CO N O STR CA U M IND IN HO O
Revista Catequética da Diocese de São José dos Campos - SP
Ano l • Nº 2 • Novembro/Dezembro 2010
A ARTE DE
EVANGELIZAR Arte de evangelizar a palavra de Deus viva e eficaz. Grupos da Diocese alicerçados na Palavra comunicam com diferentes meios.
Entrevista
Juventude
A Arte de evangelizar crianças: Dedicação e criatividade são os elementos que merecem destaque na Evangelização com crianças. É assim que o grupo Cantinho dos Anjos desenvolve sua missão.
Pág. 12
Evangelizando com Arte: Missão Jovem, a missão de Cristo realizada pelos jovens, com rosto de jovens e sobre tudo com o espírito jovem.
Pág. 18
Formação
A Igreja e a Arte: Diz o papa: “A amizade da Igreja com a arte deve ser continuamente promovida e apoiada, para que seja autêntica e fecunda.”
Pág. 19
Ótimo investimento - rentabilidade segurança - alta valorização
Lançamento
Landscape
2 e 3 dorms com 2 vagas fianciamento
150 MESES DIRETO COM A CONSTRUTORA
Ja
rd
garanta condições especiais im
Aq u
fernando oliveira ár
iu
s
(12) 9712-7467 ou 8181-6886 fernando.oliveira007@gmail.com
A voz do Pastor
sumário Pág. 4
ARTISTAS DA EVANGELIZAÇÃO
F
aça-se e Deus viu que era bom. (Gn1,1). A palavra é o principal instrumento da criação:“o façase”, não um simples ordenamento, mas palavra esta que cria, separa, nomeia, abençoa. Deus cria do nada, do vazio. Enquanto criador, Ele é o único que dá a existência e organiza o que criou. O Relato da criação marca uma pedagogia própria de Deus: Ele anuncia: “e Deus disse...”; dá uma ordem: “separa cada coisa...”; em seguida apresenta um relato do elemento criado: “e assim aconteceu...”; faz uma avaliação: “Deus viu que isso era bom...”; e por fim apresenta uma determinação do tempo: “houve uma tarde uma manhã, foi mais um dia”. Assim também acontece com o artista que projeta o processo de sua obra.
Painel do Leitor Sugestões e opiniões.
Pág. 5
ATUALIDADE Catequese com a pessoa estrangeira.
Pág. 6
PALAVRA
Pág. 7
FÉ E VIDA
Pág. 8
ESPIRITUALIDADE
Pág. 9
COMUNICAÇÃO
O amor de Deus não tem fronteiras. Como Jesus fazia a arte. A semântica do mistério. Ter e não ser.
Pág. 10
CAMINHO E MISSÃO
Pág. 12
ENTREVISTA
Pág. 14
CELEBRANDO
Nesta edição queremos mergulhar no mistério de Deus em sua infinita bondade que ao contemplar o ser humano confere-lhe vida e inteligência, para que este mostre a todos o quanto Deus é Belo.
Pág. 15
ECOS DO SÍNODO
Pág. 16
CATEQUESE E FAMÍLIA
Com a riqueza artística o homem aplica em sua obra diversos valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. Cada obra apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida, ouvida e sentida, amada ou odiada. Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar.
Pág. 17
JUNTOS PELA VIDA
Pág. 18
JUVENTUDE
Pág. 19
FORMAÇÃO
Pág. 20
CURIOSIDADE
É neste contexto que dedicamos esta edição, sabendo que também podemos ser artistas da evangelização. Pe. Thiago D. Dias
Catechesis in United States-Essay in portuguese. “A arte de evangelizar crianças”. A Presença de Maria na vida do cristão. O documento conclusivo do I Sínodo Diocesano. Família, Escola e Paróquia. Corpo, mente e espírito em harmonia. EVANGELIZANDO COM ARTE. A Igreja e a Arte: amigos inseparáveis. Gestos, mímicas, descontração: por onde passam contagiam a todos.
Pág. 21
GASTRONOMIA
Pág. 22
ACONTECENDO
Assessor Diocesano da Catequese/Crisma
Carne de panela e torta de frios. Evento Juntos pela Vida. Pré-lançamento Revista Alicerce.
expediente Bispo Diocesano: Dom Moacir Silva Jornalista Responsável: Ana Lúcia Zombardi (MTB 28.496) Supervisão: Pe. Thiago Domiciano Dias Coordenação: Julio Cesar da Silva Pinto Comercial: Dinha Mendes e Lucimarco de Paula - (12) 8851-7321 Financeiro: Elisabeth Ferreira Jornalista Auxiliar: Elizânio Silva Revisão Ortográfica: Regina Aparecida Pettinati de Lima e Donaide Bitencourt Colaboradores: Sueli Oliveira, Neila P. Faria Carvalho e Agnaldo Santos Editoração e Diagramação: Interarte Comunicação Impressão: Gráfica e Editora Mogiana Distribuição: Diocese de São José dos Campos. Tiragem: 5 mil exemplares. A Revista Alicerce é uma publicação Bimestral. Se você identificar alguma informação errada ou tiver críticas, comentários e sugestões, escreva para a revista Alicerce ou envie um e-mail. As matérias assinadas e opiniões expressas são de responsabilidade de seus autores. Pça. Monsenhor Ascânio Brandão, 01 - Jardim São Dimas - São José dos Campos - SP - CEP 12.245-440. Tel.: (12) 3928-3912 E-mail: atendimento@revistaalicerce.net Para anunciar: (12) 8851-7321 E-mail: atendimento@revistaalicerce.net
Revista Alicerce · 3
painel do leitor Vilma
Marilda
equese ora da Cat tista – RP7 Coordenad João Ba o Sã ia qu da Paró
sável e a to uipe respon viabilizaeq à s én b “Meus para ue, de alguma forma, licerce. A q dos aqueles o e edição da Revista o rico, uit çã m ia o cr d a ú te m n ra co possui um portantes, A Revista ções atualizadas e im ntação se a re com inform dimento, e uma ap toda a n te ra a en p l a ci de fá modern e l ve á rtaleça d fo a e bonita, agr Que Deus ilumine e fortes e. es d a rm fi id n comu ontinuem C o. lh a b a esse belo tr s edições!” para outra Ricardo
Pastoral da Crisma da ParóquiaSanta Inês – RP3
“De boa impressão gráfica, o conteúdo está bem colocado, falando de espiritualidade e da missão da Igreja no mundo. Espero que a Revista atenda nosso desejo de mostrar o caminho, para lidar com pessoas tão diversas que encontramos dentro da Igreja. Mostra também uma catequese que resulta em conversão sincera para edificar nossa IGREJA. AGORA é esperar!”
