O JORNAL DA REGIÃO DO SÃO FRANCISCO Criado em 18/02/2004 • Fundador: Antônio Galdino Paulo Afonso, BA • Edição de Março de 2018 • Ano XIV • Número 169
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Foto: Antônio Francisco
Chesf, a redentora do Nordeste, completa 70 anos
Lázaro Galvão(DGRP), Joel de Jesus (Diretor de Gestão), Roberto Pordeus (Diretor de Engenharia), José Henrique(Diretor de Operação) e Elerson Carlos (DORP)
Mulher Nota 10 e outros eventos em homenagem às mulheres em Março Pela passagem do Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, muitos eventos foram realizados em homenagem às mulheres pauloafonsinas. O jornal Folha Sertaneja se associou mais uma vez ao empresário Derinho Oliveira, da Nordeste Eventos na Segunda Edição do Mulher Nota 10, realizado no CPA, dia 10 de Março.
Antes, no dia 08 de Março, foi a ASCOPA que homenageou as mulheres empreendedores
num evento inédito realizado na Câmara Municipal de Paulo Afonso. A Folha Sertaneja também conta, neste mês Março Mulher, a caminhada da artesã Regina Soares que trabalha com couro da tilápia e já vê seus produtos chegarem a outros mercados. Páginas 12 e 13
Há 70 anos, em 15 de Março de 1948, foi empossada a primeira diretoria da Chesf, tendo como presidente o Engenheiro Antônio José Alves de Sousa, da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura. O povoado Forquilha (Paulo Afonso) foi o berço da Chesf. Ao lado das grandes quedas da Cachoeira de Paulo Afonso, na margem direita do rio São Francisco, os moradores nordestinos de Paulo Afonso, chamados “cassacos”, construíram a Usina Paulo Afonso, inaugurada pelo presidente João Café Filho em 15 de Janeiro de 1955. Logo vieram a segunda, a terceira, a quarta
usinas, em Paulo Afonso, na Bahia e a Usina Apolônio Sales, já em território alagoano, em terras de Delmiro Gouveia e ainda era pouca a energia para todo o desenvolvimento do Nordeste. Construiu-se então, rio acima, em Petrolândia, terra pernambucana, a Usina Luiz Gonzaga e rio abaixo, nas terras sergipanas de Canindé do São Francisco, a Usina Hidrelétrica de Xingó. Todas do Complexo de Paulo Afonso, com capacidade para gerar cerca de 85 por cento de toda a energia de fonte hidráulica da Chesf. Páginas 7, 8, 9 e 10
O Dia Mundial da Água permite uma reflexão sobre o que se está fazendo com o rio São Francisco A invasão das plantas conhecidas como baronesas, trazendo grandes prejuízos à piscicultura, ao turismo e ao abastecimento de águas dos municípios ribeirinhos dos São Francisco é apenas um dos resultados do que a ganância do homem está fazendo ao sempre benfazejo Velho Chico. Páginas 4 e 5
Governo reúne trade turístico e empresários para apresentar projeto do Balneário e do Touro e a Sucuri Página 3
1º Encontro de Veículos Antigos foi destaque na Semana Santa em Paulo Afonso Página 5
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Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
EDITORIAL
A Chesf e o rio São Francisco Durante o mês de Março, com justiça fizeram-se muitos eventos em homenagem às mulheres. Nesse mês em que a figura da mulher se associa a amor, a vida, os olhares e as atenções dos ribeirinhos do São Francisco se voltaram também para dois personagens que também se completam e precisam de muito amor para continuar gerando vida: o rio São Francisco e a Chesf. O rio, o único totalmente brasileiro, passa por momentos de intensa delicadeza e vem morrendo, já há muitos anos mas parece que, principalmente quem tem os recursos para evitar essa catástrofe, não se está muito preocupado com isso não. E no mês de Março/ Mulher, a mortandade de peixes causados pelas muitas toneladas
de baronesas, resultado do descaso de muitos anos, e os prejuízos aos municípios ribeirinhos, parece ter sido um grito de morte... Do rio, também depende a Chesf, que comemorou os 70 anos de vida intensa, mudando radicalmente a história do Nordeste, sob a guilhotina da privatização e a falta do reconhecimento da importância dessa empresa para milhões de pessoas nordestinas. Março/Mulher chegou cheio de interrogações, de dúvidas sobre até onde se quer manter a vida do rio, da Chesf, dos municípios vizinhos, da piscicultura, da energia hidroelétrica, dos projetos de irrigação... E nos perguntamos: “Como será o amanhã?”
Entender A palavra título neste tema é um substantivo masculino, não é o verbo, ou seja, significa ao meu juízo, opinião, parecer; enfim, ao meu entender escrevo mais uma vez sobre o viver. Aliás, o que mais há para entender senão vivenciar os ditames do existir? Alguém já disse que “a vida é uma sucessão de tristezas”, mas – ao meu entender – as alegrias, tal como as esperanças, são como as vírgulas numa frase, pequenas surpresas para facilitar o pensamento a compreender o texto e acertar o raciocínio até a chegada do ponto final. Muitas vezes somos nós os responsáveis por antecipar o ponto sem prestar atenção ao decorrer do texto e não temos tempo para entender (verbo transitivo direto) o que acontece em nossos momentos de existência. Agora, neste estagio que vivo, as saudades são intensas, é preciso entendê-las e, de certa forma evitá-las, sem desprezá-las. Vejo ou sinto as coisas e vem a saudade. Por exemplo: vejo um carrinho de brinquedo que lembra minha infância imediatamente vou dirigir meu carro num passeio; vejo uma fruta
Candidatos às eleições da FACHESF estiveram em Paulo Afonso e na Folha Sertaneja Quem esteve mais uma vez em Paulo Afonso foi Raimundo Jorge, candidato à reeleição para Diretor de Benefícios da FACHESF nas eleições que acontecem na primeira semana de Maio deste ano. Raimundo Jorge estava acompanhado dos seus companheiros de chapa, Manoel Morais, que trabalhou muitos anos em Paulo Afonso e é hoje o Presidente da Associação dos Aposentados da Chesf e agora concorre ao Conselho Deliberativo da Fachesf e Adelson Alves, que concorre ao Conselho Fiscal da Fachesf. Os candidatos estiveram com os aposentados da Chesf em uma reunião realizada na sede da Aposchesf e depois estiveram no jornal Folha Sertaneja, fazendo uma visita ao seu diretor, Professor Antônio Galdino. Na gestão de Raimundo Jorge à frente da Diretoria de Benefícios da Fachesf, dentre muitas outras ações na regional que abrange Itaparica e Xingó, ele destaca a nomeação de uma Assistente Social para a Agência da Fachesf em Paulo Afonso que vem prestando grandes serviços aos funcionários da Chesf e aos aposentados assistidos pela Fachesf e a ampla reforme na Agência da Fachesf em Paulo Afonso.
Raimundo Jorge e a chapa da Fachesf em reunião com aposentados em Paulo Afonso
Raimundo Jorge, à direita, Diretor de Benefícios da Fachesf
no pé que há tempo não como, procuro logo saborear uma fruta qualquer; sinto cheiro de sabonete que não sentia faz tempo, vou tomar um bom banho com meu sabonete preferido; sinto falta de minha esposa que faleceu, abraço minha nova companheira. É isto aí, se fico com saudade do que a vida me tira, renovo as ações para sentir o fazer das coisas. Suportar o tempo que passa só acontece se você empreender renovações, pois a dinâmica é agir. Como sempre digo: fácil de dizer, difícil de realizar. No entanto, mesmo que possamos aceitar com entendimento o caminhar do tempo, prestar atenção ao derredor de nós e ouvir histórias de outras pessoas é um bom alento para descerrar a cortina do quase impossível amanhã e do certamente possível hoje. No filme RED um dos personagens disse: “Quando envelhecemos certas coisas parecem menos importantes”. Deixar de realizar algo no presente por causa de idade avançada só se o teu cérebro estiver paralisado, por que aí o corpo não obedece. Abdicar de certos mimos para com nós mesmos devido aos anos de vida é antecipar o ponto final e deixar a cena incompleta, a platéia vai lembrar-se de nós como péssimos atores.
O tempero que dá sabor a tudo isto que escrevi é o humor. Suportar a vida com sorrisos e risos a *Ivus Leal valer altera toda a vivencia. Paciente cardíaco mais pra lá do que pra cá, conversava com o médico que tinha sido informado pela família do dito cujo doente que ele havia ganhado na loteria e o doutor foi encarregado de informar. Então o Doutor disse entre uma conversa e outra: - Se o Senhor ganhasse na loteria hoje o que faria? O paciente sorrindo retrucou: - Entre outras coisas, daria a metade pro Senhor que tem abnegação por mim. O Médico teve um desmaio sério... mas sobreviveu e ganhou a metade do premio. Este texto não tem ponto, entendo que vou escrever o próximo tema. Paulo Afonso – Bahia Julho de 2013 Ivus Leal é professor aposentado da Chesf Escritor, poeta, membro da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA, Cadeira Nº 17
Encontro com ACM Neto
Pois a vida tem dessas. Eu me encontrei com o prefeito de Salvador, herdeiro poderoso do avô Antônio Carlos Magalhães, presidente nacional do partido Democratas, provável novo senador pela Bahia a partir de janeiro do ano que vem. O poder do Neto vem do avô que indiscutivelmente revolucionou Salvador e transformou a Bahia. As regras do julgamento ficam a critério do leitor e dos juízes; da lei como queremos. Entre parênteses, soube como ACM conseguiu o dinheiro para encher Salvador de viadutos e pontes, praças e avenidas. Com o apoio de Castelo Branco, conseguiu a emissão de papéis do Tesouro, repassou para empresários baianos (eles compraram os papéis), e realizou uma administração revolucionária. Foi, sem dúvida nenhuma, um belo golpe de mestre. Ainda entre parênteses, a turma da Bahia mantém o amor e o agradecimento ao velho cacique que não poupava pontapés para conseguir os seus objetivos, saudáveis ou não. Do presidente João Figueiredo: “O ACM falando comigo, parece que ele é que é o presidente”. A história dos papéis do Tesouro está relatada nas Memórias do senador Roberto Campos e o meu encontro se deu em um shopping de Salvador. ACM Neto bateu de frente comigo e me tratou como um velho amigo. Concedida a ousadia, iniciei uma pequena conversa, rápida como convém com alguém que estava no centro comercial com as duas pequenas
Francisco Nery Júnior*
filhas para descontrair – o segurança olhava discretamente logo atrás. Não, leitor, não falei sobre Paulo Afonso nem indaguei se ele iria concorrer ao governo do estado. Também não lhe disse que ainda não temos UTI e que, se algum de nós tiver uma crise inesperada durante a madrugada, principalmente em fins de semana, pode vir a morrer pela impossibilidade de tirar uma ultrassonografia ou uma tomografia. Como moro no Bomfim, apenas sugeri que ele resolvesse o problema da convergência única da Calçada, única ligação para a península de Itapagipe. A resposta foi que o problema havia sido aliviado recentemente pela prefeitura – o que é verdade – e que careceria aguardar o projeto do VLT. Para mim foi o suficiente. Fiquei sabendo, da própria boca do gestor municipal, que existe um projeto em andamento para o VLT da Cidade Baixa. Logo apareceu alguém para um “self” e eu me fui. Por que o relato? Porque isto é uma crônica e porque cronista que se preza dialoga com o leitor consciente; parlamenta e passa suas impressões [suas observações]. É um bálsamo indescritível parlamentar com você, leitor de Paulo Afonso. Francisco Nery Júnior é Professor de Inglês no CETEPI-1 e membro da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira Nº 18.
EXPEDIENTE
O JORNAL DA REGIÃO DO SÃO FRANCISCO
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Diretor Antônio Galdino Secretário de Redação Ricardo da Costa Colaboradores desta edição Francisco Nery Junior, Ivus Leal, Amanda Santana, Washington Luiz, Carlos Eduardo Oliveira, Vitor Batista dos Santos e Juliana Ribeiro dos Santos Costa
Rua da Concórdia, 555-B - Gal. Dutra - Chesf Tel/fax: (75) 3282.0046 - CEP: 48607-240 Paulo Afonso - Bahia E-mail: professor.gal@gmail.com Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal, sendo da responsabilidade dos seus autores.
Diagramação Admilson Gomes Fotos Antônio Galdino, Washington Luiz e Antônio Francisco Impressão Editora Fonte Viva
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Governo reúne trade turístico e empresários para apresentar projeto do Balneário e do Touro e a Sucuri
O prefeito Luiz de Deus e o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Regivaldo Coriolano, juntamente com secretários e equipe da Prefeitura de Paulo Afonso, reuniram na noite de 9 de março, representantes do trade turístico e empresários pauloafonsinos de diversos segmentos. O encontro teve como foco a apresentação dos detalhes do mais novo equipamento de turismo, lazer e esporte do município – a urbanização do Balneário e a do monumento o Touro e a Sucuri.
A reunião aconteceu no Memorial Chesf onde foi apresentado o projeto, que tem um toque moderno e arrojado. Durante a sua fala o prefeito ressaltou a importância para Paulo Afonso e região. “Com certeza essa obra impulsionará ainda mais o turismo no nosso município e terá reflexos na região. Para nós da administração é uma honra realizar uma obra como essa com recursos totalmente próprios e que refletirá também na economia”, afirmou o prefeito.
