Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues

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Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Relatório Final de Iniciação Científica

Pesquisadora: Isabella Rebolla Bueno 139522 Orientador: Haroldo Gallo Vigência: 02/2015 - 08/2015

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Agradeço intensamente a todos que me apoiaram e torceram por mim durante este processo. Aos meus amigos, minha mãe, minha avó, minha compreensiva chefe e ao meu parceiro, obrigada pela paciência e carinho sempre.


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Sumário

Introdução Objetivos Uma breve históra de Sergio Rodrigues Introdução a Ergonomia Definição Recorte de análise - Antropometria Considerações culturais Tabelas antropológicas - como utilizar Entrevista com Vera Beatriz Rodrigues Introdução aos assentos O processo de dimensionamento Oscar Sheriff Kilin Diz Discussões e Conclusões Bibliografia

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Introdução A vida e história profissional de Sergio Rodrigues é um importante marco para a arquitetura e para o design brasileiros, não apenas pelo fato de ambas terem chego ao fim muito recentemente, com sua morte no final de 2014. Tendo desenvolvido diversos trabalhos nos ramos de mobiliários, alcançando o reconhecimento internacional ainda nos anos 60 com a conquista do Concurso Internacional do Móvel em Cantù, Itália, ele marcou principalmente um novo início para o design brasileiro, expressando seu bom-humor e informalidade sem qualquer sotaque estrangeiro, pois antes disso os objetos de arte mobiliários existentes no Brasil eram todos de origem colonizadora (Borges, 2007). Sergio exerceu um papel fundamental no desenvolvimento e no reconhecimento do mobiliário brasileiro, quebrou padrões antes rígidos na sociedade e apresentou em cada um de seus trabalhos, técnicas e processos nunca antes vistos. Ele não só apresentou trabalhos com padrões diferenciados de estética, como também um novo processo de projeto – desde a concepção ao desenvolvimento, em todos seus trabalhos percebe-se um novo detalhe construtivo. Abordando a temática de conforto, Sergio se realçava diante dos demais, pontuando em seus móveis uma constante estética permeada por funcionalidade e usabilidade - incluindo o fator comodidade do uso. Além disso, outro fator que marca o seu trabalho como inovador é a sempre presente, tanto nos ramos das artes como das exatas, proporção. Não apenas proporção dos mobiliários, mas a proporção do corpo humano em relação com os mobiliários. Uma relação de uso e “encaixe” no qual Sergio consagrou-se mestre através de seus trabalhos. Como o também premiado arquiteto brasileiro Isay Weinfeld - responsável pelo Hotel Fasano e o Edifício 360º - disse: “As cadeiras e poltronas desenhadas por Sérgio Rodrigues já receberam todos os tipos de elogios, mas acho, sobretudo, que elas são educadas, pois gentilmente te convidam a sentar. E é o que realmente importa” (Borges, 2007).

Objetivos Como ciência, a relação ser humano-ambiente sempre é estudada para um aprimoramento constante de nossos meios, para melhor acomodar nossos corpos. Sendo assim, faz-se válido o estudo de como Sergio Rodrigues realizou esse processo de interligação do corpo do usuário com seus mobiliários - gerando conforto, uso apropriado e estética. Portanto, esta pesquisa propõe apresentar a relação dos trabalhos de Sergio Rodrigues com as questões de ergonomia, procurando uma comprovação dos fatores que concedem a este designer e seus móveis as características de conforto, sempre admiradas. Constatando uma constância de certos padrões nos trabalhos do designer, foram escolhidos quatro assentos para representar a base de análise ergométrica: • Poltrona leve Oscar; • Poltrona Sheriff; • Poltrona leve Kilin; • Poltrona Diz.

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Uma breve história de Sergio Rodrigues Filho de uma mãe musicista - cantora lírica e estudante ouviste da Escola Nacional de Belas Artes - e de um pai artista controverso - artista plástico e crítico social da época - Sergio Rodrigues, nasceu em 22 de setembro de 1927, cresceu meio a um furor de artes e liberdade de expressão. Mesmo após a morte de seu pai quando ainda muito jovem, e do posterior casamento de sua mãe viúva, Sergio sempre fora estimulado, e ainda criança já apresentava uma clara habilidade com desenhos e as artes. Quando criança apresentava fascínio pela madeira, usando-a constantemente em seus brinquedos, os quais ele mesmo fazia. Familiarizou-se demasiadamente com esse material natural, sempre o admirando e levando em todos os seus trabalhos, como uma marca permanente de seus discursos, desde como arquiteto até em seus designs de mobília. Quando jovem, Sergio cursou o Científico no Santo Inácio, de 1939 a 1946. E logo após adentrou no mundo da arquitetura, ingressando em 1947 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. No terceiro ano de faculdade descobriu seu interesse pela decoração de interiores e foi chamado pelo seu professor David Azambuja - arquiteto curitibano - para ser monitor da modalidade no ano de 1949. Este foi um grande passo, que estimulou a vida profissional de Sergio. Depois de um ano como monitor de ensino, e recém-formado no curso de arquitetura, Sergio foi chamado por Azambuja para integrar a equipe que realizaria o Centro Cívico de Curitiba, projeto no qual ficou como responsável pelas Secretarias de Estado, cúpula da Recebedoria e Pagadoria do Estado. Em 1953, com parte do dinheiro da venda da antiga residência da família: o “castelinho”, Sergio abriu a Móveis Artesanal Paranaense que, apesar de muito visitada e bem localizada na cidade de Curitiba, foi um fracasso. No mesmo ano participou da 2ª Bienal de São Paulo com o projeto do Centro Cívico, teve seu primeiro casamento, com Vera Maria, e a primeira filha do casal. No ano seguinte mudou-se para São Paulo e, após o fechamento da Artesanal Paranaense, abriu, em mesma sociedade, a Forma, loja que ocupava um casarão de três pavimentos na atual região do Itaim Bibi. Frequentada por muitos arquitetos da época, através dela Sergio pode conhecer e aproximar-se de Ícaro de Castro Mello, J. Vilanova Artigas e até mesmo de Lina Bo Bardi.

