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World Scout Bureau, Interamerican Office Oficina Scout Mundial, Región Interamericana

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POLÍTICA INTERAMERICANA DE PROGRAMA DE JOVENS Uma missão, muitas aventuras

! ! 1. INTRODUÇÃO !

A Resolução nº 4/90 da 32a Conferência Escoteira Mundial, realizada em Paris, França, em 1990, adotou a Política Mundial de Programa por meio das seguintes afirmações:

! A Conferência: !

• reconhece que o Programa de Jovens é o principal meio para atingir o propósito do Movimento Escoteiro e a chave para atrair e reter membros;

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• está ciente do fato de que o documento "Rumo a uma estratégia para o Escotismo" identifica uma fraqueza na área do Programa de Jovens como, talvez, a questão mais importante que Movimento Escoteiro enfrenta;

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• adota a declaração contida no documento nº 6 da Conferência como a Política Mundial de Programa;

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• incentiva Organizações Escoteiras Nacionais (OENs) a tomarem medidas necessárias para refletir esta política em suas próprias políticas e procedimentos e concederem recursos adequados para o desenvolvimento e implementação do seu Programa de Jovens,

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• solicita ao Comitê Escoteiro Mundial a tomar todas as medidas necessárias para continuar a apoiar as OENs nesta área.

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Em sintonia com esta resolução, em novembro de 1990, a 22a Conferência Escoteira Interamericana, realizada em Montevidéu, Uruguai, concordou em implementar na Região a chamada "Estratégia 2002", aprovada na 32a Conferência Escoteira Mundial.

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Entre 1990 e 1993, a estratégia focou no desenvolvimento e implementação de ferramentas de planejamento participativo. O resultado dessa primeira fase coloca em evidência um programa que não atendia às necessidades dos jovens, com insuficiência em diversos aspectos, entre outras deficiências.


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O Plano Regional 1993-1996, chamado de "Um salto para o futuro", foi publicado em Julho de 1993. Juntamente com um novo diagnóstico da situação regional, ele continha várias ações que visavam responder às necessidades no Programa de Jovens, Recursos Humanos e Gestão Institucional.

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Em setembro de 1995, a Conferência Escoteira Interamericana, realizada em Cartagena das Índias, Colômbia, aprovou por unanimidade "a ratificação da Política Regional de Programa de Jovens aprovada pelo Comitê Escoteiro Interamericano".

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Desde aquela época, o "Método de Atualização e Criação Permanente do Programa de Jovens" (MACPRO) tem sido usado como um sinônimo para a Política Regional de Programa.

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A Resolução nº 10-17 da 24ª Conferência Escoteira Interamericana, realizada na Cidade do Saber, no Panamá, em 2010,

! Considera: !

a) A Rede de Programa de Jovens reuniu-se na 24ª Conferência Escoteira Interamericana, na cidade do Panamá, reafirmando que a Política Regional de Programa de Jovens atualmente em vigor é o "Método de Atualização e criação permanente do Programa de Jovens" (MACPRO);

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b) Existe uma necessidade de um documento que expresse claramente a política atual do Programa de Jovens - até recentemente apenas referido na metodologia acima citada;

! SOLICITA !

• Que o Comitê Escoteiro Interamericano elabore um documento que apresente de forma integral a Política Regional de Programa de Jovens atualmente em vigor.

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• Em resposta a este pedido, o Comitê Escoteiro Interamericano propõe este documento preliminar denominado Política Interamericana de Programa de Jovens.

! ! 2. PROPÓSITO DA POLÍTICA INTERAMERICANA DE PROGRAMA DE JOVENS ! O propósito da Política Interamericana de Programa de Jovens é: !

• Apresentar de forma integral os elementos e conceitos centrais que sustentam o desenvolvimento do Programa de Jovens na Região Escoteira Interamericana.

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• Adaptar a Política Mundial de Programa para as necessidades e realidades da Região, de modo a assegurar plena aplicação de seus conceitos em âmbito regional.

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• Servir como marco de referência e apoio para as tarefas de desenvolvimento, inovação, implementação e avaliação do Programa de Jovens, tanto em nível regional como de OEN.

! ! 3. APLICABILIDADE DA POLÍTICA !

Esta política, com o objetivo de contribuir para o cumprimento da Missão do Escotismo, é destinada à todas as Organizações Escoteiras Nacionais reconhecidas pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME), pertencentes à Região Escoteira Interamericana.