Ele demonstrou ainda o orgulho do projeto arquitetônico ter sido desenvolvido pelos profissionais do Setor de Projetos, que faz parte da Secretaria de Planejamento e Orçamento. “É um orgulho para nós ver que um projeto tão bonito como esse foi idealizado e realizado pelos profissionais da prefeitura. A equipe está de parabéns pelo trabalho”, ressaltou. Para o secretário Regivaldo, a obra impulsionará ainda mais o turismo no município. “Essa obra vai agregar ainda mais beleza aos nossos recursos naturais, a exemplo do Balneário. Com o projeto a Prefeitura de Paulo Afonso deixa o local ainda mais bo-
Casa da Cultura abriu as comemorações dos 60 anos de Paulo Afonso com palestras e exposições No dia 8 de março, aconteceu na Casa de Cultura a abertura da exposição “Paulo Afonso: 60 anos de História - Vestígios do Tempo da Vovó”. A programação celebrou o Dia Internacional da Mulher e o aniversário de 80 anos da morte de Maria Bonita. O diretor do Departamento Municipal de Cultura, José Renato, abriu o evento com a palestra “Mulheres e Suas Conquistas”, abordando o histórico 8 de março e suas consequências ao longo dos anos. Em seguida, o diretor da Casa da Cultura, João de Souza Lima palestrou sobre o tema “Mulheres do Cangaço” e destacou a trajetória de cangaceiras oriundas da região de Paulo Afonso. O prefeito Luiz de Deus prestigiou o evento e comentou: “A memória de um povo é contada por seus historiadores, eternizando seus feitos. Somos um município jovem, porém com uma grande importância para esta nação. Eu convido a comunidade a participar e conhecer o nosso glorioso passado para ter ainda
mais amor por nossa cidade”. O público presente formado por professores, historiadores, poetas, estudantes e outras representações da sociedade se encantou com os temas, além de prestigiar as fotografias e objetos que contam um pouco da história de 60 anos da cidade de Paulo Afonso. “Fico feliz em participar desse evento que é um marco por comemorar 60 anos de Paulo Afonso. Parabenizo a todos os organizadores por fazerem valer nossa cidade como a grande capital do cangaço no Brasil”, disse o poeta Rogério Xavier. O diretor municipal de Cultura, José Renato, falou sobre a abertura da exposição e destacou, “Aqui realizamos um debate muito produtivo sobre a mulher e essa data marcante de 60 anos do nosso
município. Ainda temos os 70 anos da Chesf, 50 anos da Associação Comercial e Industrial de Paulo Afonso e os 80 anos da morte dos cangaceiros, ou seja, é um ano emblemático que congrega todas essas comemorações. Começamos hoje aqui na Casa de Cultura e vamos estender por outros espaços, até o aniversário da cidade que será em 28 de julho”, enfatizou. Diretor da Casa de Cultura, o historiador João de Souza Lima descreveu o evento como uma valorização da cultura local, “Hoje, abrimos uma vasta programação que vai ate até julho, e a Casa da Cultura já expõe “Vestígios do Tempo da Vovó” com algumas antiguidades bem interessantes. Nosso objetivo é envolver a comunidade de uma forma geral para prestigiar todos os eventos que serão realizados, valorizando todas as vertentes culturais. A programação é extensa e vamos fazer dos 60 anos de Paulo Afonso um grande resgate da nossa história, finalizou. (ASCOM/PMPA)
nito, além de ofertar área para a prática desportiva e o lazer. Me sinto muito feliz em poder apresentá-lo para a comunidade em um evento como esse, que reuniu o empresariado local e o trade turístico do nosso município”, falou. Ainda durante o evento foi assinada a Ordem de Serviço para o início da construção, que acontece nesta segunda-feira (12). A urbanização do Lago do Balneário está orçada em R$ 1.619.669,71 e a do Touro e a Sucuri em R$ 255.684,00, e serão realizadas com recursos próprios. A obra de grande porte movimenta ainda a economia local, porque além do seu volume financeiro, tem previsão de gerar cerca de 200 empregos diretos e 600 indiretos. “Essa é uma obra que envolve especialmente o desenvolvimento econômico do município porque gera renda e trabalho, aquecendo a nossa economia”, falou Luiz de Deus. (ASCOM/PMPA)
Projeto
O projeto conta com pista para corrida e caminhada e uma ciclovia com 950 metros, que circulará todo o lago, ofertando uma vista privilegiada durante a prática de exercícios físicos. O Balneário terá ainda uma academia para a terceira idade, área para pedalinho, bicicletário, palco multiuso e estacionamentos para 65 carros, 43 motos e três ônibus. A área abrigará também um letreiro decorativo com o nome da cidade, que servirá como fundo para fotos, uma tendência em locais turísticos. Para a alimentação, serão destinadas ilhas para cafés e quiosques para lanches rápidos com estruturas que não interferem na paisagem. A passarela localizada no meio do lago, popularmente chamada de cachimbo, também será re-
vitalizada, com iluminação especializada. Pensando em ofertar um lugar mais seguro, a Prefeitura preparou o paisagismo com plantas de menos volume e mais gramado, permitindo a ampla visão do balneário em qualquer ponto em que se esteja. A iluminação também será reforçada, deixando o local com claridade necessária para ser utilizado também à noite. Outro ponto importante é a acessibilidade para cadeirantes, com rampas e pisos adequados para a circulação. Todo o projeto arquitetônico foi pensado e idealizado pelo Setor de Projetos da Secretaria de Planejamento e Orçamento e será executado pela Secretaria de Infraestrutura. Além do projeto, a Secretaria de Turismo apresentou as ações realizadas ao longo de 2017 e o que ainda está em desenvolvimento. (ASCOM/PMPA)
Programa de pavimentação tem continuidade no BTN com mais de 32 mil m² A Prefeitura de Paulo Afonso continua com o programa de pavimentação em diversas ruas da cidade. O calçamento tem mudado a realidade das comunidades, evitando a lama, sujeira e a proliferação de doenças, ofertando bem-estar para o cidadão. Dessa vez, a pavimentação contempla o Bairro Tancredo Neves com 32.445 metros quadrados de ruas. As obras já foram iniciadas nas vias São Cosme e Mascarenhas de Moraes com as travessas Monteiro Lobato e Santa Bárbara. Em breve serão calçadas as ruas Goiânia, Brasília, Reve-
lação, Santa Inês, Travessa Rua Goiânia/ Brasília, Travessa Rua Brasília/ Revelação, Travessa Rua Santa Inês/ Rua da Seresta e Rua ACM. A Prefeitura vem realizando ainda requalificação de canteiros e praças do bairro e até o momento já foi concluída a Avenida Delmiro Gouveia. Estão em andamento a Avenida Padre Lourenço, Sagrada Família e os canteiros da BA 210 no trecho em frente à Ceasa. Serão iniciadas as obras na Praça da PA IV e Rotatória do BTN II/ Ceasa.
“Com a pavimentação das ruas e requalificação das praças, damos continuidade ao programa de melhorias no Bairro Tancredo Neves, ofertando à comunidade uma melhor infraestrutura para se viver”, ressalta o administrador do bairro, Luiz Humberto Farias. (ASCOM/PMPA)
Pastores evangélicos se reuniram com prefeito Luiz de Deus Por iniciativa do novo presidente da ABAME – Associação Baiana dos Ministros Evangélicos, pastor Adelmi Silva, foi realizada no dia 9/3, uma reunião com o prefeito de Paulo Afonso, Luiz Barbosa de Deus. O encontro aconteceu no gabinete do prefeito e contou com a participação de pastores e representantes de várias igrejas da cidade. O intuito, segundo o pastor Ademi, foi apresentar ao chefe do Poder Executivo o calendário de eventos evangéli-
cos, que a entidade pretende realizar, como cruzadas evangelísticas, seminários, trabalhos de cunho social e a já tradicional Marcha para Jesus. “Já é um trabalho que realizamos nas denominações, e queremos estender por toda
a cidade, e para isso, contamos com apoio do Governo Municipal”, frisou o líder evangélico. Para o prefeito Luiz de Deus o encontro foi proveitoso e serviu para estreitar os laços entre o Governo, igrejas evangélicas e seus lideres. Na avaliação do prefeito, as instituições religiosas exercem um papel fundamental na sociedade e a Prefeitura estará sempre à disposição para contribuir. (ASCOM/PMPA)
Mulheres do BTN receberam cestas básicas do Programa Auxílio Nutriz No dia 23 de março, o Núcleo Social do Bairro Tancredo Neves entregou as cestas básicas às mulheres cadastradas no Programa Auxilio Nutriz. A entrega foi realizada pela equipe de técnicos sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, sob o
acompanhamento da coordenadora Eveline Urbano. O momento foi marcado por uma palestra sobre o Empoderamento Feminino, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, ministrada pela Psicóloga do CRAS BTN III, Elisângela Rodrigues. A palestrante enfatizou a capa-
cidade da mulher na sociedade para exercer várias profissões, quebrando paradigmas e preconceitos ao desempenhar trabalhos tipicamente masculinos, como pedreira e caminhoneira, como também de desenvolver suas habilidades manuais para a geração de renda e garantir independên-
cia financeira. A psicóloga também falou sobre o Grupo de Convivência de Mulheres, destacando os serviços oferecidos no CRAS. O Auxilio Nutriz é um programa municipal que beneficia com uma cesta básica por mês, as mães de baixa renda cadastradas, que têm
bebê com idade de zero a cinco meses, garantindo a qualidade nutricional da mãe nutriz. O cadastro pode ser feito na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social ou no Núcleo Social do BTN, de acordo com a área de abrangência. (ASCOM/PMPA)
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No Dia Mundial da Água, assistimos a morte lenta do nosso rio benfeitor, o São Francisco Antônio Galdino da Silva Há séculos, a importância das águas já mereceu versos de gratidão de São Francisco de Assis no seu Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água que é muito útil e humilde e preciosa e casta”. O descaso, a falta de um projeto vigoroso de revitalização do rio São Francisco que abastece, banha e alimenta populações de mais de 500 núcleos urbanos, de povoados a grandes metrópolis e a exploração ao extremo de suas águas pela ganância humana, vem provocando, há anos a morte lenta deste rio já chamado de “grande Nilo brasileiro”, “rio da integração nacional e tantos outros nomes, todos refletindo a sua imensurável importância para milhões de brasileiros. No Dia Mundial das Águas serve ao menos para que se reflita sobre a morte anunciada há muito tempo das fontes de água pura para o consumo humano e animal. O mundo é o Planeta Água. Dois terços do território da terra é formado por água, oceanos, mares, lagoas, rios, mas, de todas estas águas, apenas 2% é própria para o consumo humano e a informação dos cientistas é que em 35 anos a água será tão pouca que, assim como na novela, os povos estarão em guerra para ter acesso a ela. Se, o lixo, os esgotos e os agrotóxicos lançados nos rios já são causa para a sua destruição que muitos vêem mas não enxergam, a natureza encontrou uma forma de deixar bem visível e com grandes e sérios prejuízos para todos,
Baronesas no Lago PA-4 e Prainha de Paulo Afonso
fazendo com que as águas novas do rio assoreado arraste centenas de toneladas de plantas aquáticas, dizimando a vida por onde passa. São as conhecidas baronesas, também conhecidas como Jacinto D´Água, Aguapé, Rainha dos Lagos e Lírio D´Água, que sempre aparecem nos remansos dos lagos, nas margens do rio entre os meses de Janeiro e Março, período em que o São Francisco recebe as águas novas das nascentes e afluentes. Mas, em 2018, a quantidade de baronesas surpreendeu até os estudiosos do assunto. Em meados de Março a imprensa já informava que 400 toneladas destas plantas já haviam sido retiradas das praias ao longo do rio São Francisco. A invasão das baronesas foi tamanha que os piscicultores em tanques-rede dos municípios de Glória, Itacuruba, Rodelas e Paulo Afonso já falam em milhões o montante dos prejuízos até agora, Março de 2018. Em Glória, o prefeito David Cavalcante publicou o Decreto de Calamidade Públi-
ca Nº12, de 14 de Março de 2018, porque naquele município centenas de toneladas de peixes já morreram e também ali e em outros municípios ribeirinhos, as baronesas estão entupindo as captações de água para a população e os donos dos quiosques do Balneário Canto das Águas, em Glória e Airton Sena e Prainha de Paulo Afonso não têm como trabalhar porque a baronesas, às toneladas, invadiu toda a área de banho e afasta os frequentadores. Em Paulo Afonso, a existência das grandes barragens dos reservatórios de Moxotó e da Usina PA-4, a quantidade de baronesas é gigantesca, chega ao meio do lago da Usina PA-4 e já fechou boa parte do Canal de PA-4. Ali, a Secretaria de Meio Ambiente faz um grande esforço com cerca de uma centenas de trabalhadores e muitas máquinas e caçambas trabalhando diariamente mas o Secretário Manoel da Manesa vê, assombrado o gigantesco trabalho ser atrapalhado pela chegada de mais baro-
nesas: “São tiradas toneladas durante o dia e à noite chegam outras tantas”, lamenta o Secretário. O Secretário de Turismo, Regivaldo Coriolano, ex-chesfiano, aproveitou a vinda da diretora da empresa para as comemorações dos 70 anos da hidrelétrica e fez um apelo, em nome da Prefeitura, para que a Chesf ajudasse nessa tarefa de gigantes. Mas a situação é delicada também para a hidroelétrica porque, em tempos de poucas águas, se abrir alguma comporta para liberar as baronesas elas vão também prejudicar os municípios à jusante de Paulo Afonso onde a empresa responsável pela captação de águas para consumo humano no Estado de Alagoas já reclama de problemas nestes municípios alagoanos. O rio São Francisco é o único totalmente brasileiro. Banha os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e sua bacia, com mais de 600 mil quilômetros de área, alcança ainda terras do Estado de Goiás e do Distrito Federal. Abandonado, assoreado, com suas entranhas rasgadas para levar a pouca água que ainda tem para outros que nada têm, embora vivam em regiões de lençóis freáticos grandiosos mas onde os governos não querem investir, suas águas, que eram tantas, hoje estão fazendo falta... Um exemplo visual fantástico é a Cachoeira de Paulo Afonso que já teve uma vasão de mais de 18 mil metros cúbicos de água por segundo hoje, há muitos anos, está seca...
Atividades na Praça das Mangueiras comemoraram o Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água, criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992, é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra são formados por este precioso líquido? A razão é que apenas cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o
consumo). Grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois num futuro próximo, poderá faltar água para o consumo de grande parte da população mundial. O Dia Mundial da Água tem como objetivo principal criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema. Em Paulo Afonso, nesta quinta-feira, 22 de março, diversas atividades foram realizadas pela manhã e à tarde, na Praça das Mangueiras. Apresentações culturais com temas relacionados à preservação da natureza e dos recursos hídricos, estandes
de produtos confeccionados com materiais recicláveis, exposições e brincadeiras marcaram o evento realizado pela Embasa em parceria com a Prefeitura. As atividades foram realizadas por escolas municipais e particulares, FASETE, 1ª Companhia de Infantaria, secretarias de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Social, Equipe Carranca Boat, artesãos e Organizações Não- Governamentais. A programação da Semana da Água se encerra no domingo (25), na Prainha Ayrton Senna, Barragem Moxotó, no Bairro Centenário. A partir das 7h30 haverá corrida náutica com a Equipe Carranca Boat, seguida de um faxinaço. (ASCOM/PMPA)
Na foz, os ribeirinhos são obrigados a incluir em suas tarefas subir o rio em canoas para trazer para casa a água doce que está faltando porque, como diz a ribeirinha, “o rio tá fraco. O mar tá engolindo o rio.” Por quilômetros acima, a água é salgada e salobra e até Tubarão Martelo, espécie nativa do mar, foi encontrado subindo o rio, muitos quilômetros acima do mar... As usinas hidrelétricas, um sonho de Delmiro Gouveia no início do século passado, que justamente para aproveitar as força das muitas águas construiu na margem da Cachoeira de Paulo Afonso a Usina Hidrelétrica de Angiquinho em 1913, sonho copiado pela Chesf, estão quase sem utilidade, quase todas paradas por falta de águas para movimentar seus potentes geradores. Dos mais de 2 mil metros cúbicos que as usinas precisam, estão chegando apenas 500 metros cúbicos... O descaso com a revitalização do rio São Francisco ao longo dos anos, das décadas, dos séculos, recebendo esgotos in natura de mais de 500 localidades, grandes metrópolis, agrotóxicos em quantidade violentamente alta dos muitos projetos de irrigação onde havia a mata ciliar protetora do rio e outras mil formas de agressão ao rio transformaram o nosso Velho Chico num gigantesco esgoto a céu aberto como são os de quase todas as cidades ribeirinhas. Lembro que em 2006, quando estava em grande efervescência o projeto de transposição do rio São Francisco e, para se cumprir um
capricho político foram ignorados os pareceres desfavoráveis de órgãos do próprio governo e de autoridades renomadas, as obras foram autorizadas sem que se fizesse, paralelamente, o processo da revitalização anunciado pelo governo federal como da responsabilidade de 14 dos ministérios da República. E o que se fêz? Nada e tanto não se fez que, depois de longo período de estiagem, o rio recebe as águas e aparece o fenômeno das baronesas invadindo, povoando o seu leito, entupindo as bombas que fornecem águas para as cidades, destruindo o oxigênio e matando os peixes aos milhões, afundando com a economia já abalada de muitas regiões do Nordeste. Essa tragédia que leva os gestores da região a decretarem estado de calamidade, de emergência, foi anunciada há anos, décadas e é fruto de interesses escusos e nada republicanos de muitos políticos, do abuso dos ribeirinhos e moradores dos grandes núcleos urbanos e produtores rurais e do descaso de governos, há décadas para a importância desse riquíssimo patrimônio nacional – o rio São Francisco - certamente contemplado pelas palavras da prece do São Francisco de Assis, de quem recebeu o nome, em seu Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água que é muito útil e humilde e preciosa e casta”. Antônio Galdino da Silva Professor, escritor, diretor do jornal Folha Sertaneja. Membro Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso, onde ocupa a Cadeira Nº14.
