J.P VIAJA

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J.P

R$ 14,90

VIAJA

áfrica o lado selvagem e o luxo

design em paris

Uma bela viagem para quem procura o crème de la crème da arquitetura e da decoração

chocolate

E MAIS Minimanual de arte contemporânea; um especial para investir bem no mercado imo

Os highlights da viagem pela Suíça com o melhor para se conhecer

meio cheio

Quando a resiliência faz a diferença


j.p viaja ĂŠ


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fotos divulgação; arquivo pessoal

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SumÁrio 61

luz própria

Os superpotentes relógios da Luminox chegam ao Brasil

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o mestre de todos os bobos

Jerry Lewis: o bobalhão mais adorável que existe

Elie Horn, da Cyrela, doa 60% do que ganha e não acha que se trata de caridade

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samba de uma nota só

Henrique Meirelles e a polêmica PEC 241

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a era do cérebro eletrônico

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edição 100

Os algoritmos agora aprendem – e podem se tornar mais inteligentes do que nós

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NÓS ESTAMOS AQUI

Phil Knight conta como transformou a Nike em uma das marcas mais desejadas do planeta

elie horn por roberto setton

Na rede:

Uma retrospectiva dos melhores momentos da revista 33 TAPETE VERMELHO Na passarela, ensaios que marcaram 44

ócio criativo

Um jogo para orientar futuros delatores

50 ALMOÇO DE PODER

Vanderlei Luxemburgo contra-ataca

/Poder.JoycePascowitch

@revistapoder @revista_poder

58

ordem e progresso?

O que os slogans dizem sobre os políticos

4 poder joyce pascowitch

78 É DE PODER 82 casal singular

Nas mãos de Claude e François-Xavier Lalanne, a natureza ganha formas surpreendentes

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o luxo mora ao lado

Da efervescente Buenos Aires aos vinhedos de Mendoza, a Argentina reserva ótimas surpresas

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o gênio da lata

O criador do Brownie do Luiz dá a receita do sucesso

90 PODER VIAJA 92 só para maiores

Skate, triciclo, tuc-tuc: brinquedos motorizados para lá de futuristas

96 Poder ferve 98 COZINHA DE PODER 102 HIGH-TECH 104 CULTURA INC. 109 UNIVERSO PARTICULAR 110 ESTANTE 111 CARTAS

foto Maurício Nahas

9 EDITORIAL 10 COLUNA DA JOYCE 14 POR UMA VIDA EXTRAORDINÁRIA


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diário de bordo por fernanda grilo

Em meio ao deserto do oeste norte-americano, o Amangiri, em Utah, surge como refúgio de privacidade e de conforto. O resort do grupo Aman tem suítes com amplas janelas para que o hóspede aprecie as cores do horizonte, que vão do ocre ao rosa, dependendo da posição do sol. A piscina, construída em torno das rochas, é um dos maiores atrativos do hotel, que oferece ainda passeios de balão, a cavalo ou em pequenos aviões. aman.com

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fotos divulgação; andré ligeiro; istockphoto.com

OÁSIS


AVENTURA

Acompanhar a grande migração das manadas de animais que vivem nas planícies africanas é um dos privilégios de quem se hospeda no Singita Faru Faru Lodge, em Grumeti, no norte da Tanzânia. Cravado em uma colina no meio do Serengeti Mara, o hotel é perfeito para a realização de safáris durante o ano todo, tem clima informal, decoração rústica e suítes com vista única. singita.com

DECIFRA-ME

Este é para quem gosta de aventura. O Bolsover Cruise Club, da Inglaterra, acaba de criar o Secret Sailaway, roteiro de 16 dias de navio, com seis paradas totalmente desconhecidas. Pouco tempo antes do embarque os passageiros começam a receber mensagens enigmáticas por e-mail que ajudam a desvendar cada destino. Outros detalhes, como os hotéis onde vão ficar e eventuais trechos de avião durante o percurso, também são mantidos em segredo. A primeira partida está marcada para março de 2017. bolsovercruiseclub.com

Esquiar é mais que um hobby para Christian Blanco, vice-presidente de marketing da SABMiller no Brasil: são exatos 43 anos praticando o esporte em diferentes pistas ao redor do mundo. Com a chegada da temporada de frio na Europa, o executivo indica três estações que frequenta e revela os motivos para PODER. Stubaier Gletscher, Neustift (Áustria): “Por ser uma geleira, funciona praticamente o ano

inteiro. No inverno, tem mais de 100 km de pistas. A dica é se hospedar no Relais & Châteaux Spa-Hotel Jagdhof . ” Telluride, Colorado (EUA): “Para mim, esse é um dos melhores lugares que existem para praticar heliski. São mais de 400 km de terreno. Mountain Village é a cidade mais próxima e tem bons hotéis. Recomendo dois: Lumière e The Peaks.” Gstaad, (Suíça): “A área conhecida como Saanenland tem diversas estações com pistas que ficam a até 3 mil metros de altura. E o vilarejo é um charme.”

