Revista Centenario

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Os ideogramas adinkra são uma simbologia epistemológica e sistema de escrita dos povos acã, da África ocidental (Gana, Costa do Marfim). Alguns deles são representações estilizadas. Sankofa, o pássaro que olha para trás simboliza a sabedoria de aprender com o passado para construir o presente e o futuro. Cada ideograma tem seu provérbio, no caso “Nunca é tarde para voltar e apanhar o que ficou atrás.”

Já o símbolo Dwenini mmen, os chifres do carneiro, tem o provérbio: “O carneiro, ao atacar, não deve fazê-lo com os chifres e sim com o coração,” representando a humildade e a força da mente, do coração e da alma. A luta não pode se basear na arrogância nem na força bruta.

Ao adotar esse símbolo como marca do centenário, o IPEAFRO realça essas qualidades da personalidade e da convicção de Abdias Nascimento. Estilizada pelo designer gráfico Luiz Carlos Gá, o símbolo ganhou uma nova versão para esse evento. Aí está a significação da tessitura colorida que você vê na capa de nossa revista.

Design da revista: Tatiane de Oliveira Lima


AÇÕES PELO BRASIL

ATIVIDADES QUE CONTARAM COM A PARTICIPAÇÃO DO IPEAFRO

GRANDES VULTOS

BIOGRAFIA DE ABDIAS NASCIMENTO NOS ESTADOS BRASILEIROS

LEGADO GRIÔ

LUGARES E INSTITUIÇÕES COM O NOME DE ABDIAS


EDITORIAL

Fundadores: Abdus Nascimento (1914-2011) Elisa Larkin Nascimento Presidente: Elisa Larkin Nascimento Diretora executiva: Vânia Narciso Diretora educativa: Vanda Ferreira Diretor administrativo: Genésio Nogueira Pesquisa e comunicação: Tatiane Lima Estagiários: Aline Costa Evelyn Beatriz Lucena Jorge Lucas Maia Maria Amanda Freitas Marina Miranda Renan Ferreira

Criado inicialmente na PUC-SP em 1981, o IPEAFRO tem como missão contribuir para o avanço do ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira e das relações étnico-raciais. Para balizar esse trabalho, Abdias Nascimento propôs construir um centro de referência a partir de seu próprio acervo bibliográfico, documental e museológico. O IPEAFRO vem realizando o tratamento técnico desse acervo visando a preservação e disseminação de seu conteúdo no intuito de tornálo acessível aos pesquisadores e ao público interessado, além de criar, a partir dele, recursos textuais e audiovisuais de apoio para esse ensino.

IPEAFRO (021) 2509-2176 Rua Benjamin Constant, 55/1101, Glória Rio de Janeiro, RJ 20241-150 www.ipeafro.org.br Informações gerais e agendamento de visitas: pesquisa@ipeafro.org.br

O IPEAFRO embarca em um novo projeto de publicação, nossa revista digital, cuja primeira edição registra eventos e atividades que marcaram o centenário de nosso fundador Abdias Nascimento. A escolha reflete o objetivo da instituição, que busca divulgar e dar continuidade ao legado desse homem público que marcou o século XX com sua corajosa e incansável luta pelos direitos humanos e de combate ao racismo, ao sexismo, à homofobia e à injustiça. Como parte das atividades do centenário, tive o prazer e a honra de escrever, para a coleção “Grandes Vultos que Honraram o Senado Federal”, uma biografia ilustrada que, fundamentada no registro documental abrigado no acervo, narra essa rica e inusitada trajetória. O livro foi lançado em agosto de 2015, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e está disponível em formato digital no site do IPEAFRO. Por iniciativa dos senadores Paulo Paim e Lídice da Matta, marcando o centenário, foi criada a Comenda Senador Abdias Nascimento do Senado Federal, para reconhecer personalidades que se destacaram com contribuição relevante à proteção e à promoção da cultura afro-brasileira. A primeira outorga dessa comenda teve lugar em novembro de 2014. O centenário de Abdias foi celebrado por entidades e organizações da sociedade civil como a Academia Brasileira de Letras, o Clube de Engenharia, o Museu de Arte do Rio (MAR), o Festival Literário das Periferias (FLUPP), o Centro de Cultura de Porto Seguro (BA), o Instituto Raízes de Áfricas, o Festival África Livre, o Movimento Negro de Campina Grande

(PB), o Encontro Estéticas das Periferias (SP), o Movimento Negro Unificado (MNU). A dimensão educativa e acadêmica do legado de Abdias ficou realçada nas atividades de instituições como a Biblioteca Mário de Andrade (SP), a Universidade Federal de Minas Gerais, a Escola de Teatro de São Paulo e as secretarias de educação do Estado do Rio de Janeiro e município de Itaguaí, que realizaram seminários e debates. A dedicação do Colégio Estadual Abdias Nascimento em Nova Iguaçu, RJ, e da Nave do Conhecimento em Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio de Janeiro marcaram esse aspecto, complementando as já dedicadas escolas de educação infantil em Salvador (BA) e Londrina (PR) e a Escola Técnica Estadual em Paraisópolis, bairro da capital de São Paulo. O teatro foi um palco emocionante dessa celebração, coincidindo o centenário com os dez anos da Companhia Abdias Nascimento / Coletivo de Arte Negra (C.A.N.), de Salvador, criado e dirigido pelo ator e dramaturgo Ângelo Flávio. No evento Abriu de Leituras, a C.A.N. reuniu diretores de teatro negro do norte ao sul do país para apresentar os textos da antologia do Teatro Experimental do Negro, Dramas para negros e prólogo para brancos. E realizou a estreia mundial da peça Sortilégio II: Mistério negro de Zumbi redivivo, que Abdias escreveu após sua temporada na Nigéria como professor visitante na Universidade de Ifé. O espetáculo, forte e dinâmico, apresentou uma interpretação genial do texto. No Rio de Janeiro, a Companhia dos Prazeres se juntou à Companhia Brasileira de Mysterios e Novidades para criar o Rito do Nascimento no bairro da Gamboa / Saúde, região portuária do Rio de Janeiro. O legado de Abdias nas artes plásticas teve se registro maior no Museu GodwinTernbach da Universidade da Cidade de Nova York. A exposição reuniu 40 telas em reprodução digital. A impressão das obras foi resultado do trabalho do IPEAFRO na digitalização do acervo. A exposição foi acompanhada de mesas de debate sobre a dramaturgia e o ativismo de Abdias. Elisa Larkin Nascimento, presidente do IPEAFRO - ipeafro@ipeafro.org.br


