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& OFI CI NA
TROLEIBUS
UNICAMP TFG 2018 faculdade de arquitetura e urbanismo aluna: isabella rebolla bueno
orientador: prof. dr. haroldo gallo
TROLEIBUS GARAGEM & OFICINA
AGRADECIMENTOS Se não for tornar esta lista extensa é por que não dei os devidos agradecimentos. Em um ano difícil, ter quem tornou minha vida um pouco mais fácil, foi o que me permitiu chegar onde cheguei. À minha mãe pelo apoio incondicional, pelos colos nas horas sofridas e pela força que me manteve de pé; à minha vó pela proteção de sempre, pelo cuidado e carinho que sempre me prestou; ao meu orientador, Gallo, pois sem ele não existiria este trabalho; à Rosângela, pelas conversas e cafés de apoio; à Dani, pelo acolhimento nas horas mais dificeis; à Lilia, pela força nas horas críticas; ao meu pai, que foi meu teto quando não havia um; ao Luiz, pela companhia nas madrugadas mais longas e de mais trabalho; ao Laerti, pelos conselhos e parceria no dia a dia; ao Doca, pelas conversas, conselhos e puxões de orelha e, acima de tudo, por fazer parte da minha vida; às minhas amigas do coração, Sanae e Monique pela parceria e amizade durante todo o nosso percurso; às minhas parceiras de tfg que me empurraram para frente mesmo em seus próprios esforços; à Cássia, que mesmo não sabendo, foi meu grande empurrão para que eu chegasse ao final deste curso; à todos que de alguma forma passaram pelo meu caminho e me inspiraram a ser melhor; meus sinceros agradecimentos.
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RESUMO Este trabalho final de graduação tem como principal objetivo o desenvolvimento de um projeto arquitetônico, numa área pré-existente de interesse patrimonial e significância histórica, para um centro de informações e conhecimentos. Será embasado nas principais questões conceituais da sociedade da informação. O projeto assume como premissa a incorporação de questões centrais das teorias contemporâneas da informação, voltadas para o fenômeno em si e a sua guarda. De forma introdutória, será apresentado o percurso histórico da informação, suas evoluções e sua implicações socioeconômicas para as próximas gerações, assim como será tratado, teoricamente e por proposição das questões relativas ao patrimônio arquitetônico. O projeto destinado a ser um centro de informações e conhecimentos, denominado de Garagem & Oficina Troleibus em homenagem à pré-existência que o abriga, visa apresentar um novo cenário quanto à geração e ao consumo de conteúdos do conhecimento, tendo como hipótese que o espaço pode contribuir com tal finalidade.
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TROLEIBUS
INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS
009
O ACESSO À INFORMAÇÃO
013
O acesso à informação no decorrer da história e o papel da BibliotecA BRASIL
TEMPOS DIGITAIS
021 023 026 029
A ETAPA DE EMANCIPAÇÃO
031
A informação nos tempos digitais O acesso na atualidade e as novas informações Inclusão Digital
A inclusão digital e o acesso à informação como forma de Emancipação Social
m olhar sobre a Cidade e o Bairro através das conexões urbanas O Bairro do Brás e seus dados relevantes O LOTE e o entorno
037 039 043 051 061 063
REFERÊNCIAS
069 071 075 079
projeto
085 087 089 091 097 097 105 111 115
BIBLIOGRAFIA
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Auditorium NICCOLÒ PAGANINI biblioteca de FREIBURG nova Biblioteca Nacional do catar
abordagem do programa orgonograma PROGRAMA POR AMBIENTES concepções e conceitos de projeto CONCEPÇão construtiva CONCEPÇão PROJETUAL CONCEPÇão espacial peças DE projeto
projeto
PERCURSO DO MONUMENTO
Os Bondes, São Paulo e o LOTE
TFG 2018
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LOCAL
UM OLHAR SOBRE O LUGAR
UNICAMP
015 018
TEMA
GARAGEM & OFICINA
SUMÁRIO
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
Dentro destes dois “formatos” iremos considerar os conteúdos advindos tanto de fontes formais quanto informais. É anseio desse projeto se posicionar para o caminho futuro da informação, o qual anseia por mudanças constantes e em grande parte é direcionado pelas ações cotidianas e os conteúdos que este dia-a-dia nos gera.
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TFG 2018
INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS CAPÍTULOS
Como início de um diálogo de projeto, abordo alguns conceitos básicos que considero essenciais para o entendimento do caminhar de minhas propostas. Primeiramente, o quesito “informação”, o qual posso apontar como foco temático deste trabalho, é um fator que permeia a vida de todos na atual conjuntura histórica. A Era da Informação é algo real, presente e tangível. Somos bombardeados por infinitos conteúdos a todo momento e sem que percebamos estamos alimentando uma rede de informações com cada escolha e cada “click” que damos em nossos celulares, computadores, tablet e outros equipamentos conectados à rede. Porém a Informação em si segue com certas características adquiridas pelo seu percurso histórico conceitual. Entre elas pode-se verificar sua ampla disposição em formatos e grande derivação de fontes.
A tecnologia no cenário informacional é parte complementar de algo muito mais antigo, os “acervos físicos” (como exemplificação: as enciclopédias), um agrega valor ao outro e ambos propiciam amplitude de alcance à informação. Especialmente quando tratamos desta união. Como terceiro braço deste cenário está a utilização desta rede imensa de informações seja ela física ou respectiva à uma rede de dados em si. Não basta apenas entender a informação como um bem estático, pois esta encontra-se em constante crescimento e mutação. Visto este importante fator, a questão da geração de conteúdo em si complementa a dinamicidade que esta rede de informações assume. Sendo assim entende-se que este projeto assume três frentes: 1 - a de propor amplo e completo acesso informações em seus mais diversos formatos (seja ela digital ou advinda de acesso físico - livros, revistas, jornais etc); 2 - a de concretizar a união destes formatos de acesso aos conteúdos através de um diálogo
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Em conceito, este projeto entende a Informação em si como objeto complexo e amplo, porém este limita-se ao que podemos entender como “acervo físico” e mídia digital. Isto se dá devido a um foco necessário para seu caminhar.
A pontuação destes três tópicos gira em torno do entendimento de que esta rede de informações, hoje constituída por todos nós independente dos meio de alimentação de dados e conteúdos, é algo intrínseco e ao mesmo tempo invisível do ponto de vista crítico da população. Por este motivo, a mesma não é utilizada por seus alimentadores em toda sua potencialidade de usufruto.
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O fator do acesso à informação em si é apenas uma das partes que poderiam ser expandidas em seu uso, mas além deste tópico ainda há inúmeras possibilidades para a questão do uso da informação. A incapacidade do uso desta informação disponível reflete a forma como as pessoas não se vêem inseridas dentro desses contextos de possibilidades de uso. Dentro do projeto arquitetônico que esta monografia propõe, a Informação é inserida como uma medida diretiva, para que o espaço arquitetônico e suas articulações permitam esses usos informacionais - de acesso e de geração de conteúdos. Para isto é necessário o entendimento de toda a extensão de informações que possuímos na atualidade, assim como os diferentes formatos em que essas informações se apresentam: tanto as formatações antigas quanto as mais atuais e inovadoras. Este diálogo entre o antigo e o novo, transparecido pelas diferentes formatações que a informação assume, levanta então o segundo
ponto de diretriz que este projeto enfoca: a questão do patrimônio. É de interesse deste configurar um diálogo temático também em seu local de implantação arquitetônica. Isto tendo sido levantado, o embasamento deste ponto de projeto recai sobre o olhar de reincorporação do patrimônio no cotidiano da sociedade. A necessidade desta reintrodução da história da cidade na vida da comunidade local (ou municipal) se dá em grande parte pelo decaimento das políticas públicas de preservação. O estado físico do edifício pode até ser suficiente para manter a imagem que permeou outros tempos, porém o real entendimento da história vem do acesso àquela informação - dentre os meios mais eficientes está a demonstração daquela história na arquitetura de um edifício com intenso uso. Dentre os exemplos notórios da cidade de São Paulo está o Antigo Edifício Banespa que foi convertido por meios de um dos grandes Bancos nacionais em um edifício memória, porém que agrupa novos usos diversos, que trazem fluxos diários ao monumento histórico. Assim, a história do edifício é preservada ao mesmo tempo que utilizasse do espaço arquitetônico. Ganhando assim uma nova significância perante o contexto urbano e histórico. Dentro deste percurso textual, cabe então ao Primeiro Capítulo (O ACESSO À INFORMAÇÃO) contextualizar historicamente e de forma breve o desenvolvimento das bibliotecas e as suas respectivas implicâncias históricas quanto ao acesso à informação; seguindo para a apresentação do fator digital, o Segundo Capítulo (TEMPOS DIGITAIS) contextualiza o percurso ao qual as últimas décadas de inovações tecnológicas influenciou; após estas breves introduções histórico-teóricas, o Terceiro
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físico-arquitetônico, além do conceitual; 3 - a de adentrar no contexto da sociedade da informação da forma mais ampla e possibilitada através do impulsionar a geração de conteúdos, seja ele qual for, como forma de construir um cenário propício para a emancipação.
Capítulo (ETAPA DE EMANCIPAÇÃO) trás um vislumbre sobre as linhas de influência que esta Sociedade da Informação possui sobre fatores sociais e culturais, principalmente focado quanto ao tema de um novo mercado de trabalho. Estes 3 capítulos configuram a questão Temática do Projeto, enquanto os posteriores introduzem conceitos diretivos mais específicos ao projeto arquitetônico em si. No quarto e quinto capítulo (respectivamente: UM OLHAR SOBRE O LOCAL e O LOTE) apresenta-se as concepções utilizadas para a escolha do Local de Projeto, e as análises técnico-legislativas e histórica do Bairro e do Lote escolhidos; já no capítulo seguinte (PERCURSO DO MONUMENTO) levanto a questão da temática do patrimônio pertencente ao lote tratado em si, fundamentando a hipótese de utilização da pré-existência como fator de chamariz para novo uso estruturante, de tal temática trago uma referência utilizada no capítulo Sete (REFERÊNCIA). A partir do Oitavo Capítulo apresenta-se o percurso do PROJETO em si, com seu partido Arquitetônico e as diretrizes projetuais que permeiam o projeto. Após estas apresentações de conceitos são apresentadas os respectivos estudos de: programa de necessidades, volumetria, fluxos, áreas e peças gráficas significantes para o entendimento do projeto. Cabe ressaltar que este projeto não se propõe solucionar esta problemática intrínseca de um ponto de vista social e cultural ou relativo à temática da informação em si, porém propõe uma hipótese de como podemos oferecer espaços arquitetônicos adequados para que estes entendimentos.
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Imagem 1 - Gaining Knowledge by Reading Fonte: <http://hornercoaching.com> acesso em junho/2018
(FREIRE apud BLIKSTEIN, 2016)
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“a História é o tempo da possibilidade e não do determinismo […]. O futuro não é inexorável, o futuro é problemático”
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O ACESSO À INFORMAÇÃOS
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antes produzidos, alimentando um controle da informação que cada nação continha. Vindo do exemplo da Biblioteca de Alexandria (século III a.C.), as bibliotecas eram grandes centros de estocagem de informação. Ou conforme define MIRANTA, LEITE E SUAIDEN (2014), Library, na acepção mais generalizada, evoca um coletivo de arquivos ou coleções de obras ou de dados disponíveis, dependendo da tecnologia ao alcance do público. (MIRANDA, A.; LEITE, C.; SUAIDEN, E. Inclusão Social, Instituto Brasileiro de Informação em CWiência e Tecnologia (Ibict), Brasília, v. 3, n. 1, p. 17-23, Jul./Dez. 2014)
O acesso à informação no decorrer da história e o papel da BibliotecA
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Imagem 2: Biblioteca de Alexandria Fonte: <jornal.usp.br> acesso em junho/2018
Por meio da introdução oferecida por ALMEIDA JUNIOR (1993), podemos começar a fomentar um pouco o entendimento do surgimento e da importância adquirida pela instituição “Biblioteca”: Diversos autores abordam o surgimento da biblioteca pública. Em sua maioria, entendem ser ela fruto de duas grandes revoluções: a Industrial e a Francesa. Com peso equivalente também seriam responsáveis por esse surgimento as reivindicações da população por um maior acesso à educação e, consequentemente, às bibliotecas que dariam suporte ao ensino. (ALMEIDA JUNIOR, 1993, p. 116) Em contexto amplo, a biblioteca surge como uma forma de catalogação de conteúdos já
Até as primeiras Revoluções (Francesa e Industrial), a cultura da informação popular oral era a predominante, uma vez que, juntando ao fato do nível evidentemente alto de analfabetismo das classes menos abastadas, o item “livro” era considerado de alto luxo e raramente pertencia a alguém fora de um grupo privilegiado. As revoluções chegaram com suas reivindicações nas áreas relacionadas aos direitos básicos, dentre eles o direito à educação. Como fonte de apoio, as bibliotecas públicas surgem nessa urgência de abrir parte do conhecimento adquirido até então à população menos abastada. Com a Revolução Industrial, a passagem da oficina artesanal para as atividades da fábrica, a informação passa a ser um dos insumos básicos das nações. As Bibliotecas tiveram que sistematizar
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seus serviços para atender as forças produtivas desse período, época em que a Biblioteca passa a ser um serviço aberto ao público, não só para atender essas necessidades, mas também para atender às novas conquistas populares com uma universalização da educação, exigência ao regime em vigor. (PIMENTEL, 2006, p.22) [...] exigia qualificação mais apropriada da força de trabalho, e visando manter o modo de produção, impõe-se a necessidade do ensino formal como meio de aperfeiçoamento individual de desenvolvimento nacional. Nesse contexto, a Biblioteca Pública apresentase como mais um artifício de garantia da democratização do saber. (OLIVEIRA, 1996, p. 14. apud PIMENTEL, 2006, p.22)
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A “universalização da educação” dita por Pimentel incrementa a democratização da informação ou, como dita por Nogueira, a “democratização do saber”. Através destas idéias e terminologias, podemos entender a conexão entre os conceitos de educação e o acesso à informação em si. Estas duas idéias se correlacionam com conceitos como inclusão digital, o qual será citado em capítulos à frente. Dentro do posicionamento político ao qual a instituição da biblioteca se vê inserida, podemos citar Araújo (apud Pimentel, 2006) com sua definição quanto a expansividade da ação que as bibliotecas possuem sobre a informação e seus reflexos sociais: [...] define Biblioteca Pública como um conjunto de direitos e deveres do
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indivíduo no contexto da sociedade, os quais serão implementados através da disponibilização e acesso à informação, pois a informação é o elemento que provoca transformação nas estruturas. (ARAÚJO, 1998, p. 9. apud PIMENTEL, 2006, p.24) Como elemento fundamental do acesso democratizado à informação, as bibliotecas possuem em sua essência a universalidade de assuntos mesmo que durante muito tempo estas instituições fossem divididas em categorias dependendo do público alvo ao qual a tal se destinava. E apesar de contar com distinções, sempre foi o elemento uniforme quanto à liberdade do acesso à informação.