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ZEN COMPROMISSO Corumbau, na Bahia, é um paraíso guardado entre as cidades de Prado e Porto Seguro. A joia local é o Vila Naiá, com apenas nove quartos que mesclam rusticidade e design. O cardápio de Maria Alice Solimene privilegia os produtores da área e a pequena granja da propriedade. Para entrar no clima do lugar, a dica é fazer um passeio de canoa pelas aldeias indígenas e acompanhar rituais como o Toré, que celebra a chegada da lua cheia. E, para comer bem, a pedida é o arroz de polvo do Canal do Pampo, restaurante supersimples comandado por Goinha, cozinheira que é uma verdadeira lenda do povoado. vilanaia.com.br

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j.p indica

ARRIBA

O Tierra Atacama Hotel & Spa oferece um novo jeito de conhecer o Vale da Lua, uma das principais atrações do deserto chileno: um voo de balão ao nascer do sol sobre as rochas e vulcões do local. E o Belmond Eagle Island Lodge, no delta Okavango, em Botsuana, lançou um safári de helicóptero: assim, os hóspedes podem ver de cima uma das regiões mais selvagens do mundo, que é patrimônio da Unesco. tierrahotels.com / belmondsafaris.com

Mario Pantalena

Joalheiro “Vou sempre para o Pantanal e me hospedo no Refúgio Ecológico Caiman. Gosto do sossego e do conforto dos quartos para criar minhas coleções e fico horas desenhando e ouvindo música clássica na varanda. No fim da tarde, é comum ver centenas de aves voando para uma mesma árvore, chamada de dormitório, que fica com mais de 300 tipos de pássaros em seus galhos.”

fotos divulgação; bruna guerra; arquivo pessoal

CONSTELAÇÃO Comida chinesa – e estrelada – na Suíça? Sim, é possível. O Tsé Fung, do hotel La Réserve, em Genebra, é o primeiro dessa especialidade no país a ganhar uma estrela no Guia Michelin. A cozinha comandada pelo chef Frank Xu foi reconhecida por revisitar clássicos com sutileza, sem deixar de lado o sabor picante típico da culinária asiática. O pato assado de Pequim servido em duas etapas é um dos mais pedidos. lareserve.ch

SHIVA

Tim Cook, o primeiro CEO da Apple a visitar a Índia, escolheu o Taj Mahal Palace, em Mumbai, para passar uns dias. O hotel com vista para o Mar Arábico foi construído em 1903 e se mantém na lista dos mais luxuosos do país. Apesar de superlativo – são mais de dez restaurantes e um shopping com lojas das principais marcas do mundo –, o lugar oferece aos hóspedes a discrição que eles tanto adoram. taj.tajhotels.com

m a is e m gl a m u r a m a .com/ pelo -m u n do j.p viaja 11


RESPIRO

“Na Sea Point Swimming Pool, me chamou a atenção a arquitetura dos anos 1970 e o fato de só haverem negros, apesar de o apartheid ter chegado ao fim em 1994”, comentou Nahas


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viagem

Em Botsuana, na África, é possível ter ao mesmo tempo o melhor de dois mundos: o selvagem e o do luxo por walterson sardenberg sº


foto divulgação


O

ásis é uma palavra romântica. Um trecho de vegetação que aparece como por milagre, na imensidão do deserto. Uma pequena miragem verde isolada na total aridez. Não é bem assim no maior oásis do planeta. Na África ele se espalha grandioso pelo norte de Botsuana – país plano como uma mesa e com 70% de terri-

tório tomado pelo deserto. Esse oásis é formado pelo delta do Okavango, rio que nasce nas montanhas de Angola, atravessa a fronteira de Botsuana e, em vez de desaguar no mar, termina no deserto de Kalahari. É um final apoteótico. Sob a forma de leque, o Okavango alaga a planície, formando milhares de ilhas e centenas de lagoas. A água se infiltra por 15 mil quilômetros quadrados

– 15 vezes a área da cidade de São Paulo, para se ter uma ideia. O maior oásis do mundo, obviamente, atrai muita vida selvagem em busca de água e alimentação. Só entre os mamíferos, são milhares de impalas, leões, hipopótamos, girafas, zebras, javalis, gnus, guepardos, leopardos e rinocerontes. O jeito mais cômodo de observar a imensa fauna do delta do Okavango pode ser refestelado na pol-


GUARDIÃS DO FUTURO Fundada em 1983, a Wilderness Safaris é uma companhia de ecoturismo com sede

fotos divulgação

na África do Sul. Premiada por publicações especializadas como a britânica Tatler ou a americana Travel + Leisure, a empresa administra lodges em Botsuana, África do Sul, Quênia, Namíbia, ilhas Seychelles, Zâmbia e Zimbábue. Em todos, a filosofia é oferecer exclusividade em acomodações luxuosas fincadas em lugares remotos – o mais próximo possível da vida selvagem. Tudo isso sem jamais abdicar do compromisso de proteger o meio ambiente. A Wilderness se destaca, por exemplo, pela defesa e reintrodução de espécies de animais selvagens ameaçadas de extinção nos países em que atua. Entre seus programas de responsabilidade social, o mais premiado é o Children in the Wilderness, que visa não só educar e alimentar crianças que vivem em lugares remotos da África, mas também cria líderes ambientais nessas comunidades. As crianças que moram na vizinhança dos parques e das reservas frequentam as escolas mantidas pelo programa. Ali, aprendem não só a importância da preservação da natureza, mas também recebem treinamento para atuar profissionalmente no local em que vivem como guias ou técnicos especializados na fauna e na flora locais.

