Museu Sensorium

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perceber pelos sentidos SENSORIUM

Arquitetura e Urbanismo · 2 Sem/2019 · PA VII · Prof. Luiz Marcio Penha · Camila Zem · Erica Gomes · Izabella Mendonça


´ SUMARIO INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................................................................................................ 4 TEMA........................................................................................................................................................................................................................................................................5 ÁGUAS CLARAS....................................................................................................................................................................................................................................................7 ENTORNO................................................................................................................................................................................................................................................................8 ENTORNO IMEDIATO...........................................................................................................................................................................................................................................10 VEGETAÇÃO DO ENTORNO..............................................................................................................................................................................................................................12 TERRENO.................................................................................................................................................................................................................................................................14 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA....................................................................................................................................................................................................................................16 GENIUS LOCCI.......................................................................................................................................................................................................................................................18 OBRAS REFERENCIAIS PLASSEN CULTURAL CENTER...........................................................................................................................................................................................................................22 MUSEU MOESGAARD.........................................................................................................................................................................................................................................24 CENTRO EDUCATIVO BURLE MARX...............................................................................................................................................................................................................26 O PROJETO CRITÉRIOS...............................................................................................................................................................................................................................................................29 PARTIDO..................................................................................................................................................................................................................................................................30 A PROPOSTA..........................................................................................................................................................................................................................................................32 PROGRAMA............................................................................................................................................................................................................................................................34 BLOCO SENSITIVE.................................................................................................................................................................................................................................................36 BLOCO SENSORIUM............................................................................................................................................................................................................................................38 PAISAGISMO..........................................................................................................................................................................................................................................................40 EXPOSICAO SENSORIUM...................................................................................................................................................................................................................................44 BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................................................................................................................................65


imagem 01 - Obra Roden Crater I James Turrell

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INTRODUCAO Ç O Centro Cultural é um espaço arquitetônico destinado à apresentação de manifestações culturais das mais diversas modalidades. A escolha de um edifício como esse, reflete diretamente na análise do impacto social no meio ao qual está inserido, por interferir diretamente na qualidade de vida da comunidade local. A presença desta tipologia, além de valorizar o entorno, é responsável por representar uma fortuna simbólica e material, aumentando o repertório artístico e cultural das pessoas. Com o passar do tempo, o público se torna cada vez mais exigente, aumentando sua vontade de consumir boa cultura e diversificando as suas atividades de lazer, passam a frequentar cinemas, teatros, museus, ou lugares que não possuem fins lucrativos. Além de ser um espaço que agrega, juntando diferentes pessoas em um só lugar.

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imagem 02 - I Found My Silence I Eiko Ojala


TEMA Hoje as cidades, muitas vezes, são organizadas sem uma hierarquia clara, povoada por uma gama de edifícios que buscam demonstrar sua monumentalidade e perdem o senso com o espaço e com as pessoas que ali habitam. Do ponto de vista urbanístico, as cidades têm transferido cada vez mais suas atividades para o interior dos edifícios. O espaço público deixou de ser primordialmente um local de encontro. Os novos pontos de encontro não possuem uma identidade que faça parte do apego particular que os de décadas atrás possuíam. Já no que tange as tipologias dominantes, a busca pela verticalidade gera bloqueios visuais. Os muros que protegem as moradias se impõem aos transeuntes, criando paredões que em nada ajudam na sensação de segurança e pertencimento. Essa configuração urbana influencia diretamente na saúde das pessoas. As áreas verdes e de gabarito baixo acabam se tornando um espaço de escape, um oásis no meio do caos urbano.

imagem 03 - The Way of Color (2008), Série Skyspaces I James Turrell

A proposta para o Centro Cultural Sensorium em Águas Claras consiste em uma antítese à própria cidade e ao cotidiano caótico em que estamos inseridos, em busca de um silêncio (imagem 02). A palavra Sensorium significa “perceber pelos sentidos”, representa também a área do cérebro que é responsável por receber e integrar as sensações, percepções e interpretar o mundo ao redor. O centro Cultural busca desenvolver o espaço, não só como um simples ambiente, mas como uma obra de arte (imagem 03), as quais buscam conectar o espectador com algo imensurável, transcendendo os sentidos.