Imagem 3: reconstrução da biblioteca nacional do brasil - cituada no rio de janeiro Fonte: <bsf.org.br> acesso em junho/2018
BRASIL
A primeira biblioteca pública no Brasil surge por uma iniciativa dos cidadãos em si, não através de qualquer interesse dos órgãos governamentais. No contexto de um alto nível de analfabetismo que havia na época (em 1811), “A promoção da cultura tornou-se elitizada e privilégio de poucos” (PIMENTEL, 2006, p.22) uma vez que apenas pessoas de posse conseguiam ter acesso às informações ali presentes. A instituição da “biblioteca pública” brasileira foi surgindo aos poucos através de mais e mais organizações privilegiadas que possuíam poder econômico para implantá-las. Já as reais bibliotecas públicas, as quais contavam com a abertura à todas as classes da população, foram surgir a partir da terceira década do século XIX, mas com grandes empecilhos uma vez que não havia políticas de verbas ou sequer sedes fixas para o abrigo de seus acervos inteiros. Ainda persistia a ideia de que para que uma biblioteca
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pudesse resistir às problemáticas de um governo ainda não estruturado no viés da informação, ela teria que ser ligada a grupos privilegiados. Muito pode se atribuir a ideia da época explicada por Moraes (através de Oliveira) de que “A biblioteca era um luxo e não um instrumento de trabalho” (MORAES apud OLIVEIRA, 1996 apud PIMENTEL, 2006, p.22) Apenas a partir do decreto de Lei n° 5.692/71, no início da década de 1970, que a Biblioteca Pública ganhou (voltou a ganhar) atenção dos órgãos governamentais uma vez que a lei declarava incentivo à pesquisa estudantil no ensino de 1° e 2° graus, tornando ela obrigatória. Para suprir esta demanda criada pelas pesquisas estudantis, a quantidade de bibliotecas públicas cresceu, assim como a atenção para estas instituições da informação uma vez que estas passaram a atender não só à população geral mas também ao público estudantil. Sendo cada vez mais foco de atenção das políticas governamentais de educação e cultura. Conforme a Unesco traz, a missão-chave da Biblioteca Pública dispõe:
4. Estimular a imaginação e a criatividade tanto de crianças como de jovens e adultos; 5. Promover o conhecimento da herança cultural e a apreciação das artes, realizações e inovações científicas; 6. Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral; 7. Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural; 8. Apoiar a tradição oral; 9. Garantir acesso aos cidadãos a todo tipo de informação comunitária; 10. Facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade de uso de tecnologias; 11. Apoiar atividades e programas de alfabetização para todos os grupos de idade; 12. Apoiar atividades de escolas de ensino formal local.
“facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática”
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A Unesco também traz em seu Manifesto ocorrido em Paris de 29/11/1994 as missões básicas que as bibliotecas devem cumprir em sua essência como centros disseminadores de informação, que são: 1. Criar e fortalecer o hábito da leitura nas crianças desde a mais tenra idade; 2. Apoiar, tanto a educação individual e autodidata como formal em todos os níveis; 3. Propiciar oportunidade para o desenvolvimento criativo pessoal;
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Dentro desse contexto atual das bibliotecas, em especial as bibliotecas públicas, fechando ainda mais o cenário para o Brasil, o papel da biblioteca constitui além do acesso à informação. Conforme determinado pela própria Unesco, a atuação desta instituição adentra em aspectos muito mais amplos do que a simples catalogação de informações ao qual se limitava em seu início. Ao entender de Victor Flusser “A função da biblioteca, (...) não deverá mais ser a de dar, oferecer cultura à um grupo de pessoas, mas a de propiciar e desenvolver uma dinâmica cultural, trabalhando com as pessoas. Troca-se consumo cultural por criação cultural” (FLUSSER, 1985 apud. ALMEIDA JUNIOR, 1993, p. 123) uma vez que o papel da biblioteca segue para além do informar, este vai até o ponto em que ofere apoio informacional à população para que esta sim possa utilizar das informações de forma ampla para modificar a sua realidade social. Ou, como define Nogueira, a Biblioteca assume “[...] não só a função de favorecer a reprodução das relações sociais estabelecidas, mas também o papel de um instrumento auxiliar de edificação de uma nova composição social.” (NOGUEIRA apud DINIZ, 1985) A Biblioteca é uma alternativa de inclusão social e se configura como um ambiente democrático, independente da condição social, pois a informação exerce um papel fundamental no grau de consciência que cada cidadão tem dos seus direitos e deveres como membro de uma sociedade. (PIMENTEL, 2006, p.22)
Imagem 4: crianças lendo Fonte: <http://blog.whooosreading.org> acesso em junho/2018
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Imagem 5 - criança brincando com tablet Fonte: <http://paroquiadocalvario. org.br> acesso em junho/2018
A informação, juntamente com a tecnologia, pode ser considerada como um dos principais símbolos da vida contemporânea, sendo responsável por promover mudanças jamais experimentadas no seio das sociedades.
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(TEIXEIRA, T.; NUNES, J.; ALENCAR, C.; CAVALCANTE, L. O Acesso à Informação: Inclusão Digital do Público Usuário das Bibliotecas Públicas de Fortaleza/CE - Brazil, Revista EDICIC, v.1, n.2, p.360-376, Abr./Jun. 2011)
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Como item de amplo valor mercadológico e social, a informação em si passou a adquirir diversas frentes de fomentação. Ao mesmo tempo que deriva de conhecimentos gerados de maneira formal (como podemos ver em livros e teses), atinge massas da população com conteúdos relacionados a diversas temáticas desde formais até “semi-formais” (como em revistas e jornais, por exemplo), e passa para um terceiro “gerador” que são os próprios “consumidores finais” dos veículos anteriores. Todas estas frentes decorrem em constante processo de expansão e aprimoramentos devido ao fenômeno da internet. Com o que podemos considerar como acesso praticamente ilimitado a qualquer tópico de informação, esta gera uma movimentação de dados nunca antes vista na história. Como explica Dias:
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Imagem 6: releitura logo google.com (maior site de pesquisa do mundo) Fonte: <www.uplabs.com> acesso em junho/2018
A informação nos tempos digitais
A democratização da informação como conceito que caminhou seu percurso histórico desde as Revoluções até as atualizações da instituição da Biblioteca Pública no Brasil e no mundo, seguiu agregando possibilidades e formas de expandir-se em novos cenários de tecnologia e de digitalização dentro do contexto da Terceira Revolução1. Com um avanço enorme do conhecimento associados à tecnologia, a informação passou a ser um bem que propicia não apenas conhecimento em si mas melhoras quanto processos produtivos e formas de agregar valor a produtos. A informação ganhou tanto valor no cenário global que passou a também ser visto como um bem comercializável. 1 Entende-se como Terceira Revolução Industrial o período de desencadeamento da evolução tecnológica como meio de produção. Tal revolução ocorreu no cenário pós Segunda Guerra Mundial, após a segunda metade do século XX. A partir de tal Revolução houve a junção entre conhecimentos científicos e processos industriais que culminou em novos processos de produção.
O impacto da internet sobre a tradicional comunicação de massa ocorre em função das características intrínsecas da rede: no lugar da comunicação unidirecional, passiva, ela é interativa; no lugar da comunicação dirigida, onde alguns (os profissionais da mídia) decidem o que é informação relevante e notícia a ser transmitida ao público, ela é democrática, pois permite que cada internauta emita sua opinião, poste as informações que considera importantes. (DIAS, 2011, p. 81) O fator do irrestrito acesso e geração de conteúdos amplia o cenário da democratização da informação. Dentro do novo contexto que as tecnologias das redes nos abre, podemos dizer que nunca antes houve tanto acesso e tanta liberdade no quesito da informação e seu alcance. Ou como explica Vasconcelos:
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A Internet vem sendo um espaço de intensificação dos fluxos informacionais, assumindo uma importância cada vez maior como fator de produção e popularização do conhecimento. Sendo que esta popularização informacional teve sua ascensão no século XX, com a associação do computador com a telefonia, revolucionando a forma de transmissão da informação, onde esta junção permitiu a comunicação de grandes volumes de dados em diversas partes do planeta, ressaltando ainda, as tecnologias da informação e comunicação. (VASCONCELOS, 2003, p.51)
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Levando este cenário de intensa e irrestrita expansão para o contexto social, a informação, como vimos no cenário histórico das bibliotecas, representa uma forte fonte para mudanças. Informações geram conhecimento, que por si só já modifica diversos contextos, entre eles (e o qual podemos citar como foco para este trabalho) o mercado de trabalho e as relações sociais ao qual este infere. Como inserido por Teixeira, Nunes, Alencar e Cavalcante: Toda informação é possibilidade de conhecimento. Uma única informação pode gerar várias mudanças, idéias e descobertas, de acordo com as crenças, experiências e capacidade individual de cada ser humano. (TEIXEIRA, T.; NUNES, J.; ALENCAR, C.; CAVALCANTE, L. O Acesso à Informação: Inclusão Digital do Público Usuário das Bibliotecas Públicas de Fortaleza/CE Brazil, Revista EDICIC, v.1, n.2, p.360-376, Abr./Jun. 2011)
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Mais do que uma geradora de grandes mudanças, a informação, com o avanço das redes, passou a ser mutável, orgânica e ao mesmo tempo catalogável. A capacidade tecnológica que atingimos na atualidade permite uma constante mutação dos bancos de dados, e consequentemente, do caminhar do mundo que estas informações influenciam. Como apresentado anteriormente, a informação na atualidade é um bem de consumo tanto quanto um bem patrimoniável de grandes empresas e corporações. Desta forma, a informação é comercializável. E por si só já agrega um enorme valor capaz de ser revertida de forma orgânica em cada vez mais informações. Podemos entender estas informações citadas não apenas como aquelas originadas por veículos já formalizados, mas também aquelas que vinculam-se aos meios de lazer da atualidade.
Imagem 7: Ilustração sobre o uso de smartphones Fonte: <https://blazepress.com> (2015) acessado em Maio/2018
O acesso na atualidade e as novas informações
Saíndo minimamente do contexto de crítica social presente no assunto do acesso à internet e aos novos vícios da atual geração, o acesso à rede atualmente pode ser considerado próximo ao irrestrito, ilimitado e constante. Chegamos ao ponto em que a infraestrutura que possuímos no Brasil e no mundo permite isto. Pelo fato deste acesso constante e irrestrito existir, acabamos nos tornando parte ativa dentro desta rede de informações colaborativa. Somos alimentados de dados, fatos, opiniões, informações, tanto quanto nós alimentamos este cenário, em escalas de alcance que variam do local até mesmo ao global. A influência que passamos a ter se torna diretamente relacionada ao alcance que os nossos conteúdos gerados em si possuem. Conforme define MENDONÇA (apud MIRANDA; LEITE; SUAIDEN):
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Partimos dos modelos tradicionais centralizados para os semidescentralizados, aos descentralizados e distribuídos aleatoriamente em redes complexas em que o uso e o domínio da informação rompem os conceitos proprietários e de controle institucionalizados, para a pregação de novas formas de criação, arquitetura, representação e apropriação do conhecimento. Multivocalidade, comunicação extensiva, ciência de redes, buscando novas epistemologias para o entendimento e o tratamento de repositórios que desafiam as regras conhecidas para seu armazenamento e recuperação mediante as metodologias e tecnologias tradicionais. Estamos falando de um amplo e irrestrito conceito de sistema de informação de “todos para todos”. (MENDONÇA, 2007 apud MIRANDA, A.; LEITE, C.; SUAIDEN, E. Inclusão Social, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Brasília, v. 3, n. 1, p. 17-23, Jul./Dez. 2014)
provedores de acesso à informação [...]. (LAIPELT, R.; MOURA, A.; CAREGNATO, S. Inclusão Digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.223-229, jan./jun. 2006) Partindo da reflexão trazida por LAIPELT, MOURA e CAREGNATO (2006), a sociedade atual gira em torno da informação. Podemos entender esta informação não apenas como advinda de fontes formais utilitárias, aos quais alimentam a grande maioria das bibliotecas públicas brasileiras, mas também como alimentadoras de uma rede extensa destinada ao lazer “despretensioso” – o qual irei associar ao que não está conectado às artes eruditas ou informações destinadas à pesquisa e conhecimentos formais. Lazer este, que é alimentado por grandes indústrias (como cinema, televisão, revistas de fofocas etc) e pelas “novas indústrias”, que são aquelas associadas às redes sociais e de conteúdo, tais como Vimeo, Youtube, Blogs etc.
