Liberdade de expressão e redes sociais

Page 1

_________________________________________________________________________________

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E REDES SOCIAIS - A SOCIEDADE POR UM FIO _________________________________________________________________________________

Renata Sousa, nº292, 11ºC Vânia Sampaio, nº474, 11ºC Ana Fernandes, nº705, 11ºC Rosa Azevedo, nº1659, 11ºC Cátia Machado, nº1654, 11ºC. Professor orientador: Alberto Jerónimo


A SOCIEDADE POR UM FIO

Ao longo dos séculos, o homem, como ser pensante que é, teve necessidade de atribuir uma designação àquela sensação que lhe despertava todos os seus sentidos, que lhe fazia brotar na sua alma uma vontade inexplicável de exprimir o que sentia, de citar bem alto as ideias que vagueavam nos eu íntimo, chamando-lhe de liberdade. Mas, então o que é a liberdade? É um sentimento? Uma sensação? É um direito? Se consultarmos um dicionário, verificamos que se trata de “um direito ou condição do que pode agir e pensar de acordo com a sua vontade, livre de qualquer coerção ou impedimento.” Para a nossa geração, a liberdade sempre nos acompanhou, mesmo quando não sabíamos da sua existência. É algo que nos é tão inerente que, por vezes, nem valorizamos, pois acreditamos que esta sempre estará presente nas nossas vidas, mas nem sempre foi assim. Muitos homens e mulheres, provavelmente parte dos nossos avós, lutaram ferozmente para que, hoje, estivéssemos aqui, sem qualquer tipo de correntes imaginárias, que nos impeçam de nos expressarmos. Talvez a liberdade em excesso que foi atribuída a alguns, nomeadamente a muitos jovens que, tal como nós, nunca souberam o que era viver na sua ausência, os guie a não a utilizarem convenientemente. E o porquê desta situação levar-nos-ia horas para formular uma resposta minimamente lógica e coesa. Afinal de contas, a liberdade é algo tão vão e subjetivo como o temperamento de alguém: existe, mas nunca sabemos como se irá manifestar e quando se alterará. Uma vez que o que pretendemos é elucidar a nossa geração sobre a importância de exercer convenientemente este direito que,


felizmente, já nasceu connosco, propomos a seguinte analogia para transmitir a mensagem sobre esta problemática do século XXI. Se considerarmos que a escova é a liberdade e que o nosso cabelo representa a sociedade na qual estamos inseridos, podemos estabelecer uma semelhança entre o que pode acontecer quando penteamos o nosso cabelo e a forma como utilizamos a tão proferida liberdade. Ao pentearmo-nos, precisamos de ser cautelosos para tentar não danificar nenhum fio capilar, caso contrário, ele pode espigar, ou até mesmo emaranhar-se juntamente com outros, estragando uma grande parte do cabelo. Nestas situações, nós temos duas opções viáveis, ou reparamos os estragos ou, então, eliminamo-los, cortando a parte danificada. O mesmo acontece na nossa vida. Ao transpormos esta situação para o nosso quotidiano temos, nomeadamente os exemplos de “cyberbullying”, em que certos jovens não utilizam a sua liberdade corretamente, mas apenas com o intuito de humilhar alguém, uma vez que os “cyberbullies” detêm uma capacidade tal de persuasão que leva os seus alvos a interiorizar um panorama fictício que em nada se assemelha à realidade. Essa vítima de violência, neste caso, psicológica, torna-se, tal como um fio de cabelo espigado, num ser frágil e vulnerável, com vergonha de si mesmo. Mediante estas circunstâncias e segundo os nossos valores ético-morais, podemo-nos limitar a “apreciar o espetáculo”, juntarmo-nos aos agressores ou sermos sensatos e protegermos quem está a ser alvo de injúrias e se encontra indefeso, pois é a única forma de utilizarmos a liberdade convenientemente, em prol dos outros. Nem sempre é fácil tomar esta decisão, de enfrentar aqueles que, à primeira vista, são mais fortes e poderosos. A única forma de conseguirmos evitar que este presente que nos foi concedido, sem pedir nada em troca, seja maltratado é agindo, lutando por aquilo que


consideramos correto e eficaz, para alcançar o bem comum. Por mais corretas que as nossas ações sejam, pouco valem se não intervirmos para a modificação de certas mentalidades. De que nos vale sermos dotados de tal competência se não a exercemos convenientemente? O nosso papel, enquanto elementos de uma comunidade inclusiva, deve comparar-se à ação de um amaciador, cuja função é reparar os estragos causados sem que seja necessário abdicar do bem-estar do próximo. A liberdade é um bem comum que foi criado para ser partilhado. De que nos serve termos o mundo todo nas nossas mãos, se não for para o dividir com os que nos rodeiam? É evidente que viver em comunidade é deveras exigente, obriga-nos a abdicar de determinados devaneios e caprichos em prol dos outros. Contudo, em contrapartida, adquirimos o direito de nos expressarmos livremente de forma equitativa, enaltecendo sempre o respeito mútuo. Assim, nós, tal como um fio de cabelo, independentemente da sua cor, textura ou forma, temos os mesmos direitos e lutamos pelo mesmo objetivo: crescer cada vez mais na liberdade sem prejudicar o outro!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.