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UM BOLETIM PARA PESSOAS INFECTADAS E AFECTADAS PELO

Toda a informação contida neste documento é da inteira responsabilidade da Associação ABRAÇO e das pessoas que nos remetem, tendo sido corrigidos, alterados os nomes e as fotos adaptadas pois não correspondem aos nossos utentes mas apenas a amigos, voluntários e colaboradores.

VIH/SIDA

® ASSOCIAÇÃO DE APOIO A PESSOAS COM VIH/SIDA EDIÇÃO ESPECIAL NATAL - ANO 13 - 2009 * DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 10 DEZEMBRO 2009

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Bom Ano para 2010


ÍNDICE + EDITORIAL + FICHA TÉCNICA

ÍNDICE Págs. 2 e 3 Índice, Editorial & Ficha Técnica Págs. 4 a 32 Artigos sobre o VIH/SIDA Págs. 33 a 54 Actividades da ABRAÇO Pág. 55 Espaço do Utente Pág. 56 Agradecimentos + Receita Vegetariana Pág. 57 Agendas Nacional e Internacional Pág. 58 Sugestão Literária - Livro de Fotos sobre Marrocos, “Escrita de Luz”, Margarida Martins Pág. 59 Ficha de Sócio Contra-capa Contactos

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EDITORIAL

Dia Internacional dos Direitos Humanos - 10.12.2009 Apenas alguns dias após as iniciativas a nível global, no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a SIDA, que tiveram como base exactamente a celebração da Declaração Universal dos Direitos do Homem e a sua implementação prática, cabe-me, desta feita, referir que todos os eventos, todas as acções, para debelar ao máximo o efeito do popular “deixa andar”, dado que é tudo maravilhoso em termos teóricos, são deveras meritórios. As vozes têm de continuar a ouvir-se para não caírem no “saco do esquecimento”.

EDITORIAL Os altos responsáveis promovem debates, implementam linhas de orientação, fazem recomendações, todavia, à medida que os dias passam, na prática há imensas coisas que não resultam ou que demoram a acontecer. Daí que os direitos individuais do cidadão comum, e pior do que isso, os direitos do cidadão mais vulnerável, com riscos acrescidos, são constantemente relegados para, não segundo plano, mas sim, amíude, para o final da lista de prioridades de uma agenda tão sobrecarregada e plena de boas intenções. Constato, realisticamente, que será uma missão deveras árdua de cumprir, no entanto, com o empenhamento de cada um dos países subscritores dos mais diversificados tratados, acordos, protocolos, diplomas e legislação comum, tudo seria muito mais fácil de alcançar, em termos de resultados no terreno. Então, perguntar-nos-emos, por que é que os resultados não são os esperados? Não haverá certamente uma resposta única, visto que existirá uma complexidade de factores que contribuem para que não se consiga completar de forma efectiva e eficaz os objectivos que seriam os desejáveis. Creio poder, entre outros motivos, fazer ressaltar alguns dos que entendo terem um impacto assaz negativo, em todo o panorama a nível planetário, como o sejam, actualmente, a crise económica mundial, que obviamente inviabiliza um sem número de projectos dignos de

Ficha Técnica Edição: ABRAÇO Direcção: ABRAÇO Redacção: António Guarita & Samuel Fernandes Marketing: Vera Aveleira, Heloisa Flores & Patrícia Madeira Cooperação Internacional: António Guarita Serviços Jurídicos: Paula Policarpo Design Gráfico: António Guarita Projectos: Equipa ABRAÇO. Norte, Sul, Ilhas e Voluntários Colaboradores Produção: António Guarita & Samuel Fernandes Distribuição: Centro de Documentação ISSN 0872-8623 Distribuição: Gratuita Depósito Legal: 104216/96 Paginação: António Guarita Impressão: Impriluz Gráfica, Lda. Tiragem: 20 000 Exemplares

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*A Direcção reserva o direito de alterar ou reduzir os textos dos colaboradores por razões de espaço. Copyright © ABRAÇO. Todos os direitos reservados


EDITORIAL

EDITORIAL serem implementados e cuja consecução se revelaria de extrema benesse para os indivíduos que padecem das mais variadas patologias e não apenas isso. A incúria dos indivíduos que ignoram as regras de protecção e prevenção tem também de ser tida em conta. Gostaria de realçar, entre as inúmeras necessidades sentidas no seio dos grupos de risco, o acesso universal ao tratamento, cuidados médicos e, as pessoas que, dentre variadíssimas carências, incluíndo uma débil saúde a nível físico, vivenciam muitas limitações, devido ao ínfimo poder económico, estão abaixo do limiar da pobreza, passam fome ou têm uma alimentação extremamente deficiente, têm problemas graves de saúde mental e/ou de mobilidade, não têm um alojamento adequado, ou tantas outras vezes, nem sequer têm um sítio onde morar, sofrem violência doméstica, ou vivem numa solidão extrema (seja por não terem família, seja por estarem privados da sua liberdade,... - a lista é infindável. Aliadas às diferentes precariedades, muitas das difilculdades afiguram-se de difícil resolução ou, pelo menos, de redução. Isto porque os serviços não existem, ou os que existem não têm capacidade para dar resposta atempada, ou nem sequer conseguir apresentar uma solução.

a quem recorrer e vêem as suas circunstâncias pessoais, familiares e comunitárias, agudizarem-se de tal forma que, se se tivesse actuado a tempo, seria possível ter salvado mais uma vida (ou muitas outras). Resumindo, o que se pretende na nossa realidade actual é que se minimizem as situações extremas que nos fazem pensar o quão insuficientes somos para fazer face a flagelos tão contundentes e incontornáveis a curto e médio prazo, por falta_de meios adequados, nomeadamente económico-financeiros, profissionais devidamente formados e direccionados para as situações extremas, estruturas de base que consigam fazer face ao maior número possível de circunstâncias adversas no mais curto espaço de tempo. Estas minhas palavras valem o que valem e, por si só, não trarão nada de novo à actual conjuntura mundial; porém, há que actuar. Oxalá algo se possa fazer para melhorar o estado de coisas; o quanto antes. Entrementes, enquanto tal não acontece, façam o favor de ser felizes, tanto quanto possível. Um Abraço, Boas Festas 2009, Óptimo 2010 e Boa Leitura! António Guarita, Coordenador do Boletim Abraço

Na minha óptica, os meios de resposta passam por uma rede de informação e prevenção efectivas e de eficácia abrangente, no sentido de oferecer um empowerment realista às populações aflitas, que, tantas vezes, não sabem Largo José Luís Champalimaud, n.º 4 A 1600-110 Lisboa Tel: (+351) 21 799 75 00 Fax: (+351) 21 799 75 09 Email: geral@abraco.pt 3


ARTIGOS

A anemia é um factor de risco para a mortalidade dos doentes com SIDA Os doentes com VIH, que têm simultaneamente anemia e estádio 4 de doença por VIH da OMS, têm 59% (ou mais) de possibilidades de morrer, durante o tratamento com antibióticos de infecções oportunistas como a tuberculose (TB). Estas evidências, apresentadas na 4ª Conferência SulAfricana sobre SIDA, em Durban, sugerem que a anemia é um factor de risco independente que necessita de ser abordado separadamente das outras doenças associadas ao VIH. Estudos prévios demonstraram que os doentes num estado avançado de SIDA podem ver a sua esperança de vida prolongada, através do tratamento das infecções oportunistas com antibióticos agressivos ou tratamento antifúngico e terapêutica anti-retroviral. Os doentes co-infectados com VIH/TB que são tratados com tuberculostáticos, por exemplo, têm menos probabilidades de morrer (40% de taxa de mortalidade) quando comparados com os que não tomam este tratamento (60% de taxa de mortalidade). A anemia caracteriza-se por um conjunto de sintomas tais como fadiga, dores de cabeça e falta de ar, causados pelos níveis baixos de hemoglobina. As pessoas com VIH num estado avançado sofrem frequentemente de anemia, porque os seus corpos já não conseguem (por várias razões) produzir as hormonas necessárias para estimular a produção de glóbulos vermelhos. Trabalhos previamente publicados de coortes em países de recursos limitados sugerem que a anemia, que não reage

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a antibióticos, é um risco acrescido de mortalidade em pessoas em estados avançados de doença pelo VIH. A equipa de pesquisa sul-africana, que trabalha no Hospital de Settlers em KwaZulu-Natal, avaliou o impacto da anemia em sobreviventes de uma coorte sul-africana, através da recolha de dados de transfusões de sangue, hematínicos (substância necessária à produção de glóbulos vermelhos, como o ferro e o ácido fólico) e historial da terapêutica anti-retroviral de pessoas que deram entrada nos cuidados paliativos. A equipa concluiu que os doentes de SIDA com anemia tinham uma taxa de mortalidade de 59%. Esta taxa demonstrou ser muito alta, quando comparada com a de mortalidade por outras causas, tais como a TB (26% de taxa de mortalidade), sepsis (22%), HIVAN - doença de rins causada pelo VIH (12%), sarcoma de Kaposi (10%), cancro (7%), demência (7%) e outras doenças (16%).


ARTIGOS E POSTAL DE NATAL

A anemia é um factor de risco para a mortalidade dos doentes com SIDA

Adicionalmente, a média de contagem de CD4 em doentes anémicos que morreram era frequentemente similar aos doentes não-anémicos que sobreviviam, levando os médicos a suspeitar que a anemia, e não as infecções oportunistas causadas pela fraca imunidade, era a principal causa de morte.

risco. Estas_descobertas_fornecem_mais evidências de que a anemia é um factor de risco para os doentes em estados avançados de SIDA.

Os investigadores solicitaram que fossem investidos mais dinheiro e recursos no Na maioria dos casos, as transfusões tratamento da anemia em pessoas em de sangue e administração (uma fonte estado avançado de SIDA. de ferro) não revertiam a anemia.(R) intravenosa de Venofer Além disso, Referência Jamieson C The investigation of the effects of anaemia os níveis de ferritina no sangue (uma on the outcome of patients with stage 4 AIDS. Fourth proteína necessária ao armazenamento South African AIDS Conference in Durban, South de ferro e prevenção da anemia) Africa, abstract 408, 2009. permaneciam inalterados apesar do Fonte: Hayden Eastwood, nam tratamento, conduzindo a maioria dos http://www.aidsmap.com/pt/news/E019F9EA-3130doentes a estados de anemia de alto 4F1D-A119-75ADCB20D008.asp RECEPÇÃO Horário: 9H-19H - 2ª a 6ª feira Email: expediente@abraco.pt 5


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A prevenção é uma prioridade na conferência europeia sobre VIH melhorar os resultados individuais e ajudariam a prevenir novas infecções. Pesquisa básica: melhores medicamentos, melhor prevenção

A prevenção parece ter-se tornado um dos temas mais importantes da 12a Conferência Europeia sobre SIDA, que abriu oficialmente em Colónia a 11 de Novembro. Na abertura da conferência de imprensa, a Prof. Françoise Barre-Sinoussi disse que actualmente a prioridade da investigação básica sobre o vírus é impedir o VIH de estabelecer uma infecção crónica nas pessoas.

