DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
Organizadora: Elis Regina Lemos
DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
E-book. Depressão: Mito ou realidade Organizadora: Elis Regina Lemos. 09/2018.
Colaboradores: Elaine Barbosa Elis Regina Lemos Emerson Oliveira Geovane Corrêa Irene Maria Still Ivanna Monteiro Gambini Josilene Martins Patrocinio Laura G. Mesquita Lyana Juffo Márcia Martins Lacerda Maria Aline Moreira de Oliveira Constantino Diagramação: Max Brandão
Colaboradores Elaine Barbosa Psicóloga clínica desde 1991, psicoterapeuta, especializada em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae e em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Assessora em desenvolvimento humano, qualidade de vida e bem-estar.
Elis Regina Lemos Psicologa, Professional Certified Coach Internacional (SLAC), Líder Coaching (IBC), Analista Disc. (SLAC), consultora corporativa com 12 anos de experiência na área organizacional e clinica desenvolvimento de pessoas, pesquisa de clima, avaliação de desempenho, seleção de profissionais, Treinamento comportamental e motivacional, elaboração de conteúdo para treinamentos. Palestrante, Psicóloga Clinica atuando com distúrbios emocionais e saúde mental. Trabalhei em empresas de grade porte AACD-Teleton, Unifesp, Mercer Empreendedora e idealizadora do Multcarreira desenvolvendo e supervisionando profissionais da psicologia.
Emerson Oliveira Graduado em Psicologia pela Instituição Centro Universitário N. Sra. do Patrocínio (CEUNSP) - Itu/SP. Pertencente à rede Cruzeiro do Sul. Concluído em 2017. Atuando hoje como Psicólogo Clínico para jovens e adultos de forma presencial e online com abordagem humanista, e também como Palestrante e Coach. As palestras vêm sendo realizada com o foco no desenvolvimento pessoal e autoconhecimento trazendo reflexões sobre a forma em que as pessoas vêm se relacionando com os outros e com ela mesma.
Geovane de Souza Corrêa Psicólogo formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) de Nova Friburgo/RJ. Pós-graduando em Psicologia Analítica pela mesma instituição. Participou do projeto “Vidas que tocam” em uma Instituição de Longa Permanência resgatando a memória de idosas através da musicoterapia. Atua como psicólogo clínico e Orientador Profissional em Nova Friburgo e faz parte de um grupo que realiza Acompanhamento Terapêutico.
Irene Maria Still Graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Pós-Graduada em Terapia Cognitiva Comportamental pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Formação em Hipnose Clínica pelo Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada. Vem atuando como psicóloga em atendimentos individuais presenciais ou online (adolescentes, adultos e idosos) e coordenando grupos de vivência em Atenção Plena (Mindfulness) na cidade de Rio das Ostras, RJ.
Ivanna Monteiro Gambini Psicóloga formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2006, formação em Terapia Cognitivo Comportamental em 2012 pelo ICCP -RJ, pós-graduação em Psicologia do Esporte pela UNYLEYA em 2017. Psicóloga Concursada com experiência profissional na área social, trabalho realizado em CRAS e Abrigo municipal para crianças e adolescentes em risco social, atuante na área de 2008 a 2014. Sócia - proprietária da Clínica de Psicologia Espaço Mente e Vida desde 2009 até o momento, exercendo a função de sócia majoritária e psicóloga clínica que atua com Realidade Virtual e Mindfulness para tratamento de ansiedades, medos e fobias.
Josilene Martins Patrocino Psicóloga, formada pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2007) e Coach de Pais e Filhos (Parent Coach Brasil). Especialista em Práticas Psicológicas em Instituições pela Universidade de São Paulo. Atua no consultório com atendimentos a crianças e adultos, com trabalho específico com mulheres, auxiliando no seu processo de autoconhecimento e conexão com sua força feminina, para viverem com mais equilíbrio e leveza as suas relações. Atendimentos Online e Presenciais em Cotia e Taboão da Serra/SP
Laura Gonçalves Mesquita Formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, atua como psicóloga na área clínica em Campos dos Goytacazes/RJ.
Lyana Juffo Especialista em Psicologia hospitalar pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formação clínica em Psicoterapia Corporal Reichiana, Brainspotting e EMDR. Psicologa da UTI Neonatal da Materinidade Perinatal, responsável pelo atendimento aos pais de recémnascidos internados na UTI neonatal e gestantes de risco. Tem experiência em atendimento clínico com crianças, adolescentes e adultos desde 2009.
Márcia Martins Lacerda Psicóloga formada pela Faculdade Celso Lisboa, em 1985, e pós graduada, com especialização em psicanálise, pela Universidade Santa Úrsula em 1990. Faço atendimentos de psicoterapia analítica, segundo Jung. Utilizo meus conhecimentos de Astrologia, ou seja o Mapa Natal para ter um acesso mais rápido aos conteúdos internos inconsciente do paciente.
Maria Aline Moreira de Oliveira Constantino Psicóloga Clínica Humanista Centrada na Pessoa, Licenciatura em Ciências Biológica, Especialização em Psicopedagogia. Atendimento psicoterápico. Experiência em plantão psicológico e mediação de conflito escolar. Palestrante com ênfase em parentalidade e relações familiares. Trabalho com grupo de jovens, pais e pré-natal psicológico. Co-autora do livro Interfases do Ser Adolescente com o capítulo: Adolescentes com Altas Habilidades e a diferença no Processo Educacional. Idealizadora do site e do blog Psicologia & Empatia.
