CitiesBrief #08 (PT)

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Marรงo 2013

CRIATIVA

SUSTENTร VEL INCLUSIVA

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Nº 08. MAR. 2013

EDITORIAL

O mundo da energia mudou e nós estamos a olhar para o lado [ ANTÓNIO SÁ DA COSTA ]

A eficiência energética faz-se com as pessoas - REPORTAGEM ENERGIA EM MOVIMENTO PARA GANHAR 2020 - REPORTAGEM

CASO DE ESTUDO Partilhar sobre Rodas

NOTÍCIAS INTELI BREVES EVENTOS SUGESTÕES


Energia nas Smart Cities A INTELI tem vindo a promover o conceito de smart city como um novo paradigma urbano, tendo como génese a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TIC) para promover a competitividade económica, a sustentabilidade ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos. Para tal, desenvolveu um Índice de Cidades Inteligentes que aplicou a 20 das 25 cidades que integram a rede RENER – Living Lab para a Inovação Urbana, com vista a medir o grau de inteligência urbana dos municípios e a promover a melhoria do desempenho dos territórios. Inovação, sustentabilidade, inclusão social e cultural, governação e conectividade foram as áreas alvo de análise, quantificadas e qualificadas através de uma bateria de 80 indicadores. A energia foi um dos domínios avaliados, com foco na eficiência energética e nas energias renováveis. Trata-se de um dos principais desafios que as cidades enfrentam, dado que 60-80% do consumo de energia ocorre nos espaços urbanos, sendo necessárias políticas e medidas concretas de intervenção. A Marketandmarkets (2012) aponta para um crescimento sustentado do mercado global das cidades inteligentes que atingirá 1 trilião de dólares em 2016, com destaque precisamente para o sector da energia smart que se prevê crescer a uma taxa de 28,7% entre 2011 a 2016. É neste enquadramento que a INTELI se encontra a desenvolver projectos e a trabalhar com as autarquias e comunidades na promoção da eficiência energética e das energias renováveis. O projecto RENERGY – Estratégias Regionais para Políticas Energéticas Sustentáveis (INTERREG IVC) é um dos exemplos desta estratégia, estando a ser implementado em parceria com 12 cidades e regiões de 10 países europeus, em estreita colaboração com o Município de Torres Vedras. Esta edição da Cities.brief foca-se na energia sustentável, apresentando opiniões, reportagens, casos de estudo, notícias e eventos sobre o tema, no sentido de promover a reflexão e debate sobre a economia verde urbana em direcção a cidades mais inovadoras, sustentáveis e inclusivas.

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O mundo mudou e nós estamos a olhar para o lado

Engenheiro de formação, determinado, um maratonista do movimento das energias renováveis em Portugal. António Sá da Costa é um nome incontornável quando se fala de políticas energéticas. As empresas, os jornalistas, mas sobretudo os políticos, muitos ao longo das últimas décadas, ouviram as palavras de Sá da Costa. Agora em discurso directo na Cities Brief.

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Há mais de duas décadas que tem sido um dos rostos mais empenhados na defesa das energias renováveis em Portugal. Ao longo deste tempo nunca teve vontade de baixar os braços e desistir?

A APREN – Associação de Energias Renováveis, este ano, cumpre os seus primeiros 25 anos de existência. Eu fiz parte da primeira direcção e já estava no sector das renováveis antes da APREN. Se nessa altura me perguntasse se acreditava que as renováveis iriam ter neste período a importância que têm hoje, certamente dir-lhe-ia que não. Nem preciso ir tão longe. Se recuasse 10 anos também não diria que podiam ter a pujança que têm hoje em dia. Não é um sector fácil. É um sector para maratonistas. Eu sou um corredor de fundo. Nos meus tempos universitários corri com os grandes maratonistas como o Carlos Lopes. Eu não era grande atleta e eles davam-me sempre muitas voltas de avanço, mas nunca desisti. Podia chegar em último mas nunca desistia. Quando estou convencido que tenho razão vou até ao fim. E estou convencido, até que me provem o contrário. Se me provarem que estou errado - não sou dos que nunca se engana, porque só não se engana quem nada faz – admitirei o erro, mudo de direcção e sigo em frente. Mas desistir nunca!

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O sector da electricidade de origem renovável é o futuro, por isso, compete-me a mim enquanto presidente da APREN gerir hoje o futuro das renováveis com toda a determinação.

Habitualmente as pessoas associam renováveis a eólicas fruto do grande movimento de expansão dos últimos anos. No entanto nós temos uma carga solar privilegiadíssima no contexto europeu. Que passo é necessário para que esta como outras áreas tenha um avanço significativo que permita o mix de energias?

Eu sou engenheiro, não sou sociólogo nem politólogo para estudar certas matérias… Mas há mitos que se colam a determinados conceitos. O público consumidor fica agarrado a essas ideias erradas e muitas vezes os responsáveis políticos e não só, que deviam ter discernimento não o têm e alimentam esses mitos. Em Portugal gostamos de minimizar o que fazemos. Dizemos que santos da casa não fazem milagres, não acreditamos em nós. É preciso mudar essa mentalidade e no sector das renováveis é muito importante que isso aconteça.