Catequis Santa Ritta da Paróquia a de Cáss ia – RP4
“A Revis ta preparad ficou maravilho sa a toda a eq , elaborada e edit ! Muito bem uipe pelo ada!Para abençoe a todos!” trabalho realizad béns a o! Deus Rodolfo
quética Coordenador da Pastoral Cate de Fátima – RP2 da Paróquia Nossa Senhora
is pela Revista Ali“Parabenizo os responsáve lançamento está se des do cerce, pois o conteú icos e depoimentos excelente, com vários tóp quero partilhar três is qua enriquecedores, dos frases para nossa reflexão:
da vinte e quatro horas”. 1ª - “Vocação tem que ser vivi Tá precisando de mim, 2ª - “Ser solícito e dizer: ‘ . ão’” osiç disp à tô aqui, tô arão em nossas 3ª - “As pessoas só acredit se professarem cristãs, de es ant se, es, dad uni com a profunda experiência derem testemunho de um s”. Deu de do amor
sa Diocese possam Que os catequistas de nos projeto de evancontribuir para mais este gelização!”
Sugestões e opiniões: paineldoleitor@revistaalicerce.net
4 · Revista Alicerce
ursino soas AdemirtaCda Crisma e de Pes
Catequis s de Deficiência Lourdes – RP5 PortadoraNossa Senhora de Paróquia aria de
dizer que st o g que s, o d s queri erteza de fo “Oi, meu Revista. Tenho c ra g rá a p a de adorei est encher um gran icação da pre mun o C e d ela veio hor ue o Sen s Meios vazio no ese. Parabéns! Q caminhos. c us nossa Dio uminando os se il e u n ti con bençoe!” Deus os a Roseli
Paróquia da Imaculada Con ceição de Jacareí – RP 7
DEPOIMENTO SOBRE O EVENTO JUNTOS PELA VIDA
“Parabéns a todos que, de alguma forma, ajudaram e participaram do encontrão diocesano de catequistas denominado “Juntos pela Vida”, mas em especial aos padres ali presentes que conseguiram, por meio de palavras, atos e ações transmitir e vivenciar um verdade iro encontro com Deus pela Eucaristia. Devemo s prosseguir anunciando a Boa-Nova de Jesus. Foi , está sendo, e será um excelente momento de amizade e fraternidade com Deus e com o próxim o. Obrigada por nos concederem esse dia tão esp ecial em nossas vidas!”
ATUALIDADE
Catequese com a pessoa
estrangeira O
trabalho pastoral com os estrangeiros iniciou-se em 2005, na Paróquia Espírito Santo no Jardim Satélite em São José dos Campos, com a formação de uma equipe litúrgica para a celebração das missas em inglês, que aconteciam uma vez por mês. Atualmente, devido à grande procura, as missas são dominicais e acolhem estrangeiros e brasileiros de toda a nossa Diocese. O Documento de Aparecida nos pede “Um estilo pastoral adequado à realidade urbana, com atenção especial à linguagem, às estruturas e práticas pastorais, assim como aos horários” (DA 518). Assim, em fevereiro de 2007, iniciamos o trabalho pastoral em conjunto com, outras pastorais da Igreja, como a Pastoral Litúrgica com as Missas em Inglês, as celebrações de Batismo e de Casamentos; a Pastoral Familiar com os Encontros de
Noivos, cursos de pais e padrinhos para o Batismo e a Pastoral Catequética com a catequese de primeira Eucaristia e Crisma para crianças, jovens e adultos. A catequese com a pessoa estrangeira segue os mesmos temas que são aplicados na catequese da nossa Diocese de São José dos Campos, tendo como base a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica e o Diretório Geral para a Catequese, ambos em inglês. Na catequese infantil, os temas dos encontros são aplicados conforme a idade das crianças, observando sempre a realidade de cada uma delas. Na catequese com os adultos, levamos em conta a vivência cristã de cada um deles no seu país de origem. Neste ano, os encontros de catequese estão acontecendo na Paróquia Sagrada Família na Vila Ema em São José dos Campos, aos domingos, às 9 horas. Raquel, catequista responsável pela catequese com as crianças estrangeiras,
na Paróquia Sagrada Família, nos diz que “Levar Jesus para crianças de culturas diferentes da nossa, no Brasil, tem sido uma experiência maravilhosa e gratificante”. As crianças, além de participarem dos encontros de formação, também aprendem a servir o altar como coroinhas, por meio do curso de preparação (Altar Servers Course) ministrado pela Luiza e pela Marina, responsáveis pelo serviço do altar nas Missas em Inglês. Algumas crianças e alguns adultos estrangeiros já retornaram para os países de origem e levaram, com certeza, muito mais do que a bagagem: levaram uma grande contribuição para a vida cristã. É muito bom saber que fizemos a diferença na vida deles. Não posso deixar de mencionar que o Documento de Aparecida foi o grande incentivador para que esse trabalho acontecesse, pois nos diz: “As cidades são lugares de liberdade e oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele” (DA 514). Sueli Oliveira
Revista Alicerce · 5
palavra
O amor de Deus não tem fronteiras
V
ocê já leu o livro de Jonas? Se ainda não o fez, pegue a sua Bíblia e leia. É uma história escrita com muita arte. Na Bíblia, ela foi colocada entre os livros proféticos, depois de Abdias e antes de Miqueias. Não é propriamente uma profecia, mas uma história de sabedoria e com muita ironia. A leitura provoca risos. Rimos de Jonas e de nós mesmos. As primeiras comunidades cristãs utilizaram a história de Jonas para reforçar seus ensinamentos. No evangelho de Mateus, lemos: “Como Jonas esteve no ventre do monstro marinho por três dias e três noites, assim ficará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). A conversão dos habitantes de Nínive é citada como modelo e censura para Israel (Mt 12,41-42; Lc 11,32). O livro de Jonas foi escrito por volta de 350 a.C., no final do Império Persa, por pessoas sábias, comprometidas com a fé
6 · Revista Alicerce
e a vida do povo judeu e também com a de outros povos. Nesse período, entre os interesses principais destacam-se a reconstrução de Jerusalém, a restauração da Lei e das práticas rituais, a eliminação de influências estrangeiras e a proibição de casamentos mistos bem como o uso de genealogias para garantir direitos e a pertença ao povo eleito, movimento chamado de nacionalista. O autor de Jonas ironiza o comportamento do judeu que acredita que só ele é povo eleito e escolhido por Deus e tem um olhar favorável aos estrangeiros. A resistência de Jonas representa aqueles grupos que não aceitam que Javé seja misericordioso com os povos estrangeiros – muito menos com os assírios –, como Abdias, Joel, Neemias e Esdras. A personagem Jonas é símbolo de um povo que não acredita numa intervenção favorável de Deus junto a seus inimigos. Mas o autor do livro de Jonas segue em outra direção: ele acredita que o perdão e a ação de Deus não têm fronteiras. As pessoas que liam ou ouviam a narrativa de Jonas eram convidadas a rever a sua compreensão de Deus: um Deus sensível à vida do povo, que vê e age (Ex 3,7-8a). Apresenta a imagem de um Deus solidário e próximo, favorável a todas as pessoas que se convertem de sua má conduta e de
suas ações violentas. No capítulo 4, há um duplo questionamento a Jonas: “Tens, por acaso, motivo para te irar?” (Jn 4,4)“Está certo que te aborreças por causa da mamoneira?” (Jn 4, 9a). Aqui está a chave para a mensagem central do livro. Deus lança um apelo a Jonas para que ele reconheça o seu erro e que Deus está certo ao mostrar Sua compaixão diante do comportamento dos assírios em Nínive. E o livro termina com a pergunta: “E eu não terei pena de Nínive?” Essa questão foi um desafio para todos os ouvintes do tempo de Jonas. E continua em aberto, exigindo uma resposta de quem ouve ou lê a história. Qual é a sua resposta? Quais os preconceitos que nos impedem de ir ao encontro do outro e da outra? Como testemunho a presença viva e amorosa de Deus em nosso meio? Maria Antonia Marques
Doutora em Ciência da Religião e Assessora do Centro Bíblico Verbo
Para aprofundar a narrativa de Jonas leia o livro: “Levanta-te e vai à grande cidade”. Entendendo o livro de Jonas, São Paulo: Paulus, 2010.
