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Toda a informação contida neste documento é da inteira responsabilidade da Associação ABRAÇO e das pessoas que nos remetem, tendo sido corrigidos, alterados os nomes e as fotos adaptadas pois não correspondem aos nossos utentes mas apenas a amigos, voluntários e colaboradores.

UM BOLETIM PARA PESSOAS INFECTADAS E AFECTADAS PELO

VIH/SIDA

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ASSOCIAÇÃO DE APOIO A PESSOAS COM VIH/SIDA EDIÇÃO ESPECIAL ANO 12 - 2008 SETEMBRO/OUTUBRO * DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Inclui »Relatório “Abraço “ sobre a XVII Conferência Mundial sobre SIDA, no México, págs. 6 a 9« “Circuncisão Masculina: Sinónimo de Protecção contra a Infecção pelo VIH?” - págs. 3 a 5


ÍNDICE + ARTIGOS

EDITORIAL

ÍNDICE Capa Págs.2 e 3 Índice, Editorial & Ficha Técnica Págs. 3 a 5 Circuncisão Masculina: Sinónimo de Protecção contra a Infecção pelo VIH? Págs. 6 a 9 Seminários e Conferências - Relatório sobre a XVII Conferência Internacional sobre a SIDA (Cidade do México) Págs. 10 e 11 18ª Conferência Internacional sobre Redução de Riscos relacionados com as drogas, Polónia, 2007 Págs.12 e 13 Reacção à Informação de que se é portador do vírus do VIH Pág.14 Prevenção e Espaço do Utente Pág.15 Agendas Nacional & Internacional Pág.16 e 17 Testes Rápidos ao VIH Pág.18 Sugestão Literária Pág.19 Ficha de sócio Contra-capa

Copyright © ABRAÇO. Todos os direitos reservados

EDITORIAL Caros Leitores, Muito se tem falado, muito se tem escrito, muito se tem debatido sobre o flagelo a nível mundial que tem sido o VIH/SIDA ao longo das décadas.

acerca desta questão tão pertinente e, simultaneamente, tão angustiante. Com o decorrer dos tempos, novas variantes do vírus vão aparecendo, e é aí que as nossas preocupações se devem concentrar. E isto porquê? A resposta está nos diversos vectores a partir dos quais fazemos convergir os nossos comportamentos, as nossas atitudes, a nossa forma de perceber o mundo que nos rodeia, incluindo as pessoas que conhecemos ou até aqueles que serão uns ilustres desconhecidos para nós próprios. Assim sendo, e para que se possa atingir uma certa abrangência, de modo que possamos viver com uma certa qualidade de vida, há que nos integrarmos em pleno na Sociedade Civil, de uma forma mais participativa e, com os nossos contributos, teremos um campo de acção mais amplo. Com isto em mente, existem as publicações periódicas, tanto a nível de papel, como na Internet, existem os fóruns, os grupos de auto-ajuda, os congressos, as conferências, encontros de ordem vária, com uma meta bem clara – despertar consciências para um problema que tende a continuar a propagar-se a nível global. É tudo, muito simplesmente, uma questão de educação direccionada para a questão em si, ou seja, o VIH/SIDA.

Muitos receios, muitas ansiedades, muito alívio, muitos sentimentos e emoções, como se de uma montanha russa se tratasse; enfim, um caos mental e psíquico, que não é de Segundo o que se tem conseguido apurar, todo fácil encarar de ânimo leve. muito raro é morrer-se de SIDA; o pior, efectivamente, será as resistências aos Daí que exista a necessidade de nos anti-retrovirais e as infecções oportunistas, mantermos informados e actualizados o que é bastante preocupante.

Ficha Técnica Edição: ABRAÇO Direcção: ABRAÇO Redacção: António Guarita & Samuel Fernandes Marketing: Vera Aveleira, Heloisa Flores & Patrícia Madeira Cooperação Internacional: António Guarita Serviços Jurídicos: Paula Policarpo Design Gráfico: António Guarita Projectos: Equipa ABRAÇO. Norte, Sul, Ilhas e Voluntários Colaboradores Produção: António Guarita & Samuel Fernandes Distribuição: Centro de Documentação ISSN 0872-8623 Distribuição: Gratuita Depósito Legal: 104216/96 Paginação: António Guarita Impressão: Impriluz Gráfica, Lda. Tiragem: 20 000 Exemplares

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*A Direcção reserva o direito de alterar ou reduzir os textos dos colaboradores por razões de espaço. Copyright © ABRAÇO. Todos os direitos reservados


ARTIGOS

EDITORIAL Uma boa adesão à terapia é um dos segredos para uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo que se deve garantir uma alimentação equilibrada, uma vida o mais possível isenta de stress e preocupações (o que se nos afigura quase uma barreira a ultrapassar, nos tempos modernos). O facto de, em geral, os seropositivos não terem os meios de subsistência necessários para fazer face ao seu dia-adia, gera muita instabilidade em diversos patamares. A solidariedade e a ausência de estigma e discriminação contribuiriam sobremaneira para ajudar a solucionar os obstáculos mais prementes. Só se consegue alcançar tal feito com o empenhamento de todos. Boa leitura e esperemos que os comportamentos se modifiquem para que se tenha uma vida melhor. Um Abraço, António Guarita Coordenador do Boletim Abraço

Circuncisão Masculina: Sinónimo de Protecção contra a Infecção pelo VIH?

