Fugindo da Matrix

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Fugindo da Matrix

J.R. Silva Bittencourt


Fugindo da Matrix J.R. Silva Bittencourt

Desde a antiguidade se conhece muitas linhas de pensamento filosófico, que defendem o caráter ilusório da realidade em que estaríamos inseridos. Esse é o caso do Budismo e de algumas outras filosofias orientais. Como não se dispõe de provas materiais suficientes, apesar de serem consideradas atraentes essas doutrinas não teriam cunho científico. Um olhar mais atento, porém, reporta-nos ao trabalho científico de Johannes Kepler e às suas leis do movimento planetário. Ele foi o primeiro a questionar o movimento circular e uniforme como sendo o produto de uma ilusão, disfarçada de realidade. Tal como acontece nos dias de hoje, quando a geração de Kepler olhava para o céu noturno via sempre o mesmo quadro: - os planetas e as estrelas se deslocavam do leste para o oeste, com velocidade e aceleração constantes. No entanto, Kepler notou que Marte se comportava de modo particular, retrocedendo em alguns


pontos da sua órbita. Depois de muito esforço, ele atinou que a única explicação para o fenômeno seria a órbita elíptica. Como Marte estaria mais afastado do Sol do que a Terra haveria um momento em que seria ultrapassado pelo nosso planeta, cuja velocidade orbital seria maior. Isso resultaria nos verdadeiros loopings executados por Marte no céu noturno, e levaria o movimento circular ao ostracismo. O alerta que nos foi dado por Kepler, quanto à natureza ilusória do movimento circular, parece não ter sido levado muito a sério pela comunidade científica, que preferiu ater-se à beleza das leis de Kepler para o movimento planetário, desprezando as abstrações sobre a natureza da realidade. Por isso, algumas questões continuam sem resposta, como é o caso da conservação da massa e do volume da nossa estrela ao longo do tempo. Ela sugere que a curvatura do espaço relacionada à massa solar deveria ser constante, ao longo do tempo. Assim, torna-se difícil explicar como uma mesma curvatura no espaço poderia reger,


simultaneamente, as órbitas de planetas com características físicas totalmente diversas. Por outro lado, a conservação do brilho da estrela ao longo do tempo iria sugerir que a energia, emitida pelo Sol, deveria ir se dissipando gradualmente com o aumento das distâncias. Assim, não deveria haver calor suficiente na posição dos planetas mais exteriores, como Júpiter e Saturno, que justificasse a existência de atividade vulcânica e de ventos superiores a 1.000 km/h. O albedo de Júpiter e de Saturno é também maior do que o esperado. Isto é, eles refletem até três vezes mais luz para o espaço do que a recebida diretamente do Sol. Esses são dados reais, obtidos pelas missões Voyager. Parece que as leis da física, independentemente da sua exatidão, resultariam da nossa adaptação à realidade da Matrix, ou a tudo aquilo que vemos do lado “de fora”. Por esse motivo Newton é mais apreciado que Einstein, pois as suas leis são perfeitamente adaptadas para o nosso dia a dia. Para tentar escapar dessa ilusão matricial, a ciência precisaria rever o papel do


observador na decodificação das informações, oriundas da realidade primária. Vou dar um exemplo clássico. Como o movimento aparente da Terra repassado para o Sol pelo observador é circular e uniforme, o tempo despendido pela luz para percorrer a distância que nos separa da estrela é sempre o mesmo, ou seja, oito minutos. Neste tipo de movimento a velocidade e a aceleração do planeta seriam constantes, mantendo-se sempre à mesma distância do Sol. Cortando-se um círculo ao meio a Terra levaria o mesmo tempo de seis meses, para percorrer a área correspondente à de cada um dos semicírculos formados. Se a órbita real é a elíptica, como se sabe, ela estaria sendo ocultada pela Matrix. A segunda lei de Kepler para os planetas nos diz que eles percorrem áreas iguais da elipse, em tempos iguais. Isso explica as diferentes velocidades assumidas pelos planetas em determinados pontos da órbita elíptica. Para que se pudesse manter o observador prisioneiro dos seus próprios pontos de vista,


