UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO MUSEU NACIONAL
INVENTÁRIO, MAPEAMENTO E PROPOSTA PARA O MONITORAMENTO DA AVIFAUNA NA MICROBACIA DO RIO DAS PEDRAS, RIO CLARO, RJ
RELATÓRIO FINAL: apresentação do inventário da avifauna local, enfocando as espécies indicadoras de ambiente bem conservado e as espécies-chave para restauração, assim como apresentação de proposta para o monitoramento da avifauna na microbacia do Rio das Pedras, Rio Claro, RJ.
Rio de Janeiro 2010 1
SUMÁRIO I - Inventário da avifauna na microbacia do Rio das Pedras, Rio Claro, RJ......................3 Resumo ................................................................................................................................ 3 Abstract ................................................................................................................................ 4 1- Introdução........................................................................................................................ 5 2- Objetivos ......................................................................................................................... 6 3- Métodos ........................................................................................................................... 7 3.1- Área de estudo .................................................................................................. 7 3.2- Levantamento dos dados .................................................................................. 9 3.2.1- Dados primários ................................................................................. 9 3.2.2- Dados secundários ........................................................................... 10 4- Resultados ..................................................................................................................... 12 4.1- Caracterização da avifauna ............................................................................. 12 4.1.1- Lista da avifauna na região de estudo .............................................. 12 4.1.2- Espécies endêmicas e ameaçadas .................................................... 14 4.1.3- Espécies bioindicadoras de conservação ambiental e espécies chave para restauração ......................................................................................... 15 4.2- Caracterização e comparação entre as áreas de amostragem ......................... 16 II- Proposta de monitoramento para a Microbracia do Rio das Pedras ............................. 23 1- Objetivos ........................................................................................................... 24 2- Métodos ............................................................................................................. 24 2.1- Trabalhos de campo ............................................................................ 24 2.2- Levantamento dos dados .................................................................... 25 3- Resultados esperados ......................................................................................... 26 III- Protocolo de monitoramento para a realização de estudos similares em outras bacias do Programa Produtores de Água ........................................................................................... 27 7- Equipe técnica ............................................................................................................... 28 8- Referências bibliográficas ............................................................................................. 28 Anexo 1 ............................................................................................................................. 33 Anexo 2 ............................................................................................................................. 34 Anexo 3 ............................................................................................................................. 48
2
RESUMO A Mata Atlântica apresenta uma das mais elevadas riquezas de aves do planeta. A estreita relação entre as aves e a vegetação, as torna excelentes indicadoras ecológicas, tanto na avaliação da qualidade dos ecossistemas como no registro e monitoramento de alterações ambientais. Entre as regiões mais conservadas e importantes de Mata Atlântica, destaca-se a Serra do Mar, onde está inserida a microbacia do Rio das Pedras, no município de Rio Claro, Rio de janeiro. O presente estudo teve como objetivos: listar a avifauna da Microbacia do Rio das Pedras utilizando dados primários e secundários; indicar o grau de conservação do ambiente através das espécies observadas, enfocando as espécies indicadoras de boa conservação ambiental; e apontar espécies chave para a restauração ambiental e apresentar uma proposta para o monitoramento da avifauna na microbacia do Rio das Pedras. Foram escolhidos quatro pontos de estudo, onde foram registradas 231 espécies de aves ao longo de 16 dias de trabalho, dentre as quais 29 não haviam sido antes registradas pela literatura para a área de estudo. Dessas 231 espécies, 64 (27,7%) são endêmicas da Mata Atlântica, o que representa pouco mais que a metade das espécies endêmicas registradas para a IBA da Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis, a mais próxima da área de estudo. Entre elas, destacam-se espécies de beija flores (Phaethornis eurynome), pica paus (Veniliornis maculifrons), cotingídeos (Carpornis cucullata e Lipaugus lanioides), tangarás (Tangara seledon, T. desmaresti e T. cyanoventrisi), papamoscas (Onychorhynchus swainsoni) e formicarídeos (Dysithamnus xanthopterus, Myrmotherula gularis). Quatro espécies constam nas listas de espécies ameaçadas de extinção: Onychorhynchus swainsoni, ameaçado globalmente e no estado do Rio de Janeiro, Procnias nudicollis, ameaçada globalmente, Lipaugus lanioides e Ramphocaenus melanurus, ambas ameaçadas no Estado do Rio de Janeiro. Dezoito espécies são classificadas como de alta sensibilidade a pertubações ambientais, dentre as quais se destacam Capornis cucullatus e Lipaugus lanioides, espécies frugívoras importantes para a restauração florestal de áreas degradadas. Ao final, apresentamos um protocolo para a realização de estudos similares em outras bacias do Programa Produtores de Água.
3
ABSTRACT The avifauna richness of the Atlantic Forest is one of the highest in the planet. The close relationship between birds and the vegetation points out that birds are excellent ecological indicator both for evaluation of ecosystem quality and monitoring environmental changes. Serra do Mar is among the most preserved and important areas of the Atlantic Forest and is where the Rio das Pedras microbasin, the study site, is located. The goals of this study are to make a species account of the Rio das Pedras microbasin using data obtained from field work and literature, to indicate the conservation status of the study area using the birds observed as monitors of environmental health quality, to point flagship species for environmental regeneration and to present an avifaunal monitoring proposal for the Rio das Pedras microbasin. Four study sites were chosen, in which 231 bird species were recorded throughout 16 days of field work. Twenty nine species were not previously recorded for the study area by the literature. Sixty four species, 27.7% of the 231 species recorded, are Atlantic Forest endemism, which represents more than the half endemic species recorded for the Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis IBA, the closest area to the study sites. Among them, there are notable species of hummingbirds (Phaethornis eurynome), woodpeckers (Veniliornis maculifrons), cotingas (Carpornis cucullata and Lipaugus lanioides), tanagers (Tangara seledon, T. desmaresti e T. cyanoventrisi), flycatchers (Onychorhynchus swainsoni) and antbirds (Dysithamnus xanthopterus, Myrmotherula gularis). Four species are threatened: Onychorhynchus swainsoni is globally threatened as well as in Rio de Janeiro state, Procnias nudicollis is globally threatened and Lipaugus lanioides and Ramphocaenus melanurus are both threatened in Rio de Janeiro state. Eighteen species are highly sensible to environmental disturbance, as is the frugivorous Capornis cucullatus and Lipaugus lanioides, important species for environmental restoration of degraded areas. A monitoring protocol for similar studies in other basins of the Programa Produtores de Ă gua is presented.
4
1. INTRODUÇÃO As Florestas Tropicais ocorrem nos três grandes continentes na faixa intertropical e são consideradas um dos biomas mais ricos em espécies do planeta (Tanizaki e Moulton, 2000). Apesar disso, por conta da alta taxa de desmatamento e degradação de seus ambientes, esse bioma tem sofrido grandes perdas de espécies da fauna e flora. Entre as florestas tropicais, a Floresta Atlântica é uma das áreas prioritárias para conservação. Wilson (1992) identificou, dentre dezoito pontos críticos no planeta, a costa do Brasil como uma das principais áreas remanescentes de alta biodiversidade. O autor considerou como pontos críticos, habitats com alto grau de endemismo e diversidade de espécies, que correm perigo iminente de extinção em conseqüência das atividades humanas. Resultados semelhantes foram obtidos por Myers et al. (2000), que consideraram a Floresta Atlântica do Sudeste do Brasil como um dos cinco biomas, dentre vinte e cinco no planeta, os Hot Spots, que devem receber prioridades no contexto da conservação biológica. O Brasil é o país com maior área de florestas tropicais úmidas do mundo (Floresta Tropical Atlântica) e estudos revelam que os fatores de maior influência nas fitofisionomias (características regionais, de estrutura e fisionomia) das florestas brasileiras são o clima, a disponibilidade d’água no solo, tipos de solos e as variações do solo pela influência altimétrica. Originalmente, a Floresta Atlântica possuía uma área original em torno de 1.100.000 quilômetros quadrados ao longo da costa brasileira, do nordeste até a região sul, avançando em direção ao interior em extensões variadas (Tanizaki e Moulton, 2000). Hoje em dia, 93% de sua formação original foi devastada (SOS Mata Atlântica, 2010). Esse bioma apresenta uma das mais elevadas riquezas de aves do planeta que, devido a sua estreita relação com a vegetação, são consideradas excelentes indicadores ecológicos, tanto na avaliação da qualidade dos ecossistemas como no registro e monitoramento de alterações ambientais (Silva 1997). Os remanescentes mais preservados de Floresta Atlântica estão localizados no sudeste do Brasil, particularmente em áreas de encosta onde o acesso é dificultado pela topografia e a terra inadequada para atividades econômicas (Leitão-Filho, 1993). Entre as regiões mais conservadas e importantes está a Serra do Mar, onde está inserida a microbacia do Rio das Pedras, no município de Rio Claro, Rio de janeiro. Considerando-se 5
o histórico de alterações deste trecho da Serra do Mar, pode-se predizer que as interferências antrópicas propiciaram mudanças na composição e estrutura originais da avifauna local, favorecendo o estabelecimento de espécies mais generalistas em detrimento de outras mais especialistas e adaptadas a ambientes mais preservados, assim como a ausência de grandes espécies cinegérticas ou ameaçadas de extinção (Agnello, 2007). O conhecimento da avifauna do litoral sul do estado do Rio de Janeiro restringia-se, até meados da década passada, a informações provenientes de expedições de coleta na primeira metade do século passado por Olivério Pinto, Herbert Berla e Lauro Travassos, além do material coletado por Helmut Sick na Ilha Grande (Pacheco et al., 1997). Novaes (1950) foi um dos primeiros a estudar mais detalhadamente as aves da planície litorânea sul-fluminense. Informações mais recentes e completas sobre a avifauna da região são apresentadas por Buzzeti (2000) e Pacheco et al., (1997), esses últimos responsáveis por um grande levantamento das espécies de aves que ocorrem na região, informações estas disponíveis em 47 artigos e resumos de congressos. Aproximadamente 50% desses dados são provenientes de coletas realizadas no litoral sul do estado do Rio de Janeiro por Herbert F. Berla do Museu Nacional/UFRJ (MNRJ) e Lauro Travassos, do Instituto Oswaldo Cruz. A outra metade desses registros publicados foram derivados, sobretudo, de três expedições do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e de trabalhos relativamente recentes realizados na Ilha Grande por Norma C. Maciel, da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Vale ressaltar que os dados presentes em Pacheco et al., (1997) referentes as informações dos espéciemes do MNRJ foram consultados em datas anteriores a 1987, durante estágio de um dos autores de nessa instituição.
2. OBJETIVOS Os objetivos do presente relatório são: 1) listar a avifauna da Microbacia do Rio das Pedras, localizada no município de Rio Claro, Rio de Janeiro, utilizando dados primários e secundários; 2) indicar o grau de conservação do ambiente através das espécies observadas, enfocando as espécies indicadoras de boa conservação ambiental; 3) apontar espécies chave para a restauração ambiental e 4) apresentar uma proposta para o monitoramento da avifauna na microbacia do Rio das Pedras.
