Heróis Autênticos | 5º Volume

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HERÓIS AUTÊNTICOS

5º VOLUME

DOM MIGUEL D’AVERSA, SDB


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO........................................................ 2 1. DOM MIGUEL ALAGNA...................................... 3 2. PE. JUAN EDMUNDO VECCHI........................ 4 3. PE. PIO PAOLI.......................................................... 7 4. PE. ROMANO KLIMKOWSKI............................ 8 5. PE. FAUSTO MÁRIO BOEM............................ 11


APRESENTAÇÃO Temos a satisfação de fazer publicar neste dia em que celebramos o nascimento de Dom Bosco, o 5° Volume da obra “Heróis Autênticos”, de autoria do nosso saudoso Dom Miguel D`Aversa. Dom Miguel foi um intrépido missionário e zeloso historiador. No seu serviço como salesiano e depois como Bispo de Humaitá, dedicou muitas horas para registrar a vida e missão da Igreja na Amazônia. A ele devemos a maior sequência de cartas mortuárias dos salesianos que por estas terras trabalharam e morreram. Muito do que conhecemos da origem de nossa Inspetoria devemos ao seu testemunho registrado em livros, correspondências, opúsculos e crônicas. Quando faleceu, no dia 20 de março de 2004, na cidade de Manicoré, sabíamos ter perdido uma parte de nossa memória viva. Entre seus pouquíssimos pertencentes ficaram apenas rascunhos diversos, fotografias, cartões postais. Mas para nossa alegria, graças ao trabalho do setor de comunicação e a secretaria inspetorial, localizamos nos arquivos da Casa Inspetorial a cópia original da obra que agora damos a conhecer. Trata-se de um texto breve se comparada as 4 edições anteriores, mas igualmente significativa. O 5° Volume de Heróis Autênticos foi escrito em 2002, portanto, dois anos antes de sua morte. Contém o resumo da vida de 5 irmãos e é para nós um sinal do ardor de Dom Miguel que nos alegramos em da por concluído com esta publicação póstuma. Que seu exemplo seja um estímulo para todos nós.

P. Jefferson Luis Inspetor

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JUSTIFICATIVA: “Alguns poderiam perguntar o porquê do título: HERÓIS AUTENTICOS. Todos estes Salesianos PERSEVERARAM ATÉ A MORTE na vocação abraçada livremente e sabendo bem quais os motivos de sua escolha. Ao invés, alguns que escolheram o mesmo caminho, mas se deixaram enganar e desviar, indo atrás de “SEREIAS” que prometeram muitíssimo, mas enganaram a todos, PORQUE DERAM FOI NADA!”

1. DOM MIGUEL ALAGNA Marsala-Sicilia—Itália: 23-01-1913 • 89 anos † Marsala-Sicília—Itália-11-01-2002.

Dom Miguel Alagna nasceu em Marsala-Sicílis-Itália, ao 23 de Janeiro de 1913, filho de Inácio Alagna e Rosa Alagna.Fez os estudos de primeiro grua sempre em Marsala, de 1921 à 1930, quando fez a primeira comunhão. Frequentou o segundo grua em Marsala e em São gregório, de 1930 à 1937, fazendo o noviciado e terminando-o com a profissão religiosa.Veio para o Brasil e fez filosofia em Lavrinhas, São Paulo, de 1938 a 1939. Fez a teologia em São Paulo, no Pio XI, de 1939 a 1942, foi colega durante o ano de 1942. Foi ordenado sacerdote ao 8 de dezembro de 1942 em São Paulo, por Dom José Gaspar de Afonseca e Silva. Logo depois da ordenação, foi encarregado do SESI em Corumbá, e trabalhou maravilhosamente.Para Dom Miguel, a educação e os estudos, eram meios eficazes para os povos indígenas com a sociedade nacional. O projeto das escolas foi apoiado pelas autoridades militares e pelo governo federal. Não foi porém compreendido por alguns estudiosos, que tinham uma visão diferente. Assim mesmo, ficou firme na sua opinião, por muitos anos foi vigário geral de Corumbá. Nomeado Bispo Prelado do Rio Negro, ao 16 anos de junho de 1967. Foi sagrado em Corumbá, aos 24 de agosto de 1967. Seu lema episcopal foi: “MATER ET AUXILIUM” Em 1981, São Gabriel da Cachoeira foi elevado a Diocese e Dom Miguel Alagna seu primeiro bispo, até 1988, quando chegada a data marcada, renunciou, aposentando-se como bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira do Rio Negro.Deixou ao seu sucessor uma boa estrutura para o 4