como acontece na prática, o espaço precisaria ser isolado no processo. Isto é, criar-se-ia a figura de um mensageiro, que assumisse a tarefa de falar pelo espaço. Em seguida, provocar-se-ia a virtual fusão entre ambos, de tal forma que mesmo que o espaço se curvasse, ele permanecesse virtualmente bidimensional. Fica evidente que o mensageiro citado seria bem representado por todas as formas de irradiação eletromagnética. Isso, porque o necessário empacotamento da luz ou a sua quantização seria capaz de simular uma curvatura no espaço e, ao fazê-lo, suprimir o registro de qualquer intervalo de tempo que fosse necessário à conclusão do processo. Dizse que durante o seu empacotamento a luz seria virtualmente nivelada em seus extremos de máxima e de mínima energia, o que nos remeteria ao movimento circular e uniforme. No caso de uma estrela distante, a sua luz iria percorrer o vazio do espaço na forma de ondas circulares concêntricas, sugerindo que a fonte se comportaria como se fosse um centro puntiforme, emissor de luz. Não se sabe


exatamente o que acontece com a luz no caminho de lá para cá, ou até que aquela emitida por uma estrela nos alcance na Terra. É que existe um princípio de exclusão de acesso direto ao que acontece no nosso futuro: - para que a estrela seja avistada, a luz que ela nos envia precisa já ter nos alcançado. Antes disso a estrela não existe, mesmo estando lá. Quando a luz se espalha na nossa posição, já nos descobrimos olhando na direção do nosso próprio passado. Neste momento já estaríamos presos dentro da Matrix, e não poderíamos mais sair dela para ver se existe alguma coisa do lado de fora. A seta do tempo inverte o seu sentido e o nosso mensageiro luminoso expõe, de forma instantânea, as informações que teria transportado através das imensas distâncias que nos separam da fonte, sem levar em conta a sua velocidade limitada. A ausência de tempo mensurável no nosso futuro justificaria a ideia de que, na realidade, o tempo seria o alicerce da ilusão matricial. É que essa forma de supressão do tempo pelo empacotamento da luz parece deslocar o seu marco zero para a


posição do observador. Isto é, se você suprime o tempo de deslocamento da luz, ou não pode ter ciência de nada do que acontece antes do seu espalhamento, o refreamento do tempo irá lhe dizer que o futuro e o presente, na verdade, são uma coisa só. O futuro resultaria do paradoxo de somente podermos olhar, com atraso, para a realidade que existiria “fora” da matrix. A nossa dependência em relação à presença constante das informações, expressa na nossa memória, teria submetido o observador a um exílio forçado no passado do universo. Mesmo assim, ficamos com a ilusão de que ainda estaríamos vivendo no presente, e que as estrelas distantes é que estariam sendo avistadas com a aparência que tinham no passado. Quando se trata do nosso ponto de vista, a realidade da matrix estaria substituindo a realidade primária. Como essa discussão pode ser muito longa e merecer contrapontos, vamos abordar algumas influências que essa forma de avaliação tardia dos eventos teria sobre a


orientação de algumas forças, que atuariam no interior da matrix. Algumas correntes de astrônomos comparam o comportamento do espaço com o de uma tira elástica. Como esse tipo de comportamento também se verifica com a luz, ao executar o seu movimento harmônico, podese utilizar o conjunto massa-mola para representar o sentido da atuação de algumas forças, que envolveriam o espaço na sua atuação. Diz-se que no espaço-tempo a energia potencial, que normalmente aumentaria na primeira fase do movimento harmônico (a de esticamento da mola), seria nula no infinito. Nesta condição, a mola estaria na sua posição de repouso, nem esticada nem contraída. Isso significa que não haveria uma fase de esticamento da mola dentro do espaço-tempo, pelo menos que se pudesse medir ou avaliar diretamente. A energia potencial (gravitacional) seria sempre negativa nas distâncias finitas, e diminuiria na medida em


