ARQUITETURA PRISIONAL UMA NOVA PERSPECTIVA

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ARQUITETURA

PRISIONAL

UMA NOVA PERSPECTIVA



ARQUITETURA PRISIONAL UMA NOVA PERSPECTIVA Tsuji, Isabella Fernandes de Souza

Trabalho de Conclusão

de

Curso apresentado ao Centro Universitário

Estácio

de

Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do

Grau

de

bacharelado

em

Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profa. Ma. Catherine D’Andrea e Profa. Ma.

Tânia

Maria

Bulhões

Figueira.

Ribeirão Preto, SP 2019



AGRADECIMENTOS

Agradeço

e

engrandeço a Deus por este momento. Aos meus pais, Erlinda e Helio, que sempre foram alicerce em minha vida, incentivando, torcendo, sendo meus melhores amigos

e acreditando em cada um dos meus sonhos. Ao meu companheiro amor

e

momentos

Fabio,

pelo

paciência

nos

difíceis

e

de

cansaço. As minhas amigas, Kelen e Isabella, parceiras de caminhada, de grupo e agora

de vida, vocês foram peçaschave nessa trajetória. Aos

professores

do

Centro Universitário que me auxiliaram ao longo dos anos de formação, em especial, a Catherine D’Andrea e Tânia Bulhões pelos ensinamentos, paciência e amor.


“Pode parecer estranho que a prisão seja semelhante

às

fábricas,

escolas,

quartéis,

hospitais; todos eles se parecem com prisões?” (FOUCAULT, Michel).


RESUMO

O

presente

ABSTRACT

trabalho

This paper proposes the

propõem a criação de um

creation of prison equipment

equipamento

for

destinado

penitenciário a

menores

infratores. O

juvenile

Increasing

offenders.

the

prison

population is a subject that is aumento

da

generally neglected by the

população carcerária é um

authorities

tema negligenciado, de modo

population. Finally, in the

geral, pelas autoridades e pela

project

população.

perspective of revision of the

Ao final, na proposta

and

the

proposal,

imprisonment

a

new

logic

is

projetual, é apresentada uma

presented as a synthesis of all

nova perspectiva de revisão

aspects

da lógica do encarceramento

development of the work.

raised

in

the

como síntese de todos os aspectos

levantados

no

desenvolvimento do trabalho.

Palavras-chave: prisional, penitenciário,

menor recluso.

arquitetura equipamento carcerário,

Keywords: architecture, equipment, inmate.

prison penitentiary prison,

minor



S

INTRODUÇÃO............................................................................................................02 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................05

U

REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................................09 DA LEI À PENA..............................................................................................10 TIPOLOGIAS..................................................................................................14

M

FUNDAÇÃO CASA........................................................................................19 O MENOR INFRATOR E AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS................21 ARQUITETURA E HUMANIZAÇÃO..........................................................26

Á

RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE..................................................................27 LEITURAS PROJETUAIS...........................................................................................29 PRISCHOOL...................................................................................................32

R

PRISÃO STORSTROM...................................................................................40 HOLMSHEIDI.................................................................................................50 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO.............................................57

I

LEVANTAMENTO FÍSICO E MORFOLÓGICO.......................................................62 ESTUDO PRELIMINAR..............................................................................................69 PROJETO.....................................................................................................................77

O

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................104 APÊNDICE: DESENHOS TÉCNICOS.......................................................................109



2

INTRODUÇÃO


O presente trabalho se debruça sobre o tema

da arquitetura prisional, mais especificamente,

principalmente, a qualidade dos locais destinados

ao cumprimento das medidas de internação.

sobre as casas de reabilitação para menores reclusos.

um

consenso

entre

Um olhar mais atento sobre os efeitos que a

diversos

estrutura física oferecida por estas instituições

especialistas, das mais diversas áreas de atuação,

exerce sobre os seus usuários pode ser a chave

que o sistema carcerário brasileiro como um todo

para

é falho, além de não cumprir o seu papel

ressocialização.

enquanto ferramenta de ressocialização. É fato que os ambientes vivenciados diariamente tem

efeito direto no comportamento e na estruturação dos valores sociais e podem ser determinantes do sucesso ou não das atividades que ocorrem em seu interior. No que se refere às instituições de

ressocialização de menores em conflito com a lei,

o

sucesso

dos

projetos

futuros

de

Fischer (1994) define que a influência do meio-ambiente sobre o comportamento humano atua precisamente em razão da existência dos valores nele inscritos, servindo como elementos normativos sobre os comportamentos e as representações.

é necessário considerar os efeitos da relação

Quando são flagrados em ato infracional e

Pessoa-Ambiente devido à intensa vivência do

designados a cumprir medidas socioeducativas de

espaço pelo menor internado.

internação em instituições de ressocialização,

O atendimento desses adolescentes vem sendo alvo de diversas discussões em prol da remodelação tratamento

desse mais

ressocialização,

sistema,

humano

abrangendo

medidas socioeducativas, mas,

3

e

buscando voltado

não

apenas

o para as

começa a tentativa da equipe responsável de agregar novos valores a esses menores, de forma a ressignificar os valores com os quais eles cresceram e que acabaram somando (junto a

outras questões e situações), para que atingissem graus de marginalidade.


Existe no Brasil legislação que idealiza

solução para a questão espacial dessas instituições: o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE, 2006). O Estatuto define normas, mais

precisamente em seus artigos, 124 (Direitos do Adolescente (Obrigações

Privado das

de

Liberdade),

Instituições

Destinadas

94 à

Internação) e 185 (que proíbe a permanência de

adolescentes em instituições de caráter prisional) para trabalhar com adolescentes em conflito com a lei, estabelecendo parâmetros que devem ser observados ao se projetar edificações para este

fim; o SINASE avança um pouco mais sobre as questões de estrutura física trazendo o programa arquitetônico

mínimo

e

outros

parâmetros

relacionados.

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

4


JUSTIFICATIVA

5


De

acordo

foi

De acordo com as regras do Estatuto da

(Departamento

Criança e do Adolescente, o menor que deixa a

Penitenciário Nacional) e FBAC (Fraternidade

entidade socioeducativa e comete um crime

Brasileira de Assistência aos Condenados), que o

depois de completar 18 anos não é considerado

Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de maior

reincidente.

apresentado

com

pelo

Toledo

DEPEN

(2017),

população carcerária mundial (incluindo prisão

Dessa forma, considerando-se que vive à

domiciliar), enquanto os índices de reincidência

base de vigilância e punição, “desculturando-se”,

giram em torno de 80%, com um custo médio de

como pode o homem encontrar significado nesse

R$ 2 mil por preso ao mês, no sistema carcerário

espaço arquitetônico de violência, onde a rede de

comum. Em 2017, a proporção de jovens que

relações internas o despersonaliza e o anula?

voltaram a praticar infrações se aproximou do

(ONOFRE, 2007, p. 3).

que era registrado na FEBEM (Fundação Estadual

Ainda

segundo

ONOFRE

(2007),

a

para o Bem Estar do Menor), extinta em 2006: 1

prisionalização dificulta os esforços em favor da

em cada 5 internos da Fundação Casa é

ressocialização, além de que, ao invés de devolver

reincidente.

à liberdade indivíduos ressocializados, devolve

Segundo estudo publicado pelo Estadão, em

para a sociedade indivíduos com elevado índice

2017, a proporção de reinternações no sistema

de possibilidade para a reincidência, de maneira

socioeducativo paulista bateu recorde e atingiu o

que isso se torne um ciclo.

maior patamar desde 2007, primeiro ano que funcionou a Fundação.

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

6


Até dezembro de 2017, os arquitetos eram

que não sejam inflamáveis”, explica a arquiteta e

obrigados a seguir diversas regras para a

professora da Universidade Federal do Alagoas, e

construção de presídios no país, estabelecidas na

ex-conselheira do CNPCP, Suzann Cordeiro

Resolução Nº 9 de 2011. Entretanto, o CNPCP

(2018, não paginado). "É necessário pensar que até

(Conselho Nacional de Política Criminal e

mesmo os materiais de construção

Penitenciária) decidiu alterar essa resolução. Antes,

era

obrigatório

como

cozinha,

escola,

visita,

lavanderias

e

que

espaços

locais

espaços

de

de

trabalho

escolhidos podem ser usados como arma",

alerta

"O concreto, por exemplo, precisa de

uma

número de presos. Com a alteração, essa

instalada

obrigatoriedade

tornando

existe

mais.

A

maior

preocupação, sem sombra de dúvidas, é a de que,

sem a exigência de áreas mínimas, torne-se ainda mais difícil para os reclusos terem acesso à educação e ao trabalho (cujos espaços, agora, podem

ser

de

tamanhos

ínfimos,

isto

é,

insuficientes para a quantidade de presidiários). A

primeira

coisa

a

ser

levada

profissional

(CORDEIRO, 2018, não paginado).

seguissem uma área mínima proporcional ao

não

a

armação

de

próximo

ferro, à

possível

que

é

superfície, os

presos

escavarem para tirar os vergalhões", explica

(CORDEIRO,

2018,

não

paginado).

Além do concreto tradicional, a vitrificação também é usada nos presídios. “O arquiteto colaborará não se contentando em calcular o espaço

em

cúbico mínimo da cela que resulte

consideração no momento de se projetar uma

indispensável para a saúde do recluso,

prisão é a segurança. “Em geral, trabalhamos esse

e sim traçando os desenhos da prisão

fator na arquitetura prisional considerando a

da melhor maneira possível,

resistência de materiais, sua fácil manutenção, e

7


buscando

que

as

exigências

da

autor, usuário e função, aproximando-os do

segurança se conciliem com as da

objetivo final: a ressocialização de um indivíduo

utilidade e estética” (BASALO, 1959, p. 86).

Há ainda muito tabu em relação ao tema, uma vez que a ação arquitetônica prisional é menosprezada por conta de limitações impostas ao planejamento de unidades penitenciárias que encontram-se ligadas a um pensamento bastante atrasado culturalmente falando, vinculado à ideia de vigilância e punição. Entretanto, é um espaço idealizado, que pretende atender a determinadas dinâmicas; porque não, para além de ser habitado, ele não ser habitável? Assim como nos modelos tradicionais, nos deparamos, então, com a “semiótica da vigilância”, pela qual tudo e todos são observados e monitorados a todo tempo.

estimulada da melhor maneira que se conseguir fazer. O objetivo do presente trabalho, portanto, é

desenvolver

um

projeto

de

equipamento

carcerário de ressocialização de jovens, que tenha um padrão de arquitetura humanizada para auxiliar

na

melhoria

da

qualidade

dos

equipamentos e que influencie positivamente na reabilitação

dos

menores

infratores;

desenvolvendo um equipamento com padrão contemporâneo, onde se tenha um programa

funcional e efetivo além da sociabilização, para que desta forma o menor possa sair de lá ressignificado.