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Logotipo da loja Móveis Artesanal Paranaense Ltda, localizada na cidade de Curitiba - arquivo retirado do acervo do Instituto Sergio Rodrigues

Permaneceu na cidade de São Paulo pelo período de apenas um ano, no qual ao final dele, pediu demissão da Forma - por conta de desentendimentos com os sócios. E logo retornou ao Rio com a esposa e a filha, hospedando-se temporariamente na casa do sogro. Passou por um período de muitas ideias, mas nada se concretizava, mesmo o sogro e o cunhando se dispondo a ajuda-lo, concedendo um escritório e lugar em uma firma de engenharia, a carreia profissional de Sergio encontrava-se estagnada. Foi apenas quando passou por uma análise com um Psicognomista que tomou sua decisão de abrir a Oca. Procurou afiliar-se ao conde italiano Leoni Paolo Grasseli e vendeu seu único bem: seu fusca, para então inaugurar sua nova loja em 10 de maio de 1955 - vendendo os mesmos móveis antes anunciados na Forma e na Ambiente. Somente durante o ano de 1956 que decidiu executar os próprios móveis, tendo nesta localidade nascido peças clássicas de seu trabalho, como a cadeira Lucio Costa e a Poltrona Leve Oscar Niemeyer. Seus móveis eram exclusivamente artesanais e detalhados cuidadosamente até os mínimos níveis, tornando-os demasiadamente custosos. Mesmo assim a Oca continuou se desenvolvendo da mesma maneira e, alguns anos depois de sua abertura, todos os artefatos comercializados possuíam a assinatura de Sergio. No ano de 1958 já se encontrava em suas vitrines a Poltrona Mole, uma das poltronas escolhidas neste trabalho, que seria a porta de entrada do trabalho de Sergio para seu reconhecimento internacional.


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Apenas a pedido do então governador Carlos Lacer da, amigo pessoal de Sergio, que em 1961 este de inscreveu-se para participar do IV Concorso Internazionale del Mobile na cidade de Cantù, Itália. Sendo então premiado dentre 438 candidatos de 27 países. Logo a Mole começou a ser produzida e exportada na Itália pela firma ISA com seu novo nome: Sheriff; e então, começou a ser respeitada e reconhecida no Brasil. No caminhar da década de 60, mais especificamente no ano de 1967, aproveitando do reconhecimento internacional instalou-se nos Estados Unidos. Inaugurou em Carmel - pequena cidade próxima à Los Angeles - a loja Brazilian Interiors, que mantinha uma exposição permanente de seus móveis. Porém no ano seguinte devido à problemas com sua sociedade, saiu da Oca de mãos abanando.

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Nos anos que seguiram, de 1980 até 1989, ocupou-se de projetos de mobiliários e ambientações para hotéis, restaurantes, residências etc. O seu reconhecimento nacional retornou e Sergio, além de continuar com seus processos criativos dos mobiliários, passou então a apresentar-se em ambientes de exposições e acadêmicos para palestras sobre seu trabalho - como designer de mobiliários, arquiteto e interior design. Reconhecido nacional e internacionalmente, Sergio deixou de legado infinitas conquistas em sua vida profissional e pessoal. Sempre admirado por seu espírito bem-humorado, sua criatividade transcendente e seu carácter jovial, esse designer marcou nossa história e vai continuar marcando por décadas a virem com seu trabalho.

Logotipo da loja Oca no Rio de Janeiro - arquivo retirado do acervo do Instituto Sergio Rodrigues

Na década de 70, tendo abandonado a Oca, encontrando-se em situação financeira complicada e separado de sua mulher. Sergio reencontra Vera Beatriz - sua primeira namorada da época do Santo Inácio e grande amor de sua vida. A partir deste momento, ambos tendo sido casados e, posteriormente, separados, recomeçam uma trajetória de parceria no amor e nos negócios. Vera, sendo uma mulher de extrema inteligência administrativa e capacidade de comunicação, assumiu o papel em que Sergio falhara durante toda sua carreira. Os negócios decolaram sob a nova administração de sua mulher e logo inauguraram a Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda., no Rio de Janeiro, recuperando, aos poucos, seus bens e reestabelecendo o negócio que tanto amava.

Foto de Sergio Rodrigues sentado na poltrona Mole - que logo viraria a prêmiada Sheriff.

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Introdução à ergonomia Definição “Projetar a partir do próprio homem” (Panero e Zelnik, 2001) - esta frase aborda os princípios da engenharia humana, ou mais conhecida: ergonomia. Introduzida há séculos, através do fascínio da humanidade em estudar o próprio corpo humano e sua relação com o ambiente que o abriga, a ergonomia veio caminhando a passos curtos desde seus primeiros desenvolveres. Os estudos das proporções humanas e as relações de simetria e harmonia presente no ser humano assimilaram-se no tempo com diversos marcos como: a “proporção Áurea” e o “homem Vitruviano” de Leonardo Da Vinci e até mesmo o Modulor de Le Corbusier; expondo ao mundo algumas das interfaces desta matéria. Antes apenas um aglomerado de estudos das proporções do corpo, hoje entendesse “ergonomia” como o que integra as ciências biológicas, como psicologia, antropologia, fisiologia e medicina, com as ciências exatas - engenharia. O maior passo pós- renascentista em relação à ergonomia humana foi dado graças aos setores militar, durante e após os períodos de guerras onde a engenharia como um todo se desenvolveu, e industrial, com a necessidade de empregar durante a revolução industrial crianças, homens e mulheres de todas as idades nos maquinários das fábricas. Mesmo que a filosofia do estudo da ergonomia se baseie na premissa de que tudo é projetado para as pessoas, a utilização desta não se estendeu demasiadamente para as residências e áreas de uso social, nos quais haviam e ainda há demanda.

Recorte de análise - Antropometria

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Como a ergonomia apresenta-se como um mix de exercícios de diversas áreas correlacionadas, esta pode ser estudada concentrando-se em um ponto focal, onde muitas atuantes em seus fatores se juntam. A antropometria trata da mensuração do corpo humano e do registro das particularidades físicas dos indivíduos, suas proporções e com o avanço da medicina índices físicos - obtidos durante os últimos séculos - puderam ser computados para determinar conforto, usabilidade e as problemáticas

que determinados objetos, móveis, usos ou condicionamentos, podem gerar em um indivíduo. Alguns dos dados que podem ser encontrados com isso são: se um encosto comporta pessoas de uma determinada estatura; se o sentar em uma cadeira de jantar permite a usabilidade adequada; se a altura do assento pode ser considerada confortável para certa faixa etária da população; etc. Para então utiliza-los em análises dos objetos e como fatores de projeto, para os mesmos e para os ambientes que comportam as relações humanas com os tais. Mesmo que a usabilidade destes dados seja clara tanto para o arquiteto como para o designer, estes se apresentam escassos ao acesso, poucas obras apresentam uma gama significante de tabelas corretamente apresentadas, o que é o caso da principal fonte de dados antropométricos desta pesquisa: o livro “Dimensionamento Humano para Espaços Interiores”, de Julius Panero e Martin Zelnik.