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Da mesma forma, também envolve diferentes organizações regionais, tais como: a Conferência Escoteira Interamericana, o Comitê Escoteiro Interamericano, o Escritório Mundial - Região Interamericana, as Redes Regionais de Jovens, Programa de Jovens, Adultos no Escotismo, Desenvolvimento Institucional, Comunicação e Meio Ambiente, bem como qualquer outra rede, dispositivo ou estrutura que seja criada no futuro.

! ! 4. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA INTERAMERICANA DE PROGRAMA DE JOVENS ! Os princípios que regem a Política Interamericana de Programa de Jovens são: !

Um Programa de Jovens atualizado, que é o produto de uma constante reflexão sobre as práticas educativas em relação ao Projeto Educativo do Movimento Escoteiro.

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Um Programa de Jovens relevante, porque leva em conta as demandas culturais, sociais, políticas e econômicas da sociedade.

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Um Programa de Jovens significativo, porque considera os interesses e atende às necessidades dos jovens a partir da relevância do Método Escoteiro.

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Jovens como o centro do programa. É um programa “de” jovens e não um programa "para" os jovens . Isto significa que o desenvolvimento e a implementação do programa é baseada nas necessidades e interesses dos jovens em geral - não só de jovens escoteiros - e com a participação ativa deles, considerando o fato de que eles são os principais agentes de seu desenvolvimento.

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Um programa para todos que atende às necessidades dos jovens de todos os setores da sociedade devendo ter a flexibilidade necessária para adaptar-se à diversidade cultural, econômica, racial, social, religiosa ou de qualquer outra natureza.

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A proposta de uma educação para a vida. Considerando um programa educativo para a vida aquele que fornece, de forma progressiva, a oportunidade de crescer plenamente como indivíduos, para ser inserido nas realidades do mundo, compreendê-lo e transformá-lo para tomar decisões de acordo com um código de ética baseado na Lei Escoteira e para atuar como


indivíduos comprometidos, autônomos, responsáveis, solidários, preocupados e em busca de seu significado.

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Um programa que mantém a unidade na diversidade. Um programa que, apesar das diferentes adaptações às realidades locais, mantenha sua unidade. Isto é assim porque, enquanto a unidade se expressa na fidelidade à Missão, aos Princípios e ao Método do Movimento Escoteiro, a diversidade se expressa em resposta às realidades em que o programa é aplicado.

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Um programa que permite autonomia progressiva. Um programa que oferece oportunidades crescentes para a participação dos jovens no processo de tomada de decisão, tanto dentro de sua seção, bem como nos níveis institucionais e comunitários. O programa precisa oferecer aos jovens a oportunidade de participar nas decisões que afetam suas vidas, sendo esta uma contribuição significativa para o desenvolvimento da cidadania ativa.

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Um programa vinculado com a realidade. O programa como um espaço em que os jovens podem experimentar de acordo com suas necessidades de crescimento e em relação aomeio onde se desenvolvem . Portanto, o conteúdo do programa não pode ser alheio a realidade da pessoa, do seu grupo e do meio onde é aplicado, devendo estar ciente das mudanças que ocorrem, oferecendo oportunidades para viver a realidade, para descobri-la e, nesse meio tempo, crescer como indivíduos.

! ! 5. DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS ! 5.1. Missão do Escotismo !

A Missão do Movimento Escoteiro, adotada na Conferência Mundial em Durban, na África do Sul em 1999, é: "Contribuir para a educação dos jovens, por meio de um sistema de valores baseado na Promessa e Lei Escoteiras, para ajudar a construir um mundo melhor, onde as pessoas se sintam plenamente realizadas como indivíduos e desempenhem um papel construtivo na sociedade."

! Isto é alcançado: !

• Com a participação dos jovens em um processo de educação não formal, durante seus anos de formação;

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• Utilizando um método específico que faz com que cada indivíduo seja o principal agente do seu desenvolvimento, como uma pessoa autossuficiente, solidária, responsável e comprometida;

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• Ajudando-os a estabelecer um sistema de valores para a vida, com base em princípios espirituais, sociais e pessoais, conforme expresso na Promessa e Lei.

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5.2. Causa do Escotismo

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A 39a Conferência Escoteira Mundial, realizada na cidade de Curitiba, Brasil, em janeiro de 2011, adotou como a causa do Movimento Escoteiro: "Educação para a vida"

! 5.3. Princípios do Movimento Escoteiro ! O Movimento Escoteiro é baseado nos seguintes princípios: !

• Deveres com Deus. A adesão a princípios espirituais, a lealdade à religião que os expressa e aceitação das responsabilidades que delas resultam.

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• Deveres com o próximo. A lealdade a seu país em harmonia com a promoção da paz, compreensão e cooperação em nível local, nacional e internacional. A participação no desenvolvimento da sociedade com reconhecimento e respeito à dignidade humana e à integridade do mundo natural.

