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Setembro 2011

CRIATIVA SUSTENTÁVEL INCLUSIVA

Bem-vindos à Cities Brief 01!

Este é o primeiro número da newsletter da INTELI que pretende divulgar conteúdos associados ao desenvolvimento das cidades e das regiões. Cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social são alguns dos temas lançados para debate. Pretende-se que seja um instrumento interactivo e dinâmico, pelo que contamos com a contribuição dos municípios, organizações locais e regionais e institutos de investigação na disseminação dos seus projectos, notícias ou eventos. Basta enviar um e-mail para citiesbrief@inteli.pt.

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Nº 01 . SET. 2011

EM FOCO: ECONOMIA CRIATIVA NA LUSOFONIA ENTREVISTA COM SECRETARIA DE ESTADO DA ECONOMIA CRIATIVA - BRASIL

FEDERAÇÃO DA ECONOMIA CRIATIVA NO BRASIL PROGRAMA PARA AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS EM MOÇAMBIQUE ACADEMIA DE ARTES E INDÚSTRIAS CRIATIVAS EM TIMOR-LESTE REDE IBERO-AMERICANA ‘COMUNIDADES, TERRITÓRIOS & ECONOMIA CULTURAL E CRIATIVA’

CASOS DE ESTUDO: SERPA, COMUNIDADE INTERCULTURAL DE MÚSICAS E DANÇAS NOTÍCIAS INTELI SITES & LINKS LIVROS & ARTIGOS EVENTOS


ECONOMIA CRIATIVA NA LUSOFONIA ENTREVISTA

Luiz Antônio Gouveia de Oliveira

Secretaria da Economia Criativa - Ministério da Cultura - Brasil Director de Desenvolvimento e Monitoramento Entrevista concedida por escrito. Respeita o original em português do Brasil

1. Quais os objectivos da recém-criada Secretaria da Economia Criativa no Brasil? Como a missão da Secretaria da Economia Criativa (SEC) está diretamente associada ao cumprimento da Estratégia 4 do Plano Nacional de Cultura – “Ampliar a participação da cultura no desenvolvimento socioeconômico sustentável”, fez-se necessária a definição de objetivos alinhados às diretrizes componentes dessa mesma Estratégia. São nossos objetivos, portanto: qualificar e oferecer assistência ao trabalhador cria-

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tivo; promover o fortalecimento institucional da Economia Criativa Brasileira; promover o desenvolvimento intersetorial da Economia Criativa Brasileira; construir ou adequar marcos legais (direitos de propriedade intelectual, direitos trabalhistas, direitos previdenciários e direitos tributários) que atendam às necessidades da Economia Criativa Brasileira. 2. Quais as actividades que a Secretaria se encontra a desenvolver no sentido da promoção da economia criativa? Além de trabalhar na articulação com outros ministérios, instituições públicas e privadas e com as Secretarias de Cultura estaduais, a Secretaria da Economia Criativa está lançando o projeto “Criativa Birô”, que será uma central de serviços e de assistência técnica para fomentar os empreendimentos culturais, no intuito de garantir infra-estrutura para os negócios criativos – desde a produção até o consumo. Em outras palavras, o Criativa Birô será uma espécie de central de atendimento ao empreendedor criativo brasileiro, onde ele terá assessoria para elaborar modelos de negócios, planos de comunicação e distribuição, além de consultorias jurídicas, linhas de crédito, consultoria de exportação e formações específicas. O projeto iniciará sua fase piloto na cidade de Recife, em Pernambuco, partindo então para os estados de Goiás, Acre, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A expectativa é que até o fim de 2012 tenhamos Criativas Birôs em todo o país. O piloto de Recife conta com o apoio do Governo de Pernambuco. Outra ação que deverá ocorrer em todo o território nacional, incentivada pela Secretaria de Economia Criativa, são os observatórios de pesquisa junto às universidades federais. Teremos um observatório nacional, que fornecerá metodologias para os observatórios locais. Estes, por sua vez, irão coletar dados sobre a vocação econômica e cultural de um território e produzirão indicadores que nos ajudarão a direcionar os recursos para onde realmente precisa. 3. Existe coordenação entre os vários ministérios na promoção da economia criativa? Como se opera a colaboração entre o Ministério da

