Ana Pires, a primeira cientista-astronauta

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23-12-2018

Meio: Imprensa

Pág: 8

País: Portugal

Cores: Cor

Period.: Semanal

Área: 20,50 x 26,00 cm²

Âmbito: Interesse Geral

Corte: 1 de 1

PORTUGUESES EXTRAORDINARIOS POR

Faro

Ana Tulha Pedro Granadeiro/Global Imagens

Ana Pires A primeira cientista-astronauta

Investigadora do INESC TEC e do I SEP tornou-se a primeira mulher portuguesa a participar no projeto PoSSUM, apoiado pela NASA. Durante um mês e meio, sobrevoou a mesosfera, vestiu o fato espacial e provou a dureza da força G. Quando, em 2015, travou conhecimento com Rui Moura, o primeiro português a participar num curso com chancela da NASA, Ana Pires, 38 anos, ainda andava longe de adivinhar que, apenas três anos depois, também ela haveria de seno pulso à agência espacial americana. Sobretudo porque, até aí, o mar sempre sido a prioridade. Agora, a investigadora do INESC TEC e do ISEP pode gabarser a primeira mulher portuguesa a participar no programa de Cientistauta da Embry-RiddleAeronautical University (Flórida), apoiado pela NASA. E faz planos para ir estreitando laços com a agência. O volte-fa meçou durante o doutoramento (quando conheceu Rui Moura) e teve conti ade em maio deste ano, ao decidir avançar com uma candidatura ao projeto SUM - Ciência Suborbital Polar na Alta Mesosfera. Em agosto, chegou a noti ue rasgou horizontes. Ana Pires foi uma das 12 selecionadas, entre centen candidatos. Porquê ela? "Neste projeto, eles optam por selecion ar pessoas diferentes conhecimentos. Tentam misturar num grupo de 12 pessoas as m versas áreas. É uma forma muito inteligen-

te de fazer ciência. No meu caso, acho que o facto T Ana Pires recebeu de ter um doutoramento em geociências e de es- recentemente o convite tar a trabalhar na área da robótica [está a fazer mes- para integrar, em maio, trado em robótica e sistemas autónomos, no ISEP] um novo curso da NAfoi decisivo", explica à "Notícias Magazine" a en- SA, relacionado com a genheira geotécnica. exploração geológica Em setembro, a aventura tornava-se real, mesmo que, durante um mês e meio, tenha tido uns quantos episódios que entram em qualquer guião de ficção científica: desde vestir o fato espacial a sobrevoar a mesosfera, passando pela experiência num avião acrobático, que exacerba o poder da força G. "Foi uma experiência incrível e levou-me até ao limite. Mas é muito duro fisicamente. Tanto que vomitei no primeiro voo", conta, divertida. E mesmo vestir o fato... é tudo menos fácil: "Temos de fazer uma ginástica enorme, com a ajuda de outras colegas. É um processo muito complicado. Quase tanto como preparar a missão". E, agora, o que se segue? Para já, a investigadora já teve outra boa notícia: recebeu recentemente um convite para integrar a lista de participantes de um novo curso, em maio do próximo ano, desta vez no âmbito de um projeto mais relacionado com a exploração geológica. Depois... depois quer ter calma, percebe-se. Mas não esconde o sonho de vir a trabalhar efetivamente com a NASA. "Apesar de andar com a cabeça na lua, tenho os pés na terra e perfeita noção de que seria extremamente difícil fazer uma missão. Mas trabalhar como investigadora, ligada à parte dos recursos geológicos, gostava muito."® 2i 1? 701g Notícias Magazine


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