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No atual estado de consumidores constantes de conteúdos, difusores de opiniões e geradores de conteúdos, somos mais uma vez os responsáveis pela movimentação de uma grande economia, só que dessa vez esta gira em torno do produto da informação. A sociedade atual encontra-se em um estágio no qual grande parte de suas alternativas de desenvolvimento e sobrevivência está em tornar a informação um bem acessível a todas as pessoas, independentemente de seu nível sócioeconômico. Neste contexto, bibliotecas e telecentros surgem como
Imagem 8: IMAGEM FEED SITE YOUTUBE.COM Fonte: <plus.google.com/+youtube> acesso em junho/2018
A existência destas novas “indústrias” de conteúdo, e o grande sucesso das mesmas
tornou-se possível graças a alguns fatores característicos da nova Era: • • A intensa demanda por conteúdos personalizados e não usuais, gerando uma diversificação jamais vista em nenhuma outra indústria de conteúdos; • • O intenso fluxo de informações que gera ânsia por mais e mais conteúdos por parte dos usuários finais; • • A tendência existente na implantação de uma economia colaborativa, com a questão de disponibilização de recursos a todo o momento sem ter que haver a preocupação por adquiri-lo completamente para usufruir, entre eles podemos citar a própria informação. Isto linca ao fato de a informação em rede ser inesgotável, ou seja, o acesso de uma até inúmeras pessoas ao mesmo conteúdo ao mesmo tempo é possível; • • A relação existente de geração de novos conteúdos a partir do cruzamento de informações de conteúdos e fontes existentes anteriormente; • • A enorme polarização das opiniões e a consideração destas como conteúdos relevantes para a fomentação e formação de opiniões alheias. Exemplificando por meio de mídias como Youtube2, o conteúdo produzido por um vlogueiro passa a ser visto como informação, mesmo que advinda de uma opinião informal não fundamentada com fatos ou dados. Por esta questão, o posicionamento de pessoas com alcance passa a ser valorizado como informação 2
tanto quanto aquela obtida por meios científicos. Esta discrepância gera sim problematizações porém, por outro lado é através deste fato que essas novas indústrias passam a considerar esses “geradores de conteúdo” como meios para uma nova forma de capitalização da informação.
Imagem 9: QUIZZ DE YOUTUBERS - PESSOAS QUE CONQUISTARAM SEU ESPAÇO NA REDE COMERCIAL DO YOUTUBE.COM monetizando seus conteúdos Fonte: <http://www.playbuzz.com> acesso em junho/2018
Por meio do conceito da capitalização da informação, surgem novos meios de tratamento de dados (sejam eles rígidos ou orgânicos) que propiciam a criação de produtos e serviços personalizados. Assim como a própria modificação da tecnologia física também pode auxiliar na questão de novas leituras e captações de informações. Ou seja, o desenvolvimento de novas tecnologias, novas leituras de dados já existentes e até mesmo a geração de novas informações são pontos focais aos quais se destinam um novo cenário de trabalho: com a tecnologia como meio e o acesso à informação como ponta destino.
Site para acesso: < https://www.youtube.com/>
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informação” (CISLER, 2000). Esta gradação varia desde o ponto citado por Castells (apud LAIPELT; MOURA; CAREGNATO, 2006), onde não há a capacidade de acessar uma informação disponível em rede; até o ponto em que a capacidade do acesso às informações disponíveis é dominada. Podemos incluir inclusive uma etapa posterior que trata de uma emancipação da rede, que iremos abordar logo mais. Podemos sintetizar os marcos desta gradação após o próprio estágio da divisão digital através de LAIPELT; MOURA e CAREGNATO: Imagem 10: Sala de informática educativa Fonte: <http://www.resende.rj.gov.br> acesso em junho/2018
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Inclusão Digital
Em meio a este contexto atual de tecnologias, acessos e disponibilização (e geração) de conteúdos, o conceito da Inclusão Digital se associa cada vez mais ao parâmetro da própria Inclusão Social. Com conceitos muito atrelados e similares, podemos começar a entender a Inclusão Digital através da definição da própria divisão dela trazida por Castells (2003) [...] não saber onde encontrar a informação, como buscá-la, processá-la e transformála em conhecimento específico para aquilo que se quer fazer é o que determina a divisão digital. (CASTELLS, 2003 apud LAIPELT; MOURA; CAREGNATO, 2006) Dentro da inclusão digital (inclusão informacional) “não há uma divisão binária entre ter e não ter informação, mas sim uma gradação baseada em diversos graus de acesso à tecnologia da
Assim, pode-se afirmar que no primeiro nível de inclusão digital encontra-se o acesso à informação em meio digital e às TICs, no sentido do uso passivo das informações. No segundo nível, por outro lado, encontra-se o uso que as pessoas fazem dessa informação, ou seja, a capacidade de transformála e aplicá-la em seu benefício e da comunidade a qual pertencem. Dentre as atividades características do segundo nível de inclusão digital, a mais almejada, sobretudo pelos projetos de inclusão digital, é a produção de conteúdos. (LAIPELT, R.; MOURA, A.; CAREGNATO, S. Inclusão Digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.223-229, jan./jun. 2006)
contexto de possibilidades através do acesso e geração da própria informação, o usuário entende a capacidade influenciadora que possui dentro deste sistema. Ou, trazendo TEIXEIRA, NUNES, ALENCAR E CAVALCANTE: Inclusão digital pode ser entendida como o processo de democratização do acesso às tecnologias de informação, permitindo a inserção do indivíduo na sociedade do conhecimento. (TEIXEIRA, T.; NUNES, J.; ALENCAR, C.; CAVALCANTE, L. O Acesso à Informação: Inclusão Digital do Público Usuário das Bibliotecas Públicas de Fortaleza/CE Brazil, Revista EDICIC, v.1, n.2, p.360-376, Abr./Jun. 2011)
O avanço nesta barra de graduação está completamente atrelada a uma questão de aprendizagem e à própria inclusão do indivíduo na sociedade do conhecimento. O entendimento da participação ativa dentro desta sociedade fomentadora de informações é a primeira etapa e uma das mais importantes neste processo de inclusão. Uma vez que entende-se dentro deste
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Imagem 11 - menina com necessidades especiais utilizando o computador Fonte: <www.escolaweb.com.br> acesso em junho/2018
“a luta contra as desigualdades e a exclusão devem visar o ganho em autonomia das pessoas ou grupos envolvidos.” (LÉVY, 1999 apud DIAS, 2011)
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A ETAPA DE EMANCIPAÇÃO
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de empresas em incentivar a geração de conteúdos em troca de monetização por estes. Intensificando-se quando há um fator de alcance alto do gerador de conteúdo. Diante destes fatores, passamos para uma nova etapa além da própria inclusão digital, a qual, conforme abordamos, remete-se à questão da capacidade de acesso às informações já existentes na rede. Este primeiro conceito de inclusão digital é denominada por LAIPELT, MOURA e CAREGNATO (2006), como “inclusão restrita”, uma vez que em seu entendimento, a real inclusão digital trata-se da ideia de autonomia do usuário na utilização e manipulação3 desta rede de informações, a utilizando para alcançar uma emancipação social no sentido de um novo mercado de trabalho, voltado à tecnologia.
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Imagem 12: ESCALADA DO CONHECIMENTO Fonte: <www.saba.com> acesso em junho/2018
A inclusão digital e o acesso à informação como forma de Emancipação Social
A Era da Informação chegou em uma nova etapa de desenvolvimento. Com o avanço da tecnologia, e da livre mídia que a internet possibilita, qualquer um pode gerar conteúdo e consequentemente disponibilizá-lo. De certa forma é a Era mais democrática quanto ao acesso e à exposição de conteúdos e opiniões. O que antes dependia de veículos formais interessados em certos grupos populacionais, para que estes fossem ouvidos ou sequer conhecidos perante à sociedade de maior peso, hoje desprendem da imprensa formal e concretizam sua própria forma de comunicação e reconhecimento. A Informação passa a vir não apenas de fontes formais e fixadas mas também geradas de forma orgânica pelos próprios usuários das redes. Sendo a informação um dos maiores patrimônios de qualquer companhia de grande porte, há atualmente até mesmo posicionamento
[...] A inclusão restrita está ligada à idéia de consumo de recursos e informações, ou seja, a capacitação de pessoas para o uso de computadores e de seus softwares aplicativos mais comuns. Já a inclusão ampliada refere-se à idéia de instrumentalização, ou seja, quando as pessoas utilizam os recursos com objetivos autônomos que levam a uma finalidade. (LAIPELT, R.; MOURA, A.; CAREGNATO, S. Inclusão Digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.223-229, jan./jun. 2006) Em amplo conceito, consideraremos não apenas a informação em seu formato digital e disponibilizada em rede como item de estimada importância, uma vez que o item informação em si é o foco em questão. 3 Não no sentido de falsificação, mas no sentido de cruzamentos de dados para geração de novas informações em si.
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A Informação como conteúdo pode advir de diversas fontes e em diversos formatos, sendo que todos possuem sua importância no contexto de emancipação social, já que há uma relação direta e proporcional entre a capacidade da população em desprender-se do sistema social e a quantidade de informação à qual esta população possui acesso. Muitas vezes a questão do acesso à informação, e consequentemente ao conhecimento, está associada a uma questão da privilegiação da informação. Apesar de termos nos desprendido do item “livro” como fator de luxo, ainda visualizamos o conhecimento e o acesso à informação desta forma.
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De acordo com Kerslake e Kinnell (1998), cidadania pressupõe não somente direitos civis, políticos e sócio-econômicos, mas também direito à informação. No entanto, sempre que o acesso à comunicação e aos recursos de informação necessários para a cidadania dependem do poder aquisitivo, são geradas desigualdades que abalam a universalidade desse conceito. (LAIPELT, R.; MOURA, A.; CAREGNATO, S. Inclusão Digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.223-229, jan./jun. 2006) Seguindo o conceito de KERSLAKE E KINNEL trazido por (apud) LAIPELT; MOURA; CAREGNATO (2006), a questão do acesso à informação, ou seja, acesso aos mais diversos conteúdos em seus mais diversos formatos, deve ser desassociado das questões de necessidade de recursos por uma questão simples de uma democratização da informação. Junto à necessidade de geração de conteúdos e
novas informações, há a necessidade então de sua disponibilização de forma ampla para que uma etapa eficiente da democracia da informação seja alcançada. Através de usos que facilitem estes dois fatores de forma culminada há a possibilidade de uma emancipação no quesito social e cultural pela mudança de percepção do papel atuante de cada um no cenário mais amplo da sociedade da informação.
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(PRETTO, N.L.; ASSIS, A. Cultura digital e educação: redes já! Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder. [online]. Salvador: EDUFBA. pp. 75-83, 2008) Complementando a citação de PRETTO e ASSIS, há a necessidade de ocupar também fora das redes. É nesse contexto em que o programa de meu edifício se encaixa como uma forma de oferecer uma nova visão da informação e sua geração.
Imagem 13: ROBÔ PRODUZIDO NA CARAVANA DA TRANSFORMAÇÃO MT - INICIATIVA QUE LEVA ENSINO DE TECNOLOGIA À COMUNIDADES CARENTES. Fonte: <http://www.resende.rj.gov.br> acesso em junho/2018
Produzir informação e conhecimento passa a ser, portanto, a condição para transformar a atual ordem social. Produzir de forma descentralizada e de maneira não-formatada ou preconcebida. Produzir e ocupar espaços, todos os espaços, através das redes.