“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” - Provérbio Africano
Índice 1. Depressão x Mitologia
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2. Depressão x Corporeidade
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3. Depressão x Religiosidade
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4. Depressão X Tristeza (Por que não devemos confundir as coisas?) 5. O Risco de Suicídio na Depressão 6. Depressão x Autoimagem
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7. Depressão na Infância e Adolescência
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8. Depressão, a mulher e a maternidade: reflexão sobre suas relações 9. Depressão x Pós-Parto
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10. Depressão x Vida Online 11. Depressão x Carreira
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Depressão x Mitologia
Geovane de Souza Corrêa
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Depressão x Mitologia Geovane de Souza Corrêa
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e acordo com a Psicologia Analítica, criada por Jung, o objetivo de todo ser humano é vivenciar a individuação, que é tornar-se si mesmo, realizar cada vez mais a própria personalidade. Para isso, é necessário que a pessoa confronte os conteúdos desagradáveis existentes em sua psique para que se chegue a um equilíbrio. Este processo de busca do equilíbrio é promovido naturalmente pela psique. No entanto, quando essa busca pelo equilíbrio encontra algum obstáculo, podem surgir sintomas que atrapalham a vida do indivíduo. Para a Psicologia Junguiana, estes sintomas têm o objetivo de promover saúde, na medida em que informam à pessoa que algo está errado. Dessa forma, ela precisará dar uma pausa e observar a própria vida, para encontrar o que não está bem e tomar uma atitude. Quando temos uma dor de dente, toda a nossa atenção e vontade desaparecem, e para nós passa a existir somente aquela dor, até que façamos algo para resolvê-la. Da mesma forma, a depressão vem tirar nosso ânimo e vontade de todas as coisas, para que passemos a olhar para dentro, para conhecermos novos aspectos de nós mesmos. A depressão vem para nos informar de que algo não está indo pelo caminho certo. É preciso, então, que encontremos nosso próprio caminho obscuro para encontrarmos a luz. Ela traz uma busca de sentido da alma e de significado da vida. Na terapia, surgem da psique do paciente imagens e símbolos do inconsciente, que precisam ser confrontados para que se entenda as mensagens da psique. Não há uma fórmula de tratamento única da depressão que sirva para todas as pessoas, pois cada um terá suas próprias imagens internas. Essas imagens internas estão ligadas aos arquétipos, que são formas padrões de imaginar e se comportar inatas, comuns a todos os seres humanos. Nós os herdamos dos nossos ancestrais mais primitivos, e estão relacionados a todas as experiências pelas quais o homem já passou. São apenas formas sem conteúdo; durante a vida, vamos preenchendo essas formas com nossas experiências pessoais. É interessante dizer que ao longo dos tempos os povos vão projetando essas imagens arquetípicas coletivamente em contos de fadas e em mitos. Podemos ver a depressão representada nos mitos sob a forma de descida ou queda no Mundo Inferior. O mundo dos mortos, pertencente ao deus Hades, traz escuridão, morte, perdas, tristeza e lamentos. É necessário descer e atravessar este mundo para que se chegue do outro lado e encontre a luz. O reino de Hades é também, no entanto, o reino das riquezas. Nele encontramos pedras preciosas. Precisamos confrontar a nossa escuridão interior para descobrirmos nossos preciosos tesouros escondidos. O herói nas histórias, em geral, representa o nosso eu. Nos mitos, muitas vezes a jornada do herói passa pela descida ao inconsciente para que ocorra um desenvolvimento. Nessas jornadas difíceis, geralmente há confronto com monstros e até mesmo DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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com a própria morte, seguida de ressurreição. Nesse sentido, o desejo de morte vivenciado pelo depressivo é, na verdade, o desejo de renovação, de mudança da situação velha por uma nova. Quando isso não é compreendido pela psique da pessoa, pode ocorrer a morte concreta e literal do corpo através do suicídio. Podemos encontrar essas batalhas míticas do herói na luta de Sidharta Gautama com o demônio Mara antes de se tornar o Buda; a luta de Osíris com Set antes de ser desmembrado e ressuscitar; a tentação de Jesus no deserto e a descida de sua alma ao reino dos mortos antes de ressuscitar; o sofrimento de São João da Cruz em sua “noite escura da alma” antes de atingir um novo grau de santidade, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho. A Depressão Normal e o Futuro da Civilização: Um Estudo da Função Estruturante da Depressão pela Psicologia Simbólica Junguiana. Venezuela, jun. 2007. HILLMAN, James. Suicídio e alma. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. JUNG, Carl Gustav. O Eu e o Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1997b, vol. VII/2. PURCOTES JÚNIOR, Francisco. O simbolismo da depressão na perspectiva junguiana. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 30, n. 71, nov. 2017. Contato profissional: Psicólogo Geovane de Souza Corrêa | CRP: 05/54569 Telelefone: (22) 99932-5088| E-mail: psico.geovane@gmail.com Cidade: Nova Friburgo, RJ
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DepressĂŁo x Corporeidade
Elaine Barbosa
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Depressão x Corporeidade Elaine Barbosa
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e ainda estivermos imbuídos da antiga concepção de oposição entre espírito e matéria, isto significa um estado de divisão e de intolerável contradição...O espírito é vida do corpo, vista de dentro, e o corpo é a revelação exterior da vida do espírito... C. Gustav Jung No decorrer de quase 30 anos como psicóloga venho conjugando a visão junguiana e a abordagem sistêmica, na análise e no tratamento das questões psíquicas. Com isto utilizo técnicas corporais que possam auxiliar na integração dos aspectos psicofísicos, trabalhando a relação entre o nosso psiquismo e o funcionamento orgânico. Teoricamente, sabemos que a nossa mente é una com o nosso corpo, porém, na prática, nem sempre levamos este fator em consideração. No quadro de depressão, percebemos claramente a ocorrência destes aspectos: Juntamente com o sentimento de tristeza e desânimo observamos nas pessoas acometidas por este quadro por exemplo, alterações de apetite. Este se apresenta diminuído ou, por vezes, aumentado.