Manoel Santos assume Secretaria Municipal de Meio Ambiente O engenheiro civil Manoel Souza dos Santos, popularmente conhecido como Manoel da Manesa, assumiu no dia 1º de Março, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Ele substitui Clodoaldo Ferino, que volta a ocupar o cargo de subsecretário e continuará envolvido nos projetos que desenvolveu enquanto estava à frente da pasta. A mudança aconteceu no gabinete da Secretaria, onde Manoel ressaltou que assume a vaga para somar junto ao antecessor e dar continuidade aos projetos. “Venho aqui para somar junto com Clodoaldo e incrementar os trabalhos que estão programados, que trazem melhorias para a comunidade. Continuaremos trabalhando em conjunto para que possamos trazer soluções ambientais para nosso município”, ressaltou. Manoel já fazia parte da Prefeitura e
ocupava o cargo de subsecretário da Secretaria de Infraestrutura. Ele é alagoano, tem 71 anos e há 43 se estabeleceu em Paulo Afonso. “Já trabalhei com Manoel em conjunto, quando ele estava subsecretário de Infraestrutura. Temos uma boa sintonia e continuaremos trabalhando com afinco para desenvolver os projetos ambientais do município. Desejo boas-vindas e estarei à disposição para o que ele precisar”, falou Clodoaldo. (ASCOM/PMPA)
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A invasão das baronesas no Sub-Médio São Francisco traz sérios prejuízos para a piscicultura e economia regional
Mortandade de peixes em Quixaba/Glória-BA
A presença das plantas conhecidas como baronesas nas águas do rio São Francisco, considerado como um acidente ambiental está trazendo enormes prejuízos para a economia regional, afetando vários segmentos como o turismo, a navegação e principalmente, asseguram os especialistas, a grande produção de tilápia em tanques redes nesta região do sub-médio São Francisco. A situação é tão séria que o Prefeito de Glória, David Cavalcante decretou Calamidade Pública no município. O assunto também tem mobilizado os vereadores da Câmara Municipal de Glória, como afirma o vereador Alex. Em relato do Gerente Regio-
nal da Bahia Pesca em Paulo Afonso, o Médico Veterinário, Consultor em Agronegócios e em Desenvolvimento Sustentável, Anttonio Almeida Júnior a que o jornal Folha Sertaneja teve acesso, ele fala do grande crescimento da atividade de piscicultura na região. “A Região dos Lagos do Rio São Francisco, Território de Itaparica BA/PE, onde se localizam os municípios de Paulo Afonso e Glória do lado baiano e Jatobá, Petrolândia e Itacuruba do lado pernambucano, se encontra em pleno crescimento da atividade de piscicultura intensiva em tanques rede, sendo indicada como o segundo maior território produtor de tilápia do Brasil com mais de 70 (setenta mil) tone-
ladas de tilápia/ano e, segundo a EMBRAPA (Renata Melon Barroso et alii, julho 2017), em recente pesquisa publicada no projeto "Indicadores socioeconômicos do desempenho da produção da Tilápia no Brasil", tem o município de Glória como o maior produtor do País, com 16,8 mil toneladas de tilápia/ano.” Almeida Júnior relata o quadro desolador na região nos últimos meses e explica o que levou a esta situação: “No período de dezembro de 2017 até março de 2018, 08 (oito) piscicultores do povoado Quixaba, no município de Glória, estado da Bahia, e 05 (três) piscicultores do município de Itacuruba, estado de Pernambuco, se depararam, com um quadro estarrecedor de mortalidade de peixes, sem nada poder fazer para reverter ou mitigar o caso. Ressalve-se que outras pisciculturas, cerca de 30 (trinta), em maior ou menor grau de impacto, também foram atingidas. Os peixes morreram, principalmente, devido a alguns fatores que contribuíram para desencadear o fato: • Esgoto doméstico jogado diretamente no leito original do rio, acarretando aporte de
matéria-orgânica no sistema, principalmente nitrogênio (N) e fósforo (P); • Cota dos reservatórios mantida baixa (abaixo de 30% do volume total – Itaparica); • Pouca renovação da água dos reservatórios de Itaparica e Moxotó devido a redução da vazão do rio para 520 m3/s; • Baixa oxigenação da água em consequência da diminuição da vazão do rio; • Vários dias com ausência de ventos, o que ocasionou a diminuição da já pequena oxigenação de água, • Temperatura elevada do nosso verão.” O gerente da Bahia Pesca em Paulo Afonso explica as consequências desse desastre ambiental e os prejuízos, ou impactos econômicos que ele trouxe, em valor superior a 3,6 milhões de reais, dados a que chegou a partir de pesquisa direta com os atingidos. “Esses fatores, isolados e/ ou em conjunto, levaram a um crescimento anormal de microalgas e das macrófitas aquáticas (Eichornia crassipes e Thypha domingensis ) que se multiplicaram rapidamente (a biomassa pode, em alguns casos, aumentar até 5% ao dia), sendo elas um bioindicador
de desequilíbrio no ambiente aquático, deteriorando a saúde do rio e sendo responsáveis pela redução quase que total do oxigênio dissolvido na água, causando sérios problemas para a piscicultura em tanques rede e até para a captação de agua para abastecimento humano e para irrigação. Os peixes apresentaram comportamento típico de ausência de oxigênio dissolvido no meio aquático, buscando
oxigênio na interface água-ar, bem como tentavam pular dos tanques-rede, sendo impedidos pelos tampões das gaiolas. Os piscicultores mesmo tentando de forma rudimentar incorporar oxigênio na água por meio das canoas navegando a motor entre as baterias, não obtiveram resultados satisfatórios com o quadro de mortalidade quase total que já se apresentava em algumas pisciculturas.”
Invasão das baronesas no Projeto de Piscicultura da Quixaba/Glória-BA
Impactos Econômicos: Item
Quantidade Unitário(R$)
Biomassa morta (ton)
630
Lucro Cessante (20%) Empregos diretos homem/mês Empregos indiretos homem/mês TOTAL
Valor (R$)
4,20
2.646.000,00
630
0,84
529.200,00
86
1.500,00
129.000,00
258
1.500,00
387.000,00
3.691.200,00 Fonte: pesquisa direta com os atingidos
Sugestões para mitigar os efeitos e evitar maiores prejuízos futuros Após apresentar o quadro preocupante para os piscicultores e para os municípios da região do Sub-Médio São Francisco, Anttonio Almeida Júnior apresenta uma série de sugestões “para mitigar os efeitos já produzidos e evitar maiores prejuízos futuros” “Seguem abaixo rol de sugestões de ações serem executadas por parte do Governo Federal, IBAMA, ICMBio, CHESF, CODEVASF, Ministério Público Federal, Governos Estaduais, Bahia Pesca, Prefeituras, Comitê de Bacia, dentre outros, visando mitigar
os efeitos já produzidos, bem como evitar maiores prejuízos futuros para esta cadeia produtiva do agronegócio da piscicultura, maior empregadora e geradora de recursos e postos de trabalho nos municípios do Território: • Disponibilizar relatório semanal dos parâmetros físico químicos e micro biológicos, com análises da qualidade da água nos reservatórios, para conhecimento e acompanhamento das pisciculturas; • Executar, com a devida urgência, o Programa de Saneamento Básico com tratamento
de 100% dos esgotos ao longo da calha do rio; • Manter o nível da represa da Usina Apolônio Sales (lago de Moxotó) em no mínimo 80% e da Usina Luiz Gonzaga (Itaparica) em 40%. • Solicitar da ANA a adoção de vazão mínima de 800 m3/s, efluentes do Lago de Sobradinho, com o objetivo de minimizar o impacto na oxigenação e renovação da água do reservatório; • Estabelecer canal direto de conversação com a Bahia Pesca S/A, empresa pública do governo da Bahia, como
intermediária dos piscicultores, e os demais atores, para acompanhamento e monitoração das ações e para que seja acionada caso haja qualquer eventualidade. • Contratação imediata, em caráter emergencial, de serviços de remoção de baronesas e outras macrófitas da calha do rio; • Aquisição de Hidrotrator, 01 por município, como solução definitiva para retirada das baronesas e outras macrófitas aquáticas, tendo em vista a tomada de suas margens e do fundo do rio por essas plantas.”
1º Encontro de Veículos Antigos foi destaque na Semana Santa em Paulo Afonso
Colecionadores de mais de 20 cidades de vários estados do Brasil estiveram em Paulo Afonso (Norte da Bahia), nos dias 29 e 30 de abril, participando do 1º
Encontro de Veículos Antigos. O evento inédito realizado pelo Clube do Antigo, com apoio logístico da Prefeitura da cidade, superou a expectativa dos organi-
zadores, que já começaram a apresentar ideias papa a segunda edição. “Foi um evento maravilhoso, onde as famílias se divertiram fazendo uma viagem ao passado com os diversos modelos de carros que foram expostos, e ainda curtiram os grandes shows que abrilhantaram a programação. Com o resultado positivo, nós já começamos a pensar no 2º Encontro de Veículos Antigos de Paulo Afonso”, disse João Medeiros, autor da ideia e coordenador. João agradeceu aos patrocinadores e destacou o apoio
da Prefeitura, através da Secretaria de Cultura e Esporte, como fundamental para o sucesso do evento. Além das estrelas principais, que foram as relíquias do automobilismo, como Ford conversível ano 1931, Camioneta F-350, Jeep, Kombi, Opala, Corcel e o potente Maverick, os visitantes puderam apreciar bicicletas com 53 e 64 anos de fabricação e motocicletas da década de 1970. Nos estandes, miniaturas de carros e motos atraíram olhares dos apaixonados por máquinas antigas, além de literaturas e artes de autoria de artistas
pauloafonsinos e convidados. A segurança foi garantida pelo 20º Batalhão da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, GTRAN, DVAP e Bombeiros Civis. A Secretaria de Saúde contribuiu com a presença de equipe e ambulância do SAMU. As atrações musicais aprovadas pelos participantes e pelo público foram: Banda Retrô (de Paulo Afonso), Joãozinho Dantas (ex-Banda Sete) e Tony Presley, considerado o melhor cover do rei do rock. ASCOM/PMPA
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Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
Colégio Sete comemora mais de 140 aprovações nos vestibulares 2018
Em 2018, um grande time de feras seguiu do Colégio Sete de Setembro direto para as melhores universidades do país, comprovando que aprova mais quem melhor prepara! Foram mais de 140 aprovações para o ingresso no Ensino Superior, destacando-se entre elas 27 vagas em Direito, 23 aprovados em diversas engenharias, 15 em Administração, 15 em Psicologia, 11 aprovados em Biomedicina e 9 vagas no curso de Medicina. Mais do que números, o aporte educacional proporcionado pelo Colégio Sete de Setembro, somado aos esforços dos nossos alunos e todo o apoio dos seus familiares, garante a realização de sonhos de futuros grandes profissionais. Glória Aline, Coordenadora do Ensino Médio+, atuou como professora de Matemática dos aprovados, e foi com muita alegria que ela soube de cada uma das conquistas. Para ela, uma emoção diferente vinda da memória de convivência, sabendo de todo esforço e dedicação para tamanho sucesso. “Somos formadores de feras universitárias e de cidadãos conscientes de suas responsabilidades. A certeza de que estamos caminhando alinhados ao respeito às diferenças, possibilitando o crescimento de nossos jovens, me permite ficar muito mais confiante e recarregar as energias a cada novo dia”, destaca Glória.
Parabéns aos aprovados nos vestibulares 2018: Anny Karoliny de Souza Silvério | Psicologia (FASETE) Antônio Augusto Alves da Silva | Letras (FASETE) Arthur Barros e Silva Lopes de Souza | Direito (FASETE) Arthur Hilan Ribeiro da Silva | Biomedicina (FASETE) Bárbara Ferreira Espíndola | Biomedicina (FASETE), Fisioterapia (UNIT) e Odontologia (ASCES/UNIT/UNINASSAU) Beatriz Almeida de Andrade | Direito (FASETE) Brenda Daniely Soares de Araújo | Psicologia (FASETE) Bruna Daniella Carvalho Silva | Medicina (UNINASSAU) Carla Gabriela Alves Ferreira da Silva | Enfermagem (FASETE) Cícero Lins de Albuquerque Neto | Medicina (UNIT) Dáleth Gomes Cardoso | Administração (FASETE) e Arquitetura & Urbanismo (UNIFACS/ UNIJORGE/UNIT/UNIASSELVI) Daniel Teixeira Knevels Inácio | Direito (FASETE) Dara Helen Silva Santos | Direito (FASETE) Davi Alexandre Bezerra de Oliveira Sá | Engenharia Elétrica (IFBA) Déborah Ferreira Barros | Fisioterapia (UNIT) Déborah Lívian Lima Santos | Biomedicina (FASETE) Eduarda Bathomarco Patriota | Direito (FASETE) Eduarda Oliveira da Silva | Engenharia Química (UNIFAVIP) e Engenharia de Alimentos (UFRPE) Egidio Bezerra da Silva Neto | Medicina (FITS), Biomedicina (UNIT), Engenharia Mecatrônica (UNIT) e Odontologia (UNINASSAU) Ellen Daniele Rodrigues Alves de Moura | Administração (FASETE) Fábio Emanuel de Brito Benzota | Direito (FASETE) Fernanda de Souza Siqueira | Direito (FASETE) Gabriel Batista de Lima | Direito (UNICAP) Gabriel Pereira de Barros Lima | Direito (CESMAC) Gabriele Gomes Pereira | Enfermagem (UNIT) e Química (UFMT) Genison Santos de Sá | Biomedicina (FASETE) Hélio Rodrigues dos Santos Júnior | Biomedicina (FASETE) Ian Bernard Costa de Abreu | Sistemas de Informação (FASETE) Igor Campos Martins | Educação Física (FASETE) Igor Vinicius Lima de Souza | Administração (FASETE) Ingrid Santos Alves Martins | Administração (FASETE), Engenharia Elétrica (IFBA/UPE/ UNIT) e Engenharia Mecatrônica (UNIT) Ilka Vitória Oliveira dos Santos | Física (UFS) Isabella Maria Medeiros Patriota | Psicologia (FAFIRE/FASETE/UPE) João Gabriel Silva Souza | Administração (FASETE) e Design Gráfico (UNIT) João Pedro Pereira de Sá | Engenharia Elétrica (IFBA) João Victor Gomes Pereira de Barros | Medicina (FPS/UNIT) João Victor Mutti Carvalho | Direito (FASETE/UNIT) e Engenharia Agronômica (FANEB) Júlia Costa Amancio Santos Coriolano | Ciência Política (UFPE) e Ciências Econômicas (UFRPE) Júlia Maria Oliveira de Brito Alves | Psicologia (FASETE/UNIT/UPE)
Júlia Nobrega Lucena | Arquitetura & Urbanismo (UNIT) e Direito (FASETE) Júlia Regina Martins Alves de Souza | Administração (FASETE) e Fisioterapia (UNIT) Lara Eloise Souza Frazão | Administração (CESMAC/FASETE/UNIT) Letícia Lopes Padilha | Psicologia (CESMAC/FASETE) Letícia Rayanne de Oliveira Lëdo Sandes | Direito (FASETE) Lorena Lima Ventura | Medicina (UNIT) Luiz Natanael Monteiro Feitosa | Ciência da Computação (UFS) Lúcia Gabriella Pereira da Silva Martins | Biomedicina (FASETE) e Odontologia (UNIT) Maria Clara Pereira Sandes | Psicologia (FASETE/UNIT) Maria Luiza dos Santos Cavalcante | Psicologia (UNIT) Maria Vitória Dantas Nogueira | Direito (FASETE) Mário Henrique de Brito Benzota | Medicina (Estácio), Engenharia Ambiental (UNIFACS/ UFS), Engenharia Elétrica (UFAL) e Engenharia Civil (UNIT) Marisa Uana Bezerra Galindo Varjão | Administração (FASETE) e Engenharia Civil (Estácio/ UNINASSAU/UNIT/UNIASSELVI) Márison José da Silva | Engenharia Elétrica (IFBA) e Sistemas de Informação (FASETE) Melina Mayra Alves Barbosa da Silva | Enfermagem (FASETE) Melissa Maria Verissimo Farias | Direito (FASETE/UNEB) Nícolas Tenório Araújo | Direito (FASETE) Pamela Bezerra Maia | Direito (UNIT), Pedagogia (UNEB) e Psicologia (FASETE) Paula Larissa Lima Araújo | Engenharia Mecatrônica (UNIT) Paulo Matheus Veiga de Oliveira | Odontologia (FTC) Pedro Antônio de Oliveira Santos | Biomedicina (UNIT) e Publicidade & Propaganda (UNIT) Pedro César Almeida Silva | Engenharia Ambiental (UNIFACS) Rhaissa Siqueira Sandes | Medicina (UNIT) Rebeca Azevedo de Oliveira | Administração (Estácio/FASETE/UCSal/UNIT), Ciências Contábeis (UNIT/UNINASSAU), Direito (FASETE) e Engenharia Civil (UNIT) Sara Monalisa Silva do Nascimento | Medicina (UPE) e Psicologia (FASETE) Sandino Lamarca Costa da Silva | Relações Internacionais (UFS/UEPB) Tamires Feitosa Lima | Direito (UNEB/UNEB/UNIT/FASETE) Thyago Mathias Domingos da Cruz Sá | Direito (FASETE) Victor Guilherme Soares de Andrade | Engenhria Civil (UNIT) e Odontologia (UNIT) Victória Rege Gois | Fisioterapia (UNIT), Odontologia, Nutrição, Biomedicina e Enfermagem (Faculdade Ruy Barbosa) Vitória Diangelis Moraes Silva | Direito (FASETE) Vinicius Soares dos Santos | Biomedicina (FASETE) Vívian Feitosa Alves Teixeira | Arquitetura & Urbanismo (UNIFACS/UNIT), Direito (FASETE/ Estácio), Jornalismo (UNIFACS), Publicidade & Propaganda (UFS) e Química (UFS) Vívian Freitas Silva Ribeiro | Direito (FASETE) Viviane Lima Galindo | Nutrição (Pio Décimo) e Veterinária (Pio Décimo) Wendy Natani Vieira Alves | Biomedicina (FASETE) Yago Vinícius Silva Santos | Administração (FASETE)
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Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
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A Chesf muda a história do Nordeste, há 70 anos Há dois Nordestes: o de Antes e de Depois da Chesf
Construção da Usina Paulo Afonso 1 e Barragem Delmiro Gouveia
Dia 15 de Março de 2018 deveria ser feriado municipal em Paulo Afonso ou até feriado em toda a Região Nordeste, para que todos pudessem comemorar, festivamente, os 70 anos de uma empresa que mudou radicalmente a vida de milhões de pessoas, sertanejos, nordestinos. Tudo começou pra valer em 15 de Março de 1948 quando foi empossada a primeira diretoria da Chesf, tendo como presidente o Engenheiro Antônio José Alves de Souza, da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura do Governo de Eurico Gaspar Dutra.