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Cultura e os outros ministérios nesta área? Como se processa a articulação com e entre as Secretarias de Estado da Cultura estaduais? Estamos trabalhando no sentido de articular com os ministérios mas também com as universidades, as fundações de amparo à pesquisa e com o Sistema S (SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE). Com alguns ministérios o Ministério da Cultura realizará ações conjuntas através de acordos de cooperação técnica e financeira. Com outros serão realizadas parcerias apenas técnicas ou financeiras. O mais importante é que, ao pensarmos em soluções para a escassez de crédito e de incentivos fiscais para as indústrias criativas teremos que estabelecer uma interface direta com os Ministérios da Fazenda, da Ciência e Tecnologia, do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já a superação do obstáculo da incipiente formação profissional dos trabalhadores dessa economia, por exemplo, requer uma parceria estreita com o Ministério da Educação. De outro lado, a discussão sobre propriedade intelectual e direito do autor exigirá um diálogo constante com o Ministério da Justiça. O ponto de partida de construção dessa interface do Ministério da Cultura, através da SEC, com os demais ministérios será a implementação do Conselho Interministerial da Economia Criativa, o qual congregará boa parte dos ministérios e de onde sairão propostas de programas e projetos a serem executados pelo MinC e seus parceiros. A articulação entre as Secretarias de Cultura estaduais também é de grande importância na coleta de dados e na implementação das políticas da SEC. 4. Como posiciona o Brasil no movimento da economia criativa a nível internacional? Existem territórios (cidades, vilas, etc.) que se destacam? O Brasil esta fora da lista dos 20 principais países exportadores de bens criativos, e do ranking dos 10 países em desenvolvimento que mais exportam bens e serviços criativos. Isto posto, o MinC inova em sua estrutura organizacional, institucionalizando, através da criação de uma Secretaria da Economia Criativa, o desafio da construção,


implementação e monitoramento de políticas públicas para um novo desenvolvimento fundamentado na criatividade dos empreendedores e na inovação de seus empreendimentos. Afinal, os dados sobre o crescimento desta economia no mundo são indiscutíveis. Quando pensamos na Secretaria da Economia Criativa, pensamos em uma Economia Criativa brasileira, não em uma cópia do que já é feito em outro país, porque nós temos as nossas particularidades, mas é uma economia que é baseada em quatro pilares fundamentais: a sustentabilidade social, econômica e ambiental; a inovação, porque a gente começa a pensar não só no setor criativo no sentido do produto, mas no processo de gestão; a diversidade cultural, que é a nossa grande riqueza e que é base para essa economia e o quarto pilar que é a inclusão social. Do ponto de vista territorial, existem cidades que têm enorme potencial econômico-cultural em determinadas temáticas: na área da música, destaco Salvador (capital da Bahia) e Rio de Janeiro; na área da literatura, há a cidade de Parati (no estado do Rio de Janeiro) com sua Festa Literária Internacional, dentre muitos outros. Certamente, estas cidades farão parte da Rede Brasileira de Cidades Criativas, que a Secretaria da Economia Criativa está estruturando. 5. Qual considera ser o potencial da cooperação ibero-americana na promoção da economia criativa? No espaço ibero-americano vejo com muito otimismo a possibilidade de promovermos o fluxo comercial de bens e serviços criativos. Os laços culturais que nos unem certamente facilitam a construção de canais exclusivos de distribuição e circulação da produção criativa entre o Brasil e os países ibéricos. O intercâmbio de criativos também é uma possibilidade concreta. Para além das trocas comerciais e do intercâmbio de criativos, penso também que seria extremamente valioso promovermos a troca de experiências de políticas públicas de fomento à economia criativa. Acredito que todos os países ibero-americanos têm vários casos exitosos de políticas públicas no campo da economia criativa e que merecem ser intercambiados e enriquecidos.