Figura do “Homem vitruviano” idealizado por Leonardo Da Vinci.

Considerações culturais Do livro foram retirados os principais fatores de projeto que constituem um assento ideal em termos antropológicos. Assim, com base nestes dados houve a possibilidade de análise das poltronas e poltronas leves de Sergio Rodrigues em termos à antropometria destas. No entanto deve se ressaltar que. Como as bases de dados retiradas da obra de Panero


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e Zelnik são explicitamente de origens internacionais, retiradas principalmente da Alemanha, os fatores de projeto destes devem ser considerados para os padrões europeus, e não brasileiros. Isto é, o “sentar” alemão é demasiadamente diferente do “sentar” brasileiro. Mesmo assim, como esta pesquisa baseia-se em bases de análise teórica - uma vez que na prática, através das constatações das críticas recebidas por Sergio, os assentos estudados já se consagram com altos índices de conforto - deve-se sempre ser sobreposto o olhar cultural atribuído à utilização diferenciada do brasileiro. *Todas as tabelas utilizadas no processo de pesquisa para constituição das análises dos dados apresentam-se no anexo 1 da pesquisa, logo após os agradecimentos. Lembrando que foram scaneados do livro de referência, não sendo editados.

Tabelas antropológicas - como utilizar Para a leitura das tabelas de Panero e Zelnik, há a necessidade de entendimento do sistema utilizado para a efetiva categorização dos dados. Para as áreas correlacionadas às matérias de ergonomia e antropometria não são utilizadas médias, isto é, para leitura de um fator de projeto, não se considera a média dos valores obtidos a partir dos dimensionamentos da população. Utilizam desta maneira por que a média considera todos os dados e não os pondera, isto é, não subdivide estes em relação a demais dados necessários para o projeto. O que gera diversas problemáticas, afinal, quando projetasse, o projeto destina-se a um determinado grupo, e não à uma população geral. Os percentis consideram essas ponderações e apresentam dados estatisticamente corretos e categorizados, não apenas um resumo no qual não há forma de obtenção de demais dados característicos. Para a simplificação do entendimento sobre Percentis podemos citar a definição dada pelo “Anthropometric Source Book” publicado pela NASA: “A definição dos percentis é bastante simples. Para qualquer conjunto de dados - o peso de um grupo de pilotos, por exemplo - o primeiro percentil é um valor que, por um lado, é maior que os pesos de cada um dos 1% de pilotos mais leves e, por outro lado, é menor os pesos de cada um dos 99% dos homens mais pesados. (...) Qualquer que seja o valor k - de 1 a 99 - o percentil k é um valor maior que cada um dos k% mais leves e

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menor que o maior deles (100k) %. O percentil 50, que encontramos entre os valores médios como a mediana, é um valor que divide um conjunto de dados em dois grupo contendo os 50% menores e os 50% maiores desses valores”. Ou seja, os percentis podem ser considerados para todas as dimensões corporais, mas lembrando de que apenas sendo apresentadas individualmente. Permitindo assim uma leitura das dimensões humanas em relação à sua ocorrência em meio social e à faixa etária na qual se apresenta. Foram considerados para a constituição das tabelas percentis consistentes com o fator de “desconforto”, isto é, por exemplo, para o dimensionamento de um enconto de uma cadeira, a maior dimensão não afeta a parcela da população que apresenta menores percentis, mas em contra-partida, se aplicassemos uma dimensão considerando apenas o menor percentil, a população com maior dimensão seria prejudicada. Sendo assim, as diversas dimensões que constituem um assento foram análisadas e escolhidos os percentis adequados para a contemplação do conforto para a maior parcela de pessoas possível. As tabelas nas quais serão apresentadas as análises dos assentos apresentam nomenclaturas referêntes à anatomia humana. Para um melhor entendimento dos dados e compreensão das leituras realizadas, seguem breves explicações referentes à estas nomenclaturas. • Altura sentado, ereto : distância vertical da superfície da cadeira até o topo da cabeça do indivíduo sentado ereto. • Altura sentado normal : distância vertical da superfície da cadeira até o topo da cabeça do indivíduo sentado normalmente. • Altura do sulco poplíteo : distância vertical do chão até o lado inferior da parte da coxa logo atrás do joelho, com o indivíduo sentado e ereto. • Comprimento nádega-sulco poplíteo : distância horizontal da parte de trás da nádega até a parte de trás da parte inferior da perna. • Largura do quadril : largura do corpo medida pela parte mais larga dos quadris. • Altura de descanso do cotovelo : altura medida a partir da superfície da cadeira até a parte inferior da ponta do cotovelo. • Largura cotovelo a cotovelo : distância entre as superfícies laterais dos cotovelos flexionados, estando ao longo do troco e com os antebraços estendidos horizontalmente.

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Entrevista com Vera Beatriz Rodrigues A pesquisa dependia das dimensões obtidas dos assentos para que as proporções dos assentos fossem utilizadas para estudo ergométrico. Como os assentos escolhidos para a pesquisa, assim como a maioria dos mobiliários projetados por Sergio, são licenciados apenas para duas fábricas, uma em Curitiba e outra no Rio de Janeiro, a pesquisa corria risco de achar falsificações que atrapalhariam a coleta dos dados e modificaria o resultado das análises. Por tanto, foi decidido a ida à fonte original dos objetos, o escritório e loja Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda. no Rio de Janeiro, no qual pode-se encontrar os artefatos estudados. Com permissão da atual dona e viúva de Sergio, Vera Beatriz, pode-se obter os dados e, graças à disposição de Vera em contribuir com a pesquisa, obteve-se uma entrevista gravada com a mesma. Parceira de vida de Sergio e principal responsável pelo seu sucesso nos últimos anos, Vera pode contar em detalhes alguns fatos e curiosidades sobre este incrível artista.

Um ponto de Sergio “Ele era muito criativo, muito engraçado, gostando muito dos perfumes da vida e sempre muito bem-humorado.” - descreve Vera sobre o marido.

Um ponto de dificuldade Vera, quais foram as maiores ou as principais dificuldades que Sergio teve no decorrer da sua carreira?

