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IPO: O QUE ESPERAR PARA 2022
Felipe Moura, head de Renda Variável na InvestSmart, destaca
A Bolsa de Valores fechou o ano de 2021 com 52 ofertas de IPO, que gerou a captação de mais de 54 bilhões de reais. Empresas como a Raízen, CSN Mineração, Caixa Seguridade, Smartfit e Multilaser foram os destaques do ano, captando bilhões de reais cada uma. Foi um ano histórico para essas companhias brasileiras, que se beneficiaram com a conjuntura econômica favorável, com juros muito baixos, entre 2 e 3%, e inflação controlada.
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No entanto, em 2022, esse cenário não deve se repetir, pois a expectativa é de que haja uma diminuição na quantidade de empresas que abrirão capital. A projeção para o final deste ano, segundo o Boletim Focus, é de juros na casa dos 5% e Selic a 11,75%. Isso significa um risco retorno da Bolsa menos atrativo, já que todo processo de IPO busca condições para alcançar o máximo de valorização possível.
Como alternativa, essas companhias podem captar recursos através de outros mecanismos do mercado financeiro, como ativos de Renda Fixa que ficam mais interessantes com juros e inflação mais altos. Dentro de 1 ou 2 anos, elas podem retomar o processo quando houver um cenário macroeconômico mais favorável para se expor na Bolsa.
Outro ponto é o nosso cenário interno, que promete muita volatilidade por conta das eleições presidenciais. Dependendo do tipo de empresa, se for mais dependente de uma medida governamental, é provável que elas posterguem essa decisão, aguardando os desdobramentos das eleições. Se houver uma janela de liquidez, ou seja, quando está entrando dinheiro no mercado através de investidores estrangeiros e institucionais, aí vale a pena antecipar. É importante ter certeza que o mercado está disposto a comprar a oferta.
Em relação às ofertas de IPOs, existem algumas empresas que devem dar continuidade, como a CSN Cimentos, uma das empresas da Companhia Siderúrgica Nacional, e a Madero, rede de restaurantes famosa no país. No ramo de tecnologia, temos a Trocafone, conhecida no ramo de telecomunicações, a ISH Tech e a Invest Tech. No setor têxtil, tem a Lupo, no setor de energia, a Comerc Participações. Também há outras empresas como a Vix Logística, a JFL Holding. O lado bom é que temos uma variedade de setores. A Monte Rodovias, que era bastante aguardada pelo mercado, desistiu de abrir capital já agora no início de 2022. Outras empresas como a Ammo Varejo, Dori Alimentos, Environmental ESG e Vero Internet, também confirmaram a desistência. Agora é preciso aguardar para ver se o cenário macro permite que elas sigam adiante e a gente tenha um ano com um volume bom de estreias. De qualquer forma, não é esperado que o número de IPOs seja superior ao de 2021. Mas fica a expectativa de que novas ofertas possam dar aos acionistas a oportunidade de adquirir uma boa empresa por um bom preço.