Cosmologia as aventuras de ben hur e padilha no espaço sideral ep 05

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Cosmologia As aventuras de Ben-Hur e Padilha no espaço sideral

Episódio 5: A manifestação da consciência Teoria da visão Inversa (RST*): Buscando outra explicação para o Universo

Por: J.R. SILVA BITTENCOURT

* RST: Reverse Sight Theory


Nos confins do Sistema Solar, nossos turistas do espaço preparam-se para voltar ao lar, depois de longa ausência. O futuro é incerto. Enquanto isso, BenHur e Padilha discutem a Teoria da Visão Inversa, na tentativa de buscar outras formas para entender o universo, fugindo à mesmice dos conceitos atuais. Padilha parece surpreso ao constatar que, mesmo que o universo não dê a mínima para os seus ‘pontos de vista’, os eventos em curso dependem da sua memória para ganhar sentido ou permitir a sua ‘manifestação’...


Ben-Hur: -Vimos que os processos envolvidos na formação da nossa memória, parecem depender da separação entre a luz e o espaço. É isso o que nos sugere o Princípio da Incerteza, da Mecânica quântica. Uma maneira de se separar a luz do espaço seria ‘quantizar’ a luz ou ‘empacotá-la’ e, no processo, reter o tempo. Caso o tempo perdesse as suas características de mensurabilidade, mesmo que transitoriamente, o conceito de velocidade instantânea perderia o sentido... Padilha: -Sem o tempo, não se pode medir movimento de qualquer espécie...


Ben-Hur: -Sim. Vamos ver o que nos diz Tipler (Paul Allan), no seu livro ‘Física para cientistas e engenheiros’, p.22, sobre o conceito de velocidade instantânea: ‘À primeira vista, definir-se a velocidade instantânea de uma partícula em um determinado instante parece impossível. Em um dado instante uma partícula se situa em um ponto específico. Se ela está posicionada em um ponto, como poderia se mover? Caso ela não esteja se movendo, como poderia possuir velocidade? Este paradoxo é resolvido se lembrarmos que, para se observar e definir um movimento, é necessário que se olhe para a posição do objeto em mais de um tempo’. T= zero

Partícula imóvel Tempo

T= zero

Em movimento Tempo T= 1


Ben-Hur: -Se a quantização fosse efetivamente capaz de reter o tempo do seu processo, como tudo indica, a ausência de movimento mensurável poderia sugerir a formação de uma curvatura no espaço ao redor da partícula, devido à retenção transitória da luz até o espalhamento do pacote...

Não haveria informações sobre o tempo enquanto a luz fosse ‘empacotada’, e ela e o espaço fossem separados entre si. A força aponta no sentido contrário ao do esticamento do espaço...

Luz

Estrela ainda invisível

? F

Tempo =Simulação de curvatura no espaço

Observador Luz se quantizando (trabalho negativo)


Ben-Hur: -Uma vez encerrada a fase de quantização, o que se evidencia no espalhamento dos fótons junto ao observador, a seta do tempo já surge invertida e apontando, de forma continuada, para o passado da abóbada celeste. A exclusão do registro de tudo o que havia ‘antes’ do espalhamento, sugere que a inversão (aparente) da seta do tempo e o início da sua contagem, estariam relacionados com a atuação da memória do observador...

Nasce uma estrela! Ah! Uma estrela...

A força aponta no sentido contrário ao do relaxamento do espaço...

F A estrela é avistada instantaneamente

Luz

Inversão no sentido da seta do tempo

Observador

Luz se espalhando (trabalho positivogravidade): a curvatura do espaço se desfaz


-Nos diagramas abaixo, vê-se a explicação teórica da RST para o império do movimento circular e uniforme. Ela se baseia na variação velada da densidade solar e do seu volume, ao longo do tempo, mesmo que a sua massa seja conservada. Em (1) o Sol se encontra ocupando o centro do círculo (focos 1 e 2 em superposição), situação que vivenciamos todos os dias; em (2) e (3) o volume do Sol diminui e a sua densidade aumenta (sem registro). O ‘esticamento’ do espaço contrai o tempo e retém a luz do Sol, impedindo o acesso direto ao interior do cone de luz futuro da nossa estrela. Quando esse tipo de trabalho pode ser descrito pela luz, depois do seu espalhamento aparentemente contínuo, ele sugere ser negativo (primeira fase do movimento harmônico da luz) com a força apontando na direção do planeta; (4) Mesmo sem abandonar a sua posição anterior no espaço, o planeta seria levado ao afélio (ponto em que a Terra estaria mais afastada do Sol).

1

2

Órbita circular (aparente)

Órbita elíptica

F1 F1

F2

periélio/ afélio

F2

Força

Luz

afasta

Sol

3

Antigravidade

4

Órbita elíptica

F2

F1

Força

Luz

Órbita elíptica F2

F1

afélio Luz

Antigravidade

Força

Antigravidade


Padilha: -As órbitas reais dos planetas não poderiam ser elípticas se o Sol, de alguma forma, não estivesse influenciando os dois focos da elipse simultaneamente. Mesmo assim, a elipse não poderia ser evidenciada na prática, pois o aumento da densidade do Sol se tornaria fictício por reter a luz, até a sua polarização parcial... Ben-Hur: -No gráfico (5) o espaço inicia a perder curvatura, sendo acompanhado da perda de densidade (não de massa) por parte da estrela. Mesmo sem sair do lugar que ocuparia no espaço, a Terra iniciaria um movimento aparente de aproximação em relação ao Sol. Os focos da elipse tendem a se superpor sobre o centro, embora essa posição jamais seja alcançada. O observador ‘recebe’ a luz espalhada em (7), sem ter qualquer noção sobre a existência dos estágios anteriores. Isto é, para o seu ponto de vista o gráfico (7) é o único real: o Sol não apresenta variações do seu volume enquanto se desloca sobre a eclíptica... Órbita elíptica

Órbita elíptica

5

4 F2

F1

F2

F1

afélio

Inversão

6

7

Órbita elíptica

F1

F2

Órbita circular (aparente)

F1

aproxima

F2

Sol

periélio


-A única fonte de informações sobre a geometria do espaço reside na luz (radiação eletromagnética). A partir do seu espalhamento, a luz já se encontraria na 2a. fase do seu MHS, onde seria esperada a restauração positiva da força, acompanhada de aceleração do movimento. Paradoxalmente, a gravidade iria aumentar quando o Sol perdesse densidade, levando o planeta a se aproximar, mesmo que de forma aparente. Resta como realidade física o diagrama (7). A alegação da RST é que a quantização da energia teria nivelado os extremos energéticos da radiação, antes do seu espalhamento junto ao observador. Isto é, mesmo se variasse a sua densidade para mais ou para menos, o volume do Sol seria conservado durante o seu movimento aparente sobre a eclíptica.

Gravidade como única força a atuar em larga escala no Universo do espaço-tempo.

(7)

Força Periélio

Centro

Afélio

Raio médio da elipse orbital

Movimento circular aparente


Ben-Hur:-Para o ponto de vista do observador, o nosso Sol não varia o seu volume ou a sua massa enquanto passeia sobre a eclíptica. Algo semelhante seria esperado para um observador que estivesse nas proximidades de Júpiter, e olhasse na direção do Sol. O império do movimento circular continuaria lá. Padilha: -Porém, no caso de Júpiter, a intensidade da luz solar iria diminuir de forma diretamente proporcional à distância em que o planeta estaria colocado... Ben-Hur: -Esse é o problema com a nossa avaliação tardia dos eventos. A RST acena com a possibilidade de que, em razão da flutuação velada na densidade do Sol, a curvatura média no espaço, que rege a órbita de Júpiter, não seria a mesma a gerenciar a órbita terrestre. Ou seja, o Sol teria capturado Júpiter em condições diferentes, colocando-o em uma outra dimensão do tempo...

Gravidade como única força a atuar em larga escala no Universo do espaço-tempo.