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Imagem 14 - Crianças observando o movimento dos veículos e bondes na cidade de São Paulo Fonte: <http://www.saopauloantiga. com.br/a-ultima-viagem-de-bonde/> acesso em Maio/2018
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UM OLHAR SOBRE O LUGAR
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tornou se passagem obrigatória para o trânsito de mercadorias por ela. A partir disso a hipótese estabelecida para esta pesquisa foi a de que os trilhos (bondes e trens) apresentaramse como um dos principais elementos estruturantes4 da ocupação do espaço urbano, atuando em conjunto com a implantação dos sistemas de água, esgoto e energia elétrica. (KAKO, 2013, p. 16)
Um olhar sobre a Cidade e o Bairro através das conexões urbanas
A cidade de São Paulo apresentou um grande crescimento econômico e demográfico no período entre final do século XIX e início do século XX, passando de pouco mais de 30 mil habitantes em 1872 para aproximadamente 240 mil habitantes em 1900. A partir de 1867, com a inauguração da ferrovia Santos-Jundiaí
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Não cabe a este projeto a estruturação histórica completa do município de São Paulo em si. Como presume-se pela imagem global de São Paulo, tal como capital econômica do Brasil, o município conta com uma história difundida e diretamente associada com a expansividade de seu reconhecimento nacional. Porém, como papel do foco no cenário quanto ao local desta proposta, trataremos de um aspecto diretivo para o projeto, que se trata da história da cidade através da expansividade de seus trilhos, ou seja, através de suas conexões urbanas.
Como trás Kako em seus primeiros trechos da tese de doutorado, São Paulo em seu crescimento sempre teve uma conexão muito forte com os meios de transporte que a cidade comportava. Em sua tese, KAKO (2013) trás conforme MARQUES (1978), a conceituação de que a estruturação do município pode ser dividido em três fases primordiais relacionadas à suas conexões urbanas. A primeira destas fases seria os caminhos coloniais, traçados através do conhecimento dos indígenas nos primórdios da história da cidade para que os colonos pudessem ocupar a área entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Como premissa para este período entende-se que o planalto paulista era foco de ocupação pelo seu posicionamento estratégico entre os rios e a visibilidade que a área proporcionava para os arredores. (MARQUES, 1978 apud KAKO, 2013) Na segunda fase, tentando-se superar a questão do relevo, o qual limitava a expansão da cidade, surge a fase ferroviária, onde inicia-se a etapa de expansão das linhas férreas nacionais, em destaque a linha conectiva Rio de Janeiro - São Paulo. Pela importância desta conexão para questão de exportação de mercadorias como o café, estas linhas férreas adentravam a cidade
Imagem 15: Trilhos de trem Fonte: <www.alamy.de> acesso em junho/2018
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paulista, instalando a partir desse fato estações férreas na região do Brás e do Peri (MARQUES, 1978 apud KAKO, 2013). Ambos estes bairros (Brás e Peri) adquiriram um valor histórico muito grande para o município, exatamente por terem sido chamarizes desta fase de crescimento industrial e conectados à história do comércio nacional. Nesta segunda etapa, além do contexto de expansão das linhas férreas, houve o surgimento das primeiras linhas de bonde movidas à tração animal, que após um tempo foram substituídas pelas linhas de bonde elétricas, implantadas na cidade pela companhia Light. (MARQUES, 1978 apud KAKO, 2013)
Imagem 16 - Mapa de linhas de metrôs e trens do município de São Paulo (ano aprox. 2014) [sem escala] Legenda: linhas marcadas com números se referem às linhas do METRÔ, enquanto as linhas marcadas com letras são as linhas dos trens e CPTM. Em pontilhado são as expansões previstas para aquela linha no ano em que o mapa foi lançado. Fonte : <http://www.sp-turismo.com/metro-sp.htm> acesso em Maio/2018
A terceira etapa passa então a ser constituída por uma fase rodoviária, com um investimento público em transportes como o ônibus. Tal investimento foi colocado em pauta após a crise na energia elétrica no estado na década de 20. (MARQUES, 1978 apud KAKO, 2013) Estas etapas históricas apontam a importância da rede de transporte para o município de São Paulo, sendo esta extremamente responsável pelo crescimento e estruturação da cidade. Atualmente na cidade há uma fomentação de três formas principais de transporte público que promovem a conexão entre as zonas de São Paulo (Zona Norte, Zona Sul, Zona Leste, Zona Oeste e Zona Central), são elas: linhas de ônibus, metrôs e trens.
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Imagem 17 - Mapa Infográfico Linhas de metrôs e trens município de São Paulo (ano 2018) [sem escala] fonte: <http://www.metro.sp.gov.br> acesso em Maio/2018
Enquanto as linhas de ônibus permanecem em constante conflito com os veículos automotivos particulares, transportes como os metrôs e trens ultrapassam essas barreiras, podendo ser considerados hoje as melhores formas de se
locomover dentro do município paulista. Como podemos perceber nas imagens 16 e 17, as linhas de metrô conectam fundamentalmente todas as zonas da cidade, porém há um foco claro de cruzamentos das linhas na região central. Dentro destas conexões mais adensadas podemos notar o bairro Brás, o mesmo que antes recebia destaque na época das expansões das linhas férreas. É devido a este fator de posicionamento urbano que o bairro foi escolhido para comportar este projeto.
Imagem 18 - Mapa do município de São Paulo com demarcação das linhas de Metrô e Trens (linhas traçadas) e demarcação do Bairro do Brás (em verde) [sem escala] Fonte: reprodução da autora
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ponta da conexão interestadual entre São Paulo e Rio de Janeiro -, este se desenvolveu baseada imensamente no viés econômico que a movimentação de mercadorias trouxe. Ou como define VERÁS (1994), o Bairro do Brás se desenvolveu refletindo o próprio processo capitalista no Brasil.
Imagem 19 - ruas do brás FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
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O Bairro do Brás e seus dados relevantes
A história do bairro do Brás só pode ser vista junto à história da cidade de São Paulo, que, por sua vez, conta muito da história da região e da nação. (VÉRAS, M.; Cortiços no Brás: velhas e novas formas da habitação popular na São Paulo Industrial. Análise Social, vol. XXIX (127), pp. 599-629, 1994) Conforme introduz Verás, a história do bairro Brás é por demais atrelada à própria cidade São Paulo. Isso por que, em seu surgimento urbano, a cidade não passava de um apêndice do campo, e o bairro do Brás, por sua vez, era um subúrbio rural (VERÁS, 1994). Pelo desenvolvimento da cidade completamente atrelada ao desenvolvimento de seus meios de transporte, uma vez que o Brás foi um dos primeiros bairros a receber uma estação de trem - não qualquer uma, mas a que fazia
As mudanças no bairro refletem diferentes etapas do processo capitalista no Brasil, processos que moldaram o espaço urbano e se representaram por diferentes configurações. Até os anos 20 deste século, bairro de imigrantes, notadamente italianos, com suas habitações operárias, cortiços, hábitos peculiares. Nas décadas de 30 e 40 passou por grande apogeu comercial. Seu esvaziamento e chamada «deterioração» datam da década de 50, por efeito das transformações da metrópole industrial, das alterações do seu sistema viário e pelos fluxos migratórios nacionais, que marcaram o começo da nordestinização. [...] Bairro de «excluídos» tanto antes como hoje, através dele, a cidade capitalista revela sua face discriminatória, a segregação. (VÉRAS, M.; Cortiços no Brás: velhas e novas formas da habitação popular na São Paulo Industrial. Análise Social, vol. XXIX (127), pp. 599-629, 1994) Com o Brás [...] uma vez que recebeu a implantação da ferrovia por ser zona de várzea e próxima ao centro. Este fato marcou sua vocação dentro da organização espacial da cidade, pois a ferrovia atrairia para suas margens, graças aos preços relativamente baixos dos terrenos e facilidade de acesso aos transportes, futuras indústrias, depósitos,
além da presença da mão-de-obra imigrante em suas modestas moradias. (VÉRAS, M.; Cortiços no Brás: velhas e novas formas da habitação popular na São Paulo Industrial. Análise Social, vol. XXIX (127), pp. 599-629, 1994) Marcado por esse desenvolvimento conexo ao próprio caminhar econômico da cidade de São Paulo, o Bairro presenciou a auge e a decadência das linhas férreas, assim como os picos econômicos que afetaram ao município. Mesmo sendo um dos primeiros bairros a surgir na cidade, grande parte da sua história foi atrelada ao operariado e aos imigrantes, que iam para a região de várzea em busca de moradias baratas (preços baixos pela região ser alagadiça) e trabalho (associado à grande movimentação e demanda de mão-de-obra que as importações e exportações de mercadoria trazia). Ou como VERÁS (1994) caracteriza, o Bairro de “excluídos”. Esta condição de deterioração urbana pelas quedas econômicas e surgimento de novas áreas “abastadas” na cidade, refletiram no bairro esta condição de abandono, que é percebida ainda hoje. Ao olharmos para o Brás notamos uma clara aura de abandono na região que ainda hoje marcada pela ocupação de imigrantes de classe baixa. As indústrias a ocupam de forma intensa, porém não há nenhuma indústria voltada à tecnologia no perímetro no bairro, isto deve ser devido ao reflexo da própria mão de obra local que não é capacitada. Bairro possui forte presença (e reconhecimento urbano pelas) das indústrias têxteis e do comércio de rua. Quanto a sua população, a maioria é caracterizada como imigrantes de maioria jovens adultos e adultos em idade de trabalho.
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A relação de gênero não aponta nenhum indício de desnivelamento quanto a proporção padrão brasileira. Porém durante as visitas pode-se observar que a grande maioria dos moradores de rua que ocupam a região são caracterizadas por homens entre 20 e 30 anos. Enquanto as mulheres ocupam espaço no comércio local como vendedoras e atendentes. Nota-se a falta de prestação de serviços voltados para tecnologia ou que requiram uma especialização.
percentagem (%) por área de ponderação
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Assume-se que esta forte presença de mão de obra não qualificada na região deve-se, não apenas pelo alto índice de industrialização da região mas pelos índices de abandono escolar. A partir de informações extraídas da plataforma Infocidade da prefeitura de São Paulo4, foi possível denotar os seguintes comportamentos:
4 Portal de consultas de dados disponibilizados pela prefeitura de São Paulo. Endereço: http://infocidade. prefeitura.sp.gov.br (último acesso em Outubro/208)
1. proporção da população com 15 anos e mais com ensino fundamental completo
2. proporção da população com 18 anos e mais com ensino médio completo
3. proporção da população com 25 anos e mais com ensino superior completo
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A medida em que se avança nos níveis educacionais, a população média do distrito apresenta um percentual de conclusão do nível acadêmico correspondente menor do que o anterior. Do ensino fundamental (na idade acadêmica correspondente 15 anos ou mais), temos um nível de conclusão de cerca de 70%. Porém esta porcentagem decaí para cerca de 50% ao analisarmos a conclusão do ensino
médio (na idade acadêmica de 18 anos ou mais) e para cerca de apenas 15% quando checamos o ensino superior (para a idade acadêmica de 25 anos ou mais). Tal fuga cria um cenário de defasagem de mão de obra qualificada, e ainda mais, de dependência de trabalho manual que acaba por não desenvolver tecnologicamente, ou em termos de outros conhecimentos, a população jovem da região.
Imagem 20 - conjutno de mapas com proporção de população com certo nível educacional completo no município de são paulo. demarcação do distrito do brás. da esquerda para direita: 1. proporção da população com 15 anos e mais com ensino fundamental completo 2. proporção da população com 18 anos e mais com ensino médio completo 3. proporção da população com 25 anos e mais com ensino superior completo Fonte: IBGE CENSO DEMOGRÁFICO 2010. ELABORAÇÃO SMDU/ DEINFO SP <http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br> acessado OUT/18 reprodução autora
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Esta população jovem é de extrema importância para a região pois caracteriza, junto à população de 30 a 39 anos, a grande parcela que habita o distrito do Brás.
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DENSIDADE DEMOGRÁFICA PRELIMINAR CENSO 2010
São estes jovens que se encontram nas idades de 15 a 29 que caracterizam o grupo com idade indicativa de inicio de carreiras e, por cosequência, o público alvo do projeto. Porém, o bairro não se destaca apenas pela sua população, mas também pelas características que abriga em termos do meio urbano e da sua localidade perante o município de São Paulo.
(Habitantes/Km2) 1261.99 a 5546.61 6726.53 a 9910.35 9938.40 a 12868.24
PIRÂMIDE ETÁRIA
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23581.27 a 322522.52
80 a 84 75 a 79 70 a 74
Imagem 22 - Gráfico densidade demográfica do Bairro Brás. Fonte: dados disponíveis em <http://ibge.gov.br> acessado Abr/18; reprodução autora
65 a 69 Faixas etárias (em anos)
60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44
(Habitantes/Km2)
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Imagem 21 - Gráfico relação de faixa etária por gênero na região do Brás. Fonte: <http://ibge.gov.br> acessado em Abril/2018 reprodução autora
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Mulheres (Percentual da população)
1261.99 a 5546.61 nas questões diretivas deste projeto: (1) o acesso Pela intensa ocupação pelas indústrias, o Bairro 6726.53 a 9910.35 apresenta uma densidade populacional baixa e urbano facilitado, pois a região apresenta três 9938.40 a 12868.24 um gabarito médio que varia de 3 a 4 pavimentos estações (e cruzamento de 3 linhas dentre metrô 13624.50 a 21028.69 por edificação residencial. e trem), isso permite um acesso urbano ampliado 23581.27 a 322522.52 pela questão desta malha de transporte público; Porém, apesar deste censo, a região recebe (2) seu entorno é marcado por uma população diariamente milhares de visitantes que são que pode usufruir dos usos emancipatórios de atraídos pelos comércios e pelas características um Centro de Informações (com uma população típicas da área. Além da sua caracterização na em idade ativa no mercado de trabalho e baixas malha urbana, que facilita por demais o acesso condições econômicas); e (3) a contextualização à ela. histórica do Bairro que auxilia na ampliação temática do projeto arquitetônico (uma vez Dentro deste contexto urbano complexo, o Brás que este visa ser implantado em um loco de apresenta condições por demais importantes significação histórica).