6
3. MÉTODOS 3.1 Área de estudo A microbacia do Rio das Pedras, localizada no município de Rio Claro, Rio de Janeiro, abrange uma área total de 5.227 ha, compreendendo as principais nascentes do Rio Piraí. Este manancial é responsável por até 15% dos recursos hídricos disponíveis no sistema Guandu, destacando-se, igualmente, pela alta relevância para a biodiversidade da Mata Atlântica, sendo zona núcleo da Reserva da Biosfera, entorno do Parque Estadual Cunhambebe e território da Área de Proteção Ambiental do Alto Piraí. Essa microbacia alimenta a Bacia Hidrográfica do Guandú, que é responsável por cerca de 80% do abastecimento de água dos municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis, São João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu. Os rios formadores desta Bacia atravessam áreas urbanas e industriais, fato este que pode repercutir negativamente nas características químicas da água tratada e distribuída (Instituto Terra de Preservação Ambiental, 2009). A área de estudo está inserida na região do chamado “Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaina”, mais precisamente na região conhecida como “Costa Verde” no litoral sul-fluminense. Esse corredor conecta dois grandes remanescentes florestais, a Reserva Biológica do Tinguá e o Parque Estadual da Serra da Bocaina. Sua área total soma 195.000 hectares de florestas no estado do Rio de Janeiro. Até a década de 1970, o litoral sulfluminense era uma região de difícil acesso. A construção da BR 101, ligando o Rio de Janeiro a Santos, desencadeou um rápido processo de ocupação da orla marítima, acelerado pelo potencial turístico das praias e ilhas da baía da Ilha Grande (Buzzeti, 2000). O município de Rio Claro é um ambiente rural, com núcleos urbanos esparsos. Sua área total é de 843,4 km2, correspondentes a 13,6% da área da Região do Médio Paraíba. O principal acesso ao município é feito através da RJ-155, que alcança Angra dos Reis, a sudoeste, e Barra Mansa, a noroeste. No município, são comuns as montanhas, mas os morrotes também têm forte presença na paisagem, com predomínio de pastagens e fragmentos florestais concentrados nas áreas superiores (Figura 1).
7
Figura 1. Paisagem predominante na área de estudo, dominada por montanhas e morrotes. Nas partes baixas dessas montanhas é comum a presença de pastos, enquanto os fragmentos florestais geralmente estão localizados no topo.
Atualmente, as formações florestais com características de floresta conservada ou em estágio avançado de sucessão ecológica são raras, ocupando menos de 7% do município e dominando apenas áreas nas porções superiores das serras, como parte do alto das bacias do Piraí e do Ribeirão das Lages (IEF, 2008). Segundo o mapeamento de vegetação e uso do solo realizado pelo IBGE (2006), a vegetação do município caracteriza-se como Floresta Estacional Semi-decidual, na porção norte do município, região pertencente a bacia do rio Paraíba do Sul, e Floresta Ombrófila Densa, na porção referente à Bacia do Ribeirão das Lages e na Bacia do alto rio Piraí, onde está localizada a área de estudo.
8
3.2 Levantamento dos dados 3.2.1 Dados primários Para a obtenção dos dados primários, foram realizadas duas campanhas com diferentes durações e objetivos. A primeira campanha, com duração de três dias (20 e 22 de novembro de 2009, totalizando 30 horas de esforço amostral), teve como objetivos o reconhecimento da área de trabalho, escolha dos pontos de estudo e levantamento preliminar da avifauna desses pontos. Foram selecionados quatro pontos de amostragem com base no bom estado de conservação da mata. Esses pontos estão localizados em três regiões da micro-bacia do Rio das Pedras, sendo eles: área 1 “Jubinha” (coordenadas: 22°52’32.8”S e 44°12’01.4”W); área 2 “Carlinhos” (coordenadas: 22°52’44.6”S e 44°13’51.2”W), área 3 “Pedra chata” (coordenadas: 22°53’28.60”S e 44°10’48.21”W) e área 4 “Sinfrônio” (coordenadas: 22°54’27.1”S e 44°13’27.6”W) (Figura 2). A segunda campanha teve duração de 13 dias (25 de janeiro a 06 de fevereiro de 2010, totalizando 130 horas de esforço amostral), ao longo dos quais foi dada continuidade ao levantamento ornitológico nos mesmos quatro pontos anteriormente selecionados. Como os dados obtidos nessas duas campanhas foram considerados satisfatórios para a elaboração do relatório final, não foi necessária a realização da terceira campanha de campo (Anita Diederichsen com. pes.). Ao longo dessas campanhas, as aves foram observadas com auxílio de binóculos e suas vozes foram gravadas utilizando um gravador digital Sony PCM D50, com auxílio de um microfone direcional Sennheiser ME 66. A amostragem sistemática da avifauna constou da atribuição conjunta de dois métodos: captura com redes de neblina (mist nets) e pontos de contagem, como sugerido por Whitman et al. (1997). Os espécimes capturados foram coletados sob a licença 10613 ICMBio/SISBIO e foram depositados na coleção de aves do setor de Ornitologia do Museu Nacional (Anexo 1). Para complementar a lista de espécies foram realizadas observações oportunisticas durante os deslocamentos entre locais de amostragem, bem como após o término diário dos pontos de contagem. Na metodologia de Pontos de contagem (Blondel et al., 1970), foram anotadas todas as espécies observadas ou ouvidas em um raio de 50 metros (Figura 3A-C). Um total de 60 pontos distantes uns dos outros 150 metros, a fim de se garantir a independência das amostras, foram feitos (15 por área de mostragem). Cada ponto foi amostrado por um 9
período de 15 minutos, ao longo dos quais foram anotados os dados das espécies observadas bem como o número de indivíduos registrados (Blondel et al. 1970). A obtenção de dados nesses pontos foi realizada nas primeiras horas da manhã. Para as análises quantitativas foram obtidos dados referentes à abundância de cada espécie registrada utilizando informações disponiveis na literatura (e.g. Stotz et al., 1996). Além disso, foi determinada a riqueza de espécies estimada utilizando o estimador Jack 1. O número total de espécies observadas nos pontos de contagem (Sobs) foi representado por uma curva de rarefação. Através da análise desta curva pode-se estimar o número de espécies que ainda não foi observado na área de estudo (Chazdon et al., 1998). As análises referentes à curva de rarefação e estimativa de riqueza de espécies foram realizadas utilizando o software EstimateS 7.5 (Colwell, 2005). Foram comparadas as riquezas de espécies em cada área de amostragem, realizada através das performances das curvas de rarefação e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, referentes a cada área. A partir desses levantamentos, uma lista da avifauna da área de estudo é apresentada. Informações sobre o status de conservação das espécies listadas para a área de estudo, foram consultadas as listas nacional (MMA, 2008) e estadual (Alves et al., 2000) de espécies ameaçadas bem como a lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (2009), “The IUCN Red List of Threatened Species”. Outras informações relevantes sobre as espécies registradas (e.g. sensibilidade a fragmentação, espécies bioindicadoras de qualidade ambiental e importantes para restauração florestal) também foram obtidas da literatura (e.g. Stotz et al., 1996). A nomenclatura utilizada segue a proposta do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2009). 3.2.2 Dados secundários Para a elaboração de uma listagem comparativa e caracterização prévia da avifauna potencialmente encontrada na área de estudo, foram consultados levantamentos da avifauna da região da Costa Verde, no litoral sul-fluminense do estado (e.g. Pacheco et al., 1997; Buzzeti, 2000), onde está inserida a Micro-bacia do Rio das Pedras, bem como a coleção ornitológica do Museu Nacional. O status de conservação das espécies foi obtido a partir das listas nacional (MMA, 2008) e estadual (Alves et al., 2000) de espécies ameaçadas bem como a lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (2009), “The IUCN Red List of Threatened Species”. A nomenclatura utilizada segue a proposta do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2010). 10
Figura 2. Mapa ilustrando a Microbacia do Rio das Pedras e sua localização no município de Rio Claro, RJ. Os círculos vermelhos indicam a localização dos quatro pontos de trabalho selecionados. (Fonte: Instituto Terra).
11
A
B
C
D
Figura 3. Métodos de trabalho no campo. A. Anotações sobre as espécies registradas. B. Observação das espécies com auxílio de binóculos. C. Gravação de vocalização com auxílio de microfone direcional e gravador digital. D, Rede de neblina para a captura da espécimes.
12
A
B
C
D
Figura 3. Métodos de trabalho no campo. A. Anotações sobre as espécies registradas. B. Observação das espécies com auxílio de binóculos. C. Gravação de vocalização com auxílio de microfone direcional e gravador digital. D, Rede de neblina para a captura da espécimes.
4. RESULTADOS 4.1. – Caracterização da avifauna 4.1.1 – Lista da avifauna na região do estudo Informações completas sobre a avifauna da região são apresentadas por Buzzeti (2000) e Pacheco et al. (1997). Particularmente esses últimos autores fizeram a compilação de varias publicações e dados presentes nas principais coleções ornitológicas. Com isso, 13
essas duas publicações juntas apontam um total de 378 espécies para a região da Costa Verde, onde está inserida a microbachia Rio das Pedras. A partir dos trabalhos de campo realizados nas duas campanhas, foram registradas 231 espécies (18 ordens e 50 famílias) (Anexo 2) para a área de estudo. Dentre essas 231 espécies, 29 (Leptodon cayanensis, Elanoides forficatus, Falco sparverius, Cariama cristata, Jacana jacana, Patagioenas picazuro, Zenaida auriculata, Leptotila rufaxilla, Aratinga leucophthalma, Brotogeris chiriri, Chlorostilbon lucidus, Amazilia lactea, Nystalus chacuru, Thamnophilus ambiguus, Campylorhamphus falcularius, Furnarius figulus, Knipolegus lophotes, Xolmis cinereus, Muscipipra vetula, Myiarchus tuberculifer, Thlypopsis sordida, Piranga flava, Tangara cyanoventris, Tangara cayana, Sicalis flaveola, Sporophila nigricollis, Gnorimopsar chopi, Chrysomus ruficapillus e Carduelis magellanica) não constam nas listas de Pacheco et al. (1997) e Buzzeti (2000) para a região da Costa Verde (Anexo 3). Alguns desses táxons são apresentados na Figura 4.
Figura 4 – Fotos de algumas espécies registradas durante as atividades de campo. A. Basileuterus culicivorus. B. Xenops minutus. C. Manacus manacus. D. Leptopogon amaurocephalus (Fonte: Claydson P. de Assis).