trona vendo um documentário de TV. A melhor maneira, porém, é se instalar em um dos 16 lodges – exclusivíssimos e com toda a mordomia – que a Wilderness Safaris tem na região. O Vumbura Plains é um deles. Chegar lá é uma experiência formidável por si só. A bordo de um Cessna voando em baixa altitude – a Wilderness Safaris tem um frota de aeronaves novas e seus próprios pilotos – é

possível ver manadas de búfalos e de elefantes se movendo pelas ilhas do delta. Nenhum outro lugar do mundo, aliás, tem tantos elefantes quanto Botsuana. Eles formam uma manada estimada em 90 mil animais – a mesma população de Francistown, a segunda cidade do país. Na capital, Gaborone, vivem 230 mil pessoas. Encravado em pleno delta, o Vumbura Plains acena com 14 suítes, ergui-

das em uma arquitetura de linhas retas, aninhadas sob a sombra de um magnífico dossel de árvores nativas. Cada acomodação tem 200 metros quadrados e um deque com piscina privativa. Na área comum, lounges, bar e restaurante. Dali se ouve o chamado de todas as vozes da selva. Não é de estranhar que um lugar tão especial tenha recebido diversos prêmios. Entre eles, o Elle Decór Interior Design, em 2006,


o dos leitores da revista americana Condé Nast Traveler, 2014, e o do Style Junkies, também no ano passado. Há quatro opções para desbravar as cercanias de Vumbura: em caminhadas, em veículos 4x4 abertos, em lanchas voadeiras ou nas mokoros,

canoas estreitas em que cabem apenas duas pessoas sentadas e o condutor, o ranger. Ele move o barco com o auxílio de uma vara. Os tipos de transporte, vale frisar, não são excludentes. O melhor é experimentar todos. Eles levam à algazarra dos

babuínos, ao ronco dos leões, aos hipopótamos que se banham entre os canais, à disparada dos antílopes, às reuniões de zebras bebendo a água do delta. Detalhe: a água, que parece escura a distância, é de uma limpidez assombrosa quando vista de perto.

Viagem feita a convite da operadora Highland (HIGHLAND.COM.BR) e da South African Airlines (FLYSAA.COM)


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MEIO CHEIO

Intocável Todo mundo tem problemas. O pulo do gato é a maneira como se lida com eles. É aí que a resiliência faz a diferença por maria gabriela lyra ilustração cassiano reis

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O PAI DA IDEIA

SEM OLHAR NO RETROVISOR “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, o refrão da música de Paulo Vanzolini é uma ótima analogia para o tema. Quem é resiliente também pode ir para o fundo do poço por causa de um problema, mas volta mais rapidamente para a superfície. A pessoa respira fundo para pensar com clareza e aprender alguma coisa com os limões que surgiram no caminho. Ser resiliente é bem diferente de ser resignado. Na resignação a pessoa se habitua a conviver com uma situação incômoda e tenta lidar com a dor que ela provoca. Trata-se de conformação. O resiliente também acusa o golpe, mas é nele que encontra forças para pensar em uma saída. Quando alguém se vê às voltas com um problema precisa mudar o que não faz bem. E é justamente aí que se encontra um dos maiores dilemas do ser humano: embora muitas pessoas realmente desejem mudar o que as incomoda, dificilmente querem se modificar. E, nesse caso, mudar não pode ser apenas um desejo, mas uma medida necessária. É relativamente comum ouvir al-

foto Festival della Scienza / wikicommons

S

erá que eu dou conta? Quem nunca se fez essa pergunta pode se considerar exceção – afinal, trata-se de uma angústia recorrente no mundo contemporâneo. A velocidade vertiginosa dos tempos atuais trouxe novas exigências, o que nos obriga a fazer as coisas em um ritmo muito mais acelerado. Com isso, dá-lhe conflito, sensação de culpa e um cansaço enorme diante da montanha de coisas para fazer. E pensar que a tecnologia deveria deixar tudo mais fácil... Na verdade, ela deixa – mas é apenas uma ferramenta, ou seja, trabalha para você, não o contrário. Por isso, antes de decidir que recurso usar, é importante prestar atenção em como você reage diante das demandas do dia a dia. Senão, o avanço vai ser lento e você vai se exaurir mais rápido, como se estivesse apagando incêndios o tempo todo. É exatamente nesse ponto que a resiliência pode fazer toda a diferença. O resiliente lida com as dificuldades sem afundar com elas. Ele seria um otimista, então? Sim, e também sociável, emocionalmente inteligente e criativo para encontrar soluções inusitadas para qualquer problema que o esteja incomodando. PODER conversou com a filósofa e escritora Rosiska Darcy de Oliveira, que é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), para entender o que é essa tal resiliência e onde é que ela entra quando o bicho começa a pegar.

Originalmente, resiliência é um conceito da física e diz respeito à resistência de um material, a sua capacidade de retornar ao estado natural, sem danos ou rupturas, mesmo depois de submetido à pressão. O psiquiatra francês Boris Cyrulnik é um dos grandes difusores desse conceito e começou a estudar o assunto usando sua experiência pessoal como ponto de partida: em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, quando tinha apenas 6 anos, Cyrulnik conseguiu escapar de uma batida policial que prendeu seus pais e sua irmã. Os três morreram em campos de concentração e, ao se ver sozinho no mundo, Cyrulnik, precisou reaprender a viver. Isso o levou a formular a teoria da resiliência, mostrando que o desenvolvimento pessoal depois de uma experiência traumática está relacionado a condições neurológicas, afetivas, psicológicas e psicoculturais. Ou seja, tem a ver com construir uma nova percepção das experiências negativas. Senão, a pessoa acaba se tornando prisioneira de seu passado, podendo, inclusive, desenvolver síndromes psicotraumáticas. O assunto é tema de diversos livros do psiquiatra, como Sauve-Toi, la Vie T’Appelle, lançado em 2012, e Le Murmure des Fantômes, de 2003. Todos ainda sem tradução para o português.