Alterações de sono são frequentes. A pessoa dorme demais ou pode ficar insone.
A respiração se torna superficial. O olhar e a postura, de modo geral, parecem arquear para o chão. Sensação de cansaço, fadiga e desinteresse sexual, dentre outros e que somados são causadores de consequências desagradáveis na vida pessoal, familiar e profissional. Muitas vezes, indivíduos com depressão queixam-se de dores pelo corpo, sem nada que possa justificar organicamente estes sintomas.
Estas são algumas das correlações físicas associadas à depressão.
Casos de depressão precisam de um correto diagnóstico e muitas vezes do auxílio de medicação. As causas da depressão, em seus aspectos mentais e emocionais, necessitam de acompanhamento psicoterápico. A pessoa precisa entender o que está causando o problema e descobrir formas próprias para o enfrentamento e melhora. O trabalho corporal é um complemento ao trabalho verbal. Ele resgatará a expressividade do corpo, promovendo a soltura de tensões, reajuste postural, rumo a uma maior adequação. Estes trabalhos possibilitam vir à tona conteúdos psíquicos importantes para o desenvolvimento da consciência. DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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Aprender a respirar melhor, a perceber tensões e relaxá-las e outros aprendizados com o corpo são fundamentais para promover saúde e bem estar. Contato profissional: Psicóloga Elaine Barbosa | CRP: 06/37294 Telelefone: (11) 99157-3284 | E-mail: elainebarbosapsicologia@gmail.com Cidade: Embu das Artes, SP
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DepressĂŁo x Religiosidade
Irene Maria Still
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Depressão x Religiosidade Irene Maria Still
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esde que uma pessoa da minha família passou por um quadro de depressão, e a sua comunidade evangélica deduziu que a patologia era devido ao fato dela estar “enfraquecida da fé e precisar orar mais”, venho fazendo algumas leituras de textos relacionados à temática de saúde mental e religião. É possível observar que o campo de estudo sobre o tema vem crescendo continuamente. Porém, pelas pesquisas feitas para este texto em sites, artigos e, ainda, textos ligados às comunidades religiosas, percebi que são raros os estímulos dados aos fieis, para que busquem ajuda de um profissional de saúde mental. Além disso, a maioria parece por em xeque a fé religiosa daqueles que estão enfrentando um quadro depressivo ou sofrimentos de cunho emocional. Mas falta de fé leva à depressão? Mito ou realidade? A presença da religiosidade pode ser obervada em toda a história da humanidade. E, ao longo do tempo, alguns pensadores e cientistas buscaram segregar ciência e religião, por acreditarem que a religiosidade era um estado intelectual inferior e, em algum momento, desapareceria. No entanto, esta última década tem apresentado um crescimento dos estudos na área da medicina e psicologia sobre o tema. As pesquisas investigam empiricamente as relações entre religiosidade e saúde. Algumas análises científicas na área da psicologia apontam que a religiosidade possui pouco ou nenhum efeito na melhora de pessoas, nas quais a depressão já atinge certa gravidade. Nesse estágio, elas se mostram imunes aos efeitos da religião. Muitos estudos apontam a religiosidade/espiritualidade como uma ajuda no enfrentamento de quadros depressivos, mas também citam que pode ser uma fonte para o aumento do sofrimento. A religiosidade/espiritualidade pode proporcionar estratégias de enfrentamento (coping), levando a pessoa a ressignificar o seu sofrimento como crescimento espiritual. Mas nem sempre o enfrentamento religioso é positivo. Há, também, o uso e estratégias religiosas chamadas de “coping negativo”. Por este viés, a depressão é percebida como um castigo divino, ausência de fé e outras interpretações de cunho fundamentalista que aumentam o sofrimento psíquico. A este enfrentamento negativo soma-se a falta de apoio da comunidade religiosa da pessoa, o que faz com que ela se sinta ainda mais solitária em seu sofrimento, e a falta de estímulo na busca de ajuda profissional. Este viés negativo do enfrentamento está relacionado aos piores desfechos em saúde mental, causa o aumento dos sintomas depressivos, e pode levar ao suicídio em alguns casos. Fatos estes, que podem ser confirmados por uma breve pesquisa na internet sobre os casos de suicídios de líderes religiosos. Vale lembrar que a depressão é um quadro, e que sua origem é multifatorial, combinando fatores biológicos, sociais e psicológicos. Sendo o tratamento multidisciplinar o mais eficaz. Um tratamento que combina psicoterapia, medicamentos, exercícios físicos e uma rede de apoio social, religiosa ou não. Os benefícios são muitos para aqueles DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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que buscam a psicoterapia. Estes benefícios não dependem da convicção ou da falta de postura religiosa do psicoterapeuta, pois a postura neutra do terapeuta é condição ética indispensável na clínica. É importante lembrarmos que o papel do psicólogo é oferecer uma escuta empática e acolhedora, que respeite a singularidade e a liberdade de escolhas de cada um. Aliás, as questões relacionadas à religiosidade e aos tipos de enfrentamentos presentes, ora se apresentam como aliadas positivas e ora como complicadoras ao tratamento da depressão. Deste modo, precisam ser abordadas e compreendidas pelo paciente, pelos familiares, pela comunidade evangélica e acompanhada pelos profissionais competentes durante o tratamento. O envolvimento/compreensão de membros da comunidade em que o paciente se insere torna-se um fator positivo, para que haja uma rede de apoio no enfrentamento da depressão. Logo, é um mito pensar que só a falta de fé leva à depressão. Se assim fosse, todos os ateus seriam depressivos. Portanto, a fé religiosa pode ser uma aliada ao enfrentamento da depressão quando praticada com abertura e não julgamentoe/ou fanatismo. O tipo de enfrentamento escolhido depende da interpretação dada ao quadro depressivo do paciente, cabendo ao profissional acolher e trabalhar esta visão de mundo. Desta forma, cria-se ambiente propício, para que o paciente compreenda a dinâmica da depressão e encontre novos caminhos de enfrentamento de seu quadro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOURA, L, E, G, de. Religiosidade e Saúde Mental: evolução da depressão em pacientes segundo o nível de envolvimento religioso. 2017. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Belo Horizonte. PAZ MOSQUEIRO, B. Religiosidade, Resilencia e Depressão em Pacientes Internados. 2015. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade De Medicina, Porto Alegre.
