Maturidade

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Ingredientes para a

maturidade Cerqueira César Igreja presbiteriana independente

Células

Escola de Capacitação Ministerial

Multiplique

Presbitério de Botucatu

Roteiro para as Células Outubro 2017 Novembro e Dezembro/2014

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Estação Discipular

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ENCONTRO DA CÉLULA 1º Momento - Encontro (15 minutos) - É o momento para criar um ambiente informal. Deve concentrar todos os participantes em um assunto central. O foco é as pessoas. Comece perguntando como foi a semana. Termine com uma oração. 2º Momento - Exaltação (15 minutos) - Louvor e adoração - O foco agora é no Senhor. Escolha cânticos fáceis, se possível, providencie folhas com os cânticos impressos.

Desafios Já que aprendemos que a adoração independe do lugar onde você estiver, baseia-se em um relacionamento pessoal com Deus e deve ser uma expressão de algo que está no coração, então: 1. Em um culto público, dedique-se à adoração como um dos propósitos de sua vida; 2. Separe 30 minutos do seu para dia para ter um momento a sós com Deus. Nesse tempo, ore, adore a Deus através uma música e leia uma porção das Escrituras; 3. Tenha em mente que a adoração é um estilo de vida. Então, viva adorando!

3º Momento - Edificação (20 minutos) - O foco é para as necessidades das pessoas. Nas células o alvo é colocar em prática as verdades bíblicas. Você líder deve ser um facilitador. Estimule a participação das pessoas. Obs.: Procure utilizar uma versão da bíblia de fácil compreensão: Sugerimos a NVI ou a NTLH. 4º Momento - Compartilhamento (10 minutos) - O foco volta para as pessoas. É o momento para testemunhos, bênçãos recebidas ou para compartilhar problemas que estejam enfrentando ou ainda pedidos específicos.

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integral: corpo, alma e espírito. Portanto, aqueles que, por outro lado, dizem estar prestando uma adoração a Deus apenas no coração, não expressando isso com o corpo, também não estão no ponto que Deus quer. A Bíblia também nos incentiva a adorar a Deus com os lábios (Hebreus 13.15; Salmo 63.5), com instrumentos musicais (Salmo 150.3-5), com cânticos (Salmo 149.3; Salmo 47.6,7), com danças (Salmo 149.3; 150.4), com as mãos erguidas (Salmo 63.4; 134.2), com palmas (Salmo 47.1), com gritos de júbilo (Salmo 47.5), etc. Além disso, como está escrito na introdução desta lição, a palavra grega para adoração significa prostrar-se aos pés de alguém e beijá-los, uma atitude física. 1. A adoração que você oferece a Deus nos cultos da igreja, na célula ou em seu momento a sós com Deus tem sido em espírito e em verdade, ou tem sido um ritual vazio e hipócrita? 2. Você tem expressado a Deus a adoração que está em seu coração através de atitudes externas, ou seu culto tem sido apenas algo interno? Conclusão Jesus ensinou à samaritana e nos ensina hoje que o Pai está à procura de verdadeiros adoradores. Por isso, é urgente começarmos a praticar suas palavras registradas em João 4.20-24 o quanto antes. Para isso, entretanto, é necessário abandonarmos alguns conceitos antigos e errôneos, e sairmos da nossa zona de conforto e de uma posição cômoda. Na próxima oportunidade que você tiver de adorar a Deus, lembre-se dos três princípios ensinados nesta lição e procure aplicá-los. Será um importante passo rumo ao que Deus quer de você como adorador.

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1ª Semana: De 25 a 29 de Setembro JEJUM Introdução Na lição de hoje, veremos como podemos praticar o jejum bíblico. O principal objetivo desta série de lições é que os freqüentadores das células da IPICC comecem a praticar com regularidade e orientação as disciplinas espirituais abordadas. Não se limite, então, a simplesmente ensinar o conteúdo da lição, mas elabore desafios que incentivem a prática do que será ministrado, de modo a se tornar um hábito Desenvolvimento 1. O que é? Originalmente, jejum é um ato voluntário de abstinência total ou parcial de alimentos durante um período limitado de tempo. Posto isso, podemos fazer as seguintes afirmações quanto ao jejum: • Jejum não é dieta para perda de peso, greve de fome ou um meio de se barganhar com Deus; • Apesar de, originalmente, se referir à abstinência de alimentos, o jejum também pode ser feito tendo em vista outras abstinências. Em 1Coríntios 7.5, por exemplo, há uma referência à abstinência temporária de relações sexuais por parte de um casal para se dedicarem à oração; • O jejum, geralmente, está associado à oração. No exemplo citado logo acima, o casal se abstém temporariamente de relações sexuais para se dedicar à oração. Outros exemplos estão em Esdras 8.23, Neemias 1.4, Salmo 35.13, Daniel 9.3 e Lucas 5.33. Ao jejuar, uma pessoa se abstém de uma prática rotineira para investir o tempo que seria gasto com essa prática em oração; • Comumente, o jejum é feito tendo em vista um motivo ou um propósito. A Bíblia nos apresenta alguns exemplos de motivos

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e propósitos por que se fizeram jejuns: em sinal de arrependimento (Neemias 9.1-3); para obter maior autoridade e poder espiritual (Mateus 17.19-21); por uma grande necessidade (2Crônicas 20.14); para ouvir a voz de Deus e tomar uma decisão importante (Atos 13.1-3); por ocasião de uma dedicação solene (Atos 14.23). 2. COMO FAZER? • O jejum pode ser feito de maneira total ou parcial. No jejum total, abstém-se totalmente do comer e do beber (inclusive de água) durante determinado período de tempo. No jejum parcial, abstém-se parcialmente do comer e o do beber, o que pode ser feito de várias maneiras, como, por exemplo, alimentar-se apenas de verduras, vegetais e frutas, ou apenas de pão e água, ou não comer carne, durante determinado período de tempo; • Quanto ao período de tempo, o jejum pode ser feito de diversas formas: abster-se de uma ou mais refeições de um dia (Daniel 6.18); durante um dia (1Samuel 7.5,6); durante três dias (Atos 9.8,9); durante sete dias (1Samuel 31.11-13); durante três semanas (Daniel 10.1-3); durante quarenta dias (Êxodo 34.28); etc. Ainda quanto ao período de tempo, há a possibilidade de se ter dias e períodos fixos de jejum. Os fariseus, por exemplo, assim como os cristãos primitivos em geral, tinham o costume de jejuar duas vezes por semana; toda segunda e quinta, no caso dos fariseus, e toda segunda e quarta no caso dos cristãos primitivos (Lucas 18.11,12); • O jejum pode ser feito pessoal ou coletivamente (Lucas 2.36,37; Juízes 20.26). 3. QUAIS OS BENEFÍCIOS? • Em uma realidade em que as pessoas têm suas agendas constantemente com muitos compromissos, o jejum pode gerar tempo para nos dedicarmos ao Senhor; • Confere maior autoridade e poder espiritual. Em Mateus 17.19-21, Jesus disse que há certas espécies de demônios que, por serem muito poderosas, só saem com oração e jejum. Com

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a conhecer a sua intimidade. Somente assim poderemos adorá-lo verdadeiramente. 1. O conhecimento de Deus se dá, por exemplo, através da leitura da Bíblia, da oração e de momentos de louvor e adoração. Quanto tempo do seu dia você tem dedicado a isso? 2. Sua vida cristã tem se baseado em uma religiosidade vazia ou em um relacionamento com Deus? 3. RITUALISMO E HIPOCRISIA X ESPIRITUALIDADE E VERDADE Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (vv.23,24). O terceiro contraponto estabelecido por Jesus está intimamente ligado a um atributo de Deus. Ele afirma que Deus é espírito, ou seja, um ser imaterial, desprovido de corpo físico. Por isso, a adoração a Ele deve ser em espírito e em verdade. O homem, além de um corpo físico, possui também uma parte imaterial, composta de alma e espírito, também chamada de homem interior. Desse ponto (do espírito) é que nasce a verdadeira adoração. Ela não é apenas um ritual externo. Se assim fosse, seria um ato vazio e hipócrita, sem a verdade que o Pai requer. Em Marcos 7.6,7, Jesus confronta os fariseus e escribas por estarem preocupados apenas com o exterior. Ele lhes diz: “Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”. A adoração que Deus procura não é um ritual de músicas, gestos e danças simplesmente. Ele busca um culto que brote do coração e que seja, assim, verdadeiro e sincero. O ritual, entretanto, não deve ser desprezado. O problema está no ritualismo. A questão é que nossas atitudes externas (cantar músicas, levantar as mãos, dançar, etc) devem ser motivadas por algo que está acontecendo internamente. O culto a Deus deve ser

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“Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2Coríntios 6.16). Sendo nós templos do Deus vivente, qualquer local em que estivermos é um lugar de adoração ao Pai. Não dependemos, portanto, do edifício da igreja ou de qualquer outra construção para adorá-lo. 1. Sua adoração a Deus tem extrapolado os limites dos cultos que acontecem na igreja e tem invadido sua casa, local de trabalho e escola? 2. Você tem consciência de que, sendo templo do Espírito Santo, você é um depósito do Deus vivente e que todas as suas atitudes podem ou não expressar adoração a Deus? 2. RELIGIOSIDADE X INTIMIDADE Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus (v.22). O segundo contraponto fala sobre conhecer ou não o objeto da adoração. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o verbo conhecer não faz referência apenas a uma atividade intelectual de pesquisa e obtenção de informações. Ele também se refere à experiência de conhecer uma pessoa intimamente através de um relacionamento. Um bom exemplo disso é o texto de Gênesis 4.1, que diz: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu”. Outras versões traduzem “conheceu” por “coabitou” e “teve relações”. Esse versículo, através do verbo conhecer, nos informa que Adão teve relações sexuais com sua mulher, talvez o momento de maior intimidade de um casal. É sobre esse conhecimento relacional e experiencial que Jesus está falando com a samaritana em João 4.22. Ao afirmar que os samaritanos adoravam o que não conheciam, Ele admite a possibilidade de existir uma adoração desvinculada de uma intimidade com o Deus a quem se adora. Essa, com certeza, não é uma adoração verdadeira e que o Pai deseje. Uma adoração assim, não passa de uma religiosidade vazia. O desejo do Pai é que nos relacionemos com Ele de modo

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isso, ele deu a entender que a oração feita em jejum tem maior autoridade e poder espiritual; • Gera domínio próprio, uma das facetas do fruto do Espírito (Gálatas 5.22,23). O domínio próprio pode ser assim conceituado: capacidade de não se fazer o que se deseja e de se fazer o que não se deseja. Ao ficar sem se alimentar durante um período, certamente uma pessoa sentirá o desejo de comer e beber. Porém, tendo em vista o jejum, ela dominará esse desejo, não o saciando. Esse domínio aprendido poderá ser aplicado aos desejos pelo pecado. Quando eles surgirem, a pessoa poderá ser capaz de dominá-los e, assim, não pecar. Conclusão Como foi dito na introdução, o principal objetivo desta lição é fazer com que as pessoas da célula comecem a jejuar com regularidade e orientação. Certamente, na maioria dos casos, serão necessárias mudanças nos hábitos, o que exigirá disciplina, tempo e persistência. A partir do que foi ministrado nesta lição, faça um desafio de jejum à sua célula. Ao fazer o desafio, dê as seguintes orientações às pessoas: • Defina de que você se absterá durante o jejum; • Estabeleça o dia e a hora em que irá começar e terminar o jejum; • Decida qual o motivo e o propósito por que você fará o jejum. Na próxima semana não teremos encontro das células. Entre os dias 2 e 6 teremos a Semana de Oração com as células, das 19h30 às 20h, será no novo templo. Os encontros das células serão nesse local. E no dia 7, sábado, às 19h30 teremos o culto de consagração. Envolva sua célula e participe conosco!

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2ª Semana: De 9 a 13 de Outubro ESTUDO Introdução Na lição de hoje, veremos como podemos alcançar a maturidade do estudo da Bíblia. Lembre-se de que o principal objetivo das lições desta série é que os freqüentadores das células comecem a praticar com regularidade e orientação as disciplinas espirituais abordadas. Não se limite, então, a simplesmente ensinar o conteúdo da lição, mas elabore desafios que incentivem a prática do que será ensinado, de modo a se tornar um hábito. Desenvolvimento 1. O QUE É? Antes de respondermos à pergunta “como estudar a Bíblia?”, vamos responder a outra: “o que é a Bíblia?”. A Bíblia também é chamada de Palavra de Deus. Por quê? Primeiramente, porque ela contém revelações dadas por Deus aos seres humanos. Deus ordenou a alguns homens registrassem algumas das revelações dadas por ele. Um exemplo disso está em Jeremias 36.2. Em segundo lugar, porque Deus é o verdadeiro autor da Bíblia. Em 2Timóteo 3.16, está escrito que a Bíblia foi inspirada por Deus. Isso quer dizer que Deus inspirou os autores humanos a escrever o que escreveram. A partir desses dois pontos, podemos concluir que a Bíblia é um livro que tem sua origem em Deus. Posto isso, segundo Elben Lens César, no livro Práticas Devocionais, a prática da leitura da Palavra de Deus é a arte de procurar o Senhor nas páginas das Sagradas Escrituras até achar, a arte de enxergar a riqueza toda que está atrás da mera letra, de ouvir a voz de Deus, de relacionar texto com texto e de sugar todo o leite contido na Palavra revelada e escrita, tanto nas passagens mais claras como nas passagens aparentemente menos atraentes, através de uma leitura responsável e do auxílio do Espírito Santo. A partir disso, podemos afirmar o seguinte quanto ao estudo

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Adorar, no Novo Testamento em português, na maioria das vezes, é a tradução do verbo grego proskuneo. Esse verbo tem o significado de prostrar-se aos pés de alguém e beijá-los, demonstrando humildade e submissão. Ele aparece sete vezes neste diálogo entre Jesus e a samaritana. Nesse encontro, o mestre estabelece três contrapontos, afirmando a partir deles características da verdadeira adoração. 1. LOCAL SAGRADO X QUALQUER LOCAL Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai (vv.20,21). O primeiro contraponto feito por Jesus refere-se ao local onde a adoração deveria acontecer. Na época, havia um disputa entre judeus e samaritanos sobre qual era o lugar autorizado de culto a Deus. Os judeus afirmavam ser Jerusalém, cidade escolhida por Davi para ser a sede do governo e da religião de Israel (cf. 2Samuel 5-7), enquanto os samaritanos diziam ser o monte Gerizim (o monte da benção, cf. Deuteronômio 11.29; 27.12), onde eles haviam instalado um templo rival e um culto alheio ao de Jerusalém. Jesus vai além daquela controvérsia e ensina que estava chegando um tempo (a nova aliança) em que a adoração ao Pai não seria nem em Jerusalém, nem em Gerizim. Ela seria independente de um local sagrado, de um templo e de sacrifícios e ofertas, sendo realizável onde quer que o adorador estivesse. A morte de Cristo na cruz foi um sacrifício perfeito e definitivo a Deus para o perdão dos pecados, anulando, assim, o sistema sacrificial da lei de Moisés e a necessidade de um templo (cf. Hebreus 9.23-10.18). Na nova aliança, cada crente em Jesus Cristo é um santuário no qual Deus, pelo seu Espírito, habita. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Coríntios 3.16). “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Coríntios 6.19).

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4ª Semana: De 23 a 27 de OUTUBRO ADORAÇÃO Introdução Fomos criados para a adoração de Deus. Esse é um dos propósitos da vida. Isso significa que só viveremos plenamente e com satisfação se estivermos diante dEle em adoração. A queda (Gênesis 3), entretanto, interferiu no relacionamento do ser humano com o seu Criador. Antes do pecado, eles se encontravam diariamente no Jardim do Éden para momentos de rica comunhão. Após a desobediência, ao perceberem a aproximação de Deus, “que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia” (Gênesis 3.8), Adão e sua mulher se esconderam entre as árvores. Estavam rompidos os laços relacionais entre a criatura e o Criador. A partir de então, o homem passou a direcionar o seu impulso adorador para outras direções. Os cultos a si mesmo, a outras pessoas e a outros deuses logo começaram a tomar o lugar da devoção ao único e verdadeiro Deus. O ser humano criou religiões, ritos e ensinamentos que lhe possibilitassem expressar sua vocação adoradora. Em Jesus Cristo encontra-se o ápice do plano divino para resgatar a humanidade para si e restaurar o relacionamento que foi rompido. Ele é o mediador entre Deus e os homens (cf. 1Timóteo 2.5). Através dEle, o homem, regenerado em seu espírito e justificado pela fé, pode ter novamente comunhão com o seu Criador e adorá-Lo, direcionando corretamente, assim, o seu impulso adorador. Em certa ocasião, quando passava por Samaria, indo da Judéia para a Galiléia, Jesus encontrou-se com uma mulher samaritana à beira de um poço. Após algum tempo de conversa, Ele começou a ensiná-la sobre a verdadeira adoração, confrontando-a em sua experiência religiosa. É sobre isso a ministração da célula de hoje. Desenvolvimento Texto-base: João 4.20-24

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da Bíblia: • O objetivo do estudo bíblico não é a mera obtenção de informações. Devemos estudar a Bíblia com a intenção de conhecer o caráter e a vontade de Deus, de modo a construirmos um relacionamento correto e íntimo com ele; • Ao estudar a Bíblia, devemos buscar ouvir a voz de Deus. A Bíblia não é um mero registro do que Deus falou e fez. Ela é um livro vivo (cf. Hb 4.12), ou seja, Deus fala e age através dela no presente; • Apesar de ser a Palavra de Deus, a Bíblia é um livro como qualquer outro. Isso quer dizer que, para termos um correto acesso ao seu conteúdo, devemos lê-la a partir de boas regras de compreensão e interpretação de textos; • Sendo a Bíblia a Palavra de Deus, não podemos ter acesso ao seu conteúdo divino sem a ação do Espírito Santo, o qual ilumina o estudo que dela fazemos, revelando-nos a mensagem de Deus que ali está. 2. COMO FAZER? Como estudar a Bíblia? O processo de estudo da Bíblia pode ser comparado ao de alimentação. Três, então, podem ser as suas etapas: • INGESTÃO: Ingestão é o ato de se comer um alimento. No que se refere à Bíblia, diz respeito ao ato de se ler o texto, apropriando-se de seu conteúdo. Assim como comer depressa é algo que não faz bem, já que não se mastiga direito o alimento, ler a Bíblia com pressa também não é algo bom. Deve-se ler a Bíblia com calma e atenção, observando-se os detalhes do texto. Outra coisa: assim como comer muito pode não fazer bem, por causar indigestão, ler muitos textos da Bíblia de uma vez pode não ser bom, por não se conseguir captar todo o conteúdo lido. A preocupação deve estar com a qualidade da leitura e não com a quantidade; • DIGESTÃO: Digestão é o processo através do qual o organismo quebra/decompõe o alimento ingerido, de modo a proporcionar a sua absorção. No que se refere à Bíblia, diz respeito

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ao ato de se meditar sobre o que texto lido, refletindo-se sobre a sua mensagem. Em Josué 1.8, Deus ordena a Josué meditar nas palavras do Livro da Lei de dia e de noite. Assim como no caso da digestão, quanto mais meditarmos na mensagem do texto bíblico, melhor será a sua absorção e, conseqüentemente, maior será o seu impacto sobre nós; • ABSORÇÃO: Absorção é o processo através do qual o organismo se apropria do alimento ingerido e digerido. No que se refere à Bíblia, diz respeito à assimilação do texto bíblico no coração, o que provoca um impacto transformador no leitor. Em Isaías 55.10-11, está escrito que a Palavra de Deus não voltará para ele vazia, mas realizará o seu desejo, atingindo o propósito para o qual foi enviada. Assim como no caso da alimentação, quanto mais absorvermos a Palavra de Deus, mais impactados seremos e mais nutridos e fortalecidos estaremos para vivermos conforme a vontade dele. Posto isso, gostaríamos de sugerir um método de leitura da Bíblia passo a passo: • Ore a Deus, pedindo ao Espírito Santo para te orientar e iluminar o estudo que você fará; • Escolha um texto não muito grande, que tenha sentido completo, ou seja, início, meio e fim (os subtítulos em negrito presentes nos textos das Bíblia atuais podem ajudar nisso). De preferência, escolha um livro e leia-o do início ao fim; • Leia o texto três vezes, se possível em duas versões (Almeida Revista e Atualizada e Nova Versão Internacional, NVI, por exemplo); • Sublinhe o que você achar interessante e faça anotações à parte sobre isso; • Procure pela principal mensagem do texto ao seu coração e registre-a; • Busque as aplicações da mensagem encontrada à sua vida e registre-as.

4. Dê orientação espiritual e pessoal para seu filho quanto ao consumo. Não se sinta mal quando não lhe der o melhor, especialmente aquilo que você não teve em sua infância; 5. Aproveite bem os itens de consumo pessoal, sem desperdício; 6. Aproveite as sobras de refeições ao invés de jogá-las fora; 7. Seja generoso, mas não esbanje nos gastos com outras pessoas.

3. QUAIS OS BENEFÍCIOS? Quais são os benefícios do estudo da Bíblia? A própria nos

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uma necessidade evidente. Ao invés de satisfação, o consumismo nos leva a adquirir mais e mais, o que a Bíblia Sagrada chama de ganância. Quanto a isso, Paulo escreveu aos Colossenses: “Façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria” (Colossenses 3.5). Por que a ganância é chamada de idolatria? Porque faz com que as coisas tomem o lugar de Deus em nossas vidas. Pergunte aos presentes: 6. Você é uma vítima do consumismo dos nossos dias? Quais são as evidências de sua resposta? 7. Em sua opinião, por que as pessoas se entregam ao consumismo? A mídia em geral apregoa que a felicidade é encontrada no consumo de bens e serviços. As propagandas nos dizem isso de diversas maneiras. Quando comprarmos o produto “x”, tivermos a experiência “y”, seremos felizes. Isso é um dos impulsos do consumismo. Essa felicidade, entretanto, dura apenas o tempo necessário para se abrir a embalagem do que compramos, e é aniquilada quando recebemos a fatura do cartão de crédito. É ilusória e passageira. O ser humano não encontra sentido para sua vida nas compras que faz. A felicidade não pode ser comprada! Ela está em Jesus! Ele disse: “Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa” (João 15.11). Conclusão Para concluir, seguem alguns conselhos práticos para se ter uma vida simples. Tais sugestões ajudarão você a controlar suas finanças ao invés de ser controlado por elas: 1. Dê preferência à vida espiritual em vez da material; 2. Não valorize seu conforto pessoal, o que exigiria alimentos caros, roupas finas, aparelhos diversos, etc; 3. Trate depressão e desânimo com oração e não com um “banho de loja”;

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apresenta os seguintes: • Josué 1.8: “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bemsucedido”. A leitura da Bíblia nos leva a conhecer a vontade de Deus. Quando essa vontade é obedecida, o resultado é uma vida bem-sucedida para aquele que obedece; • 2Timóteo 3.16,17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”. A leitura da Bíblia nos leva a ser ensinados, repreendidos, corrigidos e instruídos segundo a vontade de Deus, de modo a sermos capazes de fazer o que ele quer; • Salmo 119.9: “Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra”. A leitura da Bíblia nos leva a ter uma conduta pura; • Hebreus 4.12: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração”. A leitura da Bíblia nos leva a conhecer os nossos pensamentos e intenções, ou seja, quem verdadeiramente somos; • Salmo 119.98-100: “Os teus mandamentos me tornam mais sábio que os meus inimigos, porquanto estão sempre comigo. Tenho mais discernimento do que todos os meus mestres, pois medito nos teus testemunhos. Tenho mais entendimento que os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos”. A leitura da Bíblia nos dá sabedoria; • Salmo 119.105: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho”. A leitura da Bíblia provê orientação e direção para nossas vidas;

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3ª Semana: De 16 a 20 de OUTUBRO SIMPLICIDADE Introdução Dando seqüência à série “Ingredientes para a Maturidade”, na lição de hoje, ministraremos sobre um tema pouco abordado. Trata-se da simplicidade. Introduza a lição, perguntando aos presentes: 1. Em sua opinião, o que é simplicidade? 2. Tendo em vista o seu conceito de simplicidade, você se considera uma pessoa simples? 3. Qual é para você um grande exemplo de pessoa simples? Desenvolvimento Jesus era uma pessoa simples e que ensinava a simplicidade. Com poucos recursos financeiros e posses, era um homem contente e feliz. Ele disse: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mateus 8.20). Além disso, deu a seguinte orientação a seus discípulos: Vocês receberam de graça; dêem também de graça. Não levem nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; não levem nenhum saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento” (Mateus 10.8-10). Certamente, Jesus não era contra se ter uma casa, dinheiro e outros bens materiais. Entretanto, ele manifestou e ensinou simplicidade em relação a essas coisas. Ele perguntou, certa vez, à multidão e aos seus discípulos: “Pois, que adianta aos homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8.36). Com isso, ele não quis dizer que ser simples é não ter nada, mas, sim, que a simplicidade está em se valorizar corretamente as coisas. Os primeiros cristãos também eram pessoas simples. Paulo escreveu aos Filipenses: “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância” (Filipenses 4.11). Ele também escreveu aos coríntios, a respeito das igrejas da Macedônia: “Agora, irmãos, queremos

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que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade” (2Coríntios 8.1-2). Pergunte aos presentes: 4. Como o conceito de simplicidade está presente nos dois textos bíblicos citados? De acordo com o apóstolo Paulo, nos dois textos bíblicos citados, ser simples é saber adaptar-se a toda e qualquer circunstância, ou seja, saber viver bem com muitos ou poucos recursos, e manifestar alegria e generosidade mesmo em meio à escassez. Sobre a simplicidade, o autor de Hebreus escreveu, em 13.5: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentemse com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’”. Paulo ainda escreveu a Timóteo, em alerta: “De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com o que vestirnos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em grande tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaramse da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1Timóteo 6.6-10). Pergunte aos presentes: 5. De acordo com os textos de Hebreus e 1Timóteo citados, qual é a base principal para se ter uma vida simples? Segundo a Bíblia Sagrada, o fundamento para uma vida simples é o contentamento, o qual se manifesta quando estamos satisfeitos com o que temos, mesmo que seja pouco. É pouco, mas suficiente. Isso vai na contramão do consumismo dos nossos dias, o qual nos incentiva a comprar e ter mesmo que não tenhamos

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