Centro

Periélio Força

Afélio

Júpiter

Raio médio da elipse orbital

Movimento circular aparente


Padilha: -Ora, isso não se encontra em nenhum tratado de Cosmologia... Ben-Hur: -Realmente, é uma proposta ousada, mas que encontra respaldo em alguns indícios. Por exemplo, os planetas gasosos (ou de gelo) mais exteriores, de acordo com os dados fornecidos pelas voyagers, emitem mais luz para o espaço do que a recebida diretamente do Sol. As altíssimas velocidades dos ventos não encontram explicação numa região do espaço tão fria, e desassistida pela intensidade da radiação solar. Por outro lado, a curvatura do espaço ao redor de Júpiter é tão rasa, que ele se inclina muito pouco sobre o seu eixo. O planeta, por isso, não conta com variações sazonais, como no caso da Terra. Esses mistérios se tornaram insuperáveis, devido à nossa dependência em relação à luz e outras formas de irradiação... Inclinação dos eixos planetários

Terra 23 graus

Marte 25 graus

Júpiter 3 graus


Padilha: -A única solução plausível seria enviar um observador para Júpiter, e pedir que ele olhasse na direção do Sol. Como já temos a noção natural das dimensões do nosso Sol, quando visto da Terra, poderíamos esperar que o nosso astronauta nos arredores de Júpiter pudesse notar possíveis diferenças no brilho da nossa estrela. Isso não seria possível para uma sonda... Ben-Hur: Veja bem. Tal como na Terra, a polarização da luz iria nivelar os seus extremos energéticos (para o ponto de vista do astronauta), de tal forma que o volume do Sol se conservaria o mesmo ao longo do tempo, tanto aqui quanto lá. Mesmo assim, o ‘volume médio’ da estrela seria maior do que o esperado, quando visto de Júpiter (não se sabe exatamente quanto). Com isso, o aumento das distâncias seria compensado por uma maior emissão de luz e calor para o espaço, por parte do Sol... Mas, já passamos por Júpiter há algum tempo atrás. Poderíamos ter respondido a esta pergunta!

Bem, tudo estaria resolvido, se não fôssemos uma criação mental do Bittencourt...


Padilha: -O observador, na Terra, avalia os eventos distantes de forma aparentemente instantânea. A própria radiação emitida pelo Sol passou, depois do seu espalhamento, a estar inteiramente à nossa disposição, para ser rastreada na direção do passado. Mesmo assim, isso não significa que a luz teria percorrido instantaneamente 150 milhões de quilômetros no espaço... Ben-Hur: -O tempo retido anteriormente é imaginário, como se fosse um movimento intrínseco (como o spin). Isto é, passou a estar contido no próprio observador, por um princípio de exclusão de acesso direto ao futuro. Para ele, somente existe o que pode ser lembrado...

Antigravidade

Inversão da seta do tempo

Estica

Invisível Afasta

Gravidade Contrai

F Antes do espalhamento Luz

F visível instantaneamente Depois do espalhamento Luz

Aproxima

Quantização: -O tempo é um movimento negativo (intrínseco)

Espalhamento: o tempo e a inflação se projetam instantaneamente (e com atraso) na abóbada celeste.

Em azul: O que não existe

Em amarelo: -O que existe


Ben-Hur: -Surge a discussão sobre a velocidade da luz como sendo parte de um pacote, que nos seria entregue pronto pela natureza. Assim como acontece com o Doppler, não se pode afirmar que a luz das estrelas (radiação) teria se deslocado anteriormente no espaço (e de forma absoluta), a 300.000 km/s. Como dependemos do espalhamento dos fótons para vermos os corpos celestes, pode-se incluir a hipótese de que a luz teria estado sempre ao nosso lado...


Padilha: -Esta seria a única explicação plausível para a tese de Newton, de que a gravidade atuaria instantaneamente e à distância. Será que ele estava certo? Ben-Hur: -A RST defende a ideia de que o universo seria estático ‘fora’ do tempo. Acontece que a nossa memória não subsistiria nestas condições, o que sugere que nada há para além do tempo. O observador é um prisioneiro dos seus próprios pontos de vista...

De onde vim? Para onde vou?


Ben-Hur: -A dependência que o observador tem em relação à informação, e a forma defasada com que descreve a realidade física em todos os níveis da matéria, cria paradoxos que encontram apenas soluções teóricas. O observador e a fonte de luz que o aquece - o Sol - ocupam, supõe-se, a mesma dimensão do tempo. Isto é, sem importar as distâncias que os separam, ambos estão no presente...


Ben-Hur: -Esta pseudodualidade de posições assumida pelo observador, de estar no presente e ao mesmo tempo olhar para ele com atraso, não é física e sim, consciencial. De qualquer forma, olhar para o presente do universo ‘como se estivesse no passado’ implica em que o observador poderia estar confundindo o futuro com o próprio presente. Padilha: -Isto é compreensível, pois ele depende do aporte ‘contínuo’ da informação: só existe o que pode ser lembrado...


Ben-Hur: -Assim que a fonte pode ser lembrada, ela é avistada instantaneamente. Neste momento, porém, o observador já se encontra olhando de volta para o passado. Portanto, ele estaria assumindo o mesmo tempo das imagens que projeta... Padilha: -Este pensamento coincide com o de Giordano Bruno, que defendia uma Cosmologia Omnicêntrica. Ou seja, em que ‘o centro está em qualquer parte em que haja alguém que observe, e a periferia está em nenhum lugar’...

Sol

Imagem no passado

Centro


Ben-Hur: -Mesmo que a memória do observador fosse descontínua, este detalhe não teria peso na sua avaliação, pois, logicamente, não poderia ser notado. Ser exilado no passado, ao nível das informações que utiliza, poderia explicar o porquê de o movimento real do tempo ser sempre na direção do futuro. A inversão no sentido da seta do tempo, que parece apontar no sentido contrário, torna-se aparente. Imagem

1a Fase do MHS da luz Fonte invisível

Para o futuro

www

www

Estica F

Antes

Sol

xa a l e R

Para o passado F

Depois

Sol

2a Fase do MHS da luz Imagem Sol

Imagem Sol

F

F

www Para o passado Depois

Depois

Instantâneo

2a Fase do MHS da luz

www

Para o passado


Ben-Hur: -Pode-se resumir o problema dizendo que o observador ‘não se lembra’ da 1a. fase do MHS da radiação e, pelo menos do seu ponto de vista, somente existe o que pode ser lembrado. No caso, é unicamente a 2a. fase do MHS que ele vê sendo projetada na abóbada celeste com atraso, e de forma aparentemente contínua ... Doppler

Imagem

Lu

z

instantânea

ww

F

w

e d a

d

i v a

r

G Depois Centro

Depois

2a Fase do MHS da luz (de espalhamento dos fótons)


Ben-Hur: -Se a inflação estivesse ocorrendo em tempo real, nós não poderíamos nos lembrar dela. Padilha: -Isso já foi comentado... Ben-Hur: -O motivo é que, quando o espaço se esticasse além de certos limites, o tempo seria contraído de tal forma que as informações seriam retidas, mesmo que transitoriamente. No caso, não existiria inflação que pudesse ser lembrada, pois não há movimento mensurável na ausência do tempo...

Es

tic a

ww w

F

Antes do espalhamento - Quantização da luz

Expansão

Antigravidade

1a Fase do MHS da luz - Não pode ser lembrada


Ben-Hur: -Através do Doppler, nós vemos a inflação do mesmo modo como vemos as estrelas: com a aparência que ela apresentava no passado... Padilha: -Para termos lembrança da inflação seria preciso, então, inverter o sentido da seta do tempo? Ben-Hur: -É aí, que entraria o ponto de vista do observador. A dilatação do tempo deveria surgir ‘quando o espaço já estivesse se contraindo’, o que estaria permitindo o acesso às informações... Padilha: -Por quê, então, não se vê nenhum indício direto do movimento de contração do espaço?


Ben-Hur: -A inflação seria a responsável pela projeção das informações no passado, e não pelo retorno das mesmas ao observador. Já a contração do espaço criaria as condições favoráveis para o acesso às informações que dariam conta da expansão. No processo, o espaço seria blindado quanto ao acesso direto, por parte do observador. Por isso, as informações sobre a inflação ‘desbancariam’ as que poderiam dar conta da contração... Padilha: -Complicou...


Ben-Hur: -Para uma corrente de físicos teóricos, a vida inteligente não poderia existir na fase de contração do universo, devido ao problema da entropia. No entanto, face à esperada contração do tempo, durante a fase expansionária, a vida até poderia existir naquelas condições, mas a consciência não teria como se ‘manifestar’. Se o paraíso fosse um lugar sem tempo, gerado na fase expansionária do universo, a vida inteligente teria que ser expulsa de lá, na forma de energia em movimento, para poder tomar consciência do que existiria à sua volta...


Ben-Hur: -A inflação criaria as condições favoráveis para o surgimento da vida no campo físico, mas seria uma espécie de barreira para a forma de inteligência que conhecemos, estruturada sobre o tempo. Padilha: -Você se refere à memória do observador... Ben-Hur: -Sim. Nós interagimos com o universo sempre fora do seu próprio tempo, embora não se possa afirmar que o tempo existiria na fase inflacionária...

