Naturais; Artesanato; Formação de Lideranças e etc. O NEAPI pretende, futuramente, articular parcerias com essas organizaçoes. Segundo o Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, a atual popu-

Crédito: Acervo da Faculdade Salesiana Dom Bosco

lação indígena brasileira é de 817.963, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 nas zonas urbanas. Com 305 diferentes etnias – Norte: 305.873, Nordeste: 208.691, Sudeste: 97.960; Sul: 74.945, Centro-Oeste: 130.494; e 274 línguas indígenas3. Inicialmente, a proposta de criação do NEAPI foi pensada para estruturar o grupo de acadêmicos indígenas, para que se sintam inseridos em um espaço de acolhida. A partir disso, consta no Projeto fazer encontros e acompanhamentos, proporcionando assim ambiente para troca e vivência sociocultural dos mesmos, em um espaço acadêmico onde possam falar a sua língua materna, manifestar suas culturas e protagonismo, bem como dialogar com o conhecimento científico, os saberes especificos de suas culturas e o mundo acadêmico no qual estão envolvidos. Paralelo a isso, a FSDB tem acadêmicos e professores que têm interesses na questão indígena, de modo que o Núcleo poderá no futuro articular as pesquisas nesse campo, além disso, na Biblioteca da FSDB já existem bibliografias produzidas em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), seja por acadêmicos indigenas ou por não-indígenas que demonstraram interesse na 3 Fonte: AZEVEDO, Marta Maria. 2013.


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causa. Por outro lado, entende-se que os acadêmicos indígenas poderão socializar suas produções, a partir de suas experiências de vida e conhecimentos socioculturais, ao mesmo tempo em que estejam em processo de questionamento, entendimento e compreensão em um exercício filosófico. Nesses termos, a presença de acadêmicos indígenas na FSDB é uma manifestação, um sinal dos novos tempos, pois os indígenas nas faculdades e universidades são realidades novas e com propostas novas para os formadores/professores, são produtores de novos conhecimentos e propagadores de suas culturas. Essas realidades exigem uma atenção particular e qualificada, na medida em que trazem consigo questões socioculturais novas, que precisam ser respeitadas e valorizadas. Os próximos desafios na Faculdade Salesiana Dom Bosco dizem respeito à consolidação do Núcleo, e a implementaçao das atividades a serem desenvolvidas a partir do cronograma do projeto. A princípio, o núcleo será fortalecido na base, com a organização maior na sua estrutura. Ao mesmo tempo, já há uma participação e organização de atividades inicialmente, pelos docentes e discentes de Pedagogia, com representações culturais em diálogo com os componentes curriculares do curso. Precisamente, a partir de 2017, na FSDB, as atividades a serem desenvolvidas pelo NEAPI estarão sendo efetivadas de acordo com o calendário acadêmico e em consonância com as propostas de atividades a serem estabelecidas junto à ISMA/CEDEM, isto é, com a participação de eventos interinstitucionais sobre as questões indígenas em nível

local, regional e nacional. Internamente, a coordenação do NEAPI começou a realizar coleta de dados com detentores de conhecimentos excepcionais tukano, com gravações de benzimentos, histórias e músicas. Assim como serão organizados, ainda em 2016, vários encontros para socializações de conhecimentos excepcionais indígenas com palestrantes especialistas e palestrantes indígenas. Outra atividade em curso é a Exposição, na FSDB no segundo semestre, de Técnicas de Caça e Pesca do Rio Negro. E, a partir da coleta de dados, seja de palestras e outros eventos, serão elaborados materiais didáticos para pesquisas e reflexões. Embora o país viva um momento crítico, entende-se que para os povos indígenas é de suma importância continuar pensando nos valores culturais e linguísticos, em diálogo com os universos acadêmicos para melhor pensar e compreender a própria identidade cultural. Com esses propósitos, objetivos e compromissos, a Inspetoria Salesiana Missionária Salesiana e a Faculdade Salesiana Dom Bosco contribuem, por meio do NEAPI, na produção de conhecimentos indígenas na Amazônia, e uma produção de conhecimentos ocorre a partir da descolonização e produção de escrita, isto é, descolonizar significa produzir conhecimentos, e para produzi-los é necessário escrever, desenvolver pesquisas, eventos e outras atividades de caráter acadêmico, intercultural e interdisciplinar. O Núcleo de Estudos, Acompanhamento e Pesquisas Indígenas – NEAPI foi inaugurado com esta finalidade. Está se consolidando, mas já é uma realidade aberto à visita, contribuição e parcerias.