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Imagem 23 - Mapa região do Brás com demarcação de pontos de interesse Fonte: reprodução da autora
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Demarcado em laranja no mapa anterior (Imagem 23) há o lote pretendido para implantar o projeto do Centro da Informação. A escolha deste loco se dá por este estar localizado no centro dos fluxos de passagens Estações <> Centro do Bairro e ao mesmo tempo apresentar área e condições de zoneamento favoráveis para implantação do programa pretendido. Como podemos notar
na imagem a seguir, o lote é longilíneo e ocupa a maior porção da quadra em que se encontra, faceando assim duas esquinas. O lote possui perfil plano com 18.773 m² e está localizado na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, com sua zona sendo uma ZDE 1 - Zona de Desenvolvimento Econômico 1
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O LOTE
Imagem 25 - Imagem aérea do lote que é ocupado pela Antiga Garagem de Bondes da Light e demais edifios tombados (em amarelo) Fonte: <https://www.google.com.br/maps> acessado Março/2018; reprodução autora
Imagem 24 - CAIXA D’ÁGUA pertencente ao LOTE FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
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e está inserido na Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) BIR. Este zoneamento reflete por consequência em itens como área de ocupação e também área de aproveitamento (índices apresentados na Tabela 1). Estes dois tópicos são condicionantes do projeto arquitetônico uma vez que a área já é ocupada por edifícios históricos - e suas respectivas área são computadas para os coeficientes em questão. O Programa Arquitetônico (que será apresentado três capítulos à frente) ocupa, em estimativa, 30.000 m², o que torna o fator de posicionamento deste programa complexo e necessariamente correlato com a pré-existência (isto pois, como podemos perceber na Tabela 2, a área de construção máxima, pelos índices da legislação vigente, ficam em torno de 37.000 m²).
Usos Proibidos R2v-2
Conjunto residencial com mais de 2.500m² até 10.000m² de área construída computável;
R2v-3
Conjunto residencial com mais de 10.000m² até 20.000m² de área construída computável;
R2v-4 Índices CA mínimo (coef. de aprov. min.) CA básico (coef. de aprov. básico) CA máximo (coef. de aprov. max.) TO (taxa de ocupação) TP (taxa de permeabilidade) Gabarito máximo permitido Recuos
EHMP 0,5 1 2 70,00% 25,00% 28,00 m 5,00 m frontal lateral e 3,00 m fundo
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Tabela 1 - Índices zoneamento lote escolhido conforme legislação vigente Fonte: Dados PDE São Paulo 2017; consulta <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br> acesso em Fevereiro/2018; reprodução autora
Áreas Área const. mínima Área const. básica Área const. máxima Área projeção máxima Área permeável mínima
9.386,50 m² 18.773,00 m² 37.546,00 m² 13.141,10 m² 4.693,25 m²
Ao entendimento deste projeto, tais características de sua Macrozona devem refletir neste local usos que tragam qualificação de vida para os habitantes locais, e ao mesmo tempo usos que resignifiquem algumas qualidades do Bairro. Dentro dos contextos de melhorias, novos usos propostos para esta área devem refletir qualitativamente positiva para a população local. O que, dentro de um Centro integrado à Informação, reflete em condições de qualificação para o mercado de trabalho e emancipação social.
Quanto aos detalhes de seu zoneamento, entendemos que o PDE (Plano Diretor Estratégico) do município de São Paulo enxerga que esta área se enquadra em uma zona em que o enfoque são as indústrias de pequeno e médio porte, ao mesmo tempo que reflete nele as condições de Estruturante e Qualificativa do espaço metropolitano. Sendo assim, todos os usos lhe são permitidos com exceção dos seguintes:
Ind-2
O Bairro possui historicamente um enfoque industrial, porém os usos predominantes que vemos na área é o Comercial e Uso Misto. Em levantamento realizado (a seguir), constatou-se o uso misto como uma característica forte da área do entorno imediato do lote, e é marcado pela tipologia de térreo comercial mais 2 ou 3 pavimentos residenciais acima.
Conjunto residencial com mais de 20.000m² de área construída computável; Empreendimento de Habitação de Mercado Popular Atividade industrial geradora de impactos urbanísticos e ambientais, que implica a fixação de padrões específicos referentes às características de ocupação dos lotes, de acesso, de localização, de tráfego, de serviços urbanos e aos níveis de ruído, de vibrações e de poluição ambiental. Tabela 3 - Usos proibidos no lote conforme legislação vigente Fonte: Dados PDE São Paulo 2017; consulta <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br> acesso em Fevereiro/2018; reprodução autora
Tabela 2 - Diretrizes de áreas e ocupações a partir da interpretação dos índices do terreno Fonte: Dados PDE São Paulo 2017; consulta <http://gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br> acesso em Fevereiro/2018; reprodução autora
Imagem 26 - CAIXA D’ÁGUA pertencente ao LOTE FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
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LOCAL
Imagem 27 - Mapa de usos levantados no entorno do lote (demarcado pelos edifícios internos em preto)
el Av. C so G
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Rua Dr. Jo ves ão Al
residencial uso misto comercial institucional/ cultural religioso desuso industrial
ESCALA 1 : 2.000
josé
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rua
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GARAGEM & OFICINA
Enquanto o uso comercial demarca-se por lojas de pé-direito altos porém térreas. Estes usos influenciam na questão de fluxos no entorno do lote pois condicionam uma maior movimentação de pessoas nas duas ruas de testada (frentes) menores, enquanto a fachada direcionada para a maior testada presencia um certo abandono devido aos comércios de menor fluxo de pessoas. Estas tipologias refletem no gabarito médio da região (que podemos ver na Imagem 28), que podemos considerar baixo. A maioria das edificações do entorno apresentam altura entre 2 e 3 pavimento, cerca de 6 metros de altura, enquanto que em alguns pontos apenas do entorno notamos picos de edificações mais altas, porém, salvo algumas exceções, que não ultrapassam uma altura de 8 pavimentos (24 metros de altura).
Estes gabaritos condicionam a questão da iluminância no lote. Na Imagem ao lado (que apresenta um sol leste logo no início da manhã) podemos notar que a maior parte do lote está iluminado, e as edificações de seu entorno não chegam a afetar esta questão. Sendo assim, há mais uma determinante que podemos levantar para este projeto: a problemática da iluminação excessiva dentro do edifício, sendo necessário que este apresente uma forma de tratamento para a entrada desta luz.
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S Imagem 28 - Perspectiva volumétrica da região com demarcação da tragetória solar. FONTE: elaboração AUTORA
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Fotografias do local:
Imagem 29 - em primeiro plano o muro e ao fundo o galpão da antiga garagem de bonde do brás FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
Imagem 30 - janelas do antigo prédio da equipe de incêndio pertencente ao lote FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
Imagem 31 - entrada do antigo prédio da equipe de incêndio vista da rua que faceia o lote FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
Imagem 32 - vista dos muros do lote e ao fundo seu antigo edifício da equipe de incêndio FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
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LOCAL
LOCAL
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elso Av. C
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Imagem 33 - Demarcação da pré-existência do lote. Legenda: Em amarelo as edificações tombadas; em Branco os edifícios pertencentes ao lote porém não tombados; em Preto as edificações do entorno demonstrando as relações de Cheio e Vazios na área.
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V
V
Dentro destes levantamentos realizados, pudemos determinar algumas diretrizes de implantação do projeto. Porém ainda há a questão primordial que apresenta os maiores desafios e as melhores possibilidades, que é a pré-existência. Implantada na área do lote em questão deste projeto há a Antiga Garagem de Bondes da Light no Brás. Esta encontrase, juntamente com outros edifícios, tombada por órgãos como CONDEPHAAT e CONPRESP. Tais tombamentos e monumentos serão tratados no capítulo a seguir. Para este momento é necessário apontar que apenas alguns dos edifícios existentes no lote serão mantidos. As edificações não tombadas ou que não apresentam relevância histórica não serão considerados para este projeto, assim como um dos edifícios tombados porém que suas características tipológicas foram dsconfiguradas. Este movimento decisivo para o projeto preserva a tipologia histórica de garagem de bondes e preve um novo uso para estas edificações que atualmente encontram-se em estado de abandono mesmo sendo utilizadas por uma empresa privada. V
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rua josé de a
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Dr Rua V V
Lima
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ESCALA 1 : 2.000
TROLEIBUS
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Imagem 34 - Demarcação da pré-existência do lote que serão mantidas pelo projeto. Legenda: Em preto os edifícios mantidos; em amarelo a demarcação do lote tratado no projeto. V
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Imagem 35 - Fotografia de bonde estacionado na garagem da companhia Light no Brás Fonte:<http://www.saopauloantiga. com.br/a-ultima-viagem-de-bonde/> acessado em Abril 2018
(Artigo 5°, CARTA DE VENEZA)
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A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade; tal destinação é portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar à disposição ou a decoração dos edifícios. É somente dentro destes limites que se deve conceber e se pode autorizar as modificações exigidas pela evolução dos usos e costumes.
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PERCURSO DO MONUMENTO
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- causada pelo desenvolvimento da indústria paulistana na época - reduziu o número de bondes utilizados (KAKO, 2013). Após esta época os ônibus passaram a conquistar espaço no cenário do transporte público na cidade. Apesar do declínio dos Bondes, suas estações e garagens permaneceram como edifícios mesclados à malha urbana. Muitos abandonados, tais edifícios foram suprimidos pela rápida verticalização de São Paulo que atuou a partir da década de 20. Porém dentre estes, permaneceu através da história a Antiga Garagem de Bondes do Brás, que abrigava os Bondes da companhia Light, e que caracteriza o lote em questão deste trabalho.
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Os Bondes, São Paulo e o LOTE
Para o município de São Paulo, os Bondes marcaram a época de grande desenvolvimento locomotivo que o país evidenciava. A atividade destes meios de transporte se iniciaram a partir do Decreto Imperial de 08/08/1871 que garantia à Companhia Ferro Carris a execução da “diligência sobre trilhos de ferro” (KAKO, 2013), foi então neste ano que as construções das linhas e maquinários começaram. A partir do ano de 1872 os bondes começaram a circular na cidade e após o ano de 1899, os trabalhos de construção das primeiras linhas de bondes elétricos começaram na cidade patrocinados pela The São Paulo Railway Light an Power Co., conhecida também como “Light”. (KAKO, 2013) O domínio do transporte urbano pelos bondes municipais duraram para a cidade de São Paulo até 1920, quando a crise de energia elétrica
Imagem 36 - vista do antigo edificio administrativo da garagem FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
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LOCAL
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(1)
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Av. Celso Garcia
Imagem 37 - Planta das edificações do lote e indicações de tombamento pela resolução do condephaat Fonte: Resolução SC 02/08, de 23 de janeiro de 2008, publicado no DOE de 30 de janeiro de 2008 – pp. 47
(3) rua josé de alencar
(4)
CAIXA D’ÁGUA (2)
MUROS DE DELIMITAÇÃO (1)
elemento tombado Res. 01/14 conpresp e res. sc. 02/08 condephaat ano const. : 1900 - 1906
elemento tombado Res. 01/14 conpresp e res. sc. 02/08 condephaat ano const. : 1900 - 1906 ALTURA APROX.: 2.5 M
Imagem 39 - vista da antiga caixa d’água FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
Imagem 40 - vista dos muros do lote e ao fundo a antiga garagem FOTOGRAFIA AUTORA DATA: MAIO/2018
(5)
(6-2)
rua josé de alencar
(2)
065
Lim Rua Dr. João Alves de
(6-1)
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Última de sua tipologia na cidade, atualmente este edifício é tombado pelas resoluções: SC 02/08 do CONDEPHAAT e N°01/2014 da CONPRESP. Ambas resultam no reconhecimento deste edifício como patrimônio necessário e como referência para os moradores locais. É considerado nestes documentos os edifícios: do (5) Galpão da Garagem; (3) do pessoal de emergência; da (2) Caixa d’Água; da (4) Antiga Torre de Incêndio; (6) Administrativo e dos (1) Muros de delimitação do Terreno.
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Lim Rua Dr. João Alves de
(1)
Av. Celso Garcia
Imagem 38 - CHEIOS E Vazios atuais do lote em questão com as demarcações dos elementos tombados. Fonte: elaboração autora
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LOCAL
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Atualmente os edifícios tombados estão em uso por uma empresa particular de ônibus como garagem. Em estado de conservação duvidoso, o edifício é passado em branco pelos usuários frequentes da região. As ruas que dão para o lote apresentam movimentação intensa de pedestre,
especialmente a Av. Celso Garcia, que apresenta diversos pontos de ônibus. As edificações no interior do lote apresentam uma tipologia inglesa - tipologia tal muito adotada pela empresa Light, a qual foi a responsável pela construção e administração desta garagem até seu desativamento.