Mais de 4000 delegados reuniramse em Colónia para conhecer os desenvolvimentos mais recentes da epidemia do VIH no continente europeu. O tratamento actual para a infecção pelo VIH é altamente eficaz e os médicos estão cada vez mais confiantes que os doentes na Europa tenham a oportunidade de ter uma esperança de vida quase normal.

Retomando o tema da prevenção, o Prof. Jurgen Rockstroh da Universidade de Bona realçou que, na Europa, 50% das infecções não estão diagnosticadas. Aos media foi referido que a redução dos casos não diagnosticados e a disponibilização do tratamento para o VIH e dos cuidados de saúde iriam

A Prof. Barre-Sinoussi, no entanto, disse à imprensa que um dos principais objectivos da investigação básica sobre o VIH é de encontrar novos alvos para os medicamentos anti-retrovirais e até modos de erradicar o VIH. Sugeriu que a investigação sobre os chamados “controladores de elite” – pessoas seropositivas que permanecem livres dos sintomas da infecção e têm uma carga viral muito baixa – poderia, não apenas melhorar o tratamento para o VIH, mas também beneficiar a prevenção.

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A prevenção é uma prioridade na conferência europeia sobre VIH VIH na Europa A importância de diagnósticos precoces foi clara no resumo do Prof. Rockstroh dos aspectos clínicos em evidência na conferência. Cerca de metade de todas as infecções do VIH na Europa não estão diagnosticadas, sendo que este número ascende a 79% em alguns países da Europa de Leste. O Prof. Rockstroh afirmou que é essencial um incremento no número de testes realizados para o VIH para controlar a epidemia no continente. No entanto, as leis que criminalizam a transmissão e a exposição ao VIH, e níveis elevados de estigma em alguns países foram identificados como obstáculos que dificultam a realização do teste. Vários outros temas chave conferência foram realçados conferência de imprensa.

da na

•VIH e envelhecimento. Está a tornarse cada vez mais claro que o VIH pode causar as doenças do envelhecimento, tais como doenças cardíacas, dos rins e hepáticas. Um uso adequado da terapêutica anti-retroviral pode reduzir o risco de tais doenças, mas isto só é possível se a pessoa conhecer o seu estatuto. Também foi apresentada na conferência a investigação sobre possíveis complicações do tratamento do VIH e a importância de as equipas multidisciplinares de especialistas disponibilizarem cuidados de saúde aos doentes.

dos doentes diagnosticados nos países mais ricos da Europa estão a tomar medicamentos anti-VIH, em comparação com apenas 5% nos países da Europa de Leste com epidemias mais graves. A Conferência Internacional sobre SIDA de Viena terá como tema central a epidemia na Europa de Leste e o contexto será definido na conferência de Colónia. •Co-infecções. Um terço dos doentes na Europa ocidental está co-infectada com o vírus da hepatite C, um número que aumenta para 70% na Europa de Leste, onde o uso de drogas injectáveis está a alimentar a epidemia. Isto significa que a doença hepática é uma causa importante de doença e morte nestas populações e que é urgente a disponibilização de novas terapêuticas para a hepatite C. Apesar disso, houve pouca investigação que incluísse novos medicamentos em doentes co-infectados. Possíveis abordagens futuras foram o tema de uma sessão especial da conferência.

•Acesso ao tratamento. Cerca de 80%

SERV. ADMIN. & FINANCEIROS Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: controlo@abraco.pt Email: tesouraria@abraco.pt Email: recursos.humanos@abraco.pt 7


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A prevenção é uma prioridade na conferência europeia sobre VIH

•Disponibilização_dos_melhores cuidados_possíveis._Foram apresentadas novas linhas de orientação europeias para a infecção pelo VIH. Irão incluir o tratamento anti-retroviral, a monitorização médica e o tratamento das co-infecções hepáticas. Fonte: Michael Carter, nam

Duas novas análises acrescentadas ao debate sobre o risco cardiovascular do abacavir Bedimo R et al. Abacavir use and risk of acute myocardial infarction and cerebrovascular disease in the HAART era. 5th IAS Conference on HIV Pathogenesis, Treatment and Prevention, abstract MoAb202, 2009

Dois estudos apresentados na Fifth International AIDS Society Conference on HIV Pathogenesis, Treatment and Prevention na Cidade do Cabo, África do Sul, verificaram a não existência de uma associação entre o abacavir (Ziagen, também numa pílula combinada de Kivexa) e o risco aumentado de ataque do coração ou AVC, e sublinharam a importância dos factores de risco confundidores. Na 2008 Conference on Retroviruses and_Opportunistic_ Infections, _ o s investigadores_reportaram_primeiro que os participantes do grande estudo D:A:D que utilizaram abacavir tinham mais ataques cardíacos que as pessoas que tomavam outro inibidor nucleósido da transcriptase reversa (INTRs). Vários estudos posteriores que analisaram o mesmo assunto originaram resultados contraditórios. Papel da doença renal No primeiro estudo apresentado nessa semana, investigadores analisaram os registos da US Veterans Administration’s Clinical Case Registry para identificarem doentes que tivessem tido eventos cérebro-vasculares como os AVCs. Os doentes eram classificados em quatro categorias, de acordo com o tipo de terapêutica anti-retroviral que receberam entre 1996 e 2004: •Terapêutica anti-retroviral combinada incluindo abacavir.

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Duas novas análises acrescentadas ao debate sobre o risco cardiovascular do abacavir •Terapêutica anti-retroviral combinada incluindo_outro_INTR_sem_ser_o abacavir. •Terapêutica anti-retroviral que não se enquadre na definição de regime HAART. •Sem terapêutica anti-retroviral. Os investigadores realizaram a análise estatística para determinar a ligação entre estas estratégias diferentes de tratamento e os ataques cardíacos ou AVCs, e como é que isto era influenciado por outros factores de risco, incluindo características demográficas (sexo, idade), factores de risco cardiovascular tradicionais (níveis elevados de lípidos no sangue, tabagismo), e a co-existência de condições médicas incluindo hipertensão arterial, diabetes, hepatite C e doença renal.

A doença renal é um factor de risco reconhecido para a doença cardíaca na população em geral. Os doentes com problemas renais têm maior probabilidade de lhes ser prescrito abacavir pois o outro fármaco utilizado em vez deste, o tenofovir (Viread, também em pílulas combinadas como Truvada e Atripla), pode causar disfunção renal numa pequena proporção de pessoas susceptíveis. Foram seguidos no total 19.424 doentes numa média de quatro anos, representando 76.376 pessoas seguidas a n o s . _ A _ m e d i a n a _ d a _ d u ra ç ã o _ d o seguimento era ligeiramente inferior a quatro anos. Durante este tempo, foram diagnosticados 278 ataques cardíacos e 868 AVC’s. As pessoas que tiveram ataques cardíacos eram significativamente mais provável que tivessem factores de risco

tradicionais bem como hepatite C e doença renal.

Os_investigadores_reportaram recentemente que a hepatite C estava associada com uma taxa mais elevada de ataques cardíacos, tanto em indivíduos seropositivos_como_em_indivíduos seronegativos. A presente análise focou-se na doença renal.

A taxa de ataques cardíacos era de 3,69 por 1.000 pessoas anos, enquanto a taxa de AVCs era de 11,68 por 1.000 pessoas anos. Uma análise estatística ajustada mostrou que o uso do abacavir estava associado a um risco aumentado de ataque cardíaco que tinha significado estatístico no limite (ratio de risco [HR] 1,27, ou 27% risco aumentado). O abacavir também estava ligado a um

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Duas novas análises acrescentadas ao debate sobre o risco cardiovascular do abacavir risco ligeiro aumentado de AVC (HR 1.17).

quase quatro anos a fazer terapêutica antir-etroviral.

No entanto, quando os investigadores repetiam as suas análises após controlarem factores de risco reconhecidos para doença cardíaca e condições co-existentes, a associação entre o abacavir e os ataques cardíacos e AVCs era fraca e não tinha significado estatístico.

Os investigadores mediram os níveis de vários biomarcadores sanguíneos associados ao risco aumentado de doença cardiovascular. Estes incluíam proteína C-reactiva, proteína quimiotática monocítica_1,_osteoprotegerina, adiponectina,_IL-6,_IL-10,_factor_de necrose tumoral alfa, ICAM-1, VCAM-1, selectinas E e P, dímero-D e insulina.

E m _ p a r t i c u l a r, _ o s _ i nve s t i g a d o r e s notaram que as pessoas com doença renal tinham maior probabilidade de ter ataques cardíacos e também de lhes ser prescrito abacavir, indicando que a disfunção renal pode ser um factor de confusão importante. De facto, a doença renal estava associada a um risco significativamente mais elevado de ataques cardíacos e AVC’s quando nenhuns outros factores de risco eram considerados. BICOMBO O segundo estudo era uma análise retrospectiva de dados do estudo espanhol BICOMBO, uma comparação aleatória do abacavir mais 3TC (Epivir) versus tenofovir mais FTC (Emtriva). O estudo original incluía mais de 300 doentes com carga viral suprimida que eram escolhidos aleatoriamente para mudarem para as pílulas combinadas de abacavir ou tenofovir. Esta análise incluía um subconjunto de 80 doentes. Destes, 46 estavam a tomar abacavir/3TC; o resto estava a ser tratado com tenofovir/ FTC. Os doentes estiveram em média

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Não havia diferenças significativas nos valores de base dos biomarcadores entre doentes tratados com abacavir e os que estavam a tomar tenofovir. Após um ano de tratamento, as alterações em todos os níveis dos biomarcadores eram muito poucas e eram comparáveis para doentes a tomar abacavir e tenofovir. Os_investigadores_concluíram_que em doentes VIH positivos saudáveis com carga viral suprimida, iniciar terapêutica com abacavir não levava a alterações significativas_dos níveis dos_biomarcadores_de_inflamação, c o a g u l a ç ã o, _ d i s f u n ç ã o _ d o s _ va s o s sanguíneos ou resistência à insulina. Estes resultados, dizem eles, "contradizem o envolvimento do abacavir em qualquer um destes mecanismos" e não explicam o elevado risco de ataque cardíaco visto


