CitiesBrief

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Novembro 2011

CRIATIVA

SUSTENTÁVEL INCLUSIVA

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Nº 02. NOV. 2011

EDITORIAL EM FOCO SMART CITIES SÃO MAIS COMPETITIVAS, SUSTENTÁVEIS E INCLUSIVAS ENTREVISTA COM NIKOS KOMNINOS

CASOS DE ESTUDO SMART CITY AMSTERDAM ÉVORA INOVCITY ORACLE

FACTOS UNIÃO EUROPEIA MARCA AGENDA RANKINGS

NOTÍCIAS INTELI EVENTOS SUGESTÕES


Cidade de rosto humano Smart cities, cidades digitais e cidades inteligentes são temas que têm marcado a recente literatura académica. Esta agenda de investigação reflecte-se na concepção e implementação de projectos concretos de smart cities em todo o mundo. Na Ásia e Médio Oriente prevalecem iniciativas associadas à construção de cidades a partir do zero, como são os casos de Masdar, nos Emirados Árabes Unidos e de Songdon, na Coreia do Sul. Na Europa e na América do Norte imperam projectos de regeneração urbana inteligente centrados em cidades com uma trajectória histórica e marcadas por imperativos económicos, sociais, culturais e institucionais, como é o caso de “Amsterdam Smart City” na Holanda. As grandes empresas de tecnologias de informação e comunicação e as consultoras internacionais, como a IBM, a CISCO, a Oracle e a Accenture, têm estado envolvidas nestes projectos, fornecendo soluções inovadoras nas áreas da energia, mobilidade, gestão da água e resíduos, saúde, governação, etc. Também a União Europeia tem vindo a colocar este tema na agenda política. A recente iniciativa “Smart Cities and Communities” ilustra esta aposta da Europa. Acresce que foram recentemente aprovados projectos no âmbito do 7º Programa Quadro e do CIP – Programa Quadro para a Competitividade e Inovação, muito associados ao potencial das tecnologias de informação e comunicação na facilitação da vida nas cidades. No entanto, a maioria destas abordagens tem como ponto de partida as tecnologias e os negócios, descurando a vertente humana, social e política. As smart cities do futuro deverão partir das pessoas e das comunidades onde vivem e trabalham. Trata-se de um novo paradigma na forma de fazer cidades, que exige repensar estratégias, tecnologias, modelos e processos urbanos para responder aos actuais desafios ligados à qualidade de vida, ao equilíbrio do ambiente e eficiência dos recursos naturais, às desigualdades e à exclusão social. Isto é particularmente pertinente numa era de crise económica europeia e global. Esta visão implica novos modelos de governação e novas formas de relacionamento entre os governos, as empresas, as comunidades e as pessoas. Tal exige uma participação activa dos cidadãos na definição de políticas públicas locais e no processo de inovação, desde a fase de desenvolvimento até à fase de experimentação de produtos, serviços e soluções em contexto real. É o designado paradigma da inovação aberta. Em simultâneo com as estratégias formais de smart cities, têm emergido diversas iniciativas da sociedade civil lideradas por indivíduos, grupos de cidadãos e organizações não-governamentais que visam a co-criação de soluções para problemas urbanos locais, reforçando o capital social e promovendo a inclusão digital. A articulação das políticas públicas com as agendas dos actores locais afigura-se como essencial para a emergência de uma verdadeira “economia humana”.

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SMART CITIES SÃO MAIS COMPETITIVAS, SUSTENTÁVEIS E INCLUSIVAS Nicos Komninos é uma referência para as redes de investigação que nos últimos anos têm aprofundado o pensamento sobre políticas de cidades e o desenvolvimento de espaços urbanos inteligentes. Em entrevista à Cities, Komninos explica conceitos e aponta caminhos para a evolução das cidades inteligentes. 1. Actualmente existe uma multiplicidade de expressões para designar smart cities. No seu entender qual é a definição mais abrangente para o conceito de cidade inteligente? Várias cidades por todo o mundo consideram as instituições de inovação e as tecnologias de informação como os principais motores do desenvolvimento sustentável. As infra-estruturas digitais e as aplicações web contribuíram para a informatização das cidades, oferecendo-lhes uma melhor comunicação, espaços de colaboração online, informação em tempo real, conhecimento aberto e ferramentas de gestão de informação. Esta espacialidade digital extremamente rica sobre as cidades originou a emergência de uma série de novos conceitos, como as cidades cyber, digitais, smart e inteligentes. Smart cities e “cidades inteligentes” são conceitos mais

ou menos equivalentes, descrevendo simultaneamente cidades com as seguintes características: 1. População criativa e desenvolvimento de actividades de conhecimento intensivas; 2. Instituições de aprendizagem e inovação, permitindo a cooperação para adquirir, adaptar e avançar o conhecimento e know-how; 3. Desenvolvimento de infra-estruturas web de banda-larga, espaços digitais, ambientes inteligentes, e-serviços e aplicações e ferramentas web de gestão do conhecimento; 4. Comprovada capacidade de inovar, gerir e resolver problemas que aparecem pela primeira vez. Inovar é o factor crítico para medir a inteligência. As smart cities são uma estratégia, uma visão de futuro, um paradigma de planeamento. Há ainda um longo caminho a percorrer.