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FEDERAÇÃO DA ECONOMIA CRIATIVA NO BRASIL Foi lançada em Fevereiro de 2011 a Federação Nacional da Economia Criativa (http://www. construafnec.com.br/), onde participam trabalhadores e empreendedores da cultura, artes, tecnologia e comunicação. Trata-se de uma plataforma de integração das diversas cadeias produtivas que formam o sector cultural e criativo, como o cinema, música, design, animação, jogos, moda, gastronomia, TV e rádio, publicidade, arquitectura, mercado editorial, artes visuais, artes cénicas, cultura digital, cultura tradicional e expressões populares. Os seus objectivos passam por: contribuir para a promoção do potencial económico da cultura brasileira, bem como incentivar o desenvolvimento regional através da cultura; fomentar a criação de programas nacionais de capacitação técnica e formação contínua para o aperfeiçoamento dos profissionais da cultura; contribuir para a promoção e circulação de bens e serviços culturais brasileiros no exterior; e difundir o empreendedorismo cultural e o potencial de geração de emprego e riqueza a partir da diversidade cultural brasileira. A Federação Nacional da Economia Criativa recebeu o apoio do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e, além disso, assumiu o compromisso de apoiar as Secretarias de Cultura na formulação de políticas públicas de cultura com foco na economia criativa. Eixos de Actuação da Federação da Economia Criativa

Fonte:http://www.construafnec.com.br/img/ nova_carta_fnec.pdf

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PROGRAMA PARA AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS EM MOÇAMBIQUE Moçambique foi um dos países seleccionados para ser o precursor de um estudo sobre o potencial da economia criativa no continente Africano, a par do Senegal, Zâmbia, Fiji e Trinidade e Tobago. Trata-se do projecto multi-agências “Fortalecendo as Indústrias Criativas em cinco países seleccionados da África, Caraíbas e Pacífico através do Emprego e Expansão do Comércio”, que se encontra a ser implementado juntamente pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, a UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento e a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A Fase I da iniciativa em Moçambique culminou com a publicação do estudo “Fortalecendo as Indústrias Criativas para o Desenvolvimento de Moçambique” que pretende apoiar a formulação de políticas, através da assessoria ao Governo de Moçambique na articulação de uma estratégia de desenvolvimento que optimize o potencial económico do sector criativo conducente à geração de empregos, expansão do comércio e inclusão social (http://www.unctad.org/pt/docs/ ditctab20092_pt.pdf). Foram identificadas oportunidades concretas nas áreas do cinema, artes plásticas, moda e decoração de interiores como chave do sucesso da economia criativa em Moçambique. Em particular, conforme Edna dos Santos-Duisenberg, responsável do Programa de Economia Criativa da UNCTAD, “na área de cinema vejo possibilidades, inclusive, de cooperação com o Brasil (…) o país pode ajudar Moçambique a formular uma política audiovisual, a lei do cinema e a ter uma estrutura um pouco mais forte, principalmente na área de documentários, que é um pouco mais desenvolvida”. Grande parte das recomendações do estudo apontam para o reforço das estruturas institucionais e do quadro regulatório de políticas, apelando ao carácter multidisciplinar da economia criativa. Um dos resultados recentes traduz-se na criação da Direcção Nacional de Promoção de Indústrias Criativas enquanto divisão do Ministério da Cultura de Moçambique.


ACADEMIA DE ARTES E INDÚSTRIAS CRIATIVAS EM TIMOR-LESTE Em 15 de Julho de 2011 foi anunciado o lançamento de uma Academia de Artes e Indústrias Criativas em Timor-Leste. Pretende preservar a cultura de Timor-Leste, servindo de ponto de encontro entre a tradição e a inovação. De acordo com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, “a criação de uma Academia Nacional de Artes e Indústrias Criativas torna-se fundamental para salvaguardar as artes tradicionais timorenses, o nosso património nacional, ao mesmo tempo que imprime um toque de modernidade e de inovação para projectar também a nossa riqueza cultural e artística no futuro”. A Academia será um espaço de conhecimento e saber artísticos, de aprendizagem, de investigação e de criatividade. A promoção da arte e da cultura em Timor-Leste contribui para promover a paz, investir na educação e formação dos jovens e incentivar o desenvolvimento económico.