“Mesmo sem saber, nossos pais nos passavam o conceito de resiliência quando repetiam o ditado ‘há males que vêm para o bem’” guém dizer: “Eu não superaria tal coisa”, mas quando acontece algo traumático, a pessoa encontra forças para seguir em frente. Ela se modifica e, com isso, muda a situação também. DESDE CRIANCINHA Mesmo sem saber, nossos pais nos passavam o conceito de resiliência quando repetiam o ditado “há males que vêm para o bem”. Resiliência se aplica a qualquer tipo de situação – inclusive aquelas relacionadas à carreira. As empresas, aliás, têm buscado cada vez mais gente que use esse conceito no dia a dia, exercitando a flexibilidade e a criatividade para driblar questões complicadas, de atritos com o sócio ao cancelamento de um contrato crucial, por exemplo. Há características da resiliência que são consenso entre os pesquisadores: sociabilidade, criatividade na resolução de problemas e senso de autonomia e de proposta. Ou seja, quem é resiliente age em vez de ficar se sentindo vítima da situação. Tem gente que acha que não é resiliente porque se abate com coisas simples como não ser convidado para uma festa ou por que não recebeu “bom dia” do vizinho ao encontrá-lo no elevador. E aí vem a dúvida: será que alguém é naturalmente

resiliente ou essa é uma qualidade que pode ser desenvolvida? A boa notícia é que dá para aprender, sim, a ser mais resiliente. Um dos jeitos de fazer isso é recorrer à ajuda de um psicólogo para descobrir maneiras de não se fragilizar tanto diante dos problemas. A resiliência é um tipo de comportamento que pode ser trabalhado na psicoterapia. Vale dizer, aliás, que um dos objetivos de um processo terapêutico bem-sucedido é justamente deixar a pessoa mais resiliente e, em alguns casos, mostrar que, mesmo sem saber, ela já carregava essa característica dentro de si. FAÇA VOCÊ MESMO Alguns fatores são fundamentais para construir atitudes resilientes. Saber administrar as emoções é um deles e fazer isso significa manter a serenidade diante de uma situação difícil. O pior aconteceu? Ok, isso é bem ruim, mas não é hora de jogar tudo para o alto, mas de pensar o que pode ser feito na prática para mudar aquela realidade. O resiliente não se conforma com o que não está bom, mas também não rompe com a situação. Ele tem serenidade suficiente para parar, pensar com clareza e aparecer com uma nova proposta, algo que ainda não havia sido levado em conta. n


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Além do chocolate por morgana bressiani*

Dia 1 A primeira parada foi em a Berna, sede do governo da Suíça. O Bellevue Palace, único grande hotel no coração da capital, é a dica. A suíte nos reservava a vista grandiosa dos Alpes e do rio Aar, que corta a cidade. À noite, o jantar foi no restaurante Lorenzini, um italiano cheio de tradição e clima intimista. Dia 2 A manhã começou com um pequeno passeio por Berna. Suas muitas fontes de água, ruas estreitas, o verde do rio Aar e torres históricas dão um ar medieval à cidade. Depois, seguimos para Basel e conhecemos o Vitra Design Museum, cujo acervo tem uma das maiores coleções de design do mundo. À noite, chegamos

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a Lucerne e fomos direto ao restaurante Rathaus Brauerei, com arquitetura medieval e comida e bebida com toque alemão: a cerveja artesanal é produzida lá mesmo. O prato escolhido foi a típica bratwürst mit brot, uma linguiça feita de carne de porco. Dia 3 Em Lucerne, acordamos no Palace Lu-

zern, cercado pelo famoso lago Lucerne e pelas montanhas cobertas de neve. Casas históricas enfileiram-se em volta das pitorescas praças e o tour rápido pelas ruas acaba em um dos símbolos da cidade: a ponte de madeira Kapellbrücke, acompanhada de uma torre de água em formato octogonal – o ponto turístico mais fotografado do país. Já em Brunne, o almoço foi no Weisses Rössli – o prato

FOTOs arquivo pessoal

N

o coração da Europa, a Suíça é a escolha perfeita para quem quer conhecer muito em pouco tempo. A fronteira com França, Alemanha e Itália influencia na cultura e língua dos suíços, herança que fica evidente nos costumes e na gastronomia. Ali, de tudo um pouco: centros urbanos, vilarejos, algumas das melhores estações de esqui do mundo, lagos de água cristalina e paisagens de cartãopostal. J.P se jogou em um tour para ir além dos chocolates: hotéis luxuosos, vinhos incríveis e exclusivos, sabores típicos como fondue e bratwürst mit brot, a beleza dos Alpes e o majestoso “topo da Europa” – o lugar mais alto do continente onde se pode chegar de trem. Tudo isso em apenas seis dias, no fim da primavera, época em que menos chove e com temperatura entre os 17 graus. Ao diário de bordo:

J.P embarcou em uma viagem pela Suíça e mostra os highlights da rápida visita com o melhor para se conhecer nesta época do ano


quase tinha o sabor de casa: arroz, feijão, picadinho de carne e legumes. À tarde, subimos a bordo de um dos barcos que cruzam o lago Lucerne. Ao longo do caminho campos ondulando, baías e penhascos quase verticais. De volta a Lucerne, uma degustação de chocolates na loja Max Chocolatier, com produtos feitos seguindo o ritmo das estações, com foco em ingredientes naturais locais. O jantar foi no ateliê do artista Andreas Reichlin, para provar a raclette, prato típico à base de queijo que leva o mesmo nome. Dia 4 Seguimos para o centro nacional de esportes suíço, em Magglingen. Depois, um passeio rápido pelas cidades Corgémont e Biel. E a cereja do bolo: a visita ao Château de Crans, em Crans-près-Céligny, cidade vizinha da França, para degustar os queijos e os exclusivos vinhos da região, feitos das uvas chasselas, que só são cultivadas na Suíça, sem exportação. O dia terminou em Lausanne, na sofisticada suíte do Beau-Rivage, hotel mais hypado do país. Dia 5 Depois de dar um pivô em Montreux para conhecer a culinária do restaurante 45, do Grand Hôtel Suisse Majestic, foi hora de subir as montanhas a bordo de um trem panorâmico até a charmosa Gstaad. Pelo caminho, mais montanhas e vaquinhas com seus sinos no pescoço. O vilarejo de chalés local parece parte de um conto de fadas, mas recheados de lojas como Prada e Cartier. Dormimos no Posthotel Rössli. Mas antes, jantar com fondue.

Dia 6 Uma viagem para a Suíça não é completa sem conhecer os Alpes, por isso seguimos para a vila de Grindelwald, ponto de partida para conhecer o “topo da Europa”, - estação de trem mais alta do continente. Para chegar lá, dois trens: o primeiro com vista para os montes Eiger, Mönch e Jungfrau. No interior do cume, um elevador até o pico (chamado de Sphinx), onde há um observatório e

a famosa plataforma de observação, sobre as montanhas e a geleira Aletsch. Na despedida, passamos por Zurique para um último drinque no bar Bank, na Langstrasse, rua famosa pelos bares. Brindamos com um delicioso moscow mule, servido na caneca de cobre, claro.

A jornalista viajou a convite da Presença Suíça, escritório de divulgação do país j.p viaja 27


universo particular

Gui Mattos sempre soube que seria arquiteto. Mas também gostaria de ter sido surfista. Como o esporte não era tão profissional como hoje, sobe na prancha para se divertir e leva a paixão lista para cursar a Faculdade de Arpelo mar e pela natureza quitetura e Urbanismo de Santos. Lá se encantou com o surfe e nunca mais para seus projetos

O

arquiteto paulistano Gui Mattos queria mesmo era ser surfista. Por pouco trocou a prancheta pela prancha. Só não fez isso porque, na época, o esporte não tinha estrutura no Brasil. “Acho que se fosse hoje seguiria carreira”, diz . Ainda assim, a praia e o mar sempre estiveram presentes em sua carreira. Tanto que alguns de seus projetos mais conhecidos são a pousada Rancho do Peixe, na cearense Jericoacoara, a boate Sirena, em Maresias, e a casa do empresário Abilio Diniz, na praia da Baleia – as duas últimas no litoral norte de São Paulo. Mattos se mudou aos 17 anos para o litoral pau-

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parou. “Mas também praticava polo aquático, tênis, de tudo um pouco. Hoje, continuo só para não enferrujar”, conta ele, que está com 44 anos. Mesmo com a vocação para o esporte, desde pequeno sabia que queria ser arquiteto. Encantou-se com o Museu do Louvre na França, mas não com as obras de arte expostas, pela forma como ele “se mimetiza na paisagem, conforme a luz incide. Maravilhoso”.

Apesar da paixão pelo litoral, seu escritório fica nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. “Tem dias em que não dá para aguentar a cidade. É muito concreto, muita poluição”, comenta. Com isso, seus projetos seguem uma proposta em que a natureza é sempre muito presente. “Gosto de usar madeira, por exemplo, e de valorizar a luz do sol, respeitando o que há em volta. Nada de imponência. Meu foco é buscar a simplicidade com um desenho contemporâneo.” Na pousada Rancho do Peixe isso se reflete nos materiais utilizados, os mesmos que os moradores locais usam para construir suas jangadas. “No surfe você tem de se encaixar em um meio que é o oceano, tem de se harmonizar com ele. É mais ou menos o que penso para a arquitetura”, finaliza.

MESTRE: o mar PRAIA: das Conchas, Cabo Frio CIDADE: Maui, no Havaí PROJETO: o próximo SURFE: terapia MATERIAL: madeira BRASIL: desperdício de potencial INSPIRAÇÃO: paz ESPORTE: vida MUSEU: do Louvre, em Paris

fotos LETÍCIA MOREIRA; istockphoto.com

p o r RAUL DUAR T E


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viagem

DESIGN É UMA F E S TA por nataly costa

mistura fina

Para arrematar uma mesa de Jean Nouvel ou uma cadeira desenhada por Frank Lloyd Wright, a Cassina é o lugar. Lá, todos os móveis são assinados, seja por lendas como Le Corbusier, seja por grandes talentos do design atual como a espanhola Patricia Urquiola. O showroom, no Boulevard Saint-Germain, é, de fato, um show à parte. 236 Boulevard Saint-Germain.