enConTro Do QuInQuÊnIo reÚne salesIanos Das InsPeTorIas Do BrasIl

Salesianos de várias missões do Brasil reunidos Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

Os salesianos das seis inspetorias do Brasil se reuniram no dia 4 de abril (2016), na casa de retiros de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, PE, no Encontro do Quinquênio. Esse evento anual é destinado aos salesianos irmãos e presbíteros que estão nos primeiros cinco anos da profissão perpétua ou da ordenação presbiteral. No primeiro dia do encontro os participantes dedicaram-se a momentos de espiritualidade, com a experiência de deserto na parte da manhã e da tarde. Um dos momentos significativos foi a passagem pela porta santa na Basílica de Nossa Se-

nhora Auxiliadora ao final da tarde, como primeiro ato da celebração eucarística presidida pelo inspetor da Inspetoria Salesiana do Nordeste, padre Nivaldo Pessinatti. O segundo dia foi destinado a um passeio na praia de Maragogi, estado de Alagoas, com importantes momentos de convivência. Os demais dias foram dedicados à dimensão formativa sob assessoria do diácono permanente doutor Sergio Sezino Douets Vasconcelos, que falou sobre o tema da misericórdia no magistério de Francisco. O encontro foi encerrado na sexta-feira, 8 de abril.


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TIPITI – XVIII Capitulo Inspetorial 2016

Diretores, leigos e membros da Família Salesiana participantes do TIPITI

O TIPITI - XVIII Capítulo Inspetorial 2016 aconteceu no período de 11 a 14 de abril, na Casa de Retiros Laura Vicuña em Manaus, e reuniu salesianos, membros da família salesiana e leigos convidados. Em todas as casas salesianas nos cinco continente, os capítulos inspetoriais, a pedido do Reitor-Mor e de seu conselho, o objetivo foi a reflexão sobre dois temas urgentes: Redimensionamento e a avaliação da aplicação do XXVI Capítulo Geral (2014). Aqui em Manaus além dos temas, também foi revisado o Diretório Inspetorial.

Através de reuniões fraternas os representantes das comunidades locais reforçaram o sentido de sua presença à comunidade inspetorial. Cerca de 44 representantes entre diretores, leigos e membros da família salesiana estiveram presentes, assim como Pe Filiberto Gonzalez, Conselheiro Mundial para as Comunicações que visitou as Missões no Rio Negro pela primeira vez: “observei que o trabalho realizado pelos salesianos é muito importante pela evangelização, pela educação e principalmente por

Assembleia Capitular ala esquerda

Assembléia Capitular ala direita


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Estudo nas Comissões sobre o relatório do Inspetor

Momento de Gincana (disputa de cabo de guerra)

dar voz a quem não tem voz. Foi muito bonito ver o reconhecimento nas comunidades que visitei”. A Assembleia Capitular após ter ouvido, estudado e confrontado o relatório do Inspetor no primeiro dia deu seguimento com a avaliação e aplicação do CG27 nas três dimensões: mística, profecia e servos dos jovens a partir da metodologia orientada pelo Regulador, Pe. João Benedito, em um trabalho rigoroso das comissões. Neste dia se retomou com a reflexão e aprofundamento do Redimensionamento começando com estudos em comissões. Sem perder o foco do encontro, o Capítulo Inspetorial teve uma manhã expressiva de Convivência Fraterna com gincana

entre as comissões, para que pudessem relaxar em meio as votações e decisões sobre o futuro da ISMA. Para o pe. João Mendonça, diretor do Colégio do Carmo em Ananindeua (PA) foi muito importante o encontro: “o processo foi importante para repensar a congregação, a nossa presença, a nossa missão e é importante para nós salesianos repensar o que estamos fazendo, por que estamos fazendo e a importância de nossa presença enquanto obra no território. Sem esquecer a presença da juventude nas nossas obras, a sua evangelização e educação que são critérios importantes”.

