Grafismo e Caligrafia - Introdução

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GRAFISMO E CALIGRAFIA – INTRODUÇÃO


Introdução Este livro integra uma série de 3 volumes da Coleção Grafismo e Caligrafia do Instituto Alfa e Beto. Os volumes apresentam uma progressão das atividades para alunos de 4, 5 e 6 anos, correspondentes à pré-escola e ao 1º ano do ensino fundamental. • O volume Grafismo e Caligrafia – Introdução prepara e motiva a criança para a descoberta da escrita e tem como objetivo principal o desenvolvimento de habilidades motoras finas e o domínio progressivo desses movimentos. As atividades são organizadas em níveis de dificuldade progressivos, e, portanto, devem ser feitos na ordem indicada, ao longo do ano letivo. Todas as atividades são lúdicas. Neste e nos demais volumes há inúmeras ilustrações para colorir. • O volume Grafismo e Caligrafia – Letras de forma inicia o aluno na escrita das letras de forma, mediante o domínio dos gestos e movimentos precisos. O livro introduz o aluno ao mundo das letras e, daí, ao mundo das palavras e frases. • O volume Grafismo e Caligrafia – Letras cursivas – apresenta as letras cursivas maiúsculas e minúsculas e apresenta inúmeras oportunidades para a criança usar a escrita em situações concretas de comunicação.

A didática do grafismo e da caligrafia A proposta didática da Coleção Grafismo e Caligrafia se apoia em quatro princípios: 1. Sentido, forma e tamanho dos traços • Sentido. Todos os traçados de formas e letras devem ser iniciados por demonstração do professor, gestos, imitação no ar, no quadro negro e são orientados por setas. • Forma. Todas as formas que são utilizadas para escrever letras são trabalhadas anteriormente e refinadas progressivamente (linhas retas, curvas, sinuosidades etc.). • Tamanho. As atividades são desenvolvidas com modelos e limites (pauta) progressivamente menores.

2. Precisão Embora as atividades sejam todas lúdicas, elas devem ser realizadas com precisão progressivamente maior. Os espaços são sempre delimitados e o aluno deve aprender a respeitá-los. 3. Motivação A motivação se dá pelo interesse natural da criança em rabiscar, desenhar, colorir e aprender o alfabeto. O caráter lúdico reforça essa motivação. A oportunidade para observar, comentar e colorir os desenhos e detalhes de cada parte também é muito motivadora. O professor deve relacionar as atividades feitas nesse livro às situações em que os alunos também desenham e escrevem, de maneira a ressaltar a sua utilidade para se comunicar. O uso de formas geométricas e dos bonecos pode ser feito em várias outras situações escolares, reforçando os movimentos e a utilidade dessa aprendizagem. O professor deve sempre encorajar os alunos, elogiando os sucessos e apresentando desafios cada vez maiores (precisão, limpeza etc.). 4. Prática supervisionada e espaçada A caligrafia é uma habilidade psicomotora. Portanto, a melhor estratégia para aprender esse tipo de habilidade consiste na prática supervisionada e na prática espaçada. A prática supervisionada requer a modelagem pelo professor, a repetição pela criança e o feedback imediato pelo professor, de forma a ajudar o aluno a dominar, progressivamente, os movimentos. A prática espaçada requer que a criança faça essas atividades sempre, mas um pouco de cada vez. Não basta praticar, é preciso praticar com precisão, daí a importância da supervisão e da correção pelo professor.

Atividades preparatórias e recorrentes: postura e uso do lápis Pos­tu­ra A Fi­gu­ra 1 ilus­tra a pos­tu­ra ade­qua­da do alu­no na car­tei­ra ou mesa: Fi­gu­ra 1


A pos­tu­ra do alu­no pode in­ter­fe­rir mui­to nos mo­vi­men­tos da mão e pre­ju­di­car a es­cri­ta. A pos­tu­ra ideal re­co­men­da­da, ilus­tra­da na Fi­gu­ra 1, su­põe: • Uma ca­dei­ra com o en­cos­to reto. • A al­tu­ra da ca­dei­ra deve per­mi­tir que o alu­no fi­que com os pés fir­mes no chão, com o tron­co e as per­nas em ân­gu­lo de 90º. • A al­tu­ra da mesa, car­tei­ra ou tá­bua onde o alu­no es­cre­ve deve es­tar a apro­xi­ma­da­men­te 5 cen­tí­me­tros aci­ma da cur­va dos co­to­ ve­los. Uma mesa alta obri­ga o alu­no a do­brar os om­bros, o que res­trin­ge os mo­vi­men­tos e com­pro­me­te a co­lu­na. • A mão que não es­cre­ve deve res­pou­sar na mesa e se­gu­rar o pa­pel no qual o alu­no está es­cre­ven­do. To­dos os de­ta­lhes in­cluí­dos nes­ses dois pas­sos cons­ti­tuem um con­jun­ to de mo­vi­men­tos e se­quên­cias de mo­vi­men­tos que pre­ci­sam ser en­si­na­dos cor­re­ta­men­te e de­sen­vol­vi­dos, mediante prá­ti­ca su­per­vi­sio­na­da e feed­back es­pe­cí­fi­co, para que o alu­no ad­qui­ra bons há­bi­tos que lhe se­rão úteis para o res­to da vida. Esse trei­na­men­to não di­fe­re em nada de qual­quer trei­na­ men­to psi­co­mo­tor; exi­ge mo­ti­va­ção, prá­ti­ca orien­ta­da, feed­back e mui­ta dis­ci­pli­na. Quan­do ele não ocor­re, o alu­no fica pre­ju­di­ca­do – so­bre­tu­do o alu­no que, por fal­ta de bons há­bi­tos, pas­sa a es­cre­ver com maior len­ti­dão. Pe­gar no lá­pis A Fi­gu­ra 2 ilus­tra a cor­re­ta for­ma de o alu­no des­tro se­gu­rar o lá­pis para es­cre­ver. Ela tam­bém in­di­ca a in­cli­na­ção do pa­pel – ele deve es­tar pa­ra­le­lo ao bra­ço di­rei­to, in­cli­na­do a apro­ xi­ma­da­men­te 45º. O ou­tro bra­ço do alu­no (es­quer­do) re­pou­sa so­bre o pa­pel, se­gu­ran­ do-o para evi­tar que es­cor­re­gue. Quan­do o alu­no está co­me­çan­do a es­cre­ver em pa­pel sem pau­ta, o uso de um pa­pel pau­ta­do gros­ so pode aju­dá-lo a ad­qui­rir o sen­ti­do de Fi­gu­ra 2 orien­ta­ção. Como se­gu­rar o lá­pis – As Fi­gu­ras 3 e 4 apre­sen­tam duas for­mas alu­nos des­tros

ade­qua­das para os alu­nos ca­nho­tos se­gu­ra­rem o lá­pis. Al­guns ca­nho­tos apre­sen­tam al­gu­mas va­ria­ções, so­bre­tu­do re­la­cio­na­das à cur­va­tu­ra da mão.

Fi­gu­ras 3 Como pe­gar no lá­pis – alu­nos ca­nho­tos

Fi­gu­ras 4 Como pe­gar no lá­pis – alu­nos ca­nho­tos

Se­gun­do os es­pe­cia­lis­tas na ma­té­ria, se­gu­rar o lá­pis cor­re­ta­men­te possibilita maior fluên­cia na es­cri­ta. Por isso se diz que esta é a pos­tu­ra cor­ re­ta – as de­mais pos­tu­ras, que não são cor­re­tas, re­tar­dam a ve­lo­ci­da­de do alu­no. Além dis­so, po­dem criar pro­ble­mas de co­lu­na, de vi­são e ou­tros. O alu­no que não se­gu­ra o lá­pis de for­ma cor­re­ta so­fre enor­mes pre­juí­ zos. Os alu­nos mais len­tos para es­cre­ver te­rão ain­da maio­res di­fi­cul­da­des na es­co­la. A ideia de que o alu­no deve ter li­ber­da­de de pe­gar no lá­pis como qui­ser é mui­to po­pu­lar. No en­tan­to, ela não tem qual­quer res­pal­ do nos co­nhe­ci­men­tos da pe­da­go­gia cien­tí­fi­ca. Ig­no­rar a im­por­tân­cia da pos­tu­ra e da for­ma cor­re­ta de usar o lá­pis é mais ou me­nos equi­va­len­te à ideia de que cada um deve in­ter­pre­tar os si­nais de trân­si­to da for­ma que lhe seja mais agra­dá­vel e pra­ze­ro­sa. As Fi­gu­ras 5, 6 e 7 apre­sen­tam os pas­sos para en­si­nar o alu­no a pe­gar no lá­pis.

Fi­gu­ras 5, 6 e 7 – Co­man­dos para en­si­nar a pe­gar cor­re­ta­men­te no lá­pis (des­tros)


Passo 1 – Co­lo­car o lá­pis na car­tei­ra, reto, com a pon­ta vi­ra­da para o alu­no. Passo 2 – Pe­gar o lá­pis. O alu­no deve pe­gar o lá­pis com a pon­ta dos de­dos – o cha­ma­do mo­vi­men­to de pin­ça. No ato de le­van­tar o lá­pis, o alu­no usa o ter­cei­ro dedo – os três de­dos de­vem fi­car a apro­xi­ma­ da­men­te 1cm aci­ma da pon­ta do lá­pis. Passo 3 – Vi­rar. O lá­pis deve es­tar apon­tan­do para o om­bro do alu­no. Ob­s er­v a­ç ão, no caso de alu­n os ca­n ho­t os que es­c re­v em com a mão vi­r a­d a: • A po­si­ção do lá­pis será di­fe­ren­te, e sua di­re­ção de­pen­de­rá da for­ma como o alu­no vira a mão. • A dis­tân­cia en­tre os de­dos e a pon­ta do lá­pis ten­de a ser um pou­co maior.

Papel do professor 1. Determinar contexto e momento adequado para as atividades. 2. Demonstrar. a) Primeiro: professor deve sempre começar demonstrando no quadro de giz como será o movimento. O desenho que aparece no caderno deve ser feito no quadro. b) Segundo: os alunos devem imitar o movimento no ar. Para tanto, eles devem ficar de pé, ao lado da carteira (sempre que isso for mais adequado). O professor deve prestar atenção para demonstrar de costas para os alunos, para que eles imitem exatamente o movimento. Também deve fazer demonstrações próprias para os alunos canhotos. O professor deve observar para assegurar que os alunos estão imitando os movimentos corretamente. Explicar o movimento verbalmente ajuda na sua retenção. c) Terceiro: os alunos devem identificar a tarefa por meio dos ícones (vide abaixo). d) Quarto: os alunos devem identificar as setas e a direção a ser seguida.

e) Quinto: os alunos devem fazer os traços com o dedo ANTES de começar a usar o lápis. f ) Sexto: os alunos devem usar o lápis e fazer o traçado ou atividade prevista. 3. Guiar. Grafismo e caligrafia são atividades motoras que se aperfeiçoam com prática intensiva, mas espaçada. Mas não basta repetir, é preciso fazer corretamente e repetir corretamente. A prática tem que ser guiada pelo professor, com atenção individual a cada criança. O professor demonstra, dá oportunidades para o aluno imitar, dá pistas e, se necessário, guia os movimentos do aluno com a mão. Alguns alunos podem precisar de apoio adicional (modelar os movimentos, formas ou letras usando massinha, escrevendo com o dedo na mão da criança, recortando as formas e circulando-as com lápis, usando lápis de grossura diferente etc.) 4. Avaliar. O professor avalia o aluno sobretudo durante a execução das atividades. Este é o momento de identificar as dificuldades de cada aluno e de ajudá-los a superá-las mediante o uso das técnicas acima.

Aspectos práticos 1. Duração. As atividades normalmente devem durar de 10 a 15 minutos. A prática espaçada é fundamental para o domínio de atividades motoras. As atividades devem ser bem preparadas, bem entendidas e bem executadas e com tempo suficiente para o aluno entender o que fazer e fazer bem feito. No Pré-2 e no 1º ano, o professor deve ensinar as atividades em aula e o aluno deve praticar em casa. Na aula seguinte o professor revê e corrige. 2. Dever de casa. Atividades de grafismo e caligrafia podem ser usadas como dever de casa. O dever de casa também pode incluir orientações para colorir as ilustrações de cada página já feita, reproduzir os desenhos de cada página na mesma escala ou em escala maior. O professor encontrará no final de cada livro orientações sobre como anotar o dever de casa e como interagir com os pais, indicando se o dever foi


feito ou não e se precisa ser refeito. Este é um excelente instrumento para habituar o aluno a cumprir seus deveres de forma adequada e no tempo certo.

3. Ícones. Os alunos devem entender o que significam os ícones, de forma a saberem exatamente o que fazer em cada atividade. Os ícones abaixo são usados para orientar a atividade a ser feita. As crianças devem aprender logo a identificar os itens e saber o que devem fazer.

Ícones

Cobrir pontos

Colorir

Completar

Copiar

Desenhar

Escrever

Ordenar

Traçar o caminho

Ligar


1


2


3


4


E

O

T

B

B

E

T

O

5


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