LEiA ComiGo mANuAL Do ProFESSor
SumÁrio Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Leitura 1 - Nome da gente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Leitura 2 - A casa e seu dono . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Leitura 3 - Pica-pau rei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Leitura 4 – Pingo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Leitura 5 - O brinquedo livro . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Leitura 6 - O meu abecê . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Leitura 7 - Meu amigo mais antigo . . . . . . . . . . . . . 42 Leitura 8 - Pinóquio: como tudo começou . . . . . . . . 47 Leitura 9 - O carvão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Leitura 10 - Preguiça-de-coleira . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Leitura 11 - Ficha da preguiça-de-coleira . . . . . . . . . 62 Leitura 12 - Pedro Malasartes: o passeio ao céu . . . 65 Leitura 13 - Trocadilho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Leitura 14 - Anúncios classificados . . . . . . . . . . . . . 73 Leitura 15 - Brincar com os números . . . . . . . . . . . . 76 Leitura 16 - A árvore da música . . . . . . . . . . . . . . . 81 Leitura 17 - Aritmética da Emília . . . . . . . . . . . . . . . 85 Leitura 18 - A festa no céu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Leitura 19 - O leão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Leitura 20 - O buraco do tatu . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Leitura 21 - O soldadinho de chumbo em cordel . . 101 Leitura 22 - Parlendas de tirar . . . . . . . . . . . . . . . . 105
INTRODUÇÃO O presente manual tem como objetivo apresentar propostas para o uso eficaz do livro Leia Comigo, também chamado de Livro Gigante. O título é proposital, pois assinala a transição da criança que pede “lê pra mim” para a que se prepara para ler sozinha, depois de alfabetizada. O Livro Gigante e sua versão reduzida, que o acompanha para ser usada pelos alunos, têm como principais funções: 1. desenvolver a consciência fonêmica e consolidar o princípio alfabético, caso os alunos ainda não tenham adquirido essas competências; 2. desenvolver e consolidar competências básicas de familiaridade com livros e a metalinguagem usada para tratar de livros, textos, suas características formais e da própria linguagem; 3. desenvolver o gosto, o hábito, instrumentos e competências para apreciar um texto; 4. desenvolver e ampliar o vocabulário e o conhecimento a partir dos textos; 5. desenvolver estratégias gerais que facilitam a compreensão de textos; 6. articular a leitura e a escrita e entender que a escrita é uma forma de releitura, que avança o processo de compreensão. LEIA COMIGO não tem como objetivo principal ensinar o aluno a ler. Mas ao ouvir, refletir sobre o texto e acompanhar a leitura com o professor, as crianças vão adquirindo conhecimentos e instrumentos que serão fundamentais para apoiar o processo de alfabetização. O mais importante deles é a motivação para se alfabetizar: a criança alfabetizada poderá ler esses textos, sozinha, na hora que quiser, quantas vezes quiser. Este manual apresenta orientações gerais para o desenvolvimento das habilidades acima. Apresenta também orientações específicas para a exploração de cada texto e para as várias formas de ler junto com as crianças, inclusive, usando a versão reduzida do Livro Gigante.
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A - orientações para o desenvolvimento de competências de leitura 1. Consciência fonêmica e princípio alfabético QQ
Consciência fonêmica significa saber que as palavras são formadas por unidades menores, os fonemas . As palavras pá e má têm dois fonemas . O /a/ é igual nas duas palavras, o /p/ e o /m/ são diferentes . Cada fonema modifica a forma como lemos ou escrevemos a palavra . Adquirir a consciência fonêmica é o primeiro passo para o processo da alfabetização . Princípio alfabético é a base do nosso sistema alfabético: as letras representam os fonemas . Cada fonema pode ser representado por uma ou mais letras . Por exemplo, o fonema /s/ pode ser representado por s, ss, c, sc, ç, x, z . Para adquirir o princípio alfabético, a criança precisa conhecer as letras, suas formas e seus nomes . E, além disso, precisa adquirir a consciência fonêmica . Só assim ela saberá que não é o mesmo que .