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2. Qual é a sua visão sobre as tendências de evolução das smart cities? Smart cities são cidades que resolvem os seus problemas com os seus próprios recursos através de soluções inovadoras e tecnologicamente avançadas. Como objectivo ideal, as smart cities criam a expectativa de uma plena oferta de emprego, promovem cidadãos empenhados e qualificados e apostam na qualidade de vida para todos. Num futuro próximo, o movimento das cidades Smart/Inteligentes será moldado por factores que afectam as suas componentes fundamentais: a globalização das cidades e o aumento altamente competitivo dos sistemas urbanos na Ásia; a criação de ecossistemas abertos com processos direccionados para as pessoas e para a inovação de sistemas de dados onde os cidadãos e utilizadores finais participem em todas as etapas do processo de inovação; a generalização das tecnologias da internet e a emergente acumulação de tecnologia de computação em nuvem (cloud computing), redes de sensores e a semântica web.

3. Tendo em conta a sua visão ideal de uma smart city, que exemplo enunciaria como um caso de sucesso ou boa prática? Os bons exemplos de cidades inteligentes são os seleccionados pelo Fórum de Comunidades Inteligentes (ICF – Intelligence Community Forum). A avaliação do ICF das cidades inteligentes e os respectivos prémios são baseados em métricas relacionadas com estratégias de cidades inovadoras, de base de banda larga e inclusivas. O prémio da “Comunidade Inteligente do Ano” é dado às cidades mais avançadas a nível mundial em termos de sistemas de banda-larga e implementação de estratégias de inovação. O prémio foi recebido pelas cidades de Seul, Coreia do Sul (2002), Glasgow, Reino Unido (2004), Mitaka, Japão (2005), Taipei, Taiwan (2006), Waterloo, Ontário, Canadá (2007), Gagnam District Seoul (2008), Estocolmo, Suécia (2009), Suwon, Coreia do Sul (2010) e Eindhoven, Holanda (2011). Todas estas cidades são exemplos de boas práticas. Vale também a pena mencionar duas cidades que implementaram estratégias muito sofisticadas: Singapura, com o Intelligent Nation 2015 Master Plan, uma estratégia de sustentação da inovação económica da cidade e Amesterdão na Holanda, com uma estratégia global no domínio da energia e do ambiente.

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4. Quais são os desafios e benefícios que as autoridades locais e as comunidades enfrentam no contexto das smart cities? Os desafios urbanos diferem das cidades em países desenvolvidos para as que pertencem aos países em vias de desenvolvimento. A recente consulta pública entre autoridades locais e regionais e associações na UE sobre os principais desafios urbanos e regionais, identificaram três áreas nucleares: - A competitividade, particularmente, a investigação, inovação e actualização de competências necessárias a uma economia baseada no conhecimento; o desenvolvimento do capital humano através da educação e formação; o apoio às actividades empresariais e desenvolvimento de uma cultura empresarial; o reforço da capacidade institucional para a inovação; - A criação de novos empregos, o que reforça a coesão social e reduz o risco de pobreza; - O desenvolvimento sustentável para a redução das emissões de gases de efeito estufa através de políticas de mitigação que melhorem a eficiência energética e promovam a utilização de energias renováveis. Nos países em desenvolvimento, os Objectivos do Milénio da ONU apontam os desafios associados à rápida urbanização e a crescente necessidade de espaço urbano; escassez de infra-estruturas urbanas e a necessidade de fazer mais com menos recursos; a pobreza, saúde, e questões de mortalidade; o desenvolvimento sustentável através da redução de emissões de CO2, e de medidas de eficiência na gestão de recursos vitais como a água e a energia. Independentemente do nível de desenvolvimento e dos desafios associados, o conceito de smart cities é considerado aquele que melhor responde às expectativas das populações, gerando cidades mais competitivas, sustentáveis e inclusivas. As cidades ganham uma mais-valia cultural sempre que colocam a inovação, a tecnologia e as capacidades humanas no centro das estratégias urbanas.

5. A maioria dos projectos de smart cities são frequentemente associados a uma forte componente tecnológica, desvalorizando a dimensão humana. De que forma é que uma smart cities pode potenciar a inclusão social? As tecnologias para as smart cities não envolvem sérios riscos de polarização social e exclusão. A nuvem de soluções baseadas em softwares de


código aberto propicia a padronização de soluções, a descida dos custos das tecnologias, e facilita a generalização de soluções de smart cities. As medidas não tecnológicas, contudo, tais como a criação de instituições, os modelos de organização e gestão, o envolvimento de todos os cidadãos em processos de co-criação e inovação, as novas estruturas de propriedade intelectual, representam lacunas mais difíceis de preencher. As smart cities pressupõem uma espessura institucional, o capital social para a colaboração e as políticas de inclusão social, permitindo que todos os cidadãos sejam envolvidos, transformando-os em produtores e consumidores da inovação. As smart cities – como todas as cidades – estão no cruzamento dos objectivos sociais e tecnológicos. Elas promovem a inclusão social, colocando a valorização do cidadão e a melhoria de competências no centro das estratégias de desenvolvimento urbano. A entrevista foi concedida na língua inglesa. A tradução é da responsabilidade do editor.

Nicos Komninos é professor de Desenvolvimento Urbano e Política de Inovação da Universidade Aristóteles de Thessaloniki (Grécia). É o fundador e director do Centro de Investigação de Inovação Urbana e Regional (URENIO) e coordenou cerca de noventa projectos da UE de investigação para a inovação (CIP), pesquisa (FP), e programas de cooperação territorial. A sua investigação centra-se sobre os ecossistemas de inovação e cidades inteligentes (ambientes virtuais de inovação, clusters inteligentes e parques tecnológicos, Living Labs, inovação e internet do futuro). Paralelamente ao seu trabalho de investigação, esteve envolvido no desenvolvimento de parques tecnológicos e estratégias regionais de inovação na Grécia, Espanha, Itália, Chipre, Bulgária, República Checa e Lituânia. Publicou mais de cem papers e onze livros, incluindo “Cidades Inteligentes: inovação, sistemas de conhecimento e espaços digitais” (Routledge 2002), e “Cidades Inteligentes e a globalização das redes de inovação” (Routledge 2008).