14
4.1.2 Espécies endêmicas e ameaçadas Segundo MMA (2000), o Bioma Mata Atlântica possui 1020 espécies de aves, sendo 217 espécies endêmicas segundo Bencke et al. (2006). Das 231 espécies registradas ao longo das duas campanhas, 64 (27,7%) são endêmicas da Mata Atlântica (Anexo 2), o que representa pouco mais que a metade das espécies endêmicas registradas para a IBA (Important Bird Areas, ou Áreas Importantes para a Conservação de Aves) da Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis (n=123), a mais próxima da área de estudo (Bencke et al., 2006). Ainda segundo esses autores, a avifauna dessa IBA figura entre as mais representativas e diversificadas da Mata Atlântica, com aproximadamente 57% das espécies endêmicas desse bioma sendo registradas na região, o maior percentual encontrado entre as IBA’s já identificado. Entre elas destacam-se espécies de beija flores (Phaethornis eurynome, Leucochloris albicollis), pica paus (Melanerpes flavifrons, Veniliornis maculifrons) cotingídeos de florestas de altitude (e.g. Carpornis cucullata e Lipaugus lanioides), alguns tangarás (e.g Tangara seledon, T. desmaresti e T. cyanoventris) e uma série de papa-moscas (e.g. Mionectes rufiventris e Onychorhynchus swainsoni) e formicarídeos (e.g. Drymophila ochropyga, Dysithamnus xanthopterus, Myrmotherula gularis). No estado do Rio de Janeiro, a maior ameaça a muitas dessas espécies tem sido a destruição e a fragmentação da Mata Atlântica. Além disso, a caça e a captura para cativeiro têm um efeito desproporcionalmente alto sobre alguns grupos, como os tinamídeos (e.g. Tinamus solitarius) e cracídeos (jacus), por conta da caça, assim como sobre os psitacídeos (e.g. Amazona rhodocorytha e Amazona farinosa) e emberezídeos (e.g. Sporophila angolensis e Cyanoloxia brissonii) para a criação em cativeiro (Alves et al., 2000). A partir das listas de aves ameaçadas globalmente (IUCN, 2009), no Brasil (MMA, 2008) e no estado do Rio de Janeiro (Alves et al., 2000), foram registradas, ao longo das duas campanhas na área de estudo, quatro espécies ameaçadas de extinção: Onychorhynchus swainsoni, ameaçado globalmente e no estado do Rio de Janeiro, Procnias nudicollis, ameaçada globalmente, Lipaugus lanioides e Ramphocaenus melanurus, ambas ameaçadas no Estado do Rio de Janeiro (Anexo 2). Se for levada em consideração, além da lista de espécies gerada a partir dos trabalhos de campo (Anexo 2), a listagem proveniente da literatura (Anexo 3), pode-se apontar a presença de 10 espécies globalmente ameaçadas, 18 espécies ameaçadas no estado do Rio de Janeiro e quatro em 15
âmbito nacional), sendo elas: Tinamus solitarius, Leucopternis lacernulatus, Spizaetus ornatus, Touit surdus, Amazona rhodocorytha, Amazona farinosa, Triclaria malachitacea, Myrmotherula minor, Formicivora erythronotos, Sclerurus mexicanus, Hemitriccus furcatus, Phylloscartes oustaleti, Phylloscartes sylviolus, Onychorhynchus swainsoni, Procnias nudicollis, Lipaugus lanioides, Pyroderus scutatus, Ramphocaenus melanurus, Tangara peruviana, Chlorophanes spiza, Sporophila angolensis e Cyanoloxia brissonii. Cabe ressaltar que, com exceção das espécies listadas no Anexo 2, as espécies presentes no Anexo 3 representam táxons potencialmente encontrados na área de estudo. 4.1.3 Espécies bioindicadoras de conservação ambiental e espécies chave para restauração Devido ao alto grau de especificidade no que diz respeito a território e habitat, as aves são bastante utilizadas como indicadores ecológicos (Guzzi, 2004), sendo importantes tanto na avaliação da qualidade dos ecossistemas como no registro e monitoramento de alterações provocadas no ambiente (Regalado e Silva, 1997). As características ecológicas de cada espécie pode torná-las mais sensíveis aos processos de degradação ambiental. Stotz et al. (1996) divide as espécies em três categorias de sensibilidade a perturbação humana, sendo as de alta sensibilidade as principais para o diagnostico de qualidade ambiental. Entre as 231 espécies registradas por este estudo 18 são classificadas como de alta sensibilidade (Anexo 2), sendo quase todas encontradas em três das quatro áreas de amostragem (área 1 “Jubinha” apresentou somente duas espécies). Entre tais espécies podemos citar o Tiê-do-mato-grosso Habia rubica, Corocochó Capornis cucullatus e o Tropeiro-da-serra Lipaugus lanioides, ambas as espécies frugívoras, e assim, importantes a restauração florestal de áreas degradadas. Dentro do contexto de restauração florestal, a importância das aves frugívoras na recuperação de áreas degradadas vem ganhando destaque em estudos realizados em áreas de pastagens (Uhl et al., 1991), de mineração e de barragens de rejeito (Andrade e Andrade, 2000), de desmatamento (Silva et al., 1996) e de reflorestamento com eucalipto (Melo, 1997). Ao depositarem as sementes de espécies vegetais nativas em áreas antrópicas, as aves contribuem para o processo de recomposição vegetal. Como as aves possuem a capacidade de voar e deslocamento rápido, conseguem percorrer grandes distâncias em curto espaço de tempo e dispersar sementes em sítios distantes da plantamãe. As aves podem deslocar as sementes por apenas alguns metros ou por mais de 1000 16
km (Howe et al., 1985). O papel da interação planta-animal e da dispersão de sementes pela fauna, no processo de restauração da floresta em áreas de pastagens degradadas, foi estudado na Amazônia. Pastos abandonados sujeitos a uso leve apresentaram vigorosa regeneração florestal e espécies de aves dispersaram sementes entre capoeiras e pastagens (Uhl et al., 1991; Silva et al., 1996). Quanto mais próxima uma área a ser recuperada estiver de uma área com vegetação nativa, mais rápida e intensa será a chegada de sementes trazidas pelos agentes dispersores. As aves frugívoras são importantes componentes na sucessão natural das fisionomias vegetais em ambientes tropicais. O comportamento dessas aves de transportar as sementes para outros habitats é, no processo de recuperação de áreas degradadas, um auxílio fundamental e de baixo custo. Entre as espécies registradas, 50 apresentam essas características (Anexo 2). Um bom exemplo de frugívoro de interior de sub-bosque é a rendeira (Manacus manacus) e o tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata). Um nível semelhante de especialização ocorre em relação aos frugívoros de copa, dentre os quais, podemos destacar os tucanos (Ramphastos vitellinus) e as saíras (Tangara desmaresti) e outros. No chão da mata, por sua vez, diversos frugívoros colhem os frutos que caem das árvores. Os melhores exemplos de componentes dessa guilda trófica são os inhambus (e.g. Crypturellus tataupa) e diversas espécies de pombas como as juritis (Leptotila rufaxilla). As espécies nectarívoras, os beija-flores, são polinizadores importantes para a restauração florestal, ainda que menor do que os frugívoros. Nos trabalhos de campo foram registradas 12 espécies polinizadoras (Anexo 2), que mostraram um certo grau de divisão pelos distintos estratos das matas locais. O beija-flor-de-rabo-branco (Phaethornis ruber) apresenta uma clara preferência pelo sub-bosque (até 2 metros de altura), enquanto o beijaflor (Thalurania glaucopis) é especializado em visitar epífitas e outras flores presentes na copa da mata. Essas espécies chaves para a restauração ambiental foram encontradas em todas as quatro áreas de amostragem.
4.2 – Caracterização e comparação entre as áreas de amostragem Nos pontos de amostragem 1 “Jubinha”, 2 “Carlinhos”, 3 “Pedra Chata” e 4 “Sinfrônio” foram registradas 122, 106, 114 e 112 espécies de aves, respectivamente. As 17
estimativas de riqueza gerada por Jack1 (Figura 5) apontam a existência de 100, 130, 148 160 espécies, respectivamente, nas áreas amostradas. Nota-se que a curva de rarefação ainda não apresenta uma estabilidade, ou seja, as estimativas ainda estão sendo influenciadas pelo tamanho amostral e elas podem ainda ser alteradas com mais amostragens (Figura 6). Os trabalhos de campo na área de amostragem 1 (“Jubinha”) foram conduzidos entre os dias 26 e 28 de janeiro de 2010. Uma das principais características da área é sua proximidade com o núcleo urbano de Lídice em comparação as demais áreas de amostragem. Por conta disso, a presença humana é flagrante, sendo encontradas diversas casas e sítios ao longo de sua extensão. A presença de um rio nesse ponto parece atrair também banhistas e pescadores, contribuindo para o constante fluxo de pessoas. Apesar da evidente pressão antrópica, essa área apresenta alguns fragmentos florestais em avançado estágio de regeneração, principalmente no topo dos morros (Figura 7). De fato, em algumas propriedades os cuidados dispensados pelo dono da terra, que na contramão do que foi feito na época, evitou o corte de madeira para a produção de carvão vegetal (Gilberto Pereira com. pess.), acabou sendo decisivo para a qualidade dos ambientes amostrados. Provavelmente por conta disso, um elevado número de espécies de aves (n=122) ainda pode ser encontrado. Entretanto, somente duas espécie com alta sensibilidade a perturbação humana (vide Stotz et al., 1994) foram encontradas (Habia rubica e Xyphorhynchus fuscus) (Anexo 2), mostrando que apesar do grande número de espécies essa área foi muito explorada e apresenta uma baixa qualidade florestal em relação aos outros pontos (ver abaixo), apesar dos esforços para a sua preservação. Além disso, a riqueza de espécies estimada usando o estimador Jack 1 foi a menor entre as quatro áreas de amostragem (Figura 8).
18
Figura 5 – Curvas rarefação mostrando a estimativa de riqueza de espécies, usando o estimador Jack 1, em cada área de amostragem.
Figura 6 - Curva de rarefação da avifauna utilizando as espécies observadas (Sobs) demonstrando que não houve establização (ver texto para discussão).
19
Figura 7. Detalhe de um fragmento preservado, no topo de um morro.
Figura 8- Comparação entre as riquezas estimadas usando a curva de rarefação (Jacknifer 1) e intervalos de confiança de 95%, nas quatro áreas de amostragem.
20
Ao contrário do topo dos morros, nas partes baixas desse ponto são comuns áreas degradadas por pastos e plantações (Figura 9), principalmente em áreas próximas a moradias. Os trabalhos de campo na área de amostragem 2 (“Carlinhos”) foram realizados entre os dias 29 e 31 de janeiro de 2010. Esse ponto possui uma grande área de floresta Ombrófila bem preservada e contínua, que pode ser observada margeando a RJ-155 (Figura 10).
A
B
Figura 9. Áreas degradadas na parte baixa do Ponto 1 “Jubinha”, onde é comum a presença de A. plantações e B. pastos.
Figura 10. Fragmento de floresta bem preservada cortado pela RJ-155 (seta branca).
Essa mata, porém, tem pouca conexão com o fragmento florestal da vertente sul da serra. Há uma importante interrupção entre essas duas formações florestais, fruto das áreas 21
de agricultura da comunidade quilombola do Alto da Serra (IEF, 2008), localizada próximo a área onde forma feitas as observações. Foram registradas nesta área 106 espécies de aves, dentre as quais merece destaque a presença de três espécies presentes nas listas de espécies ameaçadas: a araponga Procnias nudicollis, considerada globalmente ameaçada sob o status de vúlnerável (IUCN, 2009), o tropeiro da serra Lipaugus lanioides e o bico assovelado Ramphocaenus melanurus, ambos considerados vulneráveis no estado do Rio de Janeiro (Alves et al., 2000). Além disso, espécies sensíveis a perturbação humana, como entufado Merulaxis ater (Figura 4) e o chupa-dente Conopophaga melanops, foram registradas nesse ponto reforçando a idéia de que essa área apresenta uma boa qualidade ambiental, apesar do menor número de espécies registradas (n=106). Na área 3 (“Pedra Chata”) so trabalhos de campo foram conduzidos entre os dias 04 e 06 de fevereiro de 2010. Neste ponto são encontrados grandes remanescentes de Floresta Ombrófila, podendo ser encontradas florestas Montanas, Submontanas e Altimontanas sensu Rizzini (1997), a 1530 metros de altitude (Figura 11). Essa característica é importante para o trabalho, pois possibilita o registro de espécies de vários gradientes altitudinais.
A
B
Figura 11. Área onde está localizado o ponto 3 “Pedra chata”. A. Fragmento florestal contínuo cobrindo um grande gradiente altitudinal. B. Vista da Pedra chata, a 1530 metros de altitude. Notar a presença de pastos nas partes mais baixas da montanha.