que diminuísse a distância entre dois corpos que se atraem. Isto é, a energia potencial diminui quando a mola do espaço, antes em repouso, entrasse na sua fase de contração. Os modelos inflacionários, porém, sugerem que haveria uma fase de esticamento da mola do espaço, mesmo que ela não ocorresse em tempo real. Isso se deve às imensas distâncias em que as galáxias se colocam e cuja luz precisaria de tempo, que pode ser da ordem de até alguns bilhões de anos, para nos alcançar na Terra. Nesses modelos inflacionários o que está em franco desacordo com a realidade seria a afirmação de que as galáxias se afastariam, entre si, tão mais rápido quanto mais distantes estivessem umas das outras. Como a luz é utilizada como suporte para se fazer essa afirmação, isso contradiz o previsto na fase de esticamento da mola do espaço no conjunto massa-mola, que deveria ser acompanhada de um aumento da energia potencial elástica. Para que o modelo inflacionário se sustentasse, seria necessário abandonar-se a analogia da tira de borracha.


A energia potencial estaria sempre aumentando na fase inflacionária do universo. Isto é, o espaço estaria sempre na sua fase de esticamento. Ora se esticaria mais, ora se esticaria menos, mas não deveria haver uma fase de contração absoluta da mola. No caso da relação gravitacional entre o Sol e os seus planetas, sabe-se que em relação ao Sol estes últimos passarão, em algum momento, nos pontos de máxima aproximação (periélio) e de máximo afastamento (afélio). Se o espaço estivesse sempre se esticando ao redor do Sol, o planeta deveria passar no periélio não por contração direta do espaço, e sim por consequência do seu maior esticamento. É isso o que nos leva a pensar nas possíveis variações da densidade da massa solar, influenciando a curvatura do espaço. Sendo negativa, a energia potencial tenderia a ser mínima no afélio (o espaço se esticaria menos por queda da densidade solar). O espaço relaxaria, neste caso, se acompanhasse a queda na energia potencial. O planeta se afastaria do Sol, devido ao menor esticamento do espaço ao seu redor.


A energia potencial tenderia a ser nula no infinito, mas esse infinito não poderia ser alcançado. É que ele equivaleria ao desaparecimento da curvatura do espaço, o que iria ferir o princípio da incerteza. Caso a energia potencial aumentasse, o planeta deveria se aproximar do Sol. Isso seria o esperado, pois o trabalho de esticamento do espaço (ou da mola) seria negativo. Como explicar que a energia potencial pudesse estar estabelecendo os limites máximos de aproximação e de afastamento dos planetas em relação ao Sol? A resposta seria a capacidade do espaço para gerar inércia de forma independente das massas. Ao fazê-lo, o espaço estaria promovendo alterações na densidade dos corpos celestes, e não necessariamente nas suas massas. Essa interferência oculta do espaço sobre um universo, em princípio estático, poderia explicar o movimento relativo que se observa no espaço-tempo. Ao ser confundido com o seu próprio mensageiro bidimensional - a luz -


agora nivelado nos seus extremos energéticos pela fase de empacotamento a que teria sido submetido, as alterações na densidade das estrelas, por exemplo, não poderiam mais ser registradas pelo observador, que utilizasse a radiação eletromagnética que elas emitem. As mudanças transitórias na geometria do espaço, promovidas por essas teóricas variações na densidade das massas, poderia explicar a natureza secundária da força da gravidade. A aceleração secundária dos planetas resultaria do maior ou menor vazio, aberto no espaço pela fase de esticamento. O planeta estaria sempre caindo nesse vazio, em que a gravidade se apresentaria como uma força secundária de restauração. Uma mola menos esticada resultaria no maior afastamento do planeta e numa menor aceleração do mesmo, já que a mola estaria tendendo à sua posição de repouso no infinito. Neste caso, o vazio a ser preenchido no espaço se tornaria menor. Isso aconteceria com planetas menos densos, como é o caso de