Tijolos alaranjados aparentes, ornamentos em concreto e estrutura metálica aparente são elementos que caracterizam os edifícios tombados da Garagem. No estudo de fachadas do lote, podemos notar esses:
Imagem 41 - Fachada Av. Celso Garcia Fonte: reprodução autora a partir de imagens retiradas do google maps. disponível em < http://maps.google.com.br/ > ACESSO EM FEV/2018
Para este projeto, como mencionado no capítulo anterior, foi considerado a manutenção dos seguintes elementos: Galpão da Garagem (5); Edifício do pessoal de emergência (3); Caixa d’Água (2); Edifício da Antiga Torre de Incêndio (4); Edifício Administrativo Principal (6-1) e o muro de delimitação (1).
Imagem 43 - Fachada Rua Dr. João Alves de Lima Fonte: reprodução autora a partir de imagens retiradas do google maps. disponível em < http://maps.google.com.br/ > ACESSO EM FEV/2018
(6-1) (3)
(6-2)
(5)
(1)
(1)
(1)
EdificioS administrativoS (6-1 e 6-2)
galpão principal da antiga garagem (5)
ANTIGO EDIFÍCIO DO PESSOAL DE EMERGÊNCIA (3)
edificio tombado Res. 01/14 conpresp e res. sc. 02/08 condephaat ano const. : 1900 - 1906
edificio tombado Res. 01/14 conpresp e res. sc. 02/08 condephaat ano const. : 1900 - 1906
edificio tombado Res. 01/14 conpresp e res. sc. 02/08 condephaat ano const. : 1900 - 1906
dimensões principais: 21.3 m (comprim.) x 13.8 m (larg.) aprox. gabarito estim.: 13 m ÁREA construída: 740.7 m² (3 pav. com 246.9 m²/cada)
dimensões principais: 130 m (comprim.) x 70 m (larg.) aprox. gabarito estim.: 6 m ÁREA construída: 8.364 m² (pavimento. unico)
dimensões principais: 9.92 m (comprim.) x 13.50 m (larg.) aprox. gabarito estim.: 12 m ÁREA construída: 269.8 m² (2 pav. com 134.9 m²/cada)
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gabarito estim.: 5 m ÁREA construída: 825.4 (dir.) e 437.7 m² (esq.) (ambos em pavimento único) (3)
(6-1)
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edificios não considerados em processo de tombamento
(5)
Imagem 42 - Fachada Rua José de Alencar Fonte: reprodução autora a partir de imagens retiradas do google maps. disponível em < http://maps.google.com.br/ > ACESSO EM FEV/2018
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LOCAL
REFERÊNCIA
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Imagem 44 - recorte de ilustração de bruna canepa Fonte:<https://www. archdaily.com.br> acessO EM JUNHO/2018
Auditorium NICCOLÒ PAGANINI
arquiteto(S): renzo piano ano projeto: 2001 loco: parma, itália
biblioteca de FREIBURG
arquiteto(S): Degelo Architekten, Itten+Brechbühl ano projeto: 2015 loco: FREIBURG, ALEMANHA
nova Biblioteca Nacional do catar
arquiteto(s): Rem Koolhaas, oma ano projeto: 2012 loco: Doha, Catar
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referências
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TROLEIBUS
REFERÊNCIA
REFERÊNCIA de conceito USO DA PRÉ-EXISTÊNCIA Imagem 45 - Interior da antiga fábrica de açúcar Eridania Fonte: Disponível em: <https:// proyectos4etsa.wordpress. com> acesso em Fev/2018
Auditorium NICCOLÒ PAGANINI
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Novos usos em monumentos tombados
Antes de ser o auditório-tributo ao famoso violinista italiano, o Auditorium Niccolò Paganini tratava-se de um esqueleto remanescente de uma antiga indústria açucareira que se localizava na região de Parma na Itália. Área tombada pelo patrimônio nacional, se tratava de um complexo de edificações alheias umas às outras em termos estilísticos, localizado ao centro da área histórica da cidade e cercado por vegetação em abundância. Foi dada a oportunidade ao arquiteto Renzo Piano de projetar o auditório. A partir de sua concepção arquitetônica, Renzo decidiu por retirar grande parte dos “aditivos” históricos que não caracterizavam aquela área e atribuiu novo uso à um dos galpões principais. Utilizando assim de sua cobertura e fachadas originais, que encontravam-se em bom estado estrutural, ele manteve a tipologia industrial porém seu interior recebeu tratamentos estéticos que passaram a ressignificar toda a edificação.
Imagem 46 - fachada principal do auditório niccolò paganini Fonte: Disponível em: <http:// www.rpbw.com> acesso em jun/2018
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TROLEIBUS
073
REFERÊNCIA
REFERÊNCIA de conceito USO DA PRÉ-EXISTÊNCIA
Para fornecer ao auditório características acústicas e visuais necessárias, o arquiteto proporcionou a queda das poltronas através de uma topografia “falsa” dentro do próprio edifício. Como podemos perceber em seu corte longitudinal (Imagem 48), o Foyer é separado da entrada através de uma subida de escadas (como podemos notar na Imagem 49), enquanto o palco permanece no mesmo nível da entrada por conta da queda que recebe os assentos. Os pontos importantes que podemos atribuir a este projeto são: em primeiro, a questão do uso ativo de um monumento, pois este garante uma memória viva da história em questão; em segundo, o ponto de adaptação de edificações com vãos livres generosos para usos que necessitam desta qualidade, como por exemplo, o de um auditório em si. Em terceiro, o ponto interessante do recriar topográfico que torna a edificação mais interessante e dinâmica para seus usuários.
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Imagem 48 - Corte longitudinal do Auditório Fonte: Disponível em <http://rpf.ice.spill.net/> acesso em Maio/2018
Imagem 47 - Entrada e Foyer do Auditório Fonte: Disponível em <http://www.rpbw.com> acesso em Maio/2018
Imagem 49 - Entrada e escadaria principal do Auditório Fonte: Disponível em <http://www.rpbw.com> acesso em Jun/2018
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Imagem 51 - vista interna - área de acesso livre à internet Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily. com> acesso em junho/2018
REFERÊNCIA de PROGRAMA ARTICULAÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES + tratamento de fachada
biblioteca de FREIBURG CONCEPÇÃO ESPACIAL DO PROGRAMA DE NECESSIDADES
TFG 2018
Imagem 50 - vista externa do edifício da biblioteca de freiburg Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com> acesso em junho/2018
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TROLEIBUS
REFERÊNCIA
O projeto da biblioteca de Freiburg foi uma remodelação do antigo edifício da biblioteca da cidade que encontrava-se com área exarcebadamente exagerada em relação ao programa de necessidades real. Com um acervo extenso e uma necessidade de interligar-se com o entorno, os arquitetos responsáveis propuseram fachadas envidraçadas mas com arestas não ortogonais. Assim estas permitem o reflexo dos edifícios pré-existentes do entorno, ao mesmo tempo que configuram uma espacialidade especialmente interessante em seu interior. O programa de necessidades deste edifício é sintético: espaços para acervo, espaços para leitura e estudos, e espaços multi-uso para os usuários (além das áreas de apoio e administrativas). Esta síntese programática permite uma melhor conexão interna visual do destino de uso de cada setor, e uma clareza no caminhar dos usuários.
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planta 2° subsolo planta 3° subsolo corte longitudinal
planta 2° pavimento planta 1° pavimento
corte transversal
Imagem 52 - vista interna - perímetro envidraçado da edificação e usos dinâmicos utilizando da iluminação natural Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
planta pavimento térreo
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Com esta articulação geométrica de sua fachada, condiciona-se que as salas internas ao edifício com a hipótese de serem de usos mais privativos - são posicionadas ao centro das plantas dos pavimentos, uma vez que a fachada em si não comporta a ortogonalidade de paredes comuns. Sendo assim, o perímetro dos pavimentos ficam sempre livres, e pré-dispõem uma utilização dinâmica e multi-funcional. Tais fatores condicionantes dos usos podem ser notadas nas imagens a seguir (Imagem 52 e Imagem 53).
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planta 1° subsolo
planta 5° pavimento
ARTICULAÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES + tratamento de fachada
planta 4° pavimento
REFERÊNCIA de PROGRAMA
planta 3° pavimento
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TROLEIBUS
REFERÊNCIA
Imagem 53- seleção plantas e cortes do edifício Fonte: Disponível em: <https://www.archdaily.com> acesso em junho/2018
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REFERÊNCIA
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TROLEIBUS
Imagem 55 - vista interior do edifício da biblioteca nacional do catar - área central da edificação. Fonte: Disponível em: <https:// www.archdaily.com> acesso em junho/2018
REFERÊNCIA de concepção concepção visual interior
Imagem 54 - vista externa do edifício da biblioteca nacional do catar Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
biblioteca nacional do catar
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concepção visual
As bibliotecas, tipologicamente falando, nos permitem pensar e desenvolver uma arquitetura excepcional, radical. Aparentemente, há um paradoxo. Um programa extremamente tradicional mas que nos leva ao mesmo tempo inventar novas soluções, e isso é exatamente o que fizemos no projeto da Biblioteca Nacional do Catar. (Citação Rem Koolhaas sobre o projeto. Disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/892821/biblioteca-nacionaldo-catar-oma. Acesso em Junho/2018)
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O projeto da Biblioteca Nacional do Catar representa em termos visuais uma série de estratégias interessantes confluídas com funcionalidade de uso. A edificação foi concebida com um programa extenso, no qual abriga quatro acervos extensos e diversos em temáticas: o da Biblioteca Nacional; da Biblioteca Pública; da Biblioteca Universitária de Doha e a Coleção do Patrimônio Histórico do Catar. O desafio maior porém era como interligar todos estes acervos sem comprometer a correlação que exite entre eles.A solução foi adotar um edifício de pavimento único, porém com uma topografia que demarca-se a pré-disposição dos usos. O edifício portanto se dobra em 3 de suas pontas, criando assim uma toporafia onde as estantes de livro se conformam. Parte do próprio edifício, as próprias estantes já criam espaços para leitura e consultas rápidas e demoradas. Outro ponto que demarca este projeto é a possibilidade de entrada tanto pela periferia do edifício quanto pelo seu centro, que encontrase rebaixado do piso principal. Esta estrada central configura uma visualidade incrivel para o ambiente interno, que consegue passar o ideal de profundidade que a temática da cultura árabe exige.
Imagem 56 - vista INTERNA - VÃO DE ENTRADA CENTRAL DO EDIFÍCIO Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
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GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
REFERÊNCIA
Imagem 57 - vista INTERNA - VÃO DE ENTRADA CENTRAL DO EDIFÍCIO Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
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GARAGEM & OFICINA
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REFERÊNCIA
Imagem 58 - vista INTERNA - ESTANTES DINÂMICAS EM USO Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
Imagem 59 - vista INTERNA - ESTANTES QUE CRIAM A TOPOGRAFIA NO CENTRO DA EDIFICAÇÃO Fonte: Disponível em: <https://www. archdaily.com> acesso em junho/2018
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(MIRANDA, A.; LEITE, C.; SUAIDEN, E. Inclusão Social, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Brasília, v. 3, n. 1, p. 17-23, Jul./Dez. 2014)
085 TFG 2018
PROJETO
[...] que muitos usuários não freqüentam a biblioteca por causa da consulta e do empréstimo de livros... querem apenas um local para estudar sozinhos ou em grupo, usando os próprios livros, cadernos, anotações e/ou valendo-se de pesquisas na internet. Ou seja, na prática, os livros, revistas etc. funcionam como suportes para a prestação de serviços, em vez de serem a razão da freqüência às bibliotecas. Em outras palavras, a biblioteca sendo uma fonte ou meio de obter informação e não um local exclusivamente para consulta a acervos bibliográficos.
PROJETO
UNICAMP
Imagem 60 - recorte de ilustração de bruna canepa Fonte:<https://www. archdaily.com.br> acessO EM JUNHO/2018
TROLEIBUS
ESTACIONAMENTO
GARAGEM & OFICINA
ao meio digital (+ ensino para que haja este acesso) e ao meio físico (acervo) até mesmo áreas de exposições abertas para que a população seja atraída para estes. Ou seja, é o chegar da informação ao usuário e também a geração do interesse para que este usuário chegue à informação.
TFG 2018
abordagem do PROGRAMA
UNICAMP
19,02% 3.853,00 m2 - 150 vagas veículos comum - 3 vagas utilitários
O projeto da Garagem & Oficina Troleibus conflui para três frentes principais de uso: o ACESSO à informação em si (1), GERAÇÃO de conteúdos (2) e EXPOSIÇÃO da informação (3); todas as três complementares e distintas quanto às especificações de seus usos. A definição destas frentes permite uma mais clara aproximação e uma hierarquização das particularidades do programa de necessidades elaborado para este projeto e, por consequência, das demais diretrizes projetuais: À frente de ACESSO à Informação cabe todos os usos respectivos ao chegar da informação ao usuário. Desde o acesso
À frente de GERAÇÃO de conteúdo cabe o entendimento do usuário como ser ativo perante à informação. Sendo assim, é desta frente a função de providenciar ambientes e espaços arquitetônicos para esta alimentação. Por definição de projeto, entende-se como ambientes necessários para esta frente: estúdios de gravação; oficinas de filmagem; áreas de acesso à software livre; ateliês digitais e tecnológicos; assim como áreas de desenvolvimento de ideias inovadoras de empreendedorismo voltadas para a população local. Enquanto que ao terceiro core de uso, a frente de EXPOSIÇÃO, cabe o acesso refinado e planejado ao conteúdo, tanto externo quanto o produzido dentro da Oficina Troleibus. Trata-se portante do conjunto de espaços para a disseminação das ideias, o conjunto de auditórios, com um foyer genenoro e espaços externos amplos para eventuais eventos.