De modo geral, edificações com essa finalidade deveriam ser utilizadas para valorizar e reeducar os usuários. Apenas assim obteremos resultados e começaremos a repensar esse tipo de espaço arquitetonicamente, de forma a relacionar

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

8


REFERENCIAL TEÓRICO

9


DA LEI À PENA

De acordo com Souza (2016), desde os

detenção, cujos objetivos se assemelhavam aos

primórdios, arquitetura prisional vincula-se ao

atuais. Sendo assim, não havia até então edifício ou

conceito de pena. Antigamente, devido ao baixo

projeto arquitetônico dimensionado e projetado

desenvolvimento das cidades e o pequeno índice

para essa finalidade. Utilizavam-se subsolos de

populacional, não se faziam necessárias as prisões.

prédios públicos ou ainda edifícios não habitados.

Aqueles que cometiam desvios de conduta eram

De modo geral, não obedeciam a nenhum

sentenciados em praças públicas como forma de

princípio penitenciário ou mesmo de higiene.

afirmação da soberania e do poder monarca.

Eram lugares insalubres, subterrâneos e infectados.

As primeiras prisões surgiram no século

Jeremias Beteham, no século XIX, propôs um

XVI, na Europa, e eram destinadas a recolher

novo tipo de arquitetura prisional, o modelo

moradores de rua, prostitutas e pessoas que

arquitetônico panóptico, o sistema que tudo vê.

apresentavam comportamento qualificado, na

Neste modelo, o recluso é submetido à

época, como imoral; desvinculados de pena, não

sensação constante de vigilância, uma vez que o

tinham grande visibilidade, assim como se

espaço projetado não lhes possibilita ver quem o

pretendia fazer com a parcela indesejada da

observa, assim não consegue saber se está sendo

população.

observado e quando, mas sabe, com permanente

Foi apenas entre os séculos XVII e XVIII

certeza, que está ou poderia estar sendo vigiado.

que surgiram os primeiros estabelecimentos de

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

10


Além disso, sujeita o agente penitenciário –

alerta,

com

visibilidade

permanente,

que

o observador – à exaustão, uma vez que reduz a

assegurava todo o funcionamento do conjunto. “O

vigilância a apenas um funcionário em ambiente

panóptico é um zoológico real; o animal é

pouco iluminado, forçando-o a ficar sempre ativo

substituído pelo homem” (Foucalt, 2009, p.193).

e atento.

Ainda segundo Foucalt “a visibilidade é uma

Arquitetonicamente,

esse

modelo

é

armadilha” (Foucalt, 2009, p. 190). A primeira

constituído por uma construção em anel com uma

prisão com esse aparelho arquitetônico foi

torre de observação no centro. A construção

construída nos Estados Unidos, em 1800. Na

periférica é dividida em celas, cada uma

mesma época, surgiram outros sistemas no

atravessando todo o corpo da construção. Cada

mundo: o Filadélfia (1790, EUA), o Auburn

cela possui duas janelas, uma voltada para o

(1821, EUA), o Progressivo (1846, Austrália) e

interior e outra voltada para o exterior, de onde

por último o de Montessinos (1934, Espanha).

provem toda e qualquer iluminação do ambiente.

No

âmbito

arquitetônico

brasileiro,

a

A disposição das paredes laterais (limítrofes)

primeira prisão – nomeada como Casa de

garantem, além da separação das celas, a

Correção e citada na Carta Régia de 1769 – foi

invisibilidade lateral, ou seja, o isolamento dos

construída na cidade

indivíduos.

Posteriormente, foi implantada uma unidade em

Foucalt criticava o modelo panóptico, definia-o

como

o

aparelho

arquitetural

do

Rio

de

Janeiro.

São Paulo, entre os anos de 1784 e 1788. Arquitetonicamente,

não

eram

edifícios

responsável por criar e sustentar uma relação de

propriamente ditos “correcionais”, mas sim,

poder independente daquele que o exercia, por

grandes casarões onde funcionavam a Câmara

meio da indução de um estado consciente e em

11


Municipal ou alguma outra representação do

a crescente população carcerária. Foi então que,

Poder Público.

em 1905, foi autorizada a construção de uma nova

A

reclusão

acontecia

em

salas

de

penitenciária.

aprisionamento localizadas nos subsolos ou

Distante do centro urbano e com baixos

porões desses edifícios e para lá eram levados

valores imobiliários, o bairro do Carandiru, na

aqueles que apresentavam desvios de conduta,

região norte da cidade, foi escolhido para abrigar

cometiam infrações e também os escravos que

a nova instituição prisional.

aguardavam as penas de açoite.

Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi o

Naquele tempo ainda não era tratado como

engenheiro-arquiteto responsável pela obra, que

pena de prisão, apenas pagamento de multas e

tinha como modelo a arquitetura europeia. A

castigos provenientes do sistema escravocrata.

inovação não ficaria apenas por conta da

Foi a partir do Código Penal de 1890 que começaram a surgir arquiteturas de caráter

arquitetura, a política carcerária também era nova.

exclusivamente correcional, mais apropriadas

O Carandiru seria um estabelecimento

para a pena de prisão, as primeiras “prisões” por

prisional modelo, a Penitenciária do Estado

assim dizer. É importante ressaltar que foi o

simbolizava

código penal que estabeleceu também as novas

carcerário. Teria um caráter de casa correcional e

formas de aprisionamento, limitando a pena

regeneratória, com oficinas próprias, de forma

máxima à trinta anos.

que o encarcerado pudesse ser acompanhado e

a

vanguarda

no

tratamento

Na virada do século XIX para o XX, São

educado até sua reabilitação moral. Em 1956, a

Paulo vivia um período de desenvolvimento

penitenciária foi inaugurada. Durante 46 anos o

econômico que beneficiava e estimulava o

Carandiru foi a maior penitenciária da América

crescimento populacional. As prisões existentes já

Latina, chegando a alojar mais de oito mil presos.

não eram mais suficientes nem adequadas para a

12


Entretanto, também foi palco de grandes

tragédias. Aquela que era uma promessa de casa correcional e de reabilitação, não foi suficiente para suprir a demanda da população carcerária local e nem foi acompanhada de uma política

carcerária idônea.

O complexo foi palco de

cenas de extrema violência, fruto da superlotação e corrupção que levaram a um grande massacre, ocorrido em 1992, que até hoje está em processo

de julgamento e que lamentavelmente marcou a história brasileira no que diz respeito ao âmbito do sistema prisional nacional.

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

13


TIPOLOGIAS

14


O

presente

capĂ­tulo

apresentarĂĄ, de forma sucinta, as possibilidades tipolĂłgicas jĂĄ trabalhadas para o programa prisional, ressaltar

defasagens edificados.

15

no

sentido

de

potencialidades

destes

e

tipos


I.

Figura 1: Planta da estrutura do Panóptico idealizado por Betham (desenho do arquiteto inglês Willey Reveley, 1791)

PANÓPTICA

Citado anteriormente, esse modelo

foi idealizado por Jeremias Bentham em 1880. Os módulos dispõem-se de maneira radial ou circular para permitir total visualização e controle sobre o cotidiano

dos detentos. As edificações eram no geral de seis pavimentos, e a construção dava-se de forma periférica, formando um anel com uma torre de observação no

centro. forma

As celas dividiam esse anel, de a

atravessar

todo

o

corpo

transversal da construção. Cada cela possuía duas janelas, uma voltada para o

interior e outra para o exterior, de onde provinha toda e qualquer iluminação do ambiente, bem como a circulação de Fonte: Eugene Wolters, 2013, não paginado. Disponível em: https://www.versobooks.com/blogs/1366-the-mainstream-mediajust-discovered-foucault-and-they-re-all-wrong.

Acesso

em:

ventos. Todo o conjunto era cercado por

pátios.

03/03/2019.

16


I.

POSTE

TELEGRÁFICO

OU

“ESPINHA DE PEIXE”

Figura 2: Presídio Modelo construído segundo o poste telegráfico.

Este

modelo

possui

circulação

fechada principal e a ela se interliga os diversos

módulos

de

permanência,

separados entre si, confluindo os fluxos

advindos destas áreas até a circulação secundária,

a

qual

se

liga

perpendicularmente à principal.

Foi

utilizado pela primeira vez em 1898, na

prisão de Fresnes, em Paris - França. Possuía, assim, um corredor central ao qual Fonte: Arqblog, 2017, não paginado. Disponível https://www.arqblog.com.br/curiosidades-na-arquitetura/poderiaarquitetura-salvar-crise-prisional-brasileira/ Acesso em: 05/03/2019.

em:

se

dispostos

conectavam paralelamente

perpendicularmente

os

pavilhões

entre

àquele.

si

e

suas

extremidades eram demarcadas pelo setor administrativo, de um lado, e capela, do outro.

17


I.

PAVILHONAR

Unidades construídas em pavilhões

Figura 3: Penitenciária do Estado.

separados entre si, permitindo isolar núcleos de revoltosos, se necessário. Entretanto, possui a desvantagem de dificultar o acesso para manutenção e

segurança dos pavilhões. Este modelo surgiu vinculado ao regime de Auburn, em 1816. Na Prisão de

Auburn

(Nova

Iorque,

EUA),

apresentavam-se pavilhões retangulares Fonte: Agência Brasil, 2017, não paginado. Disponível em: https://imirante.com/brasil/noticias/2017/10/02/massacre-do-carandirucompleta-25-anos-sem-punicao.shtml Acesso em: 05/03/2019.

de vários andares dispostos lateralmente ao edifício administrativo. Esta tipologia foi

assumida

pelo

Complexo

do

Carandiru, citado no item anterior.

18


FUNDAÇÃO CASA

Segundo dados oficiais presentes no site da

12 a 21 anos incompletos em todo o estado de São

Diretoria de Ensino – Região Leste, a Fundação

Paulo.

