A Barreira do Tempo
J.R. Silva Bittencourt
Advertência:
O texto que você vai ler faz parte de uma tese e de um ensaio. Quase nada do que será dito tem a assinatura oficial da ciência astronômica. Por isso, tratando-se de ideias novas e propositivas você poderia enquadrar esta crônica no campo da ficção científica.
O autor
A Barreira do Tempo J.R. Silva Bittencourt
Quando você olha para o céu durante o dia e vê o Sol passeando sobre a eclíptica, não nota qualquer variação no seu volume e no seu brilho. A imagem do Sol (não o próprio Sol) executa um movimento circular aparente no céu que, na verdade, resulta de uma extrapolação do movimento do próprio planeta. Ou seja, é a Terra que se movimenta na direção da estrela, pois o Sol permanece relativamente imóvel em relação ao planeta. As possíveis variações na densidade da massa solar estariam sendo ocultadas, para nós, pela barreira do tempo. Essa barreira se expressa na demora a que a luz da estrela seria submetida, ao percorrer a distância de 150 milhões de quilômetros que nos separam, com a sua velocidade fixa e limitada. Isso nos obriga a ver o Sol sempre fora da sua verdadeira posição. Estas questões parecem se revestir de um cunho filosófico, pois envolvem o ponto de vista do observador. Quem trabalha com a ciência
acha isso uma perda de tempo. Quando assumi os riscos de me aprofundar no caminho introspectivo, contrário ao que normalmente a ciência se dedica, notei que o ponto de vista do observador não deveria mesmo influenciar, diretamente, a realidade do universo. No entanto, ele poderia nos levar à compreensão de como algumas forças atuam no espaçotempo, como é o caso da gravidade. Sendo uma força secundária ou de restauração, ela não pode ser somada às outras forças. O comportamento da energia potencial gravitacional é comparado, pelos físicos, ao de uma mola. A força seria nula quando essa mola estivesse na sua posição de repouso, e tenderia a diminuir negativamente, assim que a mola fosse comprimida. Não existiria, no espaçotempo, uma suposta fase em que essa mola tivesse sido esticada além da sua posição de repouso. Neste modelo oficial, a expansão do universo ficaria em dificuldades. O que desde cedo chamou a minha atenção foi a dependência que o observador demonstra
ter, em relação à radiação cósmica. Isto é, sem ela nós não poderíamos descrever o que aconteceria com as estrelas, colocadas a anosluz de distância. Essa nossa dependência em relação à presença constante da luz para vermos as estrelas, fez com que os astrônomos não mais pudessem tratar o espaço e a luz como sendo entidades independentes. Por exemplo, se o espaço se curva, a luz faz o mesmo e vice-versa. Devido a essa aparente fusão entre ambos, o comportamento do próprio espaço é comparado com o de uma tira elástica. Na realidade, uma tira elástica ou uma mola são analogias normalmente utilizadas para se descrever o movimento harmônico simples, executado pela luz. Ao perceber esses detalhes, senti-me como se estivesse à entrada do labirinto visitado por Teseu na lenda grega. Na minha frente estava uma das pontas do fio do novelo de lã entregue por Ariadne a Teseu, para que ele não se perdesse dentro do labirinto. Depois de matar o minotauro, Teseu teria usado o fio para retornar em segurança à saída do labirinto.
Pensei que deveria seguir a minha intuição e puxar lentamente o fio do novelo de lã, mergulhando na caverna. Dali seguiu-se os textos que postei no site do ISSUU e os vídeos lançados no youtube, que abordam os reflexos que os pontos de vista do observador teriam sobre a interpretação da realidade; não sobre a realidade em si mesma. Notei que, ao assumir essa atitude, não teria necessariamente que confrontar as leis da Física. Além disso, que seria importante tentar dimensionar o papel de cada um de nós na forma como interagimos com a realidade à nossa volta. Qual não foi a minha surpresa quando me deparei com alguns indícios, que sugeriam que a nossa memória poderia influenciar o sentido da atuação de algumas forças que vemos agindo no espaçotempo, como é o caso da gravidade. Para exemplificar vou sugerir, a seguir, um modelo inédito para descrever a influência entre o Sol e os seus planetas. Como se trata de um ensaio seria aconselhável que o leitor não levasse o modelo tão a sério, pelo menos até que novas evidências pudessem corroborá-lo.