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Duas novas análises acrescentadas ao debate sobre o risco cardiovascular do abacavir em alguns estudos recentes de coorte. Noutra apresentação da mesma sessão, o investigador principal de um estudo francês (ANRS CO4) apresentou no início deste ano uma ligação entre o abacavir e o risco de ataque cardíaco em toxicodependentes que usavam cocaína e drogas injectáveis, chegando à conclusão que estas eram factores de risco cardiovascular importantes que devem ser tidos em conta. Estes estudos não fecham o debate sobre se o abacavir é um factor de risco para eventos cardiovasculares, mas enfatizam a importância de olhar cuidadosamente para potenciais factores confundidores. Bibliografia Bedimo R et al. Abacavir use and risk of acute myocardial infarction and cerebrovascular disease in the HAART era. 5th IAS Conference on HIV Pathogenesis, Treatment and Prevention, abstract MoAb202, 2009. Martinez E et al. No evidence for recent abacavir/ lamivudine use in promoting inflammation, endothelial dysfunction, hypercoagulability, or insulin resistance in virologically suppressed HIVinfected patients: a substudy of the BICOMBO randomized clinical trial (ISRCTN61891868). 5th IAS Conference on HIV Pathogenesis, Treatment and Prevention, abstract MoAb203, 2009. Fonte do artigo original: Liz Highleyman & Michael Carter, nam http://www.aidsmap.com/en/news/B125FC6535B6-4347-9394-306E6B1F09F6.asp Fonte da versão em português: h t t p : / / w w w. a i d s p o r t u g a l . c o m / a r t i c l e . php?sid=9802

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O aciclovir não reduz o risco da transmissão do VIH nos casais serodiscordantes Os resultados do Partners in Prevention HSV/HIV Transmission Study (Estudo de Casais na Prevenção da Transmissão do VHS/VIH) demonstraram que o tratamento diário com aciclovir não reduz o risco de transmissão do VIH, quando tomado por pessoas coinfectadas com o VIH e o vírus herpes simplex tipo 2 (VHS-2). Os dados foram publicados a 8 de Maio pela Universidade de Washington, Seattle, que coordena o estudo. Os investigadores envolveram pouco mais de 3400 casais heterossexuais serodiscordantes em sete países africanos, onde um parceiro era coinfectado com o VIH e o VHS-2 e o outro era seronegativo. Os parceiros s e r o p o s i t i vo s _ f o ra m _ d i s t r i b u í d o s aleatoriamente para tomar o aciclovir duas vezes ao dia ou um placebo. Todas as pessoas seropositivas tinham uma contagem das células CD4 acima de 350/mm3 e nenhuma estava medicada com tratamento anti-retroviral. O estudo foi conduzido entre 2004 e 2008. Os participantes no estudo receberam um aconselhamento intensivo sobre sexo mais seguro, preservativos e tratamento para infecções sexualmente transmissíveis. As pessoas seropositivas receberam cuidados de saúde e iniciaram terapêutica anti-retroviral quando as contagens de células CD4 desciam abaixo das 200/mm3. O estudo não conseguiu demonstrar que a toma diária do aciclovir reduz a transmissão pelo VIH. Houve 41 novas infecções pelo VIH no braço do aciclovir,

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em comparação com 43 novas infecções no braço a tomar placebo, uma diferença não significativa. No entanto, o tratamento com aciclovir levou a uma redução de 73% da frequência da doença ulcerativa genital e foi também associado a uma descida de 0,25 log10 (cerca de 40%) na carga viral do VIH. Esta redução na carga viral foi associada a uma redução modesta no risco da progressão da doença pelo VIH. As pessoas medicadas com aciclovir tinham 17% menos de probabilidade de sofrer uma progressão na doença pelo VIH, ou seja uma descida da contagem das células CD4 para menos de 200/mm3. Embora os investigadores tivessem ficado desiludidos com os principais resultados do estudo, notaram que este tinha proporcionado informações importantes que irão beneficiar investigações futuras.


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O aciclovir não reduz o risco da transmissão do VIH nos casais serodiscordantes Resultados detalhados da investigação, que foi conduzida pela Universidade de Washington, Seattle e apoiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, foram apresentados na Conferência Internacional da Sociedade de SIDA, na Cidade do Cabo em Julho. Fonte: Michael Carter, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/B7085F57-250547C7-B658-325B83FE12B9.asp

O director da investigação, o Dr. Connie Celum da Universidade de Washington, Seattle, afirmou: “Demonstrámos que as intervenções devem provocar uma redução maior dos níveis do VIH para reduzir a transmissão.” “As conclusões do estudo darão frutos, quer na prevenção do VIH, quer no campo das vacinas nos anos futuros… compreendemos agora melhor a relação entre os níveis do VIH e a sua transmissão. Isto mostra que a “fasquia” é mais elevada do que a que tínhamos antecipado em relação à dimensão de redução do nível do VIH necessária para diminuir a infecciosidade e a transmissão. Isto é importante para outras intervenções”, segundo Celum, “tais como medicamentos anti-retrovirais para tratar o VIH, o tratamento de co-infecções como a malária, e as vacinas terapêuticas para o VIH. Estes conhecimentos são uma contribuição importante para a investigação do VIH e ajudarão a guiar a nossa procura de novas estratégias de tratamento e prevenção da infecção pelo VIH.” ASSESSORIA JURÍDICA Tel: 937146310 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: gab.juridico@abraco.pt 13


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Os estados da Commonwealth terão de revogar as leis discriminatórias e anti-homossexuais No momento em que os chefes de estado da Commonwealth se reúnem para a sua reunião bianual, grupos da sociedade civil exigiram aos estados_membros_que_revoguem. toda_a_legislação_discriminatória. dos tempos coloniais. Referiam-se, mais_especificamente,_às_leis_que. criminalizam_relaçõessexuais_entre. homens. A Declaração da Sociedade Civil de Porto of Spain, solicitava aos países da Commonwealth que “trabalhassem activamente na remoção e na prevenção da instituição de legislação que coloca em risco a prevenção efectiva da infecção pelo VIH baseada em evidências, o tratamento e cuidados médicos disponibilizados a grupos marginalizados e vulneráveis, tais como minorias sexuais, trabalhadores do sexo e utilizadores de drogas”. Adicionalmente, os grupos da sociedade civil recomendaram também que se “promulguem leis anti-discriminatórias de apoio às pessoas que vivem com VIH, até 2011”. Só seis das 53 nações da Commonwealth revogaram leis que criminalizam os homossexuais e outras minorias sexuais. Para além disso, o parlamento ugandês está a estudar um projecto de lei antihomossexual que decretará pena de morte para os homens homossexuais seropositivos para o VIH que continuam a ter relações sexuais, bem como a criminalização da conduta homossexual e qualquer demonstração pública desta.

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Stephen Lewis, o anterior Enviado Especial da ONU para o VIH/SIDA em África afirmou que “se a Commonwealth não abordar a questão da lei ugandesa e a proliferação de legislação homofóbica nas Caraíbas, então os altos princípios da Commonwealth cairão por terra”. Sublinhou ainda que, criminalizar a homossexualidade, desencoraja o acesso aos serviços de prevenção e tratamento. Todavia, frisou que a mudança legislativa é possível: todos os países latinoamericanos revogaram a legislação anti-homossexual, promovendo assim a prevenção do VIH. Em Julho de 2009, o Supremo Tribunal Indiano impugnou um estatuto da época colonial que criminalizava o sexo entre homens. Num artigo no jornal The Guardian, o activista inglês de directos humanos, Peter Tatchell, argumentou:_“Durante décadas,_sucessivos_líderes_da C ommonw ealth _revelaram _fal has sistemáticas_e_persistentes_em desafiar a discriminação e violência homofóbica_-_independentemente do seu extremismo.” Tatchell também frisou as penas relacionadas com o sexo consentido entre homens em alguns países da


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Os estados da Commonwealth terão de revogar as leis discriminatórias e anti-homossexuais

Commonwealth._“Relações_entre pessoas do mesmo sexo resultam em penas máximas de prisão perpétua no Uganda, Bangladesh, Guiana e Serra Leoa. Na Malásia são 20 anos de prisão e chicotadas e 14 anos na Nigéria, Quénia, Malaui e Papua Nova Guiné. Doze estados na Nigéria têm a lei islâmica (charia) e pena de morte.” A maioria dos estados da Commonwealth situa-se em África e nas Caraíbas, as duas regiões com maior prevalência de VIH, a nível mundial. Fonte: Roger Pebody, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/B51EEBE00232-4473-9956-762C717E3C3A.asp

CONTEÚDOS E INFORMAÇÃO Sócios: Carlos Gonçalves-socios@abraco.pt N/Sócios: geral@abraco.pt Voluntários: Patrícia Madeira-voluntarios@abraco.pt Reclusos: Andreia Rodrigues-andreia.rodrigues@abraco.pt 15


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Microbicida reduz infecções pelo VIH em 30% o primeiro sucesso no terreno Investigadores e promotores dos microbicidas celebram os resultados do ensaio de um microbicida para prevenir a infecção pelo VIH, que produziu resultados positivos, o primeiro êxito até agora. Os resultados do HPTN 035 foram anunciados na XVI Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas – CROI - em Montreal. Os microbicidas são substâncias químicas que podem ser incorporados em geles, espumas ou dispositivos que podem ser usados na vagina (e potencialmente no recto) para prevenir a transmissão do VIH durante as relações sexuais. Uma série de estudos anteriores realizados em mulheres da África subsariana não conseguiram demonstrar um efeito protector de outros candidatos a microbicidas, incluindo o Carraguard® e o celulose sulfato (UsherCell®). Este estudo, conduzido pela Microbicide Trials Network com sede nos E.U.A., usou o microbicida candidato PRO2000 (polinaftaleno sulfonato) e incluiu 3099 mulheres no Malawi, África do Sul, Zâmbia, Zimbabué e E.U.A. O PRO2000 preveniu cerca de um terço de potenciais infecções nas mulheres que o usaram, em comparação com as mulheres que usaram placebo em gel ou nenhum gel. Estes resultados não foram estatisticamente significativos. Isto significa que havia uma probabilidade em dez que a redução de 30% nas infecções pelo VIH observadas nas

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mulheres que usaram o PRO2000, versus às que usaram placebo, fosse devida ao acaso (p = 0,1). No caso das mulheres que não usaram qualquer gel, esta probabilidade era de um em 17 (p = 0,06). Cientificamente, os resultados não são considerados como “significativos” a menos que a probabilidade de estarem errados seja menor do que um em 20 (p = 0,05). Portanto, os investigadores puderam apenas definir o microbicida como “prometedor” em vez de “eficaz”. O chefe da investigação, o Professor Salim Abdool Karim da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, declarou à imprensa: “Não podemos chegar à conclusão definitiva que o PRO2000 é um microbicida, mas é um candidato prometedor”. Um estudo mais alargado do PRO2000, o estudo MDP 301 financiado pelo Reino Unido, deverá anunciar os resultados ainda este ano e poderá demonstrar a sua eficácia, se os investigadores encontrarem reduções semelhantes na taxa da infecção pelo VIH. O facto de os promotores do microbicida,


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Microbicida reduz infecções pelo VIH em 30% o primeiro sucesso no terreno apesar dos resultados modestos, terem ficado tão animados com os resultados mostra bem quão desanimadores foram os resultados nos últimos anos, com alguns candidatos a microbicidas (como o celulose sulfato) a provocar, na realidade, danos e outros (tais como o Carraguard®) a revelarem-se comprovadamente ineficazes. “Os resultados obtidos com o PRO2000 são um raio de esperança para as mulheres,” observou Lori Heise da Global Campaign for Microbicides (GCM). “Não acertamos na baliza, mas esta “prova do conceito” deveria dar novo vigor a este campo.”

eventuais gravidezes e a segurança, e cada três meses as mulheres eram testadas para o VIH. O tempo médio de seguimento foi de 20 meses. Não foram reportados efeitos secundários significativos. As mulheres reportaram usar gel em 81% das relações sexuais. A taxa do uso do preservativo foi de 72% entre as mulheres que receberam tratamento ou placebo em geles e de 81% entre as mulheres no braço sem gel, uma diferença estatisticamente significativa (p < 0,05). Houve um total de 610 gravidezes, uma taxa de 11% por ano. Entre as mulheres que usaram o PRO2000, houve 36 infecções pelo VIH e uma taxa de incidência de 2,7 infecções para cada 100 mulheres/ano, comparada com uma taxa de cerca de 4% ano, nos outros braços (portanto o BufferGel® não foi eficaz).