Centro

socioeducativas

de

Atendimento

Socioeducativo

ao

Eles

estão

inseridos

nas

de

privação

de

medidas

liberdade

Adolescente (CASA), é vinculada à Secretaria de

(internação) e semiliberdade. As medidas —

Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, e tem

determinadas pelo Poder Judiciário — são

a missão de aplicar medidas socioeducativas de

aplicadas de acordo com o ato infracional e a

acordo com as diretrizes e normas previstas no

idade dos adolescentes. A fim de aprimorar a

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no

qualidade do atendimento, o governo do estado

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

de São Paulo apostou num programa de

(SINASE). Foi criada para ampliar o atendimento

descentralização do atendimento. Em síntese, o

socioeducativo e evitar o encarceramento. Assim,

objetivo é fazer com que os adolescentes sejam

a ideia era de oferecer chance de inserção,

atendidos próximos de sua família e dentro de sua

impedindo que os jovens, quando adultos,

comunidade, o que, na teoria, facilitaria a

migrassem para o sistema prisional.

reinserção social.

Segundo dados oficiais presentes no site da Fundação CASA, ela presta assistência a jovens de

19

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.


Para os jovens em medidas socioeducativas

numéricos se mostra significativa.

em meio aberto (liberdade assistida e prestação de

Considerando que o número de internos

serviços à comunidade), o atendimento foi

cresceu no período (de 2006 a 2017), a proporção

totalmente municipalizado a partir de 2010,

caiu de 8,02% do total de atos infracionais

sendo

cometidos em 2006 para 0,35% em 2017.

que

os

programas

locais

são

supervisionados pela Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social.

Em

São

Paulo,

atos

infracionais

considerados graves, exceto roubo qualificado,

Para os jovens que precisam ficar privados

segundo dados oficiais da Fundação CASA,

de liberdade, desde 2005, a Fundação CASA

atingem 2% do total de internos. Tráfico e roubo

iniciou a descentralização do atendimento e

são os delitos mais comuns. A quantidade de

implantou,

72

jovens que respondem por roubo qualificado

pequenos centros socioeducativos em todo o

(com uso de arma de fogo, por exemplo) atingiu

estado, principalmente no interior e no litoral.

41,65% neste ano. E, por tráfico de drogas, são

até

maio

de

2015,

Do total, 61 tem capacidade para atender até

41,53%. “O número de crimes graves, como o

56 adolescentes (64 na capacidade estendida),

roubo qualificado, tem crescido muito”, diz Tiago

sendo parte deles geridos em parceria com

Toledo (não paginado, não datado), promotor da

organizações da sociedade civil dos municípios

área da Infância. O furto qualificado aparece com

onde foram implantadas as fundações.

862 casos, sendo 62,5% cometidos por jovens de

Segundo Toledo (2017), o número de

16 anos ou mais.

adolescentes acusados de homicídio, internados no estado caiu de 476, em 2006, quando ainda

havia o sistema ligado à Febem, para 32, em 2017, já vinculado à Fundação CASA. A redução registrada foi de 93%, ou seja, em termos

20


O MENOR INFRATOR E AS MEDIDAS

SOCIOEDUCATIVAS Ao menor infrator é aplicada uma sanção diversa da que é aplicada a um adulto que cometa

infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial”.

o mesmo crime, visto que são eles inimputáveis;

Segundo Matos (não datado, não paginado),

essa sanção está prevista no Estatuto da Criança e

o artigo supracitado representa o rompimento

do Adolescente como medida socioeducativa, a

com práticas preconceituosas constantes no

qual visa a regeneração deste menor, a fim de que

Código de Menores que apreendia adolescentes

não

pelo simples fato de se encontrarem na rua. Não é

cometa

mais

nenhum

outro

delito

(BARROSO FILHO, 2011). A Lei nº. 8.069 de 1990, que regulamenta o

necessário dizer que a proporção de jovens, negros,

periféricos,

representa

uma

porção

Estatuto da Criança e do Adolescente, trouxe

significativa desta população específica frente a

como uma de suas maiores mudanças no âmbito

outros perfis.

da política de atendimento aos direitos das

É necessário o estabelecimento do que é ato

crianças e dos adolescentes à atenção prestada aos

infracional, para que dessa forma possa haver a

jovens que cometem ato infracional.

determinação de quais as situações pelas quais

Conforme o artigo 106, e de acordo com

esses

adolescentes

responsabilizados

Machado (2003, p.56) “nenhum adolescente será

cumprirem

privado de liberdade senão em flagrante de ato

ressocialização junto à sociedade.

21

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

medidas

são

que

possibilitem

a sua


Assim,

o

ECA

(BRASIL,

1990,

não

do dano, a de prestação de serviços à comunidade,

paginado), define em seu artigo 103 que

além

do

conjunto

das

medidas

protetivas

“considera-se ato infracional a conduta descrita

constantes no art. 101, incisos de I a VI, do próprio

como crime ou contravenção penal”, e que seja

Estatuto da Criança e do Adolescente.

cometida por pessoas com idade entre 12 e 18

Ao menor de 12 anos, por ser ainda criança

anos. Esta definição é de suma importância,

na visão legal, são aplicadas penalidades que se

levando em consideração que os adolescentes não

encontram previstas no artigo 101, incisos I a VI,

serão mais privados de sua liberdade sem haver

do estatuto, denominadas como medidas de

comprovação fundamentada da autoria do ato

proteção. Diz o artigo:

infracional. Segundo disposto no artigo 121, § 3º e 5º do

“Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no artigo 98, a

Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL,

autoridade

1990, não paginado), a medida socioeducativa

determinar, dentre outras, as seguintes

(intervenção) vem como uma hipótese de

competente

poderá

medidas:

infração acometida por menor que atingiu a

I – Encaminhamento aos pais ou

maioridade penal no curso da sindicância.

responsável,

As medidas socioeducativas são gradativas,

mediante

termo

de

apoio

e

responsabilidade;

podendo ser aplicadas tanto de forma isolada

II

como cumulativamente, bem como podem ser

acompanhamento temporários;

substituídas a qualquer tempo.

III

Confrontadas as medidas socioeducativas

Orientação,

Matricula

obrigatórias

em

e

frequência

estabelecimento

com aquelas estabelecidas pelo revogado Código

oficial de ensino fundamental;

de Menores Lei, nº. 6.697/79, em seu art.14,

IV

surgem como novidades a de obrigar à reparação

comunitário ou oficial de auxílio à

Inclusão

em

programa

22


família, à criança e ao adolescente;

V

Requisição

de

V

tratamento

Inserção

em

regime

de

semiliberdade;

médico, psicólogo ou psiquiátrico, em

VI – Internação em estabelecimento

regime hospitalar ou ambulatorial;

educacional;

VI – Inclusão em programa oficial ou

VII – qualquer uma das previstas no

comunitário de auxilio, orientação e

artigo

tratamento

(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

à

toxicômanos.”

alcoólatras (ESTATUTO

e DA

CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, 1990, não paginado).

anos, as medidas socioeducativas aplicadas são distintas anteriormente

apresentadas,

101,

inciso

ADOLESCENTE,

I

1990,

a

VI.”

não

paginado).

As medidas socioeducativas estão dispostas

Já para os infratores maiores de 12 e menores de 18

das

estando

elas

estabelecidas no artigo 112 e incisos do ECA, que diz

de forma a fazer com que o menor não volte a praticar novos delitos, e para a sua aplicação o juiz da infância e da juventude deve levar em

conta a capacidade deste menor em cumprir

nestes termos:

determinada medida, bem como a circunstâncias “Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as

no estatuto a proporcionalidade entre a infração

I – Advertência;

praticada e a penalidade imposta, de modo a fazer

II – Obrigação de reparar o dano; –

Prestação

de

comunidade; IV – Liberdade assistida;

23

do adolescente e referências familiares. Deve-se ter em mente na aplicação das medidas previstas

seguintes medidas:

III

e a gravidade da infração, além da personalidade

serviço

com que o menor seja punido de maneira justa e, à

assim, realizada a sua ressocialização. Quanto às medidas socioeducativas, a


jurisprudência se coloca nesse sentido de acordo

sendo a sua aplicação vedada às crianças

com Ishida (2010, p. 193):

infratoras, em razão de essas não possuírem

“Se o objetivo da lei é a proteção

discernimento suficiente, caso em que receberão

da criança e do adolescente com a

elas medidas de proteção previstas no art. 101 do

aplicação de medidas socioeducativas de forma a permitir a sua remissão dos maus atos e de procedimentos que

possam

impedir

seu

ECA (PEREIRA, 2010, não paginado).

É de grande valia que no momento da aplicação

de

qualquer

uma

das

medidas

desenvolvimento e integração na

socioeducativas, faça-se uma análise do contexto

sociedade, o que deve ser levado em

social em que vive o adolescente, observando as

consideração é a sua conduta, sob o

condições sociais, políticas e econômicas.

aspecto da sua ressocialização e da sua conformação com os hábitos e costumes tradicionalmente aceitos. Em outras palavras, o ideal é que não exija-se que o menor tenha praticado

O Estado deveria se prevenir desta situação oferecendo ao menor melhores condições de vida, dando

à

população

opções

de

cursos

de

aprendizagem, melhores condições de saúde,

um crime para, só então, aplicar-lhe

moradia, lazer, segurança, dentre outros direitos

medidas socioeducativas. Se assim

sociais ditos universais pela própria Constituição

for, a medida perderá o caráter de

Federal

proteção social e educativa, para

“preventivo” no sentido de evitar esse mal, pois

transformar-se em pena.”

O que se mostra é que os objetivos das medidas socioeducativas se diferenciam das

medidas protetivas, visto que àquelas tem como objetivo a proteção e educação do adolescente,

de

1988.