No exterior olham para Portugal com admiração. Como é que um pequeno país com 10 milhões de habitantes - já é uma escala com alguma dimensão - em que mais de metade da electricidade vem dos produtores em regime especial, quer sejam renováveis quer sejam fósseis, estou a falar de cogeração, consegue absorver a produção de renováveis sem problemas de distribuição ou de segurança da rede. Isto exige da parte de quem utiliza e explora o sistema, estou a falar da EDP Distribuição e da REN, competências, conhecimentos e ferramentas que permitem gerir de forma integrada e bem-sucedida. Este facto dá-nos um orgulho muito grande. Quando vou lá fora e perguntam como é que Portugal consegue atingir valores de penetração de renováveis que não pensávamos possíveis e sem problemas? Eu fico orgulhoso com o elevado nível técnico, de conhecimentos e de cooperação das duas instituições e da colaboração que o sector das renováveis tem tido com elas. Se isto é verdade, também não é menos verdade que me sinto envergonhado quando falamos do solar. Há poucas semanas em Bruxelas foi apresentada a lista da penetração do solar fotovoltaico dos 27 países da União Europeia. Portugal é o penúltimo com 213 Megawatts, tendo apenas atrás de si a Eslovénia com 197 Megawatts. Mesmo assim este lugar é porque a Eslovénia tem um quinto da nossa área, um quinto da nossa população e metade da nossa insolação. É, no mínimo ridículo o nosso posicionamento no sector solar fotovoltaico. O fotovoltaico tem o rótulo de ser caro…

Porque se colocou essa etiqueta. O fotovoltaico já não é caro. Foi caro mas já não é. Os preços hoje são um sexto do que eram há 5 anos. Aqueles que continuam a alimentar essa ideia partem de um conceito profundamente errado, que é considerar que a energia fotovoltaica é para ser usada em grandes centrais. Nada mais errado. O sol há em todo o lado. Aparece todos os dias e está disponível para ser utilizado em pequena escala podendo mesmo resolver os problemas de populações que estão em locais mais isolados. Porque não usar a energia solar em mini centrais mais próximas dos cidadãos? Há tantas casas unifamiliares ou geminadas que podem utilizar esta energia com grandes benefícios directos e com retornos financeiros a curto prazo. Por exemplo, é extremamente eficiente a utilização do solar para aquecimento das águas sanitárias. Vou dar-lhe um exemplo prático. Na minha casa em Lisboa instalei, há 4 anos, painéis solares para aquecimento de águas sanitárias. Durante metade do ano tenho água quente em casa gratuita (somos 4 pessoas) e durante a outra metade gasto alguma coisa, mas uso biomassa. Te-

Não percebo! Portugal, um país rico em renováveis desperdiça a sua maior riqueza. nho uma caldeira a pellets, o que me permite fazer não só o complemento do aquecimento das águas sanitárias como me garante o conforto térmico durante todo o ano. Resultado: a minha factura energética é de cerca de 200 a 250 euros para o ano inteiro, com a vantagem de estar a usar recursos naturais nacionais, com reduzido nível de emissões de CO2. Houve investimento inicial é certo. Mas neste momento o custo dos painéis solares já está pago e a caldeira que é um equipamento mais dispendioso fica paga nos próximos 4 anos. Qual é o investimento que tem um retorno a tão curto prazo? Ajudo-me a mim, ao ambiente e ao País que importa menos combustíveis fósseis. Mas continua a dizer-se que a energia das renováveis é mais cara…

Quando dizemos que é cara temos de ver com o que estamos a comparar. O actual Secretário de Estado diz que se for a preço de mercado as empresas podem instalar a potência que quiserem. Qual preço de mercado. O que estamos a comparar? Eu não posso comparar o custo de um bife na minha mesa com o mesmo bife ainda na vaca no pasto. Tenho de comparar os dois bifes na prateleira do supermercado. Quer isto dizer que não posso comparar o custo de energia de um painel solar da minha casa com o custo da energia à saída de uma central tradicional. Então e o transporte, a distribuição e todo o caminho até chegar ao consumidor não contam? Há uma falta de coerência, falta de conhecimento quando não se consideram todos estes aspectos. Os momentos de crise financeira são mais adversos para explicar?

O sector da energia é complexo. Temos de ter uma visão integrada. Estamos em crise. Pois é nas alturas de crise que devemos ter uma perspectiva integrada do investimento.

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Existe tecnologia, mas não existe uma estrutura para pensar e planear a médio-longo prazo. Eu costumo dizer que nós que somos pobres não investimos na riqueza que temos, as renováveis. Os alemães que são ricos investem cada vez mais apesar de terem menos recursos renováveis que nós. Não faz sentido. Temos de aproveitar o que é nosso. Não podemos pensar que o sol é só para bronzear. O sol está ali todos os dias à nossa disposição para o podermos usar, com ganhos significativos para nós e para o País. Portugal precisa da nossa energia Qual o impacto dessa ausência de visão para as dezenas de empresas tecnologicamente avançadas que apostaram nas renováveis e no fotovoltaico?

Enorme. Esse é um aspecto importante. Nas basta ver os resultados na factura da electricidade, é necessário avaliar os efeitos induzidos pelo sector das renováveis na economia. Há três factores importantes: o desenvolvimento industrial, a criação de emprego e a capacidade de exportação. Há toda uma cadeia de valor por trás. Temos fábricas com operários altamente qualificados, elogiados pelos alemães, com capacidade para produzir para o mercado interno e para exportar. No caso dos painéis solares a indústria tem mais de 3 mil empregados e mais de metade com formação superior. É uma criadora de riqueza. Há ainda outro aspecto a ter em conta. O desenvolvimento das eólicas, por exemplo, tem contribuído para a distribuição de riqueza por partes do território nacional tradicionalmente mais desfavorecidas. Os parques eólicos pagaram em 2012 uma taxa aos municípios de cerca de 25 milhões de euros. E quase outro tanto que é pago directamente aos proprietários dos terrenos (muitas vezes juntas de freguesia), isto sem falar de contrapartidas na fase de construção. É claro que está realidade está reflectida na factura de electricidade. Paga-se um pouco mais mas é para benefício da economia interna e do emprego. Qual é a alternativa? Comprar energia fóssil ao estrangeiro. O dinheiro vai para outras economias e aquilo que adquirimos é para queimar. Mais grave, queimamos, emitimos CO2 e ficamos sem nada.

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Não percebo! Portugal um país rico em renováveis desperdiça a sua maior riqueza. Não faz sentido. Temos de aproveitar e incentivar mais. As campanhas sobre o custo das renováveis abrem portas ao nuclear?