Havia quatro braços no estudo. O primeiro braço envolvia mulheres que receberam gel 0.5% de PRO2000. No segundo, as mulheres eram tratadas com BufferGel®, um segundo microbicida candidato com um modo de acção diferente. Nos terceiro e quarto braços as mulheres receberam um placebo inerte em gel ou nenhum gel. As mulheres dos braços que usavam gel não sabiam se estavam a usar o gel com tratamento ou placebo. Realizaram-se consultas de seguimento todos os meses para avaliar

As mulheres estiveram em média 20 meses no ensaio, mas, durante 6% do tempo, não usaram os produtos do ensaio por razões tais como a gravidez. Quando os investigadores realizaram um segundo conjunto de análises que excluiu este tempo em que as mulheres não estiveram em tratamento, constataram que o PRO2000 proporcionava uma redução significativa de 36% no risco de infecção pelo VIH em comparação com o braço sem gel (p = 0,04). Os investigadores realizaram um conjunto adicional de análises que compararam a eficácia do PRO2000 em mulheres com níveis superiores à

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Microbicida reduz infecções pelo VIH em 30% o primeiro sucesso no terreno média de uso de gel versus mulheres com níveis inferiores à média de uso de gel. Eram considerados níveis superiores à media, os que eram acima do nível médio de uso auto-reportado pelas mulheres (>81%). Com esta análise os investigadores constataram, que quanto maior a frequência de uso do gel, tanto maior o nível de protecção contra o VIH: houve uma incidência anual de 2,4% nas mulheres com níveis mais elevados de uso de gel randomizadas para o PRO2000, em comparação com 4,25 entre as mulheres que usavam placebo e, 44% das infecções pelo VIH ,eram prevenidas nas mulheres com níveis elevados de uso versus 9% entre as mulheres com baixo nível de uso de gel. Como era possível que as mulheres que usaram níveis elevados de gel também fossem utilizadoras consistentes de preservativos, os investigadores compararam os níveis de infecção nas mulheres que usaram preservativos e gel em níveis elevados versus mulheres

que usaram poucos preservativos, mas aplicaram frequentemente o gel. Neste último grupo, cuja protecção contra o VIH era constituída apenas ou principalmente pelo gel, houve três infecções em 299 mulheres que usaram o PRO2000 (taxa de incidência 1%) e 15 infecções em 324 mulheres que usaram placebo (taxa de incidência 4,6%). Isto significou que 78% das infecções nas mulheres não utilizadoras de preservativo foram evitadas pelo PRO2000. Se o estudo MDP também constatar uma eficácia de 30% para o PRO2000, isto traz a difícil questão de saber se o produto deverá ser desenvolvido ou promovido para o uso, quando a eficácia do microbicida pode ser anulada pela redução no uso dos preservativos, cuja eficácia é de 80-90%. Segundo o Professor Abdool Karim, “Isto pode ser um produto nicho para mulheres sem outras escolhas. Quais são as outras opções, por exemplo, para as mulheres que são fiéis e tentam engravidar com um marido migrante em risco elevado?” Reference Abdool Karim S et al. Safety and effectiveness of vaginal microbicides BufferGel and 0.5% PRO 2000/5 Gel for the prevention of HIV infection in women: results of the HPTN 035 trial. XVI Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas CROI, em Montreal, resumo 48LB, 2009. Fonte: Gus Cairns & Michael Carter, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/2B46B3528F6F-4479-B1E9-3E26EA226E8B.asp

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Os utilizadores de crack/cocaína apresentam uma progressão mais rápida da doença VIH Segundo uma investigação apresentada na edição de 1 de Janeiro da revista Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, o uso de crack/cocaína acelera a progressão da doença VIH. A investigação, conduzida em utilizadores de drogas de Miami, nos EUA, mostrou que os utilizadores de crack apresentavam uma adesão mais baixa aos tratamentos anti-retrovirais (ARVs). Esta, contudo, foi apenas uma das explicações para a mais rápida progressão da doença. De facto, os investigadores também descobriram que os utilizadores de crack que tomavam ARVs apresentavam não apenas um mais rápido decréscimo na contagem dos CD4s como uma mais rápida subida da carga viral. Estima-se que 18% de todas as infecções por VIH nos EUA sejam devidas ao uso de drogas injectáveis. Os utilizadores de drogas injectáveis (UDIs) com VIH experimentam frequentemente uma progressão rápida da doença VIH; de facto, quase 50% das pessoas pertencentes a este grupo progridem para SIDA no espaço de apenas um ano após o diagnóstico da infecção. O uso de drogas não injectáveis também é comum nas pessoas com VIH, tendo os estudos realizados até à data mostrado resultados contraditórios no que respeita ao impacto deste consumo sobre a progressão da doença.

suas contagens de CD4s a curto prazo, do que os não utilizadores desta droga. Outros estudos, realizados em mulheres seropositivas para o VIH mostraram que as utilizadoras de crack/cocaína apresentam valores inferiores de células CD4s e um risco maior de SIDA ou morte. O uso de drogas pode significar uma menor adesão aos tratamentos ARVs. Pode, pois, ser difícil para os investigadores perceberem se os resultados desfavoráveis observados nos UDIs se devem à não-adesão aos ARVs ou aos efeitos provocados pela utilização das drogas. Deste modo, um grupo de investigadores desenhou um estudo para tentar avaliar a relação entre o uso de drogas e a progressão da doença VIH, detectada através de descidas nas contagens de CD4s e aumentos da CV. A investigação, que durou 30 meses, envolveu 222 UDIs seropositivos recrutados em Miami, entre 2002 e 2005. O valor dos CD4s e da CV eram avaliados a cada 6 meses. Também se procedeu à avaliação dos antecedentes dos participantes – incluindo o uso de ARVs e outros medicamentos -, bem como à avaliação do uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas.

Um estudo houve, porém, que mostrou que os utilizadores de crack/cocaína apresentam um declínio mais rápido das CAD – CENTRO DE APOIO DOMICILIÁRIO Tel: 937146315 Horário: 09H-18H - 2ª a 6ª feira Email: cad.aat@abraco.pt 19


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Os utilizadores de crack/cocaína apresentam uma progressão mais rápida da doença VIH A maioria dos participantes (77%) era de etnia negra e a idade média era de 42 anos. A contagem média das células CD4s inicialmente era de 314/mm3, encontrando-se o valor de CV à partida um pouco abaixo das 12 000 cópias/ ml. Finalmente, 63% dos participantes estava sob tratamento ARV quando o estudo teve início. A droga mais frequentemente utilizada foi o crack/cocaína (50%), seguida da cannabis (35%) e da cocaína em pó (14%). O álcool era consumido por 55% dos doentes. À entrada para o estudo, 130 doentes apresentavam contagens de células CD4 superiores a 200 células/mm3. Os investigadores avaliaram o impacto do uso de drogas ilícitas nas descidas da contagem de CD4s ao longo dos 30 meses de duração do estudo. Os doentes eram classificados como “utilizadores” de drogas se referissem o uso de substâncias ilícitas nos 6 meses anteriores. Depois de se proceder aos ajustes para a contagem de células CD4 de base e para o uso de ARVs, descobriuse que apenas o uso de crack/cocaína apresentava um efeito independente no declínio do número de células CD4, tendo-se observado que o uso desta droga duplicava o risco da contagem de CD4 cair para menos de 200 células/ mm3 (hazard ratio [HR] = 2/15, 95% de intervalo de confiança [IC]: 1.084.25, p = 0.029).

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A relação entre o uso de crack/cocaína e o rápido declínio das células CD4 permaneceu inalterada mesmo quando os investigadores procederam ao controlo para o uso de álcool (HR = 2.093, p = 0.041). Em seguida, os investigadores restringiram a sua análise aos UDIs que não se encontravam a fazer ARVs. Uma vez mais, apenas o uso de crack/ cocaína se encontrava associado a um risco aumentado de queda dos CD4s abaixo das 200 células/mm3 (HR = 3.9, 95% CI: 1.049-14.85, p = 0.042). Muitos participantes referiram o uso de múltiplas substâncias, mas apenas o uso conjunto de crack e cannabis (HR = 2.42, 95% CI: 1.042 – 5.617, p = 0.04) se mostrou associado a um risco aumentado de descida dos CD4s abaixo das 200 células. Os investigadores descobriram também que o uso de crack constituía um factor preditivo significativo de carga viral elevada (p = 0.019). De forma a avaliar o efeito do uso de drogas ilícitas na adesão, os investigadores avaliaram a proporção de doentes com uma carga viral abaixo


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Os utilizadores de crack/cocaína apresentam uma progressão mais rápida da doença VIH de 400 cópias/ml, de acordo com o tipo de substância usada. Assim, em todas as visitas, os utilizadores de crack apresentavam uma probabilidade significativamente menor de apresentar uma CV inferior a este valor do que as pessoas que não utilizavam esta droga.

Referência Baum MK et al. Crack-cocaine use accelerates HIV disease progression in a cohort of HIVpositive drug users. J Acquir Immune Defic Syndr 50: 93-99, 2009. Fonte: Michael Carter, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/90E22A06731A-473B-8006-27B06D892C34.asp

Os investigadores escrevem que os seus achados “mostram uma aceleração significativa do declínio das células CD4 para um nível considerado diagnóstico de SIDA e uma elevada carga viral nos utilizadores de crack, independentemente do uso de ARVs por um período superior a 30 meses”. E acrescentam: “de acordo com os nossos dados, o uso do crack apresenta um mecanismo de acção multifactorial, em que tanto os efeitos directos como a reduzida adesão aos ARVs parecem contribuir para a progressão da doença”. E concluem, “estes achados constituem uma prova importante da necessidade de intervenções dirigidas ao decréscimo do consumo de crack e à redução global do uso de drogas nas pessoas infectadas com VIH, de forma a reduzirse a progressão da doença”.