8.031 e 8.032 levados pelo Ministro da Agricultura para serem assinados pelo presidente da República Getúlio Vargas, o que aconteceu no dia 03 de Outubro de 1945. No final do mês Getúlio Vargas foi deposto e os projetos ficaram engavetados. Em Julho de 1947, o presidente Eurico Gaspar Dutra, ex-Ministro da Guerra, veio, com grande comitiva de políticos e ministros visitar a Cachoeira de Paulo Afonso.
Presidente Dutra na Cachoeira Paulo Afonso (1947)
Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf (1948)
A partir daí, o Nordeste brasileiro tem a sua história escrita em dois grandes capítulos: o Nordeste A/C e o Nordeste D/C, ou seja: Nordeste Antes da Chesf e Depois da Chesf. Os que conhecem e estudam a história da região Nordeste brasileira sabem que até a chegada da “luz da Chesf”, as condições de desenvolvimento eram praticamente nulas e a miséria campeava nas grandes e nas pequenas cidades da região. Na zona rural dos municípios o candeeiro de pavio era a lâmpada da casa e todos se recolhiam muito cedo, no negrume da noite. A qualidade da vida nas cidades era das piores sem condições de acesso aos equipamentos modernos e distantes de todos como a televisão, a geladeira, eletrodomésticos simples... Mas falta a energia. O índice de analfabetismo e de mortalidade infantil era assustador e piores que os países mais pobres da África. O nível de pobreza era tamanho que a região era como se fosse um pedaço do país que envergonhava os que moravam em outras regiões. A Chesf nasceu de fato a partir dos Decretos-Leis
Em 15 de Março de 1948 é nomeada a primeira diretoria da Chesf tendo à frente o Engenheiro Antônio José Alves de Souza, então diretor da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura que era o ministério responsável pelas águas em todo território nacional. Os primeiros engenheiros e trabalhadores chegaram a Paulo Afonso ainda no ano de 1948 e a obra foi iniciada com todo vigor. Havia pressa em fazer valer o sonho de Delmiro Gouveia que, em 1913 construiu a pequena Usina Hidrelétrica de Angiquinho. Logo foram chegando milhares de trabalhadores para a construção da Usina de Paulo Afonso e para isso foram edificadas centenas, mais de duas mil casas, escritórios, hospital, clubes sociais, escolas, um Ginásio, o GPA, depois COLEPA, enquanto também se construía a Barragem Delmiro Gouveia, com 4,5 quilômetros de extensão, indo do Estado da Bahia para o Estado de Alagoas. A chegada da “luz de Paulo Afonso” ao Recife, ainda no final de Dezembro de 1954 e a Salvador no início de Janeiro de 1955 foi motivo de muita festa e comemoração. Começava a ser escrito o segundo capítulo da história do Nordeste – o Nordeste Depois da Chesf. Um dos pioneiros chesfianos, Engenheiro Antônio Feijó, que escreveu o livro “Chesf, memórias, registros e lembranças” (2004) disse o seguinte à jornalista Ângela
Belfort, do Jornal do Commercio, do Recife na matéria “A usina que fez uma revolução”, publicada no dia 14 de dezembro de 2014: “Antes de Paulo Afonso, a lâmpada da rua era apenas uma brasinha em vários bairros da capital. Em Jaboatão, a energia só ia até o quartel do 14º regimento de Infantaria, no Socorro. Em Olinda, a iluminação alcançava até a Praça 12 de Março em Bairro Novo”. Na época, Feijó tinha 18 anos. E acrescenta o pioneiro: “As casas e as cidades ficaram mais iluminadas após a chegada da energia de Paulo Afonso. A primeira coisa que fiz foi comprar um liquidificador de presente para a minha mãe. Depois, adquiri uma geladeira.” Na mesma reportagem, o historiador Leonardo Dantas Silva diz: “A discussão sobre a industrialização no Nordeste começou em 1958 em decorrência de Paulo Afonso”. E ele acrescenta: “Depois disso vieram os primeiros distritos industriais no Cabo, em Paulista, além de um novo aeroporto. Surgiu um clima de progresso na cidade e no Nordeste”. O que seria apenas uma Usina Hidrelétrica, a primeira subterrânea da América Latina, construída nas entranhas dos paredões de granito, a 80 metros de profundidade, em Paulo Afonso, com toda obra utilizando veículos importados porque não se fabricavam automóveis no Brasil nos meados do século XX e com mão de obra sertaneja, os “cassacos”, foi uma epopeia que precisa ser perpetuada na história desta região. Paulo Afonso, o berço da Chesf, viu nascerem outras grandes usinas em seu território e nas redondezas. À pequena Usina Paulo Afonso, de apenas 180 megawatts, inaugurada solenemente pelo presidente João Café Filho em 15 de Janeiro de 1955 se juntaram a segunda Usina e logo a grande demanda exigiu outros investimentos e foi construída a terceira usina. Depois, veio a Usina de Moxotó que passou a se chamar Apolônio Sales em homenagem ao criador da Chesf. E logo veio a Usina Paulo Afonso IV que, sozinha tem a capacidade de geração maior que todas as outras juntas. A Usina de Itaparica, que depois passou a se chamar Luiz Gonzaga em homenagem ao Rei do Baião que criou, junto com Zé Dantas, a música Paulo Afonso foi construída em Petrolândia/ PE e, na divisa dos Estados de Alagoas e Sergipe enfim a Chesf construiu a Usina Hidrelétrica de Xingó, a maior do complexo Chesf e todas elas compõem o Complexo de Usinas de Paulo Afonso,
responsáveis por mais de 84% de toda a energia de fonte hidráulica gerada pela Chesf que chega a pouco mais de 10 mil megawatts. Não há como não reconhecer a Chesf como um excepcional divisor de águas entre o Nordeste até os anos de 1940 e o Nordeste depois de receber a “luz de Paulo Afonso”. A empresa passou a ser o grande patrimônio dos nordestinos, o vetor principal do desenvolvimento de toda a região e hoje ajuda a desenvolver outras regiões do Brasil. Daí o sentimento de pertencimento de todos os que um dia trabalharam nesta empresa, desde os “cassacos”, os marteleteiros, seus milhares de pioneiros anônimos aos que nela hoje trabalham apoiados por modernos sistemas digitais.
Marteleteiros da Chesf, em 1956
Tanto é assim que que não existem ex-chesfianos. Existem ex-funcionários, da Chesf, aposentados, mas não ex-chefianos e deles, desde os mais antigos aos mais modernos, tenho ouvido relatos marcantes da importância da Chesf em sua vida, na formação das suas famílias, na educação dos seus filhos e netos. E deixaram relatos fortes desse amor incondicional e ainda que alquebrados pela idade são capazes de empunhar bandeiras em defesa da Chesf, contra a sua privatização, esse fantasma agourento que, de vez em quando aparece, alimentado por outros interesses nada republicanos. De Luiz Fernando Motta Nascimento, engenheiro que foi aluno do Ginásio Paulo Afonso e chegou a ser Diretor de Construção e Diretor de Suprimento da Chesf, lembranças fortes do trabalho do seu pai, conhecido como Mestre Alfredo, e dele próprio, se derramando de amor por esta empresa que chega aos 70 anos de vida intensa. Luiz Fernando escreveu o livro Paulo Afonso – Luz e Força para o Nordeste (1998)
Fevereiro de 1949, nela permaneceu durante “43 anos, dois meses e 29 dias”, como fazia questão de destacar. Ele faleceu em 2015, aos 95 anos de vida e foi considerado funcionário exemplar, Operário Padrão da Chesf e em entrevista que me concedeu para o Chá da Memória que produzi para a Chesf nos 60 anos da empresa, publicada no livro “Euclides Ribeiro – 95 anos de histórias de vida” (Antônio Galdino – 2016), definia assim a Chesf; C - de concretização, credibilidade e confiança; H - de heroísmo, harmonia e humanização. Nós, na Chesf, sempre fomos uma família humana e trabalhamos com harmonia; E - de equilíbrio, edificação, eficiência e eficácia. Nós fomos eficientes; S - de salvação, solidariedade e saudade, pois a Chesf foi a salvação do Nordeste e todos nós sentimos saudade dessa empresa; F - de fidelidade e felicidade, pois fomos felizes nessa empresa e nós concretizamos o heroísmo, a evolução sólida e firme da Companhia Hidro Elétrica do Brasil. Nos livros “Angiquinho – 100 anos de História”(Antônio Galdino e João S. Lima 2013), “Paulo Afonso – De pouso de boiadas a redenção do Nordeste” (Antônio Galdino -1995) e “De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros” (Antônio Galdino - 2014), e até no livro “Igreja Presbiteriana de Paulo Afonso – 62 de história (Antônio Galdino - 2011), a Chesf e seus pioneiros são personagens constantes. E não posso deixar de lembrar do Sr. José Vitorino Diniz, falecido recentemente aos 93 anos de idade, pioneiro motorista de Koering, veículo chamado pelos trabalhadores de Koringa, que enchia o peito de orgulho ao dizer: “A primeira carrada de pedras para o fechamento do rio, fui eu que levei na Koringa que eu dirigia.” Assim, mesmo passando a Chesf por momentos delicados de sua história, não se pode deixar de lembrar destes que representam milhares de outros pioneiros, cassacos, homens rudes, sertanejos que eram carinhosamente aceitos pelo Presidente Antônio José
Alves de Sousa que convivia com eles em seus momentos simples de lazer, nas festas natalinas e nos churrascos realizados no campo do Copa, em corridas de saco, de ovo na colher, nas competições da piscina do CPA, nos bailes do CPA. Ali estava o Dr. Souza, no meio da peãozada, como se fosse igual a todos eles. E com eles os diretores mais importantes como Dr. Otávio Marcondes Ferraz e todos os outros. Não de pode deixar de aplaudir às professoras pioneiras da Chesf onde estudavam o filho do cassado e o filho do engenheiro, com a mesma farda, a mesma merenda, os mesmos professores. Por causa da existência da Chesf nasceram muitas cidades como Paulo Afonso, que só nasceu 10 anos depois da hidrelétrica e muitas outras. E, por causa da Chesf e suas usinas nesta região, o Povoado Forquilha, de poucas e esparsas casas de taipa ou pau-a-pique, é hoje, ao completar 60 anos, um grande polo de desenvolvimento regional onde moram mais de 120 mil habitantes. As histórias da Chesf e o desenvolvimento que ela proporcionou ao Nordeste já renderam muitos livros e outros tantos estão sendo feitos porque uma epopeia destas precisa ser difundida aos quatro ventos, registrada com todos os detalhes para que as futuras gerações, séculos na frente, compreendam a sua importância e o valor do sertanejo que fez desta empresa, sempre, ao longo de toda a sua história de cada dia, a redenção do Nordeste de Antes da Chesf e de Depois da Chesf. A Chesf onde meu pai começou a trabalhar em Janeiro de 1955, quando se inaugurava a sua primeira usina, do meu irmão, ambos falecidos, a minha Chesf, onde trabalhei por 36 anos e 6 meses completa 70 anos de vida levando o desenvolvimento ao Nordeste, ao Brasil. Parabéns à Chesf, aos seus pioneiros e descendentes e aos funcionários mais novos, pelo legado que esta empresa tem deixado para todo o Brasil e por ter sido a responsável pela segunda parte da história do Nordeste.
Euclides Ribeiro, no Almoxarifado em P.Afonso
Euclides Ribeiro, começou a trabalhar na Chesf em 04 de
Presidente Café Filho inaugura a Usina Paulo Afonso em 15/01/1955
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Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
Fotos: Antônio Francisco
15 de Março de 2018. 70 anos da Chesf. Um dia de muitas emoções na Regional Paulo Afonso
Torre pioneira da Chesf, chamada de Mãe Velha, ao lado do Memorial Chesf Paulo Afonso
15 de Março de 2018. 70 anos da Chesf. Um dia de muitas emoções em Paulo Afonso. 70 anos da Chesf: eventos em Paulo Afonso e no Nordeste. Durante algum tempo um grupo de chesfianos de Paulo Afonso como o Engenheiro Flávio Motta (coordenador), Nely Patrícia, Maria Júlia, Matias Pereira, Fátima Araújo além dos gerentes de Departamento Regional, Lázaro Galvão e Elerson Carlos, se mobilizou para organizar uma programação, simples mas que fosse marcante, emotiva, para lembrar que a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco estava completando 70 anos de vida intensa, mudando radicalmente a história do Nordeste brasileiro com a chegada da energia de suas usinas às cidades e ao campo desde o final do ano de 1954, embora tenha sido inaugurada, oficialmente, em 15 de Janeiro de 1955.