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“ - Custou muito para o brasileiro, e principalmente para os industriais brasileiros aceitarem a ideia de móvel como objeto de arte. Móvel para eles era uma coisa lucrativa, apenas um comércio. Então colocavam a madeira na máquina, saia o móvel já pronto e quanto mais vendesse, melhor. Eles não tinham ainda essa ideia, e a ideia do Sergio era Móvel como objeto de arte, porque o Sergio era um artista plástico. A maior dificuldade que tivemos foi encontrar uma indústria para fazer os móveis dele. Falavam que os móveis eram lindos, mas muito trabalhosos, queriam móveis mais simples, não tinham a ideia de objeto de arte. Quando essa ideia, que já existia na época na Europa e nos Estados Unidos, chegou aqui começaram a valorizar os móveis de Sergio, aí todo mundo queria. Ele era muito reconhecido lá fora - graças ao prêmio de design em Cantù - e aumentou o reconhecimento com a Oca. Mas depois com o início do governo militar, toda essa parte de cultura sofreu muito. Era outra mentalidade, muitos artistas foram perseguidos, o cinema piorou, tudo foi piorando. Deu uma certa “esfriada” na parte cultural, inclusive nas vendas. Na época dos militares o Sergio estava fazendo as casas dos diretores do banco central, íamos para Brasília e quando chegávamos nas casas dos diretores, todos os móveis eram americanos, os sofás coloridos, eu percebia que a pessoa

pegou uma revista americana e fez igual. Enquanto os móveis do Sergio, de jacarandá, na garagem jogados. Por isso que os estrangeiros compraram e têm tanto móvel vintage do Sergio - compravam a preço de banana. Eles achavam bonito era móvel americano, móveis da House & Garden. Depois quando apareceu o reconhecimento através do móvel, aqui no Brasil, fizeram o livro dele e na mesma época uma pessoa se propôs a reeditar os móveis dele. Veja, eu e Sergio passamos vinte anos do nosso casamento procurando uma fábrica para relançar os móveis dele depois que ele saiu da Oca - e ninguém queria! Quando apareceu essa pessoa querendo investir, dizendo que queria lançar os móveis, foi um sucesso! E então todos quiseram fazer os móveis do Sergio, mas era tarde demais, afinal que as concessões já haviam sido dadas, por isso apenas três pessoas podem produzi-los atualmente - as duas principais estão em Curitiba e no Rio de Janeiro. Hoje em dia as outras pessoas ficam loucas querendo fazer os móveis dele, mas não dá - cansamos de oferecer e ninguém quis, agora passou, perderam a chance. ”

Um ponto de relação Sobre a relação de vocês como parceiros, todos dizem que para Sergio você era sua musa; como foi o desenrolar da história de vocês? “- Eu comecei a namorar o Sergio quando eu tinha 13 anos e ele 16. Naquela época era aquele namoro de dançar todo fim de semana na festinha do colégio - e ficamos um ano namorando deste jeito, só nas festas - um namoro de crianças. A minha família não gostava nada da ideia, primeiro por que eu era muito criança, segundo por que ele era sobrinho do Nelson Rodrigues - que naquela época era abominado pela burguesia, por que colocava para fora todos os “podres”


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da sociedade - e depois que teve o assassinato do pai de Sergio, que foi muito badalado. Estavam assustados de nós mantermos o namoro firme, e fizeram tanta pressão que eu acabei o namoro. A minha mãe achava que eu era uma pessoa mais avançada que a minha irmã, acho que eles estavam um pouco assustados comigo na época, por que eu pensava diferente - eu sempre queria namorar artistas - e por isso meus pais deram um jeito de me casar com 18 anos. Me casei, mas claro que eu não escolhi meu marido, ele era uma pessoa ótima, maravilhosa e...que não tinha nada a ver comigo. Então eu me separei - o que na época precisava de uma coragem brutal, por que era um escândalo se separar, mesmo no Rio de Janeiro que era mais adiantado. Foi muito engraçado quando eu resolvi me separar, minha mãe me mandou para Curitiba já que meu tio era governador lá, para ver se eu mudava de ideia, se eu resolvia não me separar. Quando eu chego na casa do meu tio - depois que eu fui buscar um livro na biblioteca - dou de cara com o Sergio! Ele ficou roxo! Ele havia sido chamado para fazer parte do projeto do Centro Cívico, pelo meu tio - que não sabia nem do meu namoro com ele. Eu tinha ido para lá me separar e ele tinha acabo de se casar, então a nossa vida foi de encontros e desencontros inacreditáveis! Ele continuou casado e teve quatro filhos e eu casei de novo e tive dois. Até que um dia eu soube que ele havia se separado e que ele toda vida falava para todo mundo que eu tinha sido a mulher da vida dele, e que ele tentava achar uma mulher igual a mim. Dois anos depois eu me separei no meu segundo marido e ele soube - os amigos que sabiam da história fizeram um jantar e convidaram nós dois. Ele ficou atrás de mim muito tempo, falando que dessa vez ia casar comigo - mas eu não queria casar com ninguém, meus filhos estavam crescidos, eu estava bem de vida, queria aproveitar minha vida - mas por uma porção de circunstâncias foi muito forte e eu casei com ele! E fiquei casada 41 anos.”

Um ponto de recomeços

Nos anos de desencontro de vocês dois, Sergio teve reviravoltas intensas em sua carreira, como foi a retomada, tanto da união de vocês quanto das “rédeas” da carreira dele?

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“- Quando nos casamos, ele tinha perdido tudo, tinha perdido a Oca, tinha acabado de alugar esta casa (sede do escritório e loja de Sergio) e estava sem dinheiro; eu fiquei boba de ver como um homem com aquele nome, já famoso, estava mal. Mas Sergio era um péssimo administrador, o que ele tinha de genialidade ele tinha de desdém - não queria saber de dinheiro. Ele tinha uma pequena fábrica que fazia os móveis, mas ninguém sabia administrar a fábrica, vivia cheia de multa; fazia coisas muito boas, mas sem orientação nenhuma. Então larguei tudo e vim trabalhar com ele, meu único mérito é que eu organizei a vida dele. Eu fazia coisas que ele não gostava de fazer, fiquei encarregada de lidar com os clientes e fazer essa parte financeira - que ele não tinha - resolvi colocar apenas os móveis dele para vender na loja, para sustentar o sonho dele de ficar desenhando o dia inteiro. Por isso ele tinha, além daquele amor que sempre teve por mim, essa admiração e esse reconhecimento de saber que eu organizei a vida dele. ”