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INTELIGÊNCIA É SINÓNIMO DE SOLUÇÕES DE PROXIMIDADE O projecto “Amsterdam Smart City” (ASC) é uma parceria única entre a população de Amesterdão, as empresas, as instituições científicas e as autoridades locais, para o cumprimento das metas definidas no combate às alterações climáticas: • •

Neutralizar o impacto climático de todas as organizações municipais até 2015; Reduzir em 40% as emissões de CO2 até 2025, tendo como referência o nível de emissões registadas em 1990. Produzir localmente um terço das necessidades energéticas recorrendo a fontes renováveis, perspectivando uma redução das emissões de CO2 em 70-80% até 2040 .

A iniciativa é mais do que o somatório de tecnologias inovadoras, mudanças comportamentais e investimentos económicos sustentáveis. A chave do sucesso explica-se pela consolidação de parcerias estratégicas

e pela criação e aposta em pequenos projectos locais, o que transformou a cidade num laboratório de planeamento estratégico em tempo real. O projecto foi iniciado em Junho de 2009 pelas entidades “Amsterdam Innovation Motor” e “Liander”, em estreita colaboração com o município de Amesterdão. Situada quatro metros abaixo do nível do mar e com uma multiplicidade de canais fluviais, a cidade enfrenta um grave problema de retenção de poluentes atmosféricos, nomeadamente NOx e PM10, com consequências directas para a saúde pública. A redução do nível de emissões de CO2 e poluentes atmosféricos foi o mote para a execução de um conjunto de medidas integradas que transformaram Amesterdão num exemplo de sucesso de uma cidade inteligente de média dimensão (750.000 habitantes). Durante cerca de dois anos, o programa “Amsterdam Smart City” iniciou 16 projectos sustentáveis destinados a alterar a forma de viver a cidade, o trabalho, a mobilidade e o espaço público. O envolvimento de todas as partes (população, empresas e instituições) e a utilização das tecnologias para implementar e testar soluções inovadoras foram factores determinantes para ganhar escala e acelerar os resultados no combate às alterações climáticas. Seguindo esta metodologia, o programa ASC abrange os seguintes pilares operacionais:

Pilares de intervenção do programa “Amsterdam Smart City”. Fonte: “Smart Stories – Amsterdam Smart City”, 2011.

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• • • •

Cooperação a todos os níveis entre os parceiros (empresas, cidadãos, instituições), incorporando sempre o envolvimento do utilizador final; Utilização das redes inteligentes e das tecnologias para resolver problemas e introduzir mudanças comportamentais; Transferência e partilha de todo o conhecimento adquirido nos projectos-piloto da “Amesterdam Smart City”; Selecção e lançamento das iniciativas economicamente viáveis.

A iniciativa demonstrou que também se pode inovar nos métodos e na gestão dos projectos. É possível ter empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) a trabalhar com agências imobiliárias e operadores de telecomunicações a trabalharem com os operadores de rede. Ao nível das empresas também se quebraram tabus e foi possível juntar em projectos comuns PME com empresas de maior dimensão, sem perda de competitividade.

Dar a iniciativa aos cidadãos O principal foco da ASC são os habitantes, sendo que a forma mais expedita de garantir o seu sucesso é proporcionar aos cidadãos a informação e os instrumentos necessários para que estes adoptem comportamentos sustentáveis e inteligentes. O projecto Onze Energie/Our Energy é um exemplo claro da participação empenhada da comunidade na construção de um estilo de vida sustentável na sua cidade ou bairro. Uma acção inteligente, não só pelos recursos tecnológicos que utiliza, mas sobretudo porque contribui para melhorar a saúde pública, reduzir a factura energética e desmistificar a ideia de que só é possível ter resultados com investimentos avultados. Os habitantes de 8.000 casas (equivalente a 20% do total de habitações de Amesterdão) foram desafiados a integrar um projecto de financiamento colectivo de sete moinhos de vento, instalados na sua área de residência, e desta forma produzirem a sua própria energia. O consumo energético das famílias representa 33% do volume global de emissões de CO2 da cidade.

Campanha do projecto Onze Energie/Our Energy. Fonte: “Smart Stories – Amsterdam Smart City”, 2011.

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as emissões de CO2 em 50%, ao mesmo tempo que garantia a auto-suficiência energética dos escritórios. Com esta solução foi possível obter 85% de eficiência energética, uma vez que a eficiência eléctrica da célula de combustível é superior a 60% e a recuperação de calor é utilizada para o fornecimento de água quente sanitária (25%).

Mobilidade inteligente Edifício colectivo de escritórios ‘De Groene Bocht’. Fonte: http://www.degroenebocht.nl

O conceito de financiamento colectivo para produção de energia foi pensado para permitir que grupos de consumidores conseguissem, através do investimento de pequenas quantias, participar no custo global da criação e funcionamento dos moinhos de vento, sendo o restante investimento financiado por grandes operadores comerciais. No período referente à construção dos moinhos de vento comunitários, os habitantes adquiriram energia limpa a um preço inferior ao preço médio de mercado, resultando igualmente numa poupança energética imediata.