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fotos divulgação; ISTOCKPHOTO.COM; FACEBOOK / DIVULGAÇÃO; INSTAGRAM / REPRODUÇÃO

Muito além da moda e da alta-costura, Paris também rende uma bela viagem para quem procura o crème de la crème da arquitetura e da decoração. Para provar isso, PODER elaborou um roteiro com o melhor do design na capital francesa


TENTAÇÃO

Você pode sair de lá com um caderninho colorido, um cortador de legumes divertido ou uma luminária arrasadora. Não importa: a Fleux é de enlouquecer qualquer um, independentemente de gosto (e de orçamento). Preste atenção às criações do Eno Studio, franceses que arrasaram na última Maison&Object, uma das maiores feiras de tendências do design do mundo. Os terrários de madeira com vidro dos tailandeses do Atelier 2+ também são de encher os olhos. E mais: como se não bastasse, a loja está fincada no coração do Marais, uma das regiões mais fervidas de Paris. 39 Rue Sainte-Croix de la Bretonnerie

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DO LADO DE FORA

Os bancos, as espreguiçadeiras e os guarda-sóis da Tectona deixam qualquer área externa mais bonita. Tudo lá é feito para quem quer curtir ao ar livre, desde a estante amadeirada em formato de pirâmide até as luminárias carregadas com energia solar. Os tons sóbrios e as linhas retas da movelaria agradam os que preferem uma rusticidade mais minimalista. 36 Rue du Bac

DE TUDO UM POUCO

Na Colette não falta novidade para nenhum canto da casa – inclusive o closet, já que a loja é também referência em moda. Quem for viajar para lá agora – e tiver filhos –, vai adorar a recente parceria com a Maison Deux, estúdio holandês de design que cria cadeirinhas para crianças em formatos inusitados. 213 Rue Saint-Honoré

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fotos divulgação; ISTOCKPHOTO.COM; FACEBOOK / DIVULGAÇÃO; INSTAGRAM / REPRODUÇÃO

LUXO ATEMPORAL

Sofás, cadeiras, estantes e até fruteiras – de couro de alta qualidade. Esse é o trunfo da Poltrona Frau, que aposta na exclusividade e na elegância. As poltronas são um sonho – com destaque para a diferentona Ghostfield, toda transparente –, assim como as mesinhas e os sofás. Mas a recém-lançada estante Lloyd, de madeira e couro, é a queridinha da vez. 29 Rue du Bac

TRÈS AGRéAbLe

Em um casarão com decoração descolada, a Merci é um passeio e tanto: além de objetos de decoração – com destaque para itens de cozinha –, tem roupa, acessórios e móveis. Quem for só de curioso e não quiser comprar nada também vai se divertir, já que o lugar tem um restaurante, um café delicioso e até um sebo para ficar lendo durante horas. 111 Boulevard Beaumarchais A jornalista viajou a convite da Maison&Object Paris

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motor

pequenos

notáveis Os botes deixaram de servir de apoio e ganharam itens dignos de barcos maiores e mais luxuosos, como solário, mobília e suítes. Práticos, ágeis e seguros, eles andam conquistando o coração de quem ama a vida ao mar por fernanda grilo


foto divulgação

REBEL 47 SACS MARINE | SOB MEDIDA

O Rebel 47, da Sacs Marine, estaleiro italiano tradicional na fabricação de barcos infláveis de luxo, vem equipado com dois motores Volvo D6, o que faz toda a diferença na navegação: vibração mínima e baixo ruído. Com cama queen size, banheiro de teto alto e cozinha ampla, ele pode ser completamente customizado pelo proprietário, que escolhe do formato do barco às cores dos móveis. Em janeiro de 2017, a Sacs lança uma versão ainda mais potente chamada Sacs Strider. O preço parte de 465 mil euros.


TAURANGA 41’ | alto desempenho

Originalmente projetadas para a guarda costeira da Nova Zelândia, as lanchas da Protector são infláveis de fundo firme com múltiplas possibilidades de uso e alto desempenho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o modelo Tauranga 41’ é muito usado como barco de passeio de luxo. O design em formato V em toda a extensão da lancha (do casco até a popa) chamou a atenção dos velejadores mais exigentes e ainda melhora a qualidade do passeio e a sensação de agilidade. A cabine é ampla, com interior estendido em relação aos demais modelos da marca. Tem ainda geladeira, sistema de água doce e piso antiderrapante.

Todo o charme dos grandes veleiros ganhou uma versão pocket. O F-RIB 460S, da Foldable RIB, do Reino Unido, é um barco a vela inflável e dobrável, que cabe no portamalas de uma SUV e pode ser levado para qualquer lugar. Com 15 pés, peso total de 80 quilos, casco de fibra de vidro, capacidade para seis pessoas e valor a partir de 5 mil euros, ele ainda pode navegar em águas rasas por conta de sua vela retrátil. Quem preferir pode equipálo com um motor pequeno.

fotos divulgação; arquivo pessoal

F-RIB 460S | AMIGO DE PRAIA


SR-1000 | CONFORTO FLUTUANTE

Um iate em tamanho miniatura é a proposta do brasileiro Flexboat SR-1000. Com amplo console central, banheiro, boxe para banho, solário de popa e teto solar elétrico com sistema antiesmagamento, o barco tem capacidade para 13 pessoas. Os dois motores Mercruiser permitem atingir uma velocidade de até 85 Km/h. O flutuador é produzido com Hypalon Orca, material francês de alta resistência e durabilidade. Por causa do tamanho compacto, pode ser aportado direto na praia. O preço? R$ 600 mil.

SEALEGS 7,7 | DOIS EM UM

A Sealegs é conhecida por construir modelos infláveis e anfíbios, sendo o Sealegs 7,7 a opção de luxo do estaleiro da Nova Zelândia. O motor de popa tem potência de 200 HP e o barco ainda vem equipado com sistema de freio ABS, assentos confortáveis e opção de customizar a embarcação. O modelo é indicado para passeios em família por ter um sistema que facilita a entrada e a saída de idosos e de crianças e ainda pode chegar até a praia.

