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EDIÇÃO HUMANAS

Humanas dá Dinheiro PRECONCEITO CONTRA ALGUMAS PROFISSÕES É UM ERRO, GARANTEM ESPECIALISTAS.

Revista

Histórias de Sucesso EX-ALUNOS DO ANGLO QUE SE DERAM MUITO BEM NA ÁREA.

Uma publicação Anglo Cassiano Ricardo Ensino Médio e Pré-vestibular São José dos Campos/SP Ano 2 - Nº 2 - 2013

Painel

Radiografia de 18 cursos.


RegionalMarketing

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SUMÁRIO

Editorial

Nas páginas seguintes podem ser encontradas as mais diversas informações sobre 18 cursos de Humanas, desde os tradicionais ou considerados mais disputados, como Direito e Arquitetura, passando pelos que ainda são novidade, como Midialogia e Design de Games, até aqueles que despertam enorme curiosidade entre os estudantes, caso dos cursos de Gastronomia e Moda.

formativo mostra as melhores escolas, números do vestibular e detalhes de cada curso. O curso de Jornalismo, por exemplo, faz parte do setor “Comunicação e Informação”.

As carreiras dão destaque para as competências necessárias e o mercado de trabalho. Um quadro in-

Para enriquecer todo este conteúdo, a revista Humanas também apresenta depoimentos de profissionais de sucesso, sete deles ex-alunos do Anglo. Todos falam de suas experiências e dão dicas importantes, ajudando a transmitir um retrato o mais fiel possível das carreiras que abraçaram.

O desafio é compreender o mundo

resse por questões sociais.

Pode-se até dizer que as Ciências Humanas incluem aquelas carreiras que tratam do conhecimento produzido pela humanidade. A realidade, contudo, é bem mais ampla. Na verdade, quem escolhe entre as dezenas de profissões da área tem que aprender a analisar uma intricada estrutura social e agir para atenuar os inúmeros problemas dos cidadãos.

Há boas notícias no mercado de trabalho. Um número cada vez maior de empresas dá aos formados em Humanas tarefas em áreas como planejamento e consultoria.

Os principais requisitos são o gosto pela leitura, o domínio da escrita e o interesse pela pesquisa. O profissional de Humanas precisa associar ideias e fazer análise crítica, ao mesmo tempo em que é recomendável que tenha facilidade de comunicação e se inte-

As carreiras de Humanas tendem a exigir cada vez mais versatilidade, adaptando-se às necessidades do mercado. Por isso o estudante deve ficar atento na hora de escolher. É possível identificar quais cursos estão mais voltados às chances de emprego e aqueles que focam na formação acadêmica. Também cabe ao estudante fazer uma análise criteriosa e sem preconceitos durante o curso.

Dinheiro é consequência ...................................................................................................................... 4 Administração ............................................................................................................................................ 6 Gastronomia ............................................................................................................................................... 7 Marketing ..................................................................................................................................................... 8 Economia ...................................................................................................................................................... 9 Histórias de sucesso .............................................................................................................................. 10 Relações Internacionais ....................................................................................................................... 18 Licenciaturas e Pedagogia ................................................................................................................. 19 Direito .......................................................................................................................................................... 20 Uma questão de vocação.................................................................................................................... 22

ÍNDICE

Cinema e Audiovisual............................................................................................................................ 24 Jornalismo .................................................................................................................................................. 25 Midialogia..................................................................................................................................................... 26 Publicidade e Propaganda ................................................................................................................. 27 Rádio e TV................................................................................................................................................... 28 Moda ............................................................................................................................................................. 30 Música ........................................................................................................................................................... 31 Design de Games e Jogos Digitais ................................................................................................ 32 Design ........................................................................................................................................................... 33 Dança ............................................................................................................................................................. 34 Arquitetura e Urbanismo .................................................................................................................... 35 Radiografia dos Cursos de Humanas ........................................................................................... 36

Revista Anglo - Edição Humanas

Uma publicação do Anglo Cassiano Ricardo Ensino Médio e Pré-vestibular: R. Laurent Martins, 329 - Jardim Esplanada II São José dos Campos. Tiragem: 10.000 exemplares com distribuição gratuita. Ano de edição: 2013. Todos os direitos reservados - a reprodução do conteúdo das matérias depende de autorização dos detentores dos direitos autorais e citação da fonte.©Anglo Cassiano Ricardo.

Coordenação geral e distribuição: Anglo Cassiano Ricardo - Ensino Médio e Pré-vestibular. Jornalista responsável: Vera Lúcia Nascimento Almeida Mtb 11.071 Revisão: Haroldo Barbosa Filho Projeto gráfico, diagramação e arte final: Regional Marketing Impressão: Mais Type

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Dinheiro é consequência.

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Escolher a profissão pensando apenas no salário é um salto no escuro. Ainda existe, sim, preconceito contra várias carreiras de Humanas. A constatação é de Tadeu Patané, diretor da Teenager Assessoria Profissional (empresa que organiza eventos voltados à orientação de jovens) e também do psicólogo Tiago Tamborini, que faz palestras sobre o tema. Segundo eles, a tendência dos pais é orientar os filhos a escolherem carreiras consideradas “mais lucrativas”. Ambos têm fortes argumentos contra esse raciocínio. “Qual profissão,afinal, dá dinheiro? Em todas elas há gente bem-sucedida e gente que nem tanto. Portanto, na hora de optar, o jovem deve pensar naquilo que de fato o encanta, que desperta sua vontade de estudar. Quem executa as tarefas do dia a dia com brilho nos olhos tem o reconhecimento profissional, que é apenas consequência”, ressalta Patané. Tamborini, por sua vez, observa que “somos 7 bilhões de humanos. Então não é possível acreditar que o mercado para profissões de Humanas seja ruim. Isso é um mito. É preciso entender, por outro lado, que ganhar dinheiro só traz felicidade quando a atividade carrega um forte significado para quem a exerce. A boa notícia é que quem tem essa característica tende a ganhar mais”. O psicólogo comenta que os pais são os que têm maior influência sobre os filhos e deveriam ser sensíveis a esses aspectos. O diretor da Teenager nota preconceito maior contra carreiras tidas como menos

tradicionais, como Gastronomia, Filosofia, Música, Artes Cênicas, Moda. “Em um dos nossos eventos vi um pai tentando convencer a filha a deixar de assistir a palestra sobre Moda - que era o interesse da estudante - para assistir a de Direito. Também observei um outro fazendo várias perguntas no plantão de dúvidas de uma faculdade sobre o curso de Gastronomia. Ele queria saber como a filha poderia ganhar dinheiro com essa profissão”, conta. Tadeu Patané admite uma estreita ligação entre satisfação pessoal e retorno financeiro. Questiona então: “Por que não pensar nas duas coisas na hora de escolher a profissão? O trabalho ocupa a maior parte do nosso tempo. Quando temos prazer no que fazemos as chances de sucesso aumentam. O perfil das carreiras e dos profissionais mudou e tentar separar uma coisa da outra não combina com essa nova realidade”. Tiago Tamborini acrescenta que, ao mesmo tempo que está mais criativo e dinâmico, o jovem profissional é imediatista, consumista, competitivo e pouco preparado para frustrações. A saída, lembra, está além da qualificação e do domínio de ferramentas tecnológicas tão exigidos pelo mercado. “É necessário ter inteligência emocional, saber lidar com os próprios e com os sentimentos dos outros. Além de capacidade de comunicação, atitude, encantamento e muita garra. Quem reúne tudo isso encontrará portas abertas, independentemente da área escolhida”.

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ADMINISTRAÇÃO TEM QUE SER EMPREENDEDOR

ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS

O trabalho de um administrador exige que ele mantenha contato com os mais diversos setores de uma organização. Pode ser uma empresa, um órgão público e até mesmo uma ONG. Todos precisam de um profissional para gestão de recursos humanos, materiais e financeiros. É tarefa do administrador buscar a otimização de tudo isso, através de métodos, controle e registro de informações e decisões. Ser empreendedor é uma das principais exigências para quem quer atuar na área. Não se concebe a ideia de um administrador que não seja dinâmico, flexível, capaz de se reinventar, de se adaptar a ambientes e pessoas diferentes. Exige-se do profissional muito “jogo de cintura”, já que do seu cotidiano fazem parte questões como compra de materiais, mas também os programas de benefícios aos funcionários e até a publicidade. Aviso ao candidato a estudante de Administração: a Matemática é muito importante, especialmente a parte de cálculo e estatística.