trabalho pastoral naquela vasta área do norte do Brasil. Dom Miguel Alagna voltou para a Itália, junto de seus familiares, afim de cuidar da saúde.Voltou duas vezes ao Brasil para visitar os amigos, especialmente de Corumbá e os irmão salesianos da Inspetoria de Campo Grande.Faz parte da colaboração e do legado de Dom Miguel, o alto índice de população alfabetizada do alto Rio Negro.É mais um irmão salesiano que nos deixa, depois de ter semeado tanto bem na Terra de Santa Cruz. Dom Miguel sempre se distinguiu pela retidão de caráter, a expansividade e alegria. E pelo seu amor a Nossa Senhora Auxiliadora que se manifestava de formas diversas, notadamente pela reza do terço. Tinha-o frequentemente entre os dedos, seu sentido de humor era conhecido de todos. Não se deixava vencer em originalidade e criatividade. Cultivou um relacionamento profundo e discreto de todos os seus familiares, e sempre que podia os visitava.Conservava sempre na mesa, fotos de amigos e parentes, a respeito dos quais sempre tinha história para contar. “Em São Gabriel da Cachoeira, construiu um grande hospital e um seminário para vocações indígenas. Visitou seu rebanho com canoas, motores e pequenos aéreos. Cuidou da fonia entre os vários centros da missão e Manaus, capital do estado. Ainda hoje é lembrado este dinâmico filho de Dom Bosco.” (Do boletim salesiano-edição italiana de fevereiro de 2002). Dom Miguel foi testemunha fiel de Cristo e do Evangelho. Uma luz brilhante que se impôs pelo anúncio da verdade, pelo testemunho da vida, feito de lealdade e honestidade. Dom Miguel foi mestre e defensor da vida. Foi pobre entre os pobres, humilde entre os humildes. Para Dom Miguel, a pessoa do outro, vinha sempre em primeiro lugar. Na despedida para o cemitério, o povo se encarregou de cobrir o seu corpo com as mais diversificadas flores. Simbolizando os valores que fez brilhar na sua vida.

2. PE. JUAN EDMUNDO VECCHI 8° Sucessor de Dom Bosco. Viedma-Argentina: 23 de junho de 1931 71 anos. Roma-Itália: 23-01-2002.

Dom Vecchi nasceu em Viedma-Argentina, aos 23 de junho de 1931. Seu pai Albino Vecchi, originário da Itália-de Barreto-Regio Emílio. A mãe5


Maria Montiscudo, -de Forlí. Foram para a Argentina no fim do século passado. Fez a primeira profissão religiosa em Fotin Mercedes, aos 29 de janeiro de 1947. Ordenou-se sacerdote em Turim, no dia primeiro de julho de 1958.Logo depois foi diretor espiritual no seminário de Fottim Mercedes-Argentina-de 1958 a 1960. Foi depois diretor e professor do Colégio Secundário Domingos Sávio em Roca Geral, em 1961, e de Dom Bosco da Bahia Blanca; de 1962 a 1965. Foi em seguida diretor do centro de formação para os jovens salesianos da Argentina de 1961 a 1971.Participou dos capítulos gerais do 21° ao 24°, quando foi eleito ReitorMor, 8° Sucessor de Dom Bosco. Licenciado em Teologia no Pontifício Ateneu Salesiano em Turim, em 1958. Tinha especialização em Pastoral Juvenil, de modo especial na pedagogia salesiana.Pe. Vecchi representou o avanço da caminhada da Congregação a partir da programação conjunta com os Dicastérios, dando maior unidade aos serviços dos conselheiros e mesmo do próprio ReitorMor. De dedicação incansável aos compromissos assumidos em cada etapa da vida, e amor intenso à congregação, e espiritualidade profunda, Pe. Vecchi soube unir em sua vida a espiritualidade salesiana e o testemunho pastoral entre os jovens, tendo como centro de vida Cristo Ressuscitado e a Virgem Auxiliadora. A característica de sua vida foi o trabalho, uma grande confiança em Deus, e a sabedoria de quem sabe ler os sinais dos tempos. Homem de escuta, atento à cultura moderna, acreditando na possibilidade do encontro entre a fé e a cultura: Laicidade e religiosidade. Pe. Vecchi realizou um governo breve, mas significativa e incisivo na vida e na história da congregação salesiana. Ele representa a renovação da Pastoral Juvenil iniciada pelos salesianos no fim dos anos 60 e agora espalhada na igreja católica e em vários países do mundo. O mesmo Papa João Paulo II, convidou os bispos e outras congregações a dedicar-se à Pastoral Juvenil, que pode garantir a renovação da igreja e um futuro para a Fé Cristã. Entre os objetivos de seu governo, como ReitorMor, Pe. Vecchi investiu na cultura para preparar toda a Família Salesiana a um serviço Pastoral entre os jovens, sensível e atento, aos sinais dos tempos. Pe. Vecchi foi Conselheiro Geral: 6