Contato profissional: Psicóloga Irene Maria Still | CRP: 05/46148 Telelefone: (22) 99881-4848| E-mail: contato@irenestill.com.br Site: https://irenestill.com.br Cidade: Rio das Ostras, RJ
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DepressĂŁo x Tristeza (Por que nĂŁo devemos confundir as coisas?)
Maria Aline Moreira de Oliveira Constantino
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Depressão x Tristeza (Por que não devemos confundir as coisas?)
Maria Aline Moreira de Oliveira Constantino
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o dia a dia vemos muitas pessoas tristes serem “diagnosticadas” por familiares e amigos como deprimidos. Quantas vezes você já ouviu ou até falou: “– Estou tão deprimido hoje”.
Mas será que está mesmo?
Será que você realmente sabe o que é depressão ou apenas utiliza essa palavra para definir um momento de tristeza?
Então, qual é a diferença?
Tristeza é um sentimento momentâneo. Todas as pessoas, em algum momento de suas vidas, ficarão tristes. Seja pelo término de um relacionamento, falecimento de uma pessoa querida, perda do emprego, dentre outras situações, o sentimento de tristeza poderá aparecer. E quando aparece, sabemos dizer exatamente os motivos. Mas com o tempo essa sensação irá passar e será possível voltar às atividades do cotidiano.
E a depressão?
Depressão é uma doença grave, que causa sofrimento, requer tratamento e envolve muito mais que tristeza. A tristeza é apenas um dos sintomas. A depressão é um transtorno mental que pode levar a um desacordo entre a imagem real do indivíduo e a percepção que ele faz de si. O índice de mulheres diagnosticadas com depressão supera em até duas vezes o diagnóstico em homens. No entanto, estudos recentes indicam que os homens são menos propensos a relatar os sintomas depressivos, o que poderia levar a uma alteração nessas estatísticas. É comum que os pacientes com depressão, busquem ajuda médica relatando queixas físicas em vez de emocionais, tais como: cansaço extremo, tontura, dor intensa no corpo, cefaleia, dentre outras. Tais sintomas, quando investigados mais profundamente podem ser indicativos de um estado depressivo. Em termos emocionais, a pessoa com depressão pode sentir-se desamparada, ansiosa, sem esperança, incapaz, insegura, isolada, apática, indiferente aos acontecimentos com ela e com os outros, dentre muitos outros sintomas que levam ao desgaste físico, emocional e social. A depressão não precisa de um motivo aparente. No entanto, fatores biológicos como uma relação genética, fatores psicológicos como traumas e sobrecarga emocional DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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e fatores sociais como relações familiares conflituosas, podem levar a um estado depressivo. Uma pessoa com depressão pode passar por um acontecimento muito bom e ainda assim não conseguir vivenciar a felicidade desse momento. Enquanto que uma pessoa triste pode alegrar-se com um acontecimento ou notícia positiva. Muitas pessoas por desconhecimento ou preconceito, não dão atenção aos sinais da doença, o que pode agravar ainda mais o problema. Por isso, é preciso estar atento quando a tristeza se torna prolongada e demasiadamente intensa, porque desta forma ela, pode sim, levar a depressão. É importante compreender que a depressão tem tratamento e a busca por ajuda profissional qualificada, logo que surgem os primeiros sintomas, evita a evolução da doença e suas consequências para a vida do indivíduo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUAILIBI, Kalil; SILVA, Anderson Sousa Martins. Depressão: critérios do DSM-V e tratamento. Revista Brasileira de Clínica e Terapêutica. Ago 14 V 40 N 1. Págs.: 27-32. SOLOMON, Andrew. O demônio do meio dia: uma anatomia da depressão. Tradução Myriam Campello. - 2ª ed.- São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
Contato profissional: Psicóloga Maria Aline Moreira de Oliveira Constantino | CRP: 05/54266 Telelefone: (21) 99106-4777 | E-mail: contato@psicologiaeempatia.com.br Site: www.psicologiaeempatia.com.br Cidade: Rio de Janeiro, RJ
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O Risco de SuicĂdio na DepressĂŁo
Ivanna Monteiro Gambini
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O Risco de Suicídio naDepressão Ivanna Monteiro Gambini
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m primeiro lugar, devemos desmistificar a ideia de que depressão é sinônimo de tristeza. Compreender que a tristeza faz parte do nosso repertório emocional é essencial para esse entendimento.