Demanda em alta Na mesma proporção em que amplia oportunidades, o mercado torna-se mais exigente. Já não basta ao administrador ter competência técnica. É fundamental que ele tenha espírito de liderança e capacidade para atuar em equipe. Hoje as empresas não podem ser encaradas somente sob o aspecto econômico, porque elas se preocu-

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pam com questões como responsabilidade social, meio ambiente, sustentabilidade. O profissional deve estar preparado para trabalhar sob a influência de todos esses fatores. Segundo o Ministério da Educação, em 2010 havia cerca de 700 mil estudantes prestes a obter o diploma. O curso é o que forma o maior número de alunos anualmente. Ainda assim a profissão continua sendo considerada promissora, com melhores chances de emprego em setores como gestão pública, empreendedorismo, gestão focada em TI (tecnologia da informação), administração com foco em sustentabilidade e gestão de recursos humanos. A demanda pelo administrador é alta na medida em que as empresas necessitam cada vez mais melhorar seus processos produtivos.

Salário médio inicial: R$ 2 mil. Fonte: Conselho Federal de Administração.


GASTRONOMIA Da última década para cá, ser chef de cozinha entrou em alta, cozinheiros ganharam espaço nos programas de televisão e a glamourização da atividade foi inevitável. Tudo começou nos anos 90, quando os grandes chefs internacionais, como o francês Emanuel Bassoleil e Laurent Suadeau, chegaram a São Paulo. Os restaurantes tornaram-se sofisticados, preocuparam-se mais com o ambiente, com a qualidade dos materiais utilizados na preparação e a apresentação dos pratos. Em consequência, cresceram também os cursos de Gastronomia em todo o país. Embora ainda sejam poucos, se comparados à oferta em áreas tradicionais como Engenharia, a procura por vagas em cursos de tecnologia e bacharelado é grande. É um erro pensar que chef tem vida fácil. Em média um profissional briga com as panelas 10 horas por dia, e antes de chegar ao comando de uma cozinha, precisa descascar muita batata e limpar muito fogão engordurado. Sim, quem quer estudar Gastronomia tem que passar por todas as etapas que envolvem a preparação dos pratos. O brasileiro Alex Atala, dono do quarto melhor restaurante do mundo (o D.O.M), acha fundamental ser bom cozinheiro antes de ser chef. Na verdade, o profissional de Gastronomia tem muitas outras opções. Quem faz o curso domina métodos de planejamento e produção de cardápios dos mais variados estabelecimentos - da simples lanchonete ao restaurante internacional e até os hospitais. Também pode supervisionar cozinhas, trei-

nar pessoal, negociar com fornecedores e cuidar das estratégias para tornar o negócio rentável.

Diversidade Embora a intenção de ser chef continue sendo a da maioria dos estudantes de Gastronomia, o mercado aquecido acena para várias outras possibilidades. O crescimento na área de fast food (de alimentos servidos fora de casa), por exemplo, tem favorecido bastante os profissionais da área. Surgiram vagas também no setor hoteleiro - em função dos investimentos para os eventos esportivos que o país sediará nos próximos anos - e na área industrial (pré-cozidos para hospitais, por exemplo). O mercado é considerado competitivo e cobra bastante. As principais oportunidades estão nos grandes centros (Rio e São Paulo), mas também em locais onde são realizados eventos turísticos. Crescem ainda as chances nas áreas de bufês e administração de negócios. Os profissionais são requisitados para atuar como consultores, assessorando a abertura de novos negócios ou orientando estabelecimentos já em funcionamento. O mercado é um pouco mais generoso com quem se especializa em determinadas cozinhas internacionais.

Salário médio inicial: R$ 1,5 mil. Fonte: Guia do Estudante.

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ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS

Bem perto do fogão


MARKETING Poder de Comunicação

ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS

Independentemente do segmento ao qual pertença, nenhuma empresa que queira ter sucesso pode abrir mão do marketing e do profissional desta área. Afinal, ele exerce uma função estratégica, acompanhando de perto toda a dinâmica das companhias. É treinado com o fim de estimular a venda de produtos e serviços. Quem trabalha com marketing tem que ser comunicativo porque foca o tempo todo em mensagens que precisam chegar a clientes, funcionários, parceiros. Também planeja, estuda e cria condições para repassar essas mensagens. É habilitado para atuar em empresas, institutos de pesquisa e órgãos públicos, além de prestar assessoria política, a negócios em geral, e trabalhar com pesquisa de mercado. Através do marketing, uma empresa consegue conhecer o consumidor, identificar seu desejo, satisfazê-lo, fortalecendo assim a sua marca. É o profissional de marketing o responsável pela promoção e lançamento de produtos, definindo o público-alvo e o preço, por exemplo. Para isso ele trabalha com a análise de inúmeros vetores. Lida com muitos dados e deve gostar de estudar. Inclusive disciplinas como matemática e estatística, porque as planilhas fazem parte do seu universo.

de: as empresas já não são as únicas a ter a palavra. Agora, qualquer um pode criar conteúdo. Com isso há uma preocupação cada vez maior na coleta e análise de dados para compreender as necessidades dos clientes. O mercado de trabalho continua em alta e ainda procura gente criativa, ousada, intuitiva. Entretanto, cada vez se trabalha mais com estudos do que com intuição. Isso exige do profissional uma atualização constante. Os estudantes de Marketing, por sua vez, devem se dedicar para entender bem os negócios. Quando chegarem ao mercado necessitarão de total domínio das novas tecnologias e redes sociais. Em qualquer uma das diversas variações do Marketing - do esportivo ao político - não conseguirão desempenhar seus papéis sem essas ferramentas. A estratégia de uso da internet estabeleceu um novo formato de comunicação em que cada pessoa é protagonista e formadora de opinião. Um bom exemplo de como um trabalho de marketing pode utilizar esse diferencial a favor de uma marca ou mesmo de uma pessoa veio da campanha do presidente americano, Barack Obama. Com uma equipe afiada produzindo conteúdos diversos para cada grupo social, o resultado nas urnas não deixou dúvidas.

O impacto da internet Talvez o marketing tenha sido a área mais diretamente afetada pelo crescimento da internet e das redes sociais. As novas tecnologias, somadas às mudanças no perfil do consumidor, obrigaram o profissional de marketing a se adaptar à seguinte realida-

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Salário médio inicial: R$ 2 mil para bacharéis e R$ 1,5 mil para tecnólogos. Fonte: Conselho Federal de Administração.


ECONOMIA O trabalho do economista é sempre bastante específico. Ao analisar dados e fazer prognósticos, ele planeja a solução de problemas financeiros, econômicos e administrativos na indústria, comércio, setor de serviços e de finanças. Trata-se de uma tarefa que exige do profissional muita leitura, senso crítico aguçado, cálculos matemáticos e capacidade de interpretação das mais diversas correntes de pensamento. Sua atuação não se restringe às grandes questões referentes aos países e regiões, aos fenômenos relacionados à produção e ao consumo de bens e serviços. Ele pode auxiliar também os investidores individuais. Com versatilidade é comum atuar ainda como consultor autônomo ou em entidades privadas e públicas. Deve estar preparado para atuar em equipe e disposto a buscar constante atualização.

Economistas fazem sucesso no governo Boa parte dos profissionais trabalha no mercado de capitais, mas há demanda na área de negócios em geral, incluindo o comércio internacional. Outra opção é a carreira acadêmica, mas para isso é necessário fazer pósgraduação. Há vagas para professores em cursos que vêm sendo implantados. As instituições financeiras costumam oferecer as primeiras chances aos “trainees” e recémformados. Embora as empresas privadas do

setor sejam as principais empregadoras dos economistas, há uma tradição de profissionais de sucesso atuando no poder público. Não por acaso o plano de estabilização econômica considerado o mais eficaz da história do Brasil (o Plano Real) foi elaborado por economistas. Em 1994, quando o país sofria com a hiperinflação, uma equipe de sete economistas criou uma nova moeda, o Real. Entre eles estavam Pedro Malan, que foi ministro da Fazenda, e Gustavo Franco, que presidiu o Banco Central. Muitos outros economistas como Delfim Neto, Roberto Campos e Mário Henrique Simonsen alcançaram notoriedade trabalhando para o governo, nos mais diversos escalões. O atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, também é formado em Economia. Os empregos para o economista ainda estão concentrados na região sudeste, mas a oferta tende a crescer à medida em que as indústrias vão se instalando em outras regiões.