Conclusão do Capitulo Inspetorial 2016 foto oficial Créditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio


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SEAS PROMOVE CURSO DE CAPACITAÇÃO

Colaboradores Participantes do Curso de Capacitação Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

A Secretaria de Ação Social e Cidadania do Governo do Estado do Amazonas – SEAS, realizou no dia 12/04/16 a formação de capacitação técnica para as instituições sociais que participarão da seleção de projetos de cooperação e fomento no ano de 2016. Temas como aspectos jurídicos, prestação de contas, monitoramento e avaliação, planejamento e gestão foram abordados pelos assessores da SEAS. Pela Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia - ISMA participa-

ram os colaboradores (da esquerda para direita): Ângela Almeida, Fernanda Melo, Josely Moura, Maria Nunes, Pedro Cunha, Josefa Sampaio, Hugo Edson e Francisco Menezes. “Esta capacitação é de fundamental importância para o correto desenvolvimento dos projetos que forem aprovados com a SEAS, principalmente pelo conhecimento pleno das Leis 13.019/2014 e 13.204/15 sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”.


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CONSELHO LOCAL DA AJS-MANICORÉ PROMOVE ENCONTRO FORMAÇÃO COM LÍDERES

Membros da AJS Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

No sábado, dia 16 de abril de 2016 pela parte da manhã, foi realizada pelo CLAJS (Conselho Local da Articulação da Juventude Salesiana), o segundo Encontro de Formação de jovens líderes, tendo como tema “Juventude Acolhedora”. O evento formativo ocorreu na Comunidade de São Domingos Sávio, do qual participaram 20 jovens representantes dos grupos juvenis da Paróquia Salesiana Nossa Sra. das Dores. No mesmo evento, os jovens tiveram a oportunidade, de maneira bem dinâmica, de refletir sobre a importância da acolhida à pessoa do outro, na igreja, no grupo de jovens, na escola ou em qualquer outro ambiente, tendo como exemplo a figura de

Jesus Bom Pastor e de Dom Bosco. A reflexão aconteceu a partir de alguns textos bíblicos sobre o Bom Pastor. Os jovens também puderam compartilhar suas experiências a partir de cada realidade dos grupos, apresentando suas interessantes vivências de acolhidas ligadas ao clima de família, como queria Dom Bosco. Ao fim do encontro de formação, os jovens tomaram o propósito de contribuir para reanimação do Grupo JUSS (Juventude Unida de São Sebastião), da comunidade São Sebastião que, por algum tempo, se manteve parado. O encontro se encerrou com diversos comunicados.


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REUNIÃO DA PASTORAL UNIVERSITÁRIA DA FSDB

Membros da Pastoral da Universidade Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

A Equipe da Animação Pastoral da Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB, coordenada pelo padre Raimundo Marcelo e Ceila Lima, teve no dia 18 de abril uma importante reunião assessorada pelo Delegado Inspetorial da Pastoral Juvenil, Pe. Antônio Ribeiro (P. Bira). Também participou desse evento o senhor Ilton Marques, coordenador de Pastoral da Área de Manaus. O encontro teve uma longa e importante lista de assuntos em pauta, dentre estes: apresentação dos documentos orientadores da Pastoral Juvenil Salesiana, documentos da Igreja Católica tais como a “GRAVISSIMUM EDUCATIONIS”, a “SAPIENTIA CHRISTIANA”, a “EX CORDE ECCLESIAE”... O assessor também comentou a importância do documento “FIDES ET RATIO” sobre a relação entre a fé e a razão. Esses documentos são muito importantes; definem a identidade e a missão da Igreja Católica no mundo universitário. Outros documentos da Igreja na América Latina e no Brasil são de fundamental importância para a visão da solidez e seriedade da presença

da Igreja nas Universidades. Todos os documentos eclesiais recomendam uma séria fidelidade e coerência dos seus gestores à missão das universidades católicas: evangelizar educando e educar evangelizando estimulando a harmonia entre Fé e Razão! Na reunião também tratou-se da necessidade do zelo pelo cotidiano da pastoral com suas múltiplas atividades que demandam cuidado, preparação, atenção cotidiana: o ambiente universitário, as relações humanas, a acolhida, as celebrações etc. A pastoral da FSDB está sendo animada por uma equipe de jovens acadêmicos bem compromissados e entrosados! Os desafios para os próximos meses é a continuação da elaboração do Projeto Educativo da Pastoral da Faculdade. As perspectivas são muito boas! Com a promoção da pastoral Universitária a Igreja deseja estimular a formação de profissionais com um perfil diferenciado, profundamente comprometidos com um mundo melhor.