Um ponto de processo e criatividade Como era o processo criativo de Sergio e o que você diria que foi o fator concomitante para que os móveis dele oferecessem tanto conforto aos usuários? “- O Sergio as vezes acordava de noite e dizia ‘me dá um papel, eu sonhei com uma coisa. O trabalho dele não era materialista, ele tinha uma inspiração e era assim mesmo. Ele tinha essa atração por beleza e o mérito que ele teve foi de lutar a vida inteira pelo móvel brasileiro - para não fazer cópia, que os nossos móveis tivessem a nossa cara. Ele deu uma virada quando, de repente, apareceu com uma poltrona Mole, ele dizia assim: ‘um país que tem as maiores florestas do mundo com as madeiras mais maravilhosas tem que aproveitar isso! E vamos fazer um móvel com cara de Brasil, coisa brasileira, couro, nossa madeira, a palha - que veio de Portugal, mas era algo nosso, que foi incorporado na nossa cultura. Quando ele viu essa expansão da arquitetura brasileira, do Niemeyer, Brasília e tudo, ele ficava indignado de os móveis serem da Bauhaus, dizia, “mas como essa arquitetura brasileira maravilhosa no mundo e o interior ser alemão? ” - Até por quê, o modo de sentar brasileiro é completamente diferente do alemão. (...)

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Entrevista com Vera Beatriz Rodrigues A ideia dele era rápida, mas depois vinha toda a elaboração e o desenho, era tudo muito cuidado. Primeiro ele desenhava, em seguida ele colocava em escala - desenhando à mão -, mandava fazer um protótipo e com o protótipo ele corrigia. Isso foi sempre assim, dizia “- Senta! Kilinha, senta”, depois para uma pessoa alta: “Senta você que é alto, veja como é que está, veja como é que está a perna”. Ele fazia tudo isso com muito cuidado, tanto que todas as cadeiras dele são muito confortáveis, ele achava que cadeira bonita só não adiantava, tinha que ter as duas coisas. Era algo funcional, portanto tinha que ser cômoda, e também tinha que ser bonito por que era um objeto de arte. Então juntava beleza com conforto. Tudo partia da cabeça dele, nunca fez curso nenhum, nunca estudou coisa nenhuma sobre ergonomia, nasceu com isso, um dom. Nunca teve ninguém que ensinasse, ele fez faculdade de arquitetura, não tinha faculdade de design aqui, só chegou aqui na década de 60”.

Fotografia de Vera Beatriz quando jovem - arquivo retirado do acervo do Instituto Sergio Rodrigues.

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Introdução aos assentos O processo de dimensionamento Todas as dimensões dos móveis objetos de estudo foram obtidas respeitando casas decimais e sem arredondamento de dados, para que houve uma análise o mais fiel possível. Por conta da produção destes ser tão exclusiva - e também não haver necessidade de os dados serem apresentados de forma tão pontual e especifica - as cotas foram arredondadas, apresentando-se de forma simplificada e garantindo a segurança das dimensões, para que não haja falsificações baseando-se nesta pesquisa.

As análises comparativas entre: o dimensionamento dos assentos de Sergio Rodrigues e os dados apresentados no livro referência, foram realizadas em duas etapas principais. Com a apresentação dos percentis ergométricos e a introdução dos principais dimensionamentos humanos, foi possível a montagem de uma tabela que compactasse os dados desejados - isto é, dimensões que, em determinado percentil, apresentava-se como um fator de projeto genérico - com o “acomodar” dos membros do indivíduo usuário nos assentos de Sergio. Panero apresenta em sua obra seis tipos principais de assentos, os quais são: “de trabalho”, “polivalente” (ou “multiuso”), “ para executivos”, “de braços”, “de desenho” e “bancos”. Pontuando suas principais faixas de dimensões para projeto, e demonstrando uma outra possível análise, a qual foi considerada em segunda etapa: analisar os mobiliários a partir dos fatores de projeto estipulados. Como as tipologias dos assentos variam demasiadamente em suas dimensões de projeto, decidiu-se que os móveis de Sergio seriam comparados, simultaneamente, às tipologias mais prováveis: “polivalente”, “executivo” e “de braços” - os demais tipos foram excluídos do processo por tratarem de usos específicos aos quais, de maneira alguma, os móveis estudados se aplicavam. Dos tipos que foram levados em análise, as definições: “cadeira de uso múltiplo, ou polivalente para curtos períodos de tempo”, “cadeira para executivos, portanto, para usos mais prolongados” e “ cadeira de braços, mais confortável, deve oferecer relaxamento e conforto”.


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Oscar Processo de produção

Fotografia da poltrona Oscar - arquivo retirado do site oficial da Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda.

A Oscar, assim como todos os móveis projetados por Sergio na época, era produzida de forma exclusivamente artesanal, isto é, era esculpida manualmente. Portanto, dá para notar as subdivisões das sessões de um eixo para outro, juntando-se perfeitamente em uma peça de aparência única. Entre as junções sutis do encosto, assento e sustentação lateral (pernas), são colocadas “traves” horizontais para equilibrar a estética da poltrona leve, equivalendo as partes e compensando as pernas finas do assento. Todas as peças tentam ser unidas em forma de encaixe interno, ficando invisíveis a olho. E complementando o conjunto encontram-se as palhas naturais, que são posicionadas internamente na peça, novamente de forma artesanal, sustentando os principais apoios do usuário no assento.

A poltrona leve Oscar surgiu no ano de 1956, com suas seções ovaladas nos pontos de “dobra” do móvel sendo a primeira das poltronas leves. Toda sua estrutura é a base de madeira de lei maciça, enquanto o encosto e o assento formatam-se com a palhinha natural, ponto marcante dos designs de Sergio nas décadas de 50 e 60. Sendo uma poltrona leve, os braços encontram-se presente nesta cadeira, sendo esculpidos com desenho anatômico em formas curvas e orgânicas, os quais, quando em uso, acomodam perfeitamente o corpo do indivíduo. Marcada pelo contraste suave da madeira de lei - tom alaranjado queimado - e a palha - um bege esbranquiçado - a Oscar representa um dos trabalhos mais marcantes de Sergio Rodrigues, principalmente por que pontuou o início da produção própria de Sergio enquanto estava na Oca.

Desenhos de estudo quanto à montagem da poltrona leve Oscar - material de autoria da pesquisadora. Croquis de Sergio Rodrigues referentes à poltrona Oscar.