Salário médio inicial: R$ 3 mil. Fonte: site Guia da Carreira.

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ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS

Para resolver problemas


Histórias de

Eles estudaram no Anglo durante o ensino médio ou cursinho prévestibular. Atualmente, todos são profissionais realizados. Alguns optaram por montar o próprio negócio, outros ocupam cargos de destaque nos setores público e privado e há aqueles que buscaram experiência internacional, conquistando reconhecimento. Em comum, a tranquilidade de terem escolhido a carreira certa.

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eguindo o sonho da escola. “O estudante tem que perceber se gosta mais de criação ou de cálculo. Os dois profissionais trabalham com obras, mas cada um com seu foco.”

A arquiteta Denise Campoy foi uma das responsáveis pelo projeto do atual prédio da escola. O contato com os desenhos começou na infância, quando estava sempre mexendo nas réguas e esquadros da escola de corte e costura da avó. “Foi ali que eu comecei a fazer meus primeiros projetos. Brincava com as alunas, perguntando a elas como gostariam que fossem suas casas. Tenho alguns desses desenhos até hoje”, conta. Proprietária do escritório Chaves & Campoy há 22 anos, ela diz que escolheu a arquitetura por vocação. Estudou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes de São Paulo. Segundo ela, há 26 anos, quando se formou, o curso da instituição não enfatizava a parte técnica. As prioridades eram o processo de criação e o lado artístico da profissão. A arquiteta afirma que hoje exige-se do profissional um alto grau de conhecimento técnico. Entre as características que considera importantes para quem quer estudar Arquitetura, Denise aponta a criatividade, a flexibilidade e o gosto pela pesquisa. “Tanto sobre as novas tendências quanto as referências do passado”, explica. Quanto aos que não sabem se cursam Arquitetura ou Engenharia, ela comenta que os perfis podem se complementar, mas não se confundir. “O estudante tem que perceber se gosta mais de criação ou de cálculo. Os dois profissio-

nais trabalham com obras, mas cada um com seu foco”, frisa. Suas primeiras experiências profissionais foram na área de decoração e arquitetura de interiores. Apenas três anos depois, junto com uma sócia, decidiu abrir o escritório. ”Naquela época não se valorizava o projeto arquitetônico. Qualquer um podia fazer uma planta e passar para um pedreiro construir”, observa. Lembra ainda que no passado o trabalho do arquiteto praticamente resumia-se a projetar casas. Atualmente, ele pode atuar em inúmeros segmentos do mercado. “Projeta grandes edifícios, shoppings, hospitais, elabora projetos de paisagismo, de acessibilidade etc.”, completa a arquiteta. Ela entende que o profissional tem sido mais valorizado, “até porque o grau de complexidade e detalhamento dos projetos exige, além de técnica, muita pesquisa na fase de criação.” Denise Campoy destaca que o mercado não dispensa o cumprimento de prazos e que o profissional precisa atuar conforme os avanços tecnológicos. “Temos que saber de tudo um pouco”, conclui.

Arquiteto tem que saber de tudo um pouco.

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u

ma carreira sólida e em ascensão.

Formado em Administração de Empresas pela GV, o diretor regional da Ambev (Companhia de Bebidas das Américas), Marcelo Reschini Abud, avisa a quem pretende seguir carreira: “O processo de aprendizagem é constante. É necessário aprender com a experiência no trabalho, em cursos extracurriculares, treinamentos, etc”. Ele trabalha há 14 anos em uma das maiores empresas da América Latina e lá ocupou posições nas áreas financeira, recursos humanos, comercial e planejamento estratégico. Responsável por todo o planejamento e execução da Ambev nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo , entre seus principais desafios estão a gestão e a orientação de um time de mais de 1400 pessoas. Na opinião dele, a formação acadêmica tem um grande peso na sua performance profissional. Diz que o cur-

Começo como trainee e hoje cargo de direção na Ambev.

so da GV “é excelente e muito completo. O nível dos professores é altíssimo. Eles proporcionam discussões produtivas e ricas durante as aulas”. Abud classifica o currículo do curso de Administração como denso mas interessante. ”O ponto alto são as disciplinas ligadas a economia, gestão e finanças, além das palestras com empresários e gestores. Conta que na hora de escolher a faculdade não teve dúvidas. Entende que se o estudante tiver certeza de que no futuro gostaria de dirigir uma grande empresa ou mesmo ter seu próprio negócio, Administração é a melhor opção. “Já se ele sonha em trabalhar num banco ou na área financeira de uma empresa, Economia seria mais indicado”. Para os que se decidirem por Administração, um dos predicados, na visão do

diretor da Ambev, é a vontade de ser um bom profissional aliada à dedicação. Mas adverte: “O mercado está cada vez mais exigente. É fundamental falar inglês e outras línguas. As empresas querem pessoas versáteis, bem informadas, criativas e com disposição de assumir riscos”. Marcelo Abud começou como trainee na Sharp do Brasil, o que lhe possibilitou conhecer diversas áreas da empresa. Na Ambev sua primeira função foi na área comercial. Com uma sólida carreira, ele garante que “ter passado por diferentes funções me possibilitou conhecimento necessário para liderar minha área atual com mais propriedade. No início foi difícil, mas trabalhar com bons líderes e ter sempre claro qual era a minha meta de longo prazo me mantiveram focado. Assim pude vencer os obstáculos que surgiram”, finaliza.

“O processo de aprendizagem é constante. É necessário aprender com a experiência no trabalho, em cursos extracurriculares, treinamentos, etc.”

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Conhecer lugares, sempre perto do fogão.

ozinhando para o mundo.

Poder falar de seu trabalho em uma roda de amigos sem que o papo se torne chato é só uma das vantagens de ser um chef de cozinha, na opinião de Renan Maiorino, que estudou culinária no Culinary Institute of America de Nova Iorque (CIA). Entusiasmado pela carreira 15 anos depois de formado, frisa ainda que ela “proporciona rodar o mundo”. Mas adverte: “Enganam-se os que escolhem pensando em glamour. Nosso cotidiano passa longe do que às vezes é mostrado na televisão.” Lembra que o profissional atua para a diversão dos outros e precisa abrir mão de Natal, Dia das Mães, feriado e fim de semana. Até chegar ao curso, em 1996, Renan passou por diversas etapas. Na verdade, diz, ”sempre fui um garoto interessado nas cozinhas dos restaurantes, pizza-

rias, churrascarias. Ficava colado na boqueta para ver como tudo funcionava”. O primeiro empurrão veio em 1990, quando o pai dele tornou-se sócio de um restaurante. Trabalhou atrás do balcão por um bom período. O contato com o fogão começou mesmo em 1993. E sob o olhar do famoso chef Laurent Suadeau, que ele avalia como “o melhor do mundo”. Incentivado pelo pai, foi a São Paulo buscar informações sobre o CIA. O francês havia visitado e elogiado bastante a escola. “Ele não só me explicou tudo como ainda me abriu as portas de seu restaurante e de outros onde acabei estagiando, como o Fasano, Gero, Roanne”, conta. Somente depois de cumprida essa etapa é que partiu para os estudos nos Estados Unidos. Lá encontrou um sistema de ensino que segue o modelo francês, “eficiente e estimulante”, diz. O curso é dividido em blocos de três semanas. “É muito bom ter uma formatura e uma nova turma a cada período desses”, observa. Nos primeiros seis meses há aulas teóricas de História, Matemática, Francês, Legislação e até de saneamento básico. “Quando começa a parte prática é uma roda que gira. Você sobe um degrau a cada três semanas”,explica Renan.

O foco é a formação técnica do chef. Os alunos fazem as refeições na escola, tudo preparado e servido pelos colegas, de acordo com a fase de cada turma. Depois de formado o chef de cozinha voltou ao Brasil e se sentiu preparado para abrir o próprio restaurante. Trabalhou duro seis anos até atingir a meta de cozinhar no estilo europeu. Nos últimos anos ele viveu na Europa com a família e agora está na Austrália. Realizado pessoal e profissionalmente, Renan Maiorino acredita que, para quem tem espírito aventureiro, gosta de conhecer lugares e de ficar perto do fogão, “não tem profissão melhor”.

“Enganam-se os que escolhem pensando em glamour. Nosso cotidiano passa longe do que às vezes é mostrado na televisão.”