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imagem 04 - mapa Distrito Federal


imagem 05 - mapa Águas Claras

´ AGUAS CLARAS 15°50’28’’S, 48°01’44’’W

Região Administrativa (RA): XX Fundação: 16 de dezembro de 1992 (28 anos) Projetada pelo Arquiteto e Urbanista: Paulo Zimbres

Estado: DF Distância de Brasília: 19 km Área: 31,5 km² (4.714 hab/km²) Limites: Taguatinga, Vicente Pires, Park Way, Guará, Núcleo Bandeirante e Riacho Fundo

População: 145.490 hab. 0 a 18 anos: 21,89% 19 a 59 anos: 65,67% 60 ou mais: 14,45%

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ENTORNO

imagem 06 - diagrama hierarquia viária

imagem 07 - diagrama mobilidade

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n

l

Na face Sul do terreno está a Avenida das Castanheiras (via principal), na face Oeste está a Rua Buriti e na face Noroeste a Avenida Parque de Águas Claras, ambas vias de ligação (imagem 06). Entre as três vias apenas a Avenida das Castanheiras é a que trafega linhas de ônibus. Há duas paradas próximas ao sítio: uma a oeste, 14 metros e outra a leste, 206 metros (imagem 07). Além de duas estações de metrô, a Estação Arniqueiras a 412,85 metros e Estação Central à 834,56 metros (imagem 08). O fluxo de pedestres no local é intenso por estar na divisa da avenida que concentra boa parte do comércio, além da avenida onde se localiza uma das entradas do parque que abre às 6h e fecha às 22h. Na interseção entre a Avenida das Castanheiras e a Rua Buriti possui semáforos com uma faixa de pedestre. Dá suporte também ao local uma ciclofaixa ao longo de toda a Avenida das Castanheiras (imagem 07).O percurso em volta do espaço é bem sinalizado. Calçadas novas margeiam as vias. Na face sul, parte mais alta do lote, possui um alambrado como forma de segurança.

s

o Via principal - Via Coletora sentido único

Paradas de Ônibus

Via secundária - Via Local sentido duplo

Faixas de Pedestre

Via secundária - Via Local sentido único

Ciclofaixa

imagem 09 - diagrama entorno imediato

imagem 08 - diagrama hierarquia viária

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o Linha do metrô

8

s

o

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l

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n

l

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o

imagem 10 - mapa Entorno

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ENTORNO IMEDIATO

imagem 11 - diagrama dos usos do entorno

imagem 12 - diagrama alturas

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n

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O entorno imediato da área é de uso misto, tendo habitações, comércio e serviços (imagem 11), destacando-se a relação vizinha do sítio com o Parque de Águas Claras. A área onde está inserido é composta basicamente por edifícios, com gabaritos que chegam até 26 metros para os prédios residenciais e residenciais/comerciais, sendo que o comércio fica restrito ao térreo, e até 8,5 metros para as instituições (imagem 12). Há a presença de basicamente duas praças nas proximidades, a Tiziu e a Praça da Caesb (imagem 13). Apesar de existirem estacionamentos ao redor, viu-se a necessidade de propor um para o edifício (imagem 14).

s

o

s

o

Comercial, prestação de serviço, institucional

57 pavimentos

Comercial, prestação de serviço e institucional

26 pavimentos

Residencial exclusivo

20 pavimentos

Comercial, prestação de serviço institucional e industrial

12 pavimentos

Institucional - 1 equipamentos públicos

6 pavimentos

imagem 14 - diagrama estacionamentos

imagem 13 - diagrama das praças existentes

n

l

n

l

1

2

o Praças existentes

10

1- Praça Tiziu; 2- Praça da Caesb

s

o Estacionamentos existentes

s


imagem 15 - isomĂŠtrica Entorno Imediato

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VEGETACAO DO ENTORNO Ç imagem 17 - skyline

imagem 18 - árvores existentes

imagem 19 - árvores existentes

imagem 20 - árvores existentes

Águas Claras é conhecida como a cidade mais verticalizada do Distrito Federal e em meio a essa selva de concreto, os moradores buscam incessantemente espaços ao ar livre e áreas verdes. Apesar de possuir praças ao longo da cidade, e um grande parque, a cidade possui um ar impositivo devido as alturas dos edifícios. A vegetação da cidade é bem adaptada ao clima da região. Nas praças, a quantidade de árvores de pequeno e médio porte predominam, e no parque as de grande porte são as que se destacam. Devido ao desejo dos moradores em ampliar as áreas verdes da região, optamos por fazer uma integração entre a área construída e o parque, trazendo as espécies encontradas lá para dentro do paisagismo.