Das 114 espécies observadas neste ponto, algumas são mais comumente encontradas acima dos 900 metros de altitude no estado do Rio de Janeiro, como a choquinha de asa ferrugem Dysithamnus xanthopterus e o corocochó Carpornis cucullata, ambas de alta sensibilidade a perturbação humana, bem como espécies que são 22
características de florestas montana/submontana, como por exemplo o rabo branco rubro Phaetornis ruber. Os trabalhos de campo na área 4 (“Sinfrônio”) foram realizados entre os dias 01 e 03 de fevereiro de 2010. Apesar do difícil acesso a este ponto devido às condições da estrada, a comunidade do Sertão do Sinfrônio é composta por cerca de 10 famílias, ou 50 pessoas, que vivem da agricultura. É possível que os moradores dessa comunidade façam uso de alguns recursos florestais, pois há informações que existem pessoas na região que caçam e fazem uso de recursos (IEF, 2008). A exemplo das demais áreas, é comum a presença de pasto e de agricultura junto a fragmentos florestais (Figura 12).
Figura 12. Detalhe de uma área de pasto próxima ao topo de um morro florestado. Ao longo desse ponto, áreas degradadas por pastos e agricultura mostram-se bastante comuns.
Foram observadas 112 espécies neste ponto, dentre as quais uma, a maria leque do sudeste Onychorhynchus swainsoni, consta na listas de espécies globalmente ameaçadas da
23
IUCN (2009) e de espécies ameaçadas de extinção do Estado do Rio de Janeiro (Alves et al., 2000). De uma forma geral as áreas apresentam uma boa qualidade ambiental, exceto a área 1 (“Jubinha”), apesar de essa área apresentar um estado avançado de regeneração. Diversas espécies de alta sensibilidade a perturbação humana, ameaçadas de extinção e endêmicas são encontradas nas matas da microbacia, servindo como diagnósticos de qualidade ambiental. Particularmente, as áreas 2, 3, e 4 são importantes pontos por abrigarem diversas espécies florestais importantes para a manutenção da mesma. IUCN (2009) e de espécies ameaçadas de extinção do Estado do Rio de Janeiro (Alves et al., 2000). De uma forma geral as áreas apresentam uma boa qualidade ambiental, exceto a área 1 (“Jubinha”), apesar de essa área apresentar um estado avançado de regeneração. Diversas espécies de alta sensibilidade a perturbação humana, ameaçadas de extinção e endêmicas são encontradas nas matas da microbacia, servindo como diagnósticos de qualidade ambiental. Particularmente, as áreas 2, 3, e 4 são importantes pontos por abrigarem diversas espécies florestais importantes para a manutenção da mesma.
II.
PROPOSTA DE MONITORAMENTO PARA A MICROBACIA DO RIO DAS PEDRAS Uma grande ameaça às aves e à biodiversidade em geral está na erosão contínua
da qualidade e da extensão de hábitats em toda a paisagem. A perda e a degradação são ocasionadas pelo uso intensivo dos recursos naturais de forma inadequada (Bencke et al., 2006). A fragmentação florestal leva à formação de manchas isoladas de florestas, ou seja, a queda abrupta da paisagem, separando um habitat de outro adjacente. Como conseqüência da subdivisão e perda de um habitat, que antes era contínuo, ocorre o declínio da riqueza e densidade da fauna e flora, resultando na perda da variabilidade genética e possíveis extinções de espécies (Franklin e Forman, 1987). Tal redução da diversidade pode ser revertida por programas que visem a recuperação e manutenção das áreas fragmentadas, através de práticas de reflorestamento e monitoramento ambiental (Kageyama et al., 1993). 24
As aves possuem um papel muito importante na manutenção e preservação ambiental, sobretudo em áreas de recomposição florestal, devido a sua estreita relação com o ecossistema, tornando-as sensíveis a alterações nos ambientes e excelentes indicadores ecológicos (Primack e Rodrigues, 2001). A resposta das aves às mudanças ambientais se dá de formas distintas para cada espécie, afetando principalmente aquelas menos generalistas, ou seja, que exijem condições mais específicas de habitats (Guzzi, 2004). De acordo com Willis (1979) o declínio de alguns grupos de aves, ocasiona a alteração da composição faunística, proporcionando o aumento das espécies generalistas em contraposição às espécies especialistas, levando a uma tendência ao aumento de aves onívoras e possivelmente de insetívoras menos especializadas e decréscimo de frugívoras e insetívoras mais especializadas. Segundo estudos realizados por Laps et. al. (2003), diversos pequenos fragmentos não são capazes de atender às exigências mínimas necessárias à algumas comunidades de aves, que necessitam de um espaço mais amplo para sobreviver. Portanto, para que a avifauna seja preservada, principalmente as espécies endêmicas e tipicamente florestais, é importante que haja uma extensão maior disponível às necessidades básicas das espécies, bem como a diminuição da distância entre os fragmentos, que por vezes levam à extinção de espécies que não conseguem ir de um fragmento a outro. 1. Objetivos Os objetivos desta proposta de monitoramento são: •
Identificar e avaliar as alterações temporais na composição e abundância das
comunidades de aves nas áreas de reflorestamento e, de forma indireta, em toda a região da Microbacia durante o processo de restauração florestal, priorizando as espécies bioindicadoras de qualidade ambiental; •
Monitorar as espécies endêmicas, de alta sensibilidade e ameaçadas de
extinção durante o período de restauração com o objetivo de detectar a mudança temporal delas ao longo do processo de restauração; •
Utilizar o levantamento da avifauna da Microbacia do Rio das Pedras como
grupo controle a fim de se comparar, ao longo dos anos, a avifauna previamente conhecida para a região, com as espécies presentes e esperadas nas áreas de reflorestamento. 25
2. Métodos 2.1 Trabalhos de campo Propõe-se a realização de duas campanhas por ano ao longo de 10 anos, sendo uma a cada semestre, para que sejam contempladas além das espécies residentes, as espécies migratórias e que realizam algum tipo de deslocamento, como alguns tiranídeos (e.g. Tyrannus savana) e sabiás (e.g. Turdus amaurochalinus) (Sick, 1997). Ao longo desse período, serão acompanhadas as mudanças ocorridas na avifauna ao longo do processo de reflorestamento das áreas amostradas. 2.2 Levantamento dos dados O levantamento dos dados qualitativos será feito através da observação de aves, com auxílio de binóculos, bem como através da gravação de suas vozes, utilizando um gravador digital Sony PCM D50, com auxílio de um microfone direcional Sennheiser ME 66. A amostragem sistemática da avifauna constará da atribuição conjunta de dois métodos: captura com redes de neblina (mist nets) e pontos de contagem, seguindo a proposta de Blondel et al. (1970). Segundo essa metodologia, todas as espécies observadas ou ouvidas em um raio de 50 metros devem ser registradas. A fim de se garantir a independência das amostras, esses pontos devem estar 150 metros distantes uns dos outros. Cada ponto deve ser amostrado por um período de 15 minutos, ao longo dos quais devem ser anotados os dados das espécies observadas bem como o número de indivíduos registrados (Blondel et al. 1970). Para as análises quantitativas serão obtidos dados referentes à riqueza e abundância de cada espécie. Para determinar a abundaciaserá utilizado informações disponíveis na literatura (e.g. Stotz et al. 1996) e a riqueza das espécies será estimada utilizando o estimadores. O número total de espécies observadas nos pontos de contagem (Sobs) será representado por uma curva de rarefação, cujo intervalo de confiança será de 95%. Através da análise desta curva ao longo dos anos poderá ser estimada a mudança no número de
26
espécies (Chazdon et al. 1998). As análises referentes à curva de rarefação e estimativa de riqueza de espécies serão realizadas utilizando o software EstimateS 7.5 (Colwell, 2005). A partir desses dados, levantamentos anuais referentes ao monitoramento das áreas de reflorestamento serão apresentados. Especial atenção deve ser dada as espécies bioindicadoras da qualidade ambiental a fim de se determinar o grau de evolução da qualidade dos fragmentos florestais. Para isso devem ser observadas as espécies sensíveis a fragmentação, ameaçadas de extinção e endêmicas. As Informações sobre o status de conservação das espécies listadas para a área de estudo, serão obtidas a partir de listas estaduais (e.g. Alves et al., 2000), nacionais (e.g. MMA, 2008) e globais (e.g. IUCN, 2009). Outras informações relevantes sobre as espécies registradas, como o grau de sensibilidade a fragmentação, espécies bioindicadoras de qualidade ambiental e importantes para restauração florestal também serão obtidas na literatura (e.g. Stotz et al., 1996). A nomenclatura utilizada seguirá a proposta do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2009). A participação de moradores no processo de identificação visual e/ou sonoras das aves do entorno, bem como no processo de restauração, deve ser levado em consideração e se faz relevante frente ao projeto de monitoramento. 3. Resultados esperados As aves mais significativamente afetadas pela ameaça de extinção são também as mais utilizadas nos monitoramentos de áreas fragmentadas, por serem mais facilmente identificadas e ao mesmo tempo mais exigentes em recursos alimentares e de reprodução, tais como as aves de grande porte, como os gaviões, aves cinegéticas, os grandes frugívoros (tucanos, papagaios, etc), insetívoros terrícolas e espécies do estrato inferior da mata (Sick, 1997). Espera-se um aumento riqueza de espécies, atraídas pela oferta de grandes áreas para alimentação, abrigo e nidificação. Dentre elas, as aves consideradas chaves no processo de restauração florestal e sucessão ecológica são as espécies frugívoras (e.g. Tiêdo-mato-grosso Habia rubica, Corocochó Carpornis cucullata e o Tropeiro-da-serra Lipaugus lanioides) e as espécies nectívoras, (e.g. beija-flor-de-rabo-branco Phaethornis ruber e o beija-flor-de-fronte-violeta Thalurania glaucopis), que além de indicadoras de qualidade ambiental, são importantes agentes polinizadores e dispersores de sementes. 27
Devido à capacidade dos frugívoros em dispersar sementes de espécies nativas em grandes distâncias em um curto espaço de tempo, quanto mais próxima uma área degradada estiver da vegetação nativa, mais rápida e eficaz será a chegada de sementes trazidas pelas aves dispersoras. É esperado o crescimento do número de espécies de aves endêmicas tais como os cotingídeos de florestas de altitude (e.g. Carpornis cucullata), alguns tangarás (e.g. Tangara desmaresti), papa-moscas (e.g. Mionectes rufiventris) e formicarídeos (e.g. Drymophila ochropyga e Myrmotherula gularis), todos endêmicos da Mata Atlântica e que contribuem com a reconstituição florestal do local. Espera-se também o reaparecimento de espécies cinegéticas, dentre elas os tinamídeos (e.g. Tinamus solitarius) e cracídeos (e.g. Penelope obscura), muito apreciados por caçadores, assim como os psitacídeos (e.g. Amazona rhodocorytha e Amazona farinosa) e emberezídeos (e.g. Sporophila angolensis e Cyanoloxia brissonii), comumente capturados para criação em cativeiro (Alves et al., 2000). Um grande avanço de áreas reflorestadas por componentes estruturais originais da região da microbacia do Rio das Pedras, no município de Rio Claro, irá contribuir para a reconstituição do status de remanescentes mais bem preservados da Floresta Atlântica, e para tal, o estudo da avifauna se mostrará compensatório e extremamente eficaz na obtenção de resultados expressivos.
III.