Saturno. Para fins de melhor compreensão deste modelo teórico, pode-se dizer que o esticamento velado da mola do espaço atuaria como uma espécie de força fictícia de orientação antigravitacional, pois, ao se esticar, o espaço reteria a luz e as informações a ela atreladas. No caso da Terra, ela “sentiria” com retardo as alterações promovidas pelo espaço na densidade da massa solar (não na sua própria massa), sem registro direto, e tenderia a preencher o vazio de forma secundária, dando ensejo ao surgimento da gravidade. Todas as dificuldades que enfrentamos no modelo atual do sistema solar estariam relacionadas com os nossos pontos de vista. Estes dependem totalmente da radiação cósmica para serem estruturados. Ao olhar-se para o céu, à noite, não haveria como se separar a luz e o espaço, ou tratá-los como entidades independentes. O exemplo mais clássico é a conclusão de que o espaço seria curvo nas imediações do Sol, dado obtido pela


observação do eclipse de 1919. As estrelas mais distantes tiveram as suas verdadeiras posições desviadas quando, no caminho até a Terra, a sua luz teria passado nas proximidades do Sol, agora encoberto pela Lua. Desse modo, chegamos a comparar a elasticidade do espaço ao redor do Sol com o de uma tira elástica, que é o mesmo modelo empregado para se descrever o movimento harmônico executado pela luz. Outro dado que mostra a influência do nosso ponto de vista é a atitude de se considerar que o Sol ocuparia a extremidade fixa do conjunto massa-mola, modelo utilizado para se descrever o movimento harmônico, atribuído tanto à luz quanto ao espaço. A Terra, no caso, ocuparia a extremidade livre do conjunto. Com isso, supõe-se que o marco zero do tempo estaria colocado na posição do Sol, a partir do qual se iniciaria a contagem dos oito minutos, necessários para a luz alcançar a Terra. Como a mola seria esticada a partir da extremidade fixa do conjunto, onde o Sol estaria colocado, chega-se à conclusão de que a massa da estrela


estaria gerando gravidade diretamente, ao provocar uma curvatura no espaço à sua volta. Isso decorre do achado de que quando a “mola” do espaço se esticasse, a força apontaria no sentido contrário ao do esticamento, puxando a Terra na direção do Sol. Neste modelo costumamos esquecer que a luz teria ficado retida transitoriamente dentro do cone de luz futuro do Sol, sem nenhum registro direto. Se essa luz não se espalhasse na Terra, em algum momento, não saberíamos que o Sol estaria brilhando a 150 milhões de quilômetros daqui. Por outro lado, quando a luz se espalha na Terra o Sol é avistado instantaneamente, sem se levar em conta os oito minutos do seu deslocamento. Isso sugere que o marco zero do tempo teria migrado, de forma virtual, da posição da estrela para a nossa própria posição. Por isso, quando fôssemos emitir o nosso ponto de vista deveríamos assumir a extremidade fixa do conjunto massa-mola e não a sua extremidade livre. Isso seria fundamental para se descrever a gravidade e o verdadeiro sentido da atuação


da energia potencial elástica, ferindo seriamente os modelos atualmente aceitos. Os nossos pontos de vista promoveriam uma inversão aparente no sentido da seta do tempo cuja ponta, após a chegada da luz solar, orientar-se-ia de forma continuada para o nosso próprio passado. O problema da velocidade dos planetas O instrumento, que utilizamos para medir a posição e a velocidade das estrelas e dos planetas, é a própria luz que eles emitem ou refletem para o espaço. Por isso, não deveríamos desprezar o movimento harmônico que essa luz executa. A primeira fase desse movimento é negativa, com incremento da energia potencial elástica. Como a fase reteria a luz, devido à natureza negativa do trabalho de esticamento da mola, a ausência de informações nos diria que a primeira fase estaria virtualmente contida no próprio observador. Isso não significa que, apesar de transitoriamente inacessíveis, as informações não estivessem lá, apesar de tudo.