O nuclear não é renovável. E o lixo não é seguramente renovável. Há um estudo no MIT sobre as centrais nucleares nos EUA que diz que até agora não houve nenhum estudo financeiro sério do nuclear que não tenha derrapado para o dobro ou para o triplo do inicialmente previsto. A primeira estimativa séria da recuperação de Fukuxima foi de 148 mil milhões de euros e já sabemos que vai custar mais do dobro. Para quem gosta de contas, 148 mil milhões de euros é quase o dobro do dinheiro que a Troika nos emprestou. Já para não falar no impacto directo na vida das pessoas e das consequências económicas e sociais da deslocação permanente de 40 mil pessoas. Mais uma nota a reter. Toda a actividade comercial ou industrial tem obrigatoriamente de ter seguros contra terceiros. Toda menos o nuclear. Esses custos são assumidos pelos Estados. E que custos!!! Esses, seguramente, não entram no custo de quilowatt hora que pagamos. As renováveis têm registado uma evolução inconsistente. Avanços e recuos em função das vontades políticas a cada momento. Como manter uma linha de rumo estável para o País?

Os economistas dizem que para sairmos da crise é necessário reduzir as importações, aumentar as exportações e criar o emprego. O que é que fazem as renováveis? Reduzem as importações, aumentam as exportações e criam emprego. De que é que estamos à espera? Por exemplo os incentivos fiscais a painéis solares térmicos que fazem o clique para mexer a economia não devem ser encarados como um apoio a fundo perdido, mas sim como um adiantamento que o Estado faz, para a muito curto prazo recuperar com altos dividendos. São combustíveis fosseis que se deixam de importar, para além da nova dinâmica que imprime à economia. Quem não quer ver isto não percebe o que se está a passar. Para manter uma linha de rumo coerente é necessário fazer planeamento integrado do sector energético. Electricidade, transportes, aquecimento, eficiência energética interagem e são transversais na sociedade portuguesa.


Essa postura obriga a trabalhar segundo um novo paradigma de desenvolvimento…

Discordo. Este não é um novo paradigma. Esta é a realidade que já existe. Basta olhar para ela e ter flexibilidade mental para construir as ferramentas de planeamento necessárias para evitar o zigue-zague, a inconsistência e as decisões casuísticas. Hoje temos a tecnologia, mas não existe a estrutura base para pensar e planear as acções a médio e longo prazo na sociedade portuguesa. Isso não existe. O que vemos são medidas avulso em função do que cada ministro gosta mais ou menos. Devia de haver um Gabinete de Planeamento Estratégico de Energia, com engenheiros de várias especialidades, economistas, sociólogos, urbanistas para avaliar e acompanhar as medidas ou a mudança de políticas. Analisem e sinalizem os impactes das medidas. As decisões do sector energético são de longo prazo. Esta é a altura de o fazer. Nas decisões de 2005 definiu-se como prioridades no sector energético a hídrica, a eólica e o gás natural. Agora vamos definir o rumo para 2030 e isso exige conhecimento, estratégia integrada. Quando se constrói uma central de ciclo combinado é para durar pelo menos 30 anos. Fazer uma infra-estrutura no sector energético não é como fazer um bar na praia, com o respeito que a actividade me merece. A barragem de Castelo de Bode, planeada nos anos 40, ainda hoje lá está e estará. Uma central não se muda. Uma política de zigue-zague traz custos acrescidos para os cidadãos. Custos que atravessam gerações. É preciso planear e cumprir planeamento. Deve haver flexibilidade para ajustar as linhas de rumo às circunstâncias, mas já não é tempo de desenrascanço. A nossa vida não se compadece com isso, nem o desenvolvimento do País. Eu já disse isto a vários ministros. Água mole em pedra dura tanto dá até que fura… Quando pergunto se estou errado eles respondem: “Não, não está.” Então porque é que continuamos a caminhar com erros sobre erros para o precipício? Parem para pensar. Se um pai investe na formação e qualificação de um filho para dar resultados 20 anos depois, porque é que não investimos na formação e qualificação energética do País? O mundo da energia está a mudar e nós estamos olhar para o lado.

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A eficiência energética faz-se

com as pessoas REPORTAGEM

Lisboa acolheu, no passado mês de Fevereiro, o segundo encontro internacional do projecto RENERGY – Estratégias Regionais para Políticas Energéticas Sustentáveis, uma iniciativa de cooperação europeia que visa o incremento da eficiência energética e o reforço da utilização de energias renováveis. Durante dois dias, passaram pelo Lisboa Story Centre cerca de 45 representantes dos 10 países que integram o projecto. Organizada pela INTELI, a iniciativa teve como principais objectivos discutir resultados preliminares e delinear estratégias futuras. No entanto, houve ainda espaço para a discussão de temas prementes relacionados com o envolvimento da comunidade e o papel dos mercados locais na utilização eficiente da energia e das fontes de energia renovável e a mitigação das alterações climáticas. Até que ponto os fornecedores conhecem os mercados locais e respectivas necessidades? Quais os principais instrumentos e medidas para desenvolver a consciencialização e motivação dos cidadãos para a utilização das energias renováveis e práticas de eficiência energética? Qual o papel das comunidades locais para o alcance dos objectivos 2020 e mitigação das alterações climáticas? Foram algumas das questões que animaram o debate final do encontro, dividido em três mesas temáticas, e no qual participaram especialistas com diversas nacionalidades, experiência e perspectivas. Entre os principais constrangimentos realçados persistem os custos e o tempo associado ao retorno do investimento nestas soluções sustentáveis, assim como a falta de coerência e clareza ao nível das políticas que têm vindo a ser desenvolvidas, quer ao nível local, quer ao nível regional e nacional. É, por-