Círculos e Elipses Quando olhamos para o céu aberto durante o dia, vemos o Sol se deslocar sobre a eclíptica do leste para o oeste, formando um círculo perfeito. Sabe-se que esse movimento circular resulta do repasse, feito pelo observador, do próprio movimento do planeta. Na verdade, apesar do seu movimento próprio, o Sol permanece relativamente imóvel em relação à Terra. A observação do céu nos dá a nítida sensação de que estaríamos no centro do universo, pois tudo parece girar ao nosso redor. Johannes Kepler conseguiu escapar ao jugo da luz solar, que nos mostra o Sol sempre com a mesma massa e o mesmo volume e, por cálculos indiretos, provou que o movimento real dos planetas forma uma elipse ao longo do tempo, e não um círculo. Sem Kepler, não poderíamos ter tido sucesso, ao enviar sondas para os outros planetas. De qualquer forma, a ilusão do movimento circular faz parte da nossa realidade física, o que sugere que a luz não é uma boa conselheira. Mesmo assim, se
não fosse por ela, não teríamos como saber da existência das estrelas e dos outros planetas do sistema solar. O tempo ganha sentido, para nós, quando já nos descobrimos olhando na direção do nosso próprio passado. Ele representa uma verdadeira prisão para o nosso corpo físico, pois a nossa memória é indissociável do tempo. O tempo é a ferramenta básica, que sustenta a nossa interação com o universo. Tudo o que existe é o que pode ser lembrado, ou o que já está no nosso passado. Você já viu o que o Alzheimer pode fazer conosco, nos estágios mais avançados da doença. Há um momento em que o paciente se desconecta totalmente da realidade, pois a supressão da memória retira dele a única ferramenta que lhe permitia a interação com seus entes queridos. Tentando escapar do jugo da radiação cósmica, fiz uma coleta de dados fornecidos pela ciência e que apontam para uma série de eventos, que estariam ocorrendo no céu sobre as nossas cabeças e que escapariam aos nossos
métodos de avaliação mais sensíveis. Além da impossibilidade de se descrever o movimento elíptico dos planetas de forma direta, uma vez que a elipse resultaria da superposição das posições ocupadas por um planeta em momentos independentes do tempo, existem outras incongruências. Por exemplo, como o Sol manteria a mesma massa e o mesmo volume ao longo do tempo, ele deveria lançar para o espaço sempre a mesma quantidade de luz e calor, atuando como se fosse uma lâmpada incandescente. Os planetas gasosos (ou de gelo) estão colocados a uma distância tão grande do Sol que, devido ao fato, deveriam estar inertes ou congelados. No entanto, as naves Voyager notaram uma notável incongruência entre o albedo desses planetas e a quantidade de luz e de calor oriundos do Sol, e que eles refletem para o espaço. No caso de Júpiter e de Saturno, eles refletem até três vezes mais luz para o espaço do que o esperado para aquelas distâncias. Se a energia irradiada pelo Sol fosse decaindo proporcionalmente com as distâncias, não deveria haver energia suficiente
para justificar os ventos fortes, de até mil quilômetros por hora, encontrados em Saturno. Sem entender o porquê, os cientistas atribuem o excesso de energia irradiada aos próprios planetas, que teriam uma fonte interna de calor. Há controvérsias. Outra incongruência notada no sistema solar é a de que, tendo a sua massa e o seu volume conservados ao longo do tempo, ainda, o Sol teria que estar associado a uma curvatura única e constante no espaço à sua volta. É isso o que nos leva a pensar que a energia do Sol teria que se dissipar de forma proporcional ao aumento das distâncias. Ou seja, se o Sol funcionasse como uma lâmpada incandescente, azar do planeta que estivesse muito afastado do centro. No meu vídeo “Receita para se colocar um Universo Estático em movimento”, postado no Youtube e cujo texto pode ser encontrado no site do ISSUU, propus uma solução curiosa para o enigma de que os planetas parecem percorrer uma órbita circular aparente ao redor do Sol, e não uma elipse. Ela se baseia
na tese de que, apesar de conservar a sua massa ao longo da nossa escala normal de tempo de vida, o Sol pudesse estar passando por estágios de densidades diferentes ao longo do ano. Apesar de ser um evento fictício, desde que não dispomos de instrumentos de medição que não dependam da luz, a variação transitória da densidade da estrela justificaria a sua ligação com curvaturas diferentes do espaço, em momentos independentes no tempo. Isso me levou a concluir pela existência de um universo estático, mas que somente poderia ser observado e lembrado em três dimensões, quando o tempo permitisse colocar esse universo em movimento contínuo e relativo. A razão para assim pensar é que se o movimento dos planetas obedecesse à variação da densidade solar, esse movimento não precisaria ser real no espaço. No entanto, o movimento dos planetas seria real no tempo. É o caso da órbita elíptica, que não pode ser flagrada isoladamente num instantâneo ou numa foto. Então, para aprimorar o modelo proposto, eu precisaria fazer duas coisas:
a. Separar a luz e o espaço e, no processo, curvá-lo. -A solução para o enigma seria quantizar a energia luminosa, ou empacotála na forma de fótons. b. Reter ou suprimir o tempo, durante o processo de empacotamento ou de quantização. -Isso resultaria na fusão entre a luz e o espaço, que passariam a formar um todo ou uma coisa só. Assim, mesmo que o espaço se curvasse na prática, ele permaneceria virtualmente bidimensional ao nível do seu mensageiro, a radiação cósmica. Ora, isso já acontece sem a minha interferência, pois a quantização da energia não demanda tempo, como demonstrado pela primeira vez por Bothe-Geiger, em 1925. O pacote do fóton nos é entregue pronto pela natureza. Note-se que neste segundo passo a quantização estaria virtualmente nivelando os extremos energéticos da radiação,
promovendo a retenção do tempo e impedindo o registro direto de qualquer movimento no futuro. Inclua-se, aí, a existência das ondas, cujo movimento está necessariamente atrelado ao tempo. Notei que isso iria de encontro ao conceito de cone de luz futuro de um evento qualquer, como é o caso do Sol. Se existissem ondas de luz emitidas por ele, o que não poderia ser demonstrado na prática devido ao virtual nivelamento energético dessas ondas, elas teriam que se deslocar na superfície de um espaço bimensional, ou que dispusesse apenas de largura e de comprimento. Esse é o caso das ondas produzidas por uma pedra, lançada em um lago. Os oito minutos de retenção da luz do Sol, dentro do seu cone de luz do futuro, resultariam da hipotética superposição das ondas no tempo. Como o tempo não existe no futuro, esses oito minutos passariam a ser questionáveis. Acontece que eles são medidos sempre de forma indireta, ou depois que os fótons se espalham e as
informações se projetam no nosso passado. É nesse contexto que se insere a nossa memória. Temos uma tendência para extrapolar as informações, coletadas no nosso passado, na direção do futuro. É como se, para a nossa memória, o futuro fosse uma espécie de imagem espelhada do nosso próprio passado. Se prestássemos um pouco mais de atenção a esses 8 minutos, veríamos que eles não dependeriam do movimento de aproximação ou de afastamento da Terra, em relação ao Sol. Eles são constantes e apontam para o movimento circular, como sendo o aparente regente da órbita terrestre. Esse “nivelamento” dos extremos da órbita terrestre (afélio e periélio) e a conservação dos oito minutos sugere que o marco zero do tempo teria migrado virtualmente para a posição do observador na Terra, o que lhe permitiria a observação instantânea de toda a abóbada celeste, à noite. Ou seja, o tempo estaria contido no
próprio observador, por um princípio de exclusão de acesso direto ao cone de luz do futuro dos eventos. A principal consequência do que foi dito até aqui é que o nivelamento da radiação estaria por trás da aparente conservação do volume solar ao longo do tempo, assim como a manutenção do seu brilho constante. A quantização ou o empacotamento da luz, finalmente, não nos permitiria medir diretamente as variações da densidade solar, se elas existissem, mesmo que a massa do Sol se conservasse a mesma ao longo do tempo. Resolvi apostar na tese de que haveria variações veladas na densidade da massa do Sol que estariam influenciando, de forma variável, a curvatura do espaço ao redor da estrela. Para não correr o risco de fazer ilações não fundamentadas, fui buscar apoio no comportamento das forças que atuam ao nível da estrutura atômica. Salvo melhor juízo não deveria haver
incompatibilidade entre o que se observa no universo microscópico e na macroestrutura desde que, quando se trata de observação, os dois níveis obedecem ao mesmo princípio de rastreamento remoto da luz. A luz espalhada, depois de prévio nivelamento (polarização), ainda é o único instrumento real de medida que a nossa memória dispõe para determinar, de forma instantânea, tanto a posição dos elétrons quanto a posição das estrelas. Da mesma forma que os planetas parecem girar em torno do Sol em órbitas circulares aparentes, os elétrons fazem o mesmo ao redor do núcleo do átomo. O mensageiro do espaço é o mesmo nos dois níveis, ou seja, a luz espalhada é o instrumento utilizado para se determinar a posição e o movimento de um elétron ou de um planeta. Por isso, seria útil lançar-se mão de um aspecto em particular, que caracteriza os níveis de energia do átomo, e que não se observa diretamente nas