Em 1972, Conselheiro para a Região Atlântica e América Latina. Em 1977, Conselheiro Geral para a Pastoral da Juventude. Em 1990, Vigário do ReitorMor. Em 20 de março de 1996, ReitorMor – 8° Sucessor de Dom Bosco: Aos 22 de junho de 2001, após receber o Sacramento da unção dos enfermos, Pe. Vecchi pronunciou as seguintes palavras: “Preparo-me para passar da Comunidade visível para a Invisível. Nós esperamos que entre as duas não haja descontinuidade. O espaço é apenas imaginado por nós.Sinto-me como alguém que percorre a estrada entre duas fileiras de amigos, e espontaneamente me vem á mente a expressão do salmo: a alegria de caminhar para a casa do Senhor, para louvar o seu nome. Sinto profundamente que pertenço à igreja e que Ela me acompanha verdadeiramente até ao encontro do Pai. Sinto a alegria de pertencer à Congregação Salesiana que está ao meu lado e me acompanha com afeto especial, com orações e conselhos. É uma consolação sentir-se apoiado pela Família Salesiana. A MORTE DO REITOR-MOR

Comunicado do Vigário do Reitor, Pe. Luc Van Looy: “Com uma dor imensa, comunicamos que hoje, 23 de janeiro, na véspera da festa de São Francisco de Sales, nosso Padroeiro, às 9h50 o Reitor-Mor e pai em Dom Bosco, Pe. Juan Edmundo Vecchi, foi chamado pelo Senhor. Sua enfermidade foi longa e sofrida. Por quase 19 meses, foi submetido a atendimentos médicos atenciosos, mas que não puderam sustar o mal, ainda que lhe tenham prolongado a vida. Nesses longos meses foi sempre assistido pela competência o carinho das irmãs do Sagrado Coração de Jesus e Maria; pelos salesianos sempre disponíveis”. Pe. Vecchi tendo aceitado a sua condição com serena disponibilidade, deixando sempre em quem o aproximava nos momentos de lucidez mental, palavras de gratidão e encorajamentoMuitas personalidades religiosas e civis, coirmãos e coirmãs, pessoas que o amavam e o estimavam, têm nos visitado e confortado. Pe. Vecchi foi um testemunho de serviço e de dedicação, tendo a sensibilidade na congregação e na Família Salesiana.Depois da santa missa na basílica de Dom Bosco de Cinecittà, o corpo de Pe. Vecchi foi levado para o túmulo dos Salesianos, ao lado das Catacumbas de São Calisto, na rua “Appia-Antica”, onde descansam seus dois antecessores: Pe. Luiz Ricceri e Pe. Egídio Viganó. 7


O Boletim Salesiano espanhol, em fevereiro de 2002, falando do P. Vecchi, diz: “Os sinos festivos tocaram jubilosos”. Nosso querido Dom Vecchi, oitavo sucessor de Dom Bosco, encarnou mesmo Dom Bosco. Não abandonou, não desmaiou, não morreu no caminho. Chegou à meta. Ganhou o prêmio. Timoneiro, Mestre e Pai. AGORA TEMOS: um modelo a mais. Um estímulo a mais. Um intercessor a mais. “Um ReitorMor doente e sofredor”. Não está fora, mas dentro. Antes no coração do próprio ministério.” O Pe. Luc Van Looy, numa carta manuscrita do dia 24 de janeiro, me dizia: “Caríssimo Mons. D’Aversa, já terá recebido a notícia que Dom Vecchi foi chamado para o encontro com o Bom Deus. Estava preparado e como a toda nossa comunidade”.