Todos nós, em algum momento da vida, já passamos por alguma situação na qual nos magoamos com alguém, vivenciamos uma perda significativa pela morte de uma pessoa querida e até mesmo sofremos por uma decepção amorosa. O que nos deixa tristes são situações pelas quais passamos por um período curto e sempre por algum motivo. A Depressão vai além, muito além de uma tristeza, estamos falando de uma doença, assim como a hipertensão e a diabetes e que tem tratamento assim como essas. A Depressão causa uma indescritível sensação de vazio e inutilidade, uma tristeza sem motivo, baixa auto estima, perda de relacionamentos mais próximos, falta de vontades e também, ideias suicidas. Nesse ínterim, destacamos o suicídio como o maior dos agravantes dos sintomas de um indivíduo acometido pela Depressão. Muitos são os fatores predisponentes e precipitantes do risco de suicídio, alguns dos mais importantes são: Pessoas com transtornos psiquiátricos; Isolamento social; Suicídio na família; Abuso sexual na infância; Impulsividade/Agressividade; Desilusão amorosa; Perda de emprego; Desonra/ Vergonha; Embriaguez e fácil acesso a meios letais. Um alerta: esses fatores não podem ser avaliados isoladamente, os diagnósticos psiquiátricos e/ou psicológicos são fundamentais para indicação de casos de potenciais suicidas. Falar sobre suicídio ainda é um tabu. A ideia de que se falarmos sobre, pode propiciar o desejo e se tornar fato, é inverídico. Falar é necessário, pois o acolhimento emocional por profissionais, amigos e familiares é fundamental para a recuperação do possível suicida. Fomentar espaços de trocas e conversas torna-se crucial para que as pessoas sintam-se compreendidas sobre seus medos e angústias e entendam que é possível sim, por meio de ajuda profissional e familiar, interpretar o mundo de forma diferente daquela que ele, hoje, vê. Entendemos que os potenciais suicidas não querem morrer, querem apenas acabar com a dor e sofrimento que os assolam, e entendem que não há outra alternativa senão a morte. Estima-se que 90% dos suicídios poderiam ter sido DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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prevenidos, segundo a OMS. Isso é assustador, não?! Hoje, no Brasil, contamos com o trabalho do CVV (Centro de Valorização da Vida) que tem como objetivo o acolhimento e apoio emocional. De forma voluntária, atende aqueles que precisam de um espaço seguro e sem julgamentos de suas atitudes e pensamentos suicidas.
Falar sobre suicídio salva vidas e não induz a mortes. Contato profissional: Psicóloga Ivanna Monteiro Gambini | CRP: 05/35022 Telelefone: (22) 98129-3745 | E-mail: ivannagambini.psicologia@gmail.com Cidade: Nova Friburgo, RJ
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DepressĂŁo x Autoimagem
Laura G. Mesquita
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Depressão x Autoimagem Laura G. Mesquita
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autoimagem é a apresentação que você faz ao se descrever para alguém, onde consegue falar sobre as suas verdades, seus gostos, sobre como age em diversas situações. Essa noção de autoimagem que temos de nós mesmos se origina da soma do nosso autoconceito e autoestima, ambos formados durante a nossa infância. Fomos agregando ao longo do nosso crescimento uma série de conceitos, ideias, pressupostos, medos, dúvidas, opiniões, atitudes, valores e expectativas, e todos eles influenciam a forma como pensamos, sentimos e agimos, tanto de forma positiva quanto negativa. A autoimagem, autoestima e o autoconceito, bem como as crenças que possuímos sobre nós mesmos acabam impactando os resultados que obtemos no campo pessoal, profissional e relacionamentos. Pessoas que tem uma boa autoimagem possuem uma autoestima e autoconceito bons, o que contribui muito para um estado de equilíbrio emocional. Já as pessoas que não tem uma autoimagem tão boa assim costumam se colocar pra baixo, pensar que não tem valor, se criticam e se culpam com frequência, não reconhecem seus pontos fortes. Esses comportamentos negativos facilitam transtornos de humor como a depressão se instalar. Na depressão, o individuo tende a se ver como alguém que não serve pra nada, que “não tem jeito”, que faz péssimas escolhas, e esses pensamentos negativos vão além: em resposta a falta de valor próprio, pensam que são vistas como pessoas inúteis, desagradáveis, incapazes de serem amadas de verdade, de serem compreendidas. São inúmeros pensamentos disfuncionais, e todos eles só reforçam o ciclo vicioso da depressão. Não podemos pensar que pessoas com depressão simplesmente escolhem estar assim, pois existem diversos fatores que contribuem para que esse transtorno apareça: experiências negativas durante a vida, genética familiar com humor deprimido, outras doenças que trazem com elas a depressão, alterações cerebrais, autoestima baixa, além da estrutura de pensamento negativa. Em contrapartida, segundo a Psicologia Positiva, a felicidade é atitude. Não podemos modificar nossa genética, nem mesmo mudar de uma hora pra outra toda a nossa forma de pensar e agir, porém pequenas atitudes podem fazer a diferença: analisar o conteúdo dos pensamentos, cultivar os positivos e questionar sempre os negativos, não ter medo de errar e não ter medo do “não”, alimentar constantemente o cérebro com informações positivas e inspiradoras, construir e reforçar os laços com pessoas que estimulem a nossa melhor versão, não se comparar com outras pessoas e estimular o amor próprio, praticar o perdão por si mesmo caso haja um erro e buscar auxilio de um profissional de Psicologia caso seja um processo complicado para lidar sozinho. DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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Por fim, podemos entender que a nossa autoimagem é estabelecida durante a infância e adolescência, porém não é imutável. Ao modifica-la por meio de pequenas ações, estabelecemos uma relação harmoniosa com o nosso eu e obtemos relacionamentos mais saudáveis e estimulantes.