Dois Anos de Festa: Escrita em 2014 e lançada em 2015, a biografia de Abdias Nascimento estende as comemorações e homenagens à memória e legado do centenarista.

Sete capítulos, um prefácio, um epílogo e 13 anexos. Assim está recheada a biografia de Abdias Nascimento escrita por sua viúva e presidente do IPEAFRO, Elisa Larkin Nascimento. O ano de 2014 atraiu muitos holofotes para a data natalícia em que Abdias completava 100 anos. Foram realizados eventos em diversos estados brasileiros e o lançamento do livro acabou tendo lugar no ano seguinte. Assim, o ano de 2015 também foi marcado por diversas celebrações em homenagem ao ativista do movimento negro. Lançada nos meses de agosto, setembro, novembro e dezembro de 2015, a biografia Grandes Vultos que Honraram o Senado: Abdias Nascimento coloca nas mãos de pesquisadores, artistas e ativistas negros informações importantes sobre a vida e obra de Abdias Nascimento ainda pouco conhecidos. Histórias da sua infância com sua família em Franca,

São Paulo, das suas inspirações para as pinturas afro-brasileiras e para as poesias, contextualização de sua trajetória como ativista no cenário internacional são minuciosamente narrados. A biografia conta com reprodução gráfica dos documentos que registram esses momentos marcantes vividos por esse grande expoente do povo negro brasileiro. Vendido pela biblioteca do Senado e adquiridas na sede do IPEAFRO, o livro que possui um custo pequeno é muito requisitado por intelectuais e ativistas de todo o país, tendo seu último lançamento ocorrido em 26 de setembro de 2016, na Bahia. Em 24 de agosto, aniversário da morte de Luiz Gama, a biografia foi lançada durante Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal em Brasília presidido pelo senador Paulo Paim. Em 26 de agosto, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF/RJ) abriu as portas para o lançamento da biografia no Rio de Janeiro. Tom Borges leu poema de Mãe Beata de Yemonjá; Éle Semog, Lia Vieira, Afonnso Drumond, Débora Almeida e Carlos Negreiros (Orquestra Afrobrasileira) recitaram poesias de e para Abdias. Em 03 de setembro, Elisa Larkin Nascimento lançou o livro durante o VI Artefatos da Cultura Negra em Crato, no Ceará. No dia 19, o lançamento da biografia fez parte da solenidade de encerramento do curso de Especialização em Educação das Relações ÉtnicoRaciais (modalidade EaD) promovido pelo Núcleo de Estudos

Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Paraná (NEAB/UFPR). Em novembro, o IPEAFRO comemorou o Mês da Consciência Negra participando de diversas atividades nos três estados mais frequentados por Abdias. Em 14 de novembro, aconteceram duas atividades em São Paulo, terra de Abdias (nascido em Franca, ele recebeu em 1996 o título de Cidadão Paulistano). Pela manhã, o Flink-Sampa promoveu uma mesa de debates seguida de sessão de autógrafos da biografia. E à tarde, o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da Escola de Comunicação (OBCOM-ECA) da USP como parte da programação do “Censura em Cena” fez a leitura dramatizada da peça de Abdias, Sortilégio (mistério negro) seguida de sessão de autógrafos da biografia no Centro de Pesquisa e Formação do SESC. No Rio de Janeiro, cidade que abrigou o Teatro Experimental do Negro, o Museu de Arte Negra e o ateliê e atual acervo de Abdias Nascimento, houve três atividades. Em 11 de novembro, a biografia foi lançada em Três Rios durante a 2ª Edição do “Projeto Imó: o Despertar da Consciência Negra”. No dia 16, tivemos uma tarde negra na PUC-Rio, em parceria com o Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (NIREMA/PUC-Rio). O IPEAFRO mediou a mesa com Conceição Evaristo, Flávio Gomes e Carlos Santana e realizou um lançamento especial da biografia de Abdias como parte da cerimônia

de inauguração da placa em sua homenagem na sala do NIREMA. No sábado seguinte, na Biblioteca Parque da Rocinha, houve mostra do filme “Abdias Nascimento”, de Fernando Bola, seguida de debate e sessão de autógrafos. Em Brasília, onde Abdias viveu momentos políticos de luta em defesa da população negra, no dia 26/11, realizou-se a segunda outorga da Comenda Abdias Nascimento do Senado Federal. Em 01 de dezembro, houve um lançamento especial no contexto do Seminário “Pós-Abolição em Perspectiva: Novos estudos sobre experiências negras na liberdade”, no Museu do Ingá, em Niterói. Em 04/12, a Iniciativa sobre o Brasil da Brown University nos EUA realizou um simpósio em tributo a Abdias Nascimento. Sob a coordenação dos professores Anani Dzidzienyo e Keisha Khan Perry, o seminário reuniu um elenco primoroso. Molefi Kete Asante abriu com uma brilhante exposição do significado da figura de Abdias para o mundo africano contemporâneo. Seguiram-se dois painéis de estudos aprofundados, o primeiro sobre o tema “Diálogos Diaspóricos e Intercâmbios Políticos”, em que as palestras de Angela Gilliam, Ollie Johnson e Vera Benedito comoveram os participantes. Na segunda mesa “Interpretando o Brasil Afro”, Carlos Medeiros, Zachary Morgan e Cheryl Sterling partilharam reflexões aprofundadas. Elisa Larkin Nascimento encerrou o simpósio com a palestra “Os Chifres do Carneiro”.