Tudo

isso

poderia

ser

colocando à disposição do menor todo esse leque de oportunidades e possibilidades, de maneira socialmente igualitária, gratuita e em todas as

esferas: social, cultural, política e econômica; os índices apontados seriam certamente menores, de

além de repreendê-lo pela conduta infracional,

24


forma a evitar que cada vez mais crianças e

visibilidade social, transformando assim os atores

adolescentes entrassem para a vida do crime.

intramuros em párias sociais na visão da maioria

De acordo com o artigo 12 do ECA, ao ser

da população para a qual pune-se antes mesmo de

verificada a prática de ato infracional, a

compreender a complexidade que levou o menor

autoridade

infrator à realização da infração.

competente

poderá

aplicar

ao

adolescente medidas socioeducativas que serão proporcionais ao grau de infração. Estas podem assim ser descritas: advertência, obrigação de reparar

danos,

prestação

de

serviços

à

comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. (PEREIRA, 2010). Enquanto

os

problemas

estiverem

concentrados intramuros das instituições penais,

a sociedade em geral nunca os considerará um problema de ordem pública, já que o que acontece lá não afeta de forma direta o exterior. O isolamento proposto pelos primeiros

modelos penitenciários funcionavam no sentido de punir os infratores, e isolá-los da sociedade, para além disso, criava-se então uma divisão, entre população intramuros e a população

extramuros; isso evidentemente contribuiu muito para a formação da opinião pública, falta de

25


ARQUITETURA E HUMANIZAÇÃO

O conceito de humanização tem a intenção

mais adequado e acessível, ou seja, que produzam

de buscar igualar os diversos aspectos à altura do

resultados mais satisfatórios para e pelos seus

homem, tornar algo mais humano, socializar,

usuários.

respeitar, civilizar e reverenciar com educação ou

Com base nos parágrafos supracitados, a

oferecer dignidade, respeito e entendimento das

partir de propostas arquitetônicas humanizadas,

partes em diversas áreas e processos.

somado a gestões públicas eficazes e programas de

Outro conceito encontrado na literatura é o

auxílio e reabilitação sociais, acredita-se que será

da Grande Biblioteca Larousse Cultural (1998,

possível promover, de fato, a reinserção social

não paginado): “Humanização é o ato de

desses indivíduos, e consequentemente, a redução

humanizar, ou seja, dar estado ou condições de

da população carcerária brasileira.

homem, no sentido de ser humano.” Entende-se, humanização

tem

portanto, por

que

intenção

toda oferecer

condições ideais em diversos setores que estejam

mais próximas as necessidades do homem. É a intenção de tornar um processo, espaço ou objeto

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

26


RELAÇÃO PESSOAAMBIENTE Segundo Elali (1997), apesar da evidente

recorreria para aprofundar a análise de aspectos

necessidade de nos tornarmos atentos à inter-

ligados

relação entre o homem e as extensões que cria

ambientais), o rebatimento desses estudos não é

para si, continuamos a estudar isoladamente cada

imediato, de forma que somente a parceria entre

fator envolvido nesta equação. Grande parte do

ambas, na realização de trabalhos conjuntos que

problema diz respeito à própria indefinição sobre

contemplem

a área, ou áreas, de conhecimento a que pertence

possibilitar a real ampliação dos conhecimentos.

o estudo desta relação, com possíveis vertentes em

Psicologia,

Arquitetura,

Sociologia,

Urbanismo,

entre

à

percepção

as

suas

e

comportamento

especificidades,

pode

Ainda segundo Elali (1998), este esforço

Antropologia,

passa necessariamente pelo enfrentamento das

outras.

dificuldades

Tais

no

contato

entre

as

áreas,

constatações denotam uma gradativa aproximação

principalmente em função das diferenças de

e valoração entre tais campos, em cujo “espaço de

“tempo” e “linguagem” implícitos. Enquanto para

complementação” o estudo do ambiente impõe-se

os psicólogos, por exemplo, a preocupação reside

para interação e geração de conhecimento. Assim,

no indivíduo (ou grupo) e nos processos de sua

embora muitas vezes a Arquitetura seja encarada

interação,

como profissão-cliente da Psicologia (à qual

período de envolvimento, os problemas que se

cuja

compreensão

implica

longo

apresentam aos arquitetos exigem respostas quase

27

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.


imediatas, em função de prazos exíguos criados

enfrentar cada problema de modo isolado,

por exigências práticas ou institucionais.

esquecendo que o principal objetivo da edificação

Por outro lado, no que se refere às formas de comunicação

utilizadas,

enquanto

arquitetos

(ou conjunto edificado) deve ser garantir a qualidade de vida do usuário.

recorrem eminentemente à linguagem gráfica

Sob esta ótica, o edifício deixa de ser

essencial ao processo projetual, os psicólogos

encarado apenas a partir das suas características

analisam

vivência

construtivas e passa a ser avaliado/discutido

elementos

enquanto espaço “vivencial”, sujeito à ocupação,

verbais e a expressão corporal, dificilmente

leitura, reinterpretação e/ou modificação pelos

decodificáveis em termos de suas atividades

usuários,

profissionais.

construtivos e funcionais do espaço construído

aspectos

individual,

subjetivos

envolvendo

da

sobretudo

Quando averiguada a partir do ponto de vista da Psicologia Ambiental, a percepção do

ambiente construído pelos usuários permite a discussão

das

potencialidades

do

ambiente

ou

seja,

ao

estudo

de

aspectos

acrescenta-se a análise comportamental e social essencial a sua compreensão.

Esse processo implica, necessariamente, a análise do uso - enquanto fator que possibilita a

enquanto base-física, que propicia ou inibe a

transformação de espaços em lugares –

emissão dos comportamentos.

valorização do ponto de vista do usuário,

A

crescente

importância

do

trabalho

destinatário

avaliativo enquanto subsídio a novos projetos, ou

portanto

face a programas de reforma/manutenção do

realidade.

espaço

construído

(Ornstein

1992,

final

do

imprescindível

espaço à

e a

construído,

compreensão

e da

1997),

representa a conscientização de que pouco contribuiremos socialmente se continuarmos a

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

28


LEITURAS

29

PROJETUAIS


O presente capítulo apresentará as leituras

projetuais escolhidas para o desenvolvimento do trabalho. Os

três

projetos

apresentados

são

fundamentais ao processo de constituição de

repertório projetual. A primeira leitura a ser analisada é a PriSchool, um projeto de mestrado onde o autor reavalia todo o método de concepção de um

equipamento prisional, inserindo-o em uma localidade adensada, propondo o sistema de quadra aberta, além de modificar o sistema de segurança que comumente é utilizado.

A segunda leitura projetual é a Storstrom, um projeto que tem sua distribuição espacial acontecendo como vilas, além de propor maior autonomia aos usuários e uma abordagem

mais familiarizada. A terceira e última leitura projetual é a Holmsheidi, que foi escolhida devido a grande quantidade de pátios internos em seu edifício,

além da espacialização do programa que é majoritariamente perimetral.

30


PRISCHOOL Figura 4: Perspectiva externa Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-APrison-School-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019.

STORSTROM Figura 5: Perspectiva externa diurna. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cfmoller. Acesso em: 15/04/2019.

HOLMSHEIDI

Figura 6: Perspectiva externa diurna.

31

Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavikiceland-by-arkis-architects/ Acesso em: 20/04/2019.


PRISCHOOL

Figura 7: Perspectiva externa Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-A-Prison-SchoolHybrid. Acesso em: 10/04/2019.

ARQUITETOS: GLEN J. SANTAYANA LOCALIZAÇÃO: BROOKLYN, NY ANO DO PROJETO: 2013 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES: O PROJETO É UMA TESE DE CONCLUSÃO DE CURSO DE DESIGN, EM HARVARD.

32


Figura 4: Perspectiva externa Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-APrison-School-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019.

O

projeto

foi

desenvolvido

por

um

estudante da Harvard’s Graduate School of

escola une atividades e desconstrói as antigas concecpções de seu partido.

Design, e ele se utilizou do seu projeto de tese

É uma abordagem radical no que diz

para discutir sobre a distribuição espacial dentro

respeito ao design proposto para construção

das prisões projetando a PriSchool, um espaço de

prisional, ao mesmo tempo em que é uma

detenção que se coloca integrada à uma escola de

alternativa ao sistema prisional e carcerário dos

criminologia e ao mesmo tempo está inserida na

Estados Unidos e de outros lugares.

comunidade. Esse misto da composição entre prisão e

33


Figura 8: Maquete física dos volumes. Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-A-Prison-SchoolHybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

O projeto se propõe a existir num contexto urbano extremamente consolidado e visado pela especulação

imobiliária em

Nova York, o

Brooklyn. Também nota-se diferença no que diz respeito ao gabarito das edificações periféricas.

movimento e envolvimento com a paisagem urbana. Dessa forma, o projeto parece convidar a população à participação nas atividades, criando diversas

possibilidades

devido

à

intensa

permeabilidade, visual e física, que propõe.

O projeto foge da arquitetura que tem sido reproduzida desde os primórdios e estabelece uma relação de monumento devido ao seu

34


O complexo é dividido em quatro edifícios,

consistindo de (do oeste para o leste) a escola de criminologia, a prisão em si, um prédio de "préretorno ao universo da liberdade social" e um centro comunitário. A forma desses edifícios é

distorcida para mostrar em que áreas as funções de cada edifício se entrelaçam, estabelecendo Escola de Criminologia

conexões entre elas. Figura 9: Esquema do programa.

A posição dos edifícios cria momentos de privacidade, ao mesmo tempo em que se expõe ao

Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchoo l-A-Prison-School-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

Prisão

Pré retorno a liberdade Centro Comunitário

entorno.

Escadas, rampas e elevadores são dispostos restringindo

a

quantidade

de

curvatura

e

inclinação, induzida por cada volume, mantendo a continuidade circulatória.

35

Figura 10: Circulação vertical Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchoo l-A-Prison-School-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

Escadas e elevadores


Figura 11: Implantação.

Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-APrison-School-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

A implantação é altamente relacionada à

edificadas e esportivas.

versatilidade de formas geradas pelos volumes, e

O fato de não possuir muros ajuda no

existe um grande número de acessos, uma vez que

sentido de não-exclusão, uma vez que a

a região possui alto índice de adensamento,

população

acarretando em um fluxo considerável de

ressocialização desses internos, ao invés de criar

veículos.

muros e barreiras físicas reais que potencializam

Remete à ideia de quadra aberta, na qual pode- se observar a integração entre áreas verdes,

pode

participar

ativamente

na

as sociais.

36


Circulação horizontal Campo visual de segurança de um edifício a outro

Figura 12: Esquema de segurança visual. Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-A-Prison-SchoolHybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

O meio projetado para segurança visual,

O projeto não possui ritmo ou sequer foi

além da distribuição e separação por volumes, foi

pensado de modo engessado, pelo contrário, o

feito

autor criou meios e alternativas que fogem

também

pelo

movimento

destes.

Devido ao movimento, amplia-se o campo

totalmente

dos

modelos

de visão, de forma que esta seja mais aberta

equipamentos

independente do volume em que você esteja.

estudados nos capítulos anteriores.