órbitas planetárias: - O nível de menor energia do átomo, correspondente ao estado de repouso do elétron, é o mais interno em relação ao núcleo. Quando recebesse uma descarga e executasse o salto para o seu estado excitado ou de maior energia, o elétron se afastaria do centro. Por um momento vamos deixar de lado o elétron, o núcleo e o espaço que os abriga, e concentrar a nossa atenção ao comportamento da luz, sem a qual não poderíamos descrever os eventos que ocorrem naquele nível microscópico. Essa luz executa um movimento chamado “harmônico simples”, que se compõe de duas fases. Esse tema já foi abordado exaustivamente em “imagens do universo”, por isso, vamos apenas destacar que na primeira fase desse movimento harmônico, haveria um incremento da energia potencial elástica em detrimento da energia cinética. A mola se “estica”, o bloco se
afasta da extremidade fixa e a força aponta no sentido contrário ao do esticamento da mola, realizando um trabalho negativo. Como precisamos que a luz se espalhe na posição do elétron, para podermos avaliar a sua posição ou a sua velocidade, essa partícula deveria ocupar a extremidade fixa do conjunto, para onde a força da mola apontaria nessa primeira fase do movimento harmônico. A luz ficaria retida no que seria a sua fase de empacotamento (quantização). Por isso, o elétron simplesmente desapareceria, e não poderia ser encontrado entre dois níveis de energia subsequentes. Ele estaria passando pelo seu estado estacionário, em que não emite ou recebe energia. Duas observações poderiam ser extraídas dessa primeira fase do movimento harmônico, se a luz atuasse como mensageira do espaço. A primeira é que se a força aponta na direção do elétron, pode-se pensar que o núcleo
estaria repelindo a partícula, ou empurrando-a para fora do centro. Na verdade, isso seria consequência da natureza negativa da fase de quantização da luz, a exemplo de um movimento intrínseco ou que estivesse contido no próprio elétron. Da sua parte, o núcleo permaneceria indiferente ou fora do processo. Mesmo assim, a repulsão sugere que o elétron teria assumido transitoriamente uma carga positiva, comportando-se como uma antipartícula. A segunda observação é que a fase de quantização ou de empacotamento da luz (1ª. Fase do movimento harmônico) estaria sugerindo aproximação forçada entre o núcleo e o elétron. Ou seja, ao ser condensada a luz iria tensionar a estrutura atômica, estreitando o laço entre a nuvem de elétrons e o próprio núcleo. Como a luz ficaria retida nessa fase, o movimento de compressão do núcleo não existiria para o operador do sistema. Quando a luz se
espalhasse junto ao elétron, a partícula surgiria no seu movimento circular aparente e com a sua carga negativa, sem nenhuma indicação visual do que poderia ter ocorrido no espaço entre os dois níveis de energia subsequentes. A fase de espalhamento dos fótons seria a segunda fase do movimento harmônico da luz, em que se prevê a contração do espaço na presença de aceleração do movimento do elétron. É importante destacar que na primeira fase desse movimento harmônico haveria aproximação, não detectável, entre o núcleo e o elétron. Essa aproximação máxima estaria sendo delimitada pela energia potencial elástica, gerada pelo esticamento da mola do espaço. Ou seja, além de o elétron não abandonar a sua posição real, desde que seria o espaço à sua volta que estaria se esticando, não haveria como o elétron se chocar com o núcleo, o que justificaria a estabilidade da
estrutura atômica. Sabe-se que o tamanho total dessa estrutura gira em torno de quatro vezes o tamanho do seu núcleo central. Por outro lado, por conta da variação da densidade da matéria, o esticamento do espaço poderia ser maior ou menor. Assim, se uma menor energia potencial promovesse uma aproximação menor do elétron em relação ao núcleo, isso poderia ser interpretado como sendo um movimento no sentido de o elétron se afastar do centro. Infelizmente para o operador do sistema, a quantização iria também nivelar os extremos energéticos da radiação eletromagnética, polarizando-a. Com a decorrente fusão entre as duas dimensões do espaço e as duas da própria luz, o operador do sistema ficaria impossibilitado de registrar, diretamente, quaisquer alterações na geometria do espaço ao redor do núcleo.
Extrapolando o modelo para o sistema solar No caso do sistema solar a Terra parece executar uma órbita circular ao redor da nossa estrela, mesmo que se saiba que a órbita real do nosso planeta seria a elíptica. Essa órbita circular seria repassada pelo observador para a estrela, pois a sua imagem (não o próprio Sol) parece se mover sobre a eclíptica, do leste para o oeste, em movimento circular e uniforme. Isto é, com velocidade e aceleração constantes. Fora do que se vê diretamente no céu, durante o dia, os planetas estariam sendo “comprimidos” pela energia potencial contra o próprio Sol, com maior ou menor intensidade, dependendo da posição ou do afastamento do planeta. Mesmo que de forma velada, os planetas deveriam estar abandonando transitoriamente a sua órbita circular, e transitando pela órbita em forma de elipse (Kepler). Ou seja, o sistema solar, fora do
que vemos, seria uma estrutura dinâmica e pulsante. Se comparássemos o Sol com um coração normal, nós não estaríamos podendo ver a sua fase de contração nem a de dilatação, cujos efeitos, forçosamente, iriam se refletir sobre os planetas, afastando-os ou aproximando-os da estrela. O movimento circular, que se observa diretamente na abóbada celeste através da luz, dá-nos apenas o estado de repouso desse coração. É como se você fotografasse um coração batendo, e ficasse apenas com o instantâneo, um momento isolado do batimento, sem ter noção de todo o processo de bombeamento do sangue. Se a luz do Sol, refletida pela Terra, nos desse todo o conjunto do movimento do planeta em três dimensões saberíamos, olhando a partir do centro do sistema solar, que a órbita terrestre formaria uma elipse ao longo do tempo, e não um círculo.
Uma das semelhanças entre o sistema solar e um coração normal é que, quando o sistema solar se expandisse ou o espaço ao redor do Sol se esticasse, isso iria promover a aproximação dos planetas em relação ao Sol. Quando o nosso coração se expande, o sangue é atraído ou bombeado para dentro das suas aurículas. A semelhança citada se deve ao movimento harmônico da luz, atuando como mensageira do espaço, e não ao próprio espaço. Quando a mola se esticasse na primeira fase do conjunto massa-mola, do qual o observador ocuparia a extremidade fixa, a força apontaria no sentido contrário ao do esticamento, realizando um trabalho negativo. Tal como aconteceria numa implosão. Como a luz sofreria um processo de empacotamento exatamente nesta fase, ela ficaria retida, gerando incerteza na posição do planeta. O marco zero do tempo deixaria de estar no Sol, pois o observador passaria a depender do futuro espalhamento da luz na sua posição. Isso
aconteceria na segunda fase do movimento harmônico da luz, a de espalhamento dos fótons. Lamentavelmente, quando a luz se espalha na Terra o movimento circular aparente reassume o controle da situação, e tudo fica como antes. Para que o coração do sistema solar pudesse pulsar, mesmo sem ser notado, teríamos que contar com a existência de uma fase de contração das suas fibras, que empurrasse os planetas para fora do centro. É aqui que se insere o motor da variação da densidade da massa solar, atuando sobre a geometria do espaço e forçando os planetas a abandonarem o seu movimento circular e a sua posição de repouso. Para isso, não seria necessário que a própria massa da estrela se alterasse. A densidade solar passaria a estar relacionada ao menor ou ao maior esticamento da rede do espaço, devido às alterações transitórias promovidas na sua curvatura. Isso permitiria ao espaço gerar
inércia de forma independente das massas, argumento utilizado por Albert Einstein para tentar justificar o espaço absoluto de Newton (Livro “Como vejo o Mundo”, p.168). O que acrescento como novidade é a hipotética fusão entre a luz e o espaço, promovida pela retenção do tempo na fase de quantização. Assim, se o espaço se esticasse mais, aumentando a densidade da estrela sem depender da influência direta da sua massa, haveria um maior incremento da energia potencial elástica. Isso se deve à já citada virtual fusão entre o espaço e a luz. Se a luz se curva o espaço faz o mesmo, e vice-versa. Esse aumento da energia potencial elástica iria comprimir o sistema solar como um todo, aproximando os planetas em relação ao Sol. Por um raciocínio inverso, uma maior queda na energia potencial estaria vinculada a um menor esticamento do espaço, promovendo o afastamento dos planetas em relação à
estrela. O sistema solar seria menos tensionado ou se descontrairia. O coração, finalmente, poderia pulsar, mesmo que de forma imperceptível. Quando se diz que a energia potencial estaria vinculada a um maior ou a um menor esticamento do espaço, não se está pressupondo que o espaço deveria se contrair em determinado momento, para que o coração do sistema pulsasse. Na verdade, os planetas estariam sendo constantemente empurrados pelo Sol para fora do centro, mesmo quando eles estivessem passando pelos seus periélios. Os limites máximos de aproximação ou de afastamento dos planetas seriam ditados pela geração de energia potencial, em maior ou menor grau, ou somente pelo esticamento do espaço. É preciso relembrar que, neste caso, a luz e o espaço teriam que formar um todo único. O que acontecesse com a luz, iria se refletir no espaço. Na verdade, não existiria uma aproximação do
planeta em relação ao Sol por contração direta do espaço. O planeta deveria se aproximar do Sol por conta de um "menor afastamento”. Isso teria uma notável concordância com a previsão da ciência astronômica, que sustenta que a vida inteligente não poderia surgir na fase de contração do universo, devido ao problema da entropia. Ou seja, a desordem do sistema estaria sempre aumentando, o que seria uma característica da fase inflacionária. É aquela velha história da xícara que cai ao chão e se espatifa. Se as variações da densidade da matéria total do universo estivessem ditando a natureza relativa do movimento que se observa no espaço-tempo, não haveria uma fase de contração atuando de forma isolada. Ela poderia coexistir com a expansão na forma de uma força de natureza secundária, ou “de restauração”. Esse seria o caso da gravidade. O papel dessa segunda fase do movimento
harmônico da luz seria o de permitir a assimilação do tempo pelo observador. O tempo assumiria a condição de ser a terceira dimensão do espaço, permitindo a virtual superposição das ondas e a formação do cone de luz do futuro dos eventos. Sem essa acomodação secundária do espaço e da luz, cuja expressão maior seria a força da gravidade, as informações não poderiam ser acessadas. Isto é, mesmo que a fase de expansão do espaço existisse, ela não poderia ser lembrada. O tempo “desdobraria” o universo bidimensional em três dimensões, para que ele pudesse finalmente existir como produto das nossas lembranças. Quando as informações fossem acessadas pelo observador isso ocorreria sempre com atraso, mostrando a abóbada celeste fora do seu próprio tempo, ou como ela teria sido no passado. Na atuação de todas essas forças, o ponto de vista do observador seria determinante. É que, sendo a luz o suporte
para os nossos instrumentos de medida da posição do Sol e das outras estrelas, quando a luz do Sol se espalhasse na Terra ela deslocaria o marco zero do tempo para a posição do observador. É isso o que determinaria o sentido correto da atuação da energia potencial. Ou seja, na descrição do movimento harmônico, da luz utilizada, o observador ocuparia a extremidade fixa do conjunto massa-mola. O bloco seria representado pelo Sol, ocupando a extremidade livre da mola. Assim, quando a mola se esticasse a força apontaria na direção da extremidade fixa, ou para a Terra. Normalmente, optamos pela tese de que a massa do Sol curvaria o espaço diretamente, gerando gravidade. Isto é, o Sol seria colocado no lugar do observador, ou na extremidade fixa. Ao assim procedermos, costumamos esquecer que a luz, a mensageira do espaço, ficaria retida por oito minutos dentro do cone de luz futuro do Sol, o que impediria a comunicação direta do evento de
curvatura. Isso deveria atribuir à gravidade a natureza secundária de uma força positiva de restauração, já que ela surgiria fora do tempo real dos eventos que lhe teriam dado origem.
Santa Maria, RS,19/10/2019.