REDE IBERO-AMERICANA ‘COMUNIDADES, TERRITÓRIOS & ECONOMIA CULTURAL E CRIATIVA’

A INTELI encontra-se envolvida na dinamização do grupo informal de discussão Rede Iberoamericana ‘Comunidades, Territórios & Economia Cultural e Criativa’. A missão deste grupo passa por ajudar a construir um novo paradigma de desenvolvimento onde a criatividade humana assuma um papel central como produtora de valor social, económico e cultural. Para cumprir esta missão foram identificados os seguintes objectivos: i) Aprofundar a reflexão sobre o potencial da ‘economia cultural e criativa’, nas suas múltiplas dimensões e implicações; ii) Discutir a problemática das ‘comunidades & territórios culturais e criativos’, nas suas múltiplas dimensões e implicações; iii) Assegurar um espaço para a divulgação e visibilidade de projectos de referência nesta área; iv) Discutir o quadro de políticas públicas locais e nacionais; v) Criar pontes entre países onde esta temática esteja a merecer particular atenção (da Ibéria e da América Latina). Mailing-list: https://groups.google.com/group/industrias-culturais-e-criativas Blogue: http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/ Grupo FB: https://www.facebook.com/groups/TerritorioCriativo/ Página FB: https://www.facebook.com/CidadesCriativas E-mail: industriasculturaisecriativas@gmail.com

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SERPA, COMUNIDADE INTERCULTURAL DE MÚSICAS E DANÇAS O Município de Serpa tem uma população de 15.455 habitantes (2008) e situa-se no Baixo Alentejo, no distrito de Beja, em Portugal, fazendo fronteira a oeste com o Rio Guadiana e a este com Espanha. O Concelho dispõe de um conjunto de activos endógenos distintivos em termos naturais, culturais e simbólicos que fazem do território um local atractivo para criar, viver, trabalhar e conviver. Uma paisagem preservada, uma fauna e flora singulares, um clima ameno, aldeias rurais genuínas e o Rio Guadiana são algumas das amenidades de Serpa, a que se aliam um centro histórico único, um vasto património arquitectónico religioso e militar e sítios arqueológicos de interesse. Serpa encontra-se ainda dotada de diversas infraestruturas e espaços culturais e de um conjunto de actividades regulares de animação cultural e social que contam, as mais das vezes, com a participação da comunidade local. Encontra-se também prevista a criação de novos equipamentos, como o Museu do Humor e do Absurdo e a Casa do Cante. Acresce a presença de talentos (muitas vezes “invisíveis”) e associações culturais e criativas de relevo nas áreas da música, teatro e artes visuais (pintura, escultura, fotografia).

do Mundo” (world music), em particular as músicas e danças de ascendência luso-espanhola. A aposta na música está presente na estratégia de desenvolvimento local desde a concepção do Plano de Reabilitação Urbana do Centro Histórico de Serpa, nos anos 90. As expressões culturais tradicionais e o capital simbólico associado ao cante alentejano materializam-se na presença de inúmeros grupos corais, de uma sociedade filarmónica, de músicos e construtores de instruEstratégia centrada nas Músicas e mentos tradicionais, assim como nas práticas e saberes musicais transmitidos de geração em geDanças ração como símbolos da identidade local. Serpa pretende afirmar-se como um espaço Os novos investimentos e projectos estruturantes de músicas e danças, aliando as tradições e ex- que têm vindo a ser lançados pelo município pressões culturais associadas ao Cante Alentejano visam reforçar a imagem de Serpa enquanto escom as novas tendências das designadas “Músicas paço de educação artística e musical e ponto de

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encontro de artistas de todo o mundo. Pretendese atrair novos residentes para a cidade, mas também incentivar a instalação temporária de estudantes de música e dança, músicos e outros artistas em Serpa, promovendo o encontro de diferentes povos e expressões culturais.