E Paulo Afonso foi, desde o primeiro momento, o berço da Chesf, a mãe que agasalhou, nas entranhas da terra, a 80 metros de profundidade, no meio do paredão de granito, as suas máquinas geradoras da energia de que tanto o Nordeste precisava. O esforço de todos os envolvidos valeu muito a pena. Quando a Chesf completa 70 anos levando a vida para o Nordeste, os que moram na “capital da energia”, em Paulo Afonso começaram a conhecer um pouco mais da história desta grande empresa logo no começo da semana do aniversário. Desde o dia 12 de Março que os estudantes de escolas de Paulo Afonso assistiram no Memorial Chesf, pela manhã e à tarde, a exibição de filmes antigos da Chesf, produzidos, dentre outros por Bret Cerqueira Lima, mostrando a grande epopeia que foi construir a primeira Usina de Paulo Afonso no meio do nada, da caatinga. O
Chesfianos e aposentados nos 70 anos da Chesf, no Memorial Chesf Paulo Afonso
trabalho foi coordenado por outro apaixonado da Chesf e da sua história, o engenheiro Flávio Motta. No dia 15 de Março, um turbilhão de emoções envolve a todos, especialmente aos aposentados, pioneiros e seus descendentes que ainda lembram dos primeiros e difíceis tempos heroicos vividos pelos pais, avós, tios, que trabalharam incansavelmente para construir esse patrimônio nordestino, tendo para isso que carregar, literalmente, pedras na cabeça, arriscando a vida todos os dias enfurnando-se seminus pelas galerias perigosas, como cassacos, apelido que ganharam por esta semelhança. Como não lembrar desses tempos de heroísmo, sem computadores, sem equipamentos de proteção individual, sem os benefícios que as leis trabalhistas só vieram a oferecer muitos anos depois... Certamente que nas cabeças de cada um dos mais antigos, abre-se um enorme baú de memórias, lembranças eternas... 15 de Março de 2018. O Memorial Chesf amanheceu enfeitado com as cores da Chesf. E ali, num clima de harmonia, muitas boas lembranças e até de intensa emoção em alguns momentos, prestou-se uma merecida homenagem à empresa redentora do Nordeste brasileiro. Às 8 horas, em frente ao Memorial Chesf de Paulo Afonso e da torre Mãe Velha, pioneira do sistema de transmissão da Chesf, um toldo acomodava os convidados e os protegia do sol que já chegava forte. Ali, o prefeito de Paulo Afonso, Luiz de Deus, chesfiano por muitas décadas, o presidente da Câmara, Marcondes Francisco, filho de chesfiano pioneiro, comandantes militares, autoridades civis e religiosas, a imprensa local e regional, ouviram e muitos se emocionaram, com a alvorada de fogos e o som da Sirene da Chesf que parecia voltar a tocar para chamar os operários para as obras, como era nos primeiros tem-
pos. Foi a primeira grande emoção do dia. Ao lado da torre Mãe Velha, ao som do Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da 1ª Cia de Infantaria, unidade do Exército sediada em Paulo Afonso desde 1954, foi feito o hasteamento de enorme bandeira do Brasil e todos seguiram para o auditório do Memorial Chesf, ao lado, onde outras emoções estavam preparadas. Mensagens de evangélicos, católicos e espíritas acalmaram os espíritos dos muitos credos de chesfianos e descendentes unidos em harmonia em uma miscigenação cultural que se estabeleceu desde os primeiros tempos da empresa na região. Com a Chesf chegaram as primeiras missões católicas, as visitas pastorais do Monsenhor Magalhães, do Padre João Evangelista. Com ela chegaram os primeiros evangélicos das igrejas tradicionais da época: Assembleia de Deus, Pentecostal, Batista, Presbiteriana. Vieram os discursos e homenagens. O prefeito Luiz de Deus, chegando aos 80 anos, chesfiano muitos anos, médico, ex-diretor do Hospital da Chesf por mais de uma década voltou às suas origens. Falou da luta do homem para construir “esse patrimônio que é de todos os brasileiros, principalmente dos nordestinos”. E, para delírio e muitos aplausos dos que lotavam o auditório do Memorial Chesf, cerca de 200 pessoas, posicionou-se frontalmente contra o processo de privatização que se deseja impor à Chesf. “A Chesf, meus senhores, esse patrimônio de inestimável valor, construído com o suor e o sangue, a vida, de muitos nordestinos, não é para ficar nas mãos dos chineses ou de quem quer se seja. A Chesf, a grande redentora de toda essa região, é do Nordeste”. O gerente do Departamento de Gestão Regional de Paulo Afonso (DGRP) e o gerente do Departamento Regional de
Aposentado chesfiano, Antônio Galdino, recebe de Lázaro Galvão placa nos 70 anos da Chesf
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Operação (DORP) falaram da grandeza da empresa, de suas muitas usinas hidrelétricas, dos mais de 20 mil quilômetros de linhas de transmissão e dos projetos de energia alternativa. Dois outros grandes momentos de emoção foram preparados pela Comissão Organizadora da programação. Em um deles, a Chesf homenageou muitos ex-empregados, ainda atuantes na comunidade, que trabalharam na empresa durante décadas e ainda alguns funcionários ainda na ativa e já com mais de 50 anos na empresa. A estes, foram entregues uma placa em acrílico com a mensagem: “Em reconhecimento pela longa trajetória de serviços prestados, obrigado por fazer parte da história da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco”, seguida da frase do Dr. Sílvio Quintela, colocada no Monumento ao 1º Decênio da Chesf, inaugurado no Parque Belvedere em 15 de Março de 1958 que diz: “A fé, a tenacidade, o sacrifício e a união tornaram realidade o anseio de várias gerações”. Com essa placa foram homenageados os aposentados da Chesf que estavam presentes ao Memorial Chesf, aqui listados em ordem alfabética: Antônio Galdino da Silva,(Professor, escritor - Presidente da ALPA), Ivalda Lúcia Henrique dos Santos (professora), José Maria, Maria das Graças (Gracinha), Luiz Barbosa de Deus (Médico - Prefeito de Paulo Afonso), Regivaldo Coriolano (Secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Paulo Afonso), Semir Hemetério (professora – atuante no Coral Chesf Paulo Afonso). Severino Alves de Oliveira Lima (Professor Silva – Secretário Municipal de Educação), Valdomiro. “Estes, simbolicamente, representam os milhares de ex-empregados chesfianos que doaram muitas décadas de sua vida para esta empresa”, disse Fátima Araújo, que conduziu o cerimonial.
Também foram homenageados funcionários que continuam trabalhando na empresa embora já tenham completado mais de 50 anos de atividades ininterruptas na Chesf. Foram eles: Adonel Gomes de Sá que está na Chesf há 52 anos e 06 meses e trabalha no DORP, em Paulo Afonso e Jorge Freire Feitosa, conhecido como Jorge Pio, que está nesta empresa há 53 anos e 04 meses e também trabalha no DORP, em Xingó. Outro antigo chesfiano, também com mais de 50 anos de empresa, Pedro Freitas, que trabalha na Divisão Jurídica do DGRP, assim como Adonel e Jorge, também, receberam placas entregues pelos diretores da empresa, alusivas ao seu tempo de serviço na empresa, no dia 16 de Março, em solenidade na Ilha do Urubu. O outro momento muito tocante foi a apresentação do Coral Chesf de Paulo Afonso, regido por Sandro Rogério, que trabalha na área da Operação da Chesf e é formado por aposentados e amigos da Chesf. Ao abrir a sua apresentação cantando a Canção do Operário da Chesf, uma criação dos pioneiros Engenheiro Bret Cerqueira e D. Marieta Ferraz, (esposa do Engenheiro Otávio Marcondes Ferraz, diretor técnico da hidrelétrica) o Coral levou muitos às lágrimas e foram demorados os aplausos. Um baú de lembranças parece ter sido espalhado pelo auditório. O Coral cantou outras belas canções e todos foram convidados para, na salão ao lado cortarem o bolo e cantarem Parabéns para esta empresa que ainda é o grande orgulho para os ex-empregados e para os que continuam fazendo com que a “luz de Paulo Afonso”, gerada nas águas do rio São Francisco continue levando vida e desenvolvimento para o Nordeste e para o Brasil. Companhia Hidro Elétrica do São Francisco -Chesf - 70 anos de vida, orgulho de todos os nordestinos!
Luiz de Deus, Coriolano, José Maria, Valdomiro, Gracinha, Prof. Silva, Ivalda Henrique, Antônio Galdino e Semir Emetério
Casa O Ferrageiro nasceu em Santana do Ipanema/ AL em 1922 e desde os anos de 1970 sua filial de Paulo Afonso ajuda este município a crescer.
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Fotos: Antônio Francisco
Chesf 70 anos – Mais homenagens na Regional Paulo Afonso e em todo o Nordeste
Diretores da Chesf e gerentes na Ilha do Urubu
Em Paulo Afonso, o berço da Chesf, em cujo complexo, que inclui Itaparica e Xingó, estão instaladas sete grandes usinas hidrelétricas capazes de gerar cerca de 85% de toda energia de fonte hidráulica, de toda a Chesf ou mais de 8,5 mil megawatts dos pouco mais dos 10 mil megawatts gerados nas águas do rio São Francisco, principalmente. Os eventos comemorativos dos 70 anos da Chesf se entenderam pela Regional de Paulo Afonso e pelo Nordeste. Ainda na tarde do dia 15 de Março a emoção chegou aconteceram ao Escritório da Chesf no Acampamento de Itaparica. Ali houve hasteamento das bandeiras, momento cívico institucional, momento ecumênico, bolo e coquetel comemorativo dos 70 anos da hidrelétrica do São Francisco. À noite, em Paulo Afonso, foi celebrada uma Missa em Ação de Graças na Igreja de São Francisco, construída com o apoio da Chesf em 1949/1950. No dia 16 de Março os eventos foram iniciados na Ilha do Urubu, com a presença de diretores da empresa. Ali estiveram os três atuais diretores da Chesf que trabalharam durante muitos anos nas usinas de Paulo Afonso como Roberto Pordeus Nóbrega - Diretor de Engenharia e Construção; João Henrique de Araújo Franklin Neto - Diretor de Operação e Joel de Jesus Lima Sousa - Diretor de Gestão Corporativa (antiga Diretoria Administrativa). Ali, no coração da Chesf, no Mirante da Cachoeira, na Ilha do Urubu, olhando para
o paredão de granito de onde já despencaram mais de 18 mil metros cúbicos de água por segundo, e para a Usina de Angiquinho construída por Delmiro Gouveia há 105 anos, além do momento cívico houve a cerimônia de entrega de medalhas aos chesfianos mais antigos na empresa, o descerramento da placa dos 70 anos da Chesf, palavras dos diretores e uma bela apresentação teatral do Grupo Roda da Baraúna, dirigido pela diretora de teatro Dolores Moreira, também filha de chesfiano pioneiro, já falecido. Os jovens atores, de forma brilhante, contaram a história da Chesf dos seus avós, pais, familiares, com imagens, cantos e danças que mereceram demorados aplausos e um abraço afetuoso dos diretores da empresa e dos convidados da hidrelétrica. João Henrique, o Diretor de Operação da Chesf, falou em nome da empresa: “A Chesf contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico da Região Nordeste e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Isso se deu pelo fornecimento de
energia que incentivou atividades importantes como a indústria e a irrigação no Rio São Francisco, o Rio da Integração. Falar nesse momento dos 70 anos da Chesf é falar de Paulo Afonso, onde tudo começou, o coração da Chesf, e aí nós temos que nos lembrar dos pioneiros que construíram os primeiros empreendimentos, as subestações e as linhas de transmissões. E graças a todos, a Chesf cresceu e se tornou gigante, sendo a maior geradora e transmissora do país”. Na noite do dia 16 de Março, a Praça das Mangueiras, onde estavam as guaritas da Chesf e onde ainda existe o prédio da Sala dos Visitantes, hoje Secretaria de Turismo, se vestiu com as cores da Chesf. Ali, os integrantes do Coral Chesf de Paulo Afonso estufaram o peito para cantar a Canção do Operário e as músicas do cancioneiro regional. Os atores, atrizes, cantores, dançarinos do Roda da Baraúna contaram outra vez a história da Chesf no ritmo do frevo, maracatu, do forró, nas figuras dos cangaceiros, das pastorinhas, imen-
so universo cultural a que a Chesf deu vida, visibilidade em Paulo Afonso e em todo o Nordeste. Um show com artistas locais chesfianos, com especial destaque para os cantores Edemir Rodrigues, já aposentado e Severino Gomes (Bica), ainda trabalhando na empresa, fechou o evento na Praça das Mangueiras. Estas muitas atividades em comemoração aos 70 anos do aniversário da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco na Regional Paulo Afonso exigiu um esforço extra do novo Administrador Regional da Chesf nesta regional, Lázaro Luiz de Carvalho Galvão, empossado nesse cargo há pouco mais de um mês, no dia 1º de Fevereiro.
Lázaro Galvão(DRGP) e chefianos na Missa na Igreja de São Francisco - 15/03/2018
Na sexta, dia 16, o Gestor Regional da Chesf em Paulo Afonso (antigo APA), ao lado do Gestor de Operação, gerentes, funcionários, aposentados e convidados da Chesf acompanhou a diretoria da Chesf na programação na
Diretores da Chesf e gerentes na Ilha do Urubu
Incansável, ele participou de todos os eventos da Regional. Esteve em Xingó, na quarta,-feira, dia 14 pela manhã e no dia 15 de Março, dia do aniversário da Chesf, participou da extensa programação durante toda a manhã em Paulo Afonso, à tarde estava no Escritório Administrativo da Chesf em Itaparica, município de Jatobá, em Pernambuco e à noite já de volta a Paulo Afonso participou ativamente da Missa em Ação de Graças na Igreja de São Francisco.
Diretores da Chesf inauguram placa dos 70 anos da empresa
Ilha do Urubu, durante toda a manhã e à noite estava na Praça das Mangueiras aplaudindo o Chesf na Praça. Na região de Paulo Afonso, berço da Chesf, as comemorações continuam. No dia 28 de Março, no Sítio Histórico de Angiquinho, um evento trouxe à memória a ação pioneira de Delmiro Gouveia que instalou, com as dificuldades pela falta de modernos equipamentos de hoje, a Usina Hidrelétrica do Angiquinho, em 1913, no lado alagoano da Cachoeira de Paulo Afonso de quem aproveitou
a força de suas águas que transformou em energia elétrica utilizada com pioneirismo na sua Fábrica da Pedra, na hoje Delmiro Gouveia que também recebeu, além da energia elétrica, a água encanada vindo diretamente da Cachoeira, a 24 quilômetros de distância. Como diz a música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, a ideia do genial Delmiro Gouveia foi aproveitada por Apolônio Sales e, 35 anos depois, em 1948 nascia a Chesf para ser a redenção do Nordeste. As comemorações dos 70 anos da Chesf também aconteceram na sede da empresa, no Recife com a apresentação do Coral Chesf do Recife. O evento contou com a participação da Orquestra Criança Cidadã que executou peças eruditas e regionais do seu repertório e mensagens da diretoria a hidrelétricas. Ainda em Março aconteceram eventos pelos 70 anos da Chesf em Natal (20/03), Fortaleza (20/03), Teresina (23/03) e Sobradinho (23/03). No dia 13 de Abril acontecerá uma palestra sobre os 70 anos da Chesf realizada pelo professor Antônio Galdino da Silva, em evento programado pela Academia de Letras de Paulo Afonso - ALPA que será realizado às 19 horas, no Memorial Chesf de Paulo Afonso.