FÉ E VIDA
COMO JESUS FAZIA A ARTE
J
esus com toda sua inteligência e divindade evangelizava com arte, com a arte das parábolas, com a arte da simplicidade, mas principalmente com a arte do amor, tudo o que Jesus fez deu certo por alguns motivos como por ser o filho de Deus, o enviado, mas também dava muito certo porque fazia tudo com muito amor. Na velocidade desenfreada dos meios de comunicação aos quais estamos inseridos, se não evangelizarmos com arte seremos atropelados pelo mal e não conseguiremos mais ganhar almas para o céu, evangelizar com arte nada mais é do que mostrar de formas diferentes as docilidades de Jesus e o plano maravilhoso que Ele tem pra cada um de nós, porém, de uma forma diferente, utilizando da capacidade cerebral que o próprio Deus deu a cada ser humano, ou evangelizamos assim ou a cada dia mais estaremos perdendo batalhas terrenas para o mal.
Temos vivido essa forma diferente de evangelizar com arte em nossa paróquia, aqui em Jacareí na Paróquia Nossa Senhora da Santíssima Trindade através da Missão Jovem. Iniciamos a Encenação da Paixão e Morte de Cristo em 2001 e neste ano tivemos a graça de completar 10 anos deste modo de evangelizar. Iniciamos no interior do Santuário do Carmo onde pouco mais de 1000 pessoas puderam assistir na sexta-feira santa, e no segundo a igreja ficou pequena com a graça de Deus e no terceiro ano precisamos sair do interior da igreja para que as pessoas que ficaram de fora no segundo ano pudessem ver de perto e principalmente sentir o que Jesus fez por cada um de nós. Os anos foram passando e os testemunhos foram surgindo, cada testemunho mais lindo que outro, pessoas sem amor próprio deram uma chance pra Jesus e foram até a encenação e de uma arte de evan-
gelizar foram tocadas profundamente em seu íntimo deixando que o próprio Jesus revelasse em seu interior um amor apaixonado. Os testemunhos são muitos, mas não poderia deixar de mencionar o do jovem nas drogas com desejo de assassinato pulsante em sua mente, e ao desafiar a vontade da mãe num convite simples, foi até a encenação e foi profundamente tocado, hoje participa fielmente dos movimentos da igreja e é um servo de Deus. Em 2005 passamos por muitas provações, mas o desejo pulsante no coração de evangelizar era maior que tudo, não desistimos e neste ano completamos 10 anos de “Encenação da Paixão e Morte de Cristo” em nossa paróquia. Não iremos desistir, pois a missão de evangelizar é de cada um de nós. Ivanilton Lopes
Coordenador da Encenação - Missão Jovem Paróquia Nossa Sra. da Santíssima Trindade -Jacareí-SP
Revista Alicerce · 7
ESPIRITUALIDADE
A SEMÂNTICA DO MISTÉRIO
V
amos continuar abordando o tema “experiência de Deus”. Neste artigo abordamos especificamente a “experiência mística”, ou melhor, a “experiência do Mistério de Deus”. Deus não é enigma, Deus é “Mistério”. Então, qual é a diferença capital entre enigma e mistério? O enigma decifrado simplesmente desaparece. O mistério, por sua vez, jamais será decifrado, jamais será compreendido. Por isso, Deus é o “Mistério” por excelência. Deus é novidade inesgotável, horizonte sem limites. Certamente pertence ao Mistério divino ser conhecido: através da história da salvação, Deus revela Seu amor pela humanidade. Contudo, também pertence ao Mistério divino continuar mistério no conhecimento, ou seja, por mais que Deus mesmo revele aspectos de
8 · Revista Alicerce
Seu Mistério a nós, jamais se esgota nossa capacidade de conhecê-Lo mais e melhor. Aqueles que experimentam o Mistério divino são os “místicos”. A experiência do Mistério de Deus não se dá exclusivamente por meio de acontecimentos extraordinários, como, por exemplo, através do êxtase (fenômeno paranormal), mas também, cotidianamente, na experiência perceptiva da presença do Senhor nos fatos e acontecimentos corriqueiros da vida.A mística não é, pois, exclusividade de alguns privilegiados. Todos somos místicos num certo nível. A experiência mística é fundamental não só para a espiritualidade, mas também para a própria teologia. A teologia surge como esforço de tradução para a razão (doutrina), para a prática (moral) e para a celebração (liturgia) do rico conteúdo da experiência do Mistério divino. Portanto, a experiência mística é essencial à vida cristã em todas as suas dimensões. No próximo artigo analisaremos as duas formas possíveis de experiência mística: a passiva e a ativa. Pe. José Roberto Fortes Palau Vigário Geral
comunicação
TER E NÃO D
SER
esde cedo, os meios de comunicação são partes integrantes do cotidiano das pessoas. A TV é campeã absoluta da preferência. Presente em 99% dos lares brasileiros, já faz parte da família. Investe em nossas mentes, propondo valores, costumes, modismos e não só entretenimento e conhecimento. Fenômeno recente de audiência são os programas de “transformações” e “trocas” . Mudam ou substituem tudo: aparência física, guarda-roupa, casa, carro, família e por aí vai. Não seria uma imposição de “modelos pré-fabricados, pré-pensados”? O diferente é visto como não apropriado. Se você mora numa casa velha, sua vida está ruim. “Tá de carro velho,
se liga”! Ah, você não acompanha as tendências da moda? Você está por fora. O único que ainda demonstra um pouco de sensatez é o troca de família. Ao lidar com o novo e desconhecido, com hábitos diferentes, o ente trocado volta feliz para a família que tem. Muitos programas terminam com os cônjuges voltando “aliviados” para seu lar. Porém, mais uma vez, é o dinheiro o estímulo para a participação. Tudo bem assim? Não. Querem fazer você pensar que o dinheiro pode tudo; que o TER é mais importante do que o SER. Com certeza, o dinheiro pode muito, mas não tudo. Ajuda, mas nem sempre resolve. Compra o remédio, mas não a saúde. Adquire a cama, mas não o sono. Compra a comodidade, mas não a felicidade. Arruma o feio, mas não dá a beleza.