Musibéria, Centro Internacional de Músicas e Danças do Mundo Ibérico Inaugurado em 18 de Junho de 2011 pelo Município de Serpa, o Musibéria – Centro de Músicas e Danças do Mundo Ibérico (http://www. musiberia.com.pt) pretende difundir internacionalmente, através de actividades educativas e culturais, a música e a dança de ascendência luso-espanhola existente em todo o mundo. Trata-se de um centro de formação, investigação e divulgação de músicas e danças, integrando quer formação especializada para professores de educação musical e de instrumento e músicos e estudantes de música, quer actividades e módulos direccionados essencialmente para o público leigo numa lógica de aprendizagem ao longo da vida. Samba, flamengo, chorinho, morna e cante alentejano são alguns dos géneros de música e dança de raiz ibérica ministrados no Musibéria. Acresce a promoção de actividades culturais diversas como concertos, exposições, conferências, produção de materiais didácticos, etc. No entanto, de acordo com o respectivo plano estratégico, o Musibéria “é mais do que um centro de formação, divulgação e promoção (…) é um ponto de encontro que estimulará o diálogo intercontinental, retirando o máximo proveito da expansão cultural proporcionada por Portugal e Espanha e valorizando a diversidade que resultou da miscenização entre povos”. A cooperação com escolas e instituições culturais, assim como o intercâmbio e mobilidade de estudantes e professores a nível internacional são características distintivas da intervenção do Musibéria. De destacar o protocolo de cooperação assinado em Julho de 2011 com a Universidad Nacional de Villa Maria, em Córdoba, na Argentina.

Presidente da Câmara, João Rocha e a fadista Joana Amendoeira (in serpaalentejo.blogspot.com)

O centro está instalado em dois edifícios interligados da antiga fábrica de moagem de Serpa, um correspondente à recuperação do imóvel que existia e outro construído de novo, incluindo espaços de ensino, auditórios, estúdios de gravação, um bar, uma loja e um espaço museológico.

Encontro de Culturas e Mercado Cultural O evento “Encontro de Culturas” (http://encontrodeculturas.wordpress.com/) traduz-se numa iniciativa anual, organizada pelo Município de

Serpa, que pretende promover a cultura como factor de união entre os povos, onde a identidade local se conjugue com a diversidade cultural.

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Contribui para a divulgação das manifestações culturais de Serpa, de outras regiões portuguesas e de países como o Brasil, Espanha, Cabo Verde, Guatemala e Bulgária, etc. Integra actividades como espectáculos de música, animações de rua, oficinas e workshops, entre outros eventos culturais que se realizam no Centro Histórico de Serpa, com foco na Praça da República e no Espaço da Nora, sendo participados por inúmeros artistas, turistas e pela população local. Para além de nomes nacionais e internacionais de relevo, a oferta musical incluí também grupos corais e grupos de música tradicional do concelho. Acresce a realização do designado mercado cultural que inclui actividades e exposições relacionadas com a dança, o teatro e o cante assim como um Quioske de Músicas do Mundo. O evento atrai anualmente cerca de 20.000 visitantes a Serpa.