37

institucionais

tipológicos de

de

segurança


Circulação horizontal Campo visual de segurança de um edifício a outro

Figura 13: Esquema de acessos e circulação horizontal. Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-A-PrisonSchool-Hybrid. Acesso em: 10/04/2019. Modificado pela autora.

Os acessos se dão de forma livre e fluida em

Neste modelo, além do paisagismo presente

todo o projeto. Foge da ideia de edifício fechado,

para reforçar essa ideia de envolvimento, o acesso

sem relação com o entorno e a comunidade.

livre tem o poder de convidar e quebrar o estigma

Embora os edifícios sejam separados, por

de prisão versus comunidade, que além de

níveis de segurança, as pontes existem para que os

contribuir

para

a

ressocialização,

traz

mesmos funcionem como um corpo só.

possibilidade de espaços mais democráticos.

a

38


Figura 14: Perspectiva interna. Fonte: Glen J. Santayana, 2013, não paginado. Disponível em: http://glensantayana.com/PriSchool-A-PrisonSchool-Hybrid.. Acesso em: 10/04/2019.

ANÁLISE A principal razão deste projeto ter sido

relevância foi o fato do projeto se propôr a existir

utilizado como referência projetual foi o modelo

em uma área adensada, consolidada e visada pela

de reabilitação adotado, separado por volumes,

especulação

em

de

modelos que são propostos, nos quais o que de

progressões, ou seja, o infrator consegue ter,

fato acontece, é que esses edifícios institucionais

literalmente, a visão do fim de sua pena conforme

instalem-se nas extremidades do perímetro

seu merecimento.

urbano,

que

o movimento se

dá através

Além disso, outra questão de extrema

39

imobiliária,

longe

de

bem

outros

principalmente, da população.

diferente

equipamentos

dos

e,


PRISÃO STORSTROM

Figura 15: Perspectiva externa. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cfmoller. Acesso em: 15/04/2019.

ARQUITETOS: C. F. MOLLER LOCALIZAÇÃO: BLICHERSVEJ, GUNDSLEV, FALSTER, DINAMARCA ANO DO PROJETO: 2017 ÁREA DO PROJETO: 32000.0 m²

40


Figura 16: Localização. Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

O projeto foi construído na Dinamarca, e

segurança máxima, o projeto foi construído

um dos maiores desafios dele foi acomodar

afastado da cidade. A vila mais próxima é Skerne

aproximadamente 250 pessoas em um regime de

e fica a seis quilômetros de distância.

segurança máxima, sem trazer uma atmosfera institucional e anônima para o espaço. Devido ao fato de ser uma prisão de

41


Figura 17: Implantação. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prisoncf-moller. Acesso em: 15/04/2019.

A Prisão Storstrom não tem a ver com a

escala e seguindo a mesma estrutura de uma

ideia contemporânea de segurança máxima em

pequena cidade, incluindo elementos como ruas e

prisões. Em vez disso, a segunda maior prisão do

quadras. Ao se inspirar em pequenas cidades, o

país

projeto faz referência às vilas do entorno e se

nórdico

mais

parece

uma

aldeia/vila

pequena, arquitetada para parecer e para ser. Como solução, buscou-se projetar na mesma

integra à paisagem, mesmo que esteja um pouco distante.

42


Figura 18: Perspectiva externa. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstromprison-cf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

O sistema penitenciário nórdico passou por

parte do que a Dinamarca considera adequado e

um longo percurso de sistema de prisões, nos

justo para com os cidadãos: o país é conhecido

quais eram amputadas cabeças de prisioneiros ou

mundialmente pela sua abordagem humanitária

os mantinham em calabouços, sem contar no

ao invés de condições severas, na atualidade.

trabalho escravo que muitos penitenciários eram

A distribuição dos espaços remete a bairros

forçados a realizar. Mas tal realidade não faz mais

e pequenos agrupamentos de casas de dois pavimentos, com caminhos externos demarcados.

43


A ala do térreo e a ala

Figura 19: Planta ala térreo.

do

pavimento

primeiro são

bem

parecidas. São organizadas em unidades de quatro a sete celas,

salas

administrativas, salas de uso coletivo e espaços de integração funcionários, Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cf-moller. Acesso 15/04/2019. Modificado pela autora. Figura 20: Planta ala primeiro pavimento.

em: em:

contar

com

para além copa

de e

banheiros. Como pode-se perceber, a planta não é tão fluida e a circulação se dá

por

grandes

corredores. Os acessos são mais restritos e o controle de

segurança é maior, além de ser um espaço mais compacto. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

44


O projeto conta com diversos

setores

administrativos em seu edifício de entrada, além

de possuir um edifício exclusivamente

para

apoio. Por se tratar de uma prisão com regime de segurança máxima, torna-

Figura 21: Planta edifício entrada térreo. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cf-moller. Acesso 15/04/2019. Modificado pela autora.

em: em:

se muito burocrático. A circulação vertical se dá por escadas. A circulação horizontal acontece, em sua esmagadora maioria, por corredores.

45

Figura 22: Planta edifício staff térreo. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cf-moller. Acesso 15/04/2019. Modificado pela autora.

em: em:


PLANTA EDIFÍCIO DOS VISITANTES TÉRREO

O projeto possui o edifício dos visitantes com espaços fracionados e que

acontecem repetidamente.

A

circulação neste espaço é um pouco mais fluida.

A

prisão

também

possui um edifício de

workshops no térreo onde acontecem dinâmicas e

Figura 23: Planta edifício dos visitantes térreo. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

palestras que auxiliam na situação

mental

e

psicológica dos internos.

Figura 24: Planta edifício de

workshops térreo. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/8 85376/storstrom-prison-cfmoller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

46


Considerando a importância da iluminação natural para o bem estar das pessoas, cada cela tem duas aberturas que permitem tanto a entrada de luz e circulação cruzada de ventos, quanto vistas do entorno e da paisagem natural.

Além disso, as celas são mínimas e fogem do conceito que estamos acostumados: com várias pessoas ocupando o mesmo metro quadrado. Acontece quase como um poema que aparenta

não

existir

a

possibilidade

de

interferências visuais ou auditivas, no qual existe

Figura 25: Perspectiva interna da cela. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cfmoller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

o cuidado, a limpeza, e todos esses fatores contribuem para a reabilitação do interno.

Dormitório Banheiro Acesso Iluminação/ventilação

natural

47

Figura 26: Modelo axonométrico de cela. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstr om-prison-cf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.


As áreas sociais são demarcadas com cores que

se afastam da linguagem institucional – uma das características dos processos de

humanização

dos

ambientes institucionais. Na sequência ao lado, pode-se observar como os Figura 27: Perspectiva interna.

Ortogonalidade

Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prisoncf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

Circulação/acesso Grandes aberturas

corredores

acontecem

e

traduzem a sensação de profundidade. Além disso, os espaços são isentos de rebuscamento e trabalham a ideia minimalista que já transpareciam nas plantas apresentadas.

Também notar

a

iluminação

pode-se

influência

da

natural

por

meio de grandes aberturas

que se estendem por todo o conjunto. Figura 28: Cozinha coletiva.

Circulação/acesso

Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prisoncf-moller. Acesso em: 15/04/2019. Modificado pela autora.

Grandes aberturas

48


ANÁLISE

Figura 5: Perspectiva externa diurna. Fonte: Torben Eskerod, 2017, não paginado. Disponível em: https://www.archdaily.com/885376/storstrom-prison-cfmoller. Acesso em: 15/04/2019.

A principal razão deste projeto ter sido

autonomia dos presos também surpreende, como

utilizado como referência projetual foi o fato dele

por exemplo, o fato deles prepararem a própria

se propor a acontecer como uma pequena vila,

comida, a abordagem mais entre si e também a

remetendo a casas e quadras mesmo com seu

preocupação com a incidência e o uso efetivo da

modelo mais compacto.

ventilação e iluminação naturais nas áreas

Além disso, a distribuição das celas e a

49

internas da edificação.


HOLMSHEIDI

Figura 6: Perspectiva externa diurna. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavikiceland-by-arkis-architects/ Acesso em: 20/04/2019.

ARQUITETOS: HOLMES MILLER LOCALIZAÇÃO: REYKJAVIK, ISLÂNDIA ANO DO PROJETO: 2012 ÁREA DO PROJETO: 37.410 m²

50


Figura 29: Localização. Fonte: Google Earth. Adaptado pela autora.

O projeto foi construído na periferia da

A colocação do edifício e a paleta de

capital de Reyjavik, na Islândia. É uma prisão

materiais se ajustam de forma a se misturar com

com 56 celas para detentos com curta sentença.

os tons terrosos da paisagem de Holmsheidi.

O edifício foi construído afastado da cidade. Entretanto, a localidade mais próxima é Reyjavik e fica apenas a dezesseis quilômetros de distância.

51


Figura 30: Fase de construção do edifício. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavikiceland-by-arkis-architects/ Acesso em: 20/04/2019.

A prisão é uma instalação contemporânea e

de design arrojado, e foi projetada de acordo com

gerador a diesel de backup e toda a distribuição de baixa voltagem.

os mais recentes padrões de construção, com o

Além disso, possui sistemas de comunicação,

objetivo de ser certificada de acordo com o

um sistema de alarme de incêndio e um sistema

sistema ambiental BREEAM.

de gerenciamento de edifícios.

O projeto elétrico inclui os sistemas de energia elétrica, painel de energia principal, sistema de energia ininterrupta, sistema de

52


Figura 31: Setorização e estudo solar. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavik-iceland-by-arkis-architects/. Modificado pela autora.

O edifício é composto por espaços de

guarda

principal com uma forma cilíndrica

integração, áreas verdes, quadras, pátios internos,

central, cuja entrada da luz do dia é uma de suas

celas, setores administrativos e congêneres.

principais

Além disso, a prisão é baseada em três elementos-chave. Primeiro, é uma estação de

53

características,

através

de

uma

claraboia circundante. Esta e a estação de guarda se erguem do edifício como um cone liso.


Figura 31: Setorização e estudo solar. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavik-iceland-by-arkis-architects/. Modificado pela autora.