tanto, importante repensar essas políticas, reflectindo sobre os seus reais objectivos, as potencialidades dos desenvolvimentos tecnológicos, e a forma de envolver as comunidades locais, motivando melhores comportamentos para a promoção de padrões de vida mais sustentáveis. Para Sá da Costa, presidente da APREN – Associação de Energias Renováveis, a quem coube a introdução do debate, “temos a responsabilidade de deixar o mundo melhor do que encontrámos” e acredita que “não é possível alcançar nada na área das renováveis e eficiência energética sem a cooperação do público, do consumidor”. No entanto, existe ainda um longo caminho a percorrer ao nível da consciencialização, quer do consumidor, quer do investidor. “Sabemos que os combustíveis estão lá, mas não sabemos a que preço. Não é justo que a sociedade não se preocupe com a instabilidade do preço dos combustíveis, mas se preocupe com a instabilidade ao nível da disponibilidade das fontes de energia renovável”, reforça. A aposta deverá portanto passar pelo fomento de campanhas de comunicação e sensibilização adaptadas aos diversos públicos-alvo, com informação transparente, fiável e baseada na evidência. E embora cada país e região sejam singulares, com constrangimentos e potencialidades diferentes, oportunidades como esta iniciativa, na qual é possível perceber e partilhar experiências vividas noutros lugares e contextos, poderão ajudar no planeamento de estratégias precisas e assertivas. Até porque, como lembrou o represente da APREN, independentemente do contexto em que se actue, há pelo menos uma ideia essencial a reter: “o caminho para a utilização eficiente da energia e promoção das energias renováveis não é para sprinters é para maratonistas”.

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RENERGY – Pensar de forma integrada para agir ao nível local Integrado nos objectivos da Estratégia Energia 2020, o projecto RENERGY - Estratégias Regionais para Políticas Energéticas Sustentáveis tem como objectivo central promover uma dinâmica de cooperação inter-regional que permita fomentar a eficácia das políticas de desenvolvimento regional na área da energia, avançando mais rapidamente para uma economia de baixo carbono e para a criação de oportunidades de negócio em produtos, tecnologias e serviços ligados ao sector energético, sobretudo para as PME locais e regionais. Cientes de que a eficácia das orientações e trajectórias identificadas pelas políticas europeias e nacionais para a energia depende do desenvolvimento e adopção de medidas contextualizadas, ou seja, que tenham em conta as especificidades dos locais ou regiões alvo, os 12 parceiros do RENERGY decidiram, assim, juntar competências e experiências na procura de escolhas eficientes, integradoras e inclusivas e com impacte ao nível do desenvolvimento regional e local de forma sustentável.

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Para Alessandro Attolico, Coordenador do Projecto da Província de Potenza (Itália), parceiro líder do RENERGY, “a grande mais-valia deste projecto recai, precisamente, na possibilidade de juntar pessoas e realidades tão diversas, potenciando uma troca de experiências, impossível de concretizar no dia-a-dia”. Através da utilização de um modelo inovador para a criação de ambientes urbanos sustentáveis e eficientes, assente em três pilares chave – políticas e governança, integração no mercado e envolvimento da comunidade – os parceiros estão a trabalhar de forma colaborativa através de casos de estudo e discussão de boas práticas. No entanto, o trabalho central tem decorrido no terreno, numa interacção estreita com o poder, empresas e cidadãos ao nível local, que permite, em primeiro lugar, diagnosticar constrangimentos e potencialidades e, finalmente, desenvolver um plano de implementação personalizado e adequado ao território e respectivo contexto cultural, social e económico. Ao nível nacional, a INTELI está a colaborar com Torres Vedras, município que, segundo Catarina Se-


lada, coordenadora da área das cidades da INTELI, “tem vindo a apostar estrategicamente na eficiência energética e nas energias renováveis, pretendendo mesmo criar uma Plataforma Tecnológica que integre empresas e centros de investigação no concelho”. Factores determinantes, na medida em que cabe ao município um trabalho activo na disponibilização de informação de referência na área em estudo e na promoção do debate público, através do envolvimento de actores locais privilegiados, quer ao nível do poder, quer ao nível do sector empresarial e sociedade civil. Desta parceria resultará a elaboração de um conjunto de instrumentos de política no âmbito das energias renováveis e eficiência energética e com aplicação múltipla.

Mais informação: http://www.renergyproject.eu/ http://www.inteli.pt/pt/go/renergy

Parceria RENERGY

Província de Potenza (Itália) - líder da parceria National Research Council of Italy (Itália) Cidade de Tulln (Áustria) INTELI – Inteligência em Inovação (Portugal) Cidade de Worms (Alemanha) Durham County Council (Reino Unido) The Association of Municipalities Polish Network Energie Cités (Polónia) Kaunas University of Technology (Lituânia) Município de Avrig (Roménia) Município de Slagelse (Dinamarca) Município de Szentes (Hungria) Building for the Future (Reino Unido)

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ENERGIA EM MOVIMENTO PARA GANHAR

2020 REPORTAGEM

A Câmara Municipal de Loures realizou no passado mês de Fevereiro a segunda edição do seminário de energia sustentável, este ano associado a uma feira de empresas inovadoras que desenvolvem soluções de eficiência energética. A gestão energética nas suas mais variadas vertentes tem sido um tema estratégico e transversal a vários departamentos da autarquia (ambiente; transportes; educação). Loures assinou o Pacto dos Autarcas e integra o Living Lab RENER promovido pela INTELI, destinado numa primeira fase ao desenvolvimento e implementação da rede de mobilidade eléctrica em Portugal. Neste contexto, o município aderiu desde o primeiro momento ao projecto Índice de Cidade Inteligentes que está a ser desenvolvido pela INTELI junto de 20 cidades portuguesas. O seminário juntou uma dezena de especialistas, entre os quais Catarina Selada, responsável pela criação e desenvolvimento do Índice de Smart Cities e André Dias, gestor do projecto Mobility Intelligence Center (MIC), da INTELI. A mobilidade eléctrica é neste momento um factor incontornável em qualquer análise de sustentabilidade energética, tanto em Portugal como no contexto mun-

dial. No caso português por maioria de razão, considerando que o país tem neste momento um dos modelos de mobilidade sustentável mais avançados à escala global, consolidado numa rede de abastecimento com características únicas. A INTELI esteve na origem do trabalho conceptual do MOBI.E em torno do qual se associaram um conjunto de empresas de referência, criando um cluster de mobilidade eléctrica, ancorado na utilização de uma parcela cada vez maior de energias renováveis, com potencial de exportação para a Europa e para alguns países asiáticos. MOBI.E UM MODELO DE REFERÊNCIA INTERNACIONAL O caso português, assim considerado pelos parceiros internacionais permite um triângulo virtuoso entre as instituições públicas, as empresas e os cidadãos. Uma pessoa com um qualquer veículo eléctrico pode carre-