O valor que você tem é o que você é, não o de seus bens. Ana Lúcia Zombardi
Jornalista, coordenadora diocesana da PASCOM (Pastoral da Comunicação)
Revista Alicerce · 9
CAMINHO E MISSÃO
Catechesis in Essay in portuguese
A
Catequese Católica nos Estados Unidos é chamada de “Catequese da Doutrina Católica” ( CCD – Catechism of Catholic Doctrine) e tem várias etapas, o que permite que os ensinamentos da Igreja Católica atinjam a todos, de forma ampla. Essas etapas são necessárias para que a criança, à medida que se desenvolve como ser humano, também cresça na fé, no conhecimento e no discernimento, tornando-se gradualmente a pessoa “semelhante a Cristo”. A catequese para as crianças baseia seu ensino em “grades” ou séries: 1ª série, 2ª série, 3ª série, 4ª série etc. Para os adolescentes, existe uma catequese separada (High School). Para os adultos, há o Rito de Iniciação Cristã para Adultos ( RCIA – Rite of Christian Initiation of Adults); no Brasil, o RICA. Para entender melhor a estrutura dos encontros e o processo do aprendizado da Fé Católica nos Estados Unidos, começamos pelo nível básico, chamado de “Elementary School Level”. • 1ª série: para crianças com 6 e 7 anos de idade. Elas aprendem sobre o
Amor de Deus ,sobre a Santíssima Trindade, sobre Jesus, Seus ensinamentos e Seus discípulos, sobre o Espírito Santo e a Igreja. • 2ª série: para crianças com 7 e 8 anos de idade. Elas aprendem sobre Jesus e Sua presença no meio de nós, sobre a Igreja, os Sacramentos e sua importância na vida do Cristão e a seguir os passos de Jesus. Nessa fase, as crianças são preparadas para fazerem sua primeira Confissão e para receberem a primeira Comunhão. Às lições dessa etapa são incluídos ensinamentos sobre os Tempos Litúrgicos da Igreja (Tempo Comum, Quaresma, Páscoa, Advento e Natal), seu significado e importância para a Igreja. • 3ª e 4ª séries: depois de terem recebido a primeira Comunhão, as crianças seguem para aprender mais sobre Deus, sobre Jesus, Seus ensinamentos e Seus discípulos, a Igreja e a importância da Missa. Ainda na 4ª série, as crianças aprendem com maior profundidade sobre os Dez Mandamentos. • 5ª a 8ª séries: o ensino da Catequese de Doutrina Católica continua como parte importante da fase de pré-adolescência. Os pré-adolescentes começam a ter um
São José dos Campos e Região Av. Ouro Fino, 523 - Bosque dos Eucaliptos 9762-2554 (Jonas) 9752-7752 (João) 9777-5433 (Joaquim) 9752-1586 (Aurélio) 10 · Revista Alicerce
United States entendimento mais profundo sobre Deus e sobre Seu amor por cada pessoa. Na pré-adolescência e na adolescência, os catequizandos iniciam o aprendizado para receberem o Sacramento da Confirmação. Nessa parte da formação, eles são incentivados a crescer na fé e a continuar a participar, a viver a fé na comunidade, a ajudar a comunidade a crescer na fé, sendo testemunhas de Jesus para todos. A catequese para a Confirmação tem um período de três anos. Rito de Iniciação Cristã para Adultos (RCIA): catequese com adultos que participavam de outras denominações Cristãs ou professavam um outro tipo de fé e que desejam tornar-se católicos, ou ainda para os católicos que queiram aprender sobre a fé que professam, incluindo aqueles que estão buscando os Sacramentos. A catequese para adultos pode ser divida nas seguintes partes: Período de Evangelização e Pré-Catecumenato; Aceitação na Ordem dos Catecúmenos; o Rito de Acolhida; o Período do Catecumenato; o Rito da Eleição e Inscrição dos Nomes; o Rito de Chamado à Conversão; o Período de Purificação e Iluminação; a Vigília Pascal; a Celebração dos Sacramentos de Iniciação Cristã; o Rito de Recepção dos Cristãos Batizados em Comunhão Total com a Igreja; o Período Pós-batismal de Catequese ou Mistagogia.
Os temas para a formação no Catecumenato são retirados do Catecismo da Igreja Católica e divididos nas seguintes partes: Profissão de Fé; A Celebração do Mistério Cristão; A Vida em Cristo e as Orações Cristãs. Essas etapas irão ao longo do caminho do ensinamento e da reflexão e devem ajudar o candidato a ter uma comunhão total com a Igreja e a entender o Mistério da Fé na Igreja Católica. Esse é o processo de Catequese nos Estados Unidos. É um aprendizado para a vida toda e um compromisso com Deus Uno e Trino e com a Igreja. Não é um meio de aprendizado que termina; é um caminho de conhecimento, alimento para a vida de fé, aprendizado sobre o Amor de Deus por cada um de nós e para a vivência da fé, a cada dia.
Pe. Anderson Luis de Souza
svd. Missionário da Congregação do Verbo Divino na Cidade de Laffayete - Lousiana – EUA
Compra - Vende - Administra 12 3916.5000
permuta@terra.com.br
Revista Alicerce · 11
ENTREVISTA
“A ARTE DE EVANGELIZAR CRIANÇAS” Grupo usa o teatro como forma de levar a Palavra de Deus às crianças Por Elizânio Silva
D
isse Jesus: “Deixai vir a mim as criancinhas, e não os impeçais, porque delas é o reino dos céus” (Lucas 18, 15-17).