Na sua edição de março de 2014, a revista Raça Brasil publicou uma edição especial voltada aos desdobramentos do legado de Abdias Nascimento. O artigo “100 Anos: Abdias do Nascimento”, de Zulu Araújo e Maitê Freitas, rendeu homenagem ao seu centenário. O texto introduz uma série de depoimentos de lideranças, como: a atriz Zezé Motta, a deputada federal Benedita da Silva, o então presidente da Fundação Palmares Hilton Cobra, o diretor do Olodum João Jorge, o poeta e compositor Nei Lopes, a cantora Leci Brandão e Antonio Olavo, diretor do documentário “Abdias Nascimento Memória Negra”, dentre outros.

O Clube de Engenharia do Rio de Janeiro promoveu, em 14 de março, o debate “Democracia Racial: atingimos os objetivos?”. Esteve presente, a diretora presidente do IPEAFRO, Elisa Larkin Nascimento; o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), Luiz Bevilacqua; o Vice-cônsul dos Estados Unidos de assuntos Políticos, John Callan; o presidente do Instituto de Consciência e Cultura Negra Nelson Mandela, José Carlos Brasileiro; a deputada federal Benedita da Silva; o ator Antonio Pitanga; o sambista Nelson Sargento; o integrante do Grupo Cultural AfroReggae, William Reis; e a jornalista Hildegard Angel. No espaço de exposições do Clube de Engenharia, o público pôde apreciar mostras de documentos, fotos e textos sobre a vida e obra dos irmãos André e Antonio Rebouças, e de Abdias Nascimento, negros que contribuíram tanto para construir a história do país. Detalhes sobre o evento foram registrados na edição 541 do Jornal do Clube.


Nos dias 8 e 9 de abril, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) homenageou o centenário de Abdias no IV Colóquio do Núcleo de Estudos Interdisciplinar da Alteridade (NEIA). No dia 8, Elisa Larkin Nascimento deu a conferência “Abdias Nascimento: O sortilégio de um negro revoltado”. No dia 9, o professor Dalmir Francisco fez a conferência “Evocação do ancestre Abdias Nascimento e a negra irmandade: Ethos, ética, lógica e episteme” mediada por Adélcio de Sousa Cruz. Em seguida, Éle Semog abordou o tema “Abdias Nascimento: Um negro ingrato na rua e no parlamento”. Sob a coordenação de Marcos Antônio Alexandre, a professora Leda Maria Martins conferenciou sobre “Abdias Nascimento e o Teatro Experimental do Negro”. No encerramento, Léa Garcia apresentou o depoimento “Do Teatro Experimental do Negro aos palcos do Brasil” dividindo a mesa com a poeta e romancista Conceição Evaristo.

Em 12 de abril, a Escola de Teatro de São Paulo realizou a mesa de discussão “Teatro Experimental do Negro: 100 anos de Abdias Nascimento”. Os debatedores foram: o historiador e pesquisador Christian Moura; a professora Elisa Larkin Nascimento, o ator e escritor Haroldo Costa e o bailarino e coreógrafo Rui Moreira.


O Museu Godwin-Ternbach, em Nova Iorque, EUA, realizou a exposição “Abdias Nascimento: Artist, Activist, Author”, que ficou aberta ao público de 28/04 a 02/06. No dia 30 de abril, Elisa Larkin Nascimento participou da mesa redonda “Abdias Nascimento, Candomblé, Santería e a Política Afro-Latina nas Américas” com John Collins (diretor do setor de Estudos Latinoamericanos e Latinos de Queens College) e Julie Skurski (antropóloga e historiadora), moderada por Amilcar Priestley (diretor do Proyeto AfroLatin@). Na quarta-feira seguinte, o antropólogo James Moore discorreu sobre o tema “O Papel de Flushing no Comércio Atlântico de Pessoas e de Commodities Agrícolas”. No dia 13/05, o literário Christopher Winks palestrou sobre o tema “Estilização no Lugar Afro: Deuses Negros, Estética Negra” abordando a questão da representação artística afrodescendente. No sábado dia 17/05, a professora Vânia Penha Lopes falou sobre a vida e obra de Abdias Nascimento. Domingo (18/05), a socióloga Anahi Viladrich falou sobre a prática de Santería abordando o tema “Farmácias Invisíveis, a Botânica e a Economia Informal de Cura de Queens”. O ciclo de palestras encerrou-se na sexta-feira (13/06), com a participação de Amilcar Maceo Priestley, John Collins, Marta Moreno Vega e Cheryl Sterling no debate “Abdias Nascimento: Resistência Política, a Arte e o Sagrado”.