PROTOCOLO DE MONITORAMENTO PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS
SIMILARES
EM
OUTRAS
BACIAS
DO
PROGRAMA
PRODUTORES DE ÁGUA Sugerimos o uso da seguinte metodologia para a realização de estudos similares em outras bacias do Programa Produtores de Água: •
Levantamento prévio da avifauna da bacia ou microbacia em questão, para que se tenha um conhecimento das espécies presentes na região utilizando: o Análises qualitativas (registros visuais, gravação de vocalizações, captura de espécimes e pontos de contagem, seguindo a metodologia proposta por Blondel et al. (1970);
28
o Análises quantitativas (índices de abundância e riqueza específica). •
Monitoramento das áreas de reflorestamento em duas campanhas anuais, sendo uma em cada semestre do ano, ao longo de um período a ser definido, para que sejam contempladas além das espécies residentes àquelas que realizam algum tipo de migração;
•
Monitorar as alterações temporais na comunidade de aves durante o processo de reflorestamento, priorizando as espécies bioindicadoras de qualidade ambiental, endêmicas, de alta sensibilidade e ameaçadas de extinção.
7. EQUIPE TÉCNICA A C Claydson Pinto de Assis Bezerra – Biólogo (CRBio 55593/02) Daniel Honorato Firme – Biólogo (CRBio 48050/02) Marcos André Raposo Ferreira – Biólogo (CRBio 15500/02)
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agnello, S. 2007. Composição, estrutura e conservação da comunidade de aves da Mata Atlântica no Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cubatão, São Paulo. Dissertação de mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo, Paranapiacaba. ALEGRINI, M. F. 1997. Avifauna como possível indicador ecológico para os estádios de regeneração da mata atlântica. Dissertação de mestradi, Universidade de São Paulo, São Paulo, 161p. Alves, M. A. S.; Pacheco, J. F.; Gonzaga, L. A. P.; Cavalcanti, R. B.; Raposo, M. A.; Yamashita, C.; Maciel, N. C. e Castanheira, M. 2000. Aves; p. 113-124 In Bergallo, H. G.; Rocha, C. F. D.; Alves, M. A. S. e Van Sluys, M. (Eds.), 2000. A Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro. Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 29
Andrade, M. V. G. e M. A. Andrade. 2000. Uso de medidas para atração de avifauna na reabilitação de áreas alteradas por mineração em Mariana, Minas Gerais. In: STRAUBE, F. (Ed.). Ornitologia Brasileira no Século XX. Curitiba: UNISUL/SBO. p. 271-272. Blondel, J.; Ferry, C. e Frochot, B. 1970. La méthode des indices ponctuels d'abondance (I.P.A.) ou des relevés d'avifaune par "stations d'écoute". Alauda 38: 55-71. Buzzeti, D. R. C. 2000. Distribuição altitudinal de aves em Angra dos Reis e Parati, sul do Estado do Rio de Janeiro, Brasil; p.131-148 In Alves, M. A. S.; Silva, J. M. C.; Van Sluys, M.; Bergallo, H. G. & Rocha, C. F. D. (Eds.). A Ornitologia no Brasil: pesquisa atual e perspectivas. Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (EdUerj), Rio de Janeiro. Chazdon, R.L., Colwell, R.K., Denslow, J.S. e Guarigurata, M.R. 1998. Statistical methods for estimating species richness of woody regeneration in primary and secondary rain forests of northeastern Costa Rica. In Forest biodiversity research, monitoring and modelling. (F. Dallmeier & J. A. Comiskey, eds). MAB - Man and Biosphere Series, UNESCO, Paris, p.285-309. Colwell, R. K. 2005. User’s guide to EstimateS7.5 statistical. Estimation of species richness and shared species from samples. Version 7.5. Copyright 2005. Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO). 2009. Lista das aves do Brasil. 8ª edição. Disponível em: <http://www.cbro.org.br > (Acessado em 14 de dezembro de 2009). Franklin, J. E. E. e Forman, R. T. T. 1987. Creating land- scape patterns by forest cutting: ecological consequences and principles. Landscape Ecology 1: 5-18. Guzzi A. 2004. Levantamento destaca importância de fragmentos remanescentes de vegetação. Revista Univerciência 3(7/9): 44-49.
30
Howe, H. F.; Schupp, E. W. e Westley, L. C. 1965. Early consequences of seed dispersal for a neotropical tree (Virola surinamensis). Ecology 66 (3): 781-791. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2006. Mapa de Vegetação e Uso do Solo da Mata Atlântica. IEF (Instituto Estadual de Florestas). 2008. Estudos técnicos para a criação de UCS: Parque
Estadual
Cunhambebe,
Relatório
Final.
Disponível
em:
<
http://www.ief.rj.gov.br/projetos/Cunhambebe/docs/Relatorio%20Final%20Versao%20 Reduzida%20Consulta.doc> (Acessado em 22 de fevereiro de 2010). Instituto Terra de preservação Ambiental. 2009. Programa Produtores de Água e Floresta. Disponível em: <http://www.institutoterra.org.br/pagina/programa-produtores-de-gua-efloresta/49> (Acessado em 14 de dezembro de 2009). IUCN.
2009.
IUCN
Red
List
of
Threatened
Species.
Version
2009.2.
<www.iucnredlist.org>. (Acessado em 22 de fevereiro de 2009). Kageyama, P. Y.; Santarelli, E. 1993. Reflorestamento misto com espécies nativas: classificação silvicultural e ecológica de espécies arbóreas. Apresentado no Congresso Florestal Brasileiro, Curitiba/PR. Leitão-Filho, H. F. 1993. Ecologia da Mata Atlântica em Cubatão. Campinas: Editora Unesp – Unicamp. Melo, V. A. 1997. Poleiros artificiais e dispersão de sementes por aves em uma área de reflorestamento, no Estado de Minas Gerais. Viçosa: UFV (Dissertação – Mestrado em Ciências Florestais). MMA (Ministério do Meio Ambiente). 2008. Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Morrison, M. L. 1986. Bird populations as indicators of environmental change. In: Johnston, R. F., ed. Current ornithology. New York, Plenum Press: 429-451. 31
Myers, N.; Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C.; Fonseca, G. A. B. e Kent., J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorites. Nature 403: 853-858. Novaes, F. C. 1950. Sobre as Aves de Sernambetiba, Distrito Federal, Brasil. Ver. Bras. Biol. 10: 199-208. Pacheco, J.; Parrini, R.; Whitney, B. M.; Bauer, C. e da Fonseca, P. S. M. 1997. Novos registros de aves para o estado do Rio de Janeiro: Costa Verde. Atualidades Ornitológicas 78: 4-5. Pinto, L. P. S.; Bede, L. C.; Paese, A.; Fonseca, M.; Paglia, A. P. e Lamas, I. 2006. Mata Atlântica Brasileira: os desafios para a conservação da biodiversidade de um hotspot mundial. In: Rocha, C. F. D.; Bergallo, H. G.; Van Sluys, M. & Alves, M. A. S. (orgs). Biologia da conservação: essências. RiMa, São Carlos, Brasil, pp.91-118. Primack, R. B.; Rodrigues, E. 2001. Biologia da conservação. Midiograf, Londrina. 328 pp. Regalado, LB e C. Silva. 1997. Utilização de aves como bioindicadoras de degradação ambiental. Revista Brasileira de Ecologia (1): 81-83. Silva, J. M. C.; Uhl, C.; Murray, G. 1996. Plant sucession, landscape management, and the ecology of frugivorous birds in abandoned Amazonian pastures. Conservation Biology 10 (2): 491-503. Silva, C. A. 1997. Bandos de Aves frugívoras na Reserva Biológica de Paranapiacaba, em Santo André, São Paulo. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) – Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernador do Campo. Stotz, D. F.; Fitzpatrick, J. W.; Parker III, T. A. e Moskovits, D. K. 1996. Neotropical birds: ecology and conservation. University of Chicago Press, Chicago. 32
Tanizaki, K. e Moulton, T. P. 2000. A fragmentação da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro e a perda de biodiversidade In Bergallo, H.G.; Rocha, C.F.D.; Alves, M.A.S. & Van Sluys, M. (Eds.), 2000. A Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro. Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Townsend, C.R.; Begon, M. e Harper, J. L. 2006. Fundamentos em Ecologia. Artmed, Porto Alegre, Brasil, 592pp. Uhl, C.; Nepstad, D.; Silva, J. M. C.; Vieira, I. 1991. Restauração da floresta em pastagens degradadas. Ciência Hoje 13 (76): 22-31. Willis, E. O. 1979. The composition of avian communities in remanescent woodlots in Southern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia 33 (1): 1-25. Wilson, E.O. (1992). Diversidade da Vida. Editora Schwarcz, São Paulo, 447 pp. Worthington, A. H. 1982. Population sizes and breeding rhythms of two species of marakins in relation to food supply. In: Leigh Jr., G. G.; Rand, A. S.; Windsor, D. M. (Eds.). The ecology of tropical forest: sea seasonal rhythms and long-term changes. Inst. Press. Washingon DC, pp. 213-225.