Dedicação e criatividade são os elementos que merecem destaque na Evangelização com crianças. É assim que o grupo Cantinho dos Anjos desenvolve sua missão. Desde o ano 2000 a diocese de São José dos Campos conta com um grupo diferenciado no trabalho de evangelizar os pe-
quenos e que usam a arte como principal objeto de trabalho. O grupo começou na paróquia Sagrada Família e hoje, passados quase onze anos, o ‘Cantinho dos Anjos’ desenvolve suas atividades em várias paróquias da diocese. Com o objetivo de levar a Palavra de Deus para crianças de 3 a 8 anos, o grupo surgiu como um braço do grupo de oração São Dimas. “Estávamos um dia num momento de oração e sentimos muito forte o chamado e decidimos então criar o Cantinho”, afirmou Mariana uma das idealizadoras do grupo. No início o grupo era formado por 25 jovens que utilizavam o teatro como principal ferramenta no desenvolvimento do trabalho com as crianças da paróquia Sagrada Família. Com o crescimento do grupo e a ampliação do trabalho desenvolvido por eles, em 2001 aceitaram o desafio para ter um espaço na Festa das Colinas. “Na festa tínhamos um espaço enorme e o desafio era prender a atenção das crianças, chegamos a montar a Cidade da Bíblia”, contou Mariana. Com o passar do tempo o grupo passou por uma transição, que na opinião de Mariana, foi o momento mais difícil na existência do grupo. Segundo ela, ‘nesse período vários membros deixaram o Cantinho e quase deixamos de existir’. Alguns saíram para seguir outra missão gerando também outros frutos. Dos mem-
Juliana, a Cristã Incrível, Maíra, a Isadora e Mariana, a Tia Mari.
12 · Revista Alicerce
bros que deixaram o Cantinho do Anjos, um foi para o seminário da Ordem dos Salesianos e com certeza dará continuidade no trabalho de evangelização. O diferencial do Cantinho dos Anjos é a forma lúdica com que desenvolvem o trabalho; são jovens mulheres, com diferentes formações, casadas ou solteiras que levam a Palavra de Deus através do teatro para crianças de toda a diocese. Além das apresentações teatrais o Cantinho dos Anjos desenvolve outras atividades importantes para o sucesso da arte de evangelizar. Um ponto importante no trabalho, além das apresentações teatrais, é a formação de evangelizadores que elas desenvolvem junto com as dinâmicas. Hoje o Cantinho dos Anjos tem apenas quatro membros. Mariana, no grupo desde o início; Maíra, a mais nova no Cantinho; Juliana e Ana Laura. Cada uma tem um personagem fixo no grupo e a apresentação das meninas é um verdadeiro espetáculo. Com um viés cômico e um carisma próprio, capaz de prender a atenção de todos aqueles que acompanham a apresentação, o Cantinho dos Anjos consegue transformar o Evangelho numa mensagem de fácil entendimento não só para as crianças, mas também para os adultos. A reportagem da Revista Alicerce con-
versou com as meninas momentos antes de elas entrarem em cena na Catedral São Dimas e foi possível perceber o quanto a Tia Mari (Mariana), a Cristã Incrível (Juliana) e Isadora (Maíra), personagens do Cantinho dos Anjos, se dedicam na missão que Deus colocou em suas vidas. É visível no olhar dessas missionárias a emoção que elas sentem quando se aproxima o momento da apresentação. Os preparativos, as conversas e a ansiedade tomam conta das meninas que logo se vê, nasceram com o Dom para trabalhar com crianças. Mariana afirma que dedicação é a principal ferramenta para quem trabalha com evangelização, sobretudo com crianças e diz o que sente trabalhando no Cantinho dos Anjos. “Eu me sinto realizada com a vocação de evangelizar crianças”, disse. Já Maíra, que entrou para o grupo a menos de um ano, falou do seu sentimento quando atua. “O Cantinho dos Anjos já faz parte da minha vida e eu me sinto muito bem por fazer parte dessa missão”, concluiu. A oração é uma das formas de permanecerem sempre firmes na missão concedida por Deus. O encontro do Cantinho é sempre no primeiro sábado do mês, na Catedral São Dimas. Esses encontros são
importantes para definir os rumos do trabalho. “É o Espírito Santo que nos move por isso a importância da oração para a nossa missão”, afirmou Mariana. A Turminha do Cantinho dos Anjos tem também uma coluna fixa no Jornal Expressão, informativo mensal da Diocese de São José dos Campos. Todos os meses, a turminha, em forma de desenho, brinca com as crianças, por meio de passatempos e historinhas.
Revista Alicerce · 13
CELEBRANDO
A Presença
F
alar de Maria, mãe de Jesus, mãe da Igreja, é falar de amor. Penso mesmo que não há nada melhor para definir Maria do que “ o amor personificado, o amor em forma de mulher”. Quando Deus escolheu aquela menina para ser a mãe do Senhor, obviamente Ele já sabia que Ela seria também mãe de todos nós. Desde então Ela começou a fazer parte da nossa vida, sentir nossos sentimentos, sofrer nossos sofrimentos, se alegrar com nossas alegrias. Maria teve e tem um papel fundamental na história dos cristãos, pois deixou-nos como legado um estilo de vida e comportamento. Ao dizer o seu “sim” ao anjo Gabriel por ocasião da anunciação, Maria cria, naquele instante, um laço profundo com toda a humanidade. Através do deu modo de vida, de sua total doação e obediência Ela nos deixa um exemplo a ser seguido. Maria disse um “sim” incondicional. Ela não sabia o que lhe estava reservado com aquela resposta, mas confiou cegamente. E nós, também dizemos sim ao chamado de Deus? Confiamos cegamente? Maria guardava tudo no silêncio do seu coração. Maria era fiel, humilde, mas ao mesmo tempo firme e forte. Paremos um pouco para pensar quais as virtudes de Maria que estão presentes em nossa vida e quais aquelas que precisamos acrescentar ao nosso dia a dia. Muito se fala do amor de mãe, amor este que há maioria das pessoas conhece e vive. Amor doação, renúncia, entrega, preocupação, presença, intercessão, dedicação, enfim, são tantas as palavras para definir a grandeza desse sentimento. Com Maria não é diferente, pelo contrário. Ela consegue reunir todas as facetas desse sentimento através de uma palavra chave: sua PRESENÇA entre nós. Com o desenrolar da história da hu-
14 · Revista Alicerce
de Maria na vida do cristão manidade, e da história dos cristãos em particular, podemos constatar e sentir a presença de Maria seja através das mais diversas aparições como em Fátima, aos três pastorinhos, em Lourdes a Bernadete, em Medjugorje, à Santa Catarina Labouré entre outras, seja através de tantos milagres atribuídos a Virgem Maria. Não podemos deixar de lembrar de Nossa Aparecida que se faz presente num momento tão especial da história do nosso país, onde Ela vem em socorro de uma população pobre, excluída e marginalizada pelos senhores de um Brasil colonial. Maria desde a anunciação está presente na vida de cada um de nós. Ela é a ponte que nos leva a seu Filho. Ela roga por nós, ela cuida de tudo que não está ao nosso alcance. Ela é um bálsamo para os corações aflitos pois com ela aprendemos a confiar, esperar e acreditar. Aprendemos a ter paciência. Aprendemos que, como diz a oração, ela está “passando na frente” acalmando, serenando e confortando. Vai conduzindo, tirando rancores, tristezas e mágoas. Maria, presença e presente de Deus na nossa vida, nos ensina que fomos feitos para amar, pois somos imagem e semelhança de Deus que é amor. Estamos nos aproximando do Natal. Com ele vemos brotar no coração das pessoas sentimentos por vezes adormecidos. Sempre é tempo de recuperarmos valores esquecidos, atitudes coerentes, vontade de servir. Vivemos com Maria essa alegria do anúncio do nascimento do Filho de Deus que vem para nos salvar e que continua presente no meio de nós. Tânia Mara Nascimento Viera Ministra Extraordinária da Comunhão
ECOS DO SÍNODO
O DOCUMENTO CONCLUSIVO DO I SÍNODO DIOCESANO A partir desta edição a Revista Alicerce apresentará esta coluna, denominada Ecos do Sínodo, para levar aos seus leitores as informações acerca dos desdobramentos do I Sínodo Diocesano da Diocese de São José dos Campos.