Quando a energia potencial tendesse a ser máxima, a cinética tenderia a ser nula. Essa tendência ficaria suspensa ao infinito, devido à contração complementar do tempo na fase de esticamento. Isto é, o tempo não poderia ser medido diretamente na fase inflacionária a partir de certos limites da sua contração, mesmo que esse módulo de tempo ainda permanecesse muito distante do zero absoluto. No caso do sistema solar, o máximo esticamento que seria possível para o espaço estabeleceria, portanto, a imobilidade do planeta no ponto de sua máxima aproximação em relação ao Sol. A energia potencial elástica, por resultar de um trabalho negativo, tal como acontece numa implosão, estaria estabelecendo o limite máximo de aproximação do planeta, impedindo a colisão com a estrela. A contração do tempo, nesta fase, teria outra consequência importante, pelo menos quando se trata do ponto de vista do observador. Trata-se do virtual nivelamento entre os extremos de máxima e de mínima energia da radiação solar. Sem a possibilidade do acesso direto às


informações contidas na luz nesta fase, o observador se vê obrigado a esperar que a radiação solar se espalhe na Terra. Isso parece deslocar o marco zero do tempo, que antes estava na posição da estrela, para a sua própria posição. A partir daí, o observador pode fazer suposições sobre o que teria acontecido com a luz antes que ela o alcançasse, embora sem demonstração prática. Ele supõe, por exemplo, que o Sol se comportaria como se fosse um centro puntiforme emissor de ondas circulares concêntricas, que iriam se superpondo ao longo do tempo. Isso resultaria na formação de um cone de luz do futuro para o Sol, o que representaria uma barreira temporal insuperável, colocada entre o observador e a estrela. Outra consequência nefasta do nivelamento energético da radiação, dentro do cone de luz do futuro do Sol, seria o movimento circular e uniforme. Isto é, o referido cone, quando estruturado sobre ondas circulares, teria que


ser reto. Para visualizar melhor, imagine que o cone citado resultaria do giro de um triângulo retângulo sobre um dos seus catetos. Se as órbitas dos planetas se apresentassem como sendo circulares, não haveria afélio ou periélio. O pior, é que o Sol conservaria sempre a mesma massa e o mesmo brilho ao longo do tempo, o que iria impedir que o observador pudesse registrar possíveis variações na densidade (volume) da massa solar. Isso nos levou a concluir que o Sol teria o mesmo comportamento padronizado de um farol ou de uma lâmpada incandescente, cujo brilho iria decaindo de forma proporcional ao aumento das distâncias em que os planetas se colocam. Se uma estrela diminuísse ou aumentasse a sua densidade ela emitiria respectivamente mais ou menos luz para o espaço, o que iria romper com esse comportamento de brilho padronizado do nosso Sol, aceito atualmente. Júpiter, por exemplo, poderia estar recebendo mais luz e calor do Sol, do que normalmente seria esperado. O problema é que não se poderiam registrar


diretamente variações na densidade das estrelas, sejam para mais ou para menos, devido ao virtual nivelamento da luz dentro dos seus cones de luz do futuro. O problema não estaria no espaço, e sim no seu mensageiro. Vamos analisar o que seria esperado na relação gravitacional entre o Sol e os seus planetas, caso houvesse variações veladas na densidade da sua massa. Aumentar a densidade da estrela implicaria em acentuar a curvatura do espaço ao seu redor, e diminuir o seu brilho total. Apesar de a sua massa total permanecer conservada na nossa escala normal de tempo de vida, uma maior densidade faria a estrela “afundar” mais no espaço. Como exemplo podemos citar a situação de Saturno que, devido à baixíssima densidade, inferior à da água, deveria flutuar se fosse colocado numa piscina. Se se fizesse o mesmo com a Terra, ela iria direto para o fundo da piscina. Quando se trata da luz, a mensageira que cedo ou tarde irá nos comunicar as alterações da geometria do espaço, ela obedeceria a um movimento