Como desenvolver essas habilidades: QQ
A maioria das crianças que estiveram em uma boa pré-escola já deve ter adquirido essas noções . Caso elas não as tenham adquirido, o professor deve aproveitar as várias oportunidades durante a leitura para chamar atenção para fonemas e grafemas, especialmente, aqueles já conhecidos ou que estejam associados às lições do Livro Aprender a Ler . OQ
OQ
OQ
Nome das letras . Ex .: Quem sabe qual é essa letra? Onde mais aparece essa letra? Quantas vezes essa letra aparece? “Som” das letras . Ex .: Boi . Qual letra representa o /b/? Ou: O que acontece se eu tirar o B e colocar o F? Como fica a palavra? E, se eu tirar o B, como fica a palavra Boi? Essas atividades devem ser feitas, chamando atenção para o som das letras no início, meio ou final das palavras . Formas da letra . Ex .: observar os diferentes tipos de letras (maiúscula, minúscula, cursiva, diferentes fontes etc .) .
No Manual de Consciência Fonêmica, o professor encontrará mais sugestões sobre atividades que podem ser desenvolvidas para desenvolver a consciência fonêmica e o princípio alfabético . O professor deve ter o cuidado de diferenciar com clareza o nome das letras do som que elas representam .
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2. Familiaridade com livros e metalinguagem Familiaridade com livros e metalinguagem significa saber manusear e conversar sobre textos, livros e leitura de forma apropriada. Isso inclui: QQ
Habilidades motoras: saber abrir o livro, virar as páginas, ler e acompanhar a leitura da esquerda para a direita, cuidados com os livros. Nomenclatura: OO
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Para lidar com livros: saber o que significa e usar adequadamente palavras como título, autor, ilustrador, sumário, página, verso, frente, capa, contracapa, cima, baixo, meio, direita, esquerda, parágrafo, verso, rima, o nome dos vários tipos e gêneros de texto. Para falar sobre as ilustrações: forma, cor, perspectiva, figura, fundo, claro, escuro etc. Para conversar sobre o texto, a linguagem: frase, palavra, sinais de pontuação, maiúsculas e minúsculas, nome comum, nome próprio, palavra, espaço etc.
Como desenvolver essas habilidades: QQ
Muitas crianças já conhecem esses termos, portanto, o mais fácil é perguntar quem sabe isso ou aquilo, e dessa forma o professor vai estimulando, corrigindo, dando mais precisão e encorajando as crianças que não sabem a aprender e usar esses termos. A cada dia um aluno deve ser capaz de identificar o texto usando algum tipo de pista (nome, autor, página, ilustração etc.). Modelagem: O professor deve usar sempre a nomenclatura correta e repetir corretamente o que o aluno disse, usando frases completas, de forma correta (Ex.: isso mesmo, o nome do autor é Monteiro Lobato). OO O professor deve sempre ler com ritmo e entonação. OO O professor deve, de vez em quando, “pensar alto” (vamos ver como eu vou descobrir o nome do ilustrador. Quem pode me ajudar? Eu sei que no Sumário está o nome do texto, do autor e do ilustrador etc.). Esse tipo de modelagem ajuda as crianças a desenvolver os processos de metacognição, ou seja, como controlar o próprio processo de pensamento e de aprendizagem. Outras estratégias: OO
OO OO
Pedir às crianças para identificarem a palavra, letra, título etc. Começar a leitura em diferentes partes do texto para aluno: XX dizer onde professor está (o aluno terá que encontrar alguma pista, como uma palavra, para saber isso); XX dizer se o professor está lendo no lugar certo.
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Pedir para as crianças acompanharem no livro reduzido a direção da leitura: com os olhos, com o dedo, mostrar onde o professor parou, onde deve continuar etc.