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E

sforço recompensado. Sucesso é resultado de foco nos estudos.

Naira Assis Barbosa, juíza titular da 1ª Vara de Campos do Jordão, sempre quis seguir uma carreira de Humanas. Chegou a ter dúvidas entre Direito e Jornalismo, já que escrevia muito bem e não se identificava com as outras áreas. Mas acabou optando pelo Direito “em função de sua amplitude e das grandes possibilidades profissionais que oferece”. Formada desde 2003, pela PUC de São Paulo, o sucesso na carreira é fruto de muita dedicação e segurança nas escolhas que fez. Logo no segundo ano de faculdade a juíza começou a estagiar em um escritório. Na opinião dela, ”isso é fundamental para o aluno conhecer a parte prática do curso e direcionar a carreira ao aspecto que lhe for mais favorável”. Nas grandes cidades, os escritórios costumam oferecer boas oportunidades aos estudantes de Direito, com salários razoáveis. Ela acrescenta que o estágio em órgãos como o Ministério Público também é uma experiência valiosa, principalmente para quem pretende seguir a carreira pública. Embora a remuneração não seja tão boa quanto na iniciativa privada. Quanto ao perfil para quem quer estudar Direito, Naira prefere fugir do estereótipo. “A única exigência imprescindível é gostar de ler e estudar, pois o ordenamento jurídico está sempre sendo atualizado e altera-

do”, comenta. O curso, na visão dela, “é bastante tranquilo. As aulas são em meio período, o que favorece o estágio”. O mercado de trabalho, na avaliação de Naira Assis, oferece espaço para todo tipo de profissional - do mais teórico, que pode atuar na área consultiva, ao dinâmico, que seria advogado do contencioso, realizando audiências, etc. Quando estagiou e depois começou a trabalhar no mesmo escritório na capital, ela ainda não sabia que optaria pela magistratura. Somente depois de um ano e meio veio a decisão. Voltou então para São José, onde frequentou um curso preparatório especializado nas carreiras jurídicas. Eram 8 horas diárias debruçada sobre os livros, no primeiro ano. No segundo, parou de assistir as aulas, mas estudava o dia todo. Não abria exceção nem aos sábados. Os resultados não demoraram a surgir. Ela passou no concurso para a Defensoria Pública, mas também foi aprovada na primeira fase do concurso para a magistratura. Enfrentou 7 mil candidatos na disputa por 180 vagas, das quais apenas 76 foram preenchidas. Conseguiu a 11ª colocação e assumiu como substituta em São José. Desde janeiro deste ano trabalha em Campos do Jordão, onde também é a diretora do fórum. Faz parte do cotidiano da juíza presidir audiências e júris, elaborar sentenças, além de várias atribuições administrativas.

“A única exigência imprescindível é gostar de ler e estudar, pois o ordenamento jurídico está sempre sendo atualizado e alterado.”

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S O advogado especialista em Direito Político, Fernando Neisser, formado em 2002 pela Faculdade do Largo São Francisco (USP) demonstrou interesse pela profissão desde cedo, ainda no ensino fundamental. ”Sempre gostei muito de política e argumentação. Também me fascinava a ideia de que todos têm direito à defesa e que cabe a alguém garantir o respeito a esse direito”, explica. Atualmente, ele é sócio de um escritório em São Paulo que assessora políticos e partidos. Comenta que esse contato, durante e fora das campanhas eleitorais, tem lhe permitido concluir que “a política pode ser mais interessante do que as denúncias que vemos através da mídia”. O advogado trabalha

ob o signo da política.

importante o aluno se empenhar para aprender a base do curso”, observa. Aos que pretendem ingressar na carreira Neisser lembra que algumas características são desejáveis: gostar do debate, de falar em público e aceitar a opinião alheia. “O operador do Direito, seja ele advogado, juiz ou promotor, tem que compreender as inúmeras falhas do ser humano, vislumbrando a melhor forma de aplicar a lei em cada caso. O curso não é para quem pretende ditar regras. Não há fórmulas mágicas para lidar com os problemas sociais que acabam resolvidos no Poder Judiciário”, completa.

essa missão”, frisa. Segundo ele, novos segmentos do direito (ambiental, digital e internacional) abriram boas oportunidades. “Mas são fatores como dedicação e criatividade que levam o profissional ao sucesso”, afirma.

Defensor do exame da OAB, ele considera que das faculdades sai muita gente despreparada. “O mercado está

"Não há fórmulas mágicas para lidar com os problemas sociais que acabam resolvidos no Poder Judiciário.” na orientação a convenções partidárias, registro de candidaturas, monitoramento de propaganda eleitoral, prestação de contas de administrações públicas ao Tribunal de Contas e defesa perante o Poder Judiciário. Estudante dedicado, preferiu estagiar somente a partir do terceiro ano da faculdade. ”Acho que no começo é

saturado com tantos profissionais, mas poucos têm a competência necessária para lidar com os problemas do dia a dia”. Para Fernando Neisser, o exame que limita o exercício profissional aos aprovados “é imprescindível. Cuidamos dos bens e valores essenciais à vida das pessoas - como o patrimônio e a liberdade. É necessário garantir que o advogado tenha condições de cumprir

Missão que exige preparo.

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empre pelo melhor da arte. O mercado exige profissionalismo e boa divulgação do trabalho.

Formado pela Unesp, em composição e regência, Lucas Pullin foi aceito no curso de mestrado da Juilliard School e depois na Manhattan School of Music, em Nova Iorque. Mora nos Estados Unidos desde 2010, dá aulas em duas escolas de música e se apresenta em concertos. Músico vocacionado (toca violão desde pequeno e montou uma banda aos 13), ele avisa aos interessados na carreira: o curso não é para iniciantes (é preciso bom preparo para as provas de aptidão e teórica) e a profissão é gratificante, “mas árdua como qualquer outra”.

Lucas diz que nem consegue se imaginar trabalhando em outra área, mas faz questão de comentar a realidade que encontrou durante a faculdade. Lembra que várias vezes se sentiu frustrado diante da falta de professores para matérias importantes à formação musical, por exemplo. De qualquer forma, entende que o músico deve valorizar, prioritariamente, a própria arte. Por isso, continua um entusiasta da profissão e já faz planos para cursar o doutorado. Além dos concertos para o público americano, ele sempre programa apresentações para plateias brasileiras.

Segundo ele, determinação e disciplina são características que precisam estar presentes no cotidiano do músico. “Somente com a prática diária do instrumento é possível garantir um trabalho profissional e contínuo “. Quanto ao mercado de trabalho, explica que “exige-se profissionalismo. Um aspecto fundamental é a qualidade do portfólio do artista. Ele tem um peso no primeiro contato com diretores de salas de concertos, festivais, pessoas que nos proporcionam oportunidades de apresentações, bolsas de estudos, suporte financeiro”. Quem quer fazer sucesso, ratifica, “tem que contar com um bom material de divulgação”.

“Somente com a prática diária do instrumento é possível garantir um trabalho profissional e contínuo.”

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O

construtor de ideias. Entre a prancheta e a sala de aula.

Formado pela FAU USP há quase 10 anos, João Paulo Daolio tem escritório de arquitetura em São Paulo e também leciona para alunos do ensino médio. Acredita que quando alguém muito jovem escolhe uma profissão acaba seguindo a intuição. “O estudante suspeita que aquela ou outra carreira pode ser mais interessante para ele e corre o risco”, diz. Com ele não foi diferente e deu certo. Conta que ainda criança visitava a obra de construção da casa da família e começou a se interessar pelo assunto. Na faculdade, João Paulo lembra que encontrou grandes professores, mas destaca como ponto alto da escola a formação ampla dada ao aluno. “Lá aprendemos que o conhecimento é a base para qualquer criação. E o mais importante é construir ideias”. O arquiteto observa que muitos ex-alunos da FAU são músicos, poetas, cineastas. Nem todos atuam na área da arquitetura, porque aprendem que ”as ideias podem ser construídas com tijolos, mas também com imagens, letras, cores, notas musicais. Existem outras possibilidades de construção de espaço e convívio entre as pessoas”, pondera. No caso dele, o caminho escolhido foi mesmo o da arquitetura. Decidiu montar o próprio escritório assim que se formou. Antes passou por uma experiência estimulante: um intercâmbio, a partir de convênio entre a FAU e a TUDelft da Holanda. Pôde observar como os espaços públicos são muito desenvolvidos naquele país. Constatou que a bicicleta e o trem compõem o sistema de transporte dominante. Tudo isso ajudou o jovem estudante a compreender como a cultura e o estilo de vida influenciam radicalmente na concepção de um projeto arquitetônico.

