introdução Rui Marques
Vão encontrar, nas páginas que se seguem a esta introdução, uma reflexão profunda sobre as cinco dimensões do método Ubuntu, expressa através de uma comunicação ágil e compreensível. Esta obra representa um passo essencial na consolidação e fundamentação conceptual desse método, dando-lhe um outro alcance e uma profundidade maior. Regressando à origem etimológica da palavra “método” encontramos no grego a referência a “seguir um caminho”, com a intencionalidade de chegar a um fim. A intencionalidade e a estruturação, através de etapas que incluem a experimentação, o aperfeiçoamento e a consolidação, são dimensões essenciais ao desenvolvimento de um método. Nalguns casos, o trabalho prévio de desenho dos conteúdos, e dos processos pedagógicos nele integrados, é muito fino e detalhado. Noutros, é tão só um esboço que se vai consolidando através da aprendizagem no terreno. Foi esta segunda via que o método Ubuntu percorreu. Embora esse caminho possa parecer, à primeira vista, pouco rigoroso, porque pouco pré-definido, revelou-se de uma riqueza enorme, ao abrir-se à aprendizagem experiencial, e beneficiou, desde os primeiros passos, das dinâmicas de co-construção entre equipas de formação, participantes e avaliadores. Com efeito, o esboço inicial da Academia de Líderes Ubuntu, em 2010, não tinha ainda formalizado o que aqui chamamos “pilares”, no sentido de elementos de sustentação, em cima dos quais se constrói todo um “edifício”. Só o caminho os foi revelando em plenitude. Os pilares não são, por si só, o edifício, mas permitem acomodar e sustentar tudo o mais, desde as paredes mestras aos elementos de decoração que embelezam o resultado final. São os pilares que aguentam de pé a construção e constituem a etapa vital que se segue ao trabalho sobre o terreno de implantação. Poderemos dizer que a força dos pilares determina a dimensão da construção e 17