Com que finalidade alguém criaria um Universo que não pudesse ser lembrado, ou cuja beleza não pudesse ser admirada?


Ben-Hur: -A ‘inversão’ no sentido da seta do tempo na posição do observador, envolvida com o início da sua dilatação, teria sido providencial para a manifestação da fase expansionária, mesmo com um atraso inerente. Na realidade, a seta do tempo continuou apontando para o futuro e não para o passado, como se supõe. A inversão resultaria apenas de um princípio de exclusão entre as fases. Padilha: -É aquela história do elástico, em que as fases de esticamento e a de relaxamento existem, mas são excludentes entre si...


Ben-Hur: -O efeito da inversão aparente da seta do tempo parece ter confundido a nossa avaliação tardia dos eventos, levando-nos ao estágio atual de interpretação, em que a inflação, inesperadamente, parece cursar na presença de aceleração contínua. Da mesma forma, a luz das estrelas parece estar chegando da abóbada celeste, embora sempre tenha estado por aqui. É possível que a inflação, como um trabalho negativo da força, tenha ‘projetado’ a nossa consciência no passado, embora tudo mais no universo continue no presente... Padilha: -Complicou novamente...


Ben-Hur: -A seguir, Bittencourt sugere, em três diagramas, uma solução teórica para explicar o pensamento de Newton sobre a atuação instantânea da gravidade. Padilha: -Depois de Einstein ter demonstrado que nada poderia se deslocar mais rápido do que a luz (300.000 km/s), nem mesmo a informação, muitos estudiosos concluíram que Newton estava errado. Einstein, no entanto, mostrou-se cauteloso a respeito... Universo estático - MHS: ‘mola’ do espaço em repouso.

? ww Luz w

Estrela invisível

Força (F) = zero

-A luz já estava na Terra, mas a estrela não poderia ser avistada (ainda).

Diagrama (A)


Ben-Hur: -No diagrama (B) a luz da estrela, que já se encontrava junto ao observador, entraria na fase de quantização ou de formação do pacote de energia (fóton). Apesar de ser um movimento negativo e que apontaria para o nível subatômico da matéria, o diagrama extrapola o efeito expansionário para ‘fora’ do observador: o espaço se estica e se curva. A luz se projeta na direção da fonte, enquanto a força aponta no sentido contrário ao do esticamento do espaço...

Diagrama (B) Luz

?

sti ca

ww Luz w E

Luz

F

Estrela invisível Luz

Expansão

1a. Fase do MHS da luz-radiação -Expansão


Ben-Hur: -O diagrama ‘C’ ilustra o espalhamento dos fótons, e a inversão aparente na seta do tempo. A luz parece chegar continuamente do espaço, a partir do nosso passado. Esta seria a única fase do processo, em que as informações sobre o tempo se tornariam acessíveis. O tempo anterior, que seria esperado para o deslocamento da luz da fonte, não existe na prática. O marco zero do tempo se fixa para sempre na posição do observador, e ele passa a depender do desempenho da sua memória... Diagrama C Fo

A estrela é avistada instantaneamente, mas com a aparência que tinha no passado...

rça Luz

Gravidade

w

ww

Luz

F

rça

Re Luz lax a

Fo

Tempo = zero

a

Luz

ç or

F

A contração do espaço revela a presença da fase expansionária...


Ben-Hur: -Quando se trata do nosso ponto de vista como observadores isolados, a luz de uma estrela distante assumiria uma pseudodualidade de posições. Na primeira situação, ela se encontraria no caminho entre a estrela e a Terra, e a fonte (estrela) não poderia ser avistada até o espalhamento da sua luz. Isso acontece porque são os quanta espalhados na Terra que nos permitem ver a estrela, seja através do telescópio ou a olho nú. Acredita-se que há tantas estrelas nestas condições, quanto aquelas que já podem ser vistas atualmente... Esticamento do espaço (Expansão): -O trabalho negativo da força retém a luz dentro do cone de luz futuro da estrela. Espaço

Força

Futuro

Antigravidade

Estrela invisível antes do espalhamento dos fótons

Luz

www

Tempo imaginário

Presente Luz


Ben-Hur: -Na segunda situação, a luz se espalha na posição do observador. Como não havia um tempo que pudesse ser medido no futuro, a seta do tempo parece sofrer uma inversão no seu sentido, apontando continuamente na direção do passado. Padilha: -A inversão se torna aparente... Ben-Hur: -De fato. A seta continua apontando na direção do futuro, mas é unicamente do passado que o observador pode se lembrar. A luz parece chegar continuamente da abóbada celeste, embora sempre tivesse estado lá. Como está na dependência da sua memória, o observador vê a expansão sendo projetada com atraso lá fora, mas de forma instantânea. O movimento existe apenas no passado, porque está na dependência da mensurabilidade do tempo. Isso atribui aceleração contínua ao movimento observado para as galáxias, quando se utiliza o efeito Doppler... A estrela se torna visível instantaneamente (e de forma contínua) depois do espalhamento dos fótons. Passado

w

w

a

ç For w

Inversão da seta do tempo

Imagem da estrela

Luz

Tempo no passado

Gravidade

F

Espaço

Presente

Contração do espaço, dilatação do tempo no passado


Ben-Hur: -Pela visão atual dos astrônomos, o espaço seria curvado diretamente pela massa de uma estrela como o nosso Sol, gerando gravidade por conta de um trabalho positivo da força. Quando a luz da estrela alcança a Terra, as alterações da geometria do espaço ao seu redor são avaliadas por rastreamento remoto (Doppler), e sempre com atraso. 8 minutos?

Visão atual: o Sol curva o espaço diretamente

Terra sendo atraída diretamente pela massa do Sol

Doppler Espaço Força

Gravidade

Tempo

(8 minutos)


Padilha: -Você acredita que negligenciar a existência de um tempo imaginário, ou que não pudesse ser medido ‘antes’ da chegada da luz das estrelas, teria reflexos diretos sobre a orientação das forças que atuam no espaço-tempo, como é o caso da gravidade? Ben-Hur: -Sim. Uma estrela não poderia curvar o espaço diretamente e, de forma simultânea, comunicar o evento na Terra, pois a expansão do espaço viria acompanhada da contração complementar do tempo. As informações que dariam conta da curvatura do espaço só se tornariam acessíveis com atraso, ou durante a dilatação do tempo (contração do espaço)...


Ben-Hur: -Para a ‘Teoria da Visão Inversa’, a interação com as estrelas se faz através da luz (radiação eletromagnética). Ou seja, o espaço não poderia nos comunicar as alterações da sua geometria de forma direta. Nestas condições, o trabalho de esticamento do espaço seria negativo, e teria as informações incorporadas na 1a. fase do MHS da luz, o que é notavelmente evidenciado no conjunto massa-mola... Interpretação: O espaço depende do seu mensageiro (luz) para comunicar, secundariamente, a sua curvatura. Por isso, o trabalho de esticamento do espaço assume uma natureza negativa (1a.fase do MHS): a força aponta no sentido contrário ao do esticamento, retendo a luz transitoriamente.

F Sol

Luz Estica

F = força

Espaço


Padilha: -Neste tipo de abordagem estamos considerando, apenas, a forma como o observador tenta se ‘comunicar’ com o universo utilizando o mensageiro do espaço, no caso, a luz... Ben-Hur: -As estrelas parecem não dar muita importância para os nossos pontos de vista, mantendo-se à margem do processo utilizado. O movimento harmônico simples, realizado pela luz, e o movimento circular e uniforme estão intrincadamente relacionados...


Ben-Hur: -É devido à íntima relação entre o MCU (movimento circular e uniforme) e o MHS, que vemos a luz se deslocar, depois do espalhamento dos fótons, na forma de ondas. -Padilha: -Se houvesse ondas mensuráveis antes do espalhamento citado, não haveria uma incerteza na posição da fonte. Estou certo?

Fonte (estrela)

Antes Luz

Ondas imaginárias

Antes que a luz da fonte se espalhasse na posição do observador na Terra, não existiriam ondas reais que pudessem estar se polarizando, para resultar posteriormente no Efeito Doppler. Esta conclusão se pode tirar do raciocínio de que não se poderia medir diretamente o tempo, dentro do cone de luz futuro da estrela. Sem a medida do tempo, não existe movimento (definição de ‘velocidade instantânea’ de uma partícula).