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seMana Dos PoVos InDÍGenas no CesaF

Membros da Comunidade CESAF e jovens participantes da Inspetoria Santa Terezinha

O Centro Salesiano de Formação junto com as jovens formandas da Inspetoria Santa Terezinha celebraram nesta última sexta feira a Semana dos Povos Indígenas no CESAF. A Eucaristia foi presidida pelo Padre Reginaldo Cordeiro que pertence a etnia dos Arapasos. Além das formandas e formadoras Ir. Mariluce

Apresentação Cultural Créditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

Almeida e Ir. Ruth, também estiveram presentes a Ir. Claudia Matos da Inspetoria Laura Vicuña e um jovem vocacionado. A festa contou com diversas apresentações culturais feitas pelos formandos e uma saborosa culinária rio negrina.


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NOTÍCIAS DE SANTA ISABEL DO RIO NEGRO

Formação de Catequistas com a assessoria de Pe. Bira Créditos: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

VISITA A MISSÃO DE SANTA ISABEL Após o Capítulo Inspetorial, Pe. Antonio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), Vice -Inspetor e Coordenador Inspetorial da Pastoral Juvenil Salesiana, acompanha o novo Diretor e Pároco Pe. Reginaldo de Queiroz na Missão Salesiana de Santa Isabel do Rio Negro para conhecer a realidade desta Presença Salesiana

e orientar os salesianos e leigos na realização da Evangelização e Educação neste município amazonense com cerca de 21 mil habitantes, de acordo com as orientações da Igreja e da Congregação especialmente depois de Aparecida e dos últimos Capítulos Gerais da Congregação Salesiana.


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FORMAÇÃO DO CONSELHO PASTORAL PAROQUIAL Seguindo as orientações da última Visita Inspetorial em dezembro de 2015, há o propósito de retomar o trabalho do Conselho Pastoral Paroquial – CPP. Pe Reginaldo convocou as lideranças das comunidades e pastorais da Paróquia Santa Isabel para formar novamente o CPP. Na noite de 20 de abril, Pe. Bira dirigiu a formação ao novo CPP a partir das

orientações do Direito Canônico, do Documento de Aparecida e as declarações e orientações do Papa Francisco. No dia 21 de abril trabalhou a formação a partir das Indicações do Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana apresentando assim o perfil da Paróquia Salesiana e suas características.

FORMAÇÃO De CATEQUISTAS da paroquia santa isABel Na noite do dia 22 e nos dias 23 e 24 de abril os Catequistas das Comunidades da Paróquia Santa Isabel se encontram para a Formação dos Catequistas com a assessoria do Pe. Bira. 50 catequistas participam desta Formação que versou sobre os seguintes temas: A identidade do Catequista | A Iniciação Cristã | Leitura Orante | Dinâmicas do Encontro Catequético.

A avaliação desta Formação Catequética foi muito positiva no sentido de ser um verdadeiro confronto da vida pessoal com as exigências da nossa fé, a centralidade de Cristo e o encontro com Cristo na Palavra de Deus. Na Celebração Eucarística das 19h30 do dia 24 de abril, todos os Catequistas fizeram a entronização da Palavra de Deus com suas Bíblias em mãos e, no final da Celebração, receberam a Bênção de Envio.

CELEBRAÇÃO DA POSSE DO NOVO PÁROCO No dia 24 de abril às 19h30 Pe. Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira), em nome do Bispo Diocesano Dom Edson Damian e da Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, presidiu a Celebração Eucarística onde o Pe. Reginaldo de Queiroz Barbosa foi empossado Pároco da Paróquia Santa Isabel.

A Celebração foi muito rica de gestos e símbolos e com boa participação do povo das comunidades e, de modo especial, dos catequistas presentes. Pe. Reginaldo fez a renovação dos compromissos sacerdotais, a profissão de fé e o juramento de fidelidade.