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duzido pelo fim da fase piloto; carregamento doméstico cada vez mais em foco; Comissão Europeia lançou recentemente a “Clean Fuel Strategy” que define um objectivo de 12.000 pontos de carregamento público para Portugal até 2020”. Por fim sublinhou o papel do Mobility Intelligence Center como “infra-estrutura tecnológica vocacionada para os desafios de sustentabilidade das cidades do futuro”. CIDADES INTELIGENTES gar na rede MOBI.E independentemente de qual seja o seu operador de energia. Esta interoperabilidade, única no contexto mundial, é um passo crucial para o conceito de factura única de mobilidade. Ou seja um único documento onde o consumidor pode ver os consumos da sua mobilidade seja através de carro próprio, seja o estacionamento, o transporte público ou o carsharing com veículos eléctricos. Esta integração de serviços permite às empresas, às autarquias e aos consumidores uma gestão mais eficiente dos consumos, uma poupança significativa e uma redução das emissões e dos custos da factura energética do país. A energia criativa e empresarial que fazia mover o MOBI.E tem deparado nos últimos tempos com obstáculos que praticamente congelaram o processo. No entanto, ao nível das autarquias mantém-se o entusiasmo. Em Loures o projecto de mobilidade sustentável é apresentado em todos os fóruns nacionais e estrangeiros. A presença de todas as marcas com veículos eléctricos na feira de energia sustentável é ainda um factor acrescido de confiança por parte das empresas construtoras de veículos. Para André Dias, apesar das indefinições legais e dos constrangimentos político-económicos é possível antever as tendências e oportunidades da mobilidade eléctrica para os próximos anos e aponta cinco pontos focais: “2013 deverá ser um ano de cada vez maior penetração de veículos eléctricos em frotas (tendência que é visível em autarquias como Loures, Lisboa, Cascais, Almada); projectos de carsharing e bikesharing eléctricos vão emergir sobretudo nos grandes centros urbanos (projectos em desenvolvimento em Lisboa, Cascais, Guimarães); maior dinamismo de mercado in-

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A questão está sempre em cima da mesa. O que são as cidades do futuro? Catarina Selada, responsável pelo departamento de Cidades e Territórios da INTELI e coordenadora do Índice de Cidades Inteligentes sublinha que “as cidades do futuro são aquelas onde vivemos” e é sobre esses territórios que é necessário trabalhar uma visão integrada que junte inovação, tecnologia, instituições, empresas na procura de soluções para os problemas das populações. “Ser uma smart city é um processo, um caminho” cujo objectivo último é melhorar a qualidade de vida das pessoas e ganhar competitividade para os territórios onde residem. O sucesso dessa estratégia depende de um melhor conhecimento das cidades e territórios como base para um trabalho mais rigoroso e profícuo. É esse o objectivo do Índice de Cidades Inteligentes elaborado pela INTELI. O trabalho desenvolvido nos últimos meses recolheu informação de fontes diversas, tratou e introduziu novas variáveis segundo um quadro de análise sustentado em cinco áreas estratégicas: sustentabilidade; inovação; inclusão social; conectividade; governação. A base foi mais uma vez as 25 cidades da rede RENER. Catarina Selada deixou cinco pontos de reflexão resultantes da primeira fase do trabalho: “Não existe uma estratégia nacional para as smart cities; prevalecem dinâmicas locais, mas as cidades têm diferentes graus de maturidade no desenvolvimento de soluções smart; predominam alguns projectos isolados bem sucedidos; algumas cidades estão a implementar projectos numa perspectiva integrada e transversal a várias áreas de intervenção; as directivas europeias para o horizonte 2014-2020 abrem boas oportunidades.”


Perante este quadro a responsável da INTELI destacou a necessidade de dinamizar e reforçar a rede de cidades inteligentes em Portugal através do Living Lab RENER; propôs a criação de um cluster de smart cities orientado para o desenvolvimento de uma oferta integrada de soluções urbanas inovadoras para a exportação de modelos de sucesso no mercado internacional; e sublinhou ainda a importância de fortalecer o empreendedorismo urbano (apps em pequena escala desenvolvidas por empreendedores e comunidades de utilizadores). O seminário sobre energias sustentáveis ouviu ainda propostas de soluções tecnologicamente avançadas: ganhar eficiência ao nível da iluminação pública (um custo de estrutura importante para as autarquias) e o avanço nos sistemas de construção sustentável. No final autarcas e oradores reforçaram a convicção do caminho a trilhar. Só falta remover os obstáculos.

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aso de studo

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Partilhar sobre Rodas Num mundo em mudança as sociedades revisitam palavras e conceitos. Partilhar ganha novos significados na vida das cidades. À ideia de solidariedade acrescentam-se outras como eficácia, eficiência, emprego e desenvolvimento sustentável. Partilhar está, hoje, na ordem do dia.