Ben-Hur: -Sim. Por ser cíclico, o MHS pode ser descrito em termos de seno e cosseno. A única diferença entre os dois é que o primeiro se inicia no ponto de repouso da onda, e o outro na posição de máxima energia. Para definir-se o início do movimento da luz teríamos que conhecer a posição exata da fonte, o que é impossível quando se trata de uma estrela. Isso resultaria no virtual nivelamento energético do espectro de Maxwell na posição do observador, onde a luz se espalha... Fonte em posiTempo = Zero ção incerta

Seno

Cosseno

Fonte em posição incerta

Tempo = Zero

Cosseno

Seno

Terra

Terra

Antes

Depois

Antes = Espalhamento dos fótons

Depois


Ben-Hur: -Durante muitos séculos a observação do céu noturno, utilizando diretamente a luz emitida pelas estrelas ou refletida pelos planetas, manteve a humanidade refém do movimento circular e uniforme. A Terra ocupava um lugar sagrado, no centro do universo. O círculo era o símbolo da perfeição divina.

Vênus

Terra

Modelo geocêntrico do Sistema Solar (Ptolomeu)

Sol


Ben-Hur: -Ao concluir que as órbitas dos planetas ao redor do Sol formavam uma elipse ao longo do tempo, Kepler colocou o movimento circular em cheque. Em outras palavras, foi um dos poucos astrônomos, de toda a nossa história, a escapar do jugo da radiação eletromagnética. Na prática, a luz refletida do Sol pelos planetas nos impede de evidenciar diretamente o movimento elíptico, devido ao seu movimento periódico (MHS)... Sol Foco F1

Foco vazio

Elipse Periélio

Sol

Foco vazio

Afélio

Planeta Movimento real dos planetas: -Um planeta acelera quando se aproxima do Sol (no periélio), e desacelera quando se afasta (no afélio).


Ben-Hur: -Observando Marte à noite, J.Kepler percebeu que as órbitas dos planetas não poderiam ser circulares. É que Marte parecia, em dados momentos, recuar na sua órbita, em relação à Terra. Se a órbita do planeta vermelho fosse circular a sua velocidade deveria ser constante, em módulo, ao longo do tempo... Projeção do looping de Marte no céu noturno

Sol

Terra

Marte

Linha d

e visad

a do ob

servad

or

Por ser um planeta que ocupa uma órbita mais externa em relação ao Sol, Marte se movimenta de forma mais lenta do que a Terra. A análise do movimento de Marte, pela luz refletida do Sol, sugere falsamente que ele recua na sua órbita, dando verdadeiros ‘loopings’ no céu noturno.


Ben-Hur: -A explicação para a soberania do movimento circular, que se verifica ainda nos dias atuais, poderia estar no nível subatômico da matéria, e não na macroestrutura do universo. Deixemos o que está do lado de fora, por um momento, e vamos nos concentrar nas fases do MHS da luz que, em última instância, é quem nos fornece a maioria das informações disponíveis sobre os astros distantes...


Ben-Hur: -Sabe-se que as partículas subatômicas, para terem a sua presença registrada de alguma forma, precisam ser iluminadas. A 1a. fase do MHS se caracterizaria por reter a luz, o que tornaria a partícula invisível (A). Para todos os efeitos, o que existe é a 2a. fase do MHS, pois ela viria acompanhada do espalhamento dos fótons...

(A) mola esticada: trabalho negativo

(B) F

F

Elétron

Visível

Elétron n2

n1

nt

Núcleo

me

n1

En

er

gia

au

n2

a

Invisível

n1, n2 = Níveis de energia

Núcleo

Um fóton é emitido com energia E=hv


Padilha: -Surge, aí, o problema das forças coulombianas... Ben-Hur:-Sim. Ao emitirem luz as partículas perderiam energia, e tenderiam a espiralar na direção do núcleo do átomo, o que não acontece na prática. Padilha: -Não acontece? Ben-Hur: -Se assim fosse, o átomo teria as mesmas dimensões do seu núcleo...


Padilha: -E como isso seria possível? Ben-Hur: -A solução seria considerar que o observador depende totalmente da sua memória, o que não acontece com o que existe do lado ‘de fora’ dela. A palavra ‘memória’ subentende que o tempo envolvido está no passado. Se, antes disso, o tempo se contraísse além de certos limites na fase expansionária do espaço, as partículas subatômicas iriam desaparecer da sua visão, mesmo continuando lá, pois ‘não poderiam ser lembradas’.

?


Ben-Hur: -A raiz do problema estaria no espaço, que nos teria deixado, como legado, apenas a informação. Se ele se contraísse ou se expandisse, não teríamos como saber disso diretamente, pois ficamos para sempre na dependência do espalhamento dos fótons. É como se a própria informação pudesse curvar o espaço, do nosso ponto de vista... Padilha: -Nossa!

Essa não é uma das Voyager? Estamos mesmo longe de casa...


Ben-Hur:-Para tentarmos unificar a macro e a microestrutura do universo, não deveríamos dar tanta importância para o achado de que as leis funcionam desta ou daquela maneira, num nível ou no outro. O que importa, é que a forma com que se interage com a matéria é a mesma nos dois níveis. Ou seja, dependemos unicamente do espalhamento dos fótons, e não das prováveis distâncias que eles teriam percorrido anteriormente. Isso pode ser resumido em duas palavras: rastreamento remoto...

A informação quantizada (fóton) seria capaz de curvar o espaço, quando se tratasse do ponto de vista do observador...


Padilha: -Se o observador não consegue ver nada na direção do seu futuro, só lhe resta olhar no sentido contrário... Ben-Hur: -Esta impossibilidade estaria relacionada com a contração do tempo no nível subatômico, durante a quantização da luz. Nós imaginamos que lá fora a massa do Sol seria capaz de curvar diretamente o espaço, e reter a sua luz por 8 minutos dentro de um cone reto, pois esse é o tempo que se obtém pelo rastreamento da própria luz. O ‘cone de luz futuro’ do Sol resulta, portanto, do acréscimo não autorizado do tempo às outras duas dimensões do espaço. Padilha: -Mas...as dimensões do espaço não são três, a saber, largura, comprimento e profundidade?


Ben-Hur: -Veja bem, isso acontece no espaço-tempo, quando você já está olhando para a imagem do Sol que surge instantaneamente, mas com a aparência de 8 minutos atrás. Como não há tempo mensurável no futuro (diagrama A), o cone não tem profundidade real. Além disso, o tempo, como dimensão, seria anterior à profundidade do espaço, pois é ele que nos dá a ideia do cone de luz reto (B)...

Sol real em posição incerta

(A)

Terra

Sol real em posição incerta 8 minutos

4 minutos

(B)

2 minutos Imagem

A Terra e o Sol ocupam a mesma dimensão do tempo (presente).

Terra


Ben-Hur: -Como o Sol é visto sempre fora da sua posição real o desaparecimento do seu cone de luz futuro, pela contração do tempo, sugere que teria havido um virtual nivelamento dos extremos energéticos do espectro de Maxwell. Isto é, mesmo que o espaço tivesse se curvado ‘antes’ do espalhamento da luz na Terra, ele permaneceria virtualmente plano e bidimensional. Acontece que não há como se medir movimento na ausência do tempo. Por isso, o Sol não poderia irradiar luz na forma de ondas. Coincidência ou não, Einstein previu que a luz utilizaria o seu aspecto de corpúsculo para percorrer o espaço, e não o de onda. Estamos usando uma forma diferente para dizer a mesma coisa... Antes do espalhamento dos fótons, o verdadeiro Sol ocuparia posição incerta no espaço.

Quantização

Sol

Luz

Força Terra

Observações sobre o comportamento da luz dentro do cone do futuro do Sol: 1. O tempo não pode ser medido ali dentro, pois, quando o espaço se esticasse, levaria à contração do tempo; 2. Sem tempo não se poderia medir o movimento da luz (que ficaria transitoriamente retida) e nem a profundidade do espaço; 3. O observador não poderia ver a imagem do Sol enquanto o espaço retivesse a luz, pois é ela que porta as informações necessárias para isso; 4. Como o espaço dependeria da luz para comunicar as alterações da sua geometria, sempre com atraso, do ponto de vista do observador ela sempre esteve na Terra. A partir dali, a luz teria sofrido o processo do seu empacotamento (quantização).


Ben-Hur: -A luz não poderia ser ‘rastreada’ no futuro. Assim, o processo da quantização da energia passaria pela posição do observador. Quando a luz se espalhasse, ele poderia avistar as estrelas instantaneamente, pois, na prática, não existe um tempo anterior, destinado à quantização. Neste momento o observador ‘desperta’ e se confunde, porque não percebe que teria ficado refém da sua memória. Para ele, somente existe o que pode ser lembrado. O problema é que, quando a luz se espalhasse (2a. fase do MHS), o observador veria a projeção da fase anterior (1a. do MHS) na abóbada celeste, como se essa luz ainda estivesse dentro do cone de luz futuro do evento...