No escritório Obra Arquitetos ele e o sócio lideram a equipe que desenvolve projetos de arquitetura e urbanismo. Além disso, João Paulo ensina Linguagem Arquitetônica para alunos interessados em ingressar na carreira. Explica que “procuro apresentar a eles o pensar do arquiteto e algumas das possibilidades da profissão”.

"As ideias podem ser construídas com tijolos, mas também com imagens, letras, cores, notas musicais."

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS Um profissional sem preconceitos

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Como o próprio nome sugere, é tarefa do profissional de Relações Internacionais atuar para viabilizar e facilitar a comunicação e a integração entre países. Seu trabalho envolve a relação entre empresas e nações nas mais diversas áreas. Ele precisa ser versátil o suficiente para investigar mercados, dar orientações no campo político, econômico, cultural e até mesmo no militar. A globalização da economia contribuiu para ampliar a área de atuação. Ainda há uma certa confusão entre o curso e o de Comércio Exterior. Mas há uma diferença básica entre eles: a função principal de quem estuda comércio refere-se às relações de compra e venda. Já o aluno de Relações Internacionais aprende a intermediar acordos em várias outras áreas. Daí a importância do pensamento estratégico, da capacidade de análise, da ausência de preconceitos e do domínio de idiomas estrangeiros (no mínimo dois).

Vagas disputadas O mercado de trabalho está em expansão, impulsionado pelo surgimento de multinacionais brasileiras. As grandes exportadoras de alimentos e também do setor petroquímico começam a recrutar profissionais de Relações Internacionais. Nos próximos anos, a tendência é que haja cada vez mais “diplomatas corporativos” em ação. Isso não afasta, contudo, as oportunidades em grandes organismos internacionais como ONU, Unesco, FMI. O brasileiro Roberto Azevêdo, o primeiro latino-americano a comandar (desde maio deste ano) a Organização Mundial do Comércio (OMC), é um exemplo emblemático. Diplomata de carreira há 30 anos, ele não é formado em Relações Internacionais (é engenheiro

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elétrico), mas enfrentou a rigorosa seleção para ingressar no Itamaraty e superou concorrentes de vários outros países para chegar à liderança da OMC. Na verdade, nenhum curso prepara especificamente para a rigorosa prova do Instituto Rio Branco, órgão do Ministério das Relações Exteriores. O aluno aprovado no concurso público para ingresso na diplomacia começa como Terceiro Secretário, depois passa a Segundo e Primeiro Secretário. Mais tarde torna-se Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe (Embaixador). Azevêdo chegou ao topo da carreira diplomática e desde 2008 era o negociadorchave do Brasil na OMC. Ao profissional de Relações Internacionais exige-se muita perseverança, porque é comum que dispute vagas com candidatos do mundo todo. Apesar do contato regular com pessoas de outros países, nem sempre atua fora do Brasil.

Experiência no Anglo Desde 2008, durante as férias de julho, o Anglo oferece aos alunos do Ensino Médio e Fundamental a oportunidade de participar de simulações de reuniões da ONU. As SIAN (Simulações Anglo) permitem que nos quatro dias de discussões os estudantes se comportem como se fossem diplomatas de verdade. A maioria descreve a experiência como muito positiva, “porque contribui para o reconhecimento e o entendimento dos problemas do mundo”. Nos quatro dias de debates, são abordadas questões como economia, meio ambiente e política. É o primeiro contato dos alunos do Anglo com o mundo das negociações.

Salário médio inicial: R$ 1,8 mil. Fonte: Guia do Estudante.


Missão Possível

Novas oportunidades

Trabalhar na área de educação não é uma tarefa fácil. Tanto que, segundo estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), envolvendo 38 países (inclusive o Brasil), há um interesse cada vez menor dos jovens pela carreira de professor. Os profissionais reclamam, principalmente, dos baixos salários, das más condições de trabalho, da falta de estímulos.

O pedagogo pode lecionar, ser orientador, supervisor educacional ou atuar como administrador escolar. O mercado para o profissional vem crescendo, com chances fora do ambiente escolar. Nos setores de recursos humanos das empresas, por exemplo, para o treinamento de funcionários. Há oportunidades até mesmo em hospitais, onde são desenvolvidos projetos para pacientes infantis (em brinquedotecas, bibliotecas). Outra opção de emprego são as editoras, onde o diplomado em Pedagogia pode escrever ou revisar conteúdo didático.

Em consequência, há previsões pessimistas ainda para essa década em relação ao número de professores em atuação no país. Fala-se até em “apagão” no caso de algumas matérias, como Matemática. Números levantados pela ONG Todos Pela Educação demonstram que há engenheiros e outros profissionais ocupando o lugar dos professores dessa disciplina em sala de aula. Embora a legislação exija o diploma de Pedagogia ou Licenciatura. Quem opta por Pedagogia, além de fiscalizar e pesquisar métodos de ensino, atua planejando, implantando e dirigindo escolas. Com muita paciência, o profissional da área deve ser comunicativo e curioso, para acompanhar o dinamismo do processo educacional. Uma pesquisa recente realizada pela Fundação Victor Civita aponta que, de 1500 estudantes do ensino médio consultados, somente 2% demonstraram interesse em cursar Pedagogia ou Licenciatura. De todo modo, apesar das dificuldades, não faltam oportunidades de emprego, até porque a educação é reconhecida como a base de qualquer sociedade desenvolvida.

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LICENCIATURAS E PEDAGOGIA

Já quem faz Licenciatura tem como função básica ensinar em sala de aula, mas já há matemáticos sendo recrutados para trabalhos estatísticos. A chamada “educação corporativa” abriu oportunidades em grandes organizações. A Natura e a Coca-Cola são bons exemplos nesse aspecto. Com a participação dos profissionais de educação, as empresas conseguem customizar e direcionar os cursos destinados aos seus colaboradores, de acordo com metas, políticas e estratégias particulares. É um novo e promissor nicho para quem opta pelo magistério e deseja algo além do emprego nas redes pública e privada de ensino, onde não faltam vagas, mas a concorrência pelos melhores salários é grande.

Salário médio inicial: R$ 950,00 para professor e R$ 1,2 mil para pedagogo. Fontes: site Brasil Profissões, Guia do Estudante e Guia da Carreira.

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DIREITO A força da tradição O curso de Direito é um dos mais tradicionais no Brasil, juntamente com os de Medicina e Engenharia. É função do profissional da área zelar pela aplicação de normas jurídicas vigentes no país, o que é imprescindível para organizar as relações entre indivíduos e grupos na sociedade. Durante décadas o diploma de Direito foi considerado o mais importante para os jovens de boa família. Ser um bacharel era garantia de status. Dos bancos das faculdades saíram grandes personalidades brasileiras. Ruy Barbosa foi diplomata, escritor, mas se notabilizou como jurista. Machado de Assis foi jornalista e poeta, mas também estudou Direito. Formou-se na tradicional escola do Largo São Francisco, de São Paulo, a mais antiga do Brasil. Na realidade, a carreira de Direito sempre foi considerada uma porta aberta às oportunidades. O juiz federal, doutor em Direito, escritor de mais de 30 livros publicados, William Douglas sempre diz que a carreira continua sendo “a melhor de todas”. Em seu site na internet, estimula os jovens advogados a encarar a profissão com otimismo.