imagem 16 - diagrama altura da vegetação

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imagem 21 - isométrica Vegetação Entorno Imediato

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TERRENO imagem 22 - diagrama área total

O sítio está localizado no Lote 1.505, Bairro Norte de Águas Claras – DF (imagem 26), faz divisa com a Rua Buriti e a Avenida das Castanheiras. Com um caimento de aproximadamente 6% (imagem 25), possui um total de 6.104,59 m² (imagem 22), sendo 3890 m² de área aedificandi (imagem 23) com as dimensões a seguir: face leste 81,45m, sul 67, oeste 65,40m, noroeste 47,40 e nordeste 50m (imagem 24).

imagem 23 - diagrama área aedificandi

A = 6104 m²

A = 3890 m²

Área Total

Área aedificandi Afastamentos obrigatórios

imagem 24 - dimensões do sitio

50.00m 81.40m 67.00m 65.40m

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47.40m

imagem 25 - diagrama caimento do sitio

-

+


imagem 26 - isométrica Localização do sitio

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´ ´ ANALISE BIOCLIMATICA imagem 28 - diagrama solstício de veãro

imagem 27- diagrama solstício de primavera

O projeto foi desenvolvido levando em consideração o estudo das condicionantes e suas influências na área escolhida. As sombras do entorno projetadas no local, foram de extrema importância para o desenvolvimento de um projeto que alcançasse o melhor conforto térmico possível.

n

Por meio dos estudos das sombras, observamos as áreas que pegam menos insolação, podendo assim ter grandes aberturas e não havendo necessidade de haver grandes preocupações em relação ao tratamento de algumas fachadas.

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s

o 8h

n

8h

10h

12h

17h

8h

imagem 29 - diagrama solstício de outono

8h

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10h

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14h

10h

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8h

8h

imagem 30 - diagrama solstício de inverno

n

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o

14h

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17h

8h

8h

10h

12h

14h

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ANALISE BIOCLIMATICA imagem 31 - Diagrama ventos dominantes

n

l

Além dos principais fluxos de ventos, para amenizar as altas temperaturas das fachadas mais quentes, optamos por fazer aberturas anguladas no bloco Sensitive para emoldurar a vista do parque. Já no edifício Sensorium, por estar enterrado na terra e não receber tantas influências do sol na fachada externa, optamos por fazer uma grande fachada em vidro para integrar o edifício com o pátio externo.

s

o

O projeto foi elaborado, pensando nos principais fluxos de ventos, de modo a obter um melhor posicionamento das aberturas para que o vento pudesse entrar no edifício, tornando-o mais arejado e com a melhor temperatura térmica possível.

imagem 32 - Diagrama ventos úmidos

n

o

l

s

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o e s p i r i t o LOCCI do lugar GENIUS

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Segundo Ivo Renato Giroto¹ “ as cidades reproduzem ediliciamente sua história; inscrevem no território a condição humana de seus habitantes; narram espacialmente a realidade social que contém. A imagem da cidade é uma construção coletiva definida pela cultura de uma determinada população e que, materialmente, a representa. ” Em Águas Claras a característica que define o lugar é a agitação. A cidade tem movimento 24 horas por dia. A necessidade de movimento da população jovem, que é maioria, associada ao comércio local repleto de cafés, restaurantes e bares estimula a rotina frenética das pessoas pela cidade (imagem 33). Em contrapartida, percebe-se a busca das pessoas por locais mais calmos, que propiciem o contato com a natureza e o ambiente externo, é perceptível também o apreço da população por atividades físicas, sejam elas no interior dos edifícios ou ao ar livre (imagem 34).