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ontinuam as dúvidas sobre se a circuncisão protege os gays da infecção pelo VIH

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ma meta análise de estudos sobre a circuncisão em homens gays e em homens que têm sexo com homens (MSM) não encontrou provas suficientes para demonstrar que o facto de se ser circuncidado reduza o risco de infecção por VIH. Embora se encontre uma pequena redução no risco de infecção por VIH nos homens circuncidados, não é estatisticamente significativa – por outras palavras, pode ser um dado casual.

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lém disso, o estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, demonstrou que, embora os homens circuncidados que eram exclusivamente insertivos no sexo anal corressem um risco menor de infecção por VIH, a diferença entre homens não circuncidados ainda não era estatisticamente relevante e poderia ser um acaso.

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as os investigadores descobriram que estudos conduzidos antes da introdução de uma terapêutica eficaz contra o VIH demonstravam uma associação estatisticamente relevante entre a circuncisão e o baixo risco de contaminação com VIH. Também descobriram que estudos que foram conduzidos de modo mais rigoroso tinham mais probabilidades de mostrar que a circuncisão tem um efeito protector.

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meta análise conduzida por Gregorio

Largo José Luís Champalimaud, n.º 4 A 1600-110 Lisboa Tel: (+351) 21 799 75 00 Fax: (+351) 21 799 75 09 Email: geral@abraco.pt

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Millet e colegas do US Centers for Desease Control, abrangeu 18 estudos conduzidos entre 1989 e 2007. A análise também incluiu alguns resultados não publicados. Os estudos incluíram 27.816 homens circuncidados e 25.751 não circuncidados (52% circuncisão).

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ove estudos foram conduzidos na América do Norte, enquanto quatro dos restantes oito, foram conduzidos em países em desenvolvimento na Ásia e na América do Sul. A prevalência da circuncisão em estudos individuais variou entre 4% e 88%, mas a proporção de homens circuncidados não afectou aparentemente os resultados.

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eis estudos centraram-se na relação entre a circuncisão e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e um apenas noutras ISTs e não no VIH.

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prevalência do VIH em estudos individuais teve um intervalo de 5% a 72% e nos três estudos que puderam reportar a incidência de VIH – a taxa de novas infecções – teve um intervalo de 0,8% a 2,8% por ano.

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o todo, os estudos mostraram uma redução estatisticamente não relevante de 14% de infecção por VIH. Um subconjunto de estudos que observou os resultados em 2238 homens que apenas tiveram sexo insertivo, encontrou uma redução de 29% na infecção por VIH entre homens circuncidados, mas esta diferença também não era estatisticamente significativa.

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o entanto, em estudos conduzidos antes da introdução de tratamento eficaz para o VIH, os autores encontraram uma redução de 53% da infecção por VIH em homens circuncidados. Os autores apontam que esta redução é “comparável” à observada nos testes médicos aleatórios a homens heterossexuais. Por outro lado, não há qualquer associação entre a circuncisão e o VIH em estudos mais recentes. Os autores também descobriram uma redução estatisticamente não relevante de 51% de infecção por VIH em homens circuncidados nos estudos conduzidos em países em desenvolvimento, onde a terapêutica anti-retroviral se encontra menos disponível.

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s autores sugerem que taxas altas de sexo desprotegido e consequente infecção por VIH e ISTs em homens gays, desde que o tratamento para o VIH ficou disponível, pode ter obscurecido o benefício relativamente pequeno da circuncisão.

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ambém descobriram uma tendência para resultados estatisticamente mais relevantes à medida que a qualidade do estudo aumentava, com uma redução não significativa de 32% na infecção por VIH em homens circuncidados observada em estudos onde a circuncisão e a infecção por VIH era confirmada por exames e testes genitais.

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or fim, os autores não descobriram associação alguma entre a circuncisão e as reduções noutras IST. Na verdade, em estudos pós-1996 e em estudos de

SERV. ADMIN. & FINANCEIROS Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: controlo@abraco.pt Email: tesouraria@abraco.pt Email: recursos.humanos@abraco.pt 4 4


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maior qualidade, houve um aumento significativo da infecção por VIH em homens circuncidados.

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s investigadores sugerem que os estudos poderiam ter sido conduzidos em homens que praticam sexo insertivo ou que o pratiquem em zonas de recursos limitados, embora se colocassem consideráveis questões éticas neste último.

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Referências Millett G et al. Circumcision status and risk of HIV and sexually transmitted infections among men who have sex with men: a meta-analysis. Journal of the American Medical Association 300(14):1674-1684, 2008. Vermund SH and Qian HZ Circumcision and HIV prevention among men who have sex with men: no final word. Journal of the American Medical Association 300 (14): 1698-1700, 2008. Fonte: Gus Cairns, nam, 24.10.2008 www.aidsmap.com

um editorial separado, Sten Vermund e Han-Zhu Qian do Institute of Global Health declaram que é urgente a realização de mais ensaios clínicos para que se perceba definitivamente se a questão da circuncisão oferece alguma protecção contra o VIH aos gays. Acrescentam ainda que “apenas mais estudos podem responder… à questão de se os HSH deveriam ser circuncidados para reduzir o risco de contraírem VIH.”

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o entanto, expressam também preocupações de que tais estudos possam encontrar oposição. “A meta análise”, dizem, “é susceptível de ser usada por ambos os defensores e os detractores do investimento nos estudos clínicos; alguns irão defender que os benefícios são muito modestos para justificar um ensaio multimilionário, enquanto outros argumentarão que somente um ensaio clínico poderá responder a esta importante pergunta da prevenção do VIH”.