Vivemos numa sociedade onde os modelos partilhados estão crescentemente a afirmar-se em detrimento da propriedade privada. E em várias áreas das nossas vidas, desde a alimentação à habitação. A mobilidade não escapa a esta tendência, tendo-se assistido recentemente a uma proliferação de serviços de carsharing e bikesharing. Trata-se de modos de transporte onde os veículos ou as bicicletas são detidos por uma empresa ou organização, sendo partilhados por um conjunto de pessoas ao longo do dia. Deverão ser encarados como complementares a outras formas de mobilidade sustentável, como os transportes públicos ou andar a pé, fornecendo uma alternativa à posse do automóvel. Os benefícios são óbvios. No caso do carsharing podemos assistir à redução dos veículos na estrada, diminuição do congestionamento nas cidades, poupança nos custos para os utilizadores e diminuição das emissões, com impacto no ambiente e na qualidade de vida dos cidadãos. De acordo com o relatório da Frost & Sullivan (2010), em média cada veículo partilhado substituiu 15 veículos privados em 2009, sendo que os adeptos do carsharing diminuíram as suas viagens de automóvel em 31% em comparação com uma situação de propriedade do veículo, evitando emissões de 482.170 toneladas de CO2. Os serviços partilhados de automóveis têm vindo a evoluir em termos de sofisticação, flexibilidade e

acessibilidade. São cada vez mais utilizadas tecnologias smart para a realização de reservas, acesso aos veículos, facilitação dos pagamentos e prevenção de roubos e vandalismo, melhorando a gestão e operação do serviço. Por sua vez, as parcerias com empresas fornecedoras de serviços de mobilidade complementares ou outro tipo de serviços são cada vez mais frequentes, como forma de potenciar a sustentabilidade das organizações de carsharing. Acresce que a presença de veículos eficientes nas frotas tem vindo a aumentar, nomeadamente veículos híbridos e eléctricos. Na mesma linha de pensamento, e em termos de partilha de bicicletas, o ITS (2010) fala de uma 4ª geração de bikesharing que inclui a utilização de tecnologias de informação e de quiosques interactivos, a integração de bicicletas eléctricas, assim como o uso de sistemas de redistribuição de bicicletas e de estações mais eficientes (de carregamento a energia solar, por exemplo). Estima-se que os utilizadores de carsharing irão atingir 4,4 milhões na América do Norte e 5,5 milhões de pessoas na Europa em 2016 (Frost & Sullivan, 2010). Além do mais, existiam em 2010 cerca de 100 programas de bikesharing em aproximadamente 125 cidades dos quatro continentes, com 139.300 bicicletas disponíveis para partilha (ITS, 2010). Portugal tem vindo a juntar-se a este movimento com o lançamento recente de uma multiplicidade de iniciativas que se vêm juntar ao Mobcarsharing em

Mercado de Carsharing na Europa: % de veículos eléctricos, 2009 e 2016 (Fonte: Frost & Sullivan, 2010)

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Lisboa e ao Citizenn no Porto ou às antigas Bugas de Aveiro. Por exemplo, o projecto de carsharing de veículos eléctricos previsto para Guimarães, a exploração de bicicletas eléctricas em Lisboa na sequência de um concurso promovido pela EMEL, o serviço de partilha de scooters eléctricas lançado pela start-up VeLX ou o sistema de partilha de bicicletas eléctricas promovido pela Câmara Municipal de Águeda. E prevê-se a emergência de novas iniciativas nos próximos meses. Mas, para além das vantagens associadas a uma mobilidade mais sustentável, os sistemas de carsharing e bikesharing oferecem múltiplas oportunidades para o desenvolvimento tecnológico, criação de negócios, geração de emprego e promoção das exportações.

Economia em movimento Por um lado, os fabricantes de automóveis procuram inovar com o lançamento de veículos mais eficientes, prevendo-se que em 2016 21% dos veículos nas frotas de carsharing na Europa sejam eléctricos (Frost & Sullivan, 2010). Acresce que existe um grande espaço de inovação ao nível do design de sistemas que tornem os produtos mais inteligentes, sociais e partilháveis, assim como da criação de serviços que desmaterializem o próprio produto físico. Por outro lado, com o crescimento do mercado, surgem oportunidades para a criação de novas empresas de carsharing e bikesharing, assim como para o desen-

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Crescimento estimado do Carsharing 2009-2016 (Fonte: Frost & Sullivan, 2010)

volvimento de soluções tecnológicas que facilitem a gestão e operação dos serviços oferecendo maior flexibilidade aos utilizadores. A título de exemplo, a empresa portuguesa Mobiag vai lançar no mercado um sistema para gestão de carsharing que permite a utilização de qualquer carro da rede, independentemente do seu operador, podendo o utilizador escolher o veículo através do telemóvel ou da internet. O carsharing é também um mecanismo privilegiado para promover e divulgar a utilização de veículos eléctricos, mobilizando a população para a sua adopção. Trata-se de uma plataforma de teste interessante para os fabricantes de automóveis que podem experimentar as suas estratégias, produtos e tecnologias e conhecer os comportamentos, atitudes e percepções dos consumidores em contexto real. Neste âmbito, a Cidade de Grenoble, em parceria com a Toyota e a EDF, vai lançar um sistema de carsharing de veículos eléctricos, a testar em 3 anos. O fabricante disponi-

bilizará 70 veículos i-Road, modelo apresentado recentemente no Salão Automóvel de Genebra, sendo a Citélib a empresa de carsharing responsável pela operação do sistema e das estações de carregamento. Esta é também uma oportunidade para a dinamização da rede Mobi.e nas 25 cidades do Living Lab RENER, contribuindo para a consolidação de cidades mais inteligentes em Portugal.

Referências: Frost & Sullivan (2010), Sustainable and Innovative Personal Transport Solutions - Strategic Analysis of Carsharing Market in Europe, 2010. ITS (2010), Bikesharing in Europe, the Americas, and Asia: Past, Present, and Future, 2010.