De 26 de maio a 02 de junho, a Cia. Teatral Abdias Nascimento realizou o “Abriu de leituras”, em homenagem aos dez anos da companhia e ao centenário de Abdias Nascimento. Os debates e ciclo de leituras dramatizadas aconteceram no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador, Bahia. Na abertura, dia 26/05, a mesa redonda “Teatro Negro: Uma Identidade Cultural”. Nos outros dias foram realizados ciclos de leituras dramáticas de “O Castigo de Oxalá”, de Romeu Crusoé pelo Brando de Teatro de Olodum (27/05), “O Emparedado”, de Tasso da Silveira pela Cia Gente de Teatro da Bahia (28/05), peça “Filhos de Santo”, de José Moraes Pinho por atores convidados e sob direção de Julio Moracen 29/05), “Sortilégio”, de Abdias Nascimento pela Cia Teatral Abdias Nascimento (CAN, 30/05), “Anjo Negro” de Nelson Rodrigues pelo Grupo NATA (31/05) e do “Auto da Noiva” de Rosário Fusco por atores convidados e sob direção de Jessé de Oliveira.


De 23 a 25 de maio, foi realizada a II Feira África Livre com o tema “Pan Africanismo e os 100 anos de Abdias e Carolina”. O primeiro dia de festa foi na sede do Maracatu Brasil, em Laranjeiras. O Coletivo Baobá e o grupo Alabê Ketujazz participaram do coquetel cultural que abriu o evento. O filme [ver nome do filme exibido] seguido de roda de debates abriu a série de atividades realizadas na Fundição Progresso. No dia 24, Elisa Larkin Nascimento proferiu uma palestra, seguida de roda de conversa mediada pelo ator Rodrigo dos Santos, sobre a sua convivência com Abdias no contexto de sua atuação e ativismo pan-africanista. O evento seguiu com oficinas de percussão e dança. No final do evento, foi realizada uma festa em comemoração à conexão Brasil-Guiné que contou com a presença de oficineiros e palestrantes dos dois países. Os espetáculos ficaram por conta dos grupos Meninas do Rio, Senbemba Farafina, Rio Maracatu e Coletivo Rainhas Negras.

No dia 13 de maio às 17h30, o historiador Joel Rufino proferiu a palestra “Abdias do Nascimento: a alegria da luta”. A homenagem fez parte do programa “Ciclo Quatro Centenários”, realizado às quartas-feiras pela Academia Brasileira de Letras (ABL) e coordenado pelo acadêmico Alberto da Costa e Silva. O acadêmico conferenciou na semana anterior, em 06/05, sobre Augusto dos Anjos. Em 20/05, foi a vez de Stella Caymmi falar sobre seu avô, Dorival Caymmi, na conferência “Caymmi ‘tá vivo ainda lá!’”. O 3º Ciclo de Conferências – Quatro Centenários se encerrou com a conferência “Iberê Camargo: o exercício da pintura” proferida por Paulo Venâncio Filho, em 27/05.


O Movimento Negro de Campina Grande realizou o evento conhecido como “Agosto Negro”, o III Agosto para Igualdade Racial: Pelo Fim do Genocídio da Juventude Negra no Centenário de Abdias Nascimento, que teve lugar de 05 a 09 de agosto, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande (PB), sob a coordenação do historiador Jair Nguni. A programação incluiu palestra da advogada Raimunda Luíza de Brito sobre “Racismo e desigualdades sociais com foco nas mulheres negras” em diálogo com a mestra em psicologia Maria do Socorro Pimentel e mediada pela ativista negra Ana Lúcia Sales. Houve apresentação da Associação Cultural de Capoeira Badauê, seguida da palestra “Pelo Fim do Genocídio da

Juventude Negra nos 150 de Campina Grande” ministrada pelo capoeirista e historiador Willians Lima Cabral e José Pereira de Souza, além de apresentação do grupo Capoeira Caiana do professor Pindura. Houve, ainda, uma mesa redonda com o mestre Sabiá, o professor Pindura e o professor Assis Capoeira para debater sobre o tema: “A capoeira no combate ao racismo e enfrentamento das desigualdades sociais”, sob a coordenação de Nazito Pereira da Costa Júnior, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (SINTAB). Dois dias foram dedicados ao centenarista Abdias Nascimento. O doutor em História, Élio Flores, ministrou a palestra “Do Teatro

Experimental do Negro à Conquista da Lei 10.639/03: contribuições de Abdias Nascimento para o ensino e história da África e cultura afrobrasileira”, seguida de debate com o público e o mestrando em História na Universidade Federal de Pernambuco (UFPB), Danilo Santos, sob a mediação de Elisa Larkin Nascimento. Finalmente, Elisa Larkin Nascimento proferiu a palestra: “Abdias Nascimento: Pan africanismo e lutas pela igualdade racial no Mundo” em sessão que contou também com o cientista social e professor Rogério Zeferino falando sobre o tema “Comunidades Quilombolas e Opressão Racial na Paraíba”, com mediação de Jair Nguni.


Festa na

Homenagem ao mestre griô e a A grande celebração do centenário de Abdias Nascimento no Rio de Janeiro foi realizada pelo IPEAFRO no Galpão da Ação da Cidadania, no Cais do Valongo em sua data natalícia (14/03). O Cais do Valongo fica na região da zona portuária onde desembarcaram os povos escravizados e onde Abdias passou os seus últimos dias, no Hospital dos Servidores do Estado. A região é um registro arqueológico da chegada dos ancestrais africanos as terras brasileiras e um espaço de significado simbólico da partida de um grande líder e representante dos afrodescendentes. A comemoração do centenário celebrou a herança africana, a memória dos ancestrais do Valongo e a vida de Abdias Nascimento. A vida e a obra de Abdias Nascimento estão intimamente ligadas à história e cultura de origem africana no Brasil do século XX-XXI. Sua trajetória incorpora alguns dos momentos e movimentos mais importantes dos negros em busca de seus direitos humanos e de cidadania: a Frente Negra Brasileira (1931), o Congresso Afro-Campineiro (1938), o Teatro Experimental do Negro (1944), o projeto Museu de