EnREDE – Rede Internacional de Municípios pela Cultura O Município de Serpa preside e participa na enREDE – Rede Internacional de Municípios pela Cultura (http://www.enrede.org/) que se traduz numa rede internacional assente em parcerias

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locais que dinamiza intercâmbios a nível geral e acções concretas no terreno, susceptíveis de promover as práticas culturais como o pilar de um desenvolvimento equilibrado. Pretende-se defender a ideia global de que a cultura é veículo prioritário de desenvolvimento e paz, postulando que a identidade cultural deve ter como base uma cultura de conhecimento, tolerância, diversidade, intercâmbio e fraternidade. A rede foi constituída em 2006 em Serpa, aquando da realização da conferência “Redes Culturais – Desafios e Oportunidades num Mundo Globalizado” que juntou promotores culturais de Portugal, Espanha, Brasil, Cabo Verde e Guatemala e que culminou na assinatura da sua carta de princípios. Integra os municípios portugueses de Serpa, Beja, Caminha, Vila Nova de Famalicão e Palmela, os municípios brasileiros de Itabira, Santa Bárbara, São João del-Rei, Olinda, Congonhas, Itabitiro e Ouro Preto, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, os municípios espanhóis de Punta Umbria e Cortegana, o município caboverdiano de S. Vicente, os municípios guatemaltecos de Patzun e San Bartolomé de Milpas Altas e o município búlgaro de Pravets.


SERPA, CANDIDATA A CIDADE DA MÚSICA DA UNESCO No passado dia 7 de Maio de 2011, foi apresentada a candidatura de Serpa à Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da música, sob a liderança da Confraria do Cante Alentejano e com o apoio do Município. Esta candidatura encontra-se ancorada quer nas expressões culturais tradicionais da cidade, com foco no cante alentejano, quer nos novos investimentos realizados na área da música em termos de infra-estruturas, festivais e eventos, espaços culturais e educação musical. A Rede de Cidades Criativas da UNESCO, fundada em 2004, pretende promover o desenvolvimento económico, cultural e social das cidades através do fomento da criatividade local e da diversidade cultural. Permite a partilha de experiências e de boas práticas e gera oportunidades de cooperação alargada a uma escala global. Além do mais, potencia o desenvolvimento do sector criativo local, contribuindo para a disseminação dos produtos e serviços culturais nos mercados nacionais e internacionais. Actualmente, as cidades da música que integram a rede de cidades criativas são: Bolonha, em Itália; Ghent, na Bélgica; Glasgow, no Reino Unido; e Sevilha, em Espanha.

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INTELI COLABORA COM A FUNDAÇÃO BRASIL CRIATIVO A INTELI e a Fundação Brasil Criativo (Aracaju, Brasil) assinaram um Protocolo de Cooperação, formalizando a colaboração entre as duas organizações na área da criatividade e inovação. Trata-se de um alargamento da rede de parcerias territoriais da INTELI, numa altura em que o Governo do Brasil vem enfatizar a importância da criatividade na agenda política ao criar uma Secretaria de Estado da Economia Criativa no Ministério da Cultura. A Fundação Brasil Criativo tem como missão contribuir para o desenvolvimento da sociedade brasileira disseminando a prática do pensamento criativo. As principais actividades da instituição são: a organização de fóruns internacionais de criatividade e inovação, a definição e implementação de projectos sociais, a aplicação de soluções educacionais corporativas baseadas na resolução criativa de problemas, a organização de cursos de pós graduação em gestão da criatividade, entre outras (http:// www.fbcriativo.org.br/). INTELI NO CONGRESSO 2011 DA ERSA A INTELI participou no “51st European Congress of the Regional Science Association International - New Challenges for European Regions and Urban Areas in a Globalised World” que decorreu entre o dia 30 de Agosto e o dia 3 de Setembro de 2011, em Barcelona (Espanha). Na sessão especial dedicada ao tema “Creativity and Regional Development”, a INTELI apresentou uma comunicação com a designação “Creative-based Strategies in Small and Mediumsized Cities: some European Case Studies”. O artigo versa sobre o papel das pequenas cidades na economia criativa no contexto europeu, através da apresentação e comparação de quatro casos de estudo: Óbidos (Portugal), Barnsley (UK), Reggio Emilia (IT) e Jyväskylä (Finlândia). Esta investigação deriva do trabalho efectuado pela INTELI no projecto “Creative Clusters – Clusters Criativos em Áreas urbanas de Baixa Densidade”, apoiado pelo programa URBACT II da CE. http://www.ersa.org/ersa-congress/