3. PE. PIO PAOLI Nasceu em Nanno-Itália-10-09-1915 •86 anos Castel di Gódego-24-03-2002

Pe. Pio Paoli nasceu numa família profundamente religiosa, seus pais foram Tomás e Angelina Stringari. Deram a nosso Senhor quatro dos oito filhos: uma irmã, um religioso Pavoniano e dois padres Salesianos. Pe. Pio frequentou a escola média, no Sagrado Coração de Jesus em Roma. Fez o noviciado em Lanuvio de 1932 a 1933. Cursou filosofia em São Calisto em Roma e teologia na Crocetta em Turim. Ordenou-se sacerdote em Turim, na Basílica de Maria Auxiliadora, juntamente com o irmão Pe. Gino, que se atrasou um ano, para se ordenar junto com o irmão, dia 29 de junho de 1943. Trabalhou em várias casas da Itália como catequista, conselheiro, ecônomo e diretor. Veio depois para o Brasil e trabalhou no Colégio Dom Bosco de Porto Velho Rondônia. Era muito estimado e respeitado, depois de quatro anos, voltou para Itália e trabalhou em várias casas da Inspetoria. Quando via um grupo de meninos, se aproximava e participava de suas conversas, era um verdadeiro anjo da guarda. Sempre sorridente, bastava olhar para os meninos, e logo eles sorriam também. Um dia, quando ia de cadeira de rodas para a consulta médica, os meninos o viram, o saudaram batendo palmas. Gostava de dialogar com as pessoas, sempre sorrindo, perguntando e fazendo suas observações. 8


Quando atendia às confissões, percebia-se que os penitentes saiam sempre contentes. Era muito generoso, atendendo à secretaria e substituindo os professores quando, por acaso, faltavam. Numa palavra: era pau pra toda obra.Foi o primeiro salesiano que internou na casa de saúde Dom Cognata, logo depois que foi inaugurada. Pe. Pio foi atingido pela doença Alzheimer, foi aos poucos perdendo o conhecimento das pessoas. Durante dois anos quase não reconhecia mais ninguém, nem o irmão que se ordenou com ele, nem os parentes, quase não podia mais se mexer, não podia mais andar. Tudo ele suportou por amor de Deus, pela satisfação dos irmãos da congregação e de todos os parentes.O diretor da casa, na missa de corpo presente, disse: “Querido Pe. Pio, quando entraste nesta casa, vimos como sofrias e te acompanhamos durante toda a tua doença. Tu foste bom exemplo na resignação e na conformidade com a vontade de Deus. Lembra-te da nossa comunidade e das nossa vocações, interceda por nós.” Pe. Pio, faleceu com 67 anos de vida e 58 de sacerdócio.

4. PE. ROMANO KLIMKOWSKI Nasceu aos 15 de fevereiro de 1918 em Guarani-Mirim •84 anos

Faleceu em Ji-Paraná aos 08 de setembro de 2002. Pe. Romano nasceu aos 13 de fevereiro de 1918 em Guarani-Mirim, diocese de Joinville, Santa Catarina. Seus pais foram Francisco Klimkowski e Maria Klimkowsk, foi batizado aos três de março de 1918.Entrou no colégio salesiano de Ascurra e depois para o aspirantado de Lavrinhas. Em 8 de dezembro de 1944, fez o pedido para entrar no noviciado: “em duas folhas de papel ofício”. “Vejo com a graça de Deus e com o auxílio de Maria Santíssima, que esta é minha verdadeira vocação. Seja de minha livre e espontânea vontade, sem sombra de dúvidas, entrar para o noviciado”. “Tenho vontade de ser sacerdote. Por tanto, desejo entrar no noviciado como clérigo”. “Se não puder continuar os estudos, desejo ser irmão”. “O meu desejo é imensamente grande de ser missionário, se for da vontade de Deus e dos meus superiores. Desejo salvar almas nas missões por amor de Deus”. 9