A expressão “Novos Tempos” dá-nos, de maneira geral, a consciência da realidade na qual estamos situados, marcada pela abundância de recursos e pelo progresso tecnológico, mas também por sérios desafios no que diz respeito ao ser humano e à sua vocação de filho de Deus e de nova criatura chamada a viver com dignidade, na liberdade e na paz.
Começamos pela apresentação do Documento Conclusivo que será, desde agora, a referência fundamental para todos os planejamentos pastorais de nossa diocese. No Documento Conclusivo encontramos o “jeito novo” que nossa diocese deve ter em sua atuação pastoral, apresentado pelas conclusões do Sínodo que nos são oferecidas por D. Moacir Silva.
“Novos Caminhos” aponta para a necessidade de darmos respostas criativas e eficazes aos apelos que a realidade nos faz, vivendo deste modo a fidelidade àquilo que tanto a Palavra de Deus quanto a Palavra da Igreja nos orienta e nos pede.
Na Introdução, D. Moacir toma como referência as três expressões que caracterizaram o Sínodo Diocesano: Novos Tempos, Novos Caminhos, Mesma Missão.
Tudo isso deve culminar na realização da “Mesma Missão”, que é renovar todas as coisas em Cristo, de modo a continuar o que outros fizeram e intensificar o que nos-
sa Diocese já está fazendo, atualizando assim a ação salvífica de Cristo para o “hoje” de nossa história pessoal, eclesial e social. A Introdução do Documento Conclusivo, oferece-nos a tonalidade ou o espírito das conclusões sinodais, que estão em perfeita consonância com o Documento de Aparecida. Também poderíamos dizer que dá-nos o ponto de vista com o qual devemos ler todo o texto que vem a seguir. Na próximo edição apresentaremos a contextualização do I Sínodo Diocesano. Acompanhe o Programa “Ecos do Sínodo”, pela Rádio Mensagem (1470 AM), aos sábados, às 11h. Baixe o Documento Conclusivo do I Sínodo Diocesano www.sinododiocesano.com.br. Pe. Edinei Evaldo Batista
Coordenador Diocesano de Pastoral
Revista Alicerce · 15
CATEQUESE E FAMÍLIA
Família, Escola e Paróquia
A
família é uma realidade presente na vida humana desde o início da humanidade. Hoje ela se encontra na encruzilhada da cultura e da sociedade moderna. Continua sendo, em qualquer das suas expressões, o melhor espaço e a mais oportuna realidade para formar e orientar os filhos rumo a uma vida verdadeiramente humana, cristã e feliz. Existem três lugares de formação para a vida humana: a Família, a Escola e a Paróquia. Essas três caminham juntas nos ajudam a encontrar a estrada rumo às fontes da vida. A Família é a primeira escola de fé. Na Paróquia, como também na vida, Família e Catequese possuem entre si uma relação dialética. A família será cristã se desde o seu início for uma família que une fé e vida, e que, portanto, catequiza a todos os seus integrantes. A catequese será eficaz e atingirá os seus mais importantes objetivos se acontecer de maneira viva e firme na vida familiar. Quanto à Escola, a família é e sempre será a primeira escola de fé, porque nela o testemunho dos pais fala mais que qualquer outra palavra, qualquer gesto ou imagem. Não há melhor forma de catequizar e/ou educar do que as atitudes tomadas pelos pais e que são percebidas,
entendidas e assimiladas com interesse, curiosidade e amor pelos filhos. Contudo, a educação da fé, que é um processo catequético, não começa na catequese de primeira Eucaristia, como é pensamento de muitas pessoas. A catequese deve, de fato, começar quando a criança ainda não veio à luz. Desde o nascimento, o bebê pode ser levado a sentir que é amado pelos seus pais e que eles estão felizes com a sua vinda, porque sabem que ele é um presente de Deus. Ao conversar com o bebê, os pais podem transmitir a experiência e o amor de Deus. Já vão dizendo para ele que Deus também gosta muito dele. Ninguém é mais responsável pela catequese das crianças, dos adolescentes e dos jovens que as suas famílias. Os primeiros mestres e catequistas das crianças são os próprios pais. Na intimidade do lar e no cotidiano das coisas da casa é que a prática da fé vai acontecendo e, à medida que as oportunidades vão surgindo, com o crescimento de cada filho, a catequese se desenvolve numa linguagem cheia de afetividade, carinho e certeza. A família é a primeira escola catequética, porque ela é a primeira Igreja de cada pessoa. A manifestação do amor e da presença de Deus será o conteúdo e dos va-
max 16 · Revista Alicerce
lores pregados por ela aos seus membros. A família com seu testemunho vivo e diário de fé é a fonte mais necessária de uma evangelização que vai formando pessoas novas para um mundo novo que exige posturas novas, visando sempre à concretização do Reino de Deus entre nós, por meio de nós e para nós. Diácono Fabiano Kleber Cavalcante
Paróquia São José Operário, SJCampos - SP
juntos pela vida
CORPO, MENTE E ESPÍRITO EM HARMONIA “Então Javé Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornouse um ser vivente” (Gn 2, 7)
C
omo vemos nesse versículo do livro do Gênesis, Deus nos modelou com a argila, fez nosso ser por inteiro e soprou sobre nós o Seu Espírito, o sopro da vida. Olhemos bem. O Senhor “modelou”, isto é, Ele nos esculpiu, Ele nos fez com todo o cuidado, amor e carinho à Sua imagem e semelhança. Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn1, 26). Sendo assim, tomamos
conhecimento de que somos importantes para Deus de um modo completo, por inteiro, tendo que cuidar desse presente que Ele nos deu, com todo Seu amor. Se prestarmos bem atenção, veremos que somos um conjunto, “corpo, mente e espírito”, não tendo como separar uma parte da outra. Elas estão ligadas e dependentes. Nos dias de hoje, muitas pessoas só veem importância em uma parte desse
presente. Muitos estudam excessivamente para serem cada vez mais sábios. Alguns só pensam em seu corpo, fazendo de tudo para ficarem cada vez mais saudáveis e bonitos. Outros rezam incessantemente, para alcançarem a graça de Deus em abundância. Não podemos negar que todos esses pontos são de extrema importância, mas não devemos esquecer que somos um conjunto e temos que colocá-lo em harmonia, com a consciência de que Deus nos presenteou em todos os aspectos, com o dever e a responsabilidade de cuidar com todo o zelo desse presente. Sejamos, portanto, cada dia mais felizes, cuidando com harmonia do presente que Deus nos deu! Lucas Arruda
Professor de Educação Física e Personal Trainer
Revista Alicerce · 17
juventude
COM
EVANGELIZANDO ARTE N