33
Anexo 1 – Lista de espécimes coletados na segunda campanha, depositados na coleção de aves do Setor de Ornitologia do Museu Nacional/ UFRJ. Táxon Todirostrum plumbeiceps Synallaxis ruficapilla Pachyramphus castaneus Hylophilus poicilotis Vireo olivaceus Anabazenops fuscus Hylophilus poicilotis Colonia colonus Myrmeciza loricata Cyclarhis gujanensis Manacus manacus Manacus manacus Thalurania glaucopis Thalurania glaucopis Phaethornis squalidus Thalurania glaucopis Conopophaga melanops Myrmeciza loricata Mionectes rufiventris Ramphodon naevius Trogon rufus Phaethornis eurynome Pyriglena leucoptera Conopophaga lineata Syndactila rufosuperciliata Xiphorhyncus fuscus Conopophaga lineata
Área de amostragem área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 1 "Jubinha" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 2 "Carlinhos" área 3 "Sertão do Sinfrônio" área 3 "Sertão do Sinfrônio" área 3 "Sertão do Sinfrônio" área 4 "Pedra Chata" área 4 "Pedra Chata" área 4 "Pedra Chata"
MNRJ
47501
47502
MNA 5043 5044 5045 5046 5047 5048 5050 5049 5068 5052 5051 5053 5059 5054 5055 5056 5057 5067 5058 5061 5060 5062 5063 5064 5069 5065 5066
Nº campo DHF 119 / CPA 394 DHF 120 / CPA 395 DHF 121 / CPA 396 DHF 122 / CPA 397 DHF 123 / CPA 398 DHF 124 / CPA 399 DHF 125 / CPA 400 DHF 126 / CPA 401 DHF 127 / CPA 402 DHF 128 / CPA 403 DHF 129 / CPA 404 DHF 130 / CPA 405 DHF 131 / CPA 406 DHF 132 / CPA 407 DHF 133 / CPA 408 DHF 134 / CPA 409 DHF 135 / CPA 410 DHF 136 / CPA 411 DHF 137 / CPA 412 DHF 138 / CPA 413 DHF 139 / CPA 414 DHF 140 / CPA 415 DHF 141 / CPA 416 DHF 142 / CPA 417 DHF 143 / CPA 418 DHF 144 / CPA 419 DHF 145 / CPA 420
34
Anexo 2. Lista da avifauna da Microbacia do Rio das Pedras, município de Rio Claro, RJ, e o status de ameaça nas listas da IUCN (2009), MMA (2008) e Alves et al. (2000). Além disso, é apresentado também o status de ocorrência no Brasil segundo CBRO (2010). Áreas de amostragem
Táxon 1
2 3
Statusb Endêmicoc Sensibilidade Polinizadores/ Frugívoros
Listas de espécies ameaçadas IUCN (2009)
4 Da
MMA (2008)
Alves et al. (2000)
Tinamiformes Tinamidae Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815)
X X X X
R
X
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815)
X X X X
R
X
X X
R
X
X
R
Galliformes Cracidae Penelope obscura Temminck, 1815
Ciconiiformes Ardeidae Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758)
X
R
Ardea alba Linnaeus, 1758
X
R
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824)
X
R
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783)
X
R
Cathartiformes Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758)
X X X X
R
35
Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
X X X X
R
X
R
Falconiformes Accipitridae Leptodon cayanensis (Latham, 1790) Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
X X
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)
R R
X
R
X X X X
Buteo albicaudatus Vieillot, 1816
R
X
R
X X X
R
X
R
Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) Milvago chimachima (Vieillot, 1816)
X
Falco sparverius Linnaeus, 1758
X
R
Gruiformes Rallidae Aramides saracura (Spix, 1825)
X
X
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758)
R X
X
R
Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766)
X
R
Charadriiformes Charadriidae
36
Vanellus chilensis (Molina, 1782)
X
X
R
Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
X
R
Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811)
X X X X
R
X
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)
X
R
X
X
R
X
X X X
R
X
X
R
X
R
X
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792)
X
X X
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)
Psittaciformes Psittacidae Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776)
X X X X
Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) Forpus xanthopterygius (Spix, 1824)
X
R
X
X
X
R
X
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818)
X
R
X
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)
X X X
R
X
Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766)
X X
X
R
Crotophaga ani Linnaeus, 1758
X X
X
R
37
Guira guira (Gmelin, 1788) Tapera naevia (Linnaeus, 1766)
X X
R
X
R
Strigiformes Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769)
X
X
R
Strigidae Athene cunicularia (Molina, 1782)
X
Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808)
X
R R
Caprimulgiformes Nyctibiidae Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
X
R
Caprimulgidae Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789)
X X
X X
R
Apodiformes Apodidae Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796)
X
X X
R
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907
X
X
R
Trochilidae Ramphodon naevius (Dumont, 1818) Phaethornis squalidus (Temminck, 1822)
X X X X
R, E
X
X
X X
R, E
X
X
X
38
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)
X X X X
R
Phaethornis eurynome (Lesson, 1832)
X X X X
R
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788)
X
R
Florisuga fusca (Vieillot, 1817)
X
Amazilia lactea (Lesson, 1832) Clytolaema rubricauda (Boddaert, 1783)
X X
R
X
R
X X X X
R
X
X
X
R
X
X
Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) Amazilia versicolor (Vieillot, 1818)
X
X
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788)
X
X
X X
X
R
X
X X
R
X
X
X
R, E
X
R
X
X
Trogoniformes Trogonidae Trogon surrucura Vieillot, 1817 Trogon rufus Gmelin, 1788
X X X
R
X
R
X X
Coraciiformes Momotidae Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818)
X
Galbuliformes Bucconidae Nystalus chacuru (Vieillot, 1816)
X
R
Piciformes Ramphastidae
39
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823
X
R
X
X
Picidae Picumnus cirratus Temminck, 1825
X X X X
Melanerpes candidus (Otto, 1796)
X
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) Veniliornis maculifrons (Spix, 1824)
R
X X
Piculus flavigula (Boddaert, 1783)
X
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)
X
Colaptes campestris (Vieillot, 1818)
X
R R
X
R, E
X
R
X
R X
R
Passeriformes Thamnophilidae Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816)
X X X X
R
Batara cinerea (Vieillot, 1819)
X X
R
Mackenziaena leachii (Such, 1825)
X
R
X
Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823)
X X X
R
X
R, E
X
Thamnophilus ambiguus Swainson, 1825
X
Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816
X X X X
Dysithamnus stictothorax (Temminck, 1823) X X X X Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Dysithamnus xanthopterus Burmeister, 1856 Myrmotherula gularis (Spix, 1825)
X X X X X X X X X
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822)
X
Drymophila ferruginea (Temminck, 1822)
X X X
X
X
R R, E
X
R R, E
X
R, E
X
R R, E
X
40
Drymophila ochropyga (Hellmayr, 1906)
X X X
R, E
X
Drymophila squamata (Lichtenstein, 1823)
X
R, E
X
Terenura maculata (Wied, 1831)
X X X X
R
X
Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818)
X X X X
R
X
R, E
X
Myrmeciza loricata (Lichtenstein, 1823)
X
X
Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831)
X X X X
R
X
Conopophaga melanops (Vieillot, 1818)
X X X X
R, E
X
X
Grallariidae Grallaria varia (Boddaert, 1783)
X
R
X
Rhinocryptidae Merulaxis ater Lesson, 1830
X
R, E
X
X
Formicariidae Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823)
X
R
X
X
R
X
X
R
X
Scleruridae Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835)
X
Dendrocolaptidae Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)
X X X X
R
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818)
X
R
X X
41
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) Lepidocolaptes squamatus (Lichtenstein, 1822) Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822)
X X X X X X
R
X
X
R, E
X
X
R
X
X
Furnariidae Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) Furnarius rufus (Gmelin, 1788)
X
R, E
X
R
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819
X X X X
R
Synallaxis spixi Sclater, 1856
X X X X
R
Cranioleuca pallida (Wied, 1831) Phacellodomus erythrophthalmus (Wied, 1821) Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832)
X
X X
R, E
X
X X X X
R, E
X
X
Philydor atricapillus (Wied, 1821)
X
R
X X
R
X
X
X X
R, E
X
X
X
Anabazenops fuscus (Vieillot, 1816)
X
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821)
X
R
Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)
X X X X
R
X
R
Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 Xenops minutus (Sparrman, 1788)
X
X
Xenops rutilans Temminck, 1821
X X X X
R
X X X
R
X X X X
R
X
R
X
X
R
Tyrannidae Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906)
X
X
42
Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831)
X X
R, E
X
R, E
X
Hemitriccus nidipendulus (Wied, 1831) Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846)
X
X X X X
R
Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831)
X X X X
R, E
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766)
X
R
Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822)
X X X X
R
Phyllomyias griseocapilla Sclater, 1862
X
R, E
Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824)
X X X X
R
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825)
X X X X
R
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818
X X X X
R
Onychorhynchus swainsoni (Pelzeln, 1858)
X
R, E
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) X X X X Myiobius barbatus (Gmelin, 1789)
R
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868)
X X X
R
Knipolegus lophotes Boie, 1828
X
R
Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818)
X
R, E
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816)
X
R
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823)
X
R
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)
X
R
X
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) Myiozetetes similis (Spix, 1825) Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776)
X
X
X
R X
R
X
R
X X X X
R
X
R
X X
X
R
X X
Colonia colonus (Vieillot, 1818)
X
R
X X
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788)
X
X
43
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Empidonomus varius (Vieillot, 1818) Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819
X X X X
R
X
R
X X X X
R
Tyrannus savana Vieillot, 1808 Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
X
R
X
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 Attila rufus (Vieillot, 1819)
R
X X X X X
R R, E
X
Cotingidae Phibalura flavirostris Vieillot, 1816
X X
R
Carpornis cucullata (Swainson, 1821)
X
R, E
Procnias nudicollis (Vieillot, 1817)
X X X
R
Lipaugus lanioides (Lesson, 1844)
X
X X
X
X X
R, E
X
R, E
X
X
X
X X
Pipridae Ilicura militaris (Shaw & Nodder, 1809)
X X
Manacus manacus (Linnaeus, 1766)
X
X
R
Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) X X X X
X X
R
X
X X X X
R
X
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)
X X
R
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)
X
X
Tityridae Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838)
X X
R
Vireonidae
44
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)
X X X X
R
X
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)
X X X X
R
X
Hylophilus poicilotis Temminck, 1822
X X X X
R
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)
X X X X
R
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)
X X X X
R
Progne tapera (Vieillot, 1817)
X
R
Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817)
X
R
X X X
R
X
X
Hirundinidae
X
Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
X X X X
R, E
Polioptilidae Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819
X
R
X
Turdidae Turdus flavipes Vieillot, 1818
X
R
X
Turdus rufiventris Vieillot, 1818
X X X X
R
X
Turdus leucomelas Vieillot, 1818
X X X X
R
X
R
X
Turdus albicollis Vieillot, 1818
X
Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)
X
R
45
Coerebidae Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
X X X X
R
X
X
R
X
R
X
Thraupidae Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) Habia rubica (Vieillot, 1817)
X X
R
X
X
Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766)
X X
X
R
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)
X X X X
R
X
X
Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766)
X X X X
R, E
X
X
Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766)
X X
Thraupis ornata (Sparrman, 1789)
X
Thraupis palmarum (Wied, 1823)
X X
X X X X
X
R R, E
X X
R
X X
Tangara seledon (Statius Muller, 1776)
X
R
X
X
Tangara desmaresti (Vieillot, 1819)
X X X
R, E
X
X
X
R, E
X
X
Tangara cyanoventris (Vieillot, 1819) Tangara cayana (Linnaeus, 1766)
X X
R
X
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)
X X X X
R
X
X
R
X
X X X X
R
X
R
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)
X X X X
R
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)
X X
R
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824)
Emberizidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)
46
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)
X
R
X X X X
R
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817)
X
R
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) Arremon semitorquatus Swainson, 1838
X
R
X
R, E
X
R
X
Cardinalidae Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837
X X X X X
X
R
X
R
X
X
R
X
X X X X
R
X
X
R
Parulidae Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830)
X
Icteridae Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819)
X
R
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819)
X
R
Fringillidae Carduelis magellanica (Vieillot, 1805)
X X
R
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)
X X X X
R
X X
R
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) Euphonia pectoralis (Latham, 1801)
X
R
X
47
Passeridae Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
a
X
R
Espécies registradas durante o deslocamento para os pontos de amostragem.
b
R = residente (evidências de reprodução no país disponíveis); VS = visitante sazonal oriundo do sul do continente; VN = visitante sazonal oriundo do hemisfério norte; VO = visitante sazonal oriundo de áreas a oeste do território brasileiro; VA = vagante (oriundo do sul [VA (S)], do norte [VA (N)], do oeste [VA (O)); D = status desconhecido; Ex = espécie extinta em território nacional; ExN = espécie extinta na natureza e sobrevive apenas em cativeiro E = espécie endêmica do Brasil; # = status presumido mas não confirmado. C
Endêmico do bioma Mata Atlântica segundo Bencke et al. (2006).