harmônico simples. O modelo de espaço elástico mostra que o seu comportamento seria indissociável da própria luz. A primeira fase do movimento harmônico da luz (de esticamento da mola) seria acompanhada de uma aumento da energia potencial elástica. Quando essa energia fosse máxima, a energia cinética seria nula, pois ambas se complementam. Não haveria movimento mensurável nesta fase. Se aplicássemos esse modelo ao sistema solar o máximo esticamento do espaço estabeleceria, portanto, a imobilidade do planeta no ponto de máxima aproximação em relação ao Sol. Se o Sol pudesse manifestar o seu ponto de vista, ele nos diria que sempre esteve empurrando o planeta para longe de si, mas o planeta insistiria em fazer força no sentido contrário, aproximando-se. Esse ponto de máxima aproximação (periélio) não poderia ser ultrapassado, o que impediria a colisão entre ambos. Quando a mola ou o espaço relaxasse, isso poderia ser relacionado a um aumento no volume da estrela, ou a uma queda na densidade da sua massa, resultando em queda


da energia potencial. A estrela precisaria fazer menos força para afastar o planeta. Isso poderia ser interpretado como se a mola estivesse se contraindo, ou entrando na segunda fase do movimento harmônico. No entanto, estando a mola ainda na sua primeira fase (de esticamento) ela iria apenas se esticar menos, induzindo a uma queda na energia potencial. Isso aliviaria a pressão sobre o centro do sistema solar. Vê-se que a gravidade, normalmente associada à fase de contração do espaço passaria, neste caso, a ser uma força secundária ou de restauração. Assim, o espaço estaria sempre se esticando, ora mais ora menos, gerando um vazio aparente ou uma predisposição no espaço para aproximar ou para afastar os planetas. A gravidade deveria ser mais acentuada na fase de máximo esticamento da mola e de máxima aproximação do planeta, em relação ao Sol. A partir dali, e acompanhando a queda na energia potencial, o planeta iniciaria o seu afastamento na direção do afélio. A energia potencial elástica,


finalmente, tenderia a se tornar mínima no afélio e nula no infinito. A gravidade é a única força conhecida que seria capaz de atuar na escala dos planetas e das galáxias e, segundo Newton, o faria instantaneamente e à distância. Ela aumentaria na razão direta das massas e no inverso do quadrado das distâncias. Ou seja, a gravidade diminui com o aumento das distâncias. A realidade das forças que atuam no espaço-tempo Quando se trata da analogia entre o comportamento do espaço e o de uma tira elástica, muito empregada pelos astrônomos, a “mola” do espaço já surgiria, no espaçotempo, na sua fase de repouso. Isto é, a mola não estaria nem esticada nem contraída. A energia potencial seria nula no infinito e tenderia a decair, na medida em que a distância entre dois corpos, que se atraem, diminuísse. No espaço-tempo a energia potencial seria sempre negativa, e a mola estaria sempre na sua fase de contração. Isso


não permite prever a existência de uma fase de esticamento para a mola do espaço (primeira fase do movimento harmônico), se ele fosse descrito pela luz ou tivesse o seu comportamento comparado ao de uma tira elástica. Portanto, está faltando alguma coisa neste modelo. No caso da Terra, e segundo o modelo aceito atualmente, quando ela se aproximasse do Sol a mola do espaço deveria estar se contraindo. Ou seja, a mola teria estado em repouso no afélio e, a partir dali, começaria a acelerar na direção do periélio, acompanhando a contração da mola. Na interpretação alternativa apresentada neste trabalho, que considera a gravidade como uma “força” de natureza secundária ou restaurativa, o planeta iria acelerar como resposta secundária ao movimento de esticamento da mola. Essa fase teria criado um “vazio” no espaço, a ser preenchido com atraso pelo planeta. Isso justificaria a tentativa de Einstein para explicar o espaço absoluto de Newton, segundo a qual o