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INTELI NA 12ª CONFERÊNCIA EUROPEIA DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO A INTELI participou na “12th European Conference on Creativity and Innovation” que teve lugar em Faro, de 14 a 17 de Setembro de 2011. O comité organizador integrou a APGICO – Associação Portuguesa para a Gestão da Criatividade e Inovação, a Universidade do Algarve, a Fundação Brasil Criativo, etc. A conferência pretendeu originar oportunidades de aprendizagem e colaboração no sentido da inovação. No dia 14 de Setembro, a INTELI moderou a sessão especial sobre “Economia Cultural e Criativa” que contou com a presença de José Carlos Mota (Univesidade de Aveiro, Aveiro, Portugal), Jorge Cerveira Pinto (Agência INOVA, Porto, Portugal) e Fernando Viana (Fundação Brasil Criativo, Aracaju, Brasil). http://www.eaci.net/eccixii/index.php INTELI NO SEMINÁRIO DA RSA - REGIONAL STUDIES ASSOCIATION A INTELI vai participar no seminário da rede “Creative Regions” da RSA – “Regional Studies Association” subordinado ao tema “Creative Industries in the Periphery”. O evento terá lugar em Poznán (Polónia), em 21-22 de Setembro de 2011. A comunicação da INTELI centra-se no tema “Creativity-based Strategies in Small and Medium-sized Cities in Europe: The Case of Portugal”, onde serão abordados casos de estudo de estratégias baseadas na criatividade em pequenas cidades e vilas portuguesas, como Óbidos, Serpa e Montemor-o-Novo. http://www.creative-regions.eu/second-seminar-poznan.html INTELI PUBLICA ARTIGO NA REVISTA REDIGE A INTELI publicou um artigo na edição especial sobre “Economia Criativa” da Revista REDIGE – Design, Inovação e Gestão Estratégica [V. 2, N. 2 (2011)], uma publicação científica electrónica do SENAI/CETIQT, editada com periodicidade quadrimestral. O artigo designa-se “Creative-based Strategies in Small Cities: A Case Study Approach” e pretende contribuir para a literatura acerca da relação entre as pequenas cidades e a economia criativa na Europa. O presente trabalho de investigação centra-se na análise e comparação de três casos de estudo: Óbidos (Portugal), Barnsley (UK) e Jyväskylä (Finlândia). Os resultados apontam para a necessidade de enfatizar as especificidades territoriais das estratégias baseadas na criatividade, destacando um conjunto de factores críticos de sucesso, como a governação e os arranjos institucionais, a qualidade de vida, o empreendedorismo e a cooperação em rede. http://www.cetiqt.senai.br/redige/

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SITES & LINKS UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento – Programa da Economia Criativa http://www.unctad.org/creative-programme Cultura e Criatividade – Vectores de Desenvolvimento http://www.culture-dev.eu/pages/en/en_accueil.php Rio Criativo http://www.riocriativo.rj.gov.br/ British Council – Creative and Cultural Economy http://creativeconomy.britishcouncil.org/ CISNET – Creative Industries Support Network http://www.cisnetwork.eu/

LIVROS & ARTIGOS Políticas para la Creatividad – Guía para el Desarrollo de las Industrias Culturales y Creativas Relatório da UNESCO, 2011. Este guia, dirigido aos responsáveis governamentais, foi concebido enquanto ferramenta de trabalho para apoiar os processos de concepção, definição e implementação de políticas de promoção das indústrias culturais e criativas. http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/pdf/Conv2005_Gu%C3%ADa.pdf

Culture and Development – Action and Impact

Relatório da Comissão Europeia, 2011. O relatório apresenta um conjunto de projectos que ilustram a contribuição da cultura para o processo de desenvolvimento a diversos níveis: prevenção de conflitos, promoção do diálogo intercultural, inclusão social, criação de emprego, fomento da cidadania, etc. http://www.culture-dev.eu/pdf/fr/BD-Unesco-ENDE.pdf