! • Deveres consigo mesmo. A responsabilidade pelo próprio desenvolvimento. ! ! 5.4. Método Escoteiro ! O Método Escoteiro é um sistema de autoeducação progressiva, por meio de: ! • Uma lei e promessa. ! • Aprender fazendo. !

• Pertencimento a pequenos grupos (por exemplo, a patrulha), envolvendo, sob a orientação de adultos, a descoberta e aceitação progressiva da responsabilidade e formação para o autogoverno, voltados para o desenvolvimento do caráter, aquisição de competência, autoconfiança, segurança e capacidades tanto para cooperar como para liderar.

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• Programas progressivos e estimulantes de atividades variadas com base nos interesses dos participantes, incluindo jogos, habilidades úteis e serviços para a comunidade, que ocorrem, em grande parte, em um ambiente ao ar livre em contato com a natureza.

! ! 6. ELEMENTOS DO PROGRAMA DE JOVENS ! 6.1. Definição de Programa de Jovens !


Conjunto de ações que geram experiências educacionais que atendam aos interesses e às necessidades dos jovens, realizadas por meio do Método Escoteiro, a fim de cumprir a missão do Movimento.

! 6.2. Elementos do Programa de Jovens !

Organização do Programa em ramos. Os ramos são definidos com base em faixas etárias e estágios de desenvolvimento. Cada um dos ramos requer uma adaptação especial do Método Escoteiro às características evolutivas e às necessidades de desenvolvimento de faixas etárias definidas.

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Áreas de desenvolvimento. O Movimento Escoteiro leva em conta todas as dimensões do indivíduo e, portanto, identifica diversas áreas de crescimento pessoal. Cada jovem é encorajado a assumir a responsabilidade por seu próprio desenvolvimento. Os objetivos educacionais do Movimento Escoteiro são organizados em áreas de crescimento que não devem ser consideradas em separado, mas sim como parte de um todo. A proposta educacional do Programa de Jovens reconhece seis áreas de crescimento pessoal: desenvolvimento intelectual, afetivo, social, espiritual, físico e caráter.

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Objetivos Gerais. O Movimento Escoteiro tem uma meta explícita: ajudar os jovens a desenvolverem seu potencial para capacitá-los a crescer como indivíduos e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. A Organização Escoteira Nacional exprime este objetivo em seu projeto educativo que se baseia em uma análise das necessidades dos jovens, em um momento específico e um contexto sociocultural específico. Os objetivos educacionais são uma expressão mais específica e precisa dessa meta. Eles definem claramente, para cada área de crescimento pessoal, os resultados que se pode esperar que alcance um jovem no momento em que deixar o Movimento Escoteiro.

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Objetivos Educativos Intermediários ou de Ramo. Esses objetivos definem, para cada área de desenvolvimento pessoal, os resultados desejáveis que um jovem pode atingir durante o tempo em que ele cumpriu o programa de uma seção específica para a idade. Os objetivos específicos também podem ser considerados como metas intermediárias que levam os jovens, a partir de uma faixa etária para outra, à realização de objetivos educacionais gerais.

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Sistema de Progressão Pessoal. Organizado com base em objetivos educacionais que dão coerência, continuidade e são organizados em complexidade crescente. Estes objetivos educacionais devem ser flexíveis e ter a capacidade de serem personalizados, adaptando-se às necessidades e interesses de cada jovem.

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Instâncias de tomada de decisão democrática. Com objetivo de proporcionar a todos os jovens oportunidades reais para participar de processos de tomada de decisão de sua seção. Essas instâncias devem ser previstas para cada um dos ramos e requerem considerar um grau crescente de autonomia.

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Sistema de Planejamento Participativo de Atividades. Por meio dos quais crianças, adolescentes e jovens adultos participam, junto com os adultos educadores, no processo de planejamento, implementação e avaliação da vida em grupo de sua seção.

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Atividades educativas. Uma atividade educativa é um fluxo de experiências que oferecem ao jovema oportunidade de adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes correspondentes para um ou mais objetivos educacionais.

! ! 7. OPERAÇÃO DA POLÍTICA INTERAMERICANA DE PROGRAMA DE JOVENS ! 7.1 . Nível Nacional !

Em uma forma declaratória, mas não limitativo, é responsabilidade das OENs, em relação ao Programa de Jovens:

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• O desenvolvimento e a implementação de uma Política Nacional de Programa de Jovens que garanta o cumprimento da missão do Movimento Escoteiro.