Arte Negra (1950), o Memorial Zumbi e o MNU (1978), e tantos outros. O acervo documenta esses movimentos e conta a vida desse seu protagonista. Ele faleceu em 2011, no momento em que sociedade civil, movimento negro e estudiosos pressionavam a Prefeitura do Rio de Janeiro para modificar seu projeto de reurbanização da região portuária no sentido de contemplar a preservação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, maior porto de entrada de africanos escravizados nas Américas. Internado no hospital que fica bem ao lado do Cais do Valongo, Abdias se juntou aos ancestrais ali mesmo. O profundo simbolismo desse fato o IPEAFRO a realizar nesse sítio arqueológico as cerimônias inter-religiosas do sétimo dia e do primeiro aniversário de sua passagem, bem como do centenário. Foram promovidos seminários e atos culturais no edifício Docas Dom Pedro II, projeto do engenheiro negro abolicionista André Rebouças situado em frente ao Cais do Valongo. A festa começou com a apresentação de Nilze Carvalho e o grupo Regional Saci Chorão que cantaram e tocaram chorinho com permeados pelas poesias de

Abdias Nascimento. A abertura oficial do evento foi composta da proclamação do Hino Nacional, da Independência e da Negritude, além de uma mesa composta por Lilian Thuram, da Fondation Lilian Thuram de Éducation Contre le Racisme. Em seguida, intelectuais negros participaram de um seminário em homenagem ao Instituto da Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela e aos atores e atrizes do Teatro Experimental do Negro (TEN). As palavras inicias de


as Docas:

aos ancestrais do Cais do Valongo

Wande Abimbola, expoente estudioso da tradição de Ifá,e de Olabiyi Yai, ex-embaixador do Benin e ex-presidente do Conselho Executivo da UNESCO, foram seguidas dos discursos proferidos por Anani Dzidzienyo, especialista no estudo afro-brasilianista de raça e etinicidade e professor da Universidade Brown, Kabengele Munanga, antropólogo congolês e professor da USP, Sueli Carneiro, educadora e diretora do Geledés, Leda Maria Martins, draturga e professora

da UFMG. E para conduzir o público para o cortejo, ouviu-se o poema Padê de Exu, de Abdias Nascimento, na voz do poeta. Da rua, o público pode apreciar as imagens digitais do projeto Abdias: Um Memoral Imaginário que reuniu diversas imagens de obras e lembranças do líder afro-brasileiro. As instalações interativas multimídias elaboradas pelo Grupo de Arte Imersiva (GAI) do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE/UFRJ). A instalação

“Abdias: Um Memorial Imaginário” produzida por Luiz Noronha, Bernardo Gavazzi e Fernando Prado, do GAI, foi realizada em conjunto com o Polo Digital do PACC/UFRJ, com o apoio da Coordenadoria de Relações Institucionais e Articulações com a Sociedade (CRIAR/UFRJ). Dando início ao penúltimo bloco de atividades, Aderbal Ashogun e o grupo Treme Terra Sonoras também prestaram homenagens ao nosso griô e a seus ancestrais. Já nas pedras do Cais, autoridades religiosas do candomblé e da umbanda, além de cristãos, judeus, muçulmanos e outros celebram a cerimônia inter-religiosa. Assim o IPEAFRO prestou homenagem aos ancestrais que Abdias, em vida, nunca deixou de reverenciar. Seus pronunciamentos e iniciativas públicas testemunham o legado ancestral que Abdias celebrava da forma mais coerente: procurando dar continuidade. Para encerrar, muito samba no pé com o grupo Terno de Cambraia e Nei Lopes, além de RAP com a artista Re. Fem. e da performance Abdias Exu nas trilhas Griôs do Quilombismo, no Ponto de Cultura IPEAFRO Griô Abdias Nascimento.


Em Porto Alegre, o Ponto Negro da Poesia realizou o seu Sopapo Poético em edição comemorativa dos 100 anos de Abdias Nascimento no dia 26 de agosto. O projeto que é conhecido por valorizar a produção de poetas e compositores negros dedicou à sexta edição de 2014 à obra poética de Abdias Nascimento. Além da homenagem a Abdias, o evento destacou o trabalho artístico do compositor Eugênio Silva de Alencar. Entre as atividades realizadas está a mostra de filmes do Cine Kafuné, atividades para crianças no Sopapinho, e exposição e venda de livros, CDs, artesanato, roupas e acessórios.

Em São Paulo, o IV Encontro Estéticas das Periferias: Arte e Cultura nas Bordas da Metrópole, realizado pela Ação Educativa e parceiros entre os dias 26 e 31 de agosto, comemorou o centenário de Abdias Nascimento e de Carolina Maria de Jesus. No encontro, anualmente diversas atividades ocorrem simultaneamente em diversos lugares espalhados pelo subúrbio paulistano. Na abertura da edição 2014, a Cia. Teatro Conectados fez a intervenção artística “SertãoAmado” que retrata os problemas

enfrentados pelas famílias sertanejas. À noite, o auditório do Parque Ibirapuera foi palco da peça “Favela”, dirigida por Lucelia Sergio e com músicas da banda Aláfia. A peça que retratou o universo dos dois centenaristas homenageados foi encenada por quatro companhias teatrais: Os Crespos, Coletivo Negro, Capulanas Cia. de Arte Negra e Grupo Clariô de Teatro. Elisa Larkin Nascimento foi convidada a saudar o público em nome do IPEAFRO e deu um depoimento, como viúva, sobre a história de vida de Abdias e sua trajetória em São Paulo. De 27 a 30/08, as quatro companhias exibiram suas peças na Mostra de Teatro Negro em homenagem a Abdias Nascimento na condição de fundador do Teatro Experimental do Negro (TEN) em 20 espaços culturais da cidade de São Paulo. O ator Chico dos Bonecos apresentou a peça infantil Tudobolô no Espaço Cultural Periferia no Centro. Abrindo a noite, os coletivos o Les Queens, Sarau do Ademar e Samba Delas apresentaram o show Questões de Gênero na Brasilândia, na sede da Fábrica de Cultura da Brasilândia. Dando início a série de atividades concomitantes, o Coletivo Negro exibiu o espetáculo {Entre}, no