Lázaro Galvão (DRGP) com chesfianos em Itaparica
Diretores da Chesf Sinval Zaidan Gama Presidente
João Henrique de Araújo Franklin Melo Diretor de Operação
Joel de Jesus Lima Sousa Diretor de Gestão
Roberto Pordeus Nóbrega Dir. de Engenharia e Construção
Adriano Sores da Costa Dir. Econômico Financeiro
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Histórica de Angiquinho
“Delmiro deu a idéia Apolônio aproveitou Getúlio fez o Decreto E Dutra realizou E o presidente Café a Usina inaugurou” A pequena Usina Hidrelétrica de Angiquinho, a primeira do Nordeste, funcionou até o ano de 1960 e hoje, desativada por se tornar economicamente inviável, transformou-se em patrimônio tombado pelo Governo de Alagoas e potencial atrativo turístico da região. Nas comemorações dos 70 anos Chesf, que começou a funcionar na região 35 anos depois de construída a Usina Angiquinho, esta usina foi cenário de um belo momento de memórias daqueles primeiros e difíceis tempos do início do Século 20. A história de sucesso da Chesf foi a realização completa do sonho de sonho de Delmiro Gouveia e isso foi levado em conta pelo Diretor de Gestão da Chesf, Joel de Jesus ao progra-
mar um dos eventos comemorativos dos 70 anos da Chesf nesta usina pioneira de Angiquinho. Joel de Jesus tem fortes raízes com as usinas hidrelétricas da Chesf em Paulo Afonso onde trabalhou na área de Medição e Laboratório e assumiu o SOMP em Julho de 1979 e permaneceu na área de Operação da Chesf em Paulo Afonso até 1993 sendo chefe do Serviço de Medição e Laboratório, Assessor da Gerência e chefe da Divisão de Proteção e Medição, órgão da Gerência Regional de Paulo Afonso, GRP, hoje DORP. O evento realizado nos salões da Usina Hidrelétrica de Angiquinho, por sua iniciativa, no dia 28 de Março de 2018, reuniu pioneiros, o Coral Chesf de Paulo Afonso, o diretor de Gestão da Chesf, Joel de Jesus, os gerentes do Departamento de Gestão de Paulo Afonso, Lázaro Galvão e do Departamento de Operação, Elerson Carlos, outros gerentes da hidrelétrica em Paulo Afonso
e descendentes de morade encarregado da operadores da Usina, hoje trabação da usina no tempo de lhadores da Chesf, além do Delmiro Gouveia e nesta prefeito de Delmiro Gouusina também trabalho o seu pai, depois absorvido veia, Eraldo Cordeiro e da pela Chesf onde ele e o prefeita de Piranhas, Marisfilho trabalham, todos na tela Sena e convidados. área de operação da hidreAs emoções começaram quando o Coral Chesf létrica. Foram quatro geraPaulo Afonso, sobre a reções produzindo energia gência de Sandro Rogério, elétrica para o Nordeste, cantou a plenos pulmões desde a Usina Angiquinho. a Canção do Operário da Mais uma vez todos Flávio Motta, Lázaro Galvão, Joel de Jesus, Prefeito Chesf, criada por D. Marie- Eraldo Cordeiro/Delmiro Gouveia-AL, Prefeita Maristela puderam ver o tamanho Sena/Piranhas-AL ta Ferraz, esposa do diretor da importância da Chesf e Chesf em Paulo Afonso e cujo Técnico da hidrelétrica, o o legado que esta empresa engenheiro Otávio Marcondes pai, Cícero Correia, trabalhou tem deixado para que o NordesFerraz e interpretado nos anos da na Usina Angiquino. te tivesse a sua história escrita Outro que foi testemunha em duas partes bem distintas: o década de 1950 por outro pioneida história é o chesfiano Carlos Nordeste de Antes e o Nordeste ro Bret Cerqueira Lima. Uma exposição fotográfica Ivan, cujo avô era uma espécie de Depois da Chesf. Há 70 anos. montada pelo historiador Luiz Rubem, encheu de emoção o diretor Joel de Jesus que, em sua fala disse do seu interesse de celebrar um convênio com a Prefeitura de Delmiro Gouveia, cujo prefeito Eraldo Cordeiro estava presente, “para que a Usina Angiquinho continue sendo preservada e contando a todos a história do pioneirismo da energia hidro elétrica no Nordeste”. Coral Chesf Paulo Afonso - Regência: Sandro Rogério Em sua palestra, o engenheiro Flávio Motta, do Departamento de Operação da Chesf em Paulo Afonso, contou a história da importância de Delmiro Gouveia para esta região e com ele interagiram pessoas que moraram nestes salões e até tiveram familiares que trabalharam com Delmiro Gouveia, como é o caso de Carlos Roberto Cacau, hoje trabalhando na assessoria do Departamento de Gestão da
Fotos: Antônio Galdino
Usina Angiquinho, Delmiro Gouveia/AL, 28 de Março de 2018, abre-se o baú de memórias! Durante o mês de Março e ainda em outros meses de 2018, os nordestinos de várias regiões tem sido contagiados pela emoção e pelas lembranças da história de uma empresa de produção de energia hidroelétrica instalada no meio da caatinga e debaixo de um sol escaldantes nas terras de Forquilha, no sertão do Nordeste brasileiro. E isso aconteceu no meio do século passado, nos idos de 1948, ano em que em 15 de Março a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf, criada pelos Decretos-Leis Nº 8.031 e 8.032, em 3 de outubro de 1945, levados pelas mãos do Ministro da Agricultura, Apolônio Jorge de Farias Sales e assinados pelo presidente Getúlio Vargas foi, enfim instalada pelo governo federal, já no gestão do presidente General Eurico Gaspar Dutra. Para cumprir a sua missão de produzir energia elétrica a partir da força das águas do rio São Francisco, Apolônio aproveitou a ideia do sertanejo de Ipu/CE, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia que se instalara na região no começo do século e, lançando um olhar diferente para a imensidão das águas da Cachoeira de Paulo Afonso, viu ali a oportunidade de gerar riquezas, produzindo energia hidroelétrica, como diz a imortal canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, chamada Paulo Afonso e lançada quando a primeira Usina de Paulo Afonso começou a funcionar, em 1955.
Foto: Arq. Folha Sertaneja
Mais emoções nos 70 anos da Chesf. Agora em Angiquinho
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Derinho Oliveira, da Nordeste Eventos, realiza o II Troféu Mulher Nota 10 em Paulo Afonso, em parceria com a Folha Sertaneja Em Março de 2014, a Nordeste Eventos, em parceria com o jornal Folha Sertaneja e o Clube Paulo Afonso realizou o I Troféu Mulher Nota 10 homenageando mulheres de Paulo Afonso e região do São Francisco que se destacaram em suas áreas de atuação naquele ano. Neste ano, quando o jornal Folha Sertaneja comemora os 14º aniversário, Derinho Oliveira, diretor da Nordeste Eventos decidiu retomar esse projeto e realizou uma noite de gala no dia 10 de Março para receber, com todas as honras maravilhosas mulheres pauloafonsinas que receberem o Troféu Mulher Nota 10/2018. Cada uma delas se sentiu princesa, rainha e, pelo traba-
lho que cada uma desenvolve são exemplos para outras mulheres da região. Para Derinho Oliveira, que tem mais de 25 anos de atividade realizando eventos,
Adeilda Xavier Empresária
concursos de beleza, grandes festas de formatura e aniversários sempre com o maior requinte, tanto em Paulo Afonso como em vários municípios da região, “Esta foi uma noi-
te de puro glamour, quando a sociedade pauloafonsina pôde aplaudir estas lindas e maravilhosas mulheres que ali estavam, lindas, cheias de vida e de muitos sonhos e planos.
Eventos como este exigem muito dos seus organizadores, são cansativos mas quando vemos o resultado, o ambiente decorado ricamente, os músicos e as nossas homenageadas radiantes, lindas, sentimos que valeu todo o esforço. Foi mesmo uma linda noite, uma festa maravilhosa. Ficamos muito felizes por ter a oportunidade de proporcionar esses momentos de pura beleza”. Segundo Nadja Monteiro, uma das homenageadas, “a iniciativa de Derinho, com o apoio do jornal “A Folha Sertaneja” e seu site www. folhasertaneja.com.br, com o prêmio “Mulher Nota 10 não apenas homenageia mulheres empreendedoras mas, acima de tudo , dá visibilidade às ricas experiências reveladas,
multiplicando o protagonismo feminino, mostrando que superam adversidades, preconceitos com coragem, persistência, imaginação e ousadia”. Outra homenageada, Para Geovânia Arruda, empreendedora desde muito cedo na área da moda afirma: “Produzir moda como uma essência sustentável é o nosso grande diferencial e privilégio”. Foram também homenageadas de surpresa, por Derinho Oliveira, a cantora Marília Santos e a gerente do CPA, Maryângela Maichszak. Conheça um pouco das Mulheres Nota 10 do ano de 2018, no 14º aniversário do jornal Folha Sertaneja. Todas as fotos desta matéria são de Francisco Junior/ASCOM COOPEX Colégio Boa Ideia.
Ana Elizabeth Santa Rita
Adirlene Pontes de Oliveira Tenorio
Médica Nefrologista
Proprietária Loja Brisa, de roupas finas, ao lado do esposo Salvador Xavier. Foi professora pioneira da Escola Evangélica Antônio Balbino, a primeira da chamada Vila Poty, em 1955. Atuante do Lions Clube de Paulo Afonso e da Associação Comercial de Paulo Afonso e que é uma das sócias fundadoras, já foi vice-presidente em outras gestões e onde novamente atua como vice-presidente ao lado da presidente Gorette Moreira.
Formada pela Universidade Estadual de Alagoas, residência em Clinica Médica no Distrito Federal, residência em Nefrologia em São Paulo. Há 12 anos é Diretora médica da Clinica de Doenças Renais (Clirenal). Professora do Colegiado de Medicina da Univasf, está concluindo Mestrado também pela Univasf
Membro da sociedade brasileira de Nefrologia. Preceptora de residência médica no SUS pelo Hospital Sírio Libanês. Mestranda em extensão Rural. Professora de Nefrologia do curso de Medicina da UNIVASF em Paulo Afonso.
Ana Zilda de Almeida Araujo
Arleide Gomes dos Santos
Maria Cleonice de Souza Vergne
Médica
Dir. da Carmem Steffens
Vice Diretora Colégio Boa Ideia
Professora Drª em Arqueologia
Empresária, casada com Renato Araujo, gerente da Agência do Banco do Brasil da Chesf, mãe e Thiago e Ana Clara.Nasceu em Paulo Afonso, filha de pais chesfianos. Estudou na Boa Ideia e formou-se no Colepa em 1999. Cursou Letras na Fasete e na Universidade Estadual de Pernambuco. Proprietária da Franquia Carmen Steffens de Paulo Afonso.
Nasceu em Glória-Ba - Filha de Joaquim Gomes Neto e Adelina Gomes dos Santos. Mãe de Thiago, Tarcísio e Thaíse e avó de Thiaguinho. Graduada pela UNEB em Técnicas Comerciais e Administração e Coordenação de Projetos Pedagógicos. Pós- Graduada em Gestão de Cooperativas e Educação Inclusiva. É Presidente da Cooperativa Educacional de Xingó Coopex, e Vice Diretora do Colégio Boa Ideia.
-UFPE(1990) e graduação em História pela Universidade Federal de Sergipe - UFS (1983). É professora adjunta da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no Curso de Bacharelado em Arqueologia, em Paulo Afonso-BA. É Coordenadora de Pesquisa do Centro de Arqueologia e Antropologia de Paulo Afonso/CAAPA. É membro efetivo da Academia de Letras de Paulo Afonso, cadeira Nº 24.
Denise Sousa
Giovana Arruda
Dermatologista Natural de Paulo Afonso, formada em Medicina pela UPE em 2007, com especialização em Dermatologia desde 2010. Divorciada, é mãe de João Pedro e Luís Henrique. Voltou a morar em Paulo Afonso em 2013.Trabalho em sua clínica na Cliomel, no HNAS e no ambulatório da Prefeitura Municipal de Paulo Afonso.
Estilista Geovânia Arruda, pernambucana, mãe de Caio, Yuri e Jéssica, aos 21 anos começou a trabalhar. Empreendedora desde cedo, em 1988 confeccionava diademas e lacinhos para crianças e os vendia nas feiras. Em 1998 criou uma pequena empresa de confecções, chegando a ter 12 funcionários. Em 2010, ampliou a empresa chegando a 26 funcionários diretos e 60 indiretos. Criou a marca Clara Arruda. Hoje a marca está presente em lojas multimarcas de 15 estados brasileiros e já tem cliente na Alemanha.
Possui doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo-USP(2004), mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco-
Isa Úrsole Bezerra de Brito Sócia-Dir. Achieve Languages by Oxford Nasceu em Serra Talhada-PE. Filha de Soledad Chagas e Isaú Paiva de Brito. Pedagoga graduada pela UNEB e Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino das Línguas Portuguesa e Inglesa pela FASETE. A escola iniciada em março de 2001 e é a única escola de idiomas da cidade que realiza todos os anos o intercâmbio cultural dos alunos e professores para a Inglaterra e França.
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Isnaia Almeida
Jovelina Maria Ramalho da Silva
Dermatologista Nasceu em Canudos/BA e realizou o sonho acalentado desde criação: ser médica. Formou-se na Universidade Federal de Alagoas. Estabeleceu-se em Paulo Afonso onde casou com Rodolfo Nello e criou a SLIM– Medicina e Estética da qual é diretora e onde tem o seu consultório de dermatologia. Nasceu Rio de Janeiro e mora em Paulo Afonso há 45 anos. É professora (aposentada da Chesf)
Karina Gomes Diretora dos Supermercados Santana
Natural da Paraíba, a empresária e empreendedora Karina veio para Paulo Afonso muito jovem, quando o pai engenheiro da Chesf, veio trabalhar no desenvolvimento da hidrelétrica. Hoje , Mãe de dois filhos, coordena a empresa Supermercado Santana e está sempre buscando conhecimento na área de gestão de negócios!
Maria Bethaneide Diretora da Disbatel
Advogada
Professora/Bacharela em Direito
Formada pela Universidade Salgado de Oliveira. Atua em Paulo Afonso há mais de 12 anos. Trabalhou 3 anos no Juizado Criminal como Analista Judiciária e atualmente trabalha na Procuradoria Geral do Município como Subprocuradora. É pós-graduada em Direito do Trabalho e Processo Civil e está se especializando em Procuradoria Municipal.
Leiliany Cavalcante
Leonora Cristina dos Santos
e atuante no Colégio Estadual Polivalente de Paulo Afonso. Poetisa, com vários trabalhos divulgados em jornais e revistas da cidade. É Pedagoga, pela UNEB e Bacharel em Direito, pela FASETE. Tem três livros publicados:Verso e Reverso, em 1992, durante o Modernismo em Paulo Afonso e dois cordéis. Imortal da Academia de Letras de Paulo Afonso, Cadeira Nº 12, foi eleita 2ª Secretária para a gestão 2017/2019.