“A maior revolução de nossos tempos é a descoberta de que ao mudar as atitudes internas de suas mentes, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de suas vidas” - Willian James (Psicólogo e filósofo americano)
Contato profissional: Psicóloga Laura G. Mesquita | CRP: 05/52209 Telelefone: (22) 99996-9156 | E-mail: lauramesquitapsi@gmail.com Cidade: Campos dos Goytacazes, RJ
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Depressão na Infância e Adolescência
Josilene Martins Patrocino
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Depressão na Infância e Adolescência Josilene Martins Patrocino
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A depressão na infância e adolescência tem chamado a atenção de muitos profissionais da saúde. Ela é capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir no seu processo de maturidade psicológica e social, podendo também levar ao suicídio ou abuso de substâncias, principalmente em adolescentes. A dificuldade do diagnóstico e tratamento da depressão em crianças e adolescentes se esbarra na falta de conhecimento dos pais, principalmente quando os sintomas são retraimento e isolamento, pois eles tendem a acreditar que ela não exista ou tentam minimizar o problema. Geralmente a criança é levada ao psicólogo, quando os sintomas incomodam os pais ou a escola, quando apresentam problemas de aprendizado ou conduta. Os pais a consideram preguiçosa ou nervosa e, raramente os sintomas são percebidos como geradores de sofrimento. Outro fator que compromete o entendimento da depressão na infância e na adolescência é a grande diferença entre seus sintomas e os sintomas da depressão no adulto. Enquanto o adulto deprimido consegue falar sobre seus sentimentos, deixando clara a sua dor e, consequentemente, falar de seus sintomas; a criança e o adolescente não conseguem ter total consciência do que sentem. Dessa forma, a doença só pode ser notada através de alguma atitude ou comportamento característico. A depressão na criança ou no adolescente pode ser inicialmente percebida como perda de interesse pelas atividades habituais. Fatores biológicos e hereditários podem contribuir para o surgimento dos sintomas, por exemplo, quando algum familiar já apresenta a doença. Mas também, é importante investigar e avaliar os fatores ambientais, como bullying, violência física, sexual, maus tratos e dificuldades escolares. Entre os sintomas, os mais comuns são a instabilidade de humor, muito irritadas ou muito tristes e isoladas, dificuldade de concentração, alteração no sono (geralmente dormem muito), perda de apetite, isolamento social, mudança de comportamento e queda no desempenho escolar e perda de peso. É importante estar atento, pois os sintomas muitas vezes, podem ser confundidos com uma fase de temperamentos difíceis ou retraídos. Muitas vezes, o comportamento da criança ou do adolescente é alvo de críticas ou até mesmo de punições e castigos. Por isso, antes de qualquer atitude, observe e busque ajuda profissional especializada. DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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O tratamento ocorre através do acompanhamento psicoterapêutico e, dependendo da gravidade da doença, é necessária a intervenção medicamentosa em paralelo, através de tratamento com o médico psiquiatra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AJURIAGUERRA, J. ; MARCELLI, D. Manual de psicopatologia infantil. Porto Alegre: Artes Médicas (1991).
Contato profissional: Psicóloga Josilene Martins Patrocinio | CRP: 06/89813 Telelefone: (11) 97643-5677 | E-mail: psi.josilenepatrocino@gmail.com Cidades: Cotia e Taboão da Serra, SP
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Depressão, a mulher e a maternidade: reflexão sobre suas relacões Lyana Juffo
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Depressão, a mulher e a maternidade: reflexão sobre suas relacões Lyana Juffo
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Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que as mulheres têm o dobro de chances de desenvolver depressão comparada aos homens. Mas por que isso acontece?
Não existe uma causa única para que a pessoa desenvolva depressão, mas existem uma série de fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença, tais como: fatores hormonais; estresse e traumas; fatores genéticos; o papel social da mulher e a sobrecarga com a dupla jornada; a ditadura da beleza e a busca por um corpo perfeito; dentre outros. Ao longo da história a mulher vem lutando para conquistar o seu espaço no mundo, um espaço com mais respeito e liberdade. Muitas conquistas já foram alcançadas e hoje a mulher precisa aprender a lidar com todas essas mudanças. Atualmente existe um conceito de felicidade implícito para a mulher que é inatingível na prática e precisamos ficar atentas a isso. É como se para ser feliz a mulher precisasse ser bem-sucedida profissionalmente, ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa, cuidar bem da casa e ainda cuidar do corpo para que esteja sempre magro e bonito. Esse conjunto é conhecido popularmente como Síndrome da Mulher-Maravilha. Conciliar todos esses fatores é praticamente impossível e isso gera culpa e frustração. Além disso tem a relação da mulher com a maternidade. A maternidade ideal e sonhada por grande parte das mulheres, pode se apresentar de uma forma muito diferente na realidade, e então surgem os conflitos. Aquele maior amor do mundo, o amor de mãe pelo filho, pode vir acompanhado de muito cansaço, dor, solidão e frustração. E a grande maioria de nós, não estava preparada para essas dificuldades. Não se culpe! Crescemos ouvindo falar de instinto materno e de certa forma acreditamos que isso era natural. Afinal nasce um bebê e nasce uma mãe, instantaneamente. Não, não é bem assim que acontece com a grande maioria. Se voltarmos um pouquinho na história perceberíamos que esse papel de mãe mudou muito com o tempo e a forma de lidar com a maternidade também.