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Cultural Statistics – 2011 Edition

Pocketbooks Eurostat, CE, 2011. Este livro integra um conjunto de estatísticas culturais, desde informação sobre empresas e emprego do sector cultural até ao comércio externo de produtos culturais e participação cultural. http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-32-10-374/EN/KS-32-10-374-EN.PDF

Handbook of Creative Cities

D. E. Andersson, A. E. Andresson, C. Mellander (eds.), Edward Elgar, 2011. O livro apresenta uma compilação de artigos recentes acerca das cidades criativas de autores conceituados no tema, focando-se em seis domínios essenciais: fundamentos, pessoas, redes, planeamento, mercados e visões.

Creative Industries and Economic Evolution

Jason Potts, Edward Elgar, 2011. Este livro apresenta uma nova forma de olhar para as artes, a cultura e as indústrias criativas na perspectiva da economia evolucionista. Fala-nos de uma “nova economia da cultura” ou da “economia evolucionista das indústrias criativas”.


Conferência Internacional “Creative Entrepreneurship for a Competitive Economy”, 19-21 Outubro 2011, Tallin (Estónia) A Conferência Internacional “Creative Entrepreneurship for a Competitive Economy” vai ter lugar no dia 19-21 de Outubro de 2011, em Tallin (Estónia), sob a organização da “Enterprise Estonia”, da “Creative Estonia”, do Ministério da Cultura e do Ministério da Economia e Comunicações da Estónia. Tom Fleming, consultor, vai ser o moderador do evento. Pretende-se repensar o papel e valor da economia criativa numa era de crise económica europeia, com foco nos seguintes temas: talentos criativos, economia criativa, infra-estruturas criativas, cidades e regiões criativas e liderança criativa. http://www.creativeestonia.eu/ II Congresso Internacional Cidades Criativas, 26-28 Outubro 2011, Madrid (Espanha) O II Congresso Internacional de Cidades Criativas é organizado pela Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Complutense de Madrid e pela Associação Científica Icono14, tendo lugar em Madrid (Espanha) nos dias 26-28 de Outubro de 2011. O evento pretende difundir projectos e iniciativas criativas de cidades espanholas e internacionais, contribuindo para a agenda ONU-Habitat e para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO. Aborda diversos subtemas: cidade construída, cidade solidária, cidade imaginada, cidade criativa, cidade sustentável, cidade virtual e real, cidade visitada, cidade acessível, cidade 2.0., cidade igualitária, etc. http://www.ciudadescreativas.es/ Open Days – 9th Semana Europeia das Cidades e Regiões, 1013 Outubro 2011, Bruxelas (Bélgica) A 9ª Semana Europeia das Cidades e Regiões vai ter lugar em Bruxelas (Bélgica), nos dias 10-13 de Outubro de 2011, sob a organização da CE. O tema a abordar este ano é “Investing in Europe’s Future: Regions and Cities delivering Smart, Sustainable and Inclusive Growth”. Os objectivos são a partilha de boas práticas acerca do desenvolvimento regional e urbano, assim como a promoção da colaboração entre municípios de diferentes países, com vista à discussão dos resultados e perspectivas da política de coesão da UE. Num total de 111 workshops farão intervenções cerca de 600 oradores, sendo esperados mais de 3.000 participantes. http://ec.europa.eu/regional_policy/conferences/od2011/index.cfm

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A INTELI é um think-and-do-thank que actua na área do desenvolvimento integrado dos territórios a nível económico, social, cultural e ambiental, através do apoio às políticas públicas e às estratégias dos actores locais. Opera nos domínios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social, procurando contribuir para a afirmação de cidades e regiões mais criativas, sustentáveis e inclusivas.

FICHA TÉCNICA Edição: INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de Inovação Av. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 4º 1070-072 Lisboa – Portugal Tel: (351) 21 711 22 10 Fax: (351) 21 711 22 20 Website: www.inteli.pt E-mail: citiesbrief@inteli.pt


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