APOIO ACESSO À INFORMAÇÃO 0,49% 100,00 m2 - área catalogação acervo - área de manutenção - almoxarifado ACESSO À INFORMAÇÃO 29,91% 6.058,00 m2 - acervo físico - acervo digital - áreas de acesso digital - áreas de leitura - áreas de estudo - áreas de consulta - áreas de informação ENSINO ACESSO À INFORMAÇÃO
total: 20.252,60 m2
2,93% 593,60 m2 - área de acesso digital - áreas de oficinas técnicas - salas de aula ENSINO ENSINO COMPLEMENTAR 1,19% 240,00 m2 - makerspaces - fab lab - áreas de workshop GERAÇÃO CONTEÚDO 7,69% 1.558,00 m2 - estúdio produção fotográfica - estúdio produção vídeos - estúdios de software - open coworking GERAÇÃO PRODUTO 1,28% 260,00 m2 - áreas produções técnicas - workshops e ateliês - áreas de acesso digital EXPOSIÇÃO ENSINO ABERTO 15,80% 3.200,00 m2 - auditórios - espaços para evento EXPOSIÇÃO CONTEÚDOS PRODUZIDOS
Especificamente aos espaços de ACESSO e GERAÇÃO foram atribuídos os nomes, respectivamente, de GARAGEM e OFICINA, para que se complementassem em termos nominais. Imagem 61 - diagrama de áreas por setores de projeto. Fonte: produção autora
1,07% 217,50 m2 - área para projeção - espaço para exposição APOIOS 20,49% 4.149,50 m2 - vestiários - sanitários - áreas técnicas - áreas alimentação - áreas administrativas
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PROJETO
UNICAMP TFG 2018
TÉRREO PRÉ-EXISTÊNCIA ACESSO
WC
ATELIÊS
CAFÉ
AUDITÓRIO
RECEPÇÃO
FOYER
BILHETE.
SALAS AULAS
WC
COWORKING
ÁREAS LEITURAS
ESTÚDIOS
PRODUTOS
ÁREAS ESTUDO
ACERVO FÍSICO
AUDITÓRIO
AUDITÓRIO
WORKSHOPS/FABLAB
Á. PROJEÇÃO
PRAÇA ABERTA
CAFÉ
A. TÉC.
WC
MIDIATECA
EDIFICIO OFICINA GERAÇÃO
organograma
089
ÁREAS CONSULTAS
WC
TROLEIBUS
RESTAURANTE + BAR
ACESSO DIGITAL
ADMINISTRAÇÃO
ESTACIONAMENTO
GARAGEM & OFICINA
SUBSOLO EXPOSIÇÃO A. TÉC.
PROJETO
Imagem 62 - diagrama de representatividade de áreas e suas conectividades e proximidades Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
091
TROLEIBUS GARAGEM & OFICINA
UNICAMP
TFG 2018
PROGRAMA por ambientes
Tabela 4 (parte 1) - programa arquitetônico do projeto dividido por ambientes e setores de relevância para o projeto Fonte: Reprodução autora
093
TROLEIBUS GARAGEM & OFICINA TFG 2018
UNICAMP
Tabela 4 (partes 2 e 3) - programa arquitetônico do projeto dividido por ambientes e setores de relevância para o projeto Fonte: Reprodução autora
095
TROLEIBUS GARAGEM & OFICINA TFG 2018
UNICAMP
Tabela 4 (partes 4 e 5) - programa arquitetônico do projeto dividido por ambientes e setores de relevância para o projeto Fonte: Reprodução autora
GARAGEM & OFICINA
UNICAMP
TFG 2018
concepções e conceitos de projeto
097
ESTRUTURA
TROLEIBUS
concepção construtiva
PROJETO
Enquanto o edifício Garagem (préexistência da antiga garagem de Bondes da Light) confecciona-se como uma edificação mista com seus pilares, vigas e cobertura em estrutura metálica e seus fechamentos em alvenaria aparente de tijolinho; buscou-se uma forma de releitura desta composição para compor estruturalmente a nova edificação do lote, o edifício Oficina. Pensando no maior vão livre que o edifício poderia compor para permitir uma fruição agradável pelo pavimento térreo, e ao mesmo tempo demarcar os limites do lote sem traçar novas barreiras ao pedestre, adotou-se uma volumetria em L elevada. Seu core estrutural portanto é conformado por uma treliça espacial em estrutura de aço que é envelopada com um pele de vidro constante. Para suportar um vão desta magnetude, adotou-se pilares de concreto robustos em dois pontos de apoio: em uma das pontas do “L” e outro no ponto intermediário do segundo segmento. Para que estes pilares não ficassem expostos, estes segmentos do edifício são “cobertos” por capas de concreto volumétricas que abrigam mais de uma função. Estas mesmas servem para conformar áreas de “pausa” da pele de vidro, onde encontram-se os sanitários e os cores de circulação vertical; ao mesmo tempo que abrigam áreas de shaft em seus afastamentos do edifício. Imagem 63 - conjunto de croquis difersos estudos para concepção estrutural do edificio oficina Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
01
01
63.00
63.00
vista superior 02
UNICAMP
7.00
7.00
7.00
28.00
28.00
6.00
7.00
7.80
21.00
6.00
21.00
7.80
TFG 2018
02
vista 02 Imagem 64 - conjunto de desenhos concepção estrutural do edificio oficina Fonte: produção autora
ELEVAÇÃO 02 ELEVAÇÃO 02
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
099
ESTRUTURA
ELEVAÇÃO 01
70.00
70.00
10 3
10 3
14.00
14.00
vista ISOMÉTRICA CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
ISOMÉTRICA
vista 01
ELEVAÇÃO 01
PLANTA
PLANTA
concepção construtiva
14.00
ISOMÉTRICA
GARAGEM & OFICINA
14.00
ISOMÉTRICA
TROLEIBUS
PROJETO
0101
CAPAS EXTERNAS
concepção construtiva
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
As capas que “acolhem” os pontos de apoio da estrutura do edifício acumula diversas funções. Estas mesmas servem funcionamente como shafts para instalações de infraestrutura interna ao edificio além de acolher o sistema de escoamento de água da cobertura, através de calhas embutidas nas juntas entre as capas e a cobertura. Em estudos foi determinado que estas seriam conformadas por placas perfuradas sobrepostas em aço corten ao invés de ser uma capa contínua em concreto. Estas sobreposições permitem espaçamentos para que haja circulação de ar (através de em efeito chaminé) para os ambientes que se encontram enclausurados por elas.
UNICAMP
TFG 2018
Tais ambientes (essencialmente os espaços de sanitários e cores de circulação vertical) conformam a interrupção da pele de vidro por paredes externas em alvenaria convencional. Estas mesmas paredes, por sua vez, são as que sustentam as placas que constituem as capas
Imagem 65 [esquerda]conjunto de croquis - diversos estudos para concepção VOLUMÉTRICA DAS CAPAS DO EDIFICIO OFICINA Fonte: produção autora Imagem 66 [direita]conjunto de croquis - diversos estudos para concepção construtiva das capas do edificio oficina Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
GARAGEM & OFICINA
Abertura superior abertura superior nas capas para efetivação do efeito "chaminé" de circulação de ar
0103
TROLEIBUS
PROJETO
Cobertura telhas metálicas com dupla inclinação
Calha sistema de coleta de água embutido na cobertura Exemplo instalação forro em locais onde há forro rebaixado, tais serão instalados imediatamente abaixo das vigas secundárias Sistemas elétrico / ar-condicionado passagem de conduítes e tubos de sistema de refrigeração com fixação nos contraventamentos da estrutura
Tubulações externas área de vácuo das capas externas utilizada como shaft para coleta de água de chuva e para passagem das tubulações de sistemas de água e esgoto
Pele de vidro com sistema de esquadria com janela maxim-ar
Treliça lateral treliça metálica lateral em perfil I
Contrapiso polido contrapiso em concreto queimado polido com acabamento de piso final Steel Deck laje em sistema estrutural steel deck h: 15 cm
Viga primária viga de borda metálica perfil I Borracha Neoprene apoio de estrutura metálica em pilar de concreto Capas externas
Contraventamentos perfil I metálico Viga secundária viga metálica perfil I
UNICAMP
TFG 2018
Acabamento revestimento amadeirado parte inferior Encapamento externo chapa metálica ripada para encapamento de estrutura principal Pilar concreto sistema estrutural maciço Passagens de ar aberturas para circulação de ar internamente às capas externas
Imagem 67 - corte detalhamento construtivo do edificio oficina Fonte: produção autora
Coletor Geral sistema de coleta de água
0
1
2
3m
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
UNICAMP
TFG 2018
O partido de intervenção derivou da transposição da composição espacial interna da pré-existência para os novos usos pretendidos pelo conjunto Troleibus. Para o galpão da antiga garagem de bondes, ao qual destinou-se os usos de restaurante, bar, acervo físico, café e áreas administrativas, previu-se as novas conformações internas sem a demolição de nenhuma parede interna, apenas a instalação de portas conforme os fluxos de interesse estabelecidos. Para as novas divisórias previu-se a instalação de material não corrosivo à alvenaria aparente pré-existente. Pretendendo-se assim novas divisórias internas leves com variação de materialidade de vidro e gesso pintado de branco. Separandose assim visualmente a pré-existência da intervenção. Para a área externa, onde encontra-se o antigo muro de divisa da garagem, pretende-se a reconstituição da aparência original do muro, o qual era conformado por alvenaria aparente (em seu estado atual o mesmo encontrase com a alvenaria coberta e pintada de cor não correspondente com a estética do conjunto). Instalando assim três equipamentos adicionais para seu destaque: balizadores de luz que ressaltem sua estética; espelho d’água na parte interna do lote para que assim reflita a pré-existência; e sinalização em sua face externa ao lote para funcionar como porta de entrada para o conjunto.
Imagem 69 - croqui de concepção utilização do muro tombado da préexistência, juntamente com projeto de luminotécnica adequado para ser a nova placa de entrada da Garagem & Oficina ao invés de apenas uma barreira física. Fonte: produção autora
Imagem 68 - croqui de concepção utilização da conformação estrutural da pré-existência para instalação de divisórias leves de vidro ou gesso, com e sem portas para reconformar o espaço interno da garagem conforme novos usos estabelecidos. Fonte: produção autora
Uma vez que o antigo edifício da Garagem de Bondes da Light conformase como último de sua tipologia na cidade de São Paulo, decidiu-se trazer ao conjunto a memória da época dos bondes da cidade. Assim, conformando espaços mais privativos para leitura dentro do edifício Garagem, pretendese a instalação de algumas locomotivas de bondes com adaptações internas para comportar tal uso.