Padilha: -A confusão que se estabeleceu, a partir daí, parece ser perfeitamente aceitável, com a expansão surgindo como um movimento tardio, cuja presença teria sido revelada pela dilatação do tempo, e não pela sua contração... Ben-Hur: -Raciocinando com calma, percebe-se que a aceleração e a gravidade, além de serem conceitos equivalentes, deveriam decorrer do movimento de restauração positiva da força. Isto é, a 2a fase do MHS da luz, presente no conjunto massa-mola, seria a única a cursar na presença de aceleração do movimento...

Tempo no passado (memória)

Tempo imaginário (futuro)

Expansão+aceleração Gravidade Antes

F

Expansão+desaceleração

Antigravidade

Depois

F Inversão Espalhamento dos fótons


Padilha: -Entendi. As duas fases do MHS, apesar de serem excludentes entre si, teriam os seus efeitos misturados: a expansão do espaço (1a. fase) se associa com a aceleração, presente na 2a. fase do MHS... Ben-Hur: -Os diagramas abaixo tentam mostrar a sequência dos eventos... (A)

Luz Espaço

(B) Luz

F

Afasta

Inversão

(C)

F Antes

F Depois

A - Espaço em repouso Força = zero Estrela invisível (ainda) 1a. Fase do MHS- Quantização: O espaço se estica e se curva - A luz se polariza e se ‘projeta’ na direção da fonte. O trabalho realizado pela luz é negativo: -A força aponta no sentido contrário ao do esticamento do espaço. -A seta do tempo se inverte e passa a apontar para o passado. O Sol é visto com a aparência de 8 minutos atrás, e Passado de forma instantânea. -O esticamento do espaço se projeta do lado de fora do observador, e deveria ser acompanhado de desaceleração, devido ao trabalho negativo da força.


Ben-Hur: -Quando o observador olha para o passado, a seta se inverte e o tempo se desdobra instantaneamente. Antes disso, o tempo não existia, na prática, pois, mesmo que existisse, não se poderia medi-lo diretamente. No nível subatômico os fótons são espalhados e o espaço, ao redor do núcleo, entraria em contração, acelerando os elétrons pela força coulombiana. A projeção da luz no passado da abóbada celeste mostra o tempo se contraindo e acelerando a luz, que se desvia para o vermelho. Isto se constitui num erro interpretativo...

Erro de interpretação! -O esticamento do espaço se projeta do lado de fora do observador, e surge acompanhado de aceleração do movimento da luz, quando seria esperado o contrário, devido ao trabalho negativo da força na fase de expansão. Expansão Sol invisível

Antes

Projeção tardia da expansão Imagem do Sol

F

F

Passado

Depois Inversão aparente da seta do tempo. Projeção da luz no passado da abóbada celeste.


Ben-Hur: -Boa parte das dificuldades interpretativas que enfrentamos se deve ao fato de que estamos convictos de que o espaço, dentro do cone de luz futuro das estrelas (e de outros eventos distantes), é exatamente igual ao que vemos projetado no passado, embora este último tenha sofrido o acréscimo do tempo como uma das suas dimensões (profundidade). Padilha: -Caso houvesse movimento dentro do cone citado, as ondas de luz (imaginárias) deveriam chegar até nós sobre uma lâmina bidimensional, com apenas largura e comprimento. A ideia da existência de um cone de luz tridimensional é posterior à inversão da seta do tempo, na nossa posição. Isto é, o ‘cone’ resultaria de uma projeção de conceitos, elaborados já dentro do espaço-tempo (com atraso). Sol (Fonte)

Terra

O tempo se dilata

Ondulação em expansão

Cone reto -Como imaginamos a estrutura do cone de luz do futuro do evento em três dimensões, depois do acréscimo da dimensão temporal (com atraso).


Ben-Hur: -Um extrato à página 43 do livro de John Gribbin ‘Buracos Brancos’ , ajudar-nos-á a entender esse estranho paradoxo. Vou ler para você... Padilha: -O que não falta são esses paradoxos, muitos dos quais permanecerão no campo teórico para sempre... Ben-Hur: ‘Quando observamos uma irradiação eletromagnética de fontes distantes estamos, com efeito, olhando para trás no tempo, uma vez que mesmo a uma velocidade de 30 bilhões de centímetros por segundo, as ondas de luz e rádio levam milhões de anos para nos atingir, provenientes das galáxias distantes. Assim, a contagem das fontes a distâncias diferentes, baseadas em amostras de luz antiga é realmente instantânea...’

Instantâneo do passado

Sol (Fonte)

Terra

Tempo se contrai Mesmo que o espaço se curvasse dentro do cone de luz futuro do Sol, ele permaneceria virtualmente plano para o observador, devido à contração complementar do tempo.


Ben-Hur: ‘...indicando a densidade das galáxias no universo em tempos diferentes em sua história, mostrando que o universo está evoluindo de um estado mais denso para um menos denso, à medida que se expande’... Padilha: -Esses ‘instantâneos’ do passado do nosso universo sugerem que o tempo não faz parte da geometria do espaço, assim como a profundidade. Na verdade, a contagem do tempo só se torna possível pela superposição desses instantâneos, totalmente independentes entre si. O tempo, no caso, se antecipa e se confunde com a profundidade do espaço...


Ben-Hur: -Assim como acontece com as estrelas e as galáxias que elas formam, o big bang, caso realmente tivesse existido, deveria, como qualquer evento, possuir um cone de luz do futuro. Concorda comigo? -Padilha: -Faz sentido, especialmente quando se recorda que, para os estudiosos do assunto, o big bang teria resultado do colapso gravitacional de um corpo de massa muito elevada, formando um buraco negro, com potencial para reter o tempo. Se a radiação não tivesse escapado desse buraco negro cedo ou tarde, o big bang e a expansão do universo não poderiam se ‘manifestar’ nos nossos dias... Ben-Hur: -Esse ‘aprisionamento’ da luz é abordado de uma forma inédita pela Teoria da Visão Inversa...


Ben-Hur: -Para tornar mais fácil a compreensão, vou contar-lhe uma pequena história... Padilha: -Lá vem você com as suas elocubrações alienígenas...

«No início, não há nada. Nenhuma matéria, nenhuma energia. Nem mesmo o espaço vazio, porque o próprio espaço não existe. O tempo não passa, porque não existe tempo...»

Obs: -O texto acima faz parte de uma interpretação do evento do big bang, constante do documentário «Mistérios da Ciência - O big bang» do ‘The History Channel’.


«Do nada, aparece uma bola de fogo menor do que um átomo, 10 trilhões de trilhões de vezes mais mais quente que o Sol...»

Interpretação alternativa: «Disse Deus: faça-se a luz. E fez-se a luz». (Do livro do Genesis)


«Tudo o que vai se transformar no universo explode de um ponto milhões de vezes menor do que o furo de uma agulha. O tempo começa...»

Interpretação do autor deste HQ: Pode-se discutir, de forma interminável, se a luz teria sido criada por Deus ou se teria surgido por acaso, acompanhando simplesmente o evento do big bang. O que não se pode negar é que, mesmo estando lá, a luz e as trevas permaneceriam juntas ao longo de todo o movimento expansionário, que teria sucedido o big bang. Se essa condição prevalecesse 13,5 bilhões de anos depois, o big bang não teria deixado rastros. Isto é, não haveria, no nosso presente, uma radiação cósmica a que pudéssemos chamar ‘de fundo’, pois a luz não poderia se ‘manifestar’ para nós.


«Em um segundo, o mapa de todo o cosmo é definido. Como isso aconteceu, é o maior de todos os mistérios».

«E viu Deus que a luz era boa; e dividiu a luz das trevas». (Genesis). Interpretação do autor: Quando o espaço se curvasse, por obra do Criador ou do acaso, ele e a luz seriam separados entre si para sempre. A partir desse evento de separação é que o tempo pôde ser finalmente concebido, e pudemos especular, a partir do presente, sobre a existência de um momento anterior na história do universo. Na citação do documentário do History Channel percebe-se que a aparente instantaneidade da observação de todo o nosso passado transporta, virtualmente, o evento do big bang para o aqui e o agora.