CEU Jaçanã; o grupo Samba da Vela, que se apresenta semanalmente em Santo Amaro, fez uma apresentação especial no Centro Cultural São Paulo (CCSP); e, no Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, aconteceu o debate “A cidade que queremos” sob a mediação de Eugênio Lima, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, com participação de Paulo Celestino, da Cooperativa Paulista de Teatro, do deputado Vicente Cândido, da arquiteta Silvia Carmesini, do promotor Maurício Antônio Lopez e do ex-Ministro dos Esporte Orlando Silva. No terceiro dia de encontro, a Cia. Ateliê das Artes realiza a Oficina de Máscaras, na Casa da Cultura e Cidadania Guacuri (Circo). No mesmo espaço, foi exibida à noite a peça Cartas à Madame Satã ou Me Desespero Sem Notícias Suas, do grupo Os Crespos. Paralelamente, o Centro Cultural da Juventude foi palco do show acompanhado de violão do ator, músico e compositor Fernando Anitelli. Já o Centro Cultural da Penha abriu suas portas para receber o público para o show da cantora Fernanda Coimbra que mistura blues com samba.


No encerramento do “V Ciclo Nacional de CONVERSAS NEGRAS: Agosto Negro ou o que a História Oficial Ainda Não Conta: ‘Obirim: Uma Homenagem às Pretas Mulheres do Rio’”, realizado no Rio de Janeiro pelo Instituto Raízes da África, entidade de Maceió, AL dirigida por Arísia Barros, nos dias 29 e 30 de agosto. Elisa Larkin Nascimento participou do evento, recebendo na qualidade de viúva de Abdias Nascimento uma saudação da organização do evento na ocasião do lançamento da Revista Caetés contendo uma matéria sobre o Centenário de Abdias Nascimento.

A oitava edição do Panorama Afro realizado pelos estudantes e intelectuais negros da PUC-Rio abordou o tema “Kilombismo” baseado na obra homônima de Abdias Nascimento. No dia 09/09, O seminário de abertura do evento sob o tema “Regularização Fundiária de Territórios de Quilombolas” foi seguido da mesa de debates “Regularização de Territórios Quilombolas”. No dia segundo dia, foram realizados dois painéis “Educação (lei 10639) e suas influências para a desconstrução de esteriótipos e preconceitos” e “Kilombismo e Territórios: identidade e legitimidade, homenagem aos 100 anos de Abdias do Nascimento”, que contou com a participação de Elisa Larkin Nascimento. No último dia de evento, encerrou com a realização do painel “Valorização das Práticas e Expressões Tradicionais relacionados à história das matrizes africanas e dos afrodescendentes” e a visita de alunos de escola

pública, convidados a conhecer a biblioteca da universidade. Durante os três dias, empreendedores negros expuseram na feira “FeirAfroArt”. Além de seminário, mesas de debates e painéis houve a entrega do prêmio colher de pau, sendo um entregue a Elisa Larkin Nascimento em memória de Abdias Nascimento e em reconhecimento de suas práticas de continuidade do legado do mestre. O musical “Luz negra” da Cia. Pessoal do Faroeste, dirigido por Paulo Faria, relembra o contexto histórico de criação da Frente Negra Brasileira incluindo Abdias Nascimento entre seus personagens. O espetáculo, que tem como protagonista uma mulher negra forte e empreendedora, com ambientação dos anos 1930 em São Paulo, teve a participação da atriz Mel Lisboa em temporada de cinco meses no teatro da companhia. Elisa Larkin Nascimento foi convidada a participar de uma apresentação, quando teve oportunidade de partilhar informações e observações sobre a trajetória de Abdias Nascimento, além de trocar ideias com o público presente.


Em 30 de outubro, a Secretaria de Educação de Itaguaí realizou o seminário “Centenário de Abdias do Nascimento e seu legado na educação para o mundo” na Câmara Municipal dos Vereadores de Itaguaí. Dentre as atividades realizadas, houve uma exposição de trabalhos feitos por alunos da rede municipal de ensino como parte do “Projeto Sala de Leitura”, a apresentação da Banda Municipal de Itaguaí (BAMITA), a exibição de filme sobre a vida e obra de Abdias Nascimento, a atuação dos alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato na peça “Galinha D’Angola”, a apresentação do coral dos alunos da Escola Municipal Antônio Tupinambá que cantaram “O Canto das Três Raças” e do jongo pelos alunos das Escolas Municipais João Vicente Soares e Prefeito Wilson Pedro Francisco.

No dia 13 de outubro, o IPEAFRO, em parceria com o Centro AfroCarioca de Cinema, realizou um evento de comemoração dos 70 anos de fundação do Teatro Experimental do Negro (TEN). Foram exibidos dois curtas-metragens: “TEN 70 anos”, produzido pelo IPEAFRO e pela Cultne, e “Sebastião Januário: o artista do sacro ao profano”. Além dos filmes, o público pode conferir uma mostra do acervo do IPEAFRO sobre a trajetória do TEN.