“Quero, com a graça de Deus e Maria Santíssima, ser perpétuo noviço, isto é, obediente até a morte.” “Querido Pai, queira atender este pobre filho, que pede de todo coração”. Fez o noviciado em Pindamonhangaba, coroando-o com a profissão aos 31 de Janeiro de 1947. Fez a filosofia em Lorena de 1947 a 1949. Fez o tirocínio em Porto Velho Rondonia, de 1950 a 1952. De 1953 a 1956, fez a teologia no Pio XI, Lapa, São Paulo, sendo ordenado sacerdote pelo senhor Núncio Apostólico Dom Armando Lombardi, aos oito de dezembro de 1956. Já em 1957, foi vigário cooperador em Porto Velho. De 1962 a 1964, foi o primeiro vigário salesiano na Paróquia Nossa Senhora das Dores em Manicoré, logo depois que foi criada a Prelazia de Humaitá. Foi depois para o Colégio Dom Bosco em Porto Velho, e em seguida para São Carlos de Jamarí. De 1967 a 1974, foi vigário em Calama, Rondônia. De 1975 a 2002, trabalhou em Vila Rondônia-Ji-Paraná. Pe. Romano no mesmo ano que tomou conta da igreja matriz de Manicoré, começou a trabalhar na construção da atual matriz de Nossa Senhora Auxiliadora no Atininga. Começou com uma capelinha de palha, que servia também para a escolinha. Numa fotografia que saiu até no livrinho da matriz, Pe. Romano está rodeado de crianças e adultos que trabalham; ele sempre de batina preta. Nos três anos que trabalhou em Manicoré, deixou exemplo de um vigário zeloso pelas almas, interessando-se pelo ensino do catecismo, pela instrução religiosa e moral do povo e pela educação cívica.Uma velhinha em Manicoré, quando ouviu a notícia da morte do Pe. Romano, logo exclamou: “Como me lembro dele e com muita saudade, baixinho, sempre de batina preta, rodeado de crianças que queriam muito bem”. Pe. Romano em Manicoré, fez uma ponte de madeira no igarapé do Caxangá, para poder ir ao oratório que começava a funcionar onde atualmente está a capela Dom Bosco. Para a inauguração celebrou a missa, com bastante gente. Todos afirmam que Pe. Romano era muito dado com o povo, interessando-se pelos problemas das famílias: Saúde, educação, necessidades. Sempre procurava ajuda-los na medida do possível. 10


“Aqui em Manicoré fui conhecer Pe. Romano em 1962. Ele me atendeu com toda a distinção e me deu dois livrinhos: Manual de orações e novena a Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Depois me deu umas medalhas para distribuir no interior onde eu estava. Distribuí todas. Em 1963, vim passar os festejos de maio. Visitei novamente o vigário e ele me atendeu com toda delicadeza”. F.R. Carta de Pe. José Ferreira Lima de 20/09/2002. Estando em Belém, fiquei sabendo do Pe. Inspetor de Manaus, que Pe. Romano faleceu em Ji-Paraná. Sempre vi Pe. Romano como um sacerdote autêntico, salesiano austero e fiel, missionário destemido. Conheci-o em Calama, em 1971. Sentia-me bem com a presença dele, tratando a gente com alegria fraterna. Ardoroso devoto de Nossa Senhora Auxiliadora. Em naufrágio, no Rio Madeira, ele foi salvo e salvou duas mocinhas agarradas na batina dele. Ele agarrado no mastro do barco, esperando socorro. O barco subia e descia. Quando ele e as mocinhas entraram na canoa salva- vida, o barco desceu e afundou. Pe. Moisés Marques, que foi por oito anos colega do Pe. Romano, no tempo de formação, e sete anos colega trabalhando com ele em Jí-Paraná, escreveu-me uma carta dizendo: “Posso dar um testemunho confirmado por centenas de amigos. Pe. Romano era símbolo da fidelidade ao serviço do dever. Era proverbial sua dedicação aos compromissos paroquiais, principalmente no atender às confissões e em confessar-se. Nossa Igreja Matriz de São José, tão espaçosa foi pequena para a multidão de fies que vieram para o velório. O Jornal Diário do Amazonas, de terça-feira, 10 de outubro dava várias notícias: “No dia 18 de outubro de 2000, foi entregue ao Pe. Romano a “Comenda da Ordem dos Pioneiros”, pelos relevantes serviços por ele prestados. Pe. Romano, padre pioneiro, morre em Ji-Paraná. Ele foi fundador de 85 comunidades na área rural, e era um dos mais queridos padres do estado de Rondônia. Ele chegou a ser internado no hospital, às 10 horas do ultimo domingo, dia 8, com complicações cardíacas e respiratórias.