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Oscar Desenho em escala

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Tabela comparativa Dimensões de referências de Projetos Uso conforme classificação do livro

Modalidade do dimensionamento

Altura chão - final apoio assento (plano sem inclinação)

Pofundidade assento (plano sem inclinação) polivalente / multiuso

scar executiva

De braço

Dimensões sugeridas de projeto

78,7 - 83,8

39,4 - 40,6

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Dimensões de tabelas antropométricas Relação de dimensões de projeto

77

48

Altura do assento

40,6 - 43,2

40

Largura do assento

40,6 - 43,3

45 - 50

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

111 °

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

43,2 - 61

Distância apoio assento até inicio do encosto (vão vertical)

Valores Modalidade do dimensionamento

Percentil utilizado

Mulher

Homem

Maior valor

Menor valor

Altura sentado ereto

95

90,7

96,5

98,8

71,4

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Relação de dimensões antropologicas

X

X

X

X

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

40

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

45 - 50

42

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

42

0 - 15,2

3

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

45

Profundidade assento (com inclinação)

39,4 - 45,7

45

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

24,8 - 23,2

Altura assento - apoio braço

20,3 - 25,4

24,8 - 23,2

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

45 - 50

profundidade do apoio braço

30,5

47 - 51

largura cotovelo a cotovelo

95

40,9

50,5

55,9

29,7

57,5 - 70,5

45,7 - 50,8

45 - 50

Largura assento com braços

61 - 71,1

57,5 - 70,5

Profundidade total assento (assento + encosto)

58,4 - 73,7

61

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

111 °

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

Altura do assento (parte mais alta contando com a inclinação)

40,6 - 43,2

40

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

40

Altura apoio para os braços

21,6 - 22,9

24,8 - 23,2

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5 16,3 24,8 23,2 Os fatores de projeto ou as -dimensões (mínimas/máximas)

Profundidade apoio para os braços

25,4 - 30,5

47 - 51

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9 44 conforto 42,9 e equilibrio ergométrico.

Profundidade do assento

41,9 - 44,5

44

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

Largura do assento

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

45,7 -61

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

15°

42

X

altura de descanso do cotovelo

antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para

96

Legendas

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

111 °

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

68,8

42

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

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PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Sheriff Processo de produção

Fotografia da poltrona Sheriff- arquivo retirado do site oficial da Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda.

A poltrona e provavelmente a obra mais reconhecida de Sergio Rodrigues, tanto em cenário nacional como internacional. A Sheriff, como ficou conhecida, foi uma adaptação da poltrona Mole (que surgiu no ano de 1957) sendo adaptada em 1961 para ser enviada ao concurso de design de Cantú, Itália. Após ser premiada como melhor design, a nova Mole começou a ser exportada mundialmente e reconhecida pelo nome de “Sheriff ”, que se manteve permanentemente. Mesmo chegando a receber críticas denominando a poltrona Sheriff de “cama de cachorro”, Sergio com certeza marcou história com ela. Sendo agraciada pela sua brasilidade forte e coerente, nela apresenta-se as principais características do trabalho de Sergio como design de mobiliários - a madeira e o couro sendo trabalhados de forma inédita.

Croquis de Sergio Rodrigues referentes à poltrona Mole.

14

Sua estrutura de sustentação principal é marcada pela presença de madeira maciça de jacarandá torneada, cercando toda a volta do móvel, nestas travessas há a passagem de percintas em couro sola com furos para que haja o ajuste conforme preferência do cliente. Após o ajuste das tiras, estas são fixadas por botões torneados, permitindo as tiras formarem uma rede na qual abriga-se os almofadões do assento. A almofada única de couro que se aloja logo acima da estrutura base é o que torna a Sheriff única. Possuindo caimento exagerado, a almofada, ou o almofadão, transborda pela estrutura de madeira, quase como se estivesse derretendo. Em diversos relatos sobre esta poltrona é citado que a almofada é o principal fator que confere à Sheriff tanto conforto e comodidade no sentar.

Desenhos de estudo quanto à montagem da poltrona Sheriff - material de autoria da pesquisadora.


PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icĂ´nicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Desenhos em escala

15


Estudo de 4 assentos icĂ´nicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Sheriff Desenhos em escala

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PIBIC 2015


PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Tabela comparativa Dimensões de referências de Projetos Uso conforme classificação do livro

Modalidade do dimensionamento

Altura chão - final apoio assento (plano sem inclinação)

Pofundidade assento (plano sem inclinação) polivalente / multiuso

Dimensões sugeridas de projeto

78,7 - 83,8

39,4 - 40,6

Dimensões de tabelas antropométricas Dimensões adimitidas pelo assento em questão

76

72

Valores Modalidade do dimensionamento

Percentil utilizado

Mulher

Homem

Maior valor

Menor valor

Altura sentado ereto

95

90,7

96,5

98,8

71,4

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Relação de dimensões antropologicas

76

72

Altura do assento

40,6 - 43,2

41

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

41

Largura do assento

40,6 - 43,3

41

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

41

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

*

*

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

*

*

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

43,2 - 61

39

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

39

Distância apoio assento até inicio do encosto (vão vertical)

0 - 15,2

0

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

48

Profundidade assento (com inclinação)

39,4 - 45,7

48

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

17

Altura assento - apoio braço

20,3 - 25,4

17

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

41

profundidade do apoio braço

30,5

50

largura cotovelo a cotovelo

95

40,9

50,5

55,9

29,7

119

45,7 - 50,8

41

Largura assento com braços

61 - 71,1

119

Profundidade total assento (assento + encosto)

58,4 - 73,7

92

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

*

*

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

*

*

Altura do assento (parte mais alta contando com a inclinação)

40,6 - 43,2

41

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

41

Altura apoio para os braços

21,6 - 22,9

17

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

17

5

43,2

43,9

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas no projeto do assento. 56,9 42,9 não são seguidas 72 Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

95

88,1

93

executiva Largura do assento

De braço

Relação de dimensões de projeto

X

Profundidade apoio para os braços

25,4 - 30,5

50

Comprimento nádega- sulco poplíteo

Profundidade do assento

41,9 - 44,5

72

Altura do indivíduo sentado normal

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

45,7 -61

39

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

*

*

15°

*

*

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

96

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

39

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

Legendas Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

68,8

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

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PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Kilin Processo de produção

Fotografia da poltrona leve Kilin- arquivo retirado do site oficial da Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda.