Viagem no tempo Os objectivos definidos na área do trabalho sustentável passaram também pela eficiência energética, mas centrada nos edifícios e processos de negócio. O projecto “Geração descentralizada: tecnologia da célula de combustível” abriu caminho para uma autêntica “viagem no tempo” ao introduzir tecnologia do século XXI num edifício do século XVII para reduzir

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A mobilidade é uma necessidade básica da vida nas cidades, mas também o principal factor de emissão de CO2 bem como de outros poluentes para a atmosfera. Perante esta situação, agravada pelas características específicas de Amesterdão, a opção encontrada foi claramente a mobilidade eléctrica, adaptada a carros, barcos e veículos de duas rodas. O projecto Moet je Watt, concebido pelas entidades “Liander” e “The New Motion”, propõe a criação de uma caixa de carga eléctrica inteligente que pode ser utilizada para o carregamento dos automóveis tanto na própria habitação como no escritório. Esta caixa totalmente portátil foi concebida com um conjunto de tecnologias inteligentes, que só se ligam após a identificação do utilizador por meio de um scanner de RFID, permitindo também informar e medir a quantidade de energia consumida através de luzes LED coloridas. A “Amesterdam Smart City” desenvolveu ainda um sistema de carregamento para barcos eléctricos.


MOBI.EUROPE AMSTERDÃO E PORTUGAL JUNTOS NA MOBILIDADE

Viver o espaço público Os focos de intervenção na área dos espaços públicos sustentáveis foram as escolas, as piscinas, os parques públicos e as ruas. Ou seja, os espaços de ensino e lazer ganharam dispositivos que facilitam a vivência dos locais, ao mesmo tempo que exercem um efeito demonstrativo e sensibilizador para a urgência das medidas de eficiência energética. O projecto ZonSpot foi concebido como um local de trabalho ao ar livre, inovador e atractivo. A combinação de rede WiFi e painéis solares para armazenamento de energia solar acessível ao público, fez com que o ZonSpot se tornasse um espaço que promove a consciencialização e o interesse público.

Em Janeiro de 2012, a autarquia de Amsterdão e a empresa local “Liander” juntar-se-ão à INTELI (entidade coordenadora) e a outras entidades públicas e privadas de Portugal, Espanha, Irlanda e França num projeto, cofinanciado pela Comissão Europeia, de demonstração do potencial da mobilidade elétrica como estratégia de redução das emissões de CO2 associadas ao sector dos transportes. A mobilidade eléctrica é assumida pela cidade de Amsterdão como uma oportunidade única para a mudança de paradigma dos mecanismos de mobilidade de pessoas e bens, podendo vir a contribuir para uma redução significativa dos poluentes atmosféricos na cidade, assim como das emissões de CO2 associadas. De facto, a cidade está a implementar um dos mais ambiciosos planos no espaço Europeu, definindo como meta que todo o sistema de transportes esteja assente em veículos com emissões nulas até 2040. O principal objectivo do projeto MOBI. Europe é promover a mobilidade eléctrica no espaço pan-europeu, numa lógica interoperável e integrada de forma a que, num futuro próximo, seja possível circular entre as várias regiões da Europa sem obstáculos tecnológicos ou comerciais. Actualmente, Amsterdão, tal como Portugal, posiciona-se como uma das mais avançadas e ambiciosas regiões para cumprir esse desígnio.

Interior do edifício ‘De Groene Bocht’. Fonte: http://www.degroenebocht.nl

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ÉVORA INOV CITY

FUTURO INTELIGENTE Cidade Património Mundial da Humanidade, Évora é o primeiro centro urbano nacional e uma das primeiras na Península Ibérica a testar a rede inteligente de energia, nas suas diversas aplicações. Com a participação de empresas e instituições como a EDP Inovação, o INESC Porto, a EFACEC, a JANZ e a EDINFOR, o projecto visa dotar a rede eléctrica de informação e equipamentos capazes de automatizar a gestão das redes, melhorar a qualidade de serviço, diminuir os custos de operação, promover a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental e potenciar a penetração das energias renováveis e da mobilidade eléctrica. A fase piloto do InovCity integra 31.000 clientes domésticos. Este número aumenta se considerarmos o impacto de medidas associadas à rede inteligente de energia, como por exemplo o projecto de mobilidade eléctrica MOBI.E, que permite carregar o veículo eléctrico e em simultâneo aceder a um conjunto de serviços (verificação de consumos, gerir alertas, e no futuro pagar o estacionamento, serviços de carsharing ou rent-a-car). Évora cidade inteligente foi considerada um caso de estudo exemplar pela Comissão Europeia e a Eurelectric. A rede inteligente de energia permite a gestão integrada de um conjunto de projectos, também eles de referência internacional. Nas casas, o antigo contador foi substituído pela smart box. O consumidor pode aceder remotamente à sua instalação e desta forma programar os electrodomésticos e as fontes de iluminação para períodos com

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tarifa bi-horária. A facturação por estimativa dá lugar a uma gestão de consumos em tempo real, minimizando custos. São disponibilizados novos serviços e planos de preços ajustados aos seus perfis de consumo e nasce a possibilidade de optar por soluções de domótica. Com base na telegestão, a detecção de avarias é automática e podem ser activados, remotamente, serviços como alterações tarifárias e de potência. O mesmo acontece nos espaços públicos. As autarquias podem fazer uma gestão inteligente do consumo energético com ganhos económicos significativos. A telegestão energética aplicada a estruturas como o Pólo Universitário de Évora ou algumas instalações municipais contribui de forma activa para a promoção da sustentabilidade e eficiência da cidade. A comparação


de consumos detalhados entre os vários edifícios permitirá apurar qual deles é mais eficiente e qual deverá ser mais utilizado em função das necessidades. Como exemplo prático, o pólo universitário pode optar por utilizar o seu edifício mais eficiente para as aulas nocturnas ou apostar na renovação daquele edifício que mais energia desperdiça.