Circuncisão no Antigo Egipto

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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Conferência Internacional sobre SIDA Organizada pela ONUSIDA 3 a 8 de Agosto de 2008 Cidade do México RELATÓRIO “ABRAÇO” Participantes: Margarida Martins e Cândida Alves Introdução: “Agir por toda a parte. Agora!”, foi em torno deste lema que decorreu desde os dias 3 a 8 de Agosto, na cidade do México, a 17ª Conferência Internacional sobre SIDA, o encontro mundial que reúne, de dois em dois anos, especialistas, investigadores e representantes de ONGs de defesa e apoio a pessoas que (con)vivem com o vírus do VIH. Desde a última conferência em Toronto, no Canadá, em 2006, e a do México este ano, os dados sobre a doença mostram, por um lado, uma evolução: 2 milhões de pessoas foram incluídas na lista dos pacientes que recebem tratamento anti-retroviral. Por outro lado, as estatísticas alertam para um problema que não dá tréguas: 5 milhões de pessoas contraíram o vírus do VIH no mesmo período. Durante a semana de realização da conferência, cerca de 20 mil participantes discutiram, debateram, trocaram experiências e sobretudo conseguiram manter em alerta a preocupação da proliferação da doença e as suas consequências.

Desenvolvimento: O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Monn, abriu a 17ª Conferência Internacional sobre o VIH/SIDA no México, onde pediu mais protecção para os seropositivos. Alertou os políticos de todo o mundo que combatam a discriminação contra pessoas que vivem com o VIH – cerca de 33 milhões. Segundo Ban, apesar do avanço registado nas últimas décadas, os seropositivos para o VIH continuam a enfrentar grandes desafios. Uma das notícias que a CRIAS NOTÍCIAS divulgou foi que “muitos dos milhares de pessoas com VIH/SIDA que chegam ao México para assistir à XVII Conferência Internacional sobre a SIDA, preferem manter o anonimato, temerosos das consequências nos seus respectivos países, se forem identificados como portadores do VIH/SIDA.” “Dos que vieram, uma grande parte disse nos seus trabalhos ou às famílias que sairiam de férias”, confirmado por Manuel da Quinta, um português que vive com o VIH há 13 anos e trabalha na secção de imprensa da ONUSIDA em Genebra. A conferência na cidade do México é a primeira mundial e a primeira do género realizada na América Latina, que, segundo os dados apresentados, tem 1,7 milhões de pessoas com VIH/ SIDA. Um dos temas centrais da conferência foi a questão do acesso aos medicamentos. Anualmente, são gastos cerca de 10

ASSESSORIA JURÍDICA Tel: 937146310 Email: gab.juridico@abraco.pt

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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS biliões de dólares em atendimento aos pacientes em todo o mundo (2,7 biliões na América Latina). Só para se entender a importância de tal conferência na América Latina, a indústria hoteleira do México decidiu lançar uma campanha de prevenção ao VIH, a qual inclui todos os funcionários dos hotéis. Também os organizadores da conferência tomaram em especial atenção, em conjunto com o governo mexicano, o acesso à metadona para participantes utilizadores de drogas. A metadona esteve disponível desde o dia 30 de Julho de 2008 a 11 de Agosto de 2008, na Clinica Centro de Atención Integral de las Adicciones, perto do recinto da conferência, totalmente gratuita. Devido à metadona/buprenorphine ser considerada narcótico ilegal, não é permitido aos utilizadores de drogas trazerem as mesmas com eles, daí a sua distribuição na clínica (na forma de comprimidos). Além da preocupação com o acesso universal ao tratamento, um dos temas em maior destaque na conferência foram as iniciativas com vista à prevenção. A agência da ONU para o VIH/SIDA acredita que governos, investigadores e a comunidade internacional devem articular acções em diversas vertentes, envolvendo campanhas de incentivo ao uso do preservativo até programas de trocas de seringas e mudanças de comportamento sexual. Vários assuntos estiveram em debate e poucas notícias foram divulgadas. Destaco algumas que me pareceram

mais relevantes: 1 – Dois novos medicamentos para o tratamento da infecção pelo VIH, em ensaio clínico, estão a demonstrar bons resultados, de acordo com a informação relatada na conferência. Os novos medicamentos, cujos nomes de facto são RDEA806 e IDX899, pertencem à classe dos inibidores da transcriptase reversa não-nucleósidos (ITRNN) e têm demonstrado ser ambos eficazes e seguros no tratamento da infecção pelo VIH. Estes fármacos estão nas fases iniciais de desenvolvimento e, mesmo que se mantenham em estudo, ainda teremos de esperar alguns anos até que possam ser usados na prática clínica. 2 – Um gel, contendo os medicamentos anti-retrovirais FTC (emtricitabina, EmtrivaÓ) e tenofovir (VireadÓ), demonstrou uma protecção excelente contra a infecção pelo VIH, quando usado como um microbicida vaginal em macacos. A investigação utilizou um tipo especialmente concebido para provocar infecção nestes animais. Nenhum dos macacos a quem foi administrado o microbicida que continha estes medicamentos se infectou mas, cinco dos seis macacos a quem foi administrado placebo, ficaram infectados pelo VIH. Com estes resultados, alguns dos delegados presentes na sala perguntaram se, de agora em diante, o estudo de microbicidas em humanos passará a incluir dois medicamentos

CONTEÚDOS E INFORMAÇÃO Sócios: Carlos Gonçalves - socios@abraco.pt N/Sócios: geral@abraco.pt Voluntários: Patrícia Madeira - voluntarios@abraco.pt Reclusos: Andreia Rodrigues - reclusos@ abraco.pt 7