Não se poderia avaliar o tempo enquanto a luz e o espaço (representando as trevas) estivessem lado a lado, durante a fase expansionária do universo. No entanto, a cisão entre ambos se tornou evidente para nós, e ficou ‘materializada’ na limitação assumida pela velocidade da luz (300.000 km/s). Se a luz e o espaço não estivessem separados entre si nos dias de hoje, não haveria uma incerteza na posição (ou na velocidade) das fontes de luz.


Ben-Hur: -O espaço poderia até estar se expandindo nos dias de hoje, afastando as galáxias entre si, tão mais rápido quanto mais distantes estivessem umas das outras. No entanto, a presença do observador consciente sugere que a luz, por seu turno, teria que ter ‘estancado’ o seu próprio movimento expansionário, assim como o tempo envolvido na expansão, possibilitando que ela se condensasse o suficiente para separar-se das trevas. Essa ‘quantização’ da luz apontaria para o nível subatômico da matéria: o big bang seria uma forma de o observador extrapolar, para a macroestrutura, um evento que teria se aninhado no nível microscópico. É que naquele sentido da sua seta o tempo tenderia a se contrair até próximo do zero, embora ele nunca seja alcançado.

Big bang


No início, a luz e as trevas andavam juntas...

Expansão

Presente

13,7 bilhões de anos depois

Big bang

Espaço + luz (radiação cósmica)

Mas, a luz não podia se ‘manifestar’.

? Força 13,7 bilhões de anos depois

Big bang

Presente

Matéria ‘escura’


Ben-Hur: -Abaixo (A) vê-se as galáxias com a aparência que tinham há alguns bilhões de anos atrás. Em (B), vê-se o mesmo quadro, porém, ‘antes’ que a luz e o espaço fossem separados entre si. Padilha: -Como é possível convivermos com as duas situações simultaneamente? Ben-Hur: -É lógico que esse problema está vinculado ao surgimento da vida inteligente, que teria ficado submetida ao prévio empacotamento da radiação cósmica. A situação (A) é a única real para o ponto de vista do observador, e corresponde ao início da contagem do tempo (no passado) depois do espalhamento dos quanta de luz...

(A)

Universo observável no passado

(B)

O mesmo universo, colocado a alguns bilhões de anos dentro do cone de luz futuro do big bang...


As fortes indicações da nossa dependência em relação à radiação cósmica sugerem que o big bang se transformaria numa autêntica ‘implosão’, devido à retenção da luz na fase expansionária. É lógico que estamos considerando que, ao nível das informações disponibilizadas, o tempo teria ficado retido (por contração) na fase expansionária do universo, juntamente com a luz. Sem o tempo, não se pode medir movimento, como seria o caso das ondas eletromagnéticas, cuja existência não poderia ser confirmada na fase de expansão...

Espaço + luz (radiação cósmica) Força = zero

Expansão Presente

Mesmo a luz estando em toda a parte na fase expansionária, a matéria continuaria ‘escura’ para o observador no presente, até que a luz fosse condensada e se separasse do espaço.


Para que o observador, no momento atual do universo, pudesse ter conhecimento da existencia da matéria escura, a luz precisaria se desvincular do espaço em expansão, para permitir a sua condensação na forma de uma ‘nuvem’ de poeira cósmica. A força expansionária, gerada no big bang, apontaria na direção do presente, enquanto a luz seria ‘empacotada’ na direção contrária. ‘Empacotamento’ da luz (Quantização)

? Tempo Presente

O big bang ‘contrairia’ o tempo enquanto o espaço se expandisse, aprisionando a luz.


Isso permite supor que, antes de se tornar visível para nós, a luz já teria estado em todos os recantos mais remotos do universo expansionário...

Expansão

Big bang

Espaço + luz (radiação cósmica)

Mesmo que, no presente, não pudéssemos saber disso...

Big bang

Matéria ‘escura’


É que precisamos ter em mente que o espaço, apesar de ter criado as condições favoráveis para a manifestação da luz no presente, não nos comunica nada de forma direta. Tudo indica que a luz (e a radiação como um todo) assumiu a função de ser a ‘mensageira’ do espaço.

Se não fosse pela luz, não poderíamos saber que existem estrelas no céu noturno.


As fortes indicações da nossa dependência em relação à radiação cósmica, sugerem que o big bang se transformaria numa autêntica ‘implosão’, devido à retenção da luz na fase expansionária. É lógico que estamos considerando que, ao nível das informações disponibilizadas, o tempo teria ficado retido (por contração) na fase expansionária do universo, juntamente com a luz. Sem o tempo, não se pode medir movimento, como seria o caso das ondas eletromagnéticas, cuja existência não poderia ser confirmada na fase de expansão..

Tempo

O big bang ‘contrairia’ o tempo enquanto o espaço se expandisse, retendo a luz no processo.


‘A explosão do universo a partir do big bang é exatamente equivalente, do ponto de vista da Teoria da Relatividade Geral, a uma inversão temporal ou ‘imagem especular’ do colapso gravitacional de um corpo de massa muito elevada formando um buraco negro. Essa conclusão foi demonstrada por Roger Penrose e S.Hawking, no final da década de 1960. Sendo assim, será que o colapso de um ciclo anterior do universo formando uma singularidade foi, literalmente, o colapso de um buraco negro?’

(‘No início - Antes e depois do big bang’ John Gribbin, ed. Campus). Ga

láx

ias

Co

lap

so

Tempo


A sugestão do ‘colapso gravitacional’ é mais uma indicação de que o espaço depende da luz, e da informação que ela transporta, para nos revelar os seus segredos. Quando se substitui o espaço pela radiação cósmica, como se ambos ainda estivessem diretamente conectados, imediatamente somos levados a tratar o espaço como se ele fosse uma tira de borracha, em que as galáxias em expansão seriam como pequenos pontos, pintados sobre ela.

(a) (b)


‘Em uma analogia simples podemos considerar as galáxias representadas por uma fila de pontos igualmente espaçados em uma tira de borracha; se esta for colocada sob tensão e estirada, os pontos (galáxias) se afastam, mas não terão se movido na estrutura de borracha (espaço-tempo). A destruição do espaço-tempo em uma singularidade leva a matéria ao mesmo destino: os pontos não se movem na estrutura de borracha para se unirem em um só, deixando o resto inalterado para trás’. (Gribbin, John.-Buracos Brancos. Ed. F. Alves-1982, p.49).

Estica


A descrição de Gribbin representa o ponto de vista atual da maioria dos estudiosos do assunto. Não se notaria nenhuma falha nesta analogia, se a radiação cósmica e o próprio espaço formassem uma unidade, uma coisa só. Infelizmente, isso não é verdadeiro, e a prova cabal é que, se ambos formassem um todo, não haveria uma incerteza na posição ou na velocidade da fonte de luz considerada, seja ela uma estrela ou uma galáxia. Ga

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ias Co

lap

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Tempo

A luz, representando a radiação cósmica, teria se separado do espaço (representando as trevas) no exato momento do big bang.


Por razões óbvias, os astrônomos apostam todas as suas fichas na radiação eletromagnética, pois ela é a única fonte de informações disponível, supostamente confiável, que nos permite tecer considerações sobre o espaço profundo. No caso, quando as alterações geométricas do espaço fossem descritas pela luz, isso sempre aconteceria fora do tempo real do evento. Além disso, o sentido de atuação das forças envolvidas sofreria uma inversão, que normalmente não é levada em conta. Por exemplo, quando a tira do espaço se esticasse na fase expansionária, arrastando consigo as galáxias, nada seria comunicado. Ou seja, quando se espalhasse na Terra, cedo ou tarde, somente a luz do big bang poderia nos dizer alguma coisa sobre as forças envolvidas. Assim, a força gerada no evento passaria a apontar no sentido contrário ao do esticamento do espaço...

Estica ‘Espaço’

Força

Força

Durante o esticamento o trabalho realizado pela borracha é negativo. Ou seja, a força aponta no sentido contrário ao do esticamento (1a fase do MHS).


Esta é uma característica do movimento harmônico executado pela luz, e que normalmente é descrito através do conjunto massa-mola. No caso do espaço, parece evidente que a sua fase expansionária, mesmo que tenha sido num primeiro momento acompanhada pela luz, esteve retendo as informações ao longo dos bilhões de anos que se seguiram. Por esse motivo, assim que a radiação cósmica conseguiu se dissociar do espaço, o big bang pôde ser projetado no nosso passado distante. Com isso, a 1a. fase do MHS da luz teria deixado de existir para nós.


Veja no diagrama abaixo que, ao se esticar, o espaço reteria transitoriamente a luz nas proximidades de uma galáxia. É exatamente dessa luz que iremos necessitar, num segundo momento, para saber que a galáxia existe. Ao apontar para fora da tira do espaço, a força executaria um trabalho negativo compatível com a antigravidade, o que tornaria essa força fictícia.