A Kilin foi um móvel dedicado, Sergio deu origem à primeira do tipo em 1973, mesmo ano em que ele e Vera Beatriz casaram. O nome propício da data, como conta Vera: “- Quando nos casamos ele fez a Kilin, e “Kilin” é meu apelido, por que quando eu namorava ele era época do Walt Disney, tinha uma esquilinha que tinha um olho enorme, uma pestana enorme e um olho meio puxado, igual o meu - então o Sergio dizia que eu parecia uma esquilinha. Me chamava de esquilinha e virou Kilin e ficou a vida inteira. Em 73 quando nos casamos ele fez e colocou o meu nome - Kilin”. Feito e concedido o modelo à Oca em sua versão original completamente em madeira maciça de lei, logo foi pedido à Sergio que editasse a poltrona leve, trocando os encaixes da madeira por parafusos, para que fosse mais fácil desmontá-la e assim pudessem exportá-la com mais facilidade em pequenas caixas. Sem saída o designer aderiu à mudança. Anos depois, quando recuperou a concessão, restaurou a versão original, a qual podemos ver hoje em sua loja.

18

Croqui de Sergio Rodrigues referentes à poltrona Kilin - arquivo retirado do acervo do Instituto Sergio Rodrigues

Estruturada em madeira de lei maciça, a Kilin foi feita (em sua versão original) bem parecida com a Oscar, sistemas de encaixes da madeira, com uma diferença: que eram as travas agora presentes, duas em cada lateral para as travessas horizontais fossem mantidas corretamente. Formando o sistema então encontram-se duas laterais que são equilibradas pelas travas horizontais, as quais, por sua vez, são travadas em suas duas extremidades e, acompanhando essa estrutura, uma peça única de couro - algumas vezes reforçada nas costas do tecido - mantida pela estrutura de madeira. As costuras do couro delicadas e a interligação deste com a estrutura feita de forma eficiente e discreta. Da área que constitui o encosto, duas abas saem de cada lateral do tecido, sendo costuradas nas pontas para formar uma bolsa que recebe uma leve haste contínua, a qual é responsável pelo acomodar do assento. O mesmo processo repete-se na área que forma o assento, sendo agora três abas ao invés de duas, única diferenciação.

Desenhos de estudo quanto à montagem da poltrona leve Kilin material de autoria da pesquisadora.


PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icĂ´nicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Desenhos em escala

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PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Kilin Tabelas comparativas Dimensões de referências de Projetos Uso conforme classificação do livro

Modalidade do dimensionamento

Altura chão - final apoio assento (plano sem inclinação)

Pofundidade assento (plano sem inclinação) polivalente / multiuso

executiva

De braço

78,7 - 83,8

39,4 - 40,6

Relação de dimensões de projeto

69

39

Valores Modalidade do dimensionamento

Percentil utilizado

Mulher

Homem

Maior valor

Menor valor

Altura sentado ereto

95

90,7

96,5

98,8

71,4

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Relação de dimensões antropologicas

X

X

39

Altura do assento

40,6 - 43,2

40

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

40

Largura do assento

40,6 - 43,3

56

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

56

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

98°

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

16°

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

43,2 - 61

43

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

43

Distância apoio assento até inicio do encosto (vão vertical)

0 - 15,2

0

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

40

Profundidade assento (com inclinação)

39,4 - 45,7

40

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

13 - 21

Altura assento - apoio braço

20,3 - 25,4

13 - 21

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

56

profundidade do apoio braço

30,5

42

largura cotovelo a cotovelo

95

40,9

50,5

55,9

29,7

74,5

45,7 - 50,8

56

Largura assento com braços

61 - 71,1

74,5

Profundidade total assento (assento + encosto)

58,4 - 73,7

55

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

98°

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

16°

Altura do assento (parte mais alta contando com a inclinação)

40,6 - 43,2

38,6

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

38,6

Altura apoio para os braços

21,6 - 22,9

44,5

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

44,5

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas não são seguidas no projeto do assento. 56,9 42,9 41 Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

Largura do assento

X

42

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

41,9 - 44,5

41

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

45,7 -61

55

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

98°

Profundidade apoio para os braços

25,4 - 30,5

Profundidade do assento

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

20

Dimensões sugeridas de projeto

Dimensões de tabelas antropométricas Dimensões adimitidas pelo assento em questão

15°

Legendas

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

16°

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

96

68,8

55

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.


PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Diz Processo de produção Neste período Sergio já aderirá ao processo semi-industrial, assim a produção desta poltrona tornou-se possível, uma vez que se optou pelo compensado moldado para constar no encosto e no assento da poltrona. A estrutura é de madeira maciça de lei enquanto o encosto e o assento são em compensado moldado sendo trabalhados em dupla curvatura, garantindo a ela um carácter único. Suas peças, mesmo que não unificadas, apresentam uma integridade estética incrível, garantida pela continuidade que o encosto dá ao assento pela sua inclinação.

Fotografia da poltrona Diz- arquivo retirado do site oficial da Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda.

A caçula dentre as poltronas produzidas de Sergio, foi produzida no ano de 2001, em um período em que a produção do designer já havia quase se encerrado por completo. Por este fato não há relatos ou mesmo histórias a seu respeito. Sabe-se apenas que, assim como todos os móveis produzidos por Sergio, é de extrema estética e equilíbrio, assim como de conforto.

Desenhos de estudo quanto à montagem da poltrona Diz - material de autoria da pesquisadora. Croqui de Sergio Rodrigues referentes à poltrona Diz.

21


Estudo de 4 assentos icĂ´nicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Diz Desenhos em escala

22

PIBIC 2015


PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Tabelas comparativas Dimensões de referências de Projetos Uso conforme classificação do livro

Modalidade do dimensionamento

Altura chão - final apoio assento (plano sem inclinação)

Pofundidade assento (plano sem inclinação) polivalente / multiuso

executiva

Dimensões sugeridas de projeto

78,7 - 83,8

39,4 - 40,6

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Relação de dimensões de projeto

76

54

Dimensões de tabelas antropométricas Modalidade do dimensionamento

Valores Percentil utilizado

Mulher

Homem

Maior valor

Menor valor

Altura sentado ereto

95

90,7

96,5

98,8

71,4

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

Dimensões adimitidas pelo assento em questão

Relação de dimensões antropologicas

X

X

54

Altura do assento

40,6 - 43,2

32

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

32

Largura do assento

40,6 - 43,3

61

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

61

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

124°

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

43,2 - 61

63

Altura do indivíduo sentado normal

95

88,1

93

96

68,8

63

Distância apoio assento até inicio do encosto (vão vertical)