imagem 33 - imagem comércio em Águas Claras

imagem 34 - imagem parque Águas Claras

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referenciais OBRAS

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imagem 35 - imagem esquemática Plassen Cultural Center

Plassen Cultural Center 3XN Architects Área: 5800 m2 Ano: 2012 Galeria · Molde, Noruega imagem 38 - diagrama localização - Noruega

imagem 36 - imagem esquemática Museu Moesgaard

Museu Moesgaard Henning Larsen Architects Área: 16000 m2 Ano: 2012 Espaço de exibições · Aarhus, Dinamarca imagem 39 - diagrama localização - Dinamarca

imagem 37 - imagem esquemática Centro Educativo Burle Marx

Centro Educativo Burle Marx Alexandre Brasil,Paula Zasnicoff Área: 1705.0 m2 Ano: 2009 Instituto · Brumadinho, Brasil imagem 40 - diagrama localização Minas Gerais

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PLASSEN CULTURAL CENTER Plassen é uma construção compacta, com três andares (imagens 43 e 44). Junto com o telhado, uma escada existente ao lado do edifício constitui um total de três anfiteatros ao ar livre que coletivamente acomodam vários milhares de espectadores. Além disso a escada ao lado do edifício é um elo essencial entre os distritos superior e inferior da cidade, atuando como um elemento conector (imagem 45). Todo o edifício é composto de uma série de transições fluidas entre palcos, galeria, café e espaços públicos e cria a ilusão de que os espaços interno e externo são um. imagem 41 - fachada principal

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imagem 42 - escadaria que liga dois bairros

imagem 43 - diagrama perspectiva explodida

A articulação dos espaços, foi um dos pontos de referência para o projeto Sensorium. Procurou-se dar a mesma fluidez e ilusão de integração dos espaços vazios. Outra referência utilizada foi a escada como elemento de conexão, permitindo o fluxo de pedestres pelo edifício e proporcionando um local de permanência (imagem 42).

imagem 44 - diagramas de composição da forma

imagem 45 - corte

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MUSEU MOESGAARD Construído para substituir a antiga sede do museu instalada em uma antiga fazenda do século 18, foi projetado para se integrar à topologia curvada do terreno, internamente o museu é organizado em vários terraços imitando escavações arqueológicas que gradualmente desvendam a história e cidades perdidas. Possui um telhado verde inclinado, que funciona como um belo mirante. O aproveitamento da luz natural no espaço interior, assim como várias outras características do museu, faz com que a eficiência energética seja maximizada no prédio, que é classificado como Classe de Energia 1, segundo as normas europeias. imagem 46 - vista aérea do edfício

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imagem 47 - cobertura Jardim

imagem 48 - diagrama da composição da forma

De forma a aproveitar a melhor vista do terreno, inspirou-se na ideia de uma cobertura inclinada que configura um mirante (imagem 42). A implantação sutil de um dos lados para somente do outro revelar a sua monumentalidade foi outro dos fatores usados como referência (imagens 48,49 e 50).

imagem 49 - implantação

imagem 50 - corte

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CENTRO EDUCATIVO BURLE MARX Construído em formato retangular sobre um lago artificial que ornamenta a paisagem, o pavilhão ligeiramente rebaixado fica em local estratégico, próximo à praça de acesso principal. Ela se desdobra em um amplo anfiteatro que leva os visitantes à biblioteca, aos ateliês e ao auditório. A cobertura do edifício funciona como praça e conecta diferentes partes do instituto. Com modulação de três lajes nervuradas e independentes, em 80 cm, racionalizou a montagem e eliminou a necessidade técnica de juntas de dilatação entre as colunas. imagem 51 - vista área do complexo

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imagem 53 - detalhes canteiro

Como inspiração deste projeto para o Sensorium o foco foi a cobertura/praça (imagem 55) que convida os pedestres, que passam pelas proximidades, para um passeio agradável com uma vista privilegiada. As angulações do paisagismo foram outro ponto de inspiração (imagem 54), juntamente com a solução dos canteiros (imagem 53)

imagem 54 - implantação

imagem 52 - Escadaria

imagem 56 - Corte

imagem 55 - foto do terraço

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c e nPROJETO tro cultural O

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´ CRITERIOS Gerar uma arte contemplativa que por meio da introspecção enfrentamos o mundo artificial. Ser um edifício praça. Respeitar o fluxo de pedestres. Promover espaços públicos de convívio. Ser uma escala gregária entre o caos urbano e o bucólico (parque).