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O diplomado em Direito só pode exercer a profissão depois de aprovado no temido exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os que acreditam que a qualidade da faculdade conta pontos neste caso chamam atenção para os números de um dos últimos exames da Ordem (realizado em abril deste ano). Das 50 universidades que tiveram mais alunos aprovados, apenas três são particulares (Universidade Salvador, Faculdades Integradas de Vitória e Faculdade Baiana de Direito). A USP de Ribeirão Preto foi a primeira colocada, seguida pela Federal de Pernambuco (UFPE) e a Estadual da Bahia (UNEB). A Faculdade do Largo de São Francisco (USP) ficou com a quarta posição. A presidente da OAB de São José dos Campos Sílvia Dias defende a continuidade do exame aplicado aos formados em Direito. “Ele é necessário para manter a qualidade dos profissionais”, frisa. A advogada considera que tudo depende da dedicação do aluno. Para ela, o sucesso na carreira está mais ligado ao empenho durante o curso do que à faculdade. “Quanto mais o aluno se dedicar, mais chance terá de ser bem-sucedido.” Sílvia lembra que hoje o exame já pode ser feito quando o estudante está no último ano do curso. Informa que muita gente tem sido aprovada, enquanto outros, depois de formados, precisam recorrer a cursinhos preparatórios para conseguir passar. Quanto ao mercado de trabalho, Sílvia assegura que continua amplo, mas ressalva que o profissional precisa ter afinidade com a área em que escolher atuar. Segundo ela, no futuro o

profissional dará prioridade à conciliação, podendo solucionar o problema do cliente com mais rapidez e eficiência. E acrescenta: ”Ser advogado é acreditar na justiça, na paz social e acima de tudo ter consciência de que fará parte das grandes mudanças que envolvem o país.”

Boas perspectivas no mercado

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Obstáculo a vencer

Muitos acham que a carreira do Direito está saturada, com excesso de profissionais no mercado. Em um de seus artigos o juiz federal William Douglas fala o contrário. Ele argumenta que sobram chances para quem “fez Direito direito”. O país tem grande déficit de juízes, promotores e defensores públicos. Os inúmeros cursos também carecem de professores especializados. Há muita gente no mercado, mas ainda haveria um espaço a ser preenchido pelos bem preparados. Tramita no Congresso o novo Código de Processo Civil que deve possibilitar maior agilidade à Justiça. Isso pode ocasionar um aumento considerável na demanda pelo profissional de Direito no setor público. Há ainda previsão de abertura de novos concursos, especialmente para a Defensoria Pública, conforme o Sindicato das Sociedades de Advogados do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro.

Salário médio inicial: R$ 2 mil. Fonte: OAB.

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UMA QUESTÃO DE VOCAÇÃO

Profissionais que foram firmes no momento da escolha e são bem-sucedidas em áreas difíceis.

Tânia Fontolan Diretora do Sistema Anglo de Ensino

A família da professora Tânia Fontolan, diretora do Sistema Anglo de Ensino e diretora pedagógica dos sistemas de ensino da Abril Educação, não disfarçou o desapontamento quando ela anunciou que faria o curso de História na PUC Campinas. Afinal, conta, “a carreira de professor já havia perdido glamour. Como eu era boa aluna, todos esperavam que optasse por uma profissão melhor conceituada”. Em meados dos anos 80, ser professora já era uma possibilidade pouco atraente. Tânia insistiu, formou-se em 1988, foi logo para a sala de aula e não se arrependeu. Em 1992, concluiu o mestrado em Antropologia Social na Unicamp. Chegou a ficar em dúvida se deveria seguir a carreira acadêmica ou mergulhar de vez na educação básica. Já trabalhando no Anglo de Campinas, a vocação de ensinar falou mais alto. "Fui seduzida pela carreira na educação básica e permaneço na área até hoje”, diz. Durante 10 anos deu

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aulas de História para alunos de séries bem diferentes, do 6° ano do EF ao pré-vestibular. Também atuou como diretora de escola e há 13 anos passou a trabalhar na assessoria pedagógica do Sistema Anglo. Ao jovem que se interessa pela carreira, a professora recomenda: “Se essa for sua opção, lute por ela”. Tânia Fontolan considera que qualquer que seja o curso escolhido, é fundamental aproveitar ao máximo as possibilidades oferecidas. Depois de formado, acrescenta, “o profissional precisa ser dedicado, sério e procurar se aprimorar . Quem é bom no que faz acaba sendo reconhecido”, afirma. Quanto ao mercado de trabalho, a professora admite que os salários ainda são baixos para a média dos profissionais da área, mas acredita em melhorias. “A educação entrou na pauta do país. Dada a sua importância estratégica, acho que o reconhecimento social ao professor e a remuneração devem aumentar significativamente”, observa.

Com a autoridade de quem encarou a resistência da família à sua escolha e tornou-se uma profissional vitoriosa, ela adverte: “Escolher uma carreira apenas porque ela parece promissora não é uma boa decisão”. Tânia destaca que chegou a ouvir o argumento de que uma parente, sim, teria o futuro garantido, optando pela área da computação. Após a experiência de muitas aulas, palestras, projetos e materiais didáticos produzidos, entretanto, a professora conclui: “Estou muito mais realizada do que ela”.

"Fui seduzida pela carreira na educação básica e permaneço na área até hoje.”


UMA QUESTÃO DE VOCAÇÃO

Terezinha de Almeida Gerente de Jornalismo da TV Vanguarda

Aceitar que fins de semana e feriados são dias normais de trabalho é, na opinião da gerente de jornalismo da TV Vanguarda Terezinha de Almeida, uma condição para ser jornalista. Formada há 24 anos pela UMC de Mogi das Cruzes, ela acha que o curso hoje está muito mais prático e objetivo que à sua época. “O currículo atual é adaptado às necessidades do mercado, bem diferente do meu tempo, quando tudo era muito ideológico e até romântico. Pensávamos em revolucionar o mundo”, comenta. Terezinha diz que não teve dúvidas na hora da escolha profissional e também não sofreu influências. Sempre soube o que queria e se manteve focada. Atuou em rádio, revistas, jornais até chegar à tevê. Seus primeiros textos foram publicados em jornais ligados à Igreja Católica ou a grupos de jovens. Ela acredita que não faltam oportunidades para o jornalista quando ele

é realmente vocacionado, do tipo que dorme e acorda pensando na notícia. Outra característica fundamental a quem quer ser jornalista é a dedicação, acrescenta: “É uma carreira que exige muito trabalho sem grandes perspectivas econômicas”. Lembra que quando começou, era repórter em uma emissora de rádio e tinha que estar a postos às 6 da manhã. “Não havia a internet. Então, tínhamos que caprichar na apuração e na criatividade”, explica. Hoje, Terezinha Almeida é a responsável pela linha editorial da Rede Vanguarda, com emissoras em São José e Taubaté. Ela comanda uma equipe de repórteres, produtores, apresentadores, editores de texto e imagens, cinegrafistas, operadores. Dois grandes sites de notícias (o G1 e o Globoesporte) também atuam integrados à redação da TV. Com tudo isso, a jornalista tem uma rotina corrida, mas que a realiza.

“Além de gostar de contar histórias, o bom profissional tem que ser curioso, bom ouvinte, reconhecer que não é dono da verdade e que sempre precisa ouvir os dois lados de uma história para contá-la de maneira fiel. Enfim, tem que ser jornalista 24 horas por dia”, avisa a quem pretende seguir a carreira.

“O currículo atual é adaptado às necessidades do mercado.”

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CINEMA E AUDIOVISUAL Amor à arte

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Quem escolhe estudar Cinema e Audiovisual decide não limitar sua atuação aos estúdios ou sets de filmagens. Na realidade, o profissional do setor precisa se desdobrar no desempenho de várias tarefas, desde a criação, passando pelo processo de produção, edição, sonorização. Sem contar a dura missão de captar recursos. Nada tão difícil para aqueles que possuem, entre suas qualidades principais, a capacidade de comunicação, de liderança e muita criatividade. Graças a tudo isso, o profissional de cinema consegue planejar, elaborar roteiros, cuidar da fotografia, da iluminação e até do figurino. Uma lei de 2011 aqueceu o mercado porque obriga os canais de televisão por assinatura a exibir uma cota de programação nacional. Mas ainda há muita polêmica e questionamentos a respeito no STF (Supremo Tribunal Federal). De qualquer forma, nos últimos 10 anos a produção de filmes nacionais triplicou, segundo a Agência Nacional do Cinema.

Ação com paixão O sinal está verde para quem quer trabalhar em produtoras, emissoras de rádio e TV, empresas de sites, de conteúdos para celular, mídia indoor ou até em ONGs. Tanto bacharéis quanto tecnólogos também podem ser requisitados por agências de publicidade, setores de comunicação de empresas ou pro-

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dutoras. Com a valorização cada vez maior da comunicação corporativa, os profissionais da área encontram na produção de filmes de treinamento uma boa opção de trabalho. A instalação de telões em elevadores, salas de espera, ônibus, vagões de metrô criou postos de trabalho que ainda são encontrados em maior número em grandes centros e regiões mais populosas, como Rio e São Paulo, mas começam a se espalhar pelas cidades médias do interior do país. Por outro lado, os incentivos oficiais à produção cinematográfica contribuem para estimular a produção de todo gênero - de audiovisuais artísticos e jornalísticos aos documentais e os destinados ao circuito fechado. Como é comum ocorrer à maioria dos profissionais das artes, o sucesso pode demorar bastante ou vir de repente, em uma única tomada de cena. O mercado exige paciência, insistência e paixão pelo trabalho.