Além disso, o seu comercializador ou empresa de serviços energéticos poderá oferecer-lhe serviços e planos de preços permanentemente adaptados ao seu perfil e necessidades de consumo, bem como o acesso a soluções integradas de domótica para interagir com vários dispositivos de consumo doméstico.

Qualquer pessoa pode produzir energia em sua casa, para utilização própria ou para vender à rede. O consumidor torna-se produtor e vendedor de energia e vai poder instalar painéis solares fotovoltaicos ou pequenas turbinas eólicas em sua casa. Em caso de avaria numa zona residencial, a produção de uma casa ou de um conjunto de vizinhos pode assegurar o fornecimento de electricidade a várias outras casas ou até a todo o bairro. E se na sua garagem estiver um veículo eléctrico, pode calcular a parcela exacta de consumo alocada ao seu abastecimento, na sua habitação, uma vez que terá a capacidade de medir o consumo de energia de 15 em 15 minutos.

O QUE É O MOBI.E? O MOBI.E é uma solução integrada para a mobilidade eléctrica. É muito mais de que um sistema de carregamento de automóveis eléctricos, embora essa constitua a face mais visível para o utilizador. O programa de mobilidade eléctrica em Portugal tem por base uma rede inteligente de informação, que coloca as novas tecnologias ao serviço das pessoas e das cidades sustentáveis e inteligentes. Através do MOBI.E, e com um único cartão, será possível gerir a factura energética, pagar e gerir a mobilidade (transportes públicos e automóvel eléctrico) incluindo portagens e estacionamento. Além disso, o MOBI.E criou as condições para o desenvolvimento de novos produtos e áreas de negócio, no âmbito da mobilidade urbana. As redes inteligentes (smart grids) vão alterar a forma como as pessoas circulam nas cidades, operando uma mudança de mentalidade e hábitos de consumo. A utilização dos rent-a-car ou dos serviços de car-sharing ganham uma nova dinâmica.

Em termos globais o MOBI.E cria novas formas de comunicação do automóvel com terceiros (utilizadores, gestor da rede, empresas) através da ligação à web e permite o controlo remoto da informação utilizando o computador, o ipad ou o iphone. Portugal é o único País com uma rede piloto com cobertura nacional, instalada em 25 municípios, funcionando como um Living Lab para empresas internacionais. A implementação deste projecto, reconhecido a nível mundial, envolve um consórcio de empresas liderado pela INTELI do qual fazem parte: Novabase, Critical Software, CEIIA, Efacec, Siemens, Magnun Cap e EDP. O MOBI.E é o motor para o desenvolvimento de um cluster de mobilidade, conquistando escala de mercado para as empresas nacionais. Desta forma contribui para a colocação da indústria numa posição de liderança e para o aumento do investimento estrangeiro em Portugal, incorporando sempre o Know-how nacional.

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O MOBI.E É SMART INTEGRADO E UNIVERSAL A ORACLE é uma empresa vocacionada para desenvolver plataformas inteligentes que suportam as novas “utilities” nas cidades do futuro. Bastian Fischer, Vice-presidente da Estratégia de Indústria, da Oracle Utilities, deixa um breve resumo sobre o trabalho desenvolvido pela empresa em vários países e destaca a participação no MOBI.E, um projecto de referência internacional. 1. Quais são os principais desafios que as autoridades locais enfrentam nos dias de hoje quando estão num processo de transição para uma smart city? Uma smart city é baseada num conceito urbano com foco na sustentabilidade. É a integração de todos os recursos, processos, segurança e utilidades de uma cidade num centro de planeamento e operações com vista a diminuir o seu impacto ambiental através da redução das emissões de carbono e consumo de água. Cada smart city é governada de forma diversa e apresenta taxas de desenvolvimento e padrões de crescimento variados; por isso, cada cidade desenvolve estratégias diferentes para se transformar numa smart city.

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Por exemplo, os municípios europeus têm uma longa história e vastas redes já implantadas, estando focados nos activos convergentes, informação e comunicação. Por outro lado, as cidades emergentes no Médio Oriente, África e Ásia, a maioria das quais são construídas quase a partir do “zero”, estão focadas na implementação de novas infra-estruturas podendo, possivelmente, saltar etapas em direcção a uma smart city. 2. Em que projectos de smart cities a Oracle está a trabalhar actualmente? A Oracle fornece sistemas, ferramentas e capacidades analíticas que optimizam as infra-estruturas de redes inteligentes. Isto proporciona às cidades infra-estruturas mais acessíveis para os seus consumidores, permitindo-lhes atrair novos negócios, bem como criar empregos. A abordagem da Oracle é aberta, com sistemas interoperacionais e com a optimização da sua eficiência energética. A cidade de Abu Dhabi é um exemplo onde a energia está a ser utilizada de forma inteligente para obter processos de dessalinização da cidade e produzir água potável. As estações de dessalinização da água do mar na cidade utilizam tecnologias de destilação flash multi-estágios, que usam o vapor das turbinas de energia térmica como fonte de energia. A produção de água é portanto proporcional à produção de electricidade e atinge um pico durante os meses de Verão,