imagem 57 - croqui mirante visto a partir da comercial

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PARTIDO No que tange a arquitetura, procurou-se promover um local de calmaria e introspecção, deixando a intensidade visual para as galerias que buscam proporcionar um ambiente de conexão do usuário com o seu Eu e com os arredores. Pensou-se em um espaço que pode apenas ser sentido e vivenciado. De forma a produzir um ambiente que proporcione essas sensações, optou-se por um estilo denominado “Arquitetura Silenciosa”. Essa arquitetura se opõem aos excessos de formas e estímulos visuais, optando por um estilo em que a simplicidade resulta em uma grande intensidade formal. Essa falsa simplicidade, afasta aqueles que buscam gratificação imediata dos sentidos e encanta aqueles que se permitem um envolvimento emocional mais prolongado com a arquitetura.

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imagem 58 - croqui edifício como um percurso


OASIS SOL

DECISÃO

TERRA

ELEMENTO

SENTIDOS

CAMINHO

TERRA

SENTIR

CONDICIONANTES

AGORA

VIRTUAL X REAL

TATO OLFATO

ILUSÃO

AUDIÇÃO

AR

VENTO

TEMPO

REALIDADE

CHUVA

INÍCIO

ÁGUA

INTANGÍVEL

VIVER

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SENSACOES

PALADAR

FOGO

PERCURSO VISÃO

APRECIAR

RESPIRO CAMINHO 31


A PROPOSTA A forma foi inspirada em um fluxo predominante (imagens 59), um caminho, onde começa na área comercial e segue em direção ao parque (imagens 62 e 63). Fazendo dessa maneira, uma transição da área residencial e o bucólico. Um fluxo do desenho que se transforma em aspecto agregador.

imagem 60- diagrama terreno original

imagem 61 - diagrama dos platôs criados

imagem 62 - diagrama do volume + fluxos

imagem 63- diagrama cobertura caminhável

A intenção da forma foi ser uma arquitetura silenciosa, e singela, onde das avenidas comerciais, surge um pedaço de terra que se levanta em direção ao céu, se tornando um mirante, permitindo a todos apreciar a vista do parque. Isso foi possível por meio da criação de um platô nivelado (imagem 61). Dessa forma, da comercial é possível avistar somente uma pequena porção do complexo, que mostra a sua monumentalidade na fachada oposta, mas sem perder a relação com a escala do observador.

imagem 59 - diagrama croqui gerador COMERCIAL

+

+

-FLUXO

PARQUE

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imagem 64 - isomĂŠtrica do complexo

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PROGRAMA

Sem os espaços públicos o complexo possui 2878 m2 (imagem 66) sendo dividido em dois blocos: o Bloco Sensitive -Bloco T - e o Bloco Sensorium - Bloco S- (imagem 67).

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Técnico

Social

Expositivo

O setor administrativo compreende toda a parte gestora, secretaria, sala do diretor, sala de reuniões, vestiário e copa. O setor expositivo subdivide-se em duas áreas: a exposição temporária e a permanente. Já a área pública, consiste em dois grandes espaços, sendo um deles destinado a interação entre os visitantes, com café 24h e um espaço amplo e flexível para abrigar as mais diversas atividades, como por exemplo, um coworking durante o dia e a noite servir como um espaço para happy hour. O social abrange o auditório que tem capacidade para até 220 pessoas e o café 24h que encontra-se no andar do coworking. A área técnica por sua vez engloba as áreas de apoio como almoxarifado, sala de ar condicionado, depósito para obras de arte e etc (imagem 68).

Administrativo

O programa foi dividido em 5 setores: administrativo, expositivo, público, social e técnico (imagem 65).