Salário médio inicial: R$ 1,7 mil. Fonte: site Guia da Carreira.


JORNALISMO De forma bem resumida pode-se dizer que o jornalista é o profissional da notícia. Ele é o responsável pela busca e pela transmissão de informações através dos inúmeros meios de comunicação. Para isso precisa ter habilidades que lhe possibilitem investigar, apurar fatos e redigir textos. Muita gente procura o curso porque gosta de escrever ou se considera uma pessoa curiosa, mas o exercício do jornalismo vai muito além disso. Um jornalista faz entrevistas, reportagens, edita textos, escreve artigos, mas sempre conforme os padrões adotados pelos veículos de comunicação. O profissional precisa ter senso crítico, perseverança, capacidade de expressão e um ótimo português. A subjetividade é inimiga do ofício, a não ser para aqueles que atingem um patamar na carreira que lhe permita enveredar até pelo estilo literário. Colunistas e articulistas costumam explicitar suas opiniões. Com o uso cada vez maior de novas tecnologias, outras habilidades passaram a ser exigidas do jornalista. Ele deve saber lidar com programas de edição de texto e imagem, por exemplo. Além de mostrar intimidade com as redes sociais.

A polêmica do diploma Desde 2009, o diploma do curso superior não é mais uma exigência para quem quer ser jornalista, por decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas isso não acabou com a polêmica em torno do assunto. Quem é contra o diploma argumenta que em nenhuma democracia do mundo essa exigência existe. Já quem é favorável acredita que a formação acadêmica contribui decisivamente para a qualidade do trabalho do profissional. Tramita no Senado uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para restabelecer a obrigatoriedade.

Atenção às novas mídias Sem a exigência do diploma, o mercado passou a ser mais rigoroso na hora de contratar. Nesse aspecto, quem tem o curso superior larga sempre na frente. O setor que mais cresceu nos últimos anos foi o da internet, oferecendo oportunidades em versões on line de grandes publicações, em portais e sites de notícias. Também surgiram blogs com os mais diversos conteúdos. O profissional pode atuar como redator, repórter, editor, pauteiro e várias outras funções dentro de uma redação de jornal, rádio ou TV. Em empresas ou órgãos públicos o jornalista costuma ser requisitado para fazer assessoria de imprensa. A comunicação corporativa vem crescendo, porque as empresas entendem a importância do investimento em comunicação.

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Gostar de escrever não basta

Mas não sobram vagas no mercado. Até porque a competição é grande, principalmente nos segmentos considerados mais tradicionais - jornal impresso e telejornalismo. Por isso é essencial que o jornalista se adapte às novas mídias, onde surgem novos postos de trabalho. Rio e São Paulo concentram a maioria dos postos de trabalho. Nem sempre o profissional consegue empregos formais, com carteira assinada. Muitos atuam como autônomos (freelancers) ou prestadores de serviços. A Copa do Mundo e as Olimpíadas devem aquecer o mercado de contratações, especialmente no Rio, onde será instalado o Centro de Imprensa dos eventos.

Salário médio inicial: R$ 2.076,00 para jornalistas. Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

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MIDIALOGIA Pluralidade

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O midiólogo estuda para ter uma ampla visão de todos os meios de comunicação, em seus aspectos técnicos e teóricos. Por isso precisa ter capacidade de interligar os diferentes tipos de mídia e trabalhar com eles: multimídia, televisão, web, cinema, fotografia, produção sonora, rádio, computação gráfica, etc. É tarefa dele entender as formas como cada um se comunica com o público, sempre produzindo materiais conforme a sociedade em que está inserido. Quem estuda Midialogia tem que se interessar pelas mudanças de códigos e linguagens. Terá que circular bem entre a teoria e a técnica, para realizar um trabalho altamente específico e de qualidade. O curso visa formar profissionais com visão horizontal sobre cinema, vídeo, infografia, som, fotografia e com habilidades particulares em todos esses meios. Portanto, além de produzir uma obra audiovisual, por exemplo, o midiólogo poderá atuar também como crítico. O profissional deve abraçar a pluralidade oferecida pelo curso e preparar-se para ela no mercado de trabalho. Existem opções ao mesmo tempo interligadas e diferentes. Há midiólogos trabalhando com produção cinematográfica enquanto outros preferiram o marketing.

Mercado em formação O midiólogo pode ser um realizador ou um crítico nos mais diferentes segmentos. O mercado é tão novo (o primeiro curso foi criado em 2004, na Unicamp) que ainda está em formação. Há midiólogos trabalhando com fotografia artística, gente que optou pela animação digital e outros que atuam na comunicação institucional. Há ainda aqueles que escolheram a carreira acadêmica e fize-

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ram pós-graduação. A docência e a pesquisa também criam um campo de trabalho que se abre para o profissional da área. Alguns recém-formados se queixam de dificuldades, observando que nenhuma vaga de emprego é feita especificamente para eles. Isso faz com que os estudantes de Midialogia se organizem, já na faculdade, promovendo eventos que possibilitem intercâmbio de ideias, conhecimentos e contatos com outros profissionais. À medida que novas turmas foram diplomadas, aumentou a confiança do midiólogo de que é possível para ele se encaixar em inúmeros campos de trabalho. Dependendo de esforço pessoal e talento, ele pode criar produtos audiovisuais de todo tipo - do rádio à Web. Como tem formação em antropologia, linguagem e história, o midiólogo está preparado para compreender as mudanças, o que o coloca em vantagem sobre outros. Já há quem o considere um profissional com lugar garantido no futuro. Enfim, com o crescimento das mídias sociais e do cinema nacional, ele já tem sido mais requisitado. Ferramentas como o Twitter e blogs tornaram-se importantes para os que buscam vagas no mercado de trabalho. Os salários variam conforme a função exercida. Quem inicia bem, já dirigindo filmes publicitários, por exemplo, pode começar ganhando R$ 3 mil por mês. Já se o profissional trabalha como designer gráfico em editoras recebe, em geral, de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil (Fontes: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de SP, PR, SC, RS, MS, MG, TO, DF e ADG - Associação dos Designers Gráficos do Brasil).


PUBLICIDADE E PROPAGANDA Registros da Antiguidade Clássica indicam que a Publicidade já existia naquela época. Na Babilônia foram encontrados inscritos sobre ofertas de joias e gado. Uma coisa é certa: naquele tempo ou agora, quem trabalha nesta área precisa de muita criatividade e sensibilidade. Tanto para entender qual a estratégia adequada na hora de apresentar um produto, uma ideia, um negócio, quanto para captar os desejos do público a ser conquistado. O profissional atua em uma das maiores indústrias do mundo em volume de produção e financeiro. Ele cria, planeja e produz peças ou campanhas publicitárias. Escolhe a forma de abordagem e de comunicação, definindo quais os melhores veículos. Para isso é imprescindível que seja uma pessoa bem informada e aberta a inovações. Outro predicado exigido ao publicitário é ser observador e paciente. Afinal, cabe a ele traçar o perfil do público-alvo, lidando com variáveis como costumes e hábitos de consumo. E depois de desenvolvidas as campanhas, é necessário calma para lidar com a ansiedade dos clientes.

Muita concorrência As principais agências de publicidade do país continuam concentradas em São Paulo. São elas as detentoras das maiores contas (das empresas mais importantes) e por isso pagam os melhores salários. Neste segmento está a maior disputa por uma vaga de empre-

go. Conseguir um estágio é uma vitória que pode ser determinante na carreira do futuro publicitário. Uma palavra norteia o trabalho das agências: concorrência. Elas brigam por espaço no mercado o tempo todo. Em consequência, exigem cada vez mais capacitação do seu pessoal. A internet trouxe mais alternativas para as centenas de publicitários formados a cada ano. As empresas sentem a necessidade de presença nos sites, redes sociais, etc. Para executar essa tarefa o publicitário pode ocupar o cargo de analista de mídias sociais, mas enfrenta a concorrência dos formados em Jornalismo e Marketing. Além da criação, o profissional trabalha em pesquisa de mercado, produção, gerência publicitária, atendimento, etc.