quando a electricidade é necessária para a energia dos equipamentos de ar condicionado, resultando em níveis de produção mais elevados. A Oracle também forneceu soluções tecnológicas para apoiar a Veolia Water em França. A Veolia Water criou uma nova empresa especializada em controlo remoto de dados ambientais e serviços de leitura de medidores de água, a m2o city. A m2o city melhora a recolha e gestão de dados relacionados com o uso da água e tem implicações significativas na redução de resíduos. Os consumidores individuais são facturados pelo consumo exacto de água e recebem alertas automáticos em caso de consumo irregular. A monitorização em tempo real da rede de água também permite a detecção de vazamentos graves ou persistentes, assim como a detecção de retornos. 3. Identifique os benefícios quantitativos e qualitativos derivados da introdução de infra-estruturas inteligentes nas soluções para smart cities? A história e as necessidades de cada cidade são diferentes, portanto, o mesmo modelo não pode ser aplicado a todas elas. Em vez disso, cada abordagem tem que ser adaptada e ajustada a cada cidade com base nas suas infra-estruturas, requisitos regulamentares e de eficiência. Alguns países também implementaram soluções de e-mobilidade para transportes como uma forma de transição para uma smart city. Um exemplo disso é o projecto de mobilidade eléctrica MOBI.E em Portugal, no qual o governo já instalou 1.300 postos de carregamento lentos e 50 estações de carregamento rápido em 25 municípios por todo o país. O MOBI.E é uma das primeiras plataformas verdadeiramente integrada e universal para a mobilidade eléctrica na Europa. Por ter uma rede de estações de carregamento locais em todo o país e integrar uma rede de serviços privados de carregamento, o país está a aumentar o uso de energia renovável, reduzindo as emissões de carbono e a poluição. Além disso, os consumidores podem investir em veículos eléctricos, sabendo que podem reabastecer a qualquer hora, em qualquer lugar, a preços razoáveis, utilizando a electricidade gerada a partir de fontes energéticas o mais limpas possível.

4. Quais são os sectores mais importantes para aumentar a eficiência energética das nossas cidades? Melhorar a eficiência energética é o principal objectivo de uma smart city. Para alcançar este objectivo, é essencial que os líderes dos países enfatizem a importância dos componentes virtuais nos edifícios para torná-los energeticamente mais eficientes. Além disso, ferramentas avançadas como medidores e redes inteligentes devem ser utilizadas para tornar o consumo de energia mais visível para o consumidor, capacitando-o a efectuar escolhas mais inteligentes. Adicionalmente, para desenvolver uma rede smart, é importante conseguir equilibrar e optimizar os recursos entre os vários sectores. Uma maneira de conseguir isso é através do uso das infra-estruturas de tratamento de resíduos para a geração de calor e electricidade, especialmente nos momentos de fraca intensidade e velocidade do ar, de forma a compensar as distintas fontes de energia renováveis. Em alternativa, em termos de biogás, uma smart city pode recolher os resíduos reciclados e os resíduos biológicos, tais como alimentos, compostagem, resíduos de tratamento de água, e utilizá-los para a produção de gás. 5. Consegue identificar outras áreas onde as smart grids podem beneficiar os cidadãos? As redes inteligentes podem ser utilizadas na saúde e na assistência médica, para permitir a medição e transferência de dados pessoais de saúde de uma forma segura a um profissional de saúde. Por exemplo, as tecnologias de redes inteligentes podem ajudar os profissionais de saúde a controlar o peso, os níveis de açúcar no sangue e monitorizar a frequência cardíaca dos pacientes. Além disso, como já mencionei, as smart grids são cruciais para as plataformas de e-mobilidade e o projecto MOBI.E é um excelente exemplo disso. Sem as smart grids, a criação de uma smart city não seria possível, uma vez que estas fornecem serviços de valor que beneficiam os seus habitantes. A entrevista foi concedida na língua inglesa. A tradução é da responsabilidade do editor.

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UNIÃO EUROPEIA MARCA AGENDA INICIATIVA “SMART CITIES AND COMMUNITIES” A CE encontra-se actualmente a promover a iniciativa “Smart Cities and Communities”, enquadrada no Plano Estratégico Europeu para as Tecnologias Energéticas (SETPlan) de 2007, no qual são fixadas as metas do Pacote de Energia UE 20-20-20 (http://setis. ec.europa.eu/). As cidades são a arena privilegiada para a prossecução dos objectivos da UE: 20% de economia de energia em 2020 e desenvolvimento de uma economia de baixo carbono até 2050. De facto, 70% do consumo energético da UE provém de áreas urbanas, as quais são também responsáveis pela produção de uma quantidade significativa de gases de efeito estufa (GEE). O objectivo da “Smart Cities and Communities” é obter uma redução de 40% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2020, através da produção e

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do uso sustentável de energia, incluindo a eficiência energética, as tecnologias de baixo carbono e a gestão inteligente da oferta e da procura. A iniciativa aponta para medidas integradas, sustentáveis e inovadoras propostas pelas próprias cidades e comunidades e que actuem sobre os desafios da eficiência energética, energias renováveis e emissão de gases com efeito de estufa. Em linha com esta orientação, foi lançado um concurso para a apresentação de propostas no âmbito do FP7 especificamente para a temática das “Smart Cities and Communities”. Equipas das cidades e parceiros da indústria podem candidatar-se nos domínios da gestão integrada dos fluxos de energia urbana, que também incluem água, transportes e soluções de resíduos. Propõe ainda a apresentação de iniciativas nos edifícios, aquecimento e refrigeração, redes e tecnologias de fornecimento de energia.


NET!WORKS EUROPEAN TECHNOLOGY PLATFORM

O consórcio europeu “Net!Works European Technology Platform” dedica-se a investigar e explorar o potencial das tecnologias de informação e comunicação em benefício de vários domínios da vida das cidades. Este consórcio agrega mais de 700 instituições europeias na área das redes de comunicações, incluindo empresas e meio académico, com a missão de fortalecer a posição da Europa no domínio das tecnologias e serviços de redes de comunicação.