A Cia de Teatro Dança Rubens Barbot criou o espetáculo de dança “Nascimento”, um estudo coreográfico sobre o poema “Dias de Kizomba”, de Conceição Evaristo, dedicado a Abdias Nascimento. Foi apresentado no Teatro Cacilda Becker entre os dias 15 e 17 de novembro de 2013, antecipando as comemorações do centenário de Abdias Nascimento, sendo reexibido em maio de 2014, no Terreiro Contemporâneo, sede da Companhia, no Centro do Rio de Janeiro. No encerramento do ciclo de palestras África Hoje no MAR, o espetáculo ganhou um palco privilegiado ao ser realizado junto ao retrato de Abdias Nascimento feito pelos alunos de oficina do artista europeu Vhils, em 09 de novembro de 2014.


De 12 a 20 de novembro, o Centro de Cultura de Porto Seguro realizou o seu tradicional Novembro Negro sob o tema “O Negro e a Cidadania: 100 anos de Abdias Nascimento”. Na abertura, a bailarina Mari Chachá ministrou uma oficina de dança afro para alunos da rede municipal de ensino. Na noite do segundo dia, o cartunista Maurício Pestana lançou o livro Racismo: Cotas e Ações Afirmativas. No dia 17, Elisa Larkin Nascimento proferiu a palestra “Vida e Obra de Abdias Nascimento”, os alunos do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) fizeram uma apresentação em Libras e Martha Mattos, da Casa Ecumênica Pai José, fez uma homenagem a Clementina de Jesus. No antepenúltimo dia, Betinho Cruz realizou uma oficina de percussão de ritmos tradicionais afro-brasileiros e Daniela Luciana, sob a mediação de Alexandre de Oliveira Fernandes, palestrou sobre o tema “Garantias da Diversidade Étnica Religiosa e Cultural na Mídia” e, encerrando as atividades do dia, os alunos da Faculdade Nossa Senhora de Lourdes (FNSL) jogaram capoeira. As vésperas da despedida, ocorreu a exibição de filmes na Mostra de Cultura e Resistência Negra no Brasil e a realização do “Desfile Beleza Negra: a mais bela Chama África” de curadoria de Gilmária Menezes e Carleone Filho, além das apresentações dos grupos

OyaChahá, Estilo Dance, Swing’Art e Rastafiry. No último dia de evento, os alunos da UFSB fizeram um recital e os professores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), do Instituto Federal da Bahia (IFBA), da FNSL e da UFSB participaram do colóquio com curadoria de Agnaldo Neiva e Erotides Morem. Para encerrar, a Manguti Cia de Teatro apresentou o espetáculo “Consciência em Preto e Branco. O que te escraviza? O

que te liberta?”. Paralelamente as atividades programadas, o público pode contemplar as obras das exposições: “Orixás da Bahia”, de Carleone Filho, “Olhos de Ifá”, “Abdias Nascimento e o Jornal Quilombo: luta antirracista no Brasil” e “Abdias Nascimento” realizadas por alunos e professores das escolas e universidades participantes.


Legad

Lugares e Instituições

DIA DO ATIVISTA

CASA DO ARTISTA FRANCANO ABDIAS NASCIMENTO

Em 03/2014, circula o abaixoassinado para a criação de um projeto de apoio cultural aos ativistas em consequência da comemoração do Dia do Ativista no âmbito do estado do Rio de Janeiro. A data, 14 de março, foi instituída em 2009 pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em homenagem a dia de nascimento de Abdias Nascimento.

Em 29/05/2014, é inaugurada a Casa da Cultura e do Artista Francano Abdias do Nascimento, em Franca, SP.

M AIO

MARÇO

Em 05/2014, é lançado o Programa Abdias Nascimento de Desenvolvimento Acadêmico (SECADI/MINC), primeiro edital de incentivo à pós-graduação e ao financiamento de pesquisas e bolsas-sanduíche no exterior para autodeclarados pretos, pardos, indígenas e estudantes com deficiência, realizado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC).

PROGRAMA ABDIAS NASCIMENTO DE DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO

Em 06/2014, a Comissão Eleitoral da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) elege a Chapa Abdias Nascimento para a Direção Biênio 2014-2016 da associação.

CHAPA ABDIAS NASCIMENTO


do Griô:

s com o nome de Abdias

VIADUTO ABDIAS NASCIMENTO Em 07/06/2014, é inaugurado o Viaduto Abdias do Nascimento, com entrada pela Avenida Pinheiro Borda, em Porto Alegre, RS. O governo investiu 26 bilhões na construção do viaduto.

J UN H O

NOVEMBRO

Em 11/2014, é inaugurada a Comenda Abdias Nascimento, aprovada em 2013, que será entregue, anualmente, a cinco pessoas em sessão especial do Senado.

COMENDA SENADOR ABDIAS NASCIMENTO

DEZEMBRO Em 13//12/2014, como parte do processo de resgate da memória da verdade sobre a ditadura militar, o Colégio Estadual Presidente Arthur da Costa e Silva, em Nova Iguaçu, muda o nome para Colégio Estadual Senador Abdias Nascimento. A cerimônia de mudança de nome foi realizada pela Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, com a Secretaria de Educação e a Comissão Estadual da Verdade.