0 - 15,2

0

Comprimento nádega- sulco poplíteo

5

43,2

43,9

56,9

42,9

50

Profundidade assento (com inclinação)

39,4 - 45,7

50

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5

16,3

22

Altura assento - apoio braço

20,3 - 25,4

22

largura do quadril

95

43,4

40,4

48,8

29,7

61

profundidade do apoio braço

30,5

70

largura cotovelo a cotovelo

95

40,9

50,5

55,9

29,7

86

45,7 - 50,8

61

Largura assento com braços

61 - 71,1

86

Profundidade total assento (assento + encosto)

58,4 - 73,7

95

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio

105°

124°

Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

0° - 5°

Altura do assento (parte mais alta contando com a inclinação)

40,6 - 43,2

32

Altura do sulco poplíteo

5

35,6

39,3

52,3

34,3

32

Altura apoio para os braços

21,6 - 22,9

22

altura de descanso do cotovelo

50 (14 - 27,9)

23,4

24,1

32,5 16,3 Os fatores de projeto ou as22 dimensões (mínimas/máximas)

5

43,2

43,9

56,9 42,9 48 conforto e equilibrio ergométrico.

95

88,1

93

Largura do assento

X

Profundidade apoio para os braços

25,4 - 30,5

70

Comprimento nádega- sulco poplíteo

Profundidade do assento

41,9 - 44,5

48

Altura do indivíduo sentado normal

De braço Distância apoio assento até fim do encosto (com inclinação)

Inclinação plano de referência do assento - plano de referência do apoio Inclinação plano horizontal plano de referência do assento

45,7 -61

105°

15°

64

antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para

96

Legendas Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas não são seguidas no projeto do assento. Assumindo assim fatores fora dos padrões previstos para conforto e equilibrio ergométrico.

124°

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

68,8

64

Os fatores de projeto ou as dimensões (mínimas/máximas) antropométricas são seguidas no projeto do assento, encontrando-se dentre os parâmetros determinados.

*

No projeto do assento não há especificações para este dimensionamento ou não é apresentado de forma clara.

X

Para o processo de análise o dado constitui de um fator com pouco impacto de projeto, se não seguido, não afeta o conforto ou as demais proporções.

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Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

PIBIC 2015

Discussões e Conclusões O discurso de Sergio Rodrigues quanto a seus mobiliários sempre foi de “o móvel como objeto de arte”, a estética permeava a funcionalidade de seus artefatos, e o conforto era um ponto comum de todos os seus designs. Mas a o que atribuir tal constância? Vera mesmo citou que Sergio nunca havia sequer estudado algo referente à ergonomia, antropologia ou até mesmo design, e mesmo assim seus móveis eram impecáveis nesta questão. O “conforto” trata-se de uma percepção, da adequação do corpo ao meio e o que não contribui para uma experiência agradável. Por tanto, mesmo não tendo estudado sequer uma matéria sobre o assunto, seu método era eficiente. Desenvolvendo de forma empírica a questão em seus designs, Sergio pedia para as pessoas sentarem e experimentarem seus assentos, para ver se estavam confortáveis e o que deveria ser modificado. Pessoas de todas as estaturas eram pedidas para sentar e uma série de perguntas se seguia daí. Ou seja, um processo empírico de tentativa, análise e correção, formando um ciclo o qual era repetido até que a mobília estivesse adequada. Como pôde-se observar, sequer um dos móveis escolhidos para esta pesquisa correspondeu a todos os fatores de projeto apresentados catalogados por Panero e Zelnik. E, mesmo havendo a distinção dentre a antropologia brasileira e a europeia, isto não se apresenta como fator determinante, uma vez que os móveis de Sergio são reconhecidos como sinônimo de conforto no mundo inteiro, inclusive nos países europeus. Se não houvesse este reconhecimento, poderíamos atrelar às diferenças entre as populações, uma vez que não haveria forma de comprovar o fator de conforto para o meio nacional - pois não há, atualmente, parâmetros de projeto ou dimensionamentos antropológicos claros e confiáveis da população brasileira. Ao mesmo passo em que chegou-se à conclusão da inexistência de fatores de projeto pré-estabelecidos nos designs de Sergio Rodrigues, visualiza-se, claramente, nas tabelas de comparações dos mobiliarios analisados, a relação das proporções antropométricas com as dimensões dos assentos. A provavel razão disto é dada pelo ciclo empírico em que o designer baseava-se na experiência de diversos usuários para aprimoramento dos mobiliários. Principalmente quanto à poltrona leve Kilin, esta apresentou 11 dentre 12 índices antropométricos a serem respeitados. Pode-se concluir que o processo de projeto de Sergio Rodrigues era distinto dos demais já estudados e catalogados em matéria do assunto de design de mobiliários. Sendo assim, deve-se reconhecer o grande designer que ele foi, e a quantidade de reconhecimento internacional do móvel brasileiro que ele foi capaz de presentear o Brasil. A ciência por traz do empirismo de Sergio levaria, provavelmente, à um material inédito em termos de estudo antropométrico, pois o desenvolver do seu processo de projeto seria uma matéria a ser desenvolvida.

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PIBIC 2015

Estudo de 4 assentos icônicos de Sergio Rodrigues Isabella Rebolla Bueno

Bibliografia 1. BORGES, Adelia. Sergio Rodrigues. Ed. Viana & Mosley, 2007. 132 p. il. 2. CALS, Soraia. Sérgio Rodrigues. Ed. Banco Icatu, 2000. 293 p. il. 3. PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores. Ed. GG Brasil, SL, 2014. 320 p. il. 4. HALL, Edward T. A Dimensão Oculta. Ed. Martins Fontes, 2005. 258 p. il. 5. DREYFUSS, Henry. As medidas do homem e da mulher. Ed.Artmed Bookman, 2005. 140 p. il. 6. Catálogo Cadeiras Brasileiras, Ed. Museu da Casa Brasileira, 1994. 100 p. il. 7. DREYFUSS, Henry. Designing for People. Ed. Allworth Press, 2003. 240 p. il. 8. Instituto Sergio Rodrigues, imagens. Disponível em : < http://institutosergiorodrigues.com.br/> Acesso em : 3 de Junho de 2015. 9. Sergio Rodrigues Arquitetura Ltda., imagens. Disponível em : < http://www.sergiorodrigues. com.br/> Acesso em 20 de Maio de 2015.

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