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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS anti-retrovirais em vez de um. VAMOS ESPERAR PARA VER…! 3– A circuncisão parece conceder um efeito protector durante vários anos contra a infecção pelo VIH, segundo o que se ouviu. Investigadores do Quénia concluíram que, ao fim de 42 semanas, os homens circuncidados tinham menos probabilidades de se infectarem com o VIH que os homens que não tinham sido submetidos àquele procedimento cirúrgico. Assim, pensa-se que a circuncisão reduz o risco de infecção em 64% a 70%., o que é mais do que se calculava anteriormente. Um outro estudo mostrou que a circuncisão pode reduzir o risco de infecção pelo HPV (Vírus do Papiloma Humano), o vírus que causa verrugas anais e genitais. 4– Investigadores holandeses concluíram que muitos homossexuais seropositivos para o VIH estão também infectados com o vírus da hepatite C e que o número tem vindo a aumentar. Vários estudos têm identificado a prática de fisting como o factor para a infecção pelo vírus da hepatite C nos homossexuais seropositivos para o VIH. Alguns dos delegados presentes na sala argumentaram que têm de ser feitos mais esforços para alertar os homossexuais seropositivos para os factores de risco da infecção pelo vírus da hepatite C.

APARTAMENTOS DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO Tel: 937146315 Horário: 09H-18H - 2ª a 6ª feira Email: cad.aat@abraco.pt 8 8

5– As pessoas com co-infecção VIH/VHC parecem ter um risco aumentado de doença cardiovascular grave, incluindo enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), dito por investigadores americanos. 6– A infecção pelo vírus da hepatite B apresenta-se com mais frequência na forma oculta nas pessoas seropositivas, de acordo com o comunicado na conferência e que podem ser um problema especial para as mulheres que têm uma infecção pelo VIH mal controlada. Os factores de risco para a hepatite B oculta incluem, contagem baixa de células CD4 e carga viral elevada, utilização de drogas injectáveis e uso de grandes quantidades de álcool. 7– Foi notada a ausência de políticos vindos de países como a França, um dos principais doadores de dinheiro para pesquisas, o que levantou a questão: “Vale a pena continuar a realizar uma conferência sobre SIDA?” Também presente na aldeia global, foi a apresentação e divulgação com várias demonstrações do preservativo feminino. Preocupante o relatório final divulgado pelo vice-presidente executivo da ONUSIDA, Michel Sidibe, onde 6% dos 3 milhões de crianças infectadas têm acesso aos tratamentos, os restantes carecem de apoio tanto social como financeiro. As crianças representam um grupo desprotegido, onde as infecções continuam a crescer. No último dia, a conferência terminou com um apelo para que os países dos oito (G8), façam um esforço económico e lancem um plano de ajuda como o CAD – CENTRO DE APOIO DOMICILIÁRIO Tel: 937146315 Horário: 09H-18H - 2ª a 6ª feira Email: cad.aat@abraco.pt


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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS aprovado recentemente nos Estados Unidos. Também um compromisso de que até 2010 se estenda a todos os doentes o tratamento e programas de prevenção. Durante as diversas sessões, várias vezes as mesmas foram interrompidas por activistas, onde se gritavam palavras de ordem como sendo o principal desafio a eliminar, o estigma e a discriminação e é lamentável que o encontro tenha terminado sem a apresentação de um plano concreto para garantir o acesso universal do tratamento às pessoas com VIH.

Conclusão: Em resposta à pergunta que ficou no ar, foi dito que a não realização de um congresso internacional sobre SIDA pode dar a impressão, falsa, de que a doença está sob controlo. E não está. Para a ONUSIDA, os custos com o investimento num plano de acções integradas, com o objectivo de reduzir o número de infectados no mundo, seriam de 15 biliões de dólares até ao ano de 2015. Vinte e sete anos após os primeiros casos registados de VIH, e com 33 milhões de mortes contabilizadas, as pesquisas sobre uma vacina contra o vírus do VIH ainda não demonstraram os resultados esperados. A tuberculose ainda é a causa principal de morte para quem vive com o VIH em países pobres, tendo triplicado em países com alta incidência de VIH nas últimas décadas.

na região dá-se principalmente entre homens que têm sexo com homens, profissionais de sexo e, em menor número, utilizadores de drogas injectáveis. O Brasil e o México têm as mais altas taxas de contágio; o primeiro tem mais de 40% dos casos (730 mil) e o México tem mais de 2 mil pessoas seropositivas para o VIH. Em cada dia, cerca de 7.500 pessoas são infectadas pelo VIH no mundo, sendo a maioria por contacto sexual ou pelo consumo de drogas injectáveis. A África Subsaariana continua a ser a região mais afectada pela epidemia. 67% dos casos globais registam-se naquela região. A maior incidência está ligada a mais mortes pela enfermidade. Mas a Conferência sobre SIDA, no México, demonstrou, mais uma vez, que a luta contra a SIDA é longa e atinge todo o planeta. Assim, um dos assuntos mais falados, foi o apelo para uma mobilização total, no sentido de uma tão sonhada vacina contra esta doença. ANNIE LENNOX, a famosa cantora escocesa, Embaixadora Global da OXFAM, presente na Conferência afirmou que a SIDA “É UMA EMERGÊNCIA E NÃO HÁ TEMPO A PERDER”. Relatório elaborado por: Cândida Alves

Na América Latina, a transmissão CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS

18ª Conferência Internacional sobre Redução de Riscos relacionados com as drogas - Polónia - 2007 Decorreu em Varsóvia a 18ª Conferência Internacional sobre Redução de Riscos de 13 a 17 de Maio, onde eu com o apoio de um laboratório que me pagou o registo (Gilead) e principalmente com o apoio da Abraço, pude estar presente, um bem haja. Foi possível a realização deste grande evento devido ao patrocínio de um fundo mundial gerido pelo IHRA (Internacional Harm Reduction Activists) com a participação da OMS (Organização Mundial de Saúde), bem como um apoio incondicional das Nações Unidas. Foram convidadas a participar as organizações de todos os países. O tema era exactamente, como criar programas efectivos e com capacidade de implementação no terreno na redução de danos num modo geral, mas focalizando em mais pormenor os utilizadores de drogas. Pela primeira vez foi convidada para estar presente uma rede internacional de activistas que usam drogas; o INPUD do qual eu sou membro. Podem ver a importância dos assuntos debatidos, pois estão finalmente a perguntar aos peritos (os utilizadores de drogas) tendo eles a palavra máxima (finalmente reconhecidos), como se pode fazer redução de riscos de uma forma adequada às necessidades actuais dos utilizadores.

O verdadeiro conteúdo da conferência foi a oportunidade dos vários delegados que trabalham no campo conhecerem e partilharem vias de actuação, nunca esquecendo os direitos humanos. Uma frase ouvida constantemente era “Coming of Age” dando a oportunidade aos delegados de responderem juntos à questão posta “Where do we want to go from here? As respostas por mais variadas que sejam vão servir como uma nova visão de como pode e deve funcionar a redução de riscos. Tiveram lugar sessões plenárias, sessões principais, simpósios, workshops, eventos de formação, um festival de cinema, exposições de posters, sessões satélite e uma área de eventos. Teve lugar também uma sessão de abertura e uma cerimónia de encerramento, onde se pôde constatar que, estranhamente, quer a nível governamental quer a nível médico, bem como de ONG’s da área, somente compareceram organizações ligadas à área da SIDA. Aquando destes encontros, surgem sempre novas linhas de actuação emitidas e aceites pela OMS; não entendo a falta de presença de cidadãos portugueses, sendo a única representação portuguesa da área governamental da responsabilidade da Coordenação Nacional de Luta contra a SIDA presente, para mais quando o tema era os utilizadores de drogas? e os meios de contágio?, a falta de representação do IDT e das ONG’s que

PREVENÇÃO Tel: 917528696 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: prevencao@abraco.pt 10 10


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SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS os aconselham foi uma surpresa pela negativa para os poucos portugueses presentes; eu pela Abraço na área de redução de riscos; o Luís Mendão convidado pelos organizadores IHRA e o Nuno pelo INPUD/GAT. Questão inclusive posta pelas Nações Unidas e OMS. Uma verdade posso dizer; estamos muito preocupados com a redução de riscos, mas nada fazemos. A nível de material então estamos muito atrasados; trouxe vários exemplos e fiquei espantada com tudo o que existe e que pode fazer a diferença. Para resumir, vou focar determinados pontos brevemente: 1-Emancipar e fortalecer politicas sociais para que as pessoas que usam drogas possam sobreviver e expressar as suas opiniões em todas as decisões que afectam as suas vidas; 2-Utilizar as habilidades e conhecimentos dos utilizadores para se poder educar e treinar, particularmente os nossos pares e qualquer outro cidadão preocupado com a questão das drogas na nossa comunidade; 3-Reivindicar o acesso universal a todas as ferramentas disponíveis para reduzir os riscos que os utilizadores de droga vivenciam no dia-a-dia, tais como tratamento; cuidados médicos apropriados para o uso de drogas; disponibilidade de equipamento para consumo seguro, incluindo seringas e cachimbos, assim como locais para a sua dispensa segura; trabalho de campo e informação actualizada sobre

drogas e a sua utilização; locais de consumo seguro,… 4-Estabelecer o direito do utilizador de drogas a uma informação sobre drogas que seja objectiva e fornecer protecção contra o impacto social e não-discriminatório, com acolhimento e oportunidades de emprego; 5-Fornecer apoio às redes locais, nacionais, regionais e internacionais de pessoas com HIV/SIDA, hepatites e outros grupos de redução de danos, garantindo sempre que os utilizadores de droga estejam sempre presentes em todos os níveis de decisões; 6-Valorizar e respeitar a diversidade e reconhecer as diferentes histórias de vida, conhecimentos, aptidões e capacidades, e cultivar um ambiente seguro e de suporte no interior da rede, independente de que drogas usamos ou como as usamos; 7-Promover tolerância, cooperação e colaboração, incentivando uma cultura de inclusão e participação activa; 8-Promover máxima inclusão, em especial naqueles que são desproporcionalmente vulneráveis à opressão, com base em género, orientação sexual, estatuto socioeconómico, religião, etc. 9-Assegurar que as pessoas que usam drogas não sejam detidas e que as que já o sejam, tenham igual direito a condições saudáveis e respeitosas assim como a tratamento, incluindo acesso a seringas e preservativos; Continua na página 13

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ARTIGOS

REACÇÃO À INFORMAÇÃO DE QUE SE É PORTADOR DE VIH O drama do momento em que o sujeito é informado de que contraiu VIH é a queda, após um primeiro processo defensivo de negação, num estado de depressão! O drama do depressivo é o facto de saudoso do que está distante, do remoto, não poder investir no presente, no recente, no actual. A sua prisão ao passado não lhe permite prender o presente e nele encontrar interesse e assim o tempo futuro é fantasiado como um tempo de revisitação do passado ou da ressurgência deste e não como deve ser, ou seja de criação de um tempo novo e diferente, do "virar de uma página" após o encarar da realidade.

relação mal vivida e de um tempo mal aproveitado, o passado e as relações jamais foram vividas na sua plenitude, na medida do desejo e do fantasma. No ponto de vista da realidade interna, da vivência afectiva, foi um passado de insucesso, de incompletude, daí a necessidade de voltar atrás, a vontade de regressar, o desejo de refazer, a compulsão de repetir.