Bikesharing – Casos nacionais Cidade

Projecto

Eléctricas Fase

Aveiro

Bugas

X

Funcionamento

Cascais

Bicas

X

Funcionamento

Águeda

beÁgueda

Funcionamento

Caldas da Rainha

Rainhas bike sharing

X

Funcionamento

Lisboa

Bike sharing

Previsto

Paredes

BIP

X

Funcionamento

Viana do Castelo

Bianinhas

X

Funcionamento

Ponte de Lima

Bicicletas Lagoa

X

Funcionamento

Leiria

Biclis

X

Funcionamento

Santarém

Biks

X

Funcionamento

Serpa

Pedaleiras

X

Funcionamento

Sousel

Condestáveis

X

Funcionamento

Braga / Porto

BUTE

X

Para estudantes

Vila Real St António

VRSA

X

Funcionamento

Carsharing – Casos nacionais Cidade

Projecto

Lisboa

Mobcarsharing

Porto

Citizenn

Guimarães

Carsharing eléctricos

Eléctrico

Fase

x

Funcionamento

Previsto

Funcionamento

Previsto

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INTELI apresenta Índice de Cidades Inteligentes na Embaixada Sueca

“Smart Cities - The Swedish Way” foi o tema lançado pela Embaixada da Suécia em Portugal para colocar o novo paradigma das cidades inteligentes na agenda. O evento realizou-se no passado dia 7 de Fevereiro, contando com a participação da INTELI. Catarina Selada apresentou o panorama das cidades inteligentes em Portugal, com foco nos resultados da aplicação do Índice de Cidades Inteligentes a 20 cidades da rede RENER – Living Lab para a Inovação Urbana. A palestra proporcionou a oportunidade para trocar experiências com municípios suecos que estão a desenvolver projectos no âmbito das Smart Cities. Os representantes de Norrköping, Södertälje e Härryda divulgaram os projectos em curso e os seus impactos na vida das populações.

Empreendedorismo Científico em debate no Pavilhão do Conhecimento

“Empreendedorismo Urbano: as Cidades (smart) como oportunidade” foi o tema que a INTELI apresentou no dia 7 de Março no colóquio subordinado ao tema “Empreendedorismo Científico na Cidade de Lisboa”, que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento. Este evento integra a programação do PLACES, um projecto europeu que promove o desenvolvimento de métodos de comunicação entre a ciência, decisores e a sociedade, em mais de 60 cidades europeias, através de “City Partnerships”. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Ciência Viva e a Direcção para a Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa. O evento foi uma oportunidade para unir decisores, estrategas e os responsáveis de iniciativas bem-sucedidas de empreendedorismo científico, no sentido de aprofundar e promover a troca de experiências e conhecimentos.

Próximos eventos com a participação da INTELI • •

Fórum Ideias Desenvolvimento Local Barreiro-Moita, 4 de Abril, Fórum José Manuel Figueiredo, Baixa da Banheira Jornadas da Administração Pública, “O Futuro de Portugal”, 9-11 Abril, Universidade de Aveiro

Seminário Cidades Criativas/Cidades Educadoras, 11 de Abril, Instituto Politécnico de Setúbal

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Uma nova Parceria para a Economia Verde A nova Partnership for Action on Green Economy (PAGE) foi lançada em Fevereiro pelas agências das Nações Unidas em resposta à Call for Action da Rio +20. As quatro agências das Nações Unidas, incluindo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto das Nações Unidas para a Formação e Investigação irão apoiar 30 países nos próximos 7 anos para a elaboração de estratégias nacionais para a economia verde, que irão impulsionar a criação de novos postos de trabalho e competências, promover tecnologias limpas e reduzir os riscos ambientais e a pobreza. http://www.unep.org/greeneconomy/PAGE/tabid/105854/language/en-US/ Default.aspx

Londres cria grupo de peritos para as Smart Cities A Great London Authority nomeou um quadro de 16 peritos das universidades, das empresas e da área das tecnologias para supervisionar os projectos na área das smart cities que estão a ser desenvolvidos em Londres. David Gann, Coordenador da Inovação e Empreendedorismo da Imperial College Business School irá presidir a este Comité. O Smart London Board irá verificar como a cidade poderá usar da melhor forma as tecnologias e a informação que detém para assegurar que continuará a ser uma das cidades mais eficientes e saudáveis para se viver. http://www.london.gov.uk/media/press_releases_mayoral/mayor-announces%E2%80%98smart-london%E2%80%99-board-realise-london%E2%80%99sambition-global-tech-leader


Málaga impulsiona primeiro Cluster para as Smart Cities Cerca de duzentos representantes institucionais e empresariais espanhóis reuniramse em Málaga para definir as bases do primeiro cluster para a indústria das cidades inteligentes em Espanha. A iniciativa, promovida pelo Presidente da Cidade de Málaga, Francisco de la Torre, pretende gerar novas oportunidades de negócios e mais empregos. Este projecto reforça a imagem de Málaga como uma cidade inteligente. Para a criação deste cluster, o município de Málaga conta com o apoio da Associação Nacional dos Fabricantes de Bens de Capital, SERCOBE, que reúne empresas do sector das tecnologias associadas às cidades inteligentes, sendo que em 2011 totalizou um volume de negócios de 39.000 milhões de euros e promoveu exportações no valor de 31.000 milhões de euros. http://www.sercobe.es/archivos/3607

Comissão Europeia procura as melhores soluções climáticas na Europa A Comissão Europeia lançou no passado mês de Fevereiro o concurso “Um mundo que me agrada” no âmbito da campanha “Acção Clima” que pretende promover projectos criativos e inovadores com baixas emissões de carbono. Serão analisados todos os projectos provenientes de cidadãos, empreendedores, empresas ou de organismos públicos ou privados, pertencentes a um dos EstadoMembros da UE, desde que o seu objectivo principal seja a redução das emissões de gases responsáveis pelo efeito de estufa. Os projectos a concurso devem inserir-se numa das cinco categorias seguintes: construção e modo de vida; compras e alimentação; reutilização e reciclagem; transportes e viagens; produção e inovação. O prazo de entrega de candidaturas termina em Maio. http://world-you-like.europa.eu/pt/historias-de-sucesso/sobre-o-concurso/

Espanha cria Comité para a Normalização das Cidades Inteligentes A AENOR – Associação Espanhola de Normalização e Certificação e a Secretaria de Estado de Telecomunicações para a Sociedade de Informação do Ministério da Indústria e Comércio (SETSI) Espanhol assinaram uma convenção para a normalização e estandardização de cidades inteligentes em Espanha. O acordo apoia a criação do Comité Técnico de Normalização de Cidades Inteligentes, que ficará responsável pela estandardização de um novo modelo de desenvolvimento urbano que permitirá gerir de forma sustentável e inteligente as cidades. Este Comité trabalhará em normas no âmbito das infra-estruturas inteligentes, governo e mobilidade, energia e meio ambiente, entre outras áreas das cidades inteligentes. http://www.aenor.es/aenor/actualidad/actualidad/noticias.asp?campo=1&codigo=2553 8&tipon=1#.UUdDYsXq7Qw