ossa missão é..... com essas palavras nos apresentamos, para contar um pouco de nós, de onde viemos, quem somos e o que fazemos Somos o Missão jovem, grupo criado em outubro de 2007 pela Nilma, com o propósito de manter os jovens que estão em preparação para a Crisma engajados na vida eclesial após serem Crismados, já que muitos dos desses jovens não continuam engajados
na vida eclesial após a Crisma e também buscar novos jovens que por qualquer razão não participam da comunidade. O início, tudo começou quando faltava um mês para a turma de 2007 ser crismada, então a Nilma veio até nós e disse que tinha um projeto pra montar um grupo de jovens em nossa paróquia e que estava precisando de ajuda. A proposta inicial era criar nos jovens a consciência de sua importância na vida da igreja, despertando neles o espírito de discípulo missionário, dentro de seus dons e carismas, dando a abertura necessária para que o rosto jovem de Cristo apareça cada vez mais dentro de nossas comunidades. A atuação do Missão Jovem se dá em todos os âmbitos da vida eclesial, de Liturgia Dominical à missão com os irmãos de rua, graças ao espírito aberto a novas experiências sobre tudo no campo social. Como foi dito no início nossa
missão é.... pois bem Missão Jovem, a missão de Cristo realizada pelos jovens, com rosto de jovens e sobre tudo com o espírito jovem. A essência de tudo dentro do grupo é a missão, seja ela o que for, que seja festa anos 60,70 e 80, luau, projetos caritativos, almoço de natal com os irmãos de rua, trabalho conjunto com o projeto sopão de Jacareí, festas juninas, visitas missionárias, retiros e tantas outras atividades, que sejam de agrado da juventude, sempre tento como objetivo a evangelização e o anuncio da Boa Nova. É essa a nossa missão, ir e anunciar seja como e onde for, de maneira jovem o Cristo Ressuscitado.
Com a VPSA, sua empresa cresce de verdade. Para sua empresa crescer com solidez, a VPSA oferece soluções completas de gestão empresarial. Além de módulos inovadores, a VPSA conta com serviços exclusivos, que incluem Consultoria de Negócios, Treinamentos Adicionais e Suporte Integral Estendido. Assim, a sua empresa acerta mais e cresce de verdade.
12 3878.9001 contato@vpsa.com.br
18 · Revista Alicerce
Luis Missao Aoki
Paróquia Santa Cecília – Jacareí - SP
Gestão Financeira/Contábil | Gestão Fiscal Gestão de Recursos Humanos | Gestão Comercial
formação
AamigosIgreja e a Arte: inseparáveis
E
m um encontro realizado com sua Santidade o Papa Bento XVI, artistas de todo o mundo se reuniram num momento fraternal com o desejo de expressar e renovar a amizade da Igreja com o mundo da arte, uma amizade consolidada no tempo, porque o Cristianismo, desde as suas origens, compreendeu bem o valor das artes e utilizou sabiamente as suas multiformes linguagens para comunicar a sua imutável mensagem de salvação. Deste encontro transcrevemos algumas partes: Diz o papa: “A amizade da Igreja com a arte deve ser continuamente promovida e apoiada, para que seja autêntica e fecunda, adequada aos tempos e tenha em consideração as situações e as mudanças sociais e culturais”. O encontro marcou também as comemorações do décimo aniversário da Carta aos Artistas de João Paulo II. Este também artista, escreveu: “quantos artistas com apaixonada dedicação, procuram novas “epifanias” da beleza”. O histórico momento aconteceu na capela Sistina, lugar precioso pela sua arquitetura e pelas suas dimensões simbólicas, lugar onde reúne os afrescos que o tornam inconfundível a criatividade humana, começando pelas obras-primas de Perugino e Botticelli, Ghirlandaio e Cosimo Rosselli, Luca Signorelli e outros, para chegar às Histórias do Gêneses e ao Juízo Final, obras excelsas de Michelangelo Buonarroti, que deixou aqui uma das criações mais extraordinárias de toda a história da arte. Ressoou aqui também com frequência a linguagem universal da música, graças ao gênio de grandes músicos, que puseram a sua arte ao serviço da liturgia, ajudando a alma a elevar-se a Deus. Ao mesmo tempo, a Capela Sistina é um escrínio singular de memórias, porque constitui o cenário, sole-
“Aprouve Deus em sua bondade e sabedoria, revelar a si próprio e tornar conhecido o mistério de sua vontade” (Efésios 1,9)
ne e austero, de eventos que marcam a história da Igreja e da humanidade, deixemos que estes afrescos hoje nos falem, atraindonos para a meta última da história humana que é movimento e elevação, é inesgotável tensão para a plenitude, para a felicidade última, para um horizonte que excede sempre o presente enquanto o atravessa. Mas na sua dramaticidade este afresco coloca diante dos nossos olhos também o perigo da queda definitiva do homem, ameaça que domina a humanidade quando se deixa seduzir pelas forças do mal. Por isso, o afresco lança um forte grito profético contra o mal; contra qualquer forma de injustiça. Mas para os crentes Cristo ressuscitado é o Caminho, a Verdade e a Vida. Para quem o segue fielmente é a Porta que introduz naquele “face a face”, naquela visão de Deus da qual brota já sem limites a felicidade plena e definitiva. Michelangelo oferece assim à nossa visão o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim da história, e convida-nos a percorrer com alegria, coragem e esperança o itinerário da vida. Finalizando o papa dirigiu um cordial, amistoso e apaixonado apelo. Vós sois guardiães da beleza; vós tendes, graças ao vosso talento, a possibilidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e coletiva, de suscitar sonhos e esperanças, de ampliar os hori-
Fotos: Capela Sistina
zontes do conhecimento e do empenho humano. Sede, portanto gratos pelos dons recebidos e plenamente conscientes da grande responsabilidade de comunicar a beleza, de fazer comunicar na beleza e através da beleza! Sede também vós, através da vossa arte, anunciadores e testemunhas de esperança para a humanidade! E não tenhais medo de vos confrontar com a fonte primeira e última da beleza, de dialogar com os crentes, com quem, como vós, se sente peregrino no mundo e na história rumo à Beleza infinita! A fé nada tira ao vossa inteligência, à vossa arte, aliás exalta-os e alimenta-os, encoraja-os a cruzar o limiar e a contemplar com olhos fascinados e comovidos a meta última e definitiva, o sol sem ocaso que ilumina e torna belo o presente. Revista Alicerce · 19
CURIOSIDADE
Gestos, mímicas, descontração: por onde passam contagiam a todos. “Anjos da alegria”, assim são denominados os integrantes do novo grupo teatral que nasceu da experiência com a Pastoral da Crisma e Catequética.