Imagem 70 - croqui de concepção utilização de cabines de bondes nos mesmos modelos que utilizados pela light para como áreas de leitura mais privativas do acervo. Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0105
TRATAMENTO PRÉ-EXITÊNCIA
concepção PROJETUAL
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
0107
PROJETO MURO ENTRADA
concepção PROJETUAL
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
AG
EM & OFIC
IN A
G
AR
TFG 2018
TROLEIBUS
UNICAMP
tionalVersion
Imagem 71 - DESENHO DE CONCEPÇÃO DAS INTERVENÇÕES PARA A PRÉ-EXISTÊNCIA DO MURO DE ENTRADA PARA O LOTE. APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DESCRITOS PREVIAMENTE: RETORNO DO MURO À SUA MATERIALIDADE ORIGINAL DE TIJOLO APARENTE; INSTALAÇÃO DE ESPAÇOS PARA EXPOR AS PROGRAMAÇÕES DO CONJUNTO; E INSTALAÇÃO DO LOGO DE IDENTIFICAÇÃO DO CONJUNTO AO CENTRO. ALÉM DISSO, PARA A CONCEPÇÃO FOI PENSADO EM POSTES DE ILUMINAÇÃO SEM FIAÇÃO APARENTE. Fonte: produção autora
escala 0
1
1:75 2
3m
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
tomadas expostas fixadas nos pilares metálicos da pré-existência
conduítes externos fixados nos pilares metálicos da pré-existência
ponto de inspeção da calha técnica
Tratando da pré-existência do galpão que antes constituia a garagem dos bondes, este edifício encontra-se com seu piso original concretado para acobertar as antigas linhas de bondes que passavam pela garagem. Retornando com um desenho que lembra as antigas garagens de bondes, o edifício Garagem do Conjunto Troleibus terá seu piso em concreto queimado - respeitando assim as materialidades do projeto - e desenhos das antigas linhas passando em um de suas laterais. Contando assim com o cenário da reconstituição do piso do galpão e da proposta em layout aberto para a área do edifício Garagem, serão instaladas calhas técnicas embutidas pelo piso por todo o interior do edifício, pensando assim em expor os pontos elétricos para uso geral, alimentando as mesas e demais ambientes que necessitem de energia.
conduítes internos passando pela calha técnica embutida no piso
TFG 2018
contrapiso concreto
UNICAMP
escala 0
1:50 1
2
3m
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0109
calha técnica
Imagem 72 - DETALHE CONSTRUTIVO DA CALHA TÉCNICA A SER INSTALADA NA PRÉ-EXISTÊNCIA DO GALPÃO DA ANTIGA GARAGEM. Fonte: produção autora
concepção CONSTRUTIVA
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
0111
CIRCULAÇÃO
concepção ESPACIAL
O projeto foi concebido com três cores volumétricos principais: o edifcío Garagem, que trata-se da pré-existência da antiga garagem de bondes da Light, o novo edifício Oficina e a área de Exposições que abriga-se no subsolo.
circulação
área administrativa
restaurante + bar
área de acervo
área de acesso livre salas de aula
A circulação, portanto, para comportar tal organização setorial, precisou receber dois focos: vertical, as quais interligam os diferentes níveis de atividade; e as horizontais, que sefiguram dentro das próprias edificações.
fablab makerspaces
sanitarios estúdios/ ateliês/ oficinas
café e áreas de open meeting coworking
UNICAMP
TFG 2018
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
Imagem 73 - diagrama de VOLUMETRIAs BÁSICAs COM INDICADORES DE principais áreas com as demarcações dos principais eixos de Circulação Fonte: produção autora
auditórios + foyer + bilheteria
estacionamento
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
GARAGEM & OFICINA
Imagem 74 - vista isométrica explodida do projeto do conjunto troleibus. Fonte: produção autora
edificio oficina
MEZANINO em estrutura metálica independente.
área de acesso ao subsolo e auditórios edificio garagem
adição ao edificio garagem em estrutura metálica e pele de vidro
ACESSO de veículos ESTACIONAMENTO (SUBSOLO)
UNICAMP
TFG 2018
abertura de iluminação zenital para o foyer no subsolo
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO GSEducationalVersion
0113
TROLEIBUS
PROJETO
PROJETO
0115
Imagem 75 - PERSPECTIVA INTERNA ÁREA open COWORK edifício oficina Fonte: produção autora
PROJETO
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
2
PROJETO
09
1
09
02
07
04 03
06
4
rua josé de alencar
Espelho d’água
Grama Santo Agostinho
PALETA MATERIAIS
patrimônio Tijolos aparentes
Concreto aparente
Chapa Aço Corten perfurada
Alumínio preto
Bloco intertravado
MADEIRA REFLORESTADA PINUS
Rua Dr. João Alves de Lima
05
5
escala
1:500
10
0
01
10
20
01. pré-existência: antigo edifício administrativo 02. pré-existência: muro da antiga garagem de bondes 03. edifício garagem - pré-existência: galpão 04. ampliação em estrutura metálica e cobertura de vidro 05. pré-existência: caixa d’água 06. pré-existência: antigo edifício do pessoal de emergência 07. pátio aberto 08. edifício oficina 09. caixa d’água superior 10. entrada subolo
08
3
TROLEIBUS
COBERTURA Av. Celso Garcia
GARAGEM & OFICINA
LEGENDAS
0121
Imagem 76 - PERSPECTIVA externa entrada edifício garagem ENTRADA pelo pátio interno Fonte: produção autora
COBERTURA
0119
PROJETO PROJETO
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0123
PROJETO
Imagem 77 - PERSPECTIVA externa edifício garagem e entrada pela av. celso garcia Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0125
PROJETO
Imagem 78 - PERSPECTIVA externa edifício oficina e entrada pela Rua Dr. João Alves de Lima Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
Av. Celso Garcia
01 06
38
34
43 43
34
45
21
37
40
21
21
45
36
15
43 43
21
45
33
44
32
07
03
35
34 06
15
23
31
37
45
42
43
37
41
41 39
04
42
escala
08
PROJETO
41. caixa 42. área administrativa 43. depósito 44. área de carga e descarga 45. área de serviço 46. teto de vidro área de auditórios
20
31. áreas de acesso edifício oficina 32. área lockers usuários e alunos 33. circulação vertical 34. lounge restaurante e bar 35. salão restaurante 36. salão bar 37. cozinha 38. bar 39. área externa bar 40. adega
33
05
15
46
16
1
03
02
02
3
31 33
15
11
11
01
20
21
21
01
14 10
13
17
18
18
24
17
01
15 15
02 19
22 21 21
rua josé de alencar
22 21 21 21
24
28
30
26
26
15
12
19
27
02
15
12
12
19
27
29
27
4
28
21
21 25
09
Rua Dr. João Alves de Lima
01
10
21. sanitários 22. bebedouros 23. vestiários 24. copa 25. área técnica 26. recepção áreas administrativas (garagem e oficina) 27. áreas administrativas 28. sala de reunião 29. mini-auditório administrativo 30. área técnica acervo garagem
5
10. recepção acervo 11. área aberta para atividades 12. áreas de leitura (bondes) 13. área acervo interno 14. midiateca (sob mezanino) 15. áreas de estar e acesso livre 16. área kids 17. área estar/platéia orgânica 18. área mesas com acesso fixo 19. intalação caminho dos bondes 20. cafeteria
0
2
01. espelho d’água 02. entrada edifício garagem 03. entrada edifício oficina 04. entrada de veículos subsolo 05. acesso aos auditórios subsolo 06. entrada área restaurante e bar 07. entrada área carga e descarga 08. pré-existência: destinação à bicicletário e lockers públicos 09. pré-existência: destinação à instalações temporárias
1:500
pavimento térreo
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
LEGENDAS
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0131
Imagem 79 - PERSPECTIVA interna edifício garagem com vista para o mezanino, midiateca e acervo Fonte: produção autora
pavimento térreo
0129
PROJETO
PROJETO Imagem 81 - PERSPECTIVA interna área de leitura no interior de um dos bondes implantados Fonte: produção autora
0133
Imagem 80 - perspectiva interna do edifício garagem vista da área de circulação entre os bondes implantados e área administrativa Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
24
24
24
23
06 13
21
20
15
15
22
13 12
14
MEZANINO
03
17
15
11
26
18
16
10
25
22
5
22
21. vestiários 22. sanitários 23. depósito 24. área técnica maquinários ar-condicionado/ tratamento água/ geradores/ bombas d’água 25. locação caixa d’água inferior 26. acesso área de carga e descarga
0
22
16
11. auditório M (190 lugares) 12. auditório G (524 lugares) 13. sala técnica som e luz 14. copa 15. entrada auditório com passagem corta-som 16. entrada técnica 17. elevador de carga 18. área de carga e descarga 19. coxia 20. camarim
1:500
GARAGEM & OFICINA
PAVIMENTO subsolo
01. área leitura sobre mezanino 02. acesso ao edifício garagem 03. rampa acesso estacionamento 04. acesso área auditórios foyer 05. estacionamento 06. circulação vertical 07. bilheteria 08. foyer 09. chapelaria 10. auditório P (158 lugares)
escala
TROLEIBUS
LEGENDAS
06
19 22
15 02
07
08 21 09
14
20 20
15 10
04
05
13 23
22
22 22
22
01
PROJETO
PROJETO
0137
Imagem 82 - PERSPECTIVA interna EDIFÍCIO GARAGEM - ÁREA DE ACESSO AOS AUDITÓRIOS e saída do edifício para o pátio interno Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0139
PROJETO
Imagem 83 - PERSPECTIVA interna área foyer dos AUDITÓRIOS Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0141
PROJETO
Imagem 84 - PERSPECTIVA interna auditório G Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
03 04 02
03 15
16
17
14
18
04
19
02
06
06
13 06
24
24
24
24
06
06
21
24
23
21
10
20 25
5
25
0
SEGUNDO pavimento
1:500
primeiro pavimento
escala
TROLEIBUS GARAGEM & OFICINA
pavimentos ed. oficina
21
06 21 22
21 21 20
01 07
22
20 03
06
06
06
06
06
04
01 25
07
05
03
06
06
06
06
06
04
25
05 02
02
LEGENDAS
01. recepção oficinas 02. lockers alunos e usuários 03. área de espera 04. circulação vertical 05. acesso cowork 06. sanitários 07. fraudário 08. copa cowork 09. sala reunião 10. call room 11. área descompressão 12. open cowork 13. cafeteria comum 14. depósito equipamentos 15. ateliê técnico hardware 16. ateliê técnico infraestrutura 17. ateliê técnico computação 18. ateliê produção audiovisual 19. ateliê técnico programação 20. “laje” de vidro 21. área de acesso livre e lazer 22. makerspace 23. fablab 24. salas de aula diversa 25. área shaft técnico
09
09
08
08
25
11
25 11
10 10
09 12
09 12
PROJETO
0145
PROJETO
Imagem 85 - PERSPECTIVA interna ÁREA COWORK EDIFICIO OFICINA Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
PROJETO
0147
Imagem 86 - PERSPECTIVA interna DAS “LAJES” DE VIDRO NA ÁREA DO CAFÉ NO EDIFICIO OFICINA Fonte: produção autora
Imagem 87 - PERSPECTIVA interna ÁREA DE CIRCULAÇÃO COM AMBIENTES DE LIVRE ACESSO E LAZER do edificio oficina Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
corte a1
corte a2 corte a3 0
5
escala
10
20
TROLEIBUS
1:500
GARAGEM & OFICINA
PROJETO
CORTES
0153
0151
PROJETO
CORTES
Imagem 88 - PERSPECTIVA externa edifício garagem - entrada pela av. celso garcia Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
Imagem 89 - PERSPECTIVA externa edifício garagem - entrada pela av. celso garcia Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0155
PROJETO
elevação sul I 1
elevação LESTE I 2
elevação OESTE I 4
elevação NORTE I 3
10 5 0
1:500
20
ELEVAÇÕES
escala
GARAGEM & OFICINA
TROLEIBUS
PROJETO
0161
Imagem 90 - PERSPECTIVA externa edifício oficina e pátio interno Fonte: produção autora
ELEVAÇÕES
0159
PROJETO
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
0163
PROJETO
Imagem 91 - PERSPECTIVA externa edifício garagem e sua entrada pela av. celso garcia Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
PROJETO
01
03 02
rua josé de alencar
5 0
escala
1:500
03
10
20
01. posicionamento do ponto de ônibus em área de desaceleração dentro da calçada em frente ao lote, utilizando a área interna do lote como prolongamento da faixa de passeio. 02. inclusão de faixa de serviço na calçada da via lateral que possui movimento menos intenso de veículos - propiciando assim um caminhar mais confortável aos pedestres. 03. ampliação da calçada e inclusão de área de desaceleração para entrada e saída de veículos do lote - intervenção permitida pela constatação de ser uma via de pouco fluxo de veículos e sem passagem de ônibus.
Rua Dr. João Alves de Lima
TROLEIBUS
PROPOSTA tratamento URBANo futuro Av. Celso Garcia
GARAGEM & OFICINA
INTERVENÇÕES
PROPOSTA tratamento URBANo futuro
0169
0167
PROJETO
Imagem 92 - perspectiva interna do edifício garagem Fonte: produção autora
ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
SÃO PAULO. Decreto n° 57.776, de 07 de julho de 2017. Novo Plano Diretor Estratégico, São Paulo, 2017. Disponível em: <http://gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br>. Acesso em Fev/2018 SÃO PAULO. Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Conceitos, Diretrizes e Estratégias de Ordenamento Territorial, São Paulo, 2016. Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura. sp.gov.br>. Acesso em Fev/2018 CARTA DE VENEZA. Disponível em: <http:// www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/d7af9_ Carta_de_Veneza_1964.pdf>. Acesso em: Abril / 2018. BLIKSTEIN, Paulo. Viagens em Troia com Freire: a tecnologia como um agente de emancipação; Educ. Pesqui., São Paulo, v. 42, n. 3, p. 837-856, jul./set. 2016. TEIXEIRA, T.; NUNES, J.; ALENCAR, C.; CAVALCANTE, L. O Acesso à Informação: Inclusão Digital do Público Usuário das Bibliotecas Públicas de Fortaleza/CE - Brasil; Revista EDICIC, v.1, n.2, p.360-376, Abr./Jun. 2011. LAIPELT, R.; MOURA, A.; CAREGNATO, S. Inclusão Digital: laços entre bibliotecas e telecentros. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.16, n.1, p.223-229, jan./jun. 2006. DIAS, Lia Ribeiro; Inclusão digital como fator de inclusão social; In: BONILLA, MHS., and PRETTO, NDL., orgs. Inclusão digital: polêmica contemporânea [online]. Salvador: EDUFBA, 2011, pp. 61-90. JUNIOR, Oswaldo Francisco; Bibliotecas Públicas e Alternativas; R. bras. Bibliotecon, e Doc., São Paulo, v.26, n. 1/2, p.115-127, Jan./Jun. 1993.
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ISABELLA REBOLLA BUENO PROF. DR. HAROLDO GALLO
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bibliografia