O segundo conjunto de elementos são os

protuberâncias de cada cela individual, que

pátios internos que formam o coração de cada

possuem o duplo propósito de garantir a visão de

bloco de celas e permitem a entrada de luz

cada prisioneiro e uso potencial da luz do dia, ao

natural, possibilitando passar o tempo ao ar livre.

mesmo tempo em que limitam o campo de visão

O terceiro conjunto de elementos são as

não sendo possível ver de uma cela para outra.

54


Figura 32: Esquema da distribuição das atividades na prisão. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/archshowcase/2013/03/17/holmsheidi-prison-in-reykjavikiceland-by-arkis-architects/. Acesso em: 20/04/2019. Modificado pela autora.

O design está focado em criar um ambiente

serviços comuns e uma estação de guarda central

que garanta aos prisioneiros a possibilidade de

que encurta as rotas de comunicação e aumenta a

melhoria. Dentro da prisão, esses objetivos são

supervisão.

alcançados criando limites claros e bem definidos

A paleta de cores no exterior do edifício foi

para cada divisão da operação, com espaços

pensada como uma camuflagem, misturando-se

interiores

com os tons terrosos da paisagem imediata.

e

exteriores

bem

iluminados

acolhedores, possibilidades de conexão para

55

e


ANÁLISE A principal razão deste projeto ter sido utilizado como referência projetual foi

a existência dos pátios internos e seus espaços de integração. É um projeto que também possui uma grande preocupação com a iluminação

natural e a relação pessoa-ambiente. Os limites são claros e bem definidos, ao mesmo tempo em que se tem opções de lazer e congêneres, colaborando para a reabilitação efetiva dos indivíduos.

Figura 33: Perspectiva externa. Fonte: Arkís Arkitektar, não datado, não paginado. Disponível em: https://www10.aeccafe.com/blogs/arch-showcase/2013/03/17/holmsheidiprison-in-reykjavik-iceland-by-arkis-architects/. Acesso em: 20/04/2019.

56


CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

57

DE

INTERVENÇÃO


Figura 34: Mapa de localização. Fonte: Elaborado pela autora.

O município escolhido para inserção do

Se configura como fator de interesse e

equipamento institucional foi Ribeirão Preto,

clareza nas diferenças encontradas na região, que

localizado no estado de São Paulo.

vai

Ribeirão Preto possui caráter significativo frente ao estado, pois de acordo com os números, possui grande relevância em diversos aspectos como PIB, demografia e área.

desde

às

questões

culturais

como

de

desenvolvimento econômico, passando pelos três setores

principais:

primário,

secundário

e

terciário.

58


Figura 35: Mapa de localização do lote. Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.

O terreno escolhido para inserção do

Uso Misto II (Índice 1,0). Segundo

o

Plano

equipamento de reclusão, encontra-se no bairro

Diretor de Ribeirão Preto, a Área de Uso Misto II

Jardim João Rossi, em Ribeirão Preto, mais

destina-se à localização de estabelecimentos cujo

precisamente na Avenida Independência, ao lado

processo produtivo associado a métodos especiais

da Direção Regional de Saúde da cidade.

de

O terreno possui um declive de vinte e quatro metros, e localiza-se parte na ZUP (Zona de Urbanização Preferencial e parte na Área de

59

controle

de

poluição,

não

causem

inconvenientes à saúde, ao bem-estar e segurança das populações vizinhas, classificadas com índice de risco ambiental até 1,0.


Figura 36: Distância da área escolhida até o Quadrilátero Central. Fonte: Google Maps.

uma

Além disso, há a possibilidade de uso de um

distância de seis quilômetros do Quadrilátero

lote vazio do município, que não cumpre sua

Central, tomando como referência o Theatro

função

Pedro II.

proximidades de um bairro de classe baixa (Jd.

A

área

escolhida

encontra-se

a

A escolha da área justifica-se por um fator de suma importância já levantado nas análises projetuais,

que

trata

da

necessidade

de

implantação de um equipamento deste tipo dentro da cidade, e não excluído e/ou sendo

social,

levando

o

equipamento

às

João Rossi), alguns de classe média (Vila Ana

Maria) e média-alta (Jd. Califórnia e Nova Aliança); não alocando-o nas extremidades do perímetro urbano, mas trazendo a diversidade de usos à área.

renegado por ela e sua correspondente população.

60


ANÁLISE FÍSICOTERRITORIAL

O

lote

localiza-se

na

porção sudoeste da delimitação do bairro Jardim João Rossi. Os ventos predominantes são sudeste na maior parte do

ano. Devido

à

localização

geográfica de Ribeirão Preto, mais especificamente a 21°C Sul, nota-se que ao longo do ano a trajetória solar possui uma variação, pela qual há inclinação para o norte no inverno, ou seja, incidência mais baixa neste período.

ÁREA DO LEVANTAMENTO PERÍMETRO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO LIMITE BAIRRO JARDIM JOÃO ROSSI DIRETRIZ VIÁRIA

INVERNO EQUINÓCIOS VERÃO

61

Figura 37: Análise Físico-Territorial da área escolhida. Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.


LEVANTAMENTO

FÍSICO

E

MORFOLÓGICO

62


HIERARQUIA VIÁRIA

SOL NASCENTE

SOL POENTE

O

entorno

imediato

conta com duas diretrizes viárias,

como

visto

anteriormente. Além disso, o terreno

Ribeirão Shopping

estudado também possui duas diretrizes de vias a serem

UNIP

VENTO SUDESTE

implantadas, e vias a serem implantadas com alargamento

de via existente. Um ponto chave para a escolha do terreno foi sua localização. LOCAL

Figura 38: Mapa de hierarquia viária.

ARTERIAL

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

COLETORA ÁREA DO PROJETO

Tem-se

fácil

acesso pela Rodovia Prefeito Antônio

Duarte

Nogueira,

além das vias arteriais e coletoras que auxiliam na

distribuição do trânsito local que geralmente é intenso.

63


USO DO SOLO

O

uso

do

solo

é

SOL NASCENTE

SOL POENTE

predominantemente residencial, com variações de comércios e prestação de serviços,

equipamentos bem

além

Ribeirão Shopping

de

institucionais

distribuídos

em

seu

UNIP

VENTO SUDESTE

entorno imediato. Além

disso,

possui

número bastante significativo de interstícios urbanos, e/ou lotes vazios, fator esperado devido à valorização desses

Figura 39: Mapa de uso do solo.

RESIDENCIAL

terrenos pela proximidade a

COMERCIAL

Shoppings, Universidades e

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

congêneres.

INSTITUCIONAL

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

ÁREA VERDE

VAZIOS ÁREA DO PROJETO

64


TIPOLOGIAS DE EDIFICAÇÕES SOL NASCENTE

SOL POENTE

Analisando o mapa ao lado, pode-se observar que a paisagem contém um número bastante

Ribeirão

grande

de

edificações de 2, 3 ou mais

Shopping

pavimentos. VENTO SUDESTE UNIP

Possui

condomínios

residenciais como o Jardim

Nova Aliança, habitações de Interesse

Social,

como

o

Jardim João Rossi, e alguns prédios 1 PAVIMENTO

Figura 40: Mapa de tipologias de

2 PAVIMENTOS

edificações.

3 OU MAIS PAVIMENTOS

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

ÁREA DO PROJETO

de

poucos

pavimentos. O número de habitações térreas é escasso, dado a porcentagem das mesmas em

relação ao recorte. Nota: Sabe-se que o levantamento deveria ser realizado lote a lote, entretanto, realizou-se por predominância devido à prevalência de edificações de dois pavimentos no recorte.

65


EQUIPAMENTOS URBANOS 10 11

O entorno conta com

uma grande diversidade de equipamentos escala

da

urbanos

na

vizinhança,

do

5

13

12

4

3 8

Pode-se perceber um grande

de

9

equipamentos de saúde como hospitais e UBS. Além disso,

Figura 41: Mapa de equipamentos urbanos.

uma grande quantidade de

Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

equipamentos

de

1

7

bairro e da cidade.

número

SOL NASCENTE

6

SOL POENTE

2

VENTO SUDESTE

ensino,

tanto públicos como privados, escolas e faculdades.

1. Ribeirão Shopping

10. Hospital do Câncer

2. Universidade Paulista

11. 1° Cartório de Registro

3. Hospital Estadual De Ribeirão Preto

de Imóveis de Ribeirão Preto

4. Direção Regional De Saúde De Ribeirão Preto

12. UBS Jardim João Rossi

5. Hospital Santa Tereza

13. Liceu Albert Sabin

6. Hospital Especializado 7. Colégio Einstein 8. Escola Municipal Elisa Duboc Garcia

9. Colégio Objetivo

66


TRANSPORTE COLETIVO

A

área

compreende

qual

lote

está

o

a

servida de três linhas diurnas de ônibus, sendo que todas elas

perpassam

Quadrilátero município.

pelo

Central No

do

período

noturno, a mesma região é servida por uma linha. Além da ligação com a

região central, é possível ter uma conexão com o Distrito de Bonfim Paulista. LINHAS DE TRANSPORTE COLETIVO JD. NOVA ALIANÇA JD. JOÃO ROSSI

RIBEIRÃO SHOPPING NOTURNO SUL JD. JOÃO ROSSI Figura 42: Mapa de rotas do transporte coletivo. Fonte: Google Earth. Modificado pela autora.

67


Quadro de restrições legais Macrozoneamento urbano Carta Ambiental Zoneamento Industrial Áreas Especiais Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Ocupação Taxa de Permeabilidade Gabarito básico Gabarito máximo Recuo frontal Recuo fundo e lateral

Zona de Urbanização Preferencial Zona de Uso Disciplinado 01 Área de Uso Misto II (Índice 1,5) AUM 1

Figura 43: Análise do lote. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

Área Especial Predominantemente Residencial 5 80% 10% 10m O LOTE -

5m 2m

O lote escolhido possui topografia em declive com vinte e quatro metros de desnível. O

Postes de energia elétrica e um ponto de ônibus. Além disso, possui uma diretriz viária

nível mais alto localiza-se face à avenida

constante

Independência.

encontrado no site da Secretaria de Planejamento

Possui setenta e um mil metros quadrados e uma grande massa vegetativa rasteira e arbustiva face ao recorte. Possui em seu mobiliário urbano

no

mapa

de

Hierarquia

Física,

e Gestão Pública da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

68


ESTUDO PRELIMINAR

69


Figura 44: Plano de massas. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

O partido projetual é a topografia, por

Todos

os

blocos

são

conectados

por

possuir um grande declive, com uma enorme

passarelas, para que se tenha uma interconexão

quantidade de curvas de nível. O projeto foi

dos ambientes pela cobertura de cada um destes

pensado de forma setorizada no terreno, com

volumes.

edificações térreas, de maneira escalonada, onde a cada três metros de desnível, é alocado um bloco.