É importante assumir que é difícil conciliar a vida profissional com a maternidade,
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a vida amorosa e social. São esferas que exigem muito da mulher e não conseguir conciliar tudo, gera culpa e tristeza. A sensação de não ser boa o suficiente passa a estar presente o tempo todo e então a depressão pode surgir. Com a chegada da maternidade a mulher começa a criar uma nova identidade e a partir daí desenvolve mais um papel na sua vida, o papel de mãe, cheio de amor, de desafios, trabalho e responsabilidades. Dividir isso com o parceiro é fundamental para a saúde mental da mulher. Tentar dar conta de tudo sozinha torna a maternidade mais difícil. Contar com uma boa rede de suporte também ajuda bastante. Os sintomas comuns à depressão incluem choro frequente, irritabilidade, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, a sensação de ser incapaz de lidar com novas situações, e também queixas psicossomáticas, quando as emoções causam sintomas no corpo. Como lidar com isso? A psicoterapia é fundamental no tratamento da depressão. Rever os seus papéis, suas prioridades e cuidar de todas as emoções envolvidas no processo de adoecimento pode ser libertador e curativo. Ao fazer psicoterapia a pessoa aprende que precisa ter um tempo para se cuidar, aprende a respeitar os seus limites, começa a flexibilizar o jeito de olhar o mundo e a se livrar das culpas desnecessárias. Não é vergonha nenhuma ter depressão. Em alguns casos o acompanhamento psicológico e psiquiátrico precisa ser conjunto para um melhor resultado. Depressão é uma doença que precisa de tratamento e que tem cura, mas para isso é importante pedir ajuda.
Contato profissional: Psicóloga Lyana Juffo | CRP: 05/38148 Telelefone: (21) 98880-7330 | E-mail: lyanajuffo@gmail.com Cidade: Rio de Janeiro, RJ
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Depressรฃo x Pรณs-Parto
Mรกrcia Martins Lacerda
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Depressão x Pós Parto Márcia Martins Lacerda
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gestação e o pós-parto são períodos da vida da mulher que precisam ser vistos com especial atenção pois envolvem inúmeras mudanças, físicas, emocionais, hormonais, sociais que podem interferir diretamente na saúde psicológica desta mulher. A depressão pós-parto (DPP) trata-se de um transtorno psicológico que pode aparecer logo após o parto ou até seis meses após o nascimento do bebê, afeta em torno de 15% das parturientes, compromete sua relação com o bebê. Não tem uma causa única, mas provavelmente resulta de uma combinação de fatores físicos e emocionais. Os sintomas observados mais comuns na mulher são: - tristeza constante, choro excessivo, melancolia, ansiedade, exaustão, sentimento de culpa, baixa autoestima, desânimo, pouco interesse pelo bebê, medo de ficar sozinha, dificuldade para dormir ou dormir demais, falta de prazer nas atividades diárias, falta de apetite, diminuição da libido, aparecimento de pensamentos de prejudicar a si mesmo ou ao bebê. Os sintomas persistindo por mais de 2 semanas á indicação para tratamento psicoterapêutico. Mas é bom tomar cuidado para não confundi-la com “baby blues”. “Essa expressão em inglês refere-se a uma tristeza leve, considerada normal e que passa em poucos dias”, “A mulheres com baby blue ficam mais emotivas e choram com facilidade.” Já na DPP, os sintomas são mais intensos e semelhantes aos de uma depressão clássica. Cá entre nós: a chegada do bebê, especialmente se for o primeiro filho, causa uma revolução na rotina de qualquer pessoa. Mudam os horários de dormir, comer, acordar. O desgaste físico é imenso, sem falar na preocupação com o filho, que requer atenção o tempo inteiro. Mas pode ser um momento de grande realização da mulher onde ela, apesar de todo desgaste físico, está emocionalmente abastecida para enfrentar as dificuldades. Mas caso isso não ocorra é muito importante um suporte emocional para que essa mulher consiga lidar com a demanda. Entender os processos psicológicos da mulher nos períodos gestacional e pós-parto e conhecer os fatores de risco e de proteção da DPP é fundamental para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento deste transtorno. Toda e qualquer alteração da ânsia nesse processo da depressão é explicado pelo ato de reduzir-se, fazer-se menos, menos valor, menos prioridade, com menos importância, com menos significação. E os aspectos pessoais que estão sendo contidos, inadequados, incompatíveis com a realidade que se apresenta, na qual fazemos parte e que DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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ao invés de serem processados, estão sendo incubados. Para lidar com as situações que estão gerando a alteração do estado de ânimo é necessário que deixemos de olhar aquilo que está fora e se dedique o olhar para a percepção daquilo que não estamos sustentando e é de dentro, é pessoal e faz parte da constituição da nossa identidade.
Sintomas de depressão pós-parto no homem Geralmente, os sintomas de depressão pós-parto nos homens estão relacionados com o aumento de responsabilidades, relacionadas com fornecer uma boa vida ao bebê e dar suporte emocional à esposa. Assim, o homem com sintomas de depressão pós -parto também deve consultar um psicólogo ou psiquiatra para iniciar o tratamento adequado. Os sintomas de depressão pós-parto masculina, normalmente, surgem desde o final da gestação até ao primeiro ano de vida do bebê e podem ser:
• Irritabilidade e impaciência;
• Tristeza e pensamentos negativos;
• Falta de vontade para conviver com outros;
• Choro fácil e constante;
• Falta de apetite;
• Dificuldade para se relacionar com os filhos;
• Ansiedade e falta de atenção. Contato profissional: Psicóloga Márcia Martins Lacerda | CRP: 05/9873 Telelefone: (21)99777-8192 | E-mail: psi.marcia.lacerda@gmail.com Cidade: Rio de Janeiro, RJ
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DepressĂŁo x Vida Online
Emerson Oliveira
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Depressão x Vida Online Emerson Oliveira
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smartphone virou a nossa maior companhia de uns anos para cá, praticamente todos nós nos tornamos dependentes dessa máquina tão compacta e aparentemente inofensiva. A maior motivadora disso é a internet que fez o mundo caber na palma de nossas mãos. Há pouco tempo o mundo vivia na era do papel na qual a maior comunicação que tínhamos com o outro era através das cartas, apesar de já existir a telefonia a mudança para era digital foi tão rápida que ultrapassa qualquer evolução que tivemos desde a chegada da energia elétrica. Nessa era digital é valido ressaltar a autoestima e autoconhecimento de si, se você não tem cuidado, pois facilmente você terá a baixa autoestima. Nesse momento perfeito que a internet mostra e ai que mora o perigo e surgimento de transtornos por não saber lidar com o mundo real e virtual, a internet pode se tornar seu mundo perfeito e fazer você deixar de viver o real, pois nele você não sabe como lidar com suas frustações. Temos a ilusão muitas vezes do que acontece no mundo virtual, não afeta o mundo real. MENTIRA! Tantas pessoas já foram prejudicadas por causa das notícias falsas na internet, ou até mesmo postagens com conteúdo de bullying e racismo com final trágico e ainda sim, as pessoas se escondem em perfis fakes (perfil falso), mas existem leis e até delegacias para cuidar de demandas como essas. Atualmente além da depressão que pode ser desencadeada através do mau uso da internet e outras doenças, recentemente foi descoberta a Nomofobia, que é uma compulsão caracterizada pelo medo irracional de permanecer isolado e desconectado do mundo virtual. Na abstinência do smartphone, tablet e até notebooks, sem conexão à internet, os principais sintomas de quem tem nomofobia são: angústia, vazio existencial, desespero, estresse, irritabilidade, náuseas, taquicardia, sudorese, tensão muscular, pânico, dentre outras manifestações. Vale a pena ressaltar que a nomofobia está geralmente relacionada com comorbidades secundárias de outros transtornos, principalmente os transtornos de ansiedade, tais como fobia social, síndrome do pânico e transtorno obsessivo compulsivo. Essa falsa segurança que o mundo virtual pode trazer e que hoje está mais que comprovado que é uma segurança ilusória, pois como na vida, na internet também, não é diferente se não cuidarmos dos conteúdos consumidos e acessados, podemos sim, ficar em risco, seja ele de vida ou da nossa própria saúde. Contato profissional: Psicólogo Emerson Oliveira | CRP: 06/143236 Telelefone: (11) 98902-0896 | E-mail: emersonoliveirapsi@gmail.com Cidade: Itu, SP DEPRESSÃO: MITO OU REALIDADE
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DepressĂŁo x Carreira
Elis Regina Lemos
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Minha carreira está doente? ou eu estou doente? Elis Regina Lemos
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oje Hoje o grande motivo de afastamento dentro das empresas é a questão emocional (Pânico, Depressão, Ansiedade, dores de cabeça etc.) isso mesmo!
A desmotivação com a carreira leva o profissional a sentir vários sintomas físicos e emocional, venho falando muito sobre este tema nos últimos dias, perceber o quanto sua carreira faz sentido no dia a dia, as metas exageradas dentro das empresas levantam cada vez mais esse índice nas pesquisas.
Já sei Elis de novo esse assunto?
Isso mesmo!
Quero fazer você refletir e justamente pensar o quanto seu trabalho faz sentido para você?
Dinheiro é importante até porque todos temos boletos para pagar, isso é fato!
Agora viver uma vida de lamentação e sofrimento só vai fazer mal a você mesmo.
Comece pelo começo: Defina seu ponto de partida: reflita sobre a sua vida hoje, a classifique. É somente entendendo o seu momento atual, que será possível projetar o futuro.
Encontre suas motivações: o que te faz feliz?
Quando e porque você se sente realizado?
Para isso o que eles chamam de “diário de bons momentos” pode ajudar muito!
Trace planos: mas pense em mais de um. Assim se uma falha, é possível escolher outra rota. Mas lembre-se: uma não pode ser melhor do que a outra e precisam ter a ver com você, além de serem viáveis, claro. E hora de aprender com os erros e refinar seu planejamento. Nos processos de coaching realizo técnicas para auxiliar profissionais e empresas no alcance de metas, no desenvolvimento acelerado e, em sua evolução contínua, fazendo refletir em todas as perguntas que coloque aqui.
Agora foi fácil?
Não foi?
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Deixo aqui meus contatos estarei a disposição para te ajudar! Contato profissional: Psicóloga Elis Regina Lemos | CRP: 06/89202 Telelefone: (11) 99692-2679 | E-mail: elisreginalifecoach@gmail.com Cidade: São Paulo, SP
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“Uma psicoterapia é uma experiência que transforma; pode-se sair dela sem o sofrimento do qual a gente se queixava inicialmente, mas ao custo de uma mudança. Na saída, não somos os mesmos sem dor; somos outros, diferentes” - Contardo Calligaris