O trabalho do grupo dedicado às smart cities é liderado pelo Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores do Instituto Superior Técnico (IST). A missão do grupo traduz-se em identificar oportunidades para as tecnologias de informação e telecomunicações em vários domínios do quotidiano urbano, com vista a fornecer inteligência à cidade. A inteligência das cidades centra-se em seis pilares fundamentais: economia (competitividade), pessoas (capital humano e social), governação (participação), mobilidade (transportes e TIC), ambiente (recursos naturais) e vida (qualidade de vida). Com o objectivo de efectuar uma análise profunda das oportunidades, desafios e barreiras das smart cities, o grupo de trabalho da Net!Works publicou em Maio de 2011 o documento “Smart Cities Applications and Requirements” baseado no potencial impacto das telecomunicações e tecnologias de informação nas cidades. No documento, são identificadas várias aplicações e requisitos das TIC no âmbito dos desafios das smart cities, dividindo-os em cinco tópicos: implicações económicas, sociais & de privacidade; desenvolvimento do e-government; saúde, inclusão & assistência social; sistemas de transporte inteligentes; e redes inteligentes, eficiência energética e ambiente.

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RANKINGS Região de Eindhoven eleita Comunidade Inteligente 2011 A Região de Eindhoven, na Holanda, foi eleita a Comunidade Inteligente de 2011 pelo ICF – Fórum de Comunidades Inteligentes (http://www.intelligentcommunity.org/), com a apresentação do plano estratégico Brainport Navigator 2013, que integra diversos projectos na área da saúde. Por exemplo, no Living Lab eHealth os cidadãos mais idosos testam novos serviços e produtos, incluindo a monitorização e diagnóstico remoto através de ligações de banda larga. Esta iniciativa pretende aumentar a produtividade em 1% por ano, gerar uma poupança de 750 milhões de euros em despesas de saúde e originar a criação de 150 novas empresas e 10.000 novos postos de trabalho no sector.

Desde 1999 que o ranking Intelligent Community do ICF premeia e distingue as comunidades que implementam estratégias de competitividade assentes na economia da banda larga. A avaliação das comunidades inteligentes é realizada em cinco categorias: conectividade de banda larga, recursos humanos qualificados, inclusão digital, inovação e marketing e promoção.

Fonte: http://www.intelligentcommunity.org/

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Smart Cities em Pequena Escala Cientistas da Universidade Técnica de Viena (Áustria), da Universidade da Ljubljana (Eslovénia) e da Delft University of Technology (Holanda) desenvolveram uma ferramenta interactiva que deu origem a um ranking de smart cities de média dimensão (população abaixo de 500.000 habitantes). O modelo de smart city adoptado baseia-se em 6 características chave: economia inteligente, cidadãos inteligentes, governação inteligente, mobilidade inteligente, ambiente inteligente e estilo de vida inteligente (http:// www.smart-cities.eu/). Luxemburgo ocupou a 1ª posição na pontuação final do ranking de smart cities, seguido de cidades dinamarquesas como Aarhus, Aalburg e Odense e a cidade finlandesa Turku.

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CAPITAL CRIATIVO NUMA REGIÃO CAPITAL A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa promovem uma Conferência Internacional dedicada ao tema “Capital Criativo numa Região Capital”, no próximo dia 6 de Dezembro. A iniciativa irá decorrer no Chapitô. O que transforma um indivíduo, um lugar, uma rua, um bairro, uma cidade, num meio criativo? È a questão deixada para debate.

A ECONOMIA DA CULTURA ROMPE FRONTEIRAS A INTELI participou no primeiro seminário organizado pelo projecto Fénix, no âmbito do programa de cooperação transfronteiriça Portugal/Espanha. Os trabalhos realizaram-se de 2 a 4 de Novembro de 2011 em três cidades da zona da Raia – Portalegre, Cáceres e Los Santos de Maimona. O Centro de Inovação apresentou, em Portalegre, uma comunicação centrada nas estratégias baseadas na criatividade em pequenas cidades, com foco nos espaços urbanos criativos. A Rede Fénix - Rede de Inovação Económica Centrada nas Pessoas tem como principal objectivo fazer renascer económica e socialmente as zonas urbanas de baixa densidade, que se encontram nas zonas transfronteiriças. Para isso, o programa desenvolve projectos de regeneração urbana, dinamização das actividades artesanais e promove o património cultural e arquitectónico local. O projecto é coordenado pelo Ayuntamiento de Los Santos de Maimona, em parceria com o Ayuntamiento de Cáceres, a Câmara Municipal de Portalegre e a Fundação Robinson, entre outras entidades locais. http://www.inteli.pt/ProgramaSeminarioFenix.pdf

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CRIATIVIDADE, UM TERRITÓRIO DE NOVAS OPORTUNIDADES A INTELI esteve presente na Conferência Internacional “Creative Entrepreneurship for a Competitive Economy” que teve lugar em Tallin (Estónia), de 19 a 21 de Outubro de 2011. O evento foi organizado pela “Enterprise Estonia”, a “Creative Estonia”, o Ministério da Cultura e o Ministério da Economia e Comunicações da Estónia. O consultor Tom Flemming moderou o debate. O objectivo da conferência foi repensar o papel da economia criativa numa era de crise económica europeia, articulando as agendas das artes, cultura, economia, comunidade e educação. No evento foi apresentado e discutido um draft do “Manifesto de Tallinn” com vista à publicação de uma versão final subscrita pelo Ministério da Cultura da Estónia e pelos participantes. O Manifesto apresenta cinco grandes temas em torno dos quais se propõem 26 recomendações de política: talentos criativos, negócios criativos, infra-estruturas criativas, cidades e regiões criativas e liderança criativa.