70


Figura 44: Plano de massas. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

O plano de massas conta com cinco blocos

As árvores existentes estão representadas no

dormitórios,

terreno em verde escuro. Todas as árvores

pedagógico e esportivo, além de espaços de

retiradas para a inserção do edifício foram

integração entre os menores.

realocadas e sinalizadas pelos círculos em verde

separados

em:

administrativo,

Toda a distribuição espacial foi pensada de forma a se obter “caminhos” e preservar a vegetação existente.

71

mais claro.


Figura 44: Plano de massas. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

Houve o aproveitamento da diretriz viária

usuário pode aproveitar-se da vista do terreno,

para criação de um novo acesso, onde permite-se

que é grande, e possui uma extensa massa

chegar ao estacionamento e já adentrar o edifício

vegetativa.

pelo administrativo, aumentando o controle de entrada e saída de pessoas. A proposta também conta com uma pista de esportes que acontece como um circuito, onde o

72


PROGRAMA DE NECESSIDADES

73

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.


FLUXOGRAMA GERAL

SERVIÇOS VISITAÇÃO ADMINISTRAÇÃO RECEPÇÃO INTEGRAÇÃO

EDUCAÇÃO ALIMENTAÇÃO O conceito do projeto é a interligação dos ACESSO A FUNCIONÁRIOS

blocos que mesmo separados tornam-se unidade

ACESSO A MENORES RECLUSOS

por meio das passarelas propostas. Por meio dessa

ACESSO A VISITANTES

interconexão os guardas conseguem ter uma visão das edificações, fazendo ligações em diferentes níveis, não reproduzindo os modelos comumente

utilizados.

Ilustração: FIDELIS, não paginado, não datado.

74


ALIMENTAÇÃO

COZINHA

REFEITÓRIO

DESPENSA

EDUCAÇÃO

BIBLIOTECA

VIDEOTECA

W.C.

INTEGRAÇÃO

ESPORTES

PAISAGISMO

ADMINISTRAÇÃO

CONSELHO

ASSISTÊNCIA

SERVIÇOS

DENTISTA

PSICÓLOGO

RECEPÇÃO

VISITAÇÃO

DORMITÓRIOS

O objetivo do projeto é o desenvolvimento de um equipamento de reclusão para menores,

diferente

dos

modelos

que

vem

sendo

reproduzidos nos últimos anos. Para além disso, projetar um equipamento que se relacione com o entorno imediato de forma a se integrar com a

comunidade, quebrando o paradoxo de que equipamentos

deste

tipo

necessitam

implantados nas extremidades do perímetro

75

ALMOXARIFADO

estar

urbano, distante das localidades mais adensadas.

Ademais, desenvolver o projeto de forma integrada, evitando criar barreiras visuais e a sensação de exclusão. O projeto foi desenvolvido levando em consideração a materialidade, a segurança, e a relação

pessoa-ambiente,

topografia existente no terreno.

aproveitando

a


VOLUMETRIA O volume foi pensado inicialmente como um bloco único, comportando-se como uma lâmina no terreno. Entretanto, como existe um declive elevado, houve a repartição deste prisma e a setorização do mesmo, girando-os em sentidos opostos, de forma a criar a rampa que faz a ligação de todos os pavimentos e escalonando os volumes. Desta forma, há o aproveitamento da topografia

existente,

sem

grandes

movimentações de terra, e da vista privilegiada que o terreno possui.

Figura 45: Proposta de volumetria. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

76


PROJETO

77


Figura 46: Implantação. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

A distribuição espacial dos blocos na implantação, da esquerda para a direita, se dá da

possível desenvolver atividades de marcenaria, costura e afins.

seguinte forma: a primeira edificação é o setor

A ocupação no território se deu desta forma

administrativo; a segunda edificação é composta

devido ao controle que este tipo de equipamento

por dormitórios; a terceira edificação é o setor

exige. O setor administrativo aloca-se primeiro

pedagógico; a quarta edificação também é

pois tem de ser feita uma inspeção quando

composta por dormitórios; e, a quinta edificação

pessoas adentram ao edifício, exigindo questões

concentra as atividades esportivas, além de

mais burocráticas e filtrando também os objetos

possuir oficinas em suas extremidades, onde é

78


Figura 46: Implantação. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

que podem ou não entrar, como facas, canivetes

ambos os lados, tanto da cota mais alta do

e/ou armas de fogo.

terreno, quanto da mais baixa.

O segundo e o quarto edifícios estão

O quinto e último edifício localiza-se na

dispostos distantes um do outro para controle dos

cota mais alta do terreno pelo fato de ser a

menores, existindo a possibilidade de separação

edificação mais alta. Sendo assim, não gera um

por idades caso haja a necessidade.

obstáculo visual na entrada do equipamento e

O terceiro edifício localiza-se no meio do terreno de forma a possibilitar a chegada por

79

nem entre as outras edificações.


Figura 47: Fluxos implantação. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

O acesso ao equipamento se dá pela diretriz

ENTRADA/SAÍDA DE PEDESTRES

viária. Foi proposto um canteiro central de acesso

ENTRADA/SAÍDA DE VEÍCULOS

a pedestres entre as duas vias destinadas a entrada

CIRCUITO EXERCÍCIOS

e saída de veículos.

CIRCULAÇÃO EXTERNA CIRCULAÇÃO TELHADO GUARDAS

O estacionamento comporta 46 veículos, de modo a atender aos visitantes e aos funcionários.

80


Figura 47: Fluxos implantação. Sem escala. Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto. Modificado pela autora.

ENTRADA/SAÍDA DE PEDESTRES

Entre as edificações também existe um

ENTRADA/SAÍDA DE VEÍCULOS

circuito

para

circulação

horizontal

externa

CIRCUITO EXERCÍCIOS

destinada tanto a funcionários, visitantes e

CIRCULAÇÃO EXTERNA

menores.

CIRCULAÇÃO TELHADO GUARDAS

As passarelas no telhado são exclusivamente para circulação de guardas e vigilância noturna,

81

facilitando a visibilidade de todo o perímetro.


2

1

2 1

Figura 48: Perspectiva externa implantação. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

O circuito destinado a atletismo se estende

2

Alguns espaços demarcados com cores fortes

por todo o terreno promovendo ao usuário a

no

piso

possibilidade de contemplação da paisagem, além

possibilitam áreas de convívio e possibilidade de

de trazer benefícios a saúde. O piso utilizado é do

trocas. Sua materialidade é o concreto com adição

tipo sintético formado por grânulos de SBR

de pigmentos para se chegar na cor desejada.

externo

e

mobiliários

dispostos

(borracha resinada de pneu), aglomerados com resina de poliuretano, e seu assentamento é feito por colagem entre os módulos com adesivo. Figura 49: Piso para pista de atletismo.

Fonte: Elasta, não datado, não paginado. Disponível em: https://www.elasta.com.br/piso -esportivo/piso-para-pista-deatletismo/. Acesso em: 16/11/2019.

Figura 50: Piso de concreto colorido. Fonte: Crete, não datado, não paginado. Disponível em: https://www.crete.com.br/saiba-como-opiso-de-concreto-contribui-para-o-visualdo-seu-projeto/ Acesso em: 16/11/2019.

82


4 3 Figura 51: Perspectiva externa cobertura. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

3

As coberturas de todas as edificações, com

4

As passarelas estão dispostas como um

exceção da quadra, possuem rasgos para respiros

circuito que perpassa pelas coberturas. Essa

no interior da mesma, e também para maior

circulação é liberada apenas aos funcionários. A

controle de segurança dos guardas que fazem a

estrutura da passarela é de concreto, e seu

vigília.

guarda-corpo de aço tubular. Figura 53: Estrutura ponte Parque da Gare.

83

Figura 52: Planta esquemática cobertura. Fonte: Elaborado pela autora.

Fonte: Galeria da Arquitetura, não datado, não paginado. Disponível em: https://blog.galeriadaarquitetura.com .br/post/9-passarelas-incriveis-parase-inspirar. Acesso em: 16/11/2019.


5

8 7

6

9 Figura 54: Perspectiva externa lago e vegetação. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

5

O fechamento do lote acontece por meio de

um muro feito de blocos vazados de concreto, com altura de 4.20m. O projeto foi desenvolvido evitando ao máximo o uso de arames, cercas, e os muros regularmente utilizados em equipamentos deste porte. Figura 55: Elementos vazados de concreto. Fonte: Reforma e Construção, não datado, não paginado. Disponível em: https://www.reformaeconstrucao.com/loja/ elementos-vazados/elementos-vazados-deconcreto/cobogos-de-concreto-da-fabricamodelo-catavento-decorativo/. Acesso em: 16/11/2019.

84


5

8 7

6

9 Figura 54: Perspectiva externa lago e vegetação. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

6

O

projeto

conta

com

um

lago

que

7

O piso rente ao lago é do tipo deck de

acompanha a topografia natural do terreno,

madeira

tornando-se

outros pisos de modo a promover acolhimento ao

uma

barreira

elemento limitador do espaço.

física

enquanto

impermeável,

diferenciando-se

dos

usuário.

Figura 56: Mini deck modular de madeira.

85

Fonte: Reforma e Construção, não datado, não paginado. Disponível em: https://www.reformaeconstrucao.com/loja/elementosvazados/elementos-vazados-de-concreto/cobogos-de-concretoda-fabrica-modelo-catavento-decorativo/. Acesso em: 16/11/2019.


5

8 7

6

9 Figura 54: Perspectiva externa lago e vegetação. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

8

Alguns espelhos d’água também foram

9

A forração proposta para o projeto foi a

dispostos pontualmente no projeto (6), de modo a

grama-esmeralda, devido a resistência ao pisoteio

contribuir com o conforto térmico e promover

e a preferência ao sol pleno.

sensações.

Figura 57: Modelo de espelho

Figura 58: Grama esmeralda.

d’água.

Fonte: Danilo Matoso, 01/10/2009, não paginado. Disponível em: https://mdc.arq.br/2009/10/02/centr o-educativo-burle-marx-inhotimbrumadinho-mg/foto-vista-geralda-cobertura-espelho-dagua/. Acesso em: 16/11/2019.