Comerciante
o seu amadurecimento. Aos 21 anos, junto com o esposo assumiu a responsabilidade de uma empresa com mais 20 funcionários. Sempre lutou para conseguir realizar os seus sonhos. Com o apoio total da família foi estudar, formou-se como Assistente Social, voltou à empresa e agora realiza-se na vida profissional trabalhado na 72 anos, viúva, cinco filhos, função que ama e que lhe ennasceu em Mata Grande-Al. Mãe muito cedo, aos 19 che de orgulho e prazer. Hoje é Começou sua vida de empreenanos, isso foi essencial para Assistente Social. dedorismo, juntamente com seu
marido José Manoel dos Santos (in memoriam), em 1989, de uma forma bem discreta, fazendo caldinhos e cachorro quente para o antigo Barraco Céu Aberto (hoje Boteco do China), situado na Praça da Libaneza. Até hoje, juntamente com seus filhos, continua administrando esse estabelecimento (Boteco do China), que pela terceira vez consecutiva vem recebendo o prêmio Destaque do Sertão, na categoria de melhor Bar.
Maria das Graças Silva
Maria José de Araújo Albuquerque
Diretora da Editora Fonte Viva
Pauloafonsina, Bacharel em Administração. É diretora administrativa da Editora Fonte Viva. Há mais de vinte anos participa
Gestora do Sebrae do Território de Itaparica
É pauloafonsina, iniciou suas atividades no terceiro setor no movimento Bandeirante, ainda
Jussara Martins
Assistente Social
Natural de Belo Jardim/ PE, mora em Paulo Afonso desde o ano de 1990. É proprietária da empresa DISBATEL - Distribuidora de Baterias automotivas. Casada com Aluizio Miguel da Silva, mãe de Aurélio Miguel e Michele Bethiane. Ela diz ter sempre “muita gratidão a Deus, a meus pais: Miguel Marinho e Da Paz Marinho, meu esposo e filhos pela mulher, mãe e filha que hoje sou”.
Nadja Maria Ferreira Monteiro
A13
adolescente. Assinou a coluna social do Jornal Folha Sertaneja. Formada em Pedagogia pela UNEB, Especializada em Turismo e Desenvolvimento Sustentável pela UNIFAC´S, e está concluindo uma Pós Graduação em Gestão da Micro e Pequena Empesas, pela Universidade Dom Bosco. Trabalha no Sebrae como Educadora Corporativa, Orientadora de Negócios e representa o Sebrae como Gestora do Território de Itaparica. Mãe de Ísis Vanessa e Matheus, é avó de Dara e Moema.
Valéria Cristina Livino e Silva
Ambientalista De Tacaratu, trabalhou por 35 anos na Chesf onde desempenhou varias funções das quais a de encarregada de preservação do meio ambiente, que desempenhou com grande propriedade. Casada com João Bartolomeu de Albuquerque, dessa união gerou três filhos, João Bartolomeu Junior, Raphael e Rodolpho. Sócia do Lions Clube de Paulo Afonso, onde desempenha com grande afinco a bandeira leonística. Voluntária na FUNDAME.
do movimento da RCC - Renovação Carismática Católica, onde leva as pessoas a conhecerem e viverem o Evangelho. Desenvolve vários trabalhos sociais como: conselheira das fundações Aloysio Penna, Antena Azul, CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) e Lar da Criança Vicentina; assessora na Diocese de Paulo Afonso através do conselho econômico e na formação do leigos.
Raquel Montina
Thaiane Simões
Maquiadora Modelo Ainda muito jovem, com apenas 13 anos despertou o seu interesse para ser maquiadora. Também teve logo o interesse de viver o sonho e a magia da passarela. Em 2013 foi eleita a Garota Copa Vela, em Paulo Afonso, evento coordenado por Derinho Oliveira. Continua maquiando as belas mulheres de Paulo Afonso e é homenageada pela Nordeste Evento como uma das Mulheres Nota 10 do ano de 2018.
Advogada
Formada em 2005 na Universidade Católica de Pernambuco, trabalhou na Justiça Federal de Paulo Afonso até o ano de 2012 quando passou a
trabalhar à frente das atividades de assistência jurídica as crianças e mulheres vítimas de violência junto ao CREAS e Centro de Referencia da Mulher Eudócia Antunes de Assis. Também advoga na defesa da população carente de Paulo Afonso junto a Assessoria Jurídica, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Paulo Afonso. Mantém um respeitável escritório de advocacia na cidade desde 2013, advogando em diversas áreas da profissão.
Professora
Valquíria Saturnino dos Santos
Natural de Belém de São Francisco-PE é filha de Maria das Graças Livino e Silva e José Livino. Casada com o pauloafonsino Ronilson Santos, tem 3 filhos. É Professora do Estado da Bahia, aprovada em Concurso Público. Formada em Letras com especialização em Língua Portuguesa. Mora em Paulo Afonso desde o ano 2000. É vice-diretora do Colégio Carlina Barbosa de Deus desde 2009. Coordenadora geral do Concurso Garoto e Garota Carlina, do Festival de Dança e dos Eventos Artísticos e Culturais do Colégio.
Diretora Escola Carneiro do Vale Enfermeira formada pela UFBA, Pós-graduada em Gestão Hospitalar, especialista em Educação Profissional, já atuou como enfermeira de saúde da família nos municípios de Santa Brígida e Pedro Alexandre. Ampla atuação na assistência hospitalar como no Hospital das Clinicas em Salvador. Natural de Simões Filho/BA., reside em Paulo Afonso há 20 anos, tempo em que dirige a Escola Técnica Carneiro do Vale.
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Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
No dia 3 de outubro de 1945, os Decretos-Leis números 8.031 e 8.032, apresentados pelo então ministro da Agricultura, Apolônio Jorge de Farias Sales, para serem assinados pelo presidente da República da época, Getúlio Vargas, criavam a Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Mas somente em 15 de Março de 1948, já no governo Eurico Gaspar Dutra, foi nomeada a primeira diretoria da empresa, tendo à frente o engenheiro Antônio José Alves de Souza, então diretor da Divisão de Águas do Ministério da Agricultura, que era o órgão responsável pelas águas em todo o território nacional. A Chesf nascia com a finalidade de apro-
veitar as quedas d’água do Rio São Francisco, na divisa de estados Bahia/ Alagas, com a construção de usinas hidrelétricas na cidade de Paulo Afonso – BA, para gerar e comercializar energia elétrica para os nove estados da região Nordeste. Nesta quinta-feira 15 de março de 2018, a Chesf realizou uma programação especial para comemorar seu 70º aniversário de criação. As homenagens tiveram início às 8h40, com a reativação da antiga sirene, que por quatro décadas marcou os horários de entrada e saída dos operários, seguida de uma queima de fogos de artifício. Logo após, no Memorial Chesf, com a participação de representantes da empresa e autoridades
Foto: Antônio Galdino
Representantes do Governo Municipal participaram da comemoração pelos 70 anos da Chesf
Prefeito de Paulo Afonso, Luiz de Deus, nos 70 anos da Chesf - Memorial Chesf P. Afonso
convidadas, houve hasteamento da Bandeira do Brasil, execução do Hino Nacional Brasileiro, exibição de documentário, depoimentos, entrega de placas aos pioneiros, mensagens ecumênicas, apresentação do Coral Chesf e coquetel.
O prefeito da cidade, Luiz Barbosa de Deus, chesfiano aposentado, se emocionou ao falar sobre a empresa da qual fez parte durante muitos anos. “Estes 70 anos da Chesf representam a primeira grande demonstração do
Foto: Washington Luiz
Secretaria de Educação promove Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente
Prof. Antônio Galdino em palestra na Conferência Meio Ambiente
A Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente é um processo pedagógico, participativo e democrático, que reúne estudantes, professores e comunidade escolar para pesquisar, dialogar e refletir sobre questões socioambientais e elaborar um projeto de ação para transformar a realidade e escolher representantes que levem adiante as ideias acordadas entre eles. Em Paulo Afonso, no dia
14 de março, alunos do Ensino Fundamental II de 17 escolas da Rede Municipal, integrantes do “Com Vida”, escolhidos para desenvolver ações de preservação e incentivar a preservação da água, se reuniram no auditório do Centro Educacional Municipal de Paulo Afonso, com professores e demais interessados para dialogar sobre como transformar sua escola em um espaço educador sustentável.
A Conferência Municipal, realizada pela Secretaria de Educação, antecede as etapas territorial, estadual e nacional, cujos objetivos são: Mobilizar e propiciar atitudes responsáveis e comprometidas com a questão da água, considerando os aspectos locais e globais, por meio da participação social; Contribuir para a implementação das Políticas Nacional e Estadual de Educação Ambiental, das Diretrizes Curriculares para a Educação Ambiental e da Resolução nº 11, do CEE - Conselho Estadual de Educação. Participaram do encontro, o subsecretário de Educação do Município, Pedro Gomes (representando o secretário Severino Alves de Lima); a supervisora de Planejamento Pedagógico, Gilvanira Gomes; o coordenador da Supervisão de Convivência
com o Semiárido, Silvano Wanderley; o biólogo Felipe Siebert; a professora Sandra Muccini e a diretora da Escola Municipal Castro Alves do Povoado São José, Silvana Lima. A palestra intitulada “De Tantas Águas, de Tão Poucas Águas, proferida pelo professor, escritor e jornalista Antônio Galdino, descreveu o Rio São Francisco, desde sua nascente em Minas Gerais até a foz, em Alagoas. O palestrante mostrou com detalhes a degradação do Velho Chico, conscientizando sobre obrigação de cada um de nós, de preservar e evitar a extinção do Rio da Unidade Nacional. Antônio Galdino salientou que o São Francisco é um rio 100% brasileiro, uma vez que nasce e deságua em território nacional. (ASCOM/PMPA – por Washington Luís)
Competição de remo encerra atividades da Semana da Água em Paulo Afonso Num desses dias de sol e em comemoração da Semana da Água, um evento de remo embalou a comunidade de Paulo Afonso. Aqui, a modalidade é conhecida como ‘Carranca Boat'. O esporte chegou ao Brasil no ano de 2013, através de um desportista italiano.No mundo, o esporte é conhecido como ‘Dragon Boat', onde a embarcação vem com um dragão na ponta. Na competição, 22 desportistas compõem cada time, sendo 20 remadores de cada lado, um na frente, ditando o ritmo e outro fica no leme, que direciona as manobras. A competição foi realizada
na prainha Ayrton Senna, no Bairro Centenário. Na modalidade feminina, a equipe Girassol ficou em primeiro lugar. Na modalidade amador, as equipes dos Desbravadores, Girassol e Calistenia disputaram. A equipe vencedora foi a Girassol. Na modalidade mais esperada do dia, a OPEN, três equipes disputaram: 1ª Companhia de Infantaria, Girassol e Vikings. A equipe do Exército de Paulo Afonso saiu vencedora. "Um evento importante, num momento importante, encerrando essa semana de
muita conscientização desse recurso hídrico. A Companhia de Infantaria busca sempre incentivar esses eventos, levando essa mensagem de preservação
da água, prática do esporte e essa integração com a sociedade", afirma o Major da 1ª Companhia de Infantaria, Kauê. (Ascom/PMPA)
que os nordestinos são capazes de fazer. Neste patrimônio do Nordeste tem a mão do povo da cidade de Paulo Afonso. E como prefeito, eu agradeço, em nome dos pauloafonsinos, pelo que a Chesf fez pelo nosso município, porque não podemos deixar de reconhecer a contribuição da empresa pelo progresso de nossa cidade. Parabenizo a todos que, com amor e coragem construíram a Companhia Hidroelétrica do São Francisco”, concluiu Luiz de Deus. Além do prefeito, participaram do evento, o presidente da Câmara Municipal, Marcondes Francisco; a primeira-dama, Juvandir Tenório; os secretários de Turismo, Indústria e Co-
mércio, Regivaldo Coriolano; de Administração, Hermes Benzota de Carvalho Jr; de Infraestrutura, Wilson Pereira Filho, de Cultura e Esporte, Jânio Soares e de Educação, Severino Alves de Lima; o novo gerente de Gestão da empresa, Lázaro Luiz Carvalho Galvão; os comandantes do 20º BPM, tenente coronal Carlos Humberto e da 1ª Companhia de Infantaria, major Kauê Menezes Chagas; o diretor da Subseção Judiciária de Paulo Afonso, juiz João Paulo Pirôpo de Abreu; o diretor do IFBA/ Campus Paulo Afonso, Arleno José de Jesus, representantes da PRF, Corpo de Bombeiros e Poderes Executivo e Legislativo. (ASCOM/PMPA)
Centro de Referência da Mulher desenvolveu atividades no Conjunto Penal de Paulo Afonso
O Centro de Referência da Mulher Eudócia Antunes de Assis é um espaço criado pela Prefeitura de Paulo Afonso em 2010 para atender as mulheres vítimas de violência, funcionando como porta de entrada especializada para acolher a mulher em situação de risco na rede de atendimento. Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social, o CRM é composto por equipe multidisciplinar, tendo como objetivo o enfrentamento à violência contra a mulher. Mas, além de sua principal atribuição, o programa oferece às suas usuárias oficinas de capacitação, visando à criação
de fonte de renda própria. Um exemplo dessa atenção às mulheres pauloafonsinas, aconteceu no dia 23 de março, com atividades alusivas ao Março Mulher para as mulheres custodiadas no conjunto penal. O evento contou com a colaboração da psicóloga Poliana Lima, desenvolvendo terapia de grupo e a participação da enfermeira Hélia Valeska, que realizou exames ginecológicos. Estiveram presentes a coordenadora do CRM, Fabiana Pereira e a representante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Paulo Afonso, Crysthiane Brito O Centro de Eudócia Antunes de Assis fica localizado na Rua Antonio Carlos Magalhães, S/N, Bairro BNH. Mais informações através do telefone (75)-3281-1828. (ASCOM/PMPA)
Parceria entre Prefeitura e FASETE capacita enfermeiros da Atenção Básica em Maternagem No dia 23/3, aconteceu na Faculdade Sete de Setembro uma capacitação para os enfermeiros da Atenção Básica do município na área de Maternagem com: Educação em Saúde no período gradívico e puerperal. A programação é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Faculdade Sete de Setembro, que tem como objetivo o preparo de gestantes e acompanhantes para todo o processo pré-natal, trabalho de parto e puerpério. As orientações ficaram sob as responsabilidades da Dra. Diana Pinheiro (Ginecologista e Obstetra) e da Enfermeira Jamile Daltro. O secretário Municipal de Saúde, Ivaldo Sales Jr, permitiu que as unidades básicas
sirvam de campo de estágio onde aconteceram rodas de conversas com esses grupos específicos. “É mais uma parceria importante com a FASETE que capacita nossos profissionais. O início da preparação desse público para a nova forma de trabalho do Hospital Nair Alves de Souza, onde a gestante já vem tendo a presença do acompanhante durante todo o processo de trabalho e parto, é vital para as nossas atividades e orientações”, disse o secretário. ASCOM/PMPA
Paulo Afonso - BA • Edição de Março • Ano XIV • Número 169
Em Paulo Afonso aconteceu o I Encontro de Repente do Território de Itaparica
Durante os dias 16 a 18 de Março aconteceu na Praça do Coreto, em Paulo Afonso, o I Encontro de Repente do Território de Itaparica, fruto da aprovação de um projeto Através do Edital do FCBA, FUNCEB e SECULT, órgãos do Governo do Estado da Bahia. O evento teve o mérito de ver ressurgir, como um alento de ressignificação da Cultura Popular e do Repente nesta região, esse arte da cantoria, do repente, saída da garganta de sertanejos até de pouco conhecimento acadêmico em muitos casos mas de uma sabedoria que não se encontra nas melhores universidades. Esse projeto foi muito importante para Paulo Afonso que já reuniu, em outros tempos, nomes como os irmãos Batista, Ivanildo Vilanova, Sebastião Paraibano e muitos outros cantadores, repentistas que fizeram história no Nordeste e, com grande peso, na região do Cariri Pernambucano e do Cariri Paraibano.