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Resposta sustentada ao interferão melhora a fibrose em doentes com co-infecção VIH/VHC As pessoas seropositivas que atingem uma resposta virológica sustentada (RVS) para o tratamento da hepatite C, usando interferão peguilado mais ribavirina, podem experimentar regressão da fibrose e até da cirrose, segundo as descobertas de um estudo apresentado na quarta-feira na Quinta Conferencia da Sociedade Internacional de SIDA sobre Patogénese VIH, Tratamento e Prevenção, na cidade do Cabo na África do Sul. Consideráveis investigações têm demonstrado que a fibrose no fígado (resultante de tecido cicatrizado) tende a desenvolver-se mais rapidamente nas pessoas seropositivas co-infectadas com o vírus da Hepatite C (VHC) do que nas que têm apenas Hepatite C. Ao longo do tempo, a fibrose pode conduzir à cirrose, cancro do fígado, e a uma fase final de falha do fígado. Investigadores espanhóis realizaram um estudo com um duplo objectivo: avaliar a progressão da fibrose em doentes que estiveram sujeitos a tratamento de combinação para Hepatite C e avaliar a exactidão da elastometria transiente (FibroScan) para determinar a fase da doença do fígado numa coorte de coinfectados VIH/VHC. A biopsia ao fígado é considerada o método padrão para avaliar a deterioração do fígado, mas é desconfortável, cara e envolve um pequeno risco de complicações. Os investigadores exploraram por isso uma variedade de métodos não invasivos, incluindo marcadores sanguíneos e imagiologia.

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O Fibroscan usa ondas sonoras para medir a “rigidez” do fígado. Este estudo prospectivo de uma coorte, incluiu 294 pacientes co-infectados com VHC/VIH tratados para a hepatite C entre 2000 e 2008. Um sub-grupo de 171 participantes foi submetido a uma biopsia hepática antes do tratamento e em 57 participantes foi usado o FibroScan durante o seguimento. À fibrose hepática foi atribuída uma escala de 1 (ausente ou fibrose leve) a 4 (cirrose). A regressão da fibrose foi definida como uma diminuição de pelo menos 1 ponto. A maioria dos participantes (80%) eram homens e a idade média foi de 41 anos. Eles tinham sido infectados com VHC em média por volta dos 18 anos. Metade tinha o genótipo 1 difícil de tratar e pouco mais de um terço tinha o genótipo 3. No início do estudo, cerca de metade tinha fibrose leve ou moderada, mas 23% tinham evidência de cirrose. O grupo tinha controlado bem a infecção pelo VIH. Eles estavam a receber terapia anti-retroviral, quando indicada, e 78% tinham carga viral inferior a 50 cópias/ ml. No início do estudo, a contagem média de células CD4 era de cerca de 500 células/mm3, mas a contagem mais baixa de sempre foi de 172 células/mm3 e cerca de um quarto tinham recebido um diagnóstico de SIDA. Os participantes foram tratados com interferão peguilado mais ribavirina ajustada ao peso. O tratamento foi planeado para 48 semanas, e, cerca


CAMPANHAS

1ª. Recolha de Cabos Eléctricos

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Resposta sustentada ao interferão melhora a fibrose em doentes com co-infecção VIH/VHC de metade, completou o ano inteiro. Globalmente, 43% atingiram uma RVS, ou continuaram com carga viral indetectável para o VHC, seis meses após terminar o tratamento. O teste com o FibroScan foi feito a uma mediana de 44 meses após o tratamento (com um intervalo de um a 88 meses). Os resultados foram distribuídos uniformemente: 28%, tiveram uma regressão da fibrose ou melhoria, 35% não tiveram qualquer alteração, e 37%, progrediram ou agravaram. Os pacientes que conseguiram uma RVS foram significativamente mais susceptíveis à regressão da fibrose do que os que não responderam: 38% dos que responderam sustentadamente tinham sofrido pelo menos uma redução de um ponto na queda da pontuação da fibrose e 24% tinham pelo menos uma queda de dois pontos. Mesmo alguns pacientes com cirrose experimentaram uma melhoria, caracterizada como "reversão de cirrose." Novamente, isto revelou-se mais provável entre os pacientes que atingiram uma RVS. Um subgrupo de 96 pacientes recebeu um segundo teste com o FibroScan a uma mediana de 52 meses após o tratamento (ou cerca de oito meses após o primeiro). Os resultados foram semelhantes, ou melhores, o que indica uma melhoria contínua ao longo do tempo. Após o ajuste para outros factores, a RVS foi o único factor significativamente associado com a regressão da fibrose. Em contraste com estudos anteriores, o genótipo, a carga viral basal do

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VHC, a contagem de células CD4, o tipo de tratamento da hepatite C, e a terapia anti-retroviral não predizem os resultados do tratamento. Os investigadores concluíram que a melhoria da fibrose ocorre numa proporção substancial de pacientes que respondem de forma sustentada ao tratamento baseado em interferão. Embora menos frequentemente, alguns pacientes que não responderam também apresentaram regressão da fibrose. Estes resultados, segundo eles, apoiam o uso mais alargado do tratamento da hepatite C em pacientes co-infectados com VIH/VHC. Os objectivos das terapias futuras, acrescentaram, devem ser a regressão da fibrose, bem como a erradicação viral. Bibliografia Marti-Belda P et al. Fibrosis regression in HIV/ HCV coinfected patients with sustained virological response to pegylated interferon plus ribavirin. Fifth IAS Conference on HIV Treatment, Pathogenesis and Prevention, abstract MoAb203, 2009. Fonte do artigo original: Liz Highleyman, Thursday, July 23, 2009 http:// www.aidsmap.com/en/news/FFE93A0B-20ED-45A7ACFE-7F0BFBC3BB3C.asp Fonte da versão em português: http://www.aidsportugal.com/article.php?sid=9879


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Revisão sistemática conclui que a transmissão do VIH no sexo oral é baixa, mas possível relevantes para serem incluídos na revisão. Todos eram provenientes da Europa ou da América do Norte e apenas três tiveram os seus dados recolhidos após a introdução generalizada da terapêutica combinada. Os investigadores comentaram sobre uma série de desafios com que se depararam ao pesquisar sobre o tema. Num trabalho publicado na edição de Dezembro de 2008 da revista International Journal of Epidemiology investigadores do Imperial College e do London School of Hygiene and Tropical Medicine concluiu-se que o risco de transmissão do VIH durante a prática de sexo oral é muito baixo mas existente. Os investigadores tentaram identificar todos os estudos relevantes sobre o tema, mas descobriram que, devido à falta de dados, seria inapropriado fazer estimativas sumárias sob os riscos de transmissão através do sexo oral. Os autores conduziram uma revisão sistemática (uma análise de todas as investigações médicas sobre um assunto que fosse de encontro aos requisitos prédefinidos). Estudos de coorte e outros estudos observacionais foram incluídos, enquanto os casos baseados em relatos (estudo de casos) e comentários/ revisões foram excluídos. Os estudos revistos incluíram dados referentes a casais heterossexuais, homossexuais e lésbicos, abrangendo a prática dos dois tipos de sexo oral (fellatio e cunnilingus). Apenas dez estudos foram considerados

•Poucas pessoas afirmaram ter apenas sexo oral como único comportamento de risco. •Se uma pessoa pratica sexo sem protecção, seja oral, vaginal ou anal e descobre que está infectada pelo VIH, automaticamente atribui a infecção ao comportamento de risco mais elevado. •Os dados sobre os indivíduos que auto-reportam o seu comportamento sexual são difíceis de recolher com precisão, especialmente quando estes preferem dar respostas socialmente mais aceitáveis (ou seja, não revelando a prática de sexo vaginal ou anal sem protecção). •Com frequência os estudos agrupam todas as práticas de sexo oral em conjunto sem distinguir se este foi receptivo ou insertivo, se ocorreu ejaculação na boca, etc. •Estudos efectuados com casais serodiscordantes (quando uma pessoa é seropositiva para o VIH e outra não) são susceptíveis de incluir pessoas com carga viral controlada, o que significa que são muito menos infecciosas do que durante o período da infecção primária. •Os estudos que identificam haver risco através do sexo oral são mais passíveis de ser publicados e divulgados do que

PREVENÇÃO Tel: 917528696 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: prevencao@abraco.pt 25


CHEQUE SOLIDÁRIO + POSTAL DE NATAL

Solidariedade

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Revisão sistemática conclui que a transmissão do VIH no sexo oral é baixa, mas possível aqueles que não identificam risco devido ao interesse e à relativa novidade de tal constatação. Estimativas do risco de transmissão da infecção por parceiro Cinco dos estudos forneceram estimativas sobre o risco representado pela prática de sexo oral durante o relacionamento de um casal serodiscordante. Três destes estudos estimaram que este risco é zero - nenhuma transmissão foi notificada. O quarto estudo apresentou o valor de 1% para a prática de sexo oral receptivo (felação). O quinto estudo, feito na Suécia, estimou um valor muito mais elevado de 20%. Contudo, a amostra era muito pequena (dez casais que relataram sexo oral como o único comportamento de risco) e os autores comentaram que a estimativa pode ser elevada devido à sub-notificação de actividades de maior risco, ou simplesmente devido ao acaso. Além disto, este é o único estudo revisto que identificou uma transmissão de infecção pelo VIH entre heterossexuais que pode ser atribuída ao sexo oral.

de múltiplos actos de sexo oral mas de acordo com a duração do relacionamento. Em cada um dos casos, a estimativa foi zero. Estimativas do risco de transmissão por cada participante no estudo Outros três estudos acompanharam pessoas com estatuto serológico negativo para o VIH que reportaram o sexo oral desprotegido como único comportamento de risco. No entanto, os autores observam que estes estudos têm limitações metodológicas complementares: o número de parceiros sexuais e o seu estatuto serológico para o VIH é desconhecido. Isto implica que as conclusões não podem ser transferidas para outras populações em que o número de parceiros e a prevalência do VIH são diferentes. Dois estudos americanos estimaram o risco em 0% e 0,4% respectivamente e o mais recente estudo canadiano, a coorte Omega, forneceu um valor de 0,5%. Em cada estudo participaram homossexuais e bissexuais.

Estimativas de incidência por parceiro, por 100 pessoas/ano Três dos estudos citados na última secção também relataram estimativas que calculavam o risco de transmissão

GABINETE DENTÁRIO Email: gab.dentario@abraco.pt 27


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O QUE FAZ COM OS SEUS CABOS?