Fonte: Grameira 3 irmãos, não datado, não paginado. Disponível em: http://www.grameira3irm aos.com.br/gramaesmeralda.php. Acesso em: 16/11/2019.

86


Figura 59: Planta humanizada administrativo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

BLOCO ADMINISTRATIVO O programa da edificação que comporta o

possíveis apresentações dos menores, abertas a

setor administrativo é composto por recepção,

comunidade e suas respectivas famílias. Nesta

sala de inspeção, sala da família e sala de

edificação também localizam-se a biblioteca e a

funcionários.

videoteca.

Existe também um mini auditório proposto para apresentação de palestras, capacitações e

Os pátios internos exercem função de

respiro dentro da edificação, e, além de promover conforto térmico também auxiliam no bem estar

87

psicológico.


Figura 60: Zoneamento bloco administrativo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

A edificação possui 1.664m² onde metade

SOCIAL VISITANTES

dessa

metragem

é

voltada

quase

que

PRIVADO

majoritariamente a atividades relacionadas aos visitantes e funcionários, e a outra metade aos menores, com espaços maiores como um mini

auditório, videoteca e biblioteca, que também podem ser utilizados pela comunidade.

88


Figura 61: Fluxos bloco administrativo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

FLUXO FUNCIONÁRIOS

Os acessos se dão por todos os lados da

FLUXO VISITANTES

edificação, entretanto, o acesso principal é

FLUXO MENORES

somente pela face frontal onde ocorre a inspeção

ACESSO PRINCIPAL

dos visitantes.

ACESSOS SECUNDÁRIOS

Os menores podem circular livremente na face posterior da edificação, onde os ambientes são destinados, em sua grande maioria, a eles.

89


PÁTIO INTERNO PASSAGEM ENTRE A RECEPÇÃO E O AUDITÓRIO Figura 62: Perspectiva de um dos pátios internos entre a recepção e

o auditório. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

BIBLIOTECA DESTINADA AOS MENORES E A COMUNIDADE Figura 63: Perspectiva interna biblioteca. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

PÁTIO INTERNO DIVISA ENTRE A SALA DE FUNCIONÁRIOS E A SALA DA FAMÍLIA Figura 64: Perspectiva de um dos pátios internos entre a sala de funcionários e a sala da família. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

90


Figura 65: Planta humanizada dormitórios. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

DORMITÓRIOS

A edificação destinada aos dormitórios possui vinte dormitórios que comportam duas

máxima permitida no equipamento é de cento e cinquenta e dois reclusos em regime fechado.

pessoas e trinta e seis dormitórios que comportam

O bloco possui 1.664m² e também conta

apenas uma pessoa, possibilitando a permanência

com dormitórios e banheiros destinados aos

de 76 jovens em cada bloco de edificação. Sendo

guardas, além de duas salas de monitoramento e

assim e possuindo duas edificações, a quantidade

espaços de convivência.

91


Figura 66: Zoneamento dormitórios. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

SOCIAL

A edificação é destinada majoritariamente

MENORES

aos menores reclusos, apenas alguns espaços são

PRIVADO

privativos pois há a necessidade de descanso e/ou troca de turno para funcionários, possibilitando maior grau de privacidade, já que possuem um

espaço próprio com banheiros e vestiários.

92


Figura 67: Fluxos dormitórios. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

ACESSOS CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

Como observado na imagem acima, os acessos se dão pelas laterais da edificação, e os fluxos são direcionados.

Pode-se observar também que a sala de vigilância funciona como barreira física dos quatro ambientes de forma a manter o controle.

93


SALA DE CONVIVÊNCIA DESTINADA AO DESCANSO E INTERAÇÃO ENTRE OS MENORES Figura 68: Perspectiva interna da área de convivência do bloco dos

dormitórios. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

PÁTIO INTERNO O PÁTIO NO NÚCLEO DOS DORMITÓRIOS EXERCE A FUNÇÃO DE RESPIRO Figura 69: Perspectiva de um dos pátios entre os dormitórios. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

DORMITÓRIOS O PROJETO POSSUI DORMITÓRIOS DE 1 E 2 LUGARES Figura 70: Dormitório duplo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

94


BLOCO PEDAGÓGICO A edificação possui 1.664m², e possui em seu programa atividades destinadas ao ensino.

Sendo assim, possui salas de aula, de dança e de artes, além de refeitórios, cozinha e despensa. Também fazem parte da edificação as salas destinadas a atendimento psicológico e dentário

95

Figura 71: Planta humanizada pedagógico. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

além de possuir uma enfermaria.


Figura 72: Fluxos pedagógico. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

ACESSOS CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

O fluxo do bloco pedagógico é dividido em dois: direcionado e difuso. Os acessos se dão pelo lado frontal e

posterior da edificação, de modo que todas as atividades estejam alocadas no perímetro.

96


SALAS DE AULA POSSIBILIDADE DE DIVISÃO EM DOIS TURNOS E ESPACIALIZADA DE MODO NÃO CONVENCIONAL

Figura 73: Perspectiva interna da sala de aula. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

PÁTIOS INTERNOS RASGOS EXERCENDO FUNÇÃO DE RESPIROS DENTRO DA EDIFICAÇÃO, ALÉM DA PRESENÇA DE MOBILIÁRIO CONVIDATIVO

Figura 74: Perspectiva do pátio interno. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 75: Perspectiva do pátio interno com vistas para a sala de artes e refeitório. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

97


Figura 76: Perspectiva bloco esportivo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

ESPORTIVO

A edificação que concentra as atividades esportivas localiza-se na cota mais alta do terreno. Possui em seu núcleo duas quadras, duas piscinas e dois tatames.

O programa também conta com oficinas distribuídas pelas laterais do bloco, destinadas a

em geral, possibilitando que os jovens possam aprender uma profissão. Para além do equipamento em si, a proposta

é que as atividades sejam abertas também a comunidade, estreitando relações e quebrando paradigmas.

atividades como costura, marcenaria, e consertos

98


Figura 77: Zoneamento bloco esportivo. Sem escala.

Fonte: Elaborado pela autora.

O bloco possui 6.300m² e pode-se observar na imagem acima como se dá a distribuição espacial. Todo o espaço foi pensado de forma

acessível com escadas e rampas, e também nos vestiários.

99

Figura 78: Corte transversal esquemático bloco esportivo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.


Treliça metálica

Pilares 40x40cm Laje nervurada H = 40cm Brises Figura 79: Perspectiva explodida bloco esportivo. Sem escala.

Fonte: Elaborado pela autora.

Forro de madeira para isolamento térmico e acústico

Figura 80: Perspectiva interna bloco esportivo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

100


ESTRUTURA

Figura 81: Corte transversal bloco esportivo. Sem escala

Muro de arrimo

Terra armada

Fonte: Elaborado pela autora.

Laje nervurada

Treliças metálicas Pilares de 40x40cm

Treliça metálica

Figura 82: Corte transversal bloco administrativo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

Laje nervurada

Com exceção do bloco esportivo, todas as

Laje nervurada

sem interferências de pilares ou vigas.

outras edificações foram projetadas em concreto

A vedação é feita com blocos de concreto

armado. A laje que recobre a edificação é do tipo

que além de facilidade na execução também

nervurada de modo a viabilizar vãos maiores,

proporciona isolamento acústico.

possibilitando outros tipos de layout no futuro

101


MATERIALIDADE

Figura 83: Fachada esquemática bloco administrativo. Sem escala. Fonte: Elaborado pela autora.

O projeto conta com telas coloridas nas fachadas de todos os blocos, com exceção da

quadra. Foi utilizada uma composição tríade, onde a ideia principal é trazer um grau de ludicidade de forma a suavizar a carga pesada que é a questão do menor recluso. Essas

telas

correm

em

um

caixilho

possibilitando várias composições diferentes. Figura 84: Fachada Centro de Educação Profissional Senac Turismo e Gastronomia. Fonte: Fellipe Lima, não datado, não paginado. Disponível em: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/sa-earparquitetura-centro-de-educacao-profissional-senac-turismo-egastronomia-campo-grande-ms. Acesso em: 16/11/2019.

102


TABELA DE ESQUADRIAS PORTAS Simbologia

Largura

Altura

Tipologia

Materialidade

Administrativo

P1 P2 P3

2m 1.5m 0.90m

3 3 2.5

ABRIR ABRIR ABRIR

Madeira Madeira Madeira

12 8 34

16 4 4

P4

2m

2.5

CORRER Madeira com bandeira de vidro

4

ABRIR CORRER ABRIR ABRIR ABRIR

2 60

P5 P6 P7 P8 P9

0.70m 2.5 1.5m 2.5 0.80m 2.5 1m 2.5 0.60m 2.5 Total por edificação

Madeira Madeira Madeira Madeira Alumínio

Dormitórios Pedagógico

Esportivo

Total

7 18

42 9 -

77 21 56

-

-

-

4

10 48 8 2 92

2 27

130 181 Total geral

14 48 8 2 130 360

JANELAS Simbologia Largura J1 J2 J3 J4 J5 J6 J7 J8 J9 J10 J11 J12 J13

0.80 1.60m 2.40m 3.20m 4m 0.80m 1.60m 4m 3.20m 2.40m 1.60m 2.40m 3.20m

103

Altura 2.95m 2.95m 2.95m 2.95m 2.95m 1m 1m 1m 1m 1m 2.40m 2.40m 1.50m

Peitoril

Materialidade

0.05m Alumínio 0.05m Alumínio 0.05m Alumínio 0.05m Alumínio 0.05m Alumínio 2m Alumínio 2m Alumínio 2m Alumínio 2m Alumínio 2m Alumínio 1.50m Alumínio 1.50m Alumínio 1.50m Alumínio Total por edificação

Tipologias PIVOTANTE PIVOTANTE PIVOTANTE PIVOTANTE PIVOTANTE MAXIM AR MAXIM AR MAXIM AR MAXIM AR MAXIM AR PIVOTANTE PIVOTANTE PIVOTANTE

Administrativo Dormitórios Pedagógico Esportivo 5 9 9 23 1 16 1 2 -

66

6 27 17 6 56

6 4 9 10 1 3 6

3 21 8 6 3

39

41 Total geral

Total 14 34 18 41 1 17 4 2 12 9 27 17 6 202


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108

72


APÊNDICE

DESENHOS TÉCNICOS

109


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