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• Ter a necessária infraestrutura de apoio com foco em implementação, avaliação e constante atualização do programa oferecido pela OEN. Portanto, cada OEN precisa designar um responsável nacional de Programa de Jovens (Diretor, Comissário Nacional de Programa ou equivalente) e uma equipe nacional de Programa de Jovens (Comissão, Direção Nacional do Programa de Jovens ou equivalente) com a autossuficiência necessária para desempenhar sua função.

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• Estabelecer uma rede adequada de animação territorial que assegure a adequada implementação do Programa de Jovens nas unidades escoteiras.

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• Assegurar a disponibilidade de materiais educativos necessários para a implementação do Programa de Jovens, promovendo o seu uso.

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• Garantir que os responsáveis pelo Programa de Jovens e pela Gestão de Adultos no Escotismo, em todos os níveis da estrutura, tenham uma estreita colaboração.

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• Estabelecer um sistema permanente de avaliação da qualidade e relevância do Programa de Jovens.

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• Estabelecer os mecanismos necessários para garantir a participação e empoderamento juvenil no Programa de Jovens, de acordo com as disposições da Política Interamericana de Participação Juvenil.

! 7.2. Nível Regional !


Em relação ao Programa de Jovens, o Escritório Mundial - Região Interamericana, tem as seguintes funções:

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• Assessorar e prestar assistência técnica, em termos de revisão e atualização do Programa de Jovens, às organizações membros.

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• Produzir e distribuir materiais educativos relacionados ao Programa de Jovens, conforme necessário, tornando-os disponíveis para as OENs.

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• Definir as estratégias para a pesquisa e avaliação da relevância e qualidade do Programa de Jovens.

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• Propor e promover seminários, workshops, mesas redondas, entre outros eventos, destinados a facilitar a troca de ideias, o compartilhamento de novas experiências e a avaliação e atualização do Programa de Jovens.

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• Manter o alinhamento entre a Política Mundial de Programa e a Política Interamericana de Programa de Jovens.

! ! 8. RENOVAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE JOVENS !

O desenvolvimento do Programa de Jovens é um processo sistemático que consiste em sua avaliação e adaptação, em intervalos regulares, dentro de uma Organização Escoteira Nacional, a fim de responder às necessidades e aspirações de mudança dos jovens e sua sociedade com o objetivo de garantir sua validade.

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Cada OEN é requisitada a avaliar e atualizar periodicamente seu Programa de Jovens, a fim de orientar sua estrutura, suas funções e os esforços para o seu cumprimento.

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O Programa de Jovens deve ser avaliado em intervalos regulares, a fim de fazer os ajustes necessários. Uma revisão completa e sistemática deve ser realizada em um período não superior a 10 anos.

! 8.1 . Inovação e projeto do Programa de Jovens !

O processo de inovação e projeto do Programa de Jovens é baseado em três elementos essenciais:

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a) Os Atores. Se refere tanto aos indivíduos (adultos responsáveis,crianças e jovens) grupos (equipes, conselhos, comitês) que, em maior ou menor grau, estão envolvidos ou são afetados pelo processo de concepção e atualização do Programa de Jovens.

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Esses atores trabalham em diferentes áreas, seja onde o evento educacional acontece, unidades e grupos de escoteiros, ou nas estruturas de apoio ou animação territorial.

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O processo de atualização e renovação do Programa de Jovens deve ser amplo e participativo. Ele exige o envolvimento do maior número de atores possível nas diferentes fases do processo, participando de consultas, avaliações, reflexões, discussões e decisões sobre esta questão.

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b) Processos Históricos e Sociais. O homem e a mulher são ambos seres históricos, se desenvolvem em um contexto histórico e social, por isso sua produção deve ser entendida nesse contexto. Por esta razão, o desenvolvimento da proposta educativa de uma Organização Escoteira Nacional deve ser visto e analisado como o produto de determinados atores em um contexto social e histórico particular.

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Os organismos regionais e as OENs devem garantir os meios para a obtenção de informações atuais e relevantes sobre o contexto sociocultural, especialmente as informações relacionadas com os problemas das crianças e dos jovens.

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c) Metodologias. São processos e procedimentos sistemáticos com base nos elementos fundamentais do Movimento Escoteiro (Propósito, Princípios e Método) que visam produzir um atualizado, relevante e significativo Programa de Jovens.

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Esta política propõe como metodologia de projeto do Programa de Jovens, o chamado "Método de criação e atualização permanente do Programa de Jovens” (MACPRO em espanhol).

! 8.2. Qualidade do Programa de Jovens !

Um Programa de Jovens com qualidade é aquele que responde às características indicadas nos Princípios desta política.


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