Público

imagem 65 - diagrama da setorização

r o t e S


imagem 66 - diagrama área total

ea Ár

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m2 87 7 =2 32

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imagem 67 - diagrama áreas dos blocos

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m2 B

fe le a t to ea Ár

Administração

249 m2

Exposição Temporária

360 m2

oS loc

en

A ive s it

30 14

Exposição Permanente

665 m2

m2

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S co o l B

imagem 68 - áreas dos ambientes

r iu so

3 =1

m2 57

A

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Espaço Público

Auditório + Foyer

855 m2

543 m2

Café

Área Técnica

23 m2

92 m2 35


BLOCO SENSITIVE O Bloco Sensitive possui uma grande área de convívio pública, onde está localizada um café 24hs e um espaço corporativo composto por um mobiliário flexível podendo possuir inúmeras tipologias de layout. Neste bloco está localizado também a área administrativa, técnica e o auditório, ambas áreas privadas.

imagem 69 - corte perpectivado Bloco T 2º pavimento

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1º pavimento


imagem 70 - perspectiva explodida Bloco T

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BLOCO SENSORIUM O Bloco Sensorium possui duas áreas de exposição: a exposição permanente (contendo um total de 665m²) e a exposição temporária (contendo 360m²), o bloco possuirá um funcionamento das 9:00 às 11:00 e das 14:00 às 19:00.

imagem 71 - corte perpectivado Bloco S

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imagem 72 - perspectiva explodida Bloco S

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PAISAGISMO O traçado urbano de Águas Claras conta com avenidas e alamedas, essas tiveram seus nomes inspirados na flora e por isso denominam-se Avenida Flamboyant, Avenida Ipê Amarelo, etc. Enquanto os nomes de suas praças foram inspirados na fauna do cerrado, a começar pelos pardais, beija-flor, tiziu, rouxinol e faisão. Desenvolvemos o nosso paisagismo com base nas árvores que se adaptam ao clima de Brasília e propomos inserir as espécies ao redor do terreno em nossa área, para que nosso centro cultural fosse um encontro de todas as praças da região. Outro fator bem importante para nosso conceito de edifício praça, foi conectar nossa área com o parque, por meio do paisagismo - buscamos trazer as espécies do parque para dentro do projeto. Com os novos usos propostos para a área, ficou oportuno a abertura de uma nova entrada do parque para integrar ainda mais o Centro Cultural Sensorium com a região de Águas. A cobertura elaborada possibilita diferentes formas de percurso enquanto que proporciona espaços de convívio, permanência e contemplação. A arquitetura não só como edifício, mas como obra de arte de apreciação. As angulações irregulares dos pisos fazem alusão a natureza, onde não há regularidades. Ao propor um piso que não se faz regular, trazemos o usuário ao presente, por ser necessário prestar atenção no caminho a ser percorrido. 40

imagem 73 - paisagismo


Legenda: 1-Mirante 2-Espaço de convivência 3-Estacionamento

1 ido so ido so

3

2

imagem 74 - implantação; esc: 1:500

41


C

Legenda: 2- Espaço de convivência 3- Estacionamento 4- Espaço Público 5- Café

5 A

A

ido so

4

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3

2 B

B

C

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imagem 75 - planta baixa N 4.50; esc: 1:500


C

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16

15

6

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A ido so

9

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ido so

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11

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13 12

17 20 18 21 19 22

A

23

3 24

28

Legenda: 3- Estacionamento 6- Foyer 7- Auditório 8- Banheiro PCD 9- Banheiro Masculino 10- Banheiro Feminino 11- Secretária 12- Sala de Reunião 13- Sala do Direitor 14- Copa 15- Vestiário Masculino 16- Vestiário Feminino 17- CFTV 18- Almoxarife 19- DML 20- A.C 21- Gerador 22- CEB 23- Depósito de obras de arte 24- Garagem 25- Espaço Conecte-se 26- Exposição Temporária 27- Hall Exposição Sensorium 28- Exposição Sensorium

25 27

B

26

B

C

A configuração da paginação de piso se mantém a mesma em todo o complexo, dessa forma cria uma maior integração entre os espaços internos e externos, ao mesmo tempo em que faz uma transição mais suave. O desenho de piso evidencia o caminho daqueles que só estão de passagem, ao mesmo tempo em que de maneira muito sutil mostra ao usuário quais áreas ele possui livre acesso (piso mais escuro), convidando-o a usufruir delas. imagem 76 - planta baixa N 0.50; esc: 1:500