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Revisão sistemática conclui que a transmissão do VIH no sexo oral é baixa, mas possível

Estimativas do risco de transmissão por acto Três estudos tentaram calcular o risco de transmissão do VIH durante uma única “performance” de sexo oral. Dois destes estudos forneceram uma estimativa de zero - nenhuma transmissão foi notificada. O terceiro estudo, é o estudo Vittinghoff, citado frequentemente, que utilizou dados de homossexuais ou bissexuais norte-americanos os quais relataram vários comportamentos de risco. Modelos matemáticos foram aplicados para estimar o risco das diferentes práticas sexuais e a taxa de risco de transmissão do VIH referente ao sexo oral desprotegido receptivo com ejaculação foi calculada em 0,04%. Contudo, os autores observam que esta estimativa é baseada na prática de sexo com homens, infectados ou não - se os investigadores tivessem sido capazes de excluir as relações sexuais com parceiros seronegativos para o VIH, o valor teria sido superior.

estimativas mais precisas. Comentam ainda: “O facto de continuar a ser difícil identificar participantes infectados devido unicamente a este tipo de exposição pode sugerir que a contribuição do sexo oral para a transmissão do VIH permanece baixa. Ainda assim, recomendam que "as pessoas devem proteger-se e usar o preservativo ou dental dams (quadrados de látex utilizados para a prática de sexo oral) para minimizar este pequeno risco”. Referência: Baggaley RF et al. Systematic review of orogenital HIV-1 transmission probabilities. International Journal of Epidemiology 37 : 1255-65, 2008. Fonte: Roger Pebody, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/12E2A7AD1791-4D1E-B7F4-2F8DF2A22351.asp

Conclusões Os autores referem a escassez de dados disponíveis para esta revisão. Estimativas fiáveis seriam importantes para os técnicos de saúde que trabalham na área da prevenção e para os médicos que fazem aconselhamento sobre os riscos de transmissão. Para além disto, devido ao baixo risco de transmissão, "estudos maiores e mais dispendiosos" seriam necessários para fornecer

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Teste genético consegue prever a resposta ao tratamento da hepatite C Investigadores reportaram na revista Nature a descoberta de um gene que prevê a resposta ao tratamento para a hepatite C através do uso de interferão peguilado e ribavirina. “O conhecimento avançado do genótipo do hospedeiro em pacientes infectados pelo vírus da hepatite C poderá tornar-se, no futuro, uma importante componente da decisão clínica de iniciar tratamento” comentam os investigadores. Estima-se que 170 milhões de indivíduos estejam infectados pelo vírus da hepatite C, em todo o mundo. Há tratamento disponível que pode resolver a infecção, mas que pode provocar efeitos secundários e nem sempre funciona. É, por isso, necessário um melhor conhecimento dos factores associados às respostas à terapêutica para a hepatite C. Os investigadores estudaram a contribuição que os genes humanos têm para a eficácia do tratamento para a infecção por hepatite C. A amostra do estudo incluiu 1137 indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C genótipo-1 (a estirpe mais difícil de tratar). Estes doentes estavam envolvidos no estudo IDEAL, um ensaio clínico que investiga a segurança e eficácia do uso da terapêutica baseada em interferão peguilado no tratamento da infecção por hepatite C.

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Os investigadores descobriram que um gene específico está fortemente associado à resposta virológica sustentada ao tratamento. Esta associação é mais pronunciada em indivíduos de ascendência Europeia, e os doentes que transportam o gene apresentam uma maior probabilidade de aumento significativo da resposta ao tratamento com fármacos anti-hepatite C em relação a doentes que não apresentam este gene (ratio [OR], 7,3; 95% CI: 5,1-10.,4). O gene também aumenta as probabilidades de o tratamento resultar em Afro-americanos e em Hispânicos, mas em menor grau do que em relação a Caucasianos. Os investigadores descobriram, ainda, que o gene está mais fortemente associado à resposta ao tratamento em Europeu-Americanos do que tanto a carga viral de base da hepatite C ou o grau de fibrose hepática, os habituais indicadores da resposta ao tratamento da hepatite C. No entanto, em Afro-americanos e Hispânicos, ambos os factores de risco convencionais eram um melhor guia para a resposta ao tratamento do que a presença do gene. Os investigadores acreditam que a identificação deste gene poderá ser uma explicação para o facto de as respostas encontradas em doentes caucasianos serem melhores do que as observadas em doentes Afro-americanos. Estão já em desenvolvimento vários novos fármacos para o tratamento da


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Teste genético consegue prever a resposta

Vacina reduz o risco de infecção pelo VIH em um terço, num ensaio clínico de larga escala

hepatite C. Estes incluem inibidores de protease, e os investigadores apontam para o facto de ser necessária mais investigação para estudar a influência deste gene na resposta a esta classe de fármacos. Sugerem, ainda, que os estudos deverão ser levados a cabo de forma a determinar se o gene tem um papel nas respostas à terapêutica em doentes infectados por outros genótipos de hepatite C.

O promotor do estudo anunciou que uma combinação de duas vacinas contra a infecção pelo VIH reduziu o risco de infecção para quase um terço num estudo de larga escala efectuado na Tailândia. É a primeira demonstração de que a vacina contra a infecção pelo VIH pode proteger contra a infecção, mas os cientistas afirmam que serão necessárias mais investigações antes de aparecer uma vacina que possa ser administrada num grande número de pessoas.

ao tratamento da hepatite C

Como o gene parece estar associado à resolução natural da hepatite C assim como à resposta ao tratamento, os investigadores sugerem que “parece provável que o produto do gene esteja envolvido no controlo inato do vírus da hepatite C”. A investigação envolveu indivíduos infectados apenas pelo vírus da hepatite C, e não foi ainda demonstrado se o gene poderá também prever a resposta ao tratamento em doentes infectados pelo VIH com co-infecção pelo vírus da hepatite C. Referência Ge D et al. Genetic variation in IL28B predicts hepatitis C treatment-induced viral clearance. Nature (online edition), 2009. Fonte: nam

“Este é um dia histórico na investigação iniciada há 26 anos para o desenvolvimento de uma vacina contra a SIDA,” afirmou o Dr. Alan Berstein, director executivo do Global HIV Vaccine Enterprise. “Esta é a primeira candidata a vacina contra a infecção pelo VIH, que reduz com sucesso o risco de infecção pelo VIH em seres humanos. Estamos animados e satisfeitos com o resultado deste ensaio clínico e damos os parabéns a todos os seus participantes,” disse o Tenente General Eric Schoomaker, Cirurgião Chefe do Exército Americano e patrocinador do ensaio clínico. O ensaio clínico, denominado RV 144, comparou um regime de vacinação com dois produtos a um regime de placebo administrados a 16 mil adultos recrutados a partir de 2003. O estudo recrutou adultos em duas províncias da Tailândia, com elevada prevalência de VIH (Chon Buri e Rayong), mas não escolheu como alvo

FORMAÇÃO Tel: 937146310 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: formacao@abraco.pt 31


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Vacina reduz o risco de infecção pelo VIH em um terço, num ensaio clínico de larga escala específico indivíduos em risco elevado de infecção pelo VIH. Os voluntários para o estudo foram adultos com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos que deram o seu consentimento informado. Os participantes foram aleatórios para receberem um conjunto inicial de vacinas ALVAC e, depois, vacinas potenciadoras AIDSVAX, um produto anteriormente testado em grandes ensaios clínicos, mas sem provas de sucesso ou então a vacina placebo. A presença de AIDSVAX no regime de vacinação era uma das razões porque muitos peritos não esperavam que o ensaio clínico tivesse um resultado positivo. No ensaio, a combinação de ALVAC® VIH e AIDSVAX® B/E baixou a taxa de infecção pelo VIH em 31,2% quando comparada com o grupo que recebeu placebo. Esta redução foi estatisticamente significativa, o que significa que a possibilidade do resultado se dever ao acaso é muito baixa, mas os intervalos de confiança para a estimativa no risco da redução foram grandes (p=0,039,95% intervalo de confiança 1,1% - 51%). Na análise final, 74 pessoas do braço que recebeu placebo foram infectados pelo VIH, comparadas com as 51 no braço da vacina. As pessoas infectadas que receberam a vacina apresentaram cargas virais semelhantes às infectadas no braço do placebo.

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Serão apresentados resultados mais detalhados deste estudo no próximo mês na AIDS Vaccine Conference, de 19 a 22 de Outubro em Paris, França. Os produtos utilizados no estudo não serão candidatos imediatos a aprovação. Os resultados do ensaio clínico, que foi considerado uma “prova de conceito”, serão utilizados como base de futuros ensaios clínicos para uma vacina. Os patrocinadores deste estudo incluem o Exército Americano, o Ministro Tailandês da Saúde Pública, o Instituto Nacional de Alergias e de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, parte dos Institutos Nacionais de Saúde, Sanofi Pasteur (o criador do ALVAC), e o Global Solutions for Infectious Diseases (GSID), o detentor do AIDSVAX. Os responsáveis do estudo já estão a trabalhar com peritos externos para determinarem a necessidade de estudos adicionais para este regime de vacinação e considerar o impacto das conclusões deste estudo em outras candidatas a vacinas para o VIH. Fonte: Keith Alcorn, nam http://www.aidsmap.com/pt/news/8E672F42776F-4093-98F9-36A461598497.asp


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Lançamento do Livro de Fotos sobre Marrocos, de Margarida Martins, “Escrita de Luz - Ponte de Afectos” Finalmente, o tão ansiado dia do lançamento deste projecto ambicioso e meritório, “Escrita de Luz”, da Presidente da Abraço, Comendadora Margarida Martins, de valor incomparável e de beleza superior, foi lançado na FNAC-C.C. Colombo, Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 2009

Na abertura da cerimónia, a autora do livro, comendadora Margarida Martins teve a palavra, seguida da autora do prefácio, a Dra. Maria Barroso, tendo depois a palavra a Sra. Embaixadora de Marrocos em Portugal, D. Karima Benyaïch, intervindo em... espanhol... o Prof. Rui Rasquilho proferiu algumas considerações, o coprodutor do livro, Jorge Oliveira, com um humor ímpar e o Sr. Manuel Rosa pela Assírio & Alvim.

CENTRO DE ATENDIMENTO E APOIO PSICOSSOCIAL Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: caap@abraco.pt 33


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Lançamento do Livro de Fotos sobre Marrocos, de Margarida Martins, “Escrita de Luz - Ponte de Afectos”

Foi um lançamento fenomenal e único, com uma panóplia de culturas e diversas vertentes linguísticas, o que tornou o evento sobremaneira colorido, caloroso e com uma sensação de estarmos mais perto de Marrocos - ainda mais do que o que já estamos. E é assim, também, que os nossos dois povos conseguem estreitar laços, em termos mais presenciais, com obras deste género, que retratam o quotidiano de um povo caloroso, através das cores, dos aromas, da luz sui generis, onde tudo se entrosa na perfeição. Adicionalmente, não podemos deixar de destacar as presenças da Dra. Dalila Araújo, Secretária de Estado da Administração Interna, da Dra. Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura da Edilidade de Lisboa, da Dra. Elza Pais, Secretária de Estado da Igualdade e da Dra. Joana Bettencourt, da Comissão Nacional para a Infecção do VIH/SIDA.