48
Anexo 3. Compilação dos levantamentos de aves obtidos nos trabalhos de campo e na literatura (exlcuindo as aves marinhas e oceânicas) retiradas de Pacheco et al. (1997) e Buzzeti (2000). O status de ameaça segue as listas da IUCN (2009), MMA (2008) e Alves et al. (2000). Além disso, é apresentado também o status de ocorrência no Brasil segundo CBRO (2010). Táxon
Nome em Português
Tinamiformes Tinamidae Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Crypturellus tataupa (Temminck, 1815)
macuco inhambuguaçu inhambu-chintã
Anatidae Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) Anas bahamensis Linnaeus, 1758 Netta peposaca (Vieillot, 1816)
pé-vermelho marreca-toicinho marrecão
Galliformes Cracidae Penelope superciliaris Temminck, 1815 Penelope obscura Temminck, 1815
jacupemba jacuaçu
Odontophoridae Odontophorus capueira (Spix, 1825)
uru
Podicipediformes Podicipedidae Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)
mergulhão-pequeno
Pelecaniformes Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)
biguá
Levantamentoa Buzzeti (2000)* Pacheco et al.(1997)* Statusb
X X
X
X X X
R R R
X X X
R R VO (R)
X X
R R
X
R
X
X
R
X
R
Status de ameaçac
en1
49
Ciconiiformes Ardeidae Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) Butorides striata (Linnaeus, 1758) Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Ardea cocoi Linnaeus, 1766 Ardea alba Linnaeus, 1758 Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) Egretta thula (Molina, 1782) Egretta caerulea (Linnaeus, 1758)
socó-boi savacu socozinho garça-vaqueira garça-moura garça-branca-grande maria-faceira garça-real garça-branca-pequena garça-azul
Cathartiformes Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Coragyps atratus (Bechstein, 1793)
urubu-de-cabeça-vermelha urubu-de-cabeça-preta
Falconiformes Pandionidae Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758)
águia-pescadora
Accipitridae Leptodon cayanensis (Latham, 1790) Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Elanus leucurus (Vieillot, 1818) Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) Leucopternis lacernulatus (Temminck, 1827) Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Buteo albicaudatus Vieillot, 1816
gavião-de-cabeça-cinza caracoleiro gavião-tesoura gavião-peneira gavião-bombachinha-grande gavião-pernilongo gavião-pombo-pequeno gavião-caboclo gavião-carijó gavião-de-rabo-branco
X X X X X
X X
X X X X X X X X X
X X X X X
X X
R R
X
X X X X X X
X
X X X
X X X X
R R R R R R R R R R
X X
VN
R R R R R R R, E R R R
vu1,2,3
50
Buteo nitidus (Latham, 1790) Buteo brachyurus Vieillot, 1816 Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)
gavião-pedrês gavião-de-cauda-curta gavião-pega-macaco gavião-de-penacho
X X
Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) Falco sparverius Linnaeus, 1758 Falco femoralis Temminck, 1822
caracará carrapateiro acauã falcão-caburé falcão-relógio quiriquiri falcão-de-coleira
Gruiformes Rallidae Aramides mangle (Spix, 1825) Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) Aramides saracura (Spix, 1825) Amaurolimnas concolor (Gosse, 1847) Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) Laterallus exilis (Temminck, 1831) Porzana albicollis (Vieillot, 1819) Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766)
saracura-do-mangue saracura-três-potes saracura-do-mato saracura-lisa sanã-parda sanã-do-capim sanã-carijó frango-d'água-comum frango-d'água-azul
Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766)
seriema
X
Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825
quero-quero batuíra-de-bando
X
X
X X
X X
X X X X X
X
X
X
X
X
X
X X X X X
X X
X X
X X
R R R R
pex3
R R R R R R R
R, E R R R R R R R R
R
X X
X
R VN
51
Scolopacidae Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) Actitis macularius (Linnaeus, 1766) Tringa flavipes (Gmelin, 1789) Arenaria interpres (Linnaeus, 1758) Calidris fuscicollis (Vieillot, 1819)
narceja maçarico-pintado maçarico-de-perna-amarela vira-pedras maçarico-de-sobre-branco
Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766)
jaçanã
X
Columbiformes Columbidae Columbina talpacoti (Temminck, 1811) Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)
rolinha-roxa pararu-azul pombão pomba-galega pomba-amargosa pomba-de-bando juriti-pupu juriti-gemedeira pariri
X
Psittaciformes Psittacidae Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) Pyrrhura frontalis (Vieillot, 1817) Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) Brotogeris tirica (Gmelin, 1788) Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) Touit surdus (Kuhl, 1820) Pionopsitta pileata (Scopoli, 1769) Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)
periquitão-maracanã tiriba-de-testa-vermelha tuim periquito-rico periquito-de-encontro-amarelo apuim-de-cauda-amarela cuiú-cuiú maitaca-verde
X X X X X
R
X X
X X X X X X
X X X X X
X
R VN VN VN VN
X X
X
X X
X X X
X X
X X X
R R R R R R R R R
R R R R, E R R, E R R
vu1,3
52
Amazona rhodocorytha (Salvadori, 1890) Amazona farinosa (Boddaert, 1783) Triclaria malachitacea (Spix, 1824)
chauá papagaio-moleiro sabiá-cica
X X X
Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 Coccyzus euleri Cabanis, 1873 Crotophaga ani Linnaeus, 1758 Guira guira (Gmelin, 1788) Tapera naevia (Linnaeus, 1766)
alma-de-gato papa-lagarta-acanelado papa-lagarta-de-euler anu-preto anu-branco saci
X
X
X X X
X X X X
R R R R R R
Strigiformes Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769)
coruja-da-igreja
X
X
R
Strigidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) Megascops atricapilla (Temminck, 1822) Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni & Bertoni, 1901) Glaucidium minutissimum (Wied, 1830) Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) Athene cunicularia (Molina, 1782) Rhinoptynx clamator (Vieillot, 1808)
corujinha-do-mato corujinha-sapo murucututu-de-barriga-amarela caburé-miudinho caburé coruja-buraqueira coruja-orelhuda
Caprimulgiformes Nyctibiidae Nyctibius aethereus (Wied, 1820) Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
mãe-da-lua-parda mãe-da-lua
Caprimulgidae Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)
tuju
X
X
X X X X X
X
X X
X X X X X X
en1,2, vu3 vu3 vu3
R R R R R R R
X
R R
X
R
X
X
R, E R R, E
53
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) Macropsalis forcipata (Nitzsch, 1840)
bacurau-de-asa-fina bacurau bacurau-tesoura bacurau-tesoura-gigante
Apodiformes Apodidae Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) Cypseloides senex (Temminck, 1826) Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789)
taperuçu-preto taperuçu-velho taperuçu-de-coleira-branca andorinhão-de-sobre-cinzento andorinhão-do-temporal andorinhão-estofador
Trochilidae Ramphodon naevius (Dumont, 1818) Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) Phaethornis squalidus (Temminck, 1822) Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) Phaethornis eurynome (Lesson, 1832) Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) Aphantochroa cirrochloris (Vieillot, 1818) Florisuga fusca (Vieillot, 1817) Colibri serrirostris (Vieillot, 1816) Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) Stephanoxis lalandi (Vieillot, 1818) Lophornis magnificus (Vieillot, 1817) Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) Thalurania glaucopis (Gmelin, 1788) Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818) Polytmus guainumbi (Pallas, 1764)
beija-flor-rajado balança-rabo-de-bico-torto rabo-branco-pequeno rabo-branco-rubro rabo-branco-de-garganta-rajada beija-flor-tesoura beija-flor-cinza beija-flor-preto beija-flor-de-orelha-violeta beija-flor-de-veste-preta beija-flor-de-topete topetinho-vermelho topetinho-verde besourinho-de-bico-vermelho beija-flor-de-fronte-violeta beija-flor-roxo beija-flor-de-papo-branco beija-flor-de-bico-curvo
X
X X X X
X X
X X X
X X X X X X X
X X X X
X
X
X X X X X X X X X X X
X X
X X
X X X
X
X X X X X
X X X
R R R R
R R R R R R
R, E R R, E R R R R R R R R R, E R R R R R R
54
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) Amazilia lactea (Lesson, 1832) Clytolaema rubricauda (Boddaert, 1783) Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) Heliomaster squamosus (Temminck, 1823) Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783)
beija-flor-de-banda-branca beija-flor-de-garganta-verde beija-flor-de-peito-azul beija-flor-rubi beija-flor-de-bochecha-azul bico-reto-de-banda-branca estrelinha-ametista
X
X X
X
X X
X
X X
X
X X
Trogoniformes Trogonidae Trogon viridis Linnaeus, 1766 Trogon surrucura Vieillot, 1817 Trogon rufus Gmelin, 1788
surucuรก-grande-de-barriga-amarela surucuรก-variado surucuรก-de-barriga-amarela
X X X
X X X
R R R
Coraciiformes Alcedinidae Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) Chloroceryle amazona (Latham, 1790) Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)
martim-pescador-grande martim-pescador-verde martim-pescador-pequeno martim-pescador-da-mata
X
X X X
X
R R R R
Momotidae Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818)
juruva-verde
X
X
R
Galbuliformes Galbulidae Galbula ruficauda Cuvier, 1816
ariramba-de-cauda-ruiva
Bucconidae Notharchus swainsoni (Gray, 1846) Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) Malacoptila striata (Spix, 1824)
macuru-de-barriga-castanha joรฃo-bobo barbudo-rajado
X X
X
X
X
R R R R, E R R, E R
X
R
X
R R R, E
X
55
Piciformes Ramphastidae Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 Selenidera maculirostris (Lichtenstein, 1823) Pteroglossus bailloni (Vieillot, 1819)
tucano-de-bico-preto tucano-de-bico-verde araçari-poca araçari-banana
X
X X X X
Picidae Picumnus cirratus Temminck, 1825 Melanerpes candidus (Otto, 1796) Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) Veniliornis maculifrons (Spix, 1824) Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) Piculus flavigula (Boddaert, 1783) Piculus aurulentus (Temminck, 1821) Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) Colaptes campestris (Vieillot, 1818) Celeus flavescens (Gmelin, 1788) Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)
pica-pau-anão-barrado birro, pica-pau-branco benedito-de-testa-amarela picapauzinho-de-testa-pintada picapauzinho-verde-carijó pica-pau-bufador pica-pau-dourado pica-pau-verde-barrado pica-pau-do-campo pica-pau-de-cabeça-amarela pica-pau-de-banda-branca pica-pau-rei
X X X X
X X X X X X X X X X X X
Passeriformes Thamnophilidae Hypoedaleus guttatus (Vieillot, 1816) Batara cinerea (Vieillot, 1819) Mackenziaena leachii (Such, 1825) Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) Thamnophilus ruficapillus Vieillot, 1816 Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) Thamnophilus ambiguus Swainson, 1825 Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 Dysithamnus stictothorax (Temminck, 1823) Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Dysithamnus xanthopterus Burmeister, 1856 Myrmotherula gularis (Spix, 1825) Myrmotherula minor Salvadori, 1864 Myrmotherula unicolor (Ménétriès, 1835) Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) Formicivora erythronotos Hartlaub, 1852 Drymophila ferruginea (Temminck, 1822) Drymophila rubricollis (Bertoni, 1901) Drymophila genei (Filippi, 1847) Drymophila ochropyga (Hellmayr, 1906) Drymophila squamata (Lichtenstein, 1823) Terenura maculata (Wied, 1831) Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) Myrmeciza loricata (Lichtenstein, 1823) Myrmeciza squamosa Pelzeln, 1868
chocão-carijó matracão borralhara-assobiadora borralhara choca-de-chapéu-vermelho choca-listrada choca-de-sooretama choca-da-mata choquinha-de-peito-pintado choquinha-lisa choquinha-de-asa-ferrugem choquinha-de-garganta-pintada choquinha-pequena choquinha-cinzenta chorozinho-de-asa-vermelha formigueiro-de-cabeça-negra trovoada trovoada-de-bertoni choquinha-da-serra choquinha-de-dorso-vermelho pintadinho zidedê papa-taoca-do-sul formigueiro-assobiador papa-formiga-de-grota
Conopophagidae Conopophaga lineata (Wied, 1831)
chupa-dente
X X X
X X X X
X X X X X X