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II Smart Energy Congress: Eficiência Energética em Infra-estruturas mais Inteligentes Madrid, 10-11 Abril 2013 O congresso é um importante ponto de encontro e de difusão das principais tendências e soluções tecnológicas disponíveis actualmente, bem como das boas práticas no âmbito das smart cities e smart grids, onde estarão presentes os principais interessados nestes temas. Será dado a conhecer o potencial e a importância das tecnologias inovadoras que permitem reduzir os gastos energéticos das infra-estruturas, bem como ofertas mais competitivas e sustentáveis no domínio da energia.

Smart City Event 2013 Amsterdão, 29-30 Maio 2013 Este é um dos maiores eventos na Europa sobre smart cities. São dois dias onde todos os actores relacionados com as cidades inteligentes irão partilhar conhecimento e experiências, dando a conhecer os projectos mais inovadores da Europa. Este ano o evento estará centrado nas alterações climáticas e transição energética.

International Conference on Alternative Energy in Developing Countries and Emerging Economies Bangkok, 30-31 Maio 2013 O objectivo desta conferência é criar um fórum internacional para a partilha de informação e conhecimento relativamente ao tema das energias alternativas nos países em desenvolvimento e nas economias emergentes. Irão ser focados vários aspectos relacionados com a bioenergia, energia das ondas, solar, eólica, hidrogénio, bem como das smart grids.

1.ª Expo Energia da Lusofonia Cascais, 6-8 Junho 2013 A 1ª Expo Energia da Lusofonia vai reunir actores internacionais de referência do sector energético e os mais altos responsáveis pela política de energia dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que irão apresentar as suas estratégias, projectos de investimento, fontes de financiamento disponíveis e tecnologias energéticas de futuro. Esta conferência assume-se assim como o ponto de encontro de referência do sector energético Lusófono e apresenta Portugal como plataforma intercontinental de negócios na área da energia.

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SITES & LINKS Rede Espanhola de Cidades Inteligentes

Centre for Cities

Icity lab - Verso le città intelligenti

Sustainable Cities Institute (SCI)

Living Lab RENER

Energy Saving Trust

LIVROS & ARTIGOS

Livro Branco Smart Cities

Enerlis, Ernest and Young, Ferrovial e Madrid Network, 2012 O Livro Branco pretende identificar os passos a seguir para que a aplicação da filosofia smart city seja viável em todos os municípios, independentemente da sua tipologia. São realizadas uma série de reflexões acerca dos temas chave associados a uma cidade inteligente: governo, mobilidade, sustentabilidade, população e economia, analisando a possibilidade da sua utilização no contexto de Espanha.

Estudo Smart Cities: Estudo internacional sobre TIC, Inovação e Conhecimento nas Cidades

The Committee of Digital and Knowledge-based Cities – UCLG, 2012 O estudo dá-nos um panorama da situação actual das cidades em diferentes regiões do mundo nas seguintes áreas: economia, mobilidade, ambiente, cidadania, qualidade de vida e governação, permitindo-nos identificar experiências inovadoras e boas práticas e facilitando a partilha de ideias e a aprendizagem entre cidades.

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The Business Case for Green Building World Green Building Council, Janeiro 2013

O relatório, elaborado pelo World Green Building Council, destaca os benefícios que os edifícios verdes proporcionam aos diferentes actores envolvidos durante todo o ciclo de vida de um edifício. Simultaneamente, procura examinar se é possível atribuir um valor financeiro aos custos e benefícios dos edifícios verdes.

World Energy Outlook 2013

Agência Internacional da Energia, Novembro 2012 O último relatório da Agência Internacional de Energia apresenta as mais recentes projecções em matéria de energia para 2035 e algumas conclusões do que estas representarão para a segurança energética, alterações climáticas, desenvolvimento económico e acesso universal a serviços energéticos modernos. As questões do petróleo, carvão, gás natural, energias renováveis e energia nuclear são analisadas neste relatório. O relatório também apresenta um Índice de Desenvolvimento Energético (EDI) para 80 países.

Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 PNUD, Março 2013

Embora alguns países já estejam a investir em energias renováveis e na sustentabilidade, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 do PNUD o mundo poderá viver uma “catástrofe ambiental” em 2050. Nessa altura, o relatório estima que cerca de 3 bilhões de pessoas vivam em situação de extrema pobreza, das quais pelo menos 155 milhões viverão na América Latina e no Caribe. Esta deterioração das condições demográficas e sociais seria motivada também pela degradação do meio ambiente e pela redução dos meios de subsistência, como a agricultura e o acesso à água potável.

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FICHA TÉCNICA Edição e Coordenação: INTELI Equipa: Catarina Selada, Patrícia Afonso, Isabel Marques, Maria João Rocha e Diana Reis Colaboraram nesta edição: António Sá da Costa – APREN – Associação de Energias Renováveis Fotografia: Anthony Malhado Design gráfico: Mónica Sousa Fotografia de capa: Istockphoto


A INTELI é um think-and-do-thank que actua na área do desenvolvimento integrado dos territórios a nível económico, social, cultural e ambiental, através do apoio às políticas públicas e às estratégias dos actores locais. Opera nos domínios da cultura e criatividade, energia e mobilidade e inovação social, procurando contribuir para a afirmação de cidades e regiões mais criativas, sustentáveis e inclusivas.

Edição: INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de Inovação Av. Conselheiro Fernando de Sousa, 11, 4º 1070-072 Lisboa – Portugal Tel: (351) 21 711 22 10 Fax: (351) 21 711 22 20 Website: www.inteli.pt E-mail: citiesbrief@inteli.pt


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