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Recepção na residência de Sua Excelência, a Srª Embaixadora de Marrocos em Portugal, Karima Benyaïch - motivo: “Escrita de Luz” E “Escrita de Luz” vai de vento em popa, sendo que a sra. Embaixadora Karima Benyaïch foi a anfitriã de mais um evento, em forma de recepção, imagine-se... na sua própria casa... Estiveram presentes várias individualidades conhecidas do grande público, destacando-se a Dra. Maria Barroso, o Dr. Paulo Portas, o Dr. Marcos Perestrello, a D. Patrícia Vasconcelos, o Conselheiro Enconómico da Embaixada de Marrocos Abdelhaq Jniyene, a Presidente da Abraço - Margarida Martins, a Vice-Presidente - Dra. Paula Policarpo, entre outros.

ATENDIMENTO E APOIO Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: atendimento.lisboa@abraco.pt 35


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

XVII GALA DOS TRAVESTIS - 2009 A XVII Gala dos Travestis, com a bilheteira a reverter para a Associação Abraço, produzida por Carlos Castro, foi neste dia 1.12.2009, uma vez mais um evento memorável, que contou com uma série de ilustres presenças do mundo da televisão, da música, do teatro, do transformismo e outras artes e espectáculo - destaque para a Sra. D. Eunice Muñoz, a Sra. D. Simone de Oliveira, Wanda Stuart, Bárbara Guimarães, Eládio Clímaco, os irmãos Feist, Belle Dominique, Fany Star, Rancho Folclórico “Casa do Minho” em Lisboa, Anita Guerreiro, Mila Ferreira, e muitos outros...

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

XVII GALA DOS TRAVESTIS - 2009

ADIÇÃO & TROCA DE SERINGAS Horário: 13H-15H e 18H-19 2ª e 6ª feira Email: adicao@abraco.pt 37


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

PEDITÓRIO NACIONAL ABRAÇO 2009 MAIS UMA VEZ, CONTÁMOS COM A SUA SOLIDARIEDADE!

Um enorme bem-haja a todos quantos se envolveram em mais um PEDITÓRIO, nomeadamente aos que tanto colaboraram no trabalho intenso de bastidores a preparar todos os materiais, aos que andaram a dar a cara no terreno, incluindo funcionários, voluntários e todas as Escolas que mais uma vez se predispuseram a oferecer a sua boa vontade, o seu tempo, o seu espírito de empatia e solidariedade. 38 38


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

PEDITÓRIO NACIONAL ABRAÇO 2009 Um pouco do muito trabalho de bastidores, na preparação do material para o Peditório Nacional, que foi enviado para as Escolas.

Muitas horas são necessárias para levar a cabo tamanha tarefa, mas sempre com o entusiasmo patente nos rostos de quem se envolve nestas acções de cariz solidário

LINHA TELEFÓNICA DA ABRAÇO 800 225 115 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: linha800@abraco.pt 39


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Delegação do Norte

O Centro de Atendimento João Carlos, da Abraço, em Aldoar, foi inaugurado por sua Excelência a Ministra da Saúde, Drª Ana Jorge, em 28-11-2009 pelas 12 horas, na rua de Vila Nova, 315, 4100-504 PORTO

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Delegação do Norte

Contámos também com a presença do Sr. Secretário de Estado para a Saúde, Dr. Manuel Pizarro, do Sr. Coordenador Nacional da Comissão de Luta Nacional de Luta contra a SIDA, Prof. Dr. Henrique Barros, com a Presidente da Abraço, Comendadora Margarida Martins, a Vice-Presidente, Dra. Paula Policarpo, a Coordenadora Regional da Abraço, Drª Cristina Sousa, Sr. Padre de Aldoar, Sra. Vereadora Dra. Guilhermina Rego, da C. M. Porto, Sra. Vereadora Dra. Maria Amélia Traça, da C. M. Gaia, Sr. Prof. Dr. Rui Nunes, da Faculdade de Medicina, a Sra. Governadora Civil do Porto, Dra. Isabel Santos e a especial presença da Dra. Maria da Glória Nunes dos Santos, Comendadora e Madrinha deste espaço ora inaugurado, entre muitos outros. A todos apresentamos o nosso enorme Bem Haja!

GRUPOS DE AUTO-AJUDA Email: auto.ajuda@abraco.pt

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Festa de Natal 2009 - Delegação do Funchal

Mais uma vez, a festa é para os mais pequenos. Pleno de luz, cor e actividade. Um sorriso vale tudo! Bem-haja a todos quantos tornaram possível este evento! Boas Festas! 42 42


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Delegação do Funchal - Dolce Vita Funchal e a Abraço Dolce Vita Funchal e a Abraço realizaram uma conferência de imprensa, no dia 12.12.2009, que marcou o relançamento da Campanha de Recolha de Cabos, ao nível do arquipélago, uma vez que no continente a iniciativa tem registado níveis muito satisfatórios de adesão. Destacou-se a presença da Comendadora Margarida Martins, Presidente da Associação.

GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: 937146310 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: gau.lisboa@abraco.pt 43


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Campanha “Recolha de Cabos Eléctricos”

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Salão Erótico em Lisboa - 30.10 e 01.11.2009 Mais uma vez, estivemos presentes!

GABINETE PSICOLÓGICO Email: gab.psicologia@abraco.pt

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Delegação Norte - Abraço Dia Mundial de Luta contra a SIDA 2009

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Delegação Norte - Abraço

Jogos, passatempos, actividades diversas, tudo em prol da prevenção do VIH/SIDA... Em muitos casos, junto dos mais jovens, pois assim crescem com uma melhor perspectiva no combate a esta problemática global. Tudo é válido nesta luta desigual,.... e tudo passa pela prevenção e na informação,... as melhores “armas”!!!

CENTRO DE ATENDIMENTO - FUNCHAL ENCAMINHAMENTO E PREVENÇÃO Tel: (+351) 291 236 700 Horário: 10H-19H Email: delegacao.funchal@abraco.pt 47


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Sessão de Formação “O VIH e o seu CORPO”, promovido pela Gilead Sciences - Hotel Tivoli Oriente - 25 e 26 Novembro de 2009

Participaram nesta Sessão de Formação, Carlos Maia, Enfermeiro da Abraço, Delegação Norte, na qualidade de orador, a Nutricionista, Susana Macedo, o Técnico da Linha, João Brito e o Coordenador do Boletim e Newsletter, António Guarita. De salientar a presença de Luís Mendão, pela Sociedade Civil, entre outros, sendo que, no primeiro dia tivemos o Dr. Eugénio Teófilo e, no segundo, o Prof. Fernando Ventura, ambos especialistas na área do VIH/SIDA.

Foi uma acção de formação bastante proveitosa e a contribuição dos participantes com os seus pontos de vista e questões pertinentes, ajudaram sobremaneira a tornar esta formação mais dinâmica. Pela Gilead Sciences tivemos a Dra. Sofia Crisóstomo e Ana Charneca.

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Festa de Natal 2009 Carris - Lisboa E eis que se organizou uma festa sui generis, na Carris. A Festa de Natal, para as crianças da Abraço, em Lisboa. Uma pequena viagem de eléctrico... umas brincadeiras... aula de judo.... lanche... prendas. Que mais se pode desejar? Paz e harmonia... e muita saúde!!! Bom Natal! Bom Ano para 2009!

Agradecimentos à por facilitar o evento de forma tão solidária.

GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: (+351) 291 236 700 Horário: 2ª, 3ª e 5ª feiras - 10H-19H 4ª feira - 10h-15h, 6ª feira - 10H-18H Email: gau.funchal@abraco.pt 49


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Estética Solidária II - 01.12.2009 Galeria

Estética Solidária II, patente até ao dia 31 de Dezembro de 2009. Abraço: 17 anos no terreno; 17 artistas a favor da causa. As receitas das vendas das suas obras revertem a favor da Associação Abraço

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ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Estética Solidária II - 01.12.2009

CENTRO DE ATENDIMENTO - GAIA ENCAMINHAMENTO E PREVENÇÃO Tel: 22 375 66 55 Horário: 10H-13H e 14H-19H Email: pad.norte@abraco.pt 51


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Finissage de Ricardo Quaresma Vieira - Novembro2009 Galeria

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ACTIVIDADES DA ABRAร O

Finissage de Ricardo Quaresma Vieira - Novembro2009

GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: 22 375 66 55 Horรกrio: 10H-13H e 14H-19H Email: gau.norte@abraco.pt

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CAMPANHAS

Cheque Solidário - Natal 2009 O Cheque Presente Solidário conta com dois valores disponíveis - 10€ e 25€ - e pode ser utilizado como meio de pagamento em centenas de lojas de prestígio, ao mesmo tempo que contribui para quatro causas distintas. Consulte todas as lojas aderentes! Este cheque oferta é o presente ideal para os seus familiares e amigos, ou até mesmo para premiar colaboradores e parceiros da sua empresa. Ao comprar, oferecer ou utilizar um Cheque Presente Solidário como meio de pagamento, estará a contribuir também para a Associação Abraço, uma dessas quatro causas. O Cheque Presente pode ser utilizado em centenas de lojas aderentes. Adquira-o em www.chequepresente.pt e receba-o comodamente pelo correio. Você nunca viu nada assim. Apoio ao Cliente 707 202 300 707 202 300 / 707 202 300 707 202 300 às 14-18h) email: info@chequepresente.pt

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(dias úteis das 9-13h


ACTIVIDADES DA ABRAÇO

Espaço do Utente

Contamos, uma vez mais, com os dotes criativos e poéticos de Edite Lopes,

Natal Natal é uma colectânea de sabedoria, nostalgia, amor e esperança… Transparece na alegria do sorriso de uma criança!.. 21 séculos de recordação da inovação do presente!... Desabrocha com comoção na convicção já assente… Sublime natividade inspirada na pureza da fé… Concretiza-se na realidade com o nascimento do menino de “Nazaré”… Porque na sua humildade deu-nos a Sagrada Família uma lição… Sejamos pela caridade, saibamos dar a mão! O Natal não tem idade, é de todos e, especial… Festejamos na igualdade, na preserverança actual! E a força de Jesus cative todos os que querem acreditar… Ilumine com sua luz cada família em cada lar!...