X X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
56
X
Conopophaga melanops (Vieillot, 1818)
cuspidor-de-máscara-preta
X
X
Grallariidae Grallaria varia (Boddaert, 1783) Hylopezus nattereri (Pinto, 1937)
tovacuçu pinto-do-mato
X
X X
Rhinocryptidae Psilorhamphus guttatus (Ménétriès, 1835) Merulaxis ater Lesson, 1830 Scytalopus notorius Raposo et al., 2006
tapaculo-pintado entufado tapaculo-preto
Formicariidae Formicarius colma Boddaert, 1783 Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) Chamaeza meruloides Vigors, 1825 Chamaeza ruficauda (Cabanis & Heine, 1859)
galinha-do-mato tovaca-campainha tovaca-cantadora tovaca-de-rabo-vermelho
Scleruridae Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 Sclerurus scansor (Ménétriès, 1835)
vira-folha-de-peito-vermelho vira-folha
Dendrocolaptidae Dendrocincla turdina (Lichtenstein, 1820) Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) Lepidocolaptes squamatus (Lichtenstein, 1822) Campylorhamphus falcularius (Vieillot, 1822)
arapaçu-liso arapaçu-verde arapaçu-de-garganta-branca arapaçu-grande arapaçu-rajado arapaçu-escamado arapaçu-de-bico-torto
Furnariidae Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) Furnarius rufus (Gmelin, 1788) Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 Synallaxis albescens Temminck, 1823 Synallaxis spixi Sclater, 1856 Cranioleuca pallida (Wied, 1831) Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) Phacellodomus erythrophthalmus (Wied, 1821) Anabacerthia amaurotis (Temminck, 1823) Syndactyla rufosuperciliata (Lafresnaye, 1832) Philydor lichtensteini Cabanis & Heine, 1859 Philydor atricapillus (Wied, 1821) Philydor rufum (Vieillot, 1818) Anabazenops fuscus (Vieillot, 1816) Cichlocolaptes leucophrus (Jardine & Selby, 1830) Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) Heliobletus contaminatus Berlepsch, 1885 Xenops minutus (Sparrman, 1788) Xenops rutilans Temminck, 1821
casaca-de-couro-da-lama joão-de-barro pichororé uí-pi joão-teneném arredio-pálido curutié joão-botina-da-mata limpa-folha-miúdo trepador-quiete limpa-folha-ocráceo limpa-folha-coroado limpa-folha-de-testa-baia trepador-coleira trepador-sobrancelha barranqueiro-de-olho-branco joão-porca trepadorzinho bico-virado-miúdo bico-virado-carijó
X
X
X X X
X X X X
X
X
X X X
X X X X X X
X X X
X X X X X X X X X X X X X X X
57
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Tyrannidae Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 Hemitriccus diops (Temminck, 1822) Hemitriccus obsoletus (Miranda-Ribeiro, 1906) Hemitriccus orbitatus (Wied, 1831) Hemitriccus nidipendulus (Wied, 1831) Hemitriccus furcatus (Lafresnaye, 1846) Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) Phyllomyias burmeisteri Cabanis & Heine, 1859 Phyllomyias virescens (Temminck, 1824) Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) Phyllomyias griseocapilla Sclater, 1862 Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) Elaenia mesoleuca (Deppe, 1830) Elaenia obscura (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) Phylloscartes paulista Ihering & Ihering, 1907 Phylloscartes oustaleti (Sclater, 1887) Phylloscartes difficilis (Ihering & Ihering, 1907) Phylloscartes sylviolus (Cabanis & Heine, 1859) Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 Onychorhynchus swainsoni (Pelzeln, 1858) Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) Myiobius atricaudus Lawrence, 1863 Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) Contopus cinereus (Spix, 1825) Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) Knipolegus cyanirostris (Vieillot, 1818) Knipolegus lophotes Boie, 1828 Knipolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) Muscipipra vetula (Lichtenstein, 1823) Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) Colonia colonus (Vieillot, 1818) Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Legatus leucophaius (Vieillot, 1818)
abre-asa-de-cabeça-cinza cabeçudo olho-falso catraca tiririzinho-do-mato tachuri-campainha papa-moscas-estrela miudinho tororó teque-teque ferreirinho-relógio piolhinho-chiador piolhinho-verdoso piolhinho piolhinho-serrano guaracava-cinzenta guaracava-de-barriga-amarela tuque tucão risadinha alegrinho marianinha-amarela borboletinha-do-mato não-pode-parar papa-moscas-de-olheiras estalinho maria-pequena bico-chato-de-orelha-preta patinho maria-leque-do-sudeste filipe assanhadinho assanhadinho-de-cauda-preta gibão-de-couro enferrujado guaracavuçu papa-moscas-cinzento príncipe maria-preta-de-bico-azulado maria-preta-de-penacho maria-preta-de-garganta-vermelha suiriri-pequeno primavera noivinha-branca tesoura-cinzenta lavadeira-mascarada viuvinha suiriri-cavaleiro bem-te-vi-pirata
X X X X X X
X X X
X X X
X
X
X X X X X X X
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X X X X X X X X X
58
X X X X X X X
Myiozetetes similis (Spix, 1825) Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Empidonomus varius (Vieillot, 1818) Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Tyrannus savana Vieillot, 1808 Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835) Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 Attila rufus (Vieillot, 1819)
bentevizinho-de-penacho-vermelho bem-te-vi bentevizinho-do-brejo bem-te-vi-rajado neinei peitica suiriri tesourinha vissiá gritador maria-cavaleira-pequena irré maria-cavaleira maria-cabeçuda capitão-castanho capitão-de-saíra
X X
X X
X X X X X
X X X X X X X
Cotingidae Phibalura flavirostris Vieillot, 1816 Carpornis cucullata (Swainson, 1821) Procnias nudicollis (Vieillot, 1817) Tijuca atra Ferrusac, 1829 Lipaugus lanioides (Lesson, 1844) Pyroderus scutatus (Shaw, 1792)
tesourinha-da-mata corocochó araponga saudade tropeiro-da-serra pavó
X X X
Pipridae Neopelma chrysolophum Pinto, 1944 Ilicura militaris (Shaw & Nodder, 1809) Manacus manacus (Linnaeus, 1766) Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793)
fruxu tangarazinho rendeira tangará
Tityridae Oxyruncus cristatus Swainson, 1821 Schiffornis virescens (Lafresnaye, 1838) Laniisoma elegans (Thunberg, 1823) Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) Tityra cayana (Linnaeus, 1766) Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823)
araponga-do-horto flautim chibante anambé-branco-de-bochecha-parda anambé-branco-de-rabo-preto caneleiro-verde caneleiro caneleiro-preto caneleiro-bordado caneleiro-de-chapéu-preto
Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 Hylophilus thoracicus Temminck, 1822
pitiguari juruviara verdinho-coroado vite-vite
X X X
X X X X
Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)
andorinha-pequena-de-casa
X
X
X X
X
X
X X X
X
X
X
59
X X X X
X X X X X
X X X X
X X X X X X X X X X
Atticora tibialis (Cassin, 1853) Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Progne tapera (Vieillot, 1817) Progne chalybea (Gmelin, 1789) Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) Hirundo rustica Linnaeus, 1758 Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817)
calcinha-branca andorinha-serradora andorinha-do-campo andorinha-doméstica-grande andorinha-de-sobre-branco andorinha-de-bando andorinha-de-dorso-acanelado
Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)
corruíra garrinchão-de-bico-grande
Donacobiidae Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766)
japacanim
Polioptilidae Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 Turdidae Turdus flavipes Vieillot, 1818 Turdus rufiventris Vieillot, 1818 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Turdus albicollis Vieillot, 1818 Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Motacillidae Anthus lutescens Pucheran, 1855
X X
X X X X
X X
X X
X X
bico-assovelado
X
X
sabiá-una sabiá-laranjeira sabiá-barranco sabiá-poca sabiá-coleira
X X X X X
X X X X X
sabiá-do-campo
X
X
caminheiro-zumbidor
Coerebidae Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)
cambacica
Thraupidae Orchesticus abeillei (Lesson, 1839) Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) Nemosia pileata (Boddaert, 1783) Orthogonys chloricterus (Vieillot, 1819) Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) Piranga flava (Vieillot, 1822) Habia rubica (Vieillot, 1817) Tachyphonus cristatus (Linnaeus, 1766) Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) Thraupis cyanoptera (Vieillot, 1817) Thraupis ornata (Sparrman, 1789) Thraupis palmarum (Wied, 1823) Stephanophorus diadematus (Temminck, 1823) Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819)
sanhaçu-pardo tietinga saíra-de-chapéu-preto catirumbava saí-canário tiê-de-topete sanhaçu-de-fogo tiê-do-mato-grosso tiê-galo tiê-preto tiê-sangue sanhaçu-cinzento sanhaçu-de-encontro-azul sanhaçu-de-encontro-amarelo sanhaçu-do-coqueiro sanhaçu-frade saíra-viúva
X
X
X
X X X X X X X X X X X X X X X
60
X X X X X X X X X X X
Tangara seledon (Statius Muller, 1776) Tangara cyanocephala (Statius Muller, 1776) Tangara desmaresti (Vieillot, 1819) Tangara cyanoventris (Vieillot, 1819) Tangara cayana (Linnaeus, 1766) Tangara peruviana (Desmarest, 1806) Tersina viridis (Illiger, 1811) Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) Conirostrum speciosum (Temminck, 1824)
saíra-sete-cores saíra-militar saíra-lagarta saíra-douradinha saíra-amarela saíra-sapucaia saí-andorinha saí-azul saí-verde saíra-ferrugem figuinha-de-rabo-castanho
X
Emberizidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 Poospiza thoracica (Nordmann, 1835) Poospiza lateralis (Nordmann, 1835) Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817) Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) Arremon semitorquatus Swainson, 1838
tico-tico cigarra-bambu peito-pinhão quete canário-da-terra-verdadeiro canário-do-campo tiziu bigodinho baiano coleirinho chorão curió cigarra-do-coqueiro tico-tico-do-mato
Cardinalidae Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) Saltator maximus (Statius Muller, 1776) Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 Saltator maxillosus Cabanis, 1851 Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823)
pimentão tempera-viola trinca-ferro-verdadeiro bico-grosso azulão
X
Parulidae Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817) Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821)
mariquita pia-cobra pula-pula pula-pula-assobiador pula-pula-ribeirinho
X X X
Icteridae Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) Agelasticus cyanopus (Vieillot, 1819) Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)
japu tecelão guaxe graúna carretão garibaldi iraúna-grande vira-bosta
X X X X X
X
X
X X X
X X X X X
X X X X
X X X X X X X X
X
X
X X X X X X X
X X X X
X X X X X
X X X
X X X X
61
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850)
polícia-inglesa-do-sul
Fringillidae Carduelis magellanica (Vieillot, 1805) Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) Euphonia cyanocephala (Vieillot, 1818) Euphonia pectoralis (Latham, 1801) Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822)
pintassilgo fim-fim gaturamo-verdadeiro gaturamo-rei ferro-velho bandeirinha
Estrildidae Estrilda astrild (Linnaeus, 1758)
bico-de-lacre
Passeridae Passer domesticus (Linnaeus, 1758)
pardal
Total
X
X X X X
X X X X
X
X
X
230
325
378 espécies a b
Espécies registradas na primeira e segunda campanhas.
R = residente (evidências de reprodução no país disponíveis); VS = visitante sazonal oriundo do sul do continente; VN = visitante sazonal oriundo do hemisfério norte; VO = visitante sazonal oriundo de áreas a oeste do território brasileiro; VA = vagante (oriundo do sul [VA (S)], do norte [VA (N)], do oeste [VA (O)); D = status desconhecido; Ex = espécie extinta em território nacional; ExN = espécie extinta na natureza e sobrevive apenas em cativeiro E = espécie endêmica do Brasil; # = status presumido mas não confirmado. c
Status de ameaça das espécies. Os números 1, 2 e 3 sobrescritos referem-se, respectivamente, as listas da IUCN (2009), MMA (2008) e Alves et al. (2000). Legenda: pex = provavelmente extinta; en = em perigo; vu = vulnerável.
62