Retenção da luz

Luz

Sentido da força (1a. fase do MHS, quando descrita com atraso pela luz)


Quando se tratasse da luz, não haveria diferenças físicas entre as situações (A) e (B) abaixo, mas o diagrama (A) não existiria para o observador no presente do universo, pois seria a fase em que a luz ficaria retida. Assim, mesmo em se curvando em (A) o espaço se manteria virtualmente plano, graças ao trabalho negativo descrito pela luz (em hipótese). Se não houvesse uma inversão desse quadro, a galáxia permaneceria invisível. Obedecendo ao princípio da incerteza, as situações (A) e (B) surgem como tendências inversas (de expansão e de contração) que nunca se completam, ou que teriam ficado suspensas ao infinito.

A Luz

Sentido da força (1a. fase do MHS, quando descrita com atraso pela luz)

Antigravidade

B Luz

Sentido da força (2a. fase do MHS, quando descrita com atraso pela luz)

Gravidade


Seria importante destacar que, em (A), o espaço estaria se expandindo ou se curvando. O espaço não teria como comunicar o evento diretamente, por isso, as informações sobre a sua curvatura seriam absorvidas pela luz. Como o trabalho previsto é negativo na 1a fase do MHS da luz, diz-se que força apontaria para fora do centro (espaço plano), permitindo a condensação da luz. Assim, uma galáxia poderia se formar ao longo da fase expansionária, mesmo sem atuar diretamente sobre o espaço, ao ponto de curvá-lo. O nosso espaço-tempo é homogêneo e isotrópico. Aqui, a luz não depende do sentido da sua propagação. Quando nos submetemos ao império da radiação eletromagnética, torna-se impossível separar as fases (A) e (B), abaixo.

A Antigravidade

B Gravidade


Ben-Hur: -Em uma das hipóteses, ao se separar do espaço (representando as trevas) a luz teria sido submetida a um processo de polarização. Ou seja, os seus pontos de máxima e de mínima energia teriam sido colocados nas extremidades opostas do espectro de luz (Maxwell). A polarização da radiação cósmica, dentro do cone de luz futuro do evento, não poderia ser total para não ferir o princípio da incerteza: o espaço, mesmo retendo a informação, teria que ter se mantido encurvado, e toda a matéria em expansão teria se tornado ‘escura’ para o observador.

Expansão

Big bang Presente

Espaço + luz (radiação cósmica)

Luz polarizada

? Infravermelho

Ultravioleta

Big bang Presente

Matéria ‘escura’


Padilha: -Ao ser polarizada, a luz teria retido e indexado as informações sobre as alterações da geometria do espaço? Ben-Hur: -Sim. Como consequência, a matéria que viria a formar as galáxias teria se tornado ‘escura’, não podendo mais ser abordada de forma direta. Vê-se que, pelo menos para o nosso ponto de vista, a expansão atuaria à semelhança de um imenso ‘apagador’ de informações, muito embora elas continuassem lá. O Doppler teria resultado do mesmo evento de polarização, passando a fazer parte de um ‘pacote’ de informações que seria aberto depois da inversão no sentido da seta do tempo. A luz sempre esteve na Terra, muito antes do surgimento da vida inteligente...

...mas, o Doppler nos diz que a luz estaria chegando do nosso passado


Ben-Hur: -Analisando o diagrama da página anterior, nota-se que a luz teria ‘percorrido’ o espaço que nos separa do big bang num momento anterior da história do universo. Melhor seria dizer que, por terem se originado do mesmo evento do big bang, a luz e o espaço teriam ficado lado a lado, no movimento expansionário que se seguiu. Se a luz não sofresse um processo de polarização ou de ‘empacotamento’, ela e o espaço continuariam juntos com um aumento sempre crescente da desordem, e nós não teríamos como saber da existência das galáxias. Isso se deve unicamente ao comportamento da luz, que parece ter se transformado na mensageira do espaço.

?


Ben-Hur: -Acredita-se, hoje, que a radiação cósmica estaria chegando do nosso passado, e não do nosso futuro. O que nos leva a pensar na anterioridade do movimento expansionário é a previsão da teoria da relatividade de que, quando o espaço se expandisse, arrastando consigo as galáxias, o tempo deveria se contrair, uma vez que o espaço e o tempo, além de serem elásticos, seriam complementares entre si formando um continuum...


-Ben-Hur: -No diagrama abaixo, é possível observar que a luz acompanharia o esticamento do espaço, a partir do big bang. Nestas condições, haveria o aumento gradual da desordem do sistema (entropia) que, supõe-se, seria favorável ao surgimento da vida. O mesmo não seria aplicável para a consciência, uma vez que na medida em que o espaço se expandisse seria seguido da contração do tempo. Sem tempo, não haveria memória. Por isso, seria necessário que, cedo ou tarde, a luz fosse separada do espaço. Quando a força expansionária apontasse para fora do ponto inicial, o trabalho sobre a luz seria negativo, apontando no sentido contrário. Como dependemos da luz para tecer comentários sobre o evento, o espaço pós-big bang assumiria o comportamento de um elástico: antes de se espalhar, a luz teria ficado retida, como se o big bang fosse precedido de uma implosão (big crunch). Est

ica

Luz

Força

a

c sti

E

Força Big bang Big bang

Presente

Espaço + luz (radiação cósmica)


Ben-Hur: -Quando rastreamos a radiação cósmica, depois que ela se transformou numa radiação ‘de fundo’, na medida em que nos aproximamos da velocidade da luz (300.000 km/s) ocorreria uma dilatação relativística do tempo. Isto é, o tempo passaria mais devagar. Se fosse possível ao observador viajar nessa velocidade, o tempo para ele se estancaria. Se o espaço à sua volta estivesse formando um todo com o seu mensageiro (luz), seria esperado que o espaço estivesse se contraindo de alguma forma. O Doppler, no entanto, mostra a expansão como se ela estivesse acontecendo em tempo real, o que deveria ser acompanhado da contração do tempo e não do espaço. O comportamento temporal da luz revela que ela e o espaço teriam seguido caminhos independentes depois do evento do big bang, tanto faz se ele espalhasse apenas a informação ou fosse o resultado de uma explosão apocalíptica...


Ben-Hur: -O trabalho negativo do espaço sobre a luz promoveria a sua condensação e a sua polarização. Isto é, os extremos de máxima e de mínima energia do espectro de luz seriam separados entre si. Todas as informações sobre a matéria em expansão ficariam codificadas na luz, de tal modo que a própria matéria se tornaria ‘escura’ para nós. Pode-se sugerir, como já foi feito, que o movimento expansionário atuaria como se fosse um imenso ‘apagador’ de informações.

Luz Estica

Estica

Força

Polarização

Big bang

Força Matéria escura

Matéria escura

Luz


Ben-Hur: -Para o infortúnio do observador, quando a luz se despolarizasse durante o espalhamento dos seus fótons, isso deveria ser seguido da ‘dilatação’ do tempo e da contração do comprimento. No entanto, o que se pode observar pelo efeito Doppler é a ‘projeção’ da polarização anterior, a que a luz teria sido submetida durante a fase expansionária. Contrariando as expectativas, a expansão se associaria à aceleração do movimento, característica da fase oposta (de contração). Universo iluminado

Luz Passado Força

Despolarização

Despolarização

Força Presente

Passado

Luz


É neste contexto, que surge a figura do observador dotado de consciência. Se o processo de polarização da luz não fosse interrompido, o tempo permaneceria contraído no nível subatômico da matéria, em limites que não permitiriam a sua mensurabilidade direta. Abaixo desses limites, todas as partículas deixariam de existir ou se tornariam escuras. A forma de consciência que conhecemos está na dependência da mensurabilidade do tempo. Ou seja, o que não pode ser lembrado, não existe. Aí, estariam incluídos todos os eventos, ocorridos desde o big bang até os nossos dias. Para serem acessados o observador dependeria da inversão no sentido da seta do tempo na sua posição no presente, passando a apontar para o passado. Isso iria permitir o acesso à radiação cósmica, somente depois de ela ter se tornado uma radiação ‘de fundo’.

Luz Estica

Estica

Força Big bang

Luz

Força


Ben-Hur: -Abaixo vemos que o observador, a partir da inversão (aparente) da seta do tempo, assumiria o centro do movimento que será observado, tão logo a luz se espalhe e se despolarize.