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As 13 horas, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Foi proclamado luto de 3 dias em Jí-Paraná.

5. PE. FAUSTO MÁRIO BOEM 19-01-1915-San Vitor-Itália • 88 anos 17-02-2003-Manaus Ultimamente Pe. Fausto estava muito magro e fraco. No quarto sofreu uma queda, foi socorrido e levado logo ao hospital. Não resistiu e faleceu no dia 17 de fevereiro, às 17 horas. Deram logo as noticias pela internet pra todas as comunidades, com todos os dados biográficos. Até a ultima doença, padre Fausto levou sempre a batina, não por ostentação, mas para ser fiel ao propósito feito no dia que recebeu a batina: “Assim como o soldado se gloria de morrer na luta com a sua farda; assim desejo eu também com minha batina”. Não falava bem o português, embora muito se esforçasse, assim mesmo todos os compreendia. Pe. Fausto foi sempre uma pessoa de muita bondade, simplicidade e humildade. De grande disponibilidade para servir e ser útil a todos. De grande respeito para com as pessoas e de grande senso de responsabilidade, sempre vibrou com sua missão entre os jovens. Pe. Fausto no seu ministério sacerdotal, sempre se empenhou com muito cuidado na preparação de suas pregações e das celebrações. Tinha um coração aberto e sensível, especialmente para reunir as pessoas num ambiente de paz e alegria. Distinguia-se no amor à Santíssima Eucaristia e a Maria Auxiliadora. DADOS BIOGRÁFICOS A primeira casa salesiana que frequentou, foi Ivrea, 1926…1929. Esteve no seminário de Pordenone. De 1931 a 1932, esteve no instituto Cardeal Cgliero de Ivrea. Professou na Congregação Salesiana aos 8 de setembro de 1932. De 1932 a 1934, fez o curso filosófico em Foglizzo, Itália. De 1934 a 1937, foi assistente no instituto Cardeal Cagliero-Itália. De 1937 a 12


1941, estudou teologia na Crocetta. Foi ordenado sacerdote do Altíssimo, aos 23 de junho de 1940 em Turim, pelo Cardeal Maurílio Fossati. De 1940 a 1943, trabalhou na Casa Mãe dos Salesianos como catequista. De 1943 a 1965, esteve no Colle Dom Bosco, no Santuário. Depois veio para o Brasil, onde trabalhou 37 anos. De 1966 a 1972, esteve em Porto Velho. De 1972 a 1981, na Paróquia de Vilhena e na itinerância. De 1982 a 1984, em Manaus, no Colégio Dom Bosco. De 1985 a 1992, na Missão do Içana e na Itinerância. De 1993 a 1995, em Manaus (CESF). De 1996 a 1997, em São Gabriel da Cachoeira, vigário. De 1998 a 2003, na casa inspetorial, como confessor. Padre Fausto foi incumbido da fundação da editora: LDC (Livraria de Doutrina Cristã), e ao mesmo tempo de sua divulgação para se tornar conhecida só não em Piemonte-Itália, onde se instalou, mas em toda a Itália: A LDC vinha de uma editora católica, com outro nome, que acabava de fechar suas portas. Portanto era preciso divulgar tudo de novo e muito mais, para tornar conhecida aquela nova editora que acabou sendo um grande púlpito de catequese. Pe. Fausto foi o mais caloroso divulgador daquela nova obra salesiana: Almoçava muitas vezes, não mais que um sanduíche, indo de trem de uma cidade para outra, não sem muitos sacrifícios. Nada melhor que conhecer o Pe. Fausto, como reitor do grandioso “Santuário dedicado a Dom Bosco em Colle Dom Bosco”, onde havia muitos salesianos leigos e candidatos a aspirantes. Alguém deve ter sugerido a ele para ir como no Brasil. Chegou a Porto Velho, lá ele era pau para toda obra. Ajudava na pastoral onde fosse preciso, atendia muito às confissões. Pe. Fausto foi sempre muito humilde, dentre de uma inteligência de muito respeito. 13


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