O depressivo sofre então, de um verdadeiro síndrome de nostalgia ou saudade. Mas, no síndrome da saudade, o sujeito mantém o desejo e a crença de recuperar o perdido, na depressão a crença, então, vacila, e é esta tendência à recuperação do passado que caracteriza a depressividade, por isso a sua "cura" espontânea é a esperança na recuperação do passado que barra o deslizar para a autêntica depressão, o que ao mesmo tempo limita o investimento do actual com plena fruição do prazer de existir. A depressão é assim um tempo parado, um tempo morto, uma letargia, uma hibernação, uma delonga no curso existencial, o que tem levado a confundi-la, embora seja, em muitos aspectos, bem diferente, com a neurose obsessiva. A depressão é o resto de uma CENTRO DE ATENDIMENTO E APOIO PSICOSSOCIAL Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: caap@abraco.pt 12 12

O abandono do passado não é possível porque corresponderia a uma cicatriz defeituosa do Self e o narcisismo não permite isso, prefere a ferida aberta à marca indelével. Só uma reestruturação do investimento narcísico a qual comporta ao longo de um processo psicoterapêutico a recuperação mnésica da alegria dos primeiros anos de vida, das vitórias da infância e da adolescência, da recordação de ter sido amado ali e por alguém, reconhecido por si próprio e pelos outros, pelo que se sentiu capaz de fazer e pelo que mostrou ser capaz ATENDIMENTO E APOIO Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: atendimento@abraco.pt


ARTIGOS

REACÇÃO À INFORMAÇÃO DE QUE SE É PORTADOR DE VIH permita a saída da deficiência narcísica e com ela da depressividade e da repetição neurótica. É o recalcamento da agressividade para os objectos do passado, revivida na transferência com o psicoterapeuta, que possibilita a recuperação da força do Eu, mais livre então de amar o seu psicoterapeuta e daí partir para o seu presente, a sua vida actual e refeito então o passado na certeza da eficiência do tratamento que lhe é proposto e disponibilizado, da consideração e do conhecimento da circunstância, o passado pode passar sem vergonha para a história e então, mas só então, o sujeito pode encarar de frente, olhos nos olhos o presente, revisitando o passado apenas para compreender o presente e encarar o futuro sem a antecipação de receios face a esse mesmo futuro mas viver e desfrutar plenamente o presente como uma dádiva. Autor: Dr. José António Machado Teixeira Psicoterapeuta

SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Continuação da página 11

Declaração Universal dos Direitos do Homem

10-Questionar execuções penais e quaisquer formas desumanas de tratar pessoas que usam drogas em todo o mundo. Está aqui a resposta porque o mundo precisa de uma rede internacional de activistas que usam drogas, foi basicamente todo isto que eu ouvi, aplaudi e concordei. Venho com novas ideias e projectos para que possamos formular uma política de base que respeite a dignidade e os direitos humanos, em vez de uma política de drogas alimentada por moralismos e mentiras. Temos que aprender o que de bom e útil se faz lá fora para podermos aplicar aqui, assim eu espero. Estiveram presentes cerca de 1200 delegados de 82 países mais ou menos. Responsabilidade deste artigo: Cândida Alves

ADIÇÃO & TROCA DE SERINGAS Horário: 13H-15H e 18H-19 2ª e 6ª feira Email: adicao@abraco.pt 13


ACTIVIDADES + RECEITA VEGETARIANA DO MÊS

Actividades da Delegação do Funchal

27, 28 e 29 de Dezembro Presentes na Feira das Vontades, no Jardim Municipal, feira esta organizada pela Casa do Voluntário, com a participação de todas as escolas da Região. 28 e 29 de Novembro e 1 Dezembro MEGA OP KILO – com o apoio dos supermercados Modelo/Continente (28 e 29 estaremos nos modelos da Cancela, Viveiros e Machico e dia 1 nos modelos da Cancela, Viveiros, Machico, Caniço Shopping e Madeira Shopping e Pingo Doce Anadia – Estamos a aguardar resposta do Hiper Sá). Última semana de Novembro e primeiras duas semanas de Dezembro Decorrerá nas escolas da Região o Peditório e Bancas de Vendas de material e, nas escolas que solicitem, faremos acções de prevenção. 18 de Dezembro Festa de Natal desta Delegação, que será uma vez mais no Restaurante Forte de S. Tiago.

Receita Vegetariana do Mês - Esparguete com Alho Francês Ingredientes: 1kg de alhos franceses azeite 1 colher (de chá) de caril 2 colher (de sopa) de salsa picada 500g de esparguete sal 4 colheres (de sopa) de natas de soja Preparação: Corta os alhos franceses em rodelas finas, lava e escorre bem. Coloca as rodelas num tacho com azeite quente, junta o caril, tapa e deixa cozer suavemente durante 20 minutos. Depois junta a salsa. Noutro tacho coze o esparguete com sal. Escorre o esparguete e junta ao alho francês. Junta as natas de soja e tempera a gosto. Deixa cozinhar 5 minutos e está pronto a servir. Copyright Centro Vegetariano. Reprodução permitida, desde que indicando o endereço:

http://www.centrovegetariano.org/receitas/Article-80-Esparguete%2Bcom%2Balho%2Bfranc%25EAs.html

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AGENDAS

Agenda Internacional

13-16 Outubro 2008, Cidade do Cabo, África do Sul VACINA CONTRA A SIDA AIDS Vaccine 2008 16-20 Outubro 2008, Paris, França 39ª Conferência da União Mundial sobre Saúde Pulmonar 39th Union World Conference on Lung Health 3-7 Dezembro 2008, Dakar, Senegal 15ª Conferência Internacional sobre SIDA e ISTs em África 15th International Conference on AIDS and STIs in Africa (ICASA 2008) 09-13 Novembro 2008, Glasgow, Escócia 9º Congresso Internacional sobre Terapia do Medicamento na Infecção pelo VIH Ninth International Congress on Drug Therapy in HIV Infection

Agenda Nacional 29 a 31 de Outubro 2008 - III Conferência de Gestão Hospitalar de Língua Portuguesa, com o apoio institucional do Secretariado Executivo da CPLP , em Oeiras, com os administradores hospitalares e responsáveis governamentais dos países da CPLP. 1 de Dezembro de 2008 – XVII Gala dos Travestis, Teatro Tivoli em Lisboa, a favor da Associação Abraço GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: 937146310 Horário: 10H-19H - 2ª a 6ª feira Email: gau.lisboa@abraco.pt

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ARTIGOS

Testes rápidos ao VIH Mais pessoas aceitariam a despistagem do VIH se lhes fossem propostos testes rápidos Cerca de metade das pessoas que recusam a realização de um teste de despistagem do VIH aceitariam fazê-lo se tivessem a oportunidade de obter o resultado em 20 minutos, de acordo com o artigo publicado no número de Agosto da revista International Journal of STD and AIDS. Os autores recomendam que os testes rápidos estejam disponíveis nas consultas de infecções de transmissão sexual. As linhas orientadoras inglesas recomendam que seja oferecido o teste de despistagem do VIH, a todas a pessoas que recorrem a estas consultas ou a clínicas de saúde sexual, mas cerca de um quarto recusa ser testado. Para além disso, existe a evidência de que as pessoas com uma infecção não diagnosticada são as que mais recusam a realização do teste em comparação com as que não estão infectadas por este vírus. O uso dos testes de quarta geração permite obter, na maior parte das consultas, um resultado em alguns dias ou numa semana. Especula-se se esta demora possa desencorajar as pessoas em relação à realização do teste. Uma alternativa poderia ser o uso de testes rápidos que utilizam uma gota de sangue obtida através da picada do dedo ou através da saliva e que permitem obter o resultado em minutos. Contudo, a desvantagem dos testes rápidos é a alta taxa de resultados positivos – ou CENTRO DE ATENDIMENTO - FUNCHAL ENCAMINHAMENTO E PREVENÇÃO Tel: (+351) 291 236 700 Horário: 10H-19H Email: delegacao.funchal@abraco.pt 16 16

seja, dar um resultado aparentemente positivo a alguém que não está infectado. Por esta razão, todos os resultados positivos devem ser confirmados com o teste habitual de confirmação. No sentido de avaliar se a opção de oferecer testes rápidos poderia aumentar o número de pessoas testadas, Sophie Forsyth e os colegas pediram a 899 utilizadores de uma clínica de saúde sexual de Londres que respondessem a um questionário. O estudo foi conduzido pelo Mortimer Market Centre and the Archway Sexual Health Clinic. As pessoas que obtiveram um teste positivo foram excluídas do estudo. O grupo participante era constituído por 465 homens homossexuais ou bissexuais, 4 utilizadores de droga injectável, 39 pessoas nascidas em países de alta prevalência de infecção pelo VIH e 90 eram parceiros sexuais de pessoas deste último grupo. Os investigadores agruparam estes doentes considerados de “alto-risco”, em contraste com um grupo de pessoas que não pertenciam a nenhum destes grupos. A aceitação de realização de despistagem foi de 77% no primeiro grupo e de 66% no grupo considerado de baixo risco. Às 137 pessoas que recusaram a realização do teste foi-lhes perguntado se aceitavam fazer o teste de despistagem, caso o teste rápido estivesse disponível, sendo que 76 (56%) disseram que sim. Quando inquiridos sobre o tipo de teste, a maioria preferia o teste de picada do dedo ou da saliva. O estudo baseia-se num questionário GABINETE DE APOIO AO UTENTE Tel: (+351) 291 236 700 Horário: 2ª, 3ª e 5ª feiras - 10H-19H 4ª feira - 10h-15h, 6ª feira - 10H-18H Email: gau.funchal@abraco.pt


ARTIGOS

Testes rápidos ao VIH que apresenta uma situação hipotética e não uma oferta real. Contudo, se todas estas pessoas realizassem o teste de despistagem do VIH, as clínicas veriam um aumento de 12% de aceitação de realização deste teste, entre o grupo considerado em “alto risco”. Aos que não realizaram a despistagem foi igualmente perguntada a razão pela qual tinham negado. Tanto num grupo como no outro, as explicações mais frequentes foram “Eu acho que o meu risco é pequeno” e “Eu tive um resultado negativo nos últimos 12 meses”. Contudo, foram encontradas explicações no grupo em alto risco que não ocorreram no grupo considerado em baixo risco, 22% disseram que estavam “com demasiado medo do resultado” e 10% afirmaram “não quero saber se estou infectado pelo VIH”, enquanto apenas 2% e 4% das pessoas em baixo risco deram estas respostas.

uso dos testes rápidos nos grupos considerados em alto risco é eficaz em termos de custos e contribuirá para a redução dos casos não diagnosticados de infecção. Recomendam que estes testes “deveriam estar disponíveis por rotina em todas as consultas de saúde sexual”. Referência Forsyth S et al. Would offering rapid point-of-care testing or non-invasive methods improve uptake of HIV testing among high-risk genitourinary medicine clinic attendees? A patient perspective. International Journal of STD & AIDS 19: 550-552, 2008. Fonte: Roger Pebody, nam, 23.10.2008 www.aidsmap.com

Para além disso, enquanto 15% das pessoas em alto risco responderam que não faziam o teste porque “só posso obter o resultado daqui a uma semana”, este foi o caso apenas de 1% das pessoas em baixo risco que não fizeram o teste. Para concluir, os autores assinalam que os teste rápidos são mais baratos que os convencionais, o que compensa o número adicional de técnicos necessário para realizar o teste e explicar as suas limitações. Os investigadores acreditam que o

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SUGESTÃO LITERÁRIA

Sugestão Literária

AMA A Multidisciplinary Approach to Dealing with AIDS

TRATAMIENTO DE LA INFECCIÓN POR VIH-SIDA FÁRMACOS Y COMBINACIONES

Fundación “la Caixa”

Josep Maria Guardiola & Vicenç Soriano

ISBN 84-7664-802-2

ISBN 84-95035-11-1

A Balada do Yuppie Louco Edson Athayde ISBN 972-46-0805-0

DROGA para que se saiba

I will survive

Luís D. Patrício

“A história de 3 crianças infectadas pelo VIH, as suas famílias e o estigma que que enfrentaram”

ISBN 972-661-171-7

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The Thai Red Cross AIDS Research Centre ISBN 1-871364-16-7

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GAIA

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MADEIRA

PROJECTO ABC SER CRIANÇA Cristina Gouveia, Noémia Amaro, Marta Bettencourt, Verónica Jesus, Teresa Silva, Elisabete Gouveia & Margarida Rodrigues Mónica Santos (Admin.) Rua de Santa Maria, 111 9060-291 FUNCHAL Tel: (+351) 291 236 700 - Fax: (+351) 291 235 800 2ª a 5ª feira - 9h30-19h, 6ª feira - 9h30-18h Email: delegacao.funchal@abraco.pt GABINETE DE APOIO AO UTENTE Ana Medeiros & Elisabete Gouveia 2ª, 3ª e 5ª feira -10h-19h, 4ª feira -10h-15h, 6ª feira -10h-18h Email: gau.funchal@abraco.pt

LINHA SIDA Tel.: 800266666 (10h-20h, excepto Domingos) *Chamada gratuita, anónima e confidencial LINHA DE APOIO E INFORMAÇÃO SOBRE HOMOSSEXUALIDADE ILGA PORTUGAL Sexta-feira, 21h-24h Tel.: 21 8876116 juliopires@netcabo.pt Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGayTransfobia EC Arroios, 1009-001 LISBOA http://www.panterasrosa.com Email (Lisboa): panteras.lisboa@gmail.com Email (Porto): panterasporto@gmail.com CAD AVEIRO Centro de Saúde de Aveiro Pr. Rainha D. Leonor 3810 AVEIRO 2ª a 6ª feiras, 14h-17h Tel.: 234 378650 ext. 186 CAD CASTELO BRANCO R. Amato Lusitano, nº 25 6000-150 CASTELO BRANCO 2ª Feira, 14h-19h 3ª, 4ª e 6ª feiras, 9h-13h e 14h-19h Tel.: 272 324 973 CAD COIMBRA Av. Bissaia Barreto – Edificio BCG 3000 – 076 Coimbra 2ª a 4ª feiras, 13h-17h30 3ª, 5ª e 6ª feiras das 9h à 13h Tel.: 239 487400 PROJECTO STOP SIDA CENTRO LAURA AYRES R. Padre António Vieira, nº 12 3000 Coimbra Teste anónimos e gratuitos: 17h-20h30 Aconselhamento e encaminhamento: 21h-23h30 Tel.: 239 828711 CAD PORTO R. da Constituição, nº 1656 4250–169 Porto 2ª feira, 14h-22h 3ª, 4ª e 5ª feiras, 8h30-20h 6ª Feira, das 8h30 às 14h Tel.: 228 317 518 CRAF - CENTRO RASTREIO ANÓNIMO DE FARO Rua Brites de Almeida, nº 6, 3º esqº 8000-234 FARO 2ª Feira, 14h-19h 3ª e 5ª feiras, 9h-12h e 14h-17h30 4ª e 6ª feiras, das 9h às 17h30 Tel.: 289 812 528 e 289 805 363 CAD LEIRIA Laboratório de Saúde Pública – Centro de Saúde Gorjão Henriques R. General Norton de Matos 2410–272 LEIRIA 2ª e 4ª feiras, 14h-17h 3ª e 5ª feiras, 9h-13h Tel.: 244816483 Fax.: 244816486 CAD LISBOA Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso Av. Dr. Mário Moutinho (ao Restelo) 1400–136 LISBOA Tel.: 21 3031427 Fax.: 21 3016980 CRA - Centro de Rastreio Anónimo de Infecção VIH Centro de Saúde da Lapa R. de São Ciro, nº 36, 1200–381 LISBOA Tel.: 21 3930151


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