Luz polarizada Matéria escura Futuro

Futuro Estica

Estica Presente

Força Luz

Força Matéria escura


-Quando o observador se torna consciente dos eventos à sua volta tudo parece ocorrer instantaneamente: o universo já é totalmente iluminado, desde o big bang até os nossos dias. Isso somente se tornaria possível se a luz já tivesse estado anteriormente em todos os outros lugares do espaço, embora as informações sobre a sua presença não pudessem ser acessadas diretamente na fase expansionária...

UAU!...


Ben-Hur: -No diagrama (A), abaixo, estariam representados os 13,5 bilhões de anos, em que a luz teria ficado retida ‘dentro’ do cone de luz futuro do big bang. Separada das trevas (espaço) pela polarização, a luz trouxe para o nosso presente, na forma de um código, as alterações anteriores da geometria do espaço. Naquele cone, a matéria tornou-se ‘escura’ pela falta de acesso direto. Em (B), a radiação cósmica tornou-se ‘de fundo’ ao se espalhar (despolarizar) na posição do observador, e nos diz que a luz está chegando do nosso passado. Uma parte da matéria, antes escura, ilumina-se de forma instantânea, sem levar em conta os 13,7 bilhões de anos da sua retenção anterior.

Luz polarizada

A

Futuro

Futuro Estica

Estica Presente

Força

Força Matéria escura

Matéria escura

Luz Universo iluminado

B Passado Imagem do big bang

Passado

Luz

Força

Despolarização

Força

Presente Luz

Imagem do big bang

Despolarização


-Sem acesso direto ao cone de luz futuro do big bang, o observador, no presente, não poderia afirmar que a luz teria se deslocado no espaço, com velocidade constante, ao longo dos 13,7 bilhões de anos que o separariam da singularidade. Ele pode apenas fazer suposições, com base nos dados de velocidade obtidos depois da inversão no sentido da seta do tempo. A blindagem do espaço dentro do cone de luz futuro do evento dar-se-ia porque, ao se esticar, seria esperado que o espaço arrastasse a luz consigo, da mesma forma como faz com as galáxias, que parecem afastar-se entre si, nos dias de hoje, sem abandonar as posições anteriores que ocupavam no espaço.

Luz polarizada (Doppler) Futuro

Futuro Estica

Estica Presente

Matéria escura

Matéria escura

A matéria do universo se tornaria ‘escura’ apenas porque a expansão do espaço reteria as informações, dentro do cone de luz futuro do big bang.


-Se levarmos em conta a afirmação de John Gribbin de que ‘A explosão do universo a partir do big bang é exatamente equivalente, do ponto de vista da Teoria da Relatividade Geral, a uma inversão temporal ou ‘imagem especular’ do colapso gravitacional de um corpo de massa muito elevada formando um buraco negro’*, concluiremos que o movimento expansionário do espaço se daria no sentido contrário ao da luz, pois nada poderia escapar da atração gravitacional, nem mesmo a luz ou o tempo. *(‘No início - Antes e depois do big bang’ John Gribbin, ed. Campus).

Força expansionária

Big bang Presente

Espaço + luz (radiação cósmica) Força expansionária

Luz polarizada

Colapso

Big bang Presente

Matéria ‘escura’


Ben-Hur: -A forma de consciência que nos anima, como já foi dito anteriormente, é estruturada sobre o tempo. Para nós, somente existe o que pode ser lembrado. Assim, o colapso gravitacional, representado no big bang, teria retirado do observador, pelo menos transitoriamente, o tempo - a ferramenta essencial que lhe permitiria, mais adiante, ter a ideia de que o universo teria tido um começo. Separada da luz, a matéria teria se tornado escura na fase expansionária (por falta de acesso direto), e não mais poderia ser descrita, pelo observador, em tempo real.

Imagem do nosso passado remoto


Ben-Hur: -Além de polarizar a luz (colocando, p.ex., o infravermelho no extremo menos energético, e o ultravioleta no de mais energia), a separação iria atribuir ao espaço o mesmo comportamento de um elástico: o movimento expansionário teria que assumir a mesma natureza negativa do seu informante, a radiação cósmica, embora o espaço se esticasse no sentido contrário. Durante a expansão o movimento da luz - se existisse ou pudesse ser medido diretamente - deveria ser retardado, obedecendo ao Movimento harmônico da luz (1a. fase).


Abaixo, vemos uma representação do universo dito ‘iluminado’ ou observável. Sabe-se hoje que a matéria visível corresponde a menos de 10 % da total que, por isso mesmo, é chamada de ‘escura’. A inversão especular do big bang teria atribuído à luz (radiação cósmica) a função de ser a mensageira do espaço. Isso iria influenciar toda a nossa concepção sobre a orientação gravitacional das forças no nosso momento presente, pois, para alguns estudiosos, a luz e o espaço ainda formariam um todo, uma coisa só.


-Após o espalhamento no nosso presente, a radiação cósmica se torna ‘de fundo’ e permite (inexplicavelmente) chegarmos de forma instantânea até muito próximo da singularidade do big bang, sem levar em conta o tempo retido no movimento expansionário (13,7 bilhões de anos). A radiação cósmica se despolariza, mas o que se vê é a projeção tardia da polarização anterior, ocorrida na fase expansionária. A primeira confusão se estabelece e dificulta a nossa avaliação tardia: a expansão se associa com a aceleração do movimento da luz, que deveria surgir apenas na 2a. fase do movimento harmônico do ‘elástico espacial’. Universo iluminado

Passado

Luz

Imagem do big bang

Passado Imagem do big bang

Despolarização

Presente Luz

Despolarização

Radiação cósmica de fundo de microondas


-Segundo a visão moderna da Física, a luz emanada do big bang atingiria a Terra depois de 13,7 bilhões de anos. Diz-se, por isso, que a singularidade somente seria lembrada ‘depois’ que a Terra entrasse no seu cone de luz futuro. O que chama a atenção, nesta forma de se pensar o futuro, é que a luz (radiação cósmica) e o espaço formariam uma coisa só. Ou seja, o marco zero do tempo poderia ser deslocado virtualmente para a posição do big bang, pois as ondas seriam contínuas e a radiação não dependeria do sentido em que se deslocasse no espaço. O observador, no entanto, somente pode ter noção da singularidade quando pode, finalmente, olhar para trás no tempo. Ou seja, depois de passados 13,7 bilhões de anos em que o tempo esteve se contraindo, até perder as características de mensurabilidade...

T = 13,7 bilhões de anos Terra

Cone de luz futuro do Big Bang Tempo

Big bang

T= zero

Espaço


Ben-Hur: -Uma vez que o futuro não faz parte da sua realidade, o observador somente pode olhar para trás no tempo. Isso ‘inverte’ o sentido da seta do tempo (apenas do seu ponto de vista), sugerindo que a radiação cósmica estaria chegando do seu passado e não do seu futuro. Posição incerta do big bang

Tempo = zero

Terra

T= zero

Cone de luz futuro do Big Bang Cone de luz do passado do observador

Tempo

Instantâneo

T = 13,7 bilhões de anos no passado

Big bang (imagem)

Espaço


-Pode-se supor que a luz que partiu do big bang teria percorrido e iluminado o espaço durante 13,7 bilhões de anos, até alcançar a Terra. Como não se pode acessar diretamente o cone de luz futuro do evento, teríamos que contar com as probabilidades. Ou seja, o cone citado teria 50% de chances de ser totalmente escuro, e outros 50% de chances de ser totalmente iluminado. Na verdade, sem podermos contar com a existência de tempo mensurável e sem termos acesso direto àquele local do espaço, tudo permanecerá no campo abstrato, sendo resultado de uma ‘projeção de conceitos’.


Ben-Hur: -Depois que fomos alcançados pela luz das estrelas, ficamos para sempre presos no interior do espaço-tempo, sem termos como sair dele para saber o que existe do outro lado. Todos os métodos de exploração do espaço que usamos passaram a se constituir em apêndices da nossa memória, e o nosso papel na tradução das informações será imprescindível: o universo deixaria de existir, mesmo continuando por aí, se não houvesse alguém que o pudesse delimitar tridimensionalmente no espaço. Hei! Padilha? Está me ouvindo? Dormiu...


Enquanto isso, em algum lugar perdido no espaรงo...


As aventuras de Ben-Hur e Padilha no espaço sideral

Fim Do Quinto episódio

Obs: -Você pode encontrar um estudo mais aprofundado do assunto em ‘Imagens do Universo Coletando Indícios da Bidimensionalidade’ de J.R. Silva Bittencourt, publicação da Ed. Habilis: www.habiliseditora.com.br


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