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EXPOSICAO SENSORIUM Ç As exposições permanentes foram programadas para serem desenvolvidas ao longo de um percurso. A primeira sala consiste em uma experiência tátil, arte com tecidos e luzes (imagem 77), a segunda sala é composta por aberturas nas lajes onde a própria arte é a arquitetura, a luz se espalha no ambiente provocando ilusões de óticas (imagem 78), posteriormente segue uma sala coringa, que de três em três meses receberá uma nova exposição, depois uma sala de Respiro, onde possui uma grande cascata no centro de uma sala sendo um espaço de introspecção (imagem 79), a quinta sala é composta por pula pulas, para se conectar com a sua criança interior (imagem 80), a sexta sala possui pisos iluminados que se modificam de acordo com a interação dos usuários (imagem 81) e a última sala funciona como um outro coringa. imagem 79 - referência sala 4

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imagem 77- referência sala 1

imagem 78 - referência sala 2

imagem 80 - referência sala 5

imagem 81 - referência sala 6


C

4

3

B

1

2 5

6

7

B

C

imagem 82 - planta baixa N -2; esc: 1:500

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imagem 83 - corte AA; esc: 1/175

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imagem 84 - corte BB; esc: 1/175

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imagem 85 - corte CC; esc: 1/175

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imagem 86 - Vista a partir da comercial

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imagem 87 - Vista a partir da comercial

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imagem 88 - Vista a partir da calรงada lateral

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imagem 89 - Vista a partir do parque

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imagem 90 - Vista a partir do parque

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imagem 91- passagem


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imagem 92 - entrada auditรณrio


BIBLIOGRAFIA Os olhos da pele- arquitetura e os sentidos; Juhani Pallasmaa -bookman 2011 https://www.archdaily.com.br/br/01-18858/centro-educativo-burle-marx-arquitetos-associados https://www.archdaily.com.br/br/762174/museu-moesgaard-henning-larsen-architects?ad_medium=gallery https://www.archdaily.com/279891/plassen-cultural-center-3xn-architects?ad_medium=gallery https://3xn.com/project/plassen-cultural-centre https://arquitetosassociados.arq.br/centro-educativo-burle-marx/ http://dansk.com.br/novos-icones-arquitetonicos-o-museu-de-moesgaard/ https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.124/3576 https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.124/3576

IMAGENS imagem 01 - Obra Roden Crater I James Turrell; fonte: https://www.archdaily.com.br/br/910172/obra-roden-crater-de-james-turrell-sera-aberta-apos-45-anos-detrabalho?ad_medium=gallery imagem 02 - I Found My Silence I Eiko Ojala; fonte: http://ploom.tv/ (edição nossa) imagem 03 - The Way of Color (2008), Série Skyspaces I James Turrell; fonte: http://jamesturrell.com/work/thewayofcolor/ Imagem 41 a 45 - Plassen Cultural Center; fonte: https://www.archdaily.com/279891/plassen-cultural-center-3xn-architects?ad_medium=galler Imagem 46 a 50 - Moesgaard Museum; fonte: https://www.archdaily.com/590484/moesgaard-museum-henning-larsen-architects?ad_medium=gallery Imagem 51 a 56 - Centro Educativo Burle Marx; fonte:https://www.archdaily.com.br/br/01-18858/centro-educativo-burle-marx-arquitetos-associados Imagem 77 - Filament Mind I E/B Office New York; fonte: pinterest Imagem 78 - Villa 4.0 I Dick van Gameren architecten; fonte: https://www.archdaily.com/167781/villa-4-0-dick-van-gameren-architecten Imagem 79 - Smithsonian National Museum of African American History and Culture; fonte: https://www.archdaily.com/220462/update-smithsonian-national-museum-of-african-american-history-and-culture/nma_e100618_f2 Imagem 80 - Park ‘n’ Play I JAJA Architects; fonte: https://www.archdaily.com/884956/park-n-play-jaja-architects?ad_medium=gallery Imagem 81 - wonderWALL I Like Architects fonte:https://www.archdaily.com/598330/wonderwall-likearchitects/ Imagem 86 a 92 - renderização por Lucas Fraga; edição de imagem autoral

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