COLÉGIO ESTADUAL SENADOR ABDIAS NASCIMENTO


De 04/10 a 26/11, a Biblioteca Mário de Andrade realizou oficinas, debates, palestras e projeção de filmes em homenagens aos centenaristas Abdias Nascimento e Carolina Maria de Jesus. O mês de outubro foi dedicado à Carolina e o mês de novembro ao Abdias. As atividades em homenagem a Abdias Nascimento contaram com a participação de grandes intelectuais negros, como: sociólogo e pesquisador da obra de Abdias, Marcio Macedo; o poeta e biógrafo de Abdias, Éle Semog; o ator Jairo Pereira, a pesquisadora do Teatro Experimental do Negro (TEN), Daniela Rosa; o doutor Christian Moura; o diretor teatral, Angelo Flávio; a fundadora do Ilubá de Min, Beth Belli e Allan Rosa; e a artista plástica Renata Felinto. Algumas das peças do TEN, poesias e textos de Abdias foram lidos durante a realização do evento.

Abdias Nascimento foi o escritor homenageado da edição 2014 da festa Literária Internacional das Periferias (FLUPP). Entre os dias 12 e 16 de novembro, a Escola de Artes Técnicas Luiz Carlos Ripper, da Faetec da Mangueira, recebeu dançarinos, cantores, escritores, músicos, acadêmicos e literatos que abordaram diversos aspectos da literatura da periferia e da cultura negra, além do SLAM internacional de poesia. O IPEAFRO contribuiu com uma exposição de seu acervo, mostrando o trabalho de Abdias Nascimento e do Teatro Experimental do Negro. A curadora da exposição, Elisa Larkin Nascimento, participou do SLAM com uma apresentação contextualizando leitura de poemas de Abdias pelo poeta Binho Cultura.

Em 28/11, a Câmara Municipal de Niterói celebrouse os 100 anos de Abdias Nascimento por iniciativa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e do Vereador Leonardo Giordano. A programação contou com a declamação do poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, e as palestras “A Importância do Negro no Futebol brasileiro”, proferida por gentil Lima, “Escravidão em Niterói”, ministrada por Célio Junior, e “Herança Negra no Rio”, por Gilberto da Cunha e Chico Alves Lopes. co-fundador da Fundação Palmares, Carlos Moura, e Elisa Larkin Nascimento estiveram presentes.


O Museu de Arte do Rio (MAR), em parceria com o IPEAFRO, dedicou programação de um ano ao tema “África Hoje no MAR: Centenário de Abdias Nascimento”. Com diversas atividades como a visita de Lilian Thuram, que incluiu a conferência “Educação contra o Racismo”. O seminário sobre o tema sobre o tema “Afrocentricidade e Quilombismo” trouxe o professor Molefi K. Asante, da Temple University em Filadélfia, EUA, e o poeta Éle Semog, com mediação de Elisa Larkin Nascimento, em 28 de maio. O seminário “Pensamento e Política” com palestra de Harry Garuba, da University of Cape Town, e Alexandre dos Santos, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), foi realizado no dia 09 de agosto. O seminário Literatura e Poesia, com palestras de Éle Semog, Conceição Evaristo e Elisa Larkin Nascimento, se realizou em 07 de novembro, seguido do espetáculo de dança “Nascimento”, da Companhia de Teatro e Dança Rubens Barbot.

De 24 a 29 de novembro, o Flizo na Nave realizou “A Importante História de Abdias do

Nascimento”. O evento realizado na Nave do Conhecimento da Vila Aliança pela Feira Literária

da Zona Oeste em parceria com Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia (SECT). Moradores da zona oeste puderam prestigiaram a exposição redistribuída para as Galerias Digitais das oito naves do conhecimento espalhadas pela cidade. Além de participarem das oficinas realizadas no dia 29/11 por Elisa Larkin Nascimento. A Nave do Conhecimento de Vila Aliança, recebeu o nome de Abdias Nascimento em 3 de fevereiro de 2013, e conta com mais de cem mil acesso, quase onze mil pessoas cadastradas e 1073 alunos formados.


Em Salvador (BA), a Cia Teatral Abdias do Nascimento (CAN) realizou o espetáculo Sortilégio II: mistério negro de Zumbi redivivo, de Abdias Nascimento, com direção de Ângelo Flávio e coreografia de Zebrinha. Escrita em 1951, a peça Sortilégio (mistério negro) ficou sete anos proibida pela censura oficial e estreou no Teatro Municipal somente em 1957. Após viver um ano na Nigéria, o autor criou uma nova versão da peça, publicada em 1979, que nunca foi levada ao palco. O CAN a apresentou em temporada no Teatro Vila Velha de 21 a 30 de novembro, retornando ao local para exibição durante o festival “A Cena tá Preta”, e houve curta temporada, no Forte do Barbalho (Barracão das Artes) de 21 a 23 de dezembro.

A cerimônia de primeira outorga da Comenda Abdias Nascimento do Senado Federal, realizada no dia 20 de novembro, marcou a instituição desse prêmio instituído por projeto dos senadores Paulo Paim e Lídice da Matta. Na sua primeira edição, a Comenda foi outorgada ao ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ); aos músicos Gilberto Gil e Martinho da Vila; à militante do movimento negro Edna Almeida Lourenço, conhecida como Ekdje Edna de Oiyá; ao ator Milton Gonçalves; ao professor Silvio Humberto dos Passos Cunha, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia; e, in memoriam, ao pescador Francisco José do Nascimento (1839-1914), o

“Dragão do Mar”, que ficou famoso por sua luta abolicionista no Ceará. Elisa Larkin Nascimento participou da mesa e saudou os presentes em nome do IPEAFRO. Cada agraciado recebeu um exemplar da biografia de Abdias Nascimento, escrita por

Elisa Larkin Nascimento e publicado como parte da coleção “Grandes Vultos que Honraram o Senado”. A comenda é um reconhecimento do Senado Federal aos que se destacaram na proteção e na promoção da cultura afro-brasileira.



IPEAFRO (021) 2509-2176 Rua Benjamin Constant, 55/1101, Glรณria Rio de Janeiro, RJ


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