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PASTORAL JUVENIL SALESIANA: I ENCONTRO DO CONSELHO INSPETORIAL DA AJS

Membros da PJS, PP Gaudêncio Campos e Antônio de Assis (Bira)

Tendo como OBJETIVO GERAL contribuir para o processo de fortalecimento do Protagonismo Juvenil Salesiano e formação dos seus membros, aconteceu de 06 a 09 de maio (2016) em Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, o I ENCONTRO DO CONSELHO INSPETORIAL da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) na Amazônia. O Conselho Inspetorial da AJS tem como missão, SER REFERÊNCIA no processo de animação da Juventude Salesiana dentro dos Estados onde os Salesianos de Dom Bosco estão presentes, a saber: Pará, Amazonas e Rondônia. O referido Conselho é composto pelos jovens coordenadores das diversas áreas de presença Salesiana e necessitam de formação, apoio, asses-

soria e maior clareza em relação à própria identidade e missão. Atualmente há 4 Conselhos Locais da AJS formados na Amazônia: um no Pará, um em Manaus e um em Rondônia, um em Manicoré (Sul do AM) e um quinto em processo de formação (núcleo animador da juventude indígena) em Santa Isabel do Rio Negro (AM). O evento foi avaliado pelos participantes como muito rico, propositivo, animador e formativo. Diversos assuntos foram estudados, tais como: o protagonismo juvenil, o associacionismo juvenil (grupos), questões administrativas e contábeis, a autossustentabilidade e a significatividade da juventude salesiana na Igreja e na sociedade.


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Por fim, outro tema de grande importância tratado nesse encontro, foi a organização do I Congresso Inspetorial da AJS, a ser realizado em julho de 2017 em Manaus e a elaboração de linhas orientativas para as Assembleias Juvenis das áreas. Esses dois eventos (local e regional) são passos importantes do processo de preparação do IV Congresso Nacional da Juventude Salesiana que será realizado em setembro de 2017 em Brasília. Foram quatro dias com uma agenda cheia de diversos momentos: ora-

Membros do PJS em momento de confraternização Fotoz: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

ção meditativa sobre a Palavra de Deus, estudo, partilha de experiência de liderança, celebrações, confraternização, programação, avaliação, estímulos vários. Dois sacerdotes salesianos acompanharam e assessoraram o evento, o Pe. Gaudêncio Campos, animador de Pastoral da área de Rondônia e o Pe. Bira, Delegado Inspetorial para a Pastoral Juvenil. Agradecemos aos jovens e salesianos anfitriões de Porto Velho pela maravilhosa acolhida.


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ROMA: ESCOLA DE DELEGADOS DE PASTORAL JUVENIL

Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantes

Aconteceu em Roma, na Casa Generalícia, do dia 16 a 27 de maio, a Escola de Delegados da Pastoral Juvenil Salesiana. Participaram 66 salesianos, dentre os quais 48 delegados Inspetoriais da Pastoral Juvenil. O evento foi promovido pelo Dicastério da Pastoral Juvenil e teve como objetivo: promover nos participantes uma visão mais aprofunda dos elementos fundamentais do patrimônio carismático salesiano relativo ao serviço de animação pastoral, em sintonia com o “Quadro Referencial para a Pastoral juvenil Salesiana”; favorecer o crescimento pessoal dos delegados mediante a reflexão sobre as experiências de vida pastoral, a interiorização e a reelaboração das motivações pessoais.

Justificativa do Evento As atividades do encontro se iniciaram oficialmente no dia 16, às 09h da manhã, com a Palavra do Reitor-Mor, Pe. Ângelo Fernandez Artime. Em seu pronunciamento justificou a promoção desse evento mundial, destacando duas causas fundamentais: a) A necessidade da formação: disse oReitor-Mor que a Congregação Salesiana, nos últimos anos e, sobretudo, com o Capítulo Geral 27 (em 2013), está refletindo sobre o Testemunho da Radicalidade Evangélica (Jesus Cristo como Centro da vida e da missão de cada Salesiano) trilhando um caminho de renovação. O processo de renovação não é possível sem uma profunda atitude de estudo e reflexão. Daí nasce


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a importância da necessidade de cultivarmos uma atitude de vida que esteja em formação permanente. O estudo e a reflexão nos levam ao aprofundamento dos elementos e conteúdos teológicos, pastorais e carismáticos que fundamentam e motivam da vida religiosa e missionária Salesiana. b) A comunhão: continuou o décimo sucessor de Dom Bosco, afirmando que a segunda motivação desse evento de porte mundial é a necessidade do fortalecimento da Comunhão Carismática e Pastoral em toda a Congregação, uma vez que a mesma é muito complexa. A congregação é grande e está presente em todos os continentes, inserida nas mais variadas culturas e contextos culturais, políticos eclesiais e religiosos. É preciso, portanto, assegurar a comunhão carismática em sua unidade fundamental e, ao mesmo tempo, acolher a riqueza proveniente dos diversos contextos.

Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantes

Programação e conteúdos O evento teve uma intensa programação com diversas atividades, tais como: conferências, estudo pessoal, trabalho em grupo, oração, partilha de experiências, eventos culturais. Do Brasil participaram cinco delegados, provenientes das inspetorias de Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campo Grande e Manaus. Os principais temas estudados, além do Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana, foram: a necessidade da cultura da reflexão pastoral, a relação entre economia e animação pastoral, a comunhão entre os diversos serviços inspetoriais, atitudes e virtudes da pessoa do Delegado da Pastoral Juvenil, etc. O clima que permeou o encontro foi o clima de família, colaboração, atenção às necessidades de cada um, participação ativa, espontaneidade, respeito, acolhida...


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Delegados Inspetoriais, Salesianos e Leigos participantes Créditos: Agenzia Info Salesiana - ANS

Mensagem conclusiva No último dia, 27 de maio, às 10:00 da manhã, o Reitor-Mor, Pe. Ângelo Fernandez, fez o enceramento do evento. Em seu discurso conclusivo agradeceu o serviço que os delegados prestam à Congregação em cada Inspetoria e os estimulou à promoção da Pastoral Juvenil em profunda comunhão com os critérios da Congregação. Afirmou que ninguém deve fazer a “sua pastoral juvenil”, por si mesmo. Nenhuma comunidade deve isolar-se e seguir critérios próprios, nenhum con-

texto justifica e nem substitui o carisma salesiano. As particularidades culturais enriquecem a Congregação, mas não justificam a ruptura da comunhão. Por isso, uma das sérias responsabilidades do Delegado da Pastoral Juvenil Salesiana é aquela de estimular a fidelidade à Pastoral Juvenil pensada pela Congregação e documentada no Quadro Referencial da Pastoral Juvenil Salesiana. Há uma só pastoral juvenil salesiana e isso não pode ser negociado.


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NOTÍCIAS DE MANICORÉ: MÊS MARIANO E SALESIANO

Comunidade de Manicoré Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

DOMINGOS SÁVIO O Centro Juvenil de Manicoré iniciou o Mês de Maria com a SEMANA DE DOMINGOS SÁVIO onde os jovens puderam conhecer um pouco mais da vida desse santo salesiano através do resumo do filme de Dom Bosco e de textos sobre sua história. No dia de sua festa, 6 de maio, esses jovens participaram da “Gincana Domingos Sávio”. No período da manhã houve empate entre os grupos de design e informática. Durante a tarde o grupo de informática ficou em primeiro lugar, culinária 2º violão 3º, design 4º, esporte e lazer 5º, artesanato 6º, serralheria e alumínio 7º, estofamento 8º, salão e desenho 9º. O curso de informática levou o troféu SÃO DOMINGOS SÁVIO 2016. FESTA DE DOMINGOS SÁVIO No dia da festa de Domingos Sávio, 6 de maio, foi realizado no auditório no Centro Juvenil uma gincana de conhecimentos sobre a vida desse santo salesiano. A competição entre os alunos dos cursos matutinos e vespertinos foi acirrada. Pela manhã as turmas de design e informática empataram, e a tarde a turma de informática saiu na frente conquistando o TROFÉU SÃO DOMINGOS SÁVIO. A classificação geral foi: 1º lugar – Curso de Informática, 2º lugar – Curso de Culinária, 3º lugar – Curso de Violão, 4º lugar – Curso de Design, 5º lugar – Esporte e Lazer, 6º lugar – Curso de Artesanato, 7º lugar – Curso de Serralheria e alumínio, 8º lugar – Curso de Estofamento e 9º lugar – Curso de Salão e Desenho. O sucesso da gincana garantiu que a competição a partir de agora seja anualmente.