espaço seria capaz de gerar inércia de forma independente das massas. Segundo as palavras de Einstein, “O espaço (de Newton) atua sobre as massas, nada atua sobre ele”. Seria bastante plausível dizer-se que a fase de esticamento da mola poderia corresponder à de quantização ou de empacotamento da luz, já que ela e as informações que transporta ficariam retidas nesta fase, justificando o “vazio” no espaço. O vazio estaria associado à contração complementar do tempo. Sem tempo, não há movimento mensurável. Sabe-se que o processo de empacotamento não demanda tempo e que a nossa memória, por definição, não funciona sem o tempo. Portanto, se houvesse alguma coisa no espaço antes da manifestação da segunda fase do movimento harmônico da luz (de espalhamento), ela deixaria de existir por não poder ser lembrada. Assim, a fase de quantização, ao reter a luz, poderia simular uma curvatura no espaço. Isso iria sugerir que teria havido uma contração da massa solar, tornando-a mais densa, gerando


uma predisposição no espaço para a atração dos planetas. É como se os planetas estivessem sendo constantemente empurrados contra o Sol, comprimindo-o. Ao contrário, um menor esticamento iria descontrair essa massa e diminuir a tensão sobre o centro do sistema, tornando a estrela menos densa e com maior volume. Ela iria brilhar de forma mais intensa do que o normal. Por outro lado, a descompressão iria “empurrar” os planetas para longe do Sol. Isso poderia ser estendido para daqui a cinco bilhões de anos, quando o Sol passasse pelo seu estágio de gigante vermelha. Vê-se que, ao contrário do previsto, os planetas iriam se afastando gradualmente da estrela, e não sendo mais engolidos por ela. Quando se trata da energia potencial elástica, ela teria a função de estabelecer limites extremos para a aproximação ou para o afastamento dos planetas, em relação ao Sol. Seria impossível o choque entre os planetas e a estrela e, da mesma forma, seria impossível que se desviassem ou se perdessem no vazio do


espaço. Justifica-se, assim, o pensamento de que o Sol teria capturado os planetas, cada um de modo particular, obedecendo às variações da densidade solar e à sua influência variável sobre a curvatura do espaço. Existe ainda o problema de se colocar o observador na extremidade fixa do conjunto massa-mola, e não o Sol. Isso se deve ao fato de que o Sol não teria como manifestar o seu ponto de vista, o que deslocaria o marco zero do tempo para a posição de quem pudesse fazêlo. Tudo no universo pode estar sobre o centro, mas somente quem dispõe de uma memória poderia saber disso. O centro do universo estaria onde estivesse um observador, dotado com uma memória. Seja aqui na Terra ou na mais distante galáxia. Se o espaço se esticasse a partir da Terra, nesta primeira fase do movimento harmônico da luz, a força apontaria no sentido contrário, ou para a posição do observador. A Terra puxaria o Sol na sua direção. Isso não acontece porque o trabalho realizado pela luz seria


intrínseco ou negativo, nesta fase. Diz-se que ele estaria virtualmente contido no próprio observador. Isso também aconteceria com o tempo total de deslocamento da luz, que teria ficado retido dentro do cone de luz do futuro do Sol e que somente poderia ser avaliado indiretamente ou com atraso. Vê-se que estaríamos falando, o tempo todo, sobre as informações que utilizamos como subsídio para a formação dos nossos pontos de vista. O espaço, por sua vez, ficaria fora do processo. O universo continua por aí, e não parece estar muito preocupado com tudo isso. Santa Maria, 29/11/2019.


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