Jornal de Notícias - Porto ID: 79043963
12-02-2019
Meio: Imprensa
Pág: 23
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 17,27 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
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São engenheiros químicos nem que seja por um dia Iniciativa do ISEP abre as portas dos laboratórios aos alunos do Secundário para que possam fazer experiências que nas escolas não são possíveis
Maria Azevedo inicia a fase de decantação para separar o glicerol do biodiesel, o produto da experiência InhelPeixoto ipeixoto@jn.pt
PORTO Não
há como abrir as portas dos laboratórios aos alunos do Secundário para que saibam, através da prática, o que é ser um engenheiro químico. É com esse objetivo que o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) convida estudantes da área das ciências e tecnologias a fazer as mais diversas experiências, como medir a cor ou descobrir os segredos escondidos numa casca de fruta. Uma iniciativa feita também a pensar no meio ambiente e que decorre ao longo desta semana. Embora se pretenda de alguma forma incentivar os jovens a ingressar no ISEP, o principal objetivo é proporcionar-lhes "uma atividade experimental na área das ciências físico-químicas", porque "muitas vezes não têm oportunidade nas escolas", explica-nos Luís Silva, diretor da licenciatura em Engenharia Química. Ao cabo de onze anos, a inicia-
tiva levou àqueles laboratórios cerca de três mil alunos. Os participantes que o JN encontrou ontem eram da Escola Secundária de Castêlo da Maia, uma das dez inscritas na presente edição do programa, num total de 270 alunos. Enquanto uns fabricavam biodiesel a partir de óleo de cozinha usado, outros faziam tratamento por coagulação/floculação em águas provenientes da in-
dústria têxtil. Noutros laboratórios, evitava-se que a corrosão chegasse ao alumínio ou apurava-se a percentagem de ácido cítrico que há num limão. ALARGAR HORIZONTES
"Se eu tiver mais experiência e aproveitar para expandir os meus horizontes, tenho mais oportunidades de saber o que quero ser", contava Maria Azevedo, aluna
O QUE DIZEM
< Rita Santos
Luís Silva
Aluna do to.° ano
Diretor Lic. Eng.a Química
"Ser engenheiro químico não é só calcular. Há uma parte engraçada e divertida que é fazer experiências. Nunca pensei usar sumo de limão para fazer uma experiência"
"Um dos objetivos é proporcionar uma atividade experimental na área das ciências físico-químicas, que é uma coisa que eles não têm, ou têm pouco, nas escolas"
do 1.o.° ano. Convicta de que a participação na iniciativa poderá ajudar a decidir a área a seguir, a colega Rita Santos descobriu um dado curioso: "Ser engenheiro químico não é só calcular. Também há uma parte engraçada e divertida". No caso dela, foi descobrir que se pode fazer experiências laboratoriais a partir do sumo de limão. Mónica Meireles, professora de Física e Química naquela escola, destacou duas grandes vantagens. Por um lado, "o contacto com um conjunto de materiais que não existem nos laboratórios escolares". Por outro, "a provável orientação vocacional que possam sentir no contacto mais estreito com as entidades do ensino superior, no caso o ISEP e as engenharias". Segundo Luís Silva, "as experiências são adaptadas para alunos do secundário". Uma das áreas em destaque é a dos biorrecursos, ainda recente nos planos curriculares daquele instituto. •