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SHOW MARIANO A manhã do dia 24 de maio começou com a Santa Missa celebrada pelo Bispo, Dom Francisco e o Pe. Angelo, e a tarde celebrada por Pe Filipe, que festejaram o dia de N. S. Auxiliadora. Os festejos continuaram com o SHOW MARIANO com apresentação de danças, poesias, encenações e cantos que tiveram como apresentadores os colaboradores Alex e Marcelo.

Ir. Antônio Stefani (a esquerda) e o Prefeito de Manicoré Lúcio Flávio (a direita) na inauguração do monumento Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

SOLENE INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO A DOM BOSCO O MONUMENTO A DOM BOSCO foi inaugurado ao final da procissão de Corpus Christi na Paróquia Nossa Senhora das Dores e contou com a participação de servidores da administração municipal de Manicoré, grupos da comunidade salesiana, moradores e ex-alunos. A aluna do Centro Juvenil Salesiano, Alciano em seu discurso enalteceu a importância dos ensinamentos de Dom Bosco para a juventude de hoje. A Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Prof. Madalena, discursou em nome do poder público salientando a importância da presença salesiana na cidade e fez questão de lembrar dos salesianos que passaram por Manicoré. Pe. Filipe fez uma apologia sobre Dom Bosco, Pai e Mestre da juventude antes da placa comemorativa ser descerrada pelo prefeito da cidade e pelo Ir. Antônio Stefani, sdb.


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4º BAILE DA FAMÍLIA O 4º Baile da Família aconteceu no dia 27 de maio e reuniu os alunos, seus familiares e grupos da família salesiana que foram embalados pelo som da Banda Milenium, formada por ex-alunos. Foi uma noite animada com desfile do Casal Simpático, concurso de dança nos ritmos de bolero e forró, e apresentação de danças pelos alunos. Cerca de trezentas pessoas participaram entre convidados e colaboradores, que não mediram esforço na preparação e realização do evento.

CURIOSIDADE Você sabia que Manicoré é uma cidade marcada pelos salesianos. Os bairros levam nomes salesianos como Domingos Sávio, Laura Vicunha, Dom Bosco e Mazzarello; uma das escola leva o nome do Pe. Sebastião Carvalho, uma das paróquias da cidade é chamada de Paróquia N. S. Auxiliadora e o centro catequético leva o nome do Pe. Romano, um dos primeiros salesianos em Manicoré, o Centro de Referência de Assistência Social - CRAS foi dedicado ao Pe. Ricardo Lorenzoni. E vários órgãos públicos da administração pública atual, é formada por ex-alunos como o prefeito, Lúcio Flávio do Rosário.

Vista aérea do município de Manicoré / AM Foto: Google Earth


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Missionário: Um sonho que se realiza

Missionário S Augusto de Sousa Crédito: Acervo Inspetoria São Domingos Sávio

Ser missionário é levar a experiência de Deus em meio ao povo; colocar em prática o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo e por à disposição das pessoas seus dons. Com este sonho, o jovem Salesiano Augusto Rodrigues de Sousa colocou-se à disposição das necessidades missionárias da Congregação Salesiana. Após ter feito um processo de acompanhamento e discernimento, apresentou ao Reitor-mor sua disponibilidade para ser enviado às missões. Seu pedido foi acolhido e ele já

encontra-se em Roma, na comunidade Salesiana San Callisto aguardando definições do Dicastério para as Missões. Natural de Porto Velho (RO), Augusto, tem 24 anos, e iniciou seu discernimento vocacional na comunidade Salesiana da Paróquia Santuário Nossa Senhora de Fátima. Fez o noviciado em 2011 em Indápolis – Dourados (MS), emitindo sua profissão religiosa no dia 24/01/2012; em seguida cursou filosofia na Faculdade Salesiana Dom Bosco em Manaus. Seu primeiro ano de tirocínio foi realizado na Missão Salesiana de Yauaretê, na fronteira com a Colômbia; e o segundo em Barbacena (MG) como assistente dos noviços. Até o fechamento desta edição, a ISMA ainda não havia sido informada sobre o local em que o Augusto realizará os estudos de teologia e serviço missionário. Os demais irmãos salesianos da Inspetoria de Manaus desejam fraternalmente ao jovem salesiano uma feliz experiência de estudos teológicos e um fecundo serviço missionário. Estamos todos em comunhão no Carisma Salesiano e a serviço do Reino de Deus!




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