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Sensibilidade e Paciência

Fora dos grandes centros também têm surgido oportunidades, principalmente para os tecnólogos em áreas como propaganda digital, produção de audiovisual e fotografia. Quando atinge determinado nível na carreira, o publicitário pode usufruir de percentual sobre o lucro gerado por seus projetos. Mas até que isso ocorra, o mais comum é o publicitário se queixar da falta de paciência dos clientes para aguardar resultados.

Salário médio inicial: R$ 2,5 mil. Fonte: sites Guia da Carreira e Brasil Profissões.

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RÁDIO E TV Com a mão na massa

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Apesar do glamour que cerca o ambiente, por conta dos famosos, para o profissional de Rádio e TV sobra o serviço pesado das emissoras. É ele quem cria, produz e dirige os programas, faz roteiros, contrata mão de obra, dá sugestões sobre o cenário, cria vinhetas, decide sobre conteúdos e até opera equipamentos. Enfim, a área de atuação é ampla e a competição no mercado segue a mesma proporção. Para trabalhar neste setor é preciso estar bem informado sobre as novas tecnologias e mídias. Mas apenas isso não é suficiente. É necessário saber coordenar, ter capacidade de observação, ser organizado, detalhista, disciplinado, perfeccionista. A iniciativa também é fundamental, porque muitas vezes o sucesso depende do improviso. Nos últimos anos, o crescimento da internet, do mercado de celulares e outras mídias alternativas contribuíram para aumentar as oportunidades de emprego.

Mídias alternativas

DeshaCAM / Shutterstock.com

Trabalhar em uma grande emissora de tevê ou de rádio - que ofereça oportunidade de crescimento na carreira e mais o aprimoramento de habilidades - continua sendo a grande ambição de muitos estudantes de Rádio e TV. Entretanto, surgiram outras opções para deixar o mercado mais competitivo. São as chamadas “mídias alternativas”, como os

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monitores instalados em elevadores, estações de metrô, telões de publicidade em avenidas, estádios de futebol e centros de compras, painéis eletrônicos de informações. De qualquer forma, o profissional tem que gostar muito do que faz, já que o salário médio não é alto e a jornada (de 5 a 6 horas) quase sempre exige dedicação extra. Há empregos ainda gerados pela internet e mídias digitais como áudio MP3 e celular. Há chances também em produtoras independentes nas mais diversas áreas - da criação à contratação de elenco e supervisão de aparelhos. As rádios comunitárias criaram um nicho, mas ainda oferecendo salários mais baixos. Quem consegue montar a própria produtora costuma prestar serviços para as grandes emissoras. As melhores ofertas de trabalho estão na área de produção e edição de imagens, principalmente no eixo Rio-São Paulo. No interior paulista, o mercado de TV por assinatura prosperou muito na última década, o que favoreceu as produtoras, especialmente as independentes.

Salário médio inicial: R$ 1,7 mil. Fonte: site Brasil Profissões/ Abert - Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV.


RegionalMarketing

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VESTIBULAR DE MEDICINA É DOSE PRA LEÃO.


MODA Múltiplo Universo Enganam-se os que pensam que para ser profissional da moda é imprescindível saber desenhar e lidar com agulhas e tesouras. Esses dois atributos até podem ser exigidos em determinadas tarefas, conforme o segmento escolhido, mas há muitas outras opções. Ninguém precisa desistir da carreira porque não se acha capaz de desenhar. O trabalho de um bacharel ou tecnólogo em Moda é muito amplo, envolvendo inúmeros aspectos e talentos.

ARTES E DESIGN

Além de criar roupas e acessórios, também é função do diplomado em Moda atuar como consultor especializado em lojas, eventos ou prestar esse serviço diretamente a pessoas. Nos últimos anos, o “personal stylist” tornou-se indispensável a qualquer artista que pretenda fazer sucesso, o mesmo valendo para políticos e até empresários. Como se trata de uma arte, quem trabalha com moda precisa ser criativo e sensível. Mas também ter características como liderança e gosto pela pesquisa. Embora com muita concorrência, o mercado oferece oportunidades a diferentes profissionais. Tanto para quem cria quanto para os que se responsabilizam pela produção, cuidam da comercialização das peças ou da compra de materiais. O universo é grande e a profissionalização aumentou o nível de exigências. Por trás do glamour dos grandes desfiles há muito trabalho duro e nem sempre o reconhecimento salarial.

Glamour para poucos A indústria da moda brasileira já é reconhecida como das mais importantes do mundo. A profissionalização do setor segue em curva ascendente desde os anos 90, quando foram lançadas as semanas de moda no Brasil. A São Paulo Fashion Week (SPFW) surgiu em 1996 e dois anos depois o Fashion Rio ajudou a fortalecer o Brasil no calendário mundial da moda. Os dois eventos reúnem, juntos, mais

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de 150 mil visitantes, assemelhando-se às mais importantes edições do mundo nesta área, como a Semana de Moda de Paris. Em razão desse crescimento, são necessários bacharéis e tecnólogos capacitados para atender às diversas áreas. As maiores oportunidades estão em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas fabricantes de malhas, couro, bolsas e calçados do sul do país também têm absorvido mão de obra especializada. As atividades do profissional de moda vão muito além do desenho de coleções completas (de acessórios, roupas, calçados, joias). Há muitos exemplos de profissionais que estão se dando bem criando e comercializando a própria marca (inclusive através da internet). Os de maior sucesso são contratados para vender seus produtos em determinadas lojas ou vendem suas criações para redes ou marcas mais conhecidas no mercado. Por outro lado, a indústria está sempre à procura de novos talentos. O bacharel ou tecnólogo pode atuar na escolha e compra de tecidos, aviamentos, todo tipo de matéria-prima necessário à produção. Outro nicho de mercado em que o profissional de moda pode trabalhar é na definição de estratégias de marketing para a venda de peças, dependendo do público-alvo. Ele costuma ser contratado ainda para assessorar a montagem de lojas de roupas ou orientar a colocação das peças nas vitrines. Há oportunidade ainda para quem quer se tornar um fotógrafo especializado em fotos de modelos, ensaios para revistas, anúncios de publicidade, etc. E até para quem quer escrever sobre o assunto em publicações especializadas, acompanhando as tendências.

Salário médio inicial: R$ 1 mil para assistente e R$ 2,5 mil para estilista. Fontes: site Guia da Carreira e Guia do Estudante.


Técnica e Sentimento

Variedade de áreas

Ao optar pelo curso de Música, é necessário que o aluno tenha certeza de que quer mesmo investir na formação profissional e não apenas aperfeiçoar um hobby. Estudar Música é, sim, coisa séria. A começar pelo processo seletivo. Em várias instituições há uma prova para avaliar elementos teóricos básicos, como habilidade em algum instrumento, leitura e escrita musical e teoria da harmonia.

O bacharel tem um campo de trabalho bem variado. Pode fazer versões de peças musicais, compor, dirigir orquestras, ser intérprete (como instrumentista ou cantor). Em estúdios musicais ele participa de gravações de CDs, produz músicas com aparelhos eletrônicos. Atua ainda na sonorização de espetáculos teatrais, musicais e cinema. O mercado atual exige que o músico domine programas de computação e equipamentos digitais de reprodução e gravação. Afinal, hoje é requisitado, por exemplo, para a gravação de ringtones, músicas adaptadas para campainha ou toque de celular. E é exigência da carreira possuir técnica para combinar sons vocais, instrumentais, eletrônicos ou acústicos aos mais variados ritmos. O salário médio por faixa de CD é R$ 700,00. Já por faixa de jingle é de R$ 780,00. (Fontes: Guia do Estudante, Guia da Carreira)

Para o músico, o mercado de trabalho não é fácil, como ocorre em algumas carreiras mais tradicionais. Mas o profissional se diferencia dos demais em um aspecto importante: na maioria das vezes trabalha com prazer e muito sentimento. Seja ensinando música em sala de aula, compondo, tocando instrumentos, cantando, regendo orquestras, criando jingles, trilhas sonoras, ele circula entre o erudito e o popular. Uma lei de 2008 tornou obrigatório o ensino da música nas escolas de todo o país (ensino fundamental e médio). Isso aqueceu o mercado para os que optam pela licenciatura. Por outro lado, há oportunidades também para os bacharéis - da produção musical à atuação em orquