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APRESENTAÇÃO
O presente trabalho tem como objeto de estudo o projeto de uma Moradia Estudantil para a Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, onde a cidade conta com uma Região Metropolitana que abriga 34 municípios e de acordo com o Censo do IBGE (2010) tem uma população de 604.682 habitantes e estima-se que em 2020 a população passe a ser de 711.825 habitantes. Com a implantação de várias instituições de ensino superior na cidade, ela se tornou um foco para a demanda de estudantes que residem em cidades da Região Metropolitana de Ribeirão Preto e de regiões mais distantes.
Dentre as faculdades instaladas na cidade, podemos destacar a USP, que é considerada a maior faculdade pública brasileira e a universidade mais privilegiada do Brasil (Imagem 01). Com base na tabela ao lado, cerca de 6.600 alunos ingressaram no 1º semestre. De acordo com o Jornal da USP, as residências estudantis estão divididas em três partes diferentes, oferecendo ao todo 384 vagas, além de dar um auxílio-moradia para outros 1.165 alunos. Desta forma, uma grande quantidade de alunos não podem usufruir deste benefício oferecido pela instituição.
Imagem 01: Totem do Campus USP Ribeirão Preto. Fonte: Guia do Estudante.
Tabela 01: Alunos de Graduação Distribuídos por Unidades no 1º Semestre de 2019. Unidades
Total de Alunos Matriculados
EEFERP
269
EERP
564
FCFRP
430
FDRP
495
FEARP
1.341
FFCLRP
1.725
FMRP
1.376
FORP
409
Total
6.609
Processado em: 04/2020 Fonte: Sistema Júpter.
Atualmente no Brasil, diversos estudantes saem de suas casas para que possam seguir suas vidas acadêmicas, isso se dá por conta das novas políticas públicas de acesso ao ensino superior onde, o Ministério da Educação criou o Sistema de Seleção Unificada (SISU), que possibilita uma maior mobilidade geográfica dos estudantes e para que os mesmos possam ser admitidos nas instituições de ensino superior passam por uma seleção e classificação com base em suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). (DELABRIDA, 2014, p.02) Segundo o Jornal ACidade ON, Ribeirão Preto recebe uma média de 20 mil universitários, ficando conhecida como uma cidade universitária. Dentre as universidades presentes no município, a USP - RP é a
que mais se destaca. Porém como já citado no texto a demanda dela é muito elevada para a quantidade de vagas oferecidas em suas moradias estudantis, sendo evidente um déficit. De todas as 384 vagas de moradia oferecidas pela USP, mais de 70% de seus moradores vêm de famílias com uma renda de até um salário-mínimo e meio, já os outros 30% com uma renda de dois salários-mínimos. Ainda sobre os atuais moradores 50% vem de cidades com mais de 100 km de distância de Ribeirão Preto. (Jornal da USP, 2019). Portanto, a proposta para uma Habitação Estudantil na USP – RP, irá aumentar a quantidades de vagas oferecidas, diminuindo o número de desistência de alunos ao longo curso, já que os mesmos saem de diferentes partes do Brasil e em grande parte das vezes não podem contar com a colaboração da família em recursos financeiros. Por esse motivo as habitações estudantis são de suma importância para a permanência e a formação dos alunos. O objetivo geral do trabalho é desenvolver um projeto arquitetônico de uma habitação estudantil para estudantes da USP – RP. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: A. Criar espaços de integração e convívio entre os estudantes; B. Refletir a forma de integração morador/moradia; C. Buscar estratégias de flexibilidade na arquitetura; D. Utilizar sistemas construtivos, como produtos préfabricados; E. Promover uma relação de integração com o entorno. De acordo com VILELA JÚNIOR (2003), em todo o território nacional podemos contar com 115 moradias estudantis, que variam entre pequenas casas coloniais
que servem como repúblicas, como acontece em Ouro Preto até modernos conjuntos habitacionais como a Cidade Universitária de São Paulo. Essas moradias são importantes pois servem como auxílio aos estudantes vindos de outras cidades. Com o crescente aumento no número de vagas para cursos de nível superior em universidades públicas e a oferta de emprego para pessoas com diploma universitário, fez com que a população procurasse a graduação de nível superior. Porém, como já citado nos textos anteriores, nem todos conseguem cursar uma faculdade em sua cidade de origem, então grande parte dos estudantes universitários acabam saindo de suas cidades natal para ingressar a vida acadêmica em grandes centros, buscando o ensino superior gratuito. VILELA JÚNIOR (2003) menciona um programa de necessidades para habitações estudantis, onde os mesmos serão compostos por: convívio social, promovendo a necessária integração dos moradores; serviço, prevendo a estrutura para atividades domésticas; e espaços específicos, prevendo a implantação de laboratórios, estúdios e ateliês que supram a necessidade extraclasse dos moradores. Entretanto, nem sempre as moradias oferecidas aos estudantes contam com esse programa, pois em grande parte dos casos elas são alugadas e não foram projetadas para o uso destinado. Diante dessas informações, o presente trabalho foi desenvolvido a partir de levantamentos, onde foram realizadas a interpretação e compreensão dos dados obtidos, sendo uma representação da realidade nas habitações estudantis. Os dados foram obtidos a partir dos levantamentos e foram importantes para o entendimento da história da moradia, como também a falta de recursos para os estudantes. Após a análise dos dados, foi observado como o estudante e morador está se envolvendo com o ambiente,
como os espaços estão sendo utilizados pelos mesmos e que por meio desta pesquisa possam diminuir as falhas em projetos futuros destinados à habitação estudantil, garantindo uma melhor qualidade espacial e acadêmica para os moradores. Se espera que este trabalho possa contribuir com questões acadêmicas, mostrando uma maneira de se pensar em habitações coletivas, podendo auxiliar em pesquisas e debates futuros relacionados ao tema, criar discussões sobre a espacialidade das habitações estudantis, além de reconhecer como os estudantes moram e utilizam da mesma. Para alcançar os objetivos deste trabalho, definidos no item anterior a metodologia irá ser desenvolvida da seguinte forma: Objetivo A: - Buscar títulos que abordam o tema de público x privado e integração x convívio; - Pesquisar projetos de referência que fazem uma relação de integração e convívio com seus usuários; - Realizar uma análise dos projetos selecionados; - Elaborar uma análise sobre as áreas coletivas e privadas das moradias existentes no campus; - Fazer uma pesquisa de como os habitantes utilizam os espaços; - Levantamento fotográfico nas habitações fornecidas pela USP – RP; - Transformar os problemas identificados em um meio para reconhecermos como os usuários moram no ambiente. Objetivo B: - Buscar estratégias arquitetônicas em que os usuários possam interagir com a arquitetura;
- Pesquisar bibliografias que abordam o tema integração entre morador e moradia; - Pesquisar referências projetuais que mostram essa interação. Objetivo C: - Pesquisar formas de flexibilidade em materiais; - Buscar projetos de referência de edifícios habitacionais; - Realizar uma análise dos projetos selecionados. Objetivo D: - Pesquisar referências de projetos que utilizam sistemas construtivos diferenciados; - Fazer uma análise nos projetos escolhidos. - Pesquisar referências projetuais que mostram essa interação. Objetivo C: - Pesquisar formas de flexibilidade em materiais; - Buscar projetos de referência de edifícios habitacionais; - Realizar uma análise dos projetos selecionados. Objetivo D: - Pesquisar referências de projetos que utilizam sistemas construtivos diferenciados; - Fazer uma análise nos projetos escolhidos. Objetivo E: - Analisar o plano diretor da USP – RP para um melhor entendimento das áreas disponíveis no Campus para a implantação da Habitação Estudantil; - Pesquisar títulos que falam sobre habitações coletivas nas universidades; - Fazer um levantamento no local para que se possa
observar os “obstáculos” entre o local do projeto e o entorno; - Realizar uma análise com os dados levantados. O presente trabalho está organizado em sete partes: Apresentação, Moradia Estudantil, Leituras Projetuais, A Universidade de São Paulo - RP, Levantamentos, Programa e o Projeto em si. - Apresentação: Uma breve apresentação do trabalho, mostrando a problemática, os objetivos e metodologia; - Moradia Estudantil: Com uma síntese de bibliografias relacionadas ao tema; - Leituras Projetuais: Análises de projetos de moradia estudantil; - A Universidade de São Paulo - RP: Contanto um pouco sobre a história da universidade e os benefícios oferecidos por ela; - Levantamentos: Sendo constituído pela localização do terreno, leis e entorno; - Programa: Diagramas criados para a concepção do projeto; - Projeto: Apresentação da proposta de moradia estudantil para a USP-RP.
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Moradia estudantil
CASA, MORADIA OU HABITAÇÃO? Para Martucci e Basso (p. 271, 2002), a casa é como uma casca protetora, um local que divide os espaços internos e externos. Tem como função inicial servir de abrigo, onde ela deve abrigar e permitir que a pessoa sonhe. É na casa que se dá a experiência do lar (MALARD, 2002). Quanto a moradia os autores (MARTUCCI; BASSO, p.272, 2002), dizem que possui uma ligação muito mais forte aos elementos que fazem a casa funcionar, ou seja, a moradia leva em consideração os hábitos de uso da casa. A moradia então permite que o usuário tenha uma relação afetiva com ela, onde os desejos e as necessidades dos indivíduos serão dimensionados e irão formar uma dimensão simbólica para o lugar. Já a habitação é caracterizada pela relação de casa x moradia, porém não mais de uma forma única, mas sim com um sentido mais amplo, em uma urbanidade. Temos que considerar a habitação trabalhando um conceito de “habitat”, integrando o interno com o externo, ou seja, está ligada a elementos que se relacionam com a vida das pessoas e suas perspectivas sociais, políticas, econômicas, históricas, ideológicas (MARTUCCI; BASSO, p.272, 2002). De acordo com o Dicionário da Arquitetura, a Habitação Coletiva é uma habitação destinada ao uso residencial de um grupo de pessoas, usualmente não unidas por laços familiares, ligadas por interesses diversos. Coabitação sem vínculo conjugal ou de parentesco: Pouco conhecidos, e pouco expressivos demograficamente, estes grupos domésticos baseiam-se em afinidades pessoais, sejam elas profissionais, estudantis, ideológicas etc. Às vezes abrigando várias pessoas – como os squatts de Londres, New York ou Berlim, ou as comunidades antroposóficas do norte europeu – outras vezes reduzindo a dois trabalhadores compartilhando um mesmo domicílio, este tipo de coabitação engloba
ainda, com certeza, coabitação engloba ainda, com certeza, casais homossexuais e grupos de estudantes vivendo sob o mesmo teto. (TRAMONTANO, 1993, p.08)
Portanto a habitação estudantil se configura como um tipo de habitação coletiva específica, com diferente exigência das habitações familiares. O que diferencia esse tipo de moradia coletiva é o tipo de usuário, que no caso das habitações coletivas familiares, que abrigam as famílias em todas as suas composições, a habitação estudantil tem um público acadêmico, que em grande parte dos casos os estudantes possuem dificuldades financeiras, fazendo com que utilizem o apoio dessas moradias.
HISTÓRIA DAS MORADIAS ESTUDANTIS NO BRASIL De acordo com Naspolini, muitas moradias estudantis surgiram em São Paulo no ano de 1827, por conta da Faculdade de Direito de São Paulo. No Brasil, de acordo com Costa e Oliveira as moradias estudantis surgiram com o início do ciclo da mineração, na cidade de Ouro Preto por volta dos anos de 1850 e 1860, por conta da criação da Universidade Federal de Ouro Preto, onde a ocupação das casas de estudantes aconteceu pela necessidade dos alunos e professores de ficar na cidade. Foi criada em 1929, no Rio de Janeiro a Casa do Estudante que foi feita para suprir a demanda da época e foi considerada a primeira cidade universitária do Brasil e durante a posse de Getúlio Vargas, entre os anos de 1930 e 1945, foram instaladas diversas habitações universitárias pelo Brasil.
Segundo Nawate, podemos encontrar cerca de 115 casas de estudantes, que variam o tamanho e proporção, sendo desde pequenas repúblicas até grandes conjuntos habitacionais, como o CRUSP, na Cidade Universitária de São Paulo (Imagem 02).
Imagem 02: Conjunto Residencial da USP (CRUSP) Fonte: Mapio.net
OS TIPOS DE MORADIAS PARA ESTUDANTES A Casa do Estudante Universitário é uma tipologia de habitação temporária para estudantes que migram de cidades, estados e até países diferentes do lugar que nasceram. Deve oferecer acomodações adequadas, espaços de estudo, convívio social e um local que propicie um bom relacionamento entre seus moradores e com a vizinhança, estimulando o trabalho em equipe, o senso coletivo e promovendo atividades culturais. “É geralmente mantida financeiramente pelos próprios moradores, incentivando dessa forma um sentimento de responsabilidade e pertencimento ao local.” (NAWATE, 2014, p.9) Segundo a Secretaria Nacional de Casas de Estudante (SENCE), as moradias de estudantes podem ser classificadas em três tipos: alojamento estudantil, casa do estudante e república estudantil. O alojamento estudantil é caracterizado como uma residência construída no interior de uma universidade, com um vínculo ao gerenciamento administrativo. Pode ser oferecidos aos estudantes e baixa renda vindos de outras cidades, sendo parte do programa de assistência aos estudantes. A casa do estudante é um modelo individual e sem vínculos administrativos com a instituição de ensino superior e atualmente é o mais comum, porém sofre por conta da especulação imobiliária e a baixa qualidade das moradias. (SOUZA, 2005). A república estudantil é uma residência gerenciada pelos próprios moradores, o que implica em um certo grau de participação política e de exercício da “coletividade”.
Imagem 03: Moradia Estudantil Grønneviksøren Fonte: Archdaily.
RELAÇÃO DO CAMPUS COM A MORADIA Estudantil A implantação de uma instituição de ensino superior impacta diretamente no meio em que está sendo inserida, podendo ser seus efeitos positivos e negativos. Portanto quando uma instituição é implantada em uma cidade de médio porte, irá causar uma migração de estudantes de outras localidades próximas ou não, que não oferecem esse nível de educação, fazendo com que a cidade em que a universidade está instalada, se torne uma nova centralidade na região, se destacando nesse quesito em relação as outras ao seu redor. Com o aumento da população, serviços como de moradia e alimentação também irão sofrer alterações, contribuindo para que o espaço urbano fique da mesma maneira. Portanto, irá crescer a demanda de oferta de empregos em diversos setores da economia, além de
fortalecer o setor turístico, já que novas pessoas visitarão a cidade. Por outro lado temos a parte negativa, de acordo com Naves (2016, p.32), “de um lado vem o orgulho pela posse da instituição e do outro lado o gosto amargo da convivência com uma grande demanda de jovens que configuram ritmo das famílias.”, onde a população passa a ser descontente com os novos moradores, porém admiram a posição da instituição por oferecer tantos benefícios aos seus estudantes.
Imagem 04: Moradia Estudantil Grønneviksøren Fonte: Archdaily.
A RELAÇÃO DE PÚBLICO X PRIVADO Hertzberger (p.12, 2015) diz que a relação de público e privado por ser interpretada como coletivo e individual e que em um sentido mais absoluto podemos dizer que público é uma área onde todos podem acessar e a qualquer momento e a reponsabilidade é de todos, já o privado é uma área em que somente pessoas autorizadas podem acessar e de que a responsabilidade é de um pequeno grupo ou de somente uma pessoa. Com foco na relação morador x moradia, buscou-se entender como ocorre a regulação de limites e de acessos nos ambientes. Assim, considerou-se a territorialidade e a privacidade aspectos que requerem proposição arquitetônica sensível às necessidades específicas dos moradores. A tradução dos conceitos de “público” e “privado” à luz de responsabilidade diferenciadas torna mais fácil para o arquiteto decidir onde devem ser tomadas medidas para que os usuários/habitantes possam dar suas contribuições ao projeto do ambiente e onde isso é menos relevante. (HERTZBERGER, 2015, p.28)
Portanto, o arquiteto deve pensar na própria forma que o espaço oferece, as oportunidades para que os usuários/moradores possam preencher esses espaços de acordo com as suas necessidades e desejos. Segundo Hertzberger (2015, p.24) a influência de um usuário pode ser determinada de acordo com o grau de acesso, das demarcações territoriais etc. Os usuários/moradores especializam seus desejos e suas necessidades, formando seus espaços, como já mencionado nos textos anteriores. Essa espacialização faz com que possamos identificar como o edifício é visto e experimentado pelo usuário, nos mostra também as necessidades de estabelecer um interior e exterior,
possuir relação de visibilidade e de apropriação do local. Podemos ver como essas relações são feitas e como alguns elementos arquitetônicos auxiliam na interpretação do comportamento humano, onde temos como exemplo: -Relação de Interior/Exterior, que está relacionada com o estabelecimento de fronteiras, que podemos observar na territorialidade, que se manifesta através de elementos como muros, portas, soleiras etc.; -Relação de Visibilidade, que se relaciona com o controle da exposição e está relacionada com privacidade e identidade; Apropriação, que se relaciona com a dimensão de viver no espaço e está relacionada com o fenômeno da ambiência, qualidade dos espaços. Os territórios são defendidos pelos seus usuários, pois foi uma forma de que o ser humano criou para viver e conviver em sociedade. Então qualquer violação desse ambiente resulta em uma reação de defesa que varia de acordo com a importância que o local tem para o grupo.
TERRITÓRIO CORPORAL É limitado pela pele, por isso não pode ser confundido com espaço pessoal.
Imagem 05: Escala humana, Le Corbusier Fonte: Archdaily.
TERRITÓRIO PRIMÁRIO Pertencente a uma pessoa ou um grupo, é uma extensão do “eu”, da identidade e da autoestima.
Imagem 06: Alojamento Estudantil na Ciudad del Saber Fonte: Archdaily.
TERRITÓRIO SECUNDÁRIO São menos importantes que o primário, mas ainda possuem importância para seus membros.
Imagem 07: Centraal Beheer Fonte: Ahh, Escritório da Arquitetura.
MORADIA ESTUDANTIL E SEUS USUÁRIOS De acordo com Delabrida (2014), os espaços concedidos para a construção de uma nova moradia estudantil, são definitivos para a formação do indivíduo, tanto na visão individual quanto na coletiva, sendo um meio favorável para a permanência dos estudantes de outros locais e que possuem uma baixa renda. Pessoas vindas de diferentes regiões, com hábitos e gostos diferentes, irão usufruir do mesmo espaço comum, podendo surgir diversos tipos de problemas, como o da convivência porém, todas compartilham o mesmo objetivo final, a graduação. Para auxiliar na diminuição dos conflitos, devemos projetar algo que preserve a privacidade dos moradores, mas mantendo as áreas de uso público. Atualmente a relação moradia estudantil e usuário tende a ser superficial, sem vínculos pela falta de versatilidade e conforto oferecidos. Portanto é importante mudar essa visão para que o espaço seja de acolhimento, fazendo o papel de lar, mesmo temporário (Imagem 08). Para a criação de vínculos entre a habitação e o habitante é essencial a inclusão de conceitos humanizadores na fase projetual. A qualidade espacial reflete a inserção de valores humanos, principalmente em habitações coletivas. (BARROS, 2008)
Imagem 08: Área de Convívio da Moradia Estudantil de Chicago. Fonte: Archdaily.
Tabela 02: Diretrizes Projetuais em Habitações Coletivas. Inclusão de conveitos humanizadores no processo de projeto FLEXIBILIDADE DE USO
Habitação Coletiva requer durabilidade com facilidade de manutenção, adptabilidade para diferentes novas tecnologias.
Projetar para flexibilidade de uso com o emprego de paredes internas de vedação, divisórias flexíveis, piso elevado que abrigue instalações, paredes hidráulicas, mobiliário sobre rodízios, etc, desde que ambientes resultantes continuem a cumprir sua função social.
GRADIENTE DE INTIMIDADE
Os ambientes internos da moradia precisam estar arranjados em uma sequência que corresponda a seus graus de intimidade para que acomodem as sutilezas das interações sociais.
Arranje os ambientes da moradia de modo a criar uma sequência que comece pelas partes mais públicas e se encaminhe para áreas um pouco mais privadas, finalizando com os domínios mais intimos.
ÁREAS COMUNS NO CENTRO
Nenhum grupo social sobrevive sem o contato informal constante entre os seus membros.
Crie uma única área comum para cada grupo social, no centro de gravidade dos espaços ocupados pelo grupo, tendo os caminhas de circulação tangentes a ela.
GRADIENTE DE ABERTURAS
Facilidade de acesso e o controle de iluminação, ventilação e privacidade pelo usuário contribui para o senso de proteção característico do lar.
Projetar fechamentos para aberturas que sejam de fácil controle pelo usuário e que possibilitem gradação, tais como venezianas sanfonadas ou brises articulados. Luz filtrada permite nuances de luz e sombra, impedindo o ofuscamento.
Fonte: Barros (2008).
3
leituras projetuais
MORADIA ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE DE CHIGAGO
Imagem 09: Moradia Estudantil da Universidade de Chicago Fonte: Archdaily
O
Imagem 10: Vista Aérea da Moradia Estudantil da Universidade de Chicago Fonte: Google Earth, modificado pela autora
Imagem 11: Moradia Estudantil da Universidade de Chicago Fonte: Archdaily
ENTENDA O PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
PROGRAMA DE NECESSIDADES
ÁREAS DE CONVIVÊNCIA
MATERIALIDADE
PRIMEIRO LUGAR NO CONCURSO PARA MORADIA ES
STUDANTIL UNIFESP OSASCO
ENTENDA O PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
PROGRAMA DE NECESSIDADES
MATERIALIDADE
ALOJAMENTO ESTUDANTIL NA CIUDAD DEL SABER
ENTENDA O PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES
COMPILAÇÃO DAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS
4
A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
HISTÓRIA DO CAMPUS DE RIBEIRÃO PRETO
MAPA DO CAMPUS DE RIBEIRÃO PRETO
PLANO DIRETOR FÍSICO DE 2009
NORMAS E DIRETRIZES GERAIS DA USP
BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELO CAMPUS
BLOCO F - ANTIGA CEM (CASA DOS ESTUDANTES DE
MEDICINA)
CREU - CONJUNTO RESIDENCIAL DE ESTUDANTES DA
USP
VILA ESTUDANTIL
5
levantamentos
LOCALIZAÇÃO
USO DO SOLO
OCUPAÇÃO DO SOLO
GABARITO
EQUIPAMENTOS URBANOS
SISTEMA VIÁRIO
PONTOS DE ÔNIBUS
PONTOS DE ÔNIBUS CAMPUS
ANÁLISE DA TOPOGRAFIA DA REGIÃO
O TERRENO
6
o programa
PROGRAMA DE NECESSIDADES
FLUXOGRAMA
ORGANOGRAMA
SISTEMA CONSTRUTIVO
7
o projeto
MEMORIAL JUSTIFICATIVO
GSEducationalVersion
IMPLANTAÇÃO
S-22
S-21
6.
S-22
S-21
COBERTURA Escala: 1:50
Implantacao. Escala 1:1.000
PLANTAS
S-22
S-21
S-21
Ref.
Ref.
Ref.
Ref.
Ref.
Ref.
Ref.
Ref.
Planta Terreo. Escala 1:200
S-22
1.
SUBSOLO Escala: 1:50
Planta Subsolo. Escala 1:200
PLANTAS
S-22
S-21
S-21
S-21
Planta Primeiro e Terceiro Pavimento. Escala 1:200
3.
PRIMEIRO PAVIME
S-22
S-22
S-22
11
12
13
15
16
17
18
19
D
20
9
8
10
7
6
5
4
3
2
1
14
S
20E(0,166 m) 19P(0,318 m)
S-21
Planta Segundo Pavimento. Escala 1:200
ENTO (4) Escala: 1:50
4.
SEGUNDO PAVIMENTO
Escala: 1:5
CORTES
+23,53 6 COBERTURA
+20,21 5 TERCEIRO PAVIMENTO
+16,89 4 SEGUNDO PAVIMENTO
+13,57 3 PRIMEIRO PAVIMENTO
+10,25 2 TÉRREO
+6,79 1 SUBSOLO
S-21
Corte
CorteEscala: 21. Escala 1:50 1:200
+23,53 6 COBERTURA
+20,21 5 TERCEIRO PAVIMENTO
+16,89 4 SEGUNDO PAVIMENTO
+13,57 3 PRIMEIRO PAVIMENTO
+10,25 2 TÉRREO
+6,79 1 SUBSOLO
S-22
Corte 22. Escala 1:200 Corte (1) Escala: 1:50
MÓDULOS DE QUARTO INDIVIDUAL
Planta Apartamentos Individuais. Escala 1:50
3.
PRIMEIRO PAVIMENTO (4) Escala: 1:50
Corte Apartamentos Individuais. Escala 1:50
S-23
Corte
Escala: 1:50
MÓDULOS DE QUARTO COMPARTILHADOS
Planta Apartamentos Coletivos. Escala 1:50
4.
SEGUNDO PAVIMENTO Escala: 1:50
Corte Apartamentos Coletivos. Escala 1:50
S-24
Corte Escala: 1:50
ELEVAÇÕES
Elevação 01. Escala 1:200
E
1
Elevação 02. Escala 1:200
2
Ele
Elevação 03. Escala 1:200
Elevação Escala: 1:50
Elevação
3
Escala: 1:50
Elevação 04. Escala 1:200
evação Escala: 1:50
4
Elevação Escala: 1:50
8
MAQUETE ELETRÔNICA
9
MAQUETE CONCEITUAL
MAQUETE CONCEITUAL
10
REFERÊNCIAS
LIVROS
ARTIGOS
SITES