http://www.creativeestonia.eu/materials/The_Tallinn_Manifesto. pdf

INTELI PARTICIPA EM MISSÃO DA MALÁSIA À EUROPA O EICI – “European Interest Group on Creativity and Innovation”, rede em que a INTELI participa, organizou uma visita de uma delegação do Ministério da Informação, Comunicação e Culura (MICC) da Malásia à Alemanha (Stuttgart e Karlsruhe) com o objectivo de dar a conhecer o sector cultural e criativo na Europa. A missão, realizada nos dias 14 e 15 de Novembro, integrou a visita a empresas e organizações associadas às indústrias culturais e criativas e a realização de workshops sobre artes, cultura e património. A INTELI foi convidada a participar no evento, com a apresentação de uma comunicação sobre património cultural e o desenvolvimento das cidades: “Creativity-based Strategies in Heritage Cities: Case Studies form Portugal”. Em simultâneo, a INTELI participou na Assembleia Geral de 2011 do EICI. http://www.creativity-innovation.eu

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Smart City Expo & World Congress 2011 A Conferência Internacional “Smart City Expo & World Congress 2011” vai ter lugar nos dias 29 de Novembro a 2 de Dezembro, em Barcelona. É o primeiro salão europeu com um enfoque global nas cidades inteligentes. Este evento será o ponto de encontro para profissionais do sector, administração pública e especialistas que contribuíram para compreender o funcionamento e implementação do conceito de smart city: cidades que pretendem desenvolver melhores tecnologias com o objectivo de criar ambientes urbanos mais eficientes na gestão dos recursos disponíveis, sejam eles a energia, água ou a qualidade do ar. Além das conferências, o evento terá também uma área expositiva, onde as empresas, as cidades e as instituições terão oportunidade de expor os seus projectos, soluções e produtos mais inovadores. VER+

Intelligent Cities Expo and Conference Realizou-se no passado mês de Novembro, em Hamburgo, a 9ª Semana Europeia das Cidades e Regiões, sob a organização da Smartershows em parceria com a UKIP media events. Um certame dedicado à promoção das cidades sustentáveis, conectadas e inteligentes. Durante três dias os participantes ouviram as intervenções dos melhores especialistas em construção inteligente e cidades sustentáveis, abordando a aplicação de soluções inovadoras na gestão da energia, tratamento de águas e resíduos, mobilidade, segurança e tecnologias de informação. A conferência foi um espaço de partilha e disseminação dos melhores casos de estudo tendo como objectivo o futuro desenvolvimento das smart cities à escala global. VER+

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SITES & LINKS URENIO – Urban and Regional Innovation Research Unit ICF – Intelligent Community Forum European Initiative on Smart Cities - SETIS Smart Cities INTERREG project European Smart Cities research project

Oracle’s Solutions for Smart Cities Amsterdam Smart City Évora InovCity Projecto-piloto B APOLLON Projecto FIREBALL

LIVROS & ARTIGOS Creating Smart-er Cities The Journal of Urban Technology (Taylor & Francis), 2011. Esta publicação oferece uma visão geral de várias visões e conceitos de smart cities, inspirando-se numa visão crítica sobre smart cities a partir de uma série de trabalhos apresentados na Conferência Transnacional sobre Criação de Smart (er) Cities, realizada em 2009. A compilação destes trabalhos visa igualmente a disseminação dos principais desafios enfrentados pelas cidades nas suas diligências para o alcance dos princípios de actuação das smart cities.

Intelligent Cities: Innovation, Knowledge Systems and Digital Spaces Nikos Komninos, London and New York: Taylor and Francis, Spon Press, 2002 O livro foca-se nos ambientes de inovação das cidades inteligentes e apresenta os principais modelos (tecnopólos, regiões de inovação, cidades inteligentes) para a criação e suporte ao ambiente tecnológico, inovação e aprendizagem.

Intelligent Cities and Globalisation of Innovation Networks Nikos Komninos, London and New York: Routledge, 2008. Este livro combina conceitos e teorias das áreas de desenvolvimento urbano e planeamento, gestão da inovação e ambientes virtuais/inteligentes, explicando o surgimento de cidades inteligentes em relação à globalização dos sistemas de inovação.

Smarter Cities Series: A Foundation for Understanding IBM Smarter Cities IBM, 2011. Esta publicação da IBM é a primeira de uma série de publicações do grupo sobre smart cities. O documento fornece a visão da IBM sobre as smart cities e explica como a informação e a tecnologia podem ajudar a tornar as cidades mais inteligentes, descrevendo os diversos problemas inerentes às cidades e apresentando soluções tecnológicas específicas para a sua resolução.

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A INTELI é um think-and-do-thank que actua na área do desenvolvimento integrado dos territórios a nível económico, social, cultural e ambiental, através do apoio às políticas públicas e às estratégias dos actores locais. Opera nos domínios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social, procurando contribuir para a afirmação de cidades e regiões mais criativas, sustentáveis e inclusivas.

FICHA TÉCNICA Edição: INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de Inovação Av. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 4º 1070-072 Lisboa – Portugal Tel: (351) 21 711 22 10 Fax: (351) 21 711 22 20 Website: www.inteli.pt E-mail: citiesbrief@inteli.pt


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