E
les são jovens de diversas paróquias ligados aos grupos de oração da RCC (Renovação Carismática Católica), que após um pedido para animar um encontro diocesano começaram uma jornada de trabalho, missão e dedicação. Sob a orientação de Rodolfo e Elaine, os anjos da Alegria encenam “pequenas fixações” (enquetes, parábolas) que duram em torno de 10 minutos, tempo suficiente para os espectadores se envolverem na cena e na mensagem a ser dramatizada. Eles nada falam, utilizam a técnica chamada de clau, as roupas geralmente são pretas e a alegria é caracterizada pela maquiagem colorida. O cenário é criado com pequenos adereços e acabam improvisando tudo num cômico e descontraído momento. Com truques de palhaços, caretas, trocadi-
lhos eles envolvem a platéia mexendo com o lúdico dos espectadores. Convicto da missão assumida o jovem Rogério diz que “a partir do momento que faz a pintura no rosto e vai encenar, tudo muda, porquê não somos mais nós mesmos que estamos agindo ou encenando, mais o Espírito Santo que nos impulsiona a fazer e a ser aquele momento!” Disse ainda que “é gratificante, pois através da animação e da diversão, nós podemos ver em cada sorriso e em cada olhar, a graça de Deus sendo manifestada!” Já o jovem Renato diz que esta missão é crescimento em sua vida, em poder a cada encontro partilhar da alegria de Cristo, em anunciar Cristo alegre, possibilidade para despertar aquele sorriso que está guardado dentro de cada ser humano. Sou um semeador da alegria em meio a toda a realidade onde muitas vezes oprimem a felicidade humana: “Despertar um sorriso é relembrar ao homem que se pode ser feliz a cada momento”. O grupo evangeliza sempre com o sorriso no ar e sempre se reúnem até que estão a desenvolver o “projeto alegrando” cuja finalidade é evangelizar. Confira algumas fotos dos eventos por eles apresentados:
Jesus habita com a família cristã. A presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galileia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios.
Venha você também apoiar este meio de evangelização dos Catequistas e das Famílias... 20 · Revista Alicerce
GASTRONOMIA
Carne de panela
Torta de frios
Ingredientes
Ingredientes (massa)
1½ 300 1 1 1 2 1½
kilogramas de maminha gramas de bacon picado pacote de creme de cebola colher (sopa) de mostarda amarela cebola grande picada dentes de alho médio picados copo de água
1 1 ½ 1 1 3 1
xícara de (café) de óleo xícara de (chá) de leite morno tablete de fermento biológico colher de (chá) de sal colher de (chá) de açúcar xícaras de (chá) de farinha de trigo ovo – para pincelar
Ingredientes (recheio) 300 300 100 1 2
Modo de preparo
Modo de preparo
Tempere a carne a seu gosto com pouco sal e deixe descansar durante 2 horas. Coloque, no fundo de uma panela de pressão, um pouco da cebola, do bacon e do alho. Após, coloque a carne, o restante da cebola, do bacon, do alho, a mostarda e o pacote de creme de cebola. Despeje a água e feche a panela. Coloque em fogo médio para o cozimento da carne em até 50 minutos. Abra a panela e deixe o molho da carne engrossar por mais alguns minutos. Se precisar de mais água, coloque aos poucos.
Para o recheio, misture tudo e reserve. Para a massa, misture bem, em uma bacia, os ingredientes, exceto o ovo e a farinha de trigo. Coloque a farinha de trigo aos poucos, até a massa desgrudar das mãos. Reserve um pouco da massa para cobrir a torta. Com o auxílio de um rolo, abra a massa e forre o fundo de uma assadeira. Coloque o recheio, abra o restante da massa e cubra a torta. Pincele com o ovo e asse em forno médio preaquecido.
Dica
O recheio pode ser variado: frango, queijo, camarão, alho-poró etc.
• A carne pode ser outra de sua preferência e pode ser servida com salada de folhas verde-escuras (agrião, rúcula, alface romana) e arroz branco bem soltinho.
gramas de presunto ralado gramas de muçarela ralada gramas de azeitonas pretas picadas cebola média picada colheres de (sopa) de salsinha picada Orégano, sal e pimenta
Dica
Rosemeire Santos
Contato: srosemeire@hotmail.com
Cursos de Confeitagem Artística, Iniciantes, Avançado e Profissional. R. D. Francisca Bicuda de Mello 341 - Ch. Galega - Pindamonhanga - SP Cep: 12.422-130 - Telefones (12) 3645.3397 ou 9131.8616
Revista Alicerce · 21
aCONTECENDO
evento
O
juntos pela vida vida”. também todos os presentes acompanharam a palestra sobre bioética com a Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira que destacou a vida como valor supremo, o público presente que chegou a quase 5.000 participou também de missa e um super show com os “Cantores de Deus”. Nesse evento a Revista Alicerce foi apresentada a todos os presentes e lançada oficialmente por nosso Bispo Diocesano Dom Moacir Silva. Veja algumas fotos do evento:
Fotos: Agnaldo Santos
rganizado pela Comissão para Animação Bíblico-Catequética e Comissão Diocesana em Defesa da vida aconteceu no dia 22 de agosto na paróquia Espírito Santo, em São José o evento “Juntos pela Vida”. Com animação do Pe. Alexssandro o evento iniciou com uma belíssima caminhada. A adoração ao Santíssimo Sacramento preparado pelas Irmãs Pequenas Missionárias possibilitou o encontro com “aquele que veio para que todos tenham
22 · Revista Alicerce
aCONTECENDO
E
pré-lançamento
m uma grande livraria de São José dos Campos-SP, aconteceu no dia 18 de Agosto o coquetel do pré-lançamento da Revista Alicerce. Padre Thiago recepcionou os convidados e apresentou o mais novo material da Comissão para Animação Bíblico-Catequética a Revista Alicerce. Embalada numa grande caixa para presente, de onde saíram os primeiros exemplares todos se encantaram com um conteúdo agradável, belo e formativo. “É um presente muito esperado e desejamos que seja acolhi-
revista alicerce do como uma importante fonte de informação e formação”, enfatizou Padre Thiago. Durante o lançamento todos puderam acompanhar “voz e violão” com a jovem Mirela e seus músicos. A frase de capa foi repetida como convocação a todos os leitores: “As palavras foram pensadas, escritas, hoje impressas e amanhã serão anunciadas!” e agradeceu a equipe responsável pelo empenho, que resultou em um material de excelente qualidade editorial e gráfica. Confira as fotos do pré-lançamento da Revista para toda a família.
Revista Alicerce · 23
24 路 Revista Alicerce