Foi também um grande marco da cultura popular, do repente, pois conseguiu movimentar o cenário da cantoria, do cordel, na cidade, mostrando que essa expressão genuína da Cultura de nossa gente ainda está bem viva e presente, cativando público de todas as idades e mostrando que há espaço para os grandes nomes do Repente e do improviso, os veteranos, e também para a juventude que vem tomando seu lugar nessa arte tradicional. O projeto também disponibilizou para estudantes e toda a comunidade, duas oficinas, uma de Xilogravura, com o artista e arte-educador soteropolitano Luiz Natividade, e de produção de Cordel, com o poeta e cordelista Romildo Alves, da cidade de Feira de Santana. As oficinas foram um sucesso e os alunos e participantes se envolveram bastante, participaram e interagiram com os oficineiros. Além disso, o projeto contou também com palestras, sobre a Cultura Popular ontem e hoje
e a trajetória do Repente e da Cantoria de viola, com o repentista, poeta e coordenador do projeto Helison Rafael, o poeta Rafael Neto, que traz já uma caminhada na promoção de eventos e festivais voltados para o Repente e tradição popular. Nas noites dos dias 16 e 17 de março, na praça do Coreto, local da cidade bem tradicional em eventos e recitais de poesia, aconteceram os desafios de Repente, por duplas vindas de vários lugares do Brasil, uma oportunidade para se conhecer muitas duplas novas com jovens repentistas. No dia 16, apresentaram-se as duplas: Rafael Neto e João Lídio; Jairo Silva e Jeferson Silva; Arnaldo Pessoa e Airton Alves; Gilmar de Oliveira e José Filho e Acrízio de França e Ismael Pereira. No dia 17 de Março foi a vez da apresentação de Rafael Neto e Edvaldo Zuzu; Paulo Pereira e Genaldo Pereira; Vem-Vem do Nordeste e João Bezerra; Marlon Torres e Cícero Romário e Filipe Pereira e Raulino Silva. No dia 18 o projeto foi encerrado com a apresentação belíssima de uma peça teatral, “O auto da Compadecida”, com o grupo CIZARTES. A noite de encerramento teve a apresentação de poetas, recitadores que participaram de um recital de poesia, seguido de apresentação do grupo de forró pé-de-serra, Sálvio Emanuel e Trio Zé Madruga que fecharam a noite com um show muito lindo, animando o público com músicas autorais e com um forró tradicional da nossa cultura.
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Arqueologia em Paulo Afonso
Vitor Batista dos Santos Juliana Ribeiro dos Santos Costa
A arqueologia é uma ciência que investiga as sociedades através da cultura material remanescente. Em Paulo Afonso a arqueologia vem sendo desenvolvida a mais de duas décadas. A região é detentora de um riquíssimo potencial de caráter arqueológico incluindo sítios de pintura rupestre, nos quais foram encontrados em alguns sítios, vestígios de superfície líticos e cerâmicos. Estes sítios arqueológicos estão localizados no território de Rio do Sal, Malhada Grande, Lagoa das Pedras e Xingozinho, formando o Complexo Arqueológico de Paulo Afonso. Estes sítios foram identificados e catalogados pela arqueóloga e pesquisadora na região Dra Maria Cleonice de Souza Vergne, juntamente com sua equipe. As pesquisas desenvolvidas na região estiveram sempre marcadas por vários desafios e dilemas como a resistência dos moradores do entorno, bem como pelos proprietários das terras onde estão localizados os sítios, pelos quebradores de pedras, e também pela própria questão da preservação dos sítios arqueológicos, por exemplo. Segundo Vergne e Marques (2009), A história dessa região começou quando, através do Projeto Arqueológico de Xingó-PAX, que objetivava localizar e mapear os sítios arqueológicos de Sergipe, uma equipe do Departamento de Sociologia e Psicologia da Universidade Federal de Sergipe localizou quatro sítios de registro gráfico nas proximidades do município de Canindé do São Francisco (SE). (p. 66)
A arqueóloga responsável pelo projeto de salvamento arqueológico de Xingó (PAX) foi informada sobre a existência de matacões de granito com pinturas em vermelho identificando a partir de então, dezenas de sítios que viriam ser o Complexo Arqueológico de Paulo Afonso, iniciando o grande dilema da preservação do patrimônio arqueológico nesta cidade. A quebra de pedra é algo que está relacionado ao meio de sobrevivência nas localidades que formam o complexo arqueológico de Paulo Afonso, pois várias famílias encontravam nesta atividade um meio de sobrevivência. Em contrapartida, tal ato tem causado a depredação e a consequente perda de bens patrimoniais de valores inquestionáveis, causando assim a destruição de parte da história, memória e identidade de nossos antepassados. Esta é uma questão que tem levantado vários desafios e dilemas. Por um lado, à luta pela preservação e proteção do patrimônio em questão, do outro existe os defensores da quebra de pedra em função do sustento das famílias e claro das pessoas mais favorecidas e beneficiadas financeiramente com o ato da quebra de pedra que são os proprietários das terras onde estão localizados os sítios arqueológicos, pois se sabe que os quebradores de pedra recebem muito pouco por um milheiro de pedra quebrada.
Além da destruição de parte significativa do patrimônio arqueológico a extração de pedra ainda ocasionou acidentes e danos à saúde. De acordo com Vergne e Marques (2009, p.30) “são vários os casos de mutilação ocasionados pelas explosões dos blocos de granitos ou no processo de construção dos paralelepípedos.” A arqueologia em Paulo Afonso esteve sempre marcada por dilemas e desafios, apesar dos esforços da arqueóloga Doutora Cleonice Vergne e de ambientalistas para proteger os bens arqueológicos/patrimoniais, muitos destes vestígios foram destruídos devido a extração e quebra de pedra. É evidente a necessidade de investimentos financeiros com o intuito de proteger e preservar, ou ao menos de construir medidas mitigadoras de degradação dos sítios arqueológicos. A falta de pertencimento e consciência preservacionista da população com relação aos bens patrimoniais é um fator que corrobora para a destruição e ou degradação dos mesmos. Portanto, o desenvolvimento de educação patrimonial no município é uma questão emergencial bem como um desafio a ser superado. Vitor Batista dos Santos Juliana Ribeiro dos Santos Costa São estudantes do Curso de Arqueologia – UNEB Campus VIII – Paulo Afonso-BA
Regina Soares, artesã, especialista em couro da tilápia Baiana, nascida em Jeremoabo, Maria Regina Soares, já andou bastante pelo Brasil a fora. Passou uns tempos em Petrópolis, com uma irmã, já morou em Teixeira de Freitas, onde começou a trabalhar com artesanato, em Juazeiro da Bahia, até se estabelecer em Paulo Afonso onde trabalha como artesã na delicada tarefa de produzir peças a partir do couro da tilápia, produzida em grande quantidade nos tanques-rede de vários municípios ribeirinhos do São Francisco. Ela chegou a começar a estudar Pedagogia na antiga Fater, em Paulo Afonso, mas esta faculdade deixou de manter o seu núcleo na cidade. Há 15 anos, Regina reuniu outros artesãos de Paulo Afonso e fundou a AGAPPA – Associação Grupo de Artesãos Produtores de Paulo Afonso e, por muitos anos a Associação se estabeleceu com lojinhas de artesanato em vários pontos da cidade. Aos poucos os artesãos foram deixando a Associação e Regina tocou o trabalho. Até há pouco tempo tinha uma pequena loja
de artesanato no Aeroporto de Paulo Afonso que funcionava apenas nos dias de voos mas mudanças na administração da Infraero a fizeram desistir e a loja foi fechada. Há anos que Regina vem se destacando nesta área ao investir na produção de peças de artesanato a partir do uso do couro da tilápia. E isso começou ainda no tempo do Instituto Xingó quando participou, em Piranhas/AL, de um treinamento sobre o curtimento do couro da tilápia. Em 2007 não perdeu a oportunidade oferecida pela
Professora Suzana, atual diretora da UNEB – Campus VIII, de Paulo Afonso. Foi a Professora Suzana que a recebeu e mais 7 outras artesãs associadas da AGAPPA para um treinamento sobre o curtimento do couro da tilápia, em aulas práticas com os alunos do Curso Engenharia de Pesca. Muito dedicada, tem ampliado os seus conhecimentos em outras áreas do artesanato e, vez por outra, é chamada para dar oficinas em projetos da Chesf, do Governo do Estado da Bahia e outras instituições.
Em 2015, através de um Edital da SECULT, do Governo da Bahia, realizou oficinas com o apoio dos municípios, através dos CRAS, em Paulo Afonso, Glória, Rodelas e Abaré. do Território de Itaparica. Em 2017, em outro projeto da SECULT, voltado para a Economia Criativa, desenvolveu oficinas em Paulo Afonso e em Glória. Nessas oficinas, as atividades podem ser bem variadas. Ora trabalha com taboas, uma planta existente em grande quantidade nos lagos da região, ora oriente sobre o bordado capitonee, com cartonagem, material reciclado e até com atividades de teatro, onde conta com o apoio e participação do ator e cantor Edilson Vieira. Ela afirma que “graças a Deus o meu trabalho tem sido reconhecido pela Chesf, através do PAS, pelo Sebrae e quem também muito tem me ajudado é Valda, da Aghenda, além destes editais do governo”. E diz ainda Regina: “Ultimamente e já há algum
tempo, tenho me dedicado ao trabalho de produção de artesanato a partir do couro da tilápia. Mas é um trabalho penoso e delicado que vai da coleta das peles, o seu armazenamento em um frezzer, e eu tenho apenas um, e todo o trabalho de limpeza e curtimento da pele, em várias e delicadas etapas até a seu uso para a confecção das peças”. As peles dos peixes, informa Regina, ela consegue de doação de peixeiros na feira de Paulo Afonso. “Eu recebia antes de uma grande empresa que deixou de me fornecer. Mas com a produção da tilápia na região é muito grande, o que recebo dos amigos peixeiros é suficiente para a minha capacidade de armazenamento e de produção atual”, diz Regina. Uma vez pronta, a pele é utilizada na confecção de bolsas, capas de agendas, carteiras, porta-cartões, porta-celulares e porta-moedas, cintos, chaveiros, canetas e um grande número de objetos, comercializados em grosso e a
varejo, inclusive brindes para eventos. Todo esse trabalho é feito com a ajuda do irmão Paulo Antônio e da mãe de Regina, D. Maria Francisca. A alegria da artesã é ver o seu trabalho reconhecido e aceito até por grifes de renome para quem Regina tem fornecido cintos, alças para vestidos e macacões. No dia 21 de Março, Regina Soares foi entrevistada na Ilha do Urubu e apresentou os seus produtos para o programa Mosaico, da TV-Bahia, gravado em Paulo Afonso e que irá ao ar no sábado, após o jornal Hoje, no mês de Abril (em data ainda não divulgada). Quem desejar falar com Regina Soares pode fazer isso por um destes contatos: Telefone e WhatsApp – (75)-9-9191-9124; Outros telefones: (75)9-8815-6343 e (75)3281-4227. Ou acesse o site: www.ecotilápia.com.br; E-mail: reginasoares.art@hotmail.com e Facebook.com/ecotilapiaartes.
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Clube Paulo Afonso homenageia Dentro das comemorações dos 50 anos, a ASCOPA homenageia as associadas mais antigas as mulheres empreendedoras Presidida por Maria Gorette Moreira, a Associação Comercial de Paulo Afonso comemora em 2018, 50 anos de sua criação. E como parte das comemorações deste Jubileu de Ouro, a ASCOPA reuniu-se com outras instituições de Paulo Afonso para organizar expressiva homenagem às mulheres empreendedoras pauloafonsinas, que muito têm contribuído para o desenvolvimento econômico, social e cultural do município. No dia 08 de Março, Dia Internacional da Mulher, às 19 horas, na Câmara Municipal de Paulo Afonso foi realizada uma tocante solenidade onde a ASCOPA homenageou as mulheres do quadro das seguin-
tes instituições: Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Paulo Afonso - ASCOPA, Sindicato Patronal de Paulo AfonsoSINPA, SEBRAE, Banco do Nordeste do Brasil - BNB, Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA e o site Paulo Afonso TEM. Cada instituição indicou três mulheres que foram agraciadas com mensagens, tiveram suas vidas de trabalho e de sucesso apresentadas e receberam a medalha dos 50 anos da ASCOPA. Ao final do evento todos participaram de um coquetel oferecido pela ASCOPA e parceiros desse encontro. Foram homenageadas: ASCOPA - Adeilda Mou-
ra de Carvalho Xavier , Lúcia Maria Ferraz Faccenda e Clécia Silva Nascimento. SINPA - Neumi Marques Feitosa de Souza, Valdira Alves Leal e Maria Lucivânia Feitosa dos Santos. SEBRAE - Fleurange Lima A. Rocha,,Isa Úrsole Brito e Lucrécia Bezerra de Siqueira. BNB - Érica Patrícia Lopes Patriota, Geane Ramalho Vilela Souza e Maria Iara Santiago Pereira. ALPA - Jovelina Maria Ramalho da Silva, Maria do Socorro Araújo Nascimentoee Maria Socorro de Mendonça Gomes. PAULO AFONSO TEM - Jailsa Albuquerque Paiva, Maria Selma Sandes e Rogênia Margareth de Lima.
O Clube Paulo Afonso-CPA, foi fundado pela Chesf em 1950 e em Maio de 2018 completa 68 anos de intensa atividade para os seus associados e convidados. Ao longo de toda essa caminhada sempre foi uma referência regional na área de esportes, pelos seus carnavais históricos, pelo seu parque aquático e áreas desportivas, seus salões de festa, área infantil, salões de jogos para atender aos seus atuais quais 3 mil associados. Dentre os sócios do CPA muitos são mulheres, sócias efetivas, além de centenas de outras que são sócias dependentes e frequentam o clube com grande assiduidade. Este ano, aproveitando a passagem do Dia Internacional da Mulher, a Diretoria do CPA, sob a coordenação do seu diretor sócio-cultural Sávio Mascarenhas, resolveu fazer uma expressiva homenagem às
suas sócias mais antigas e sempre muito atuantes na vida deste clube e resolveu fazer isso em uma programação especial na sua já famosa e esperada Sexta-feira quando uma animada seresta reúne centenas de associados e convidados do Clube. Nesta sexta-feira, dia 9 de Março, as esposas dos diretores foram as anfitriãs de dezenas de associadas que foram ali homenageadas. As associadas foram recepcionadas por Vilne Santos (esposa do presidente José Paulo), Maria José (Zezinha)(esposa do vice-presidente João Bartolomeu), Rozineide Silva (esposa do secretário Cícero Queiroz), Gilma Mascarenhas (esposa do diretor social, Sávio Mascarenhas), Maria Helena Ramos (esposa do diretor de Esportes, Erivaldo Ramos) e Margarida Menezes (esposa do diretor financeiro, Marcelo Áureo), além
de Lidiane Pereira, Maria Mariane Reis, Adilma Rodrigues e Rosineide Barros, esposas do diretores conselheiros. As sócias do CPA foram saudadas por uma mensagem de Maria José (Zezinha), merecendo especial destaque a Sra. Maria do Carmo B. de Siqueira, a sócia mais antiga do clube, associada no dia 15 de Maio de 1960, há quase 58 anos. O presidente do CPA, José Paulo falou em nome da diretoria. As associadas homenageadas pelo Clube Paulo Afonso receberam o Troféu Pioneiras, das mãos das esposas dos diretores e um botão de rosas, das mãos dos atuais diretores do Clube. O cerimonial foi conduzido pelo diretor do jornal Folha Sertaneja. Seguiu-se a tradicional Seresta das sextas-feiras, desta vez animada pela cantora Núbia Faro, de Aracaju.