Essas atividades devem ser desenvolvidas com maior intensidade e frequência no início do ano. Depois que as crianças já dominam esses termos, o professor deve se assegurar de que elas os utilizam sempre e de forma apropriada. 3. Gosto, hábito e competências de leitura Como desenvolver essas habilidades: Gosto: ninguém nasce gostando de ler livros: este é um gosto aprendido. E o principal fator é o exemplo que o professor dá. O professor que lê, que gosta de ler, que sabe ler e que sabe encantar seus alunos, certamente irá conseguir que eles adquiram o gosto pela leitura. Portanto, o segredo é dar bom exemplo: ler muito, mencionar livros, relacionar eventos do dia a dia com algo que está nos livros, relacionar assuntos do livro com eventos do dia a dia. Dessa forma a criança entenderá, aos poucos, a relação entre o mundo da leitura e a leitura do mundo, entre o que lê nos livros e o que encontra no seu quotidiano. Os livros nos ajudam a conhecer a nós mesmos, aos outros e a conhecer melhor o mundo. Antes de ler um texto novo, a professora pode começar a conversar sobre o assunto. Por exemplo, antes da leitura do texto “Casa dos animais”, as crianças podem dizer o que sabem, desenhar, ilustrar, montar casinhas de papel. E, quando for feita a leitura, elas irão fazer relações com o que já sabem, entendendo, dessa forma, a relação entre a realidade e o texto. Hábito: o hábito se forma pela prática. A cada dia letivo deve haver um ou mais momentos de leitura. A cada dia deve haver tipos diferentes de leitura, do Livro Gigante e de outros livros – cada leitura com seu objetivo. Os alunos devem ser encorajados a ler, levar livros para casa, contar as histórias que leram, falar sobre livros – mesmo antes de aprender a ler. A criança que pode escolher o que vai ler tem mais chance de ler, e, consequentemente, de formar o hábito e desenvolver o gosto pela leitura. Portanto, sempre que possível, dê opções para as crianças escolherem o que vão ler. Competências específicas de leitura: o gosto e o hábito dependem de o aluno saber ler e ler bem. Portanto, para que a criança possa se desenvolver, o professor deve ajudar as crianças a adquirir duas competências fundamentais. A primeira é saber ler (ser alfabetizado). Quanto melhor a criança lê, com fluência, sem errar, mais ela lerá sem esforço. A outra é compreender o que lê. Para isso é necessário um trabalho constante de desenvolvimento de vocabulário e de estratégias de compreensão de texto.
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4. Vocabulário e conhecimento sobre o mundo Nós entendemos um texto quando conhecemos o sentido das palavras. O que conhecemos sobre o vocabulário de um texto constitui o melhor preditor da nossa capacidade de compreendê-lo. Quanto mais sabemos do assunto, mais vamos entender. A maioria das leituras do livro Leia comigo apresenta um vocabulário simples. Poucos textos apresentam palavras que as crianças não conhecem. Mas todos os textos permitem desenvolver e ampliar o vocabulário, por meio de rimas, sinônimos, antônimos, sentido próprio ou figurado, temas familiares às crianças etc. Aprofundar o conhecimento do mundo por meio de leituras, conversas e entendimento do vocabulário usado ajuda a criança a entender cada vez mais o que lê. Alguns aspectos mais importantes a serem considerados, nesta fase, incluem: QQ
identificar o sentido próprio e figurado de uma palavra;
identificar outros sentidos de uma mesma palavra;
identificar sinônimos e antônimos e saber usá-los em contextos relevantes;
identificar e interpretar o sentido literal e o sentido figurado de palavras e expressões; identificar as pequenas diferenças entre sinônimos, para progressivamente apreciar a importância da escolha adequada de palavras (é parecido, mas não é o mesmo sentido).
Como desenvolver essas habilidades: No caso de palavras novas ou desconhecidas, o professor deverá decidir se vai explicar a palavra ANTES da leitura, DURANTE ou DEPOIS da mesma. Eis o critério: QQ
ANTES: se a palavra for essencial para o texto ser compreendido, o professor deve dizer que eles vão ouvir a palavra tal. Explicar o que significa, dar exemplos, no contexto ou fora do contexto da leitura, usando frases completas e situações familiares. DURANTE: se o professor estiver certo de que pode interromper a leitura para explicar uma palavra sem prejudicar a atenção dos alunos, esta pode ser uma boa estratégia. Muitas vezes, basta dar um sinônimo logo depois de ler a palavra. DEPOIS: muitas vezes, podemos compreender um texto mesmo que não compreendamos uma ou outra de suas palavras. E, frequentemente, só se entende bem um texto depois de explorar a fundo o sentido ou os vários sentidos de uma palavra ou expressão.
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