Edite Lopes

CENTRO DE ATENDIMENTO - SETÚBAL ENCAMINHAMENTO E PREVENÇÃO Tel: 265 228 882 Horário: 10H-13H e 14H-19H Email: delegacao.setubal@abraco.pt 55


AGRADECIMENTOS + RECEITA VEGETARIANA

Agradecimentos

Receita Vegetariana - Filhós de Abóbora Ingredientes: 1kg de abóbora 1kg de farinha de trigo integral um pouco de fermento de padeiro raspa de limão ou de laranja azeite para fritar Preparação: Coze a abóbora com um pouco de sal e escorre-a bem. Junta a farinha, o fermento e a raspa de limão e mistura bem. Aquece numa frigideira o azeite e com a ajuda de uma colher começa a fritar a massa. Vai colocando no azeite bem quente colheres da massa. Vira quando começarem a ficar douradinhas. Quando estiverem feitas coloca-as num prato com papel de cozinha que absorva o excesso de azeite. Nota:

O fermento dissolve-se num pouco de água morna (água da cozedura da abóbora).

Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida .

http://www.centrovegetariano.org/receitas/Article-215-Filh%25F3s%2Bde%2Bab%25F3bora.html

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AGENDAS

Agenda Nacional

A Associação Medinterna organiza, de 21 a 23 de Janeiro de 2010, no Porto, a sua 8ª Reunião Anual internacional sobre Doenças Autoimunes sistémicas. * * * * *

Curso de Actualização: «Cultura de células cerebrais» A Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa vai organizar, de 25 a 29 de Janeiro de 2010, o curso Pós-graduado de Actualização: «Cultura de células cerebrais - noções básicas/ implementação».

Agenda Internacional 13º Simpósio Internacional sobre Medicina em Bangkok Entre 20 e 22 Jan 2010, em Bangkok, na Tailândia Os objectivos têm a ver com o facilitar os médicos, os outros profissionais de saúde e as PLHIV dos países dessa região com uma análise abrangente da gestão do VIH e Infecções Oportunistas, com as actualizações mais recentes no que se refere à investigação na área dos anti-retrovíricos e o acesso ao tratamento. Organizado por: HIV Netherlands Australia Thailand Research Collaboration * * * * * 3ª Conferência Nacional sobre Doenças Infecciosas Dias 17 e 18 Abril 2010, Nova Delhi, Delhi, Índia A IDSI, Sociedade de Doenças Infecciosas da Índia e o AIIMS, Departamento de Medicina do Instituto de Ciências Médicas da Índia, em Nova Delhi, estão a organizar uma conferência nacional de muito prestígio. O aparecimento de doenças infecciosas e várias questões que são um desafio serão abordados. Prazos para entrega de abstracts/propostas: 17 Março 2010

GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: 265 228 882 Horário: 10H-13H e 14-19H Email: gau.setubal@abraco.pt 57


SUGESTÃO LITERÁRIA

Sugestão Literária

“Escrita de Luz - Ponte de Afectos”, de Margarida Martins, Presidente da Abraço *Livro de Fotos sobre Marrocos para fins de solidariedade (Casa Ser Criança (Abraço) e Ligue Marocaine pour la Protection de l’Enfance (Laâyoune e Rabat/Salé, Marrocos) ISBN- 978-972-37-1461-6

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* as fichas de sócio podem ser encontradas no nosso site em: www.abraco.org.pt

FICHAS

Cupão de envio de boletins Se desejar receber este boletim pelo correio, preencha este cupão e envie para: Largo José Luis Champalimaud, nº4 A 1600 - 110 Lisboa Nome: Morada: Se deseja receber em envelope confidencial assinale com uma cruz

O conteúdo integral desta edição escrita está protegido pela lei, ao abrigo do Código de Direitos de Autor e Direitos Conexos, lei e copyright, convenções Internacionais e demais legislação aplicável. È expressamente interdita a cópia, reprodução, difusão e transmissão ou qualquer outro uso, total ou parcial, comercial ou não comercial dos textos, fotos, ilustrações, marcas e outros elementos contidos nesta edição escrita, quaisquer que sejam os meios para tal utilizados, sem autorização expressa da Abraço, com excepção do direito de citação definido na lei e os usos livres autorizados por lei. Os direitos de autor dos conteúdos/textos que não tenham sido escritos pelos respectivos autores são para uso exclusivo desta edição. O conteúdo dos artigos sobre situações ou testemunhos reais são da responsabilidade dos seus autores, tendo sido, por razões de confidencialidade, alterado o nome dos mesmos, bem como a imagem das pessoas constantes das fotografias.

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Largo José Luís Champalimaud, nº 4 A 1600-110 LISBOA Tel: (+351) 21 799 75 00 Fax: (+351) 21 799 75 09/21 799 75 99 Email: geral@abraco.pt RECEPÇÃO Isabel Martins 9h30-18h30 Email: expediente@abraco.pt SERV. ADMIN. E FINANCEIROS Gina Correia, Carlos Gonçalves, Óscar Assunção, 10h-13h e 14h-19h Email: recursos.humanos@abraco.pt Email: controlo@abraco.pt Email: tesouraria@abraco.pt MARKETING & COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Vera Aveleira, Heloísa Flores, Patrícia Madeira & António Guarita 10h-13h e 14h-19h Email: marketing@abraco.pt Email: coop.internacional@abraco.pt CONTEÚDOS E INFORMAÇÃO Sócios: Carlos Gonçalves-socios@abraco.pt N/Sócios: geral@abraco.pt Voluntários: Patrícia Madeira-voluntarios@abraco.pt Reclusos: Andreia Rodrigues-andreia.rodrigues@abraco.pt CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO Samuel Fernandes 10h-13h e 14h-19h Email: centro.documentacao@abraco.pt PREVENÇÃO NACIONAL Sérgio Luís Email: prevencao@abraco.pt FORMAÇÃO Gonçalo Lobo Email: formacao@abraco.pt BOLETIM & NEWSLETTER António Guarita Email: boletim@abraco.pt Email: newsletter@abraco.pt

PROJECTOS ABRAÇO LISBOA

CENTRO DE ATENDIMENTO E APOIO PSICOSSOCIAL Gonçalo Lobo, Andreia Rodrigues, Filipa Farrajota, Joana Bicho, Catarina Sousa 10h-13h e 14h-19h Email: caap@abraco.pt Email: atendimento.lisboa@abraco.pt LINHA VERDE - 800225115 João Brito & Andreia Rodrigues 10h-13h e 14h-19h Email: linha800@abraco.pt GRUPOS DE AUTO AJUDA João Brito Email: auto.ajuda@abraco.pt

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VALÊNCIA DE APOIO PSICOSSOCIAL Ana Santos & Bruna Leandro. Admin: Carla Baptista & Joaquim Pinheiro Email: delegacao.norte@abraco.pt 9:30-13:00 - 14:30 -18:30h CENTRO DE APOIO DOMICILIÁRIO JOÃO CARLOS Cristina Sousa, Carla Pereira & Teresa Patrão Email: pad.norte@abraco.pt 10h-13h e 14.30h-19h UNIDADE RESIDENCIAL Carlos Maia, Cristina Sousa e Teresa Patrão. Susana Macedo, Ana Cravo, Tiago Teixeira, Daniela Vieira & Eva Antunes Apoio 24 horas Email: pad.norte@abraco.pt

LINHA SIDA Tel.: 800266666 (10h-20h, excepto Domingos) *Chamada gratuita, anónima e confidencial

Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGayTransfobia EC Arroios, 1009-001 LISBOA http://www.panterasrosa.com Email (Lisboa): panteras.lisboa@gmail.com Email (Porto): panterasporto@gmail.com CAD AVEIRO Centro de Saúde de Aveiro Pr. Rainha D. Leonor 3810 AVEIRO 2ª a 6ª feiras, 14h-17h Tel.: 234 378650 ext. 186 CAD CASTELO BRANCO R. Amato Lusitano, nº 25 6000-150 CASTELO BRANCO 2ª Feira, 14h-19h 3ª, 4ª e 6ª feiras, 9h-13h e 14h-19h Tel.: 272 324 973 CAD COIMBRA Av. Bissaia Barreto – Edificio BCG 3000 – 076 Coimbra 2ª a 4ª feiras, 13h-17h30 3ª, 5ª e 6ª feiras das 9h à 13h Tel.: 239 487400 PROJECTO STOP SIDA CENTRO LAURA AYRES R. Padre António Vieira, nº 12 3000 Coimbra Teste anónimos e gratuitos: 17h-20h30 Aconselhamento e encaminhamento: 21h-23h30 Tel.: 239 828711 CAD PORTO R. da Constituição, nº 1656 4250–169 Porto 2ª feira, 14h-22h 3ª, 4ª e 5ª feiras, 8h30-20h 6ª Feira, das 8h30 às 14h Tel.: 228 317 518

CRAF - CENTRO RASTREIO ANÓNIMO DE FARO Rua Brites de Almeida, nº 6, 3º esqº PASSO A PASSO IDT Bruna Leandro & Edite Coelho. Carla Baptista (Admin/Polivalente) 8000-234 FARO 2ª Feira, 14h-19h Rua do Pinhal, nº 8 3ª e 5ª feiras, 9h-12h e 14h-17h30 Stª. Marinha 4ª e 6ª feiras, das 9h às 17h30 4400-250 VILA NOVA DE GAIA Tel.: 289 812 528 e 289 805 363 Tel: (+351) 22 375 66 55 e 22 375 66 56 Fax: (+351) 22 375 66 52 CAD LEIRIA Email:idt@abraco.pt Laboratório de Saúde Pública – Centro de Saúde Gorjão 9:30-13:00 - 14:30 -18:30h Henriques R. General Norton de Matos 2410–272 LEIRIA MADEIRA 2ª e 4ª feiras, 14h-17h PROJECTO ABC SER CRIANÇA 3ª e 5ª feiras, 9h-13h Cristina Gouveia, Noémia Amaro, Marta Bettencourt, Verónica Tel.: 244816483 Jesus, Teresa Silva, Elisabete Gouveia & Margarida Rodrigues Fax.: 244816486 Admin: Mónica Santos & Luís Moniz

GABINETE JURÍDICO Paula Policarpo Email: gab.juridico@abraco.pt

Rua de Santa Maria, 111 9060-291 FUNCHAL Tel: (+351) 291 236 700 - Fax: (+351) 291 235 800 2ª a 5ª feira - 9h30-19h, 6ª feira - 9h30-18h Email: delegacao.funchal@abraco.pt

INTERNET: www.abraco.org.pt EMAIL GERAL: geral@abraco.pt LINHA VERDE: 800225115

GABINETE DE APOIO AO UTENTE Ana Medeiros & Elisabete Gouveia 2ª, 3ª e 5ª feira -10h-19h, 4ª feira -10h-15h, 6ª feira -10h-18h Email: gau.funchal@abraco.pt

CAD LISBOA Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso Av. Dr. Mário Moutinho (ao Restelo) 1400–136 LISBOA Tel.: 21 3031427 Fax.: 21 3016980 CRA - Centro de Rastreio Anónimo de Infecção VIH Centro de Saúde da Lapa R. de São Ciro, nº 36, 1200–381 LISBOA Tel.: 21 3930151


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