Redação Oficial - II Izaac Azevedo dos Santos
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Sumário 1. Narração .............................................................................................................................................. 2 1.1. Tipos de Narrativa ...................................................................................................................... 2 1.2. Estrutura da Narrativa............................................................................................................... 2 1.3. Elementos da Narrativa ............................................................................................................ 3 2. Descrição ............................................................................................................................................. 8 2.1. Estrutura da Descrição.............................................................................................................. 8 2.2. Tipos de Descrição.................................................................................................................... 9 2.3. Descrição de pessoa............................................................................................................... 10 3. Texto Narrativo-descritivo ............................................................................................................ 12 4. Atividades ......................................................................................................................................... 14
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1. Narração A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.
1.1 Tipos de narrativa Dentre os tipos de narrativa, citamos: 1.Conto: narrativa curta que gira em torno de um acontecimento real ou fictício. 2.Crônica: narrativa informal que tem como tema o cotidiano. 3.Fábula: narrativa que transmite mensagem de cunho moral. 4.Novela: narrativa longa que se desenvolve em torno de um personagem principal. 5.Romance: narrativa longa que envolve várias tramas.
1.2. Estrutura da narrativa A narração segue a seguinte estrutura: 1.Apresentação:
é
parte
introdutória,
em
que
as
principais
características do contexto são apresentadas, tais como as personagens, o lugar e o período de tempo. 2.Desenvolvimento: é a parte que apresenta a sucessão de acontecimentos. 3.Clímax: é a parte mais emocionante em virtude de ser o momento em que algo é revelado. 4.Desfecho: é parte conclusiva, a partir de quando são tomados os rumos finais da narração.
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1.3. Elementos da narrativa 1.3.1. Personagens Conforme a sua importância, os personagens são classificados em principais e secundários. Os principais são chamados de protagonistas, enquanto os secundários são coadjuvantes. Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é fundamental para o desenvolvimento da ação. Antagonista: Que atua em sentido oposto; opositor; adversário. Personagem que é contra alguém ou algo. Coadjuvante: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da ação. Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da ação, cabendolhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.
1.3.2. Ação No texto narrativo, a ação é o conjunto de acontecimentos que sucedem num determinado espaço e tempo. Aristóteles, em sua Poética, já afirmava que "sem ação não poderia haver tragédia". Sem dificuldade se estende o termo tragédia à narração, e assim a presença de ação é o primeiro elemento essencial ao texto narrativo. A ação pode dividir-se em: Introdução ― é o momento do texto em que o narrador apresenta as personagens, o cenário, o tempo, etc. Nesse momento ele situa o leitor nos acontecimentos (fatos). Desenvolvimento ― é nesse momento que se inicia o conflito (a oposição entre duas forças ou dois personagens). A paz inicial é quebrada através do conflito para que a ação, através dos fatos, se desenvolva. Clímax ― momento de maior intensidade dramática da narrativa. É nesse momento que o conflito fica insustentável, algo tem de ser feito para que a situação se resolva. NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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Desfecho ― é como os fatos (situação) se resolvem no final da narrativa. Pode ou não apresentar a resolução do conflito.
1.3.3. Tempo Tempo cronológico ou tempo da história - é o tempo em que a ação acontece. Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a ação se desenrola. Tempo psicológico - é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito. Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador. Este pode escolher narrar os acontecimentos: por ordem linear e neste caso poderá falar-se numa isocronia; com alteração da ordem temporal (anisocronia), recorrendo à analepse (recuo a acontecimentos passados) ou à prolepse (antecipação de acontecimentos futuros); Ex: acontecimento 3-1-5-2 etc... a um ritmo temporal (medido pela relação entre a duração da história, medida em minutos, horas, dias, ect... e a duração do discurso medida em linha e páginas) igual ou semelhante, estamos de novo perante uma isocronia; a um ritmo temporal diferente (anisocronia), neste caso o narrador pode servir- se elipses (omissão de acontecimentos), pausas (o tempo da história para para dar lugar a descrições, por exemplo) e de resumos ou sumários (resumo de acontecimentos pouco relevantes ou preparação para eventos importantes).
1.3.4. Espaço Espaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movem. Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes. Espaço ou Ambiente psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e sentimentos. NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.
1.3.5. Narrador Há três tipos de narrador. É esse elemento que determina o foco narrativo, ou seja, a perspectiva da história. Narrador Personagem: ele faz parte da história contada. Nesse caso, a narração é feita na 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós). Narrador Observador: ele não faz parte da história, apenas a observa. A narração é feita na 3ª pessoa do singular (ele) ou do plural (eles). Narrador Onisciente: ele conhece todos os detalhes da narração: o presente, o passado e o futuro da história, além do que os personagens e os seus pensamentos. Na maior parte das vezes a narração é feita na 3ª pessoa, por vezes, na 1ª. Exemplos de narração
a) Narrador personagem: "No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!" (Trecho do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector)
b) Narrador observador: "A cachorra baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pelo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida. Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de roscas, semelhante a uma cauda de cascavel. Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito. Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que adivinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta: — Vão bulir com a Baleia? Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria perigo. Ela era uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferençavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiqueiro das cabras." (Trecho do conto Baleia, de Graciliano Ramos)
c) Narrador Onisciente "No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que
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tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera. Sua precaução reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, quando a casa estava vazia sem precisar mais dela, o sol alto, cada membro da família distribuído nas suas funções. Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para que sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a mesma habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido. Saía então para fazer compras ou levar objetos para consertar, cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na. Assim chegaria a noite, com sua tranqüila vibração. De manhã acordaria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os móveis de novo empoeirados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim ela o quisera e escolhera." (Trecho do conto Amor, de Clarice Lispector)
2. Descrição A descrição (do
latim descriptio,
onis,
figura,
representação,
de describere, escrever conforme o original, copiar, transcrever) é a enumeração das características próprias dos seres, coisas, cenários, ambientes, costumes, impressões. A visão, o tato, a audição, o olfato e o paladar constituem a base da descrição.
2.1. Estrutura da descrição Na descrição, os adjetivos exercem um papel importante e os tipos mais comuns de verbos em descrições são os verbos de ligação (ser, estar, ficar etc) porque gramaticalmente esses verbos ligam os seres (substantivos) às características (adjetivos). A estrutura de um texto descritivo contém: NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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Introdução: é quando o ponto de vista de quem está observando focaliza o ser ou objeto e o distingue. Desenvolvimento: o observador captura elementos do objeto em uma ordem coerente devendo caracterizá-los de forma objetiva ou subjetivamente, ou ambas. Conclusão: não há um momento específico para a conclusão em textos descritivos, considera-se a conclusão quando a caracterização estiver completa.
2.2. Tipos de descrição Não há apenas uma forma de descrever algo. A descrição está sujeita ao conhecimento e às próprias impressões de quem descreve. Há dois tipos: Descrição Objetiva e Descrição Subjetiva.
2.2.1. Descrição Objetiva A descrição objetiva transmite de forma imparcial as características de algo, se limita aos fatos da forma mais objetiva possível.
Exemplo: "A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas lojas, uma escola, uma igreja e uma praça." Importa referir que mesmo que se trate de uma descrição objetiva, o que é descrito depende da escolha do descritor.
2.2.2. Descrição Subjetiva A descrição subjetiva transmite a opinião do descritor. Por esse motivo, é corrente o uso de adjetivos. Exemplo: "A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas poucas lojas, uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e uma praça muito florida." NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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2.3. Descrição de pessoa Na descrição de uma pessoa podemos reproduzir as particularidades físicas e psicológicas. Os pormenores físicos são as características que referem-se aos sentidos: visão, tato, paladar, olfato e visão), que retratam os aspectos exteriores do ser como, os traços faciais, as partes do corpo, o jeito de falar, andar, e de se vestir. Os pormenores psicológicos são as características que referem-se aos aspectos emocionais e mentais do ser: comportamento, qualidades, defeitos, personalidade, caráter, virtudes e preferências.
2.3.1. Descrição de pessoa em verso Todo poema pode ser descritivo, formado por uma linguagem subjetiva e/ou objetiva, enquadrando uma imagem imaginária ou real. Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: – Em que espelho ficou perdida a minha face? (Cecília Meireles)
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Este é um poema descritivo, pois produz o retrato do “eu” lírico. Os adjetivos revelam os estados interiores. Através da conotação o poema aproveita o sentido renovado das palavras, privilegiando a emoção, possibilitando assim observarmos o processo de mudança íntima do “eu” poético.
2.3.2. Descrição de pessoa em prosa Veja na descrição abaixo a projeção dos dados psicológicos sobre os aspectos físicos: Ela não era feia; amorenada, com os seus traços acanhados, o narizinho malfeito, mas galante, não muito baixa nem muito magra e a sua aparência de bondade passiva, de indolência de corpo, de idéia e de sentidos. Em algumas descrições o aspecto psicológico é promovido pelos dados físicos. Geralmente, o observador instiga o leitor a perceber o interior do personagem, apenas pela utilização da descrição física. Esse efeito é perfeitamente usado por Machado de Assis no trecho abaixo: Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinqüenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar ás vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros. (Machado de Assis)
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2.3.3. O auto-retrato
Eu sou um menino maior que muitos e menor que outros. Na cabeça tenho cabelo que mamãe manda cortar muito mais do que eu gosto e, na boca, muitos dentes, que doem. Estou sempre maior que a roupa, por mais que a roupa do mês passado fosse muito grande. Só gosto de comer o que a mãe não me quer dar e ela só gosta de me dar o que eu detesto. Em matéria de brincadeiras as que eu gosto mais são as perversas, mas essa minha irmãzinha grita muito. (Millôr Fernandes)
3. Texto Narrativo-descritivo Um texto narrativo-descritivo apresenta alternância entre os momentos narrativos e descritivos. Neste texto predomina sucessão de ações sobre as inserções descritivas. É difícil haver um texto puramente descritivo ou narrativo - nas descrições pode haver marcas das narrativas e vice-versa. Geralmente, as narrativas iniciam-se por um texto descritivo para a apresentação do cenário, local estrategicamente organizado pelo autor, para situar o leitor mais próximo dos futuros acontecimentos. Observe o texto abaixo:
Brinquedos Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A eles não interessava nada, peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados, em suas grandes caixas. NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
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Brinquedos que jamais teriam possuído, sonho apenas de infância, amor platônico. O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas. Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam ao redor. Como não tinha morrido ninguém? – pensavam as crianças. Tinha morrido um mundo, e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados. E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos, sem socorro, nós, brinquedos que somos, talvez, de anjos distantes! (Cecília Meireles) Podemos notar nesta crônica de Cecília Meireles a alternância entre a narração: “Ora, uma noite correu a notícia de que o bazar se incendiara”, a descrição: “O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas (…)”.
4. Atividades
01. Marque com um X a alternativa correta: Um escritor destaca-se pela produção dos gêneros conto, crônica e romance. A sua produção está relacionada com o texto:
a) épico. b) lírico. c) narrativo. d) poético. e) dramático.
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02. Sobre Narração e Descrição, julgue os itens e marque C para Certo e E para Errado:
a) (
) Os personagens principais são chamados de protagonistas, enquanto
os secundários são coadjuvantes. O protagonista é o personagem principal ou herói e desempenha um papel central para o desenvolvimento da ação. b) (
)
A ação no texto narrativo pode dividir-se em introdução,
desenvolvimento, climax, argumento, tese e desfecho. c) (
) O narrador onisciente conhece todos os detalhes da narração: o
presente, o passado e o futuro da história, além do que os personagens e os seus pensamentos. Na maior parte das vezes a narração é feita na 3ª pessoa, por vezes, na 1ª. d) ( ) A descrição objetiva transmite de forma imparcial as características de algo, se limita aos fatos da forma mais subjetiva possível. e) (
) Na descrição de uma pessoa podemos reproduzir as particularidades
físicas e psicológicas, os pormenores físicos são as características que referem-se aos sentidos: visão, tato, paladar, olfato e visão), que retratam os aspectos exteriores do ser como, os traços faciais, as partes do corpo, o jeito de falar, andar, e de se vestir.
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GABARITO
01. c)
02. a) (C) b) (E) c) (C) d) (E) e) (C)
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