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ARRIBA

O Tierra Atacama Hotel & Spa oferece um novo jeito de conhecer o Vale da Lua, uma das principais atraçþes do deserto chileno: um voo de balão ao nascer do sol sobre as rochas e vulcþes do local. E o Belmond Eagle Island Lodge, no delta Okavango, em Botsuana, lançou um safåri de helicóptero: assim, os hóspedes podem ver de cima uma das regiþes mais selvagens do mundo, que Ê patrimônio da Unesco. tierrahotels.com / belmondsafaris.com

PEGADAS

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Cape Town, África do Sul

Além do visual, a cena artsy de Cape Town só cresce. Prova disso é o Zeitz Museum of Contemporary African Art, espécie de MoMA local, prestes a ser inaugurado em uma antiga fábrica de grãos. Se hospede no novo The Silo e aproveite os intervalos para degustar os bons vinhos de Stellenbosch e a comida do Shortmarket Club (do mesmo chef do Test Kitchen, na lista dos melhores do mundo).


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cultura inc. Por nataly costa

IMPRUDENTEMENTE POÉTICO Sucesso de público e crítica, Valter Hugo Mãe lança seu sétimo romance e conversa com PODER sobre popularidade, hobbies, prazer da escrita e vício em celular

U

ma fila imensa se formava no primeiro andar da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, no começo de novembro. Era a noite de autógrafos de Valter Hugo Mãe, escritor angolano radicado em Portugal que é sucesso absoluto no Brasil e que acaba de lançar seu sétimo romance, Homens Imprudentemente Poéticos, pelo selo Biblioteca Azul, da Editora Globo. PODER aproveitou a passagem do autor por aqui para garantir uma conversa:

PODER: Muitos acreditam que a popularidade de um autor é inversamente proporcional à qualidade da literatura, o que não é seu caso. O que pensa disso? VALTER HUGO MÃE: Há mesmo esse preconceito contra a visibilidade, como se a verdade estivesse do lado dos escondidos. Para mim, não – acho até que certas coisas fazem mais sentido se entregues a mais gente. Nunca achei que fosse preciso ser um sujeito obscuro e mal-humorado para ser levado a sério. PODER: Você escreve prosa, poesia, contos, livro infantil, coluna para jornal. Como consegue ser tão produtivo? VHM: Tenho a felicidade de ser efetivamente um escritor. Não só preciso pagar as contas como a escrita é uma compulsão. A literatura surge como coisa inelutável, não sei entender o mundo sem o socorro das palavras. Escrever é meu modo de pensar, é a forma mais espessa que tenho de maturar as ideias. PODER: Mas você não só escreve. Você canta, desenha... VHM: Mas isso é como amador, como alguém que ama. Não posso ser apresentado como artista plástico. Faço desenhos que eventualmente são maus, as pessoas é que são simpáticas. Não espero tê-los ao lado de uma obra de arte,

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enquanto quero muito meus livros ao lado de outros que sejam verdadeiramente literatura. Desenhar, cantar, tudo isso é mais uma incapacidade minha de resistir à vida. Não sei recusar, gosto de estar disponível. Adoro dizer sim. PODER: O que você lê? VHM: Filosofia, ensaios. Gosto muito de Sérgio Buarque de Holanda. Recentemente, conheci Leandro Karnal e fiquei maravilhado. Queria encontrar os diários de Lúcio Cardoso, que estão esgotados. Há uns dois anos li uma página em uma livraria e não sei por que não comprei. Também tenho lido um filósofo romeno que morou na França, o Emil Cioran, e outras coisas que vou pegando... hoje mesmo comprei o livro de ensaios do Benjamin Moser sobre arquitetura no Brasil e, se tiver meia hora antes de dormir, já vou começar. PODER: E quando esse tempo antes de dormir vai para o celular? Estamos lendo menos? VHM: Já pensei muito sobre isso e também me culpo. A verdade é que hoje, com a realidade digital, mantemos contato com muito mais gente. Somos parte de um coletivo muito mais extenso, e a gestão dessa infinidade de relações ocupa nosso tempo. Por vezes, é gratificante porque encontramos amigos, pessoas que admiramos, há uma espécie de feedback do mundo que é compensador. Mas às vezes não, ficamos só esperando que alguém nos tenha dito uma coisa boa. Ficamos na expectativa dessa justiça do mundo, da consumação de um agrado, de uma paixão. E ela não chegou no e-mail, não chegou no Facebook e a gente fica ali só perdendo tempo, só demorando, como quem tem esperança em uma coisa que não vai acontecer. Então era melhor estarmos a ler os ensaios sobre o Brasil.


+livro

fotos Nélson d’Aires / divulgação; DIVULGAÇÃO

INFERNO PROVISÓRIO LUIZ RUFFATO Originalmente, era uma série de cinco livros editados pela Record. Agora, a Companhia das Letras relançou a obra em uma edição. Nela, o escritor mineiro discorre sobre a saga do trabalhador brasileiro ao longo dos anos, desde o êxodo rural na década de 1950 até a adaptação à dureza da realidade urbana.

A MONTANHA MÁGICA THOMAS MANN Começou a ser escrito em 1912, quando a mulher do escritor alemão teve tuberculose e fez tratamento em um sanatório na Suíça – não à toa, é esse o cenário que ambienta a história. O jovem engenheiro Hans Castorp vai até o hospital visitar um primo, descobre que também está doente e acaba internado. No longo período que passa ali, amadurece e divaga sobre o tempo, a vida e a política da Alemanha na época. O livro só terminou de ser escrito em 1924, quando foi publicado. Cinco anos depois, Mann ganharia o Nobel de Literatura.

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música SOLISTAS DA OSESP: OCTETO DE SCHUBERT A apresentação faz parte do ciclo Shubert em Foco da Osesp, que trouxe ao longo do ano um número significativo de obras de um dos compositores mais extraordinários da história. Nos dias 17 e 19 de novembro, a orquestra apresenta na Sala São Paulo um dos destaques da temporada: Octeto de Shubert. A obra escolhida foi Octeto em Fá Maior D 803 e será executada por Sérgio Burgani no clarinete, Francisco Formiga no fagote, Luiz Garcia na trompa, Anderson Farinelli e Débora dos Santos no violino, Sarah Pires na viola, Rodrigo Andrade no violoncelo e Marco Deleste no contrabaixo.

ARTE

LIVROS A Amiga Genial – ELENA FERRANTE

KUWAIT, UM DESERTO EM CHAMAS SEBASTIÃO SALGADO Batizada de Kuwait, um Deserto em Chamas, a exposição consiste em uma série de 16 fotos realizadas entre agosto de 1990 e o fim de fevereiro de 1991, quando Sebastião Salgado cobria a invasão do Kuwait para o The New York Times. Com imagens fortes e emocionantes, característica do fotógrafo brasileiro, Salgado consegue narrar sua saga pelo deserto tomado por nuvens de fumaça e pela guerra. “Quando olhei novamente para os arquivos senti que as imagens tinham algo de eterno: foram tiradas em 1991, mas poderia ser hoje ou amanhã, caso um desastre similar acontecesse”, diz o fotógrafo. A mostra vai até o dia 20 de dezembro e está em cartaz na Galeria Mario Cohen, em São Paulo.

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Um dos maiores sucessos da literatura contemporânea, o nome de Elena Ferrante está rodeado de mistérios: na verdade, trata-se de um pseudônimo. Ninguém sabe quem é a escritora. Há alguns meses, uma reportagem do New York Review of Books causou controvérsia no mundo literário ao supostamente revelar a identidade de Elena – seria o pseudônimo da tradutora italiana Anita Raja. Como ninguém confirma nem desmente, sua persona permanece em segredo. Tudo isso ajudou a alimentar o marketing dos livros, que são um fenômeno mundial de público e crítica. A Amiga Genial é narrado por Elena, a menina mais inteligente da turma, que tem sua vida transformada quando conhece Raffaella, uma criança mal comportada que, de tão diferente, exerce uma atração irresistível sobre Elena. O livro conta então a infância das protagonistas e o início da adolescência, até as duas seguirem caminhos opostos. Ferrante aborda sutilmente as mudanças na Itália do pósguerra e as transformações pelas quais as vidas das mulheres passaram durante a segunda metade do século 20.

O FIM DO HOMEM SOVIÉTICO Svetlana Aleksiévitch

O livro é um retrato do colapso do império soviético: num curto espaço de tempo, 14 repúblicas tornaramse independentes. A vencedora do Nobel de literatura de 2015 examina, então, a vida das pessoas afetadas pela queda da União Soviética. A jornalista cria um painel de pessoas de todas as idades que se movem entre o fim da sociedade que conheceram e as novas possibilidades para o povo russo.


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fotos divulgação

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PRESTIGIAR UMA MOSTRA DE FOTOGRAFIA NO RIO DE JANEIRO... Sankofa: Memória da Escravidão na África é resultado da viagem afetiva do fotógrafo Cesar Fraga, que percorreu nove países africanos para investigar suas próprias origens. A exposição interativa reúne 54 fotos impressas em papel-algodão e conta com textos sobre as características de cada país visitado. Na Caixa Cultural do Rio de Janeiro até dia 22 de dezembro.

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CONFERIR A EXPOSIÇÃO SOBRE REMBRANDT EM PARIS... Rembrandt Intime é dedicada a três obras-primas que representam as fases da vida do pintor holandês. Acontece no museu Jacquemart-André e fica em cartaz até janeiro. IR AO FESTIVAL DE MÚSICA DE CÂMARA EM SÃO PAULO... Quarenta e sete concertos de 12 conjuntos (sete deles internacionais) serão apresentados na segunda edição do

Festival Sesc de Música de Câmara, entre 22 de novembro e 4 de dezembro. Os cerca de 120 intérpretes, em sua maioria jovens músicos, tocam um repertório que vai do antigo ao contemporâneo em abordagens inovadoras. VER UMA PEÇA BASEADA EM POEMA DE DRUMMOND... O ator e diretor João Paulo Lorenzon encena Havemos de Amanhecer, inspirada no poema “O Elefante”, de Carlos Drummond de Andrade.

A peça fica em cartaz até o dia 11 de dezembro no teatro Viga Espaço Cênico, em Pinheiros, São Paulo. (RE)VISITAR O CAIXA BELAS ARTES, NOVO PATRIMÔNIO CULTURAL DE SÃO PAULO... O famoso cinema na rua da Consolação foi considerado pelo Conpresp como a primeira área de proteção cultural de São Paulo. Entre os destaques da programação estão os filmes Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, e o documentário Do Pó da Terra, de Maurício Nahas.

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“Na Sea Point Swimming Pool, me chamou a atenção a arquitetura dos anos 1970 e o fato de só haverem negros, apesar de o apartheid ter chegado ao fim em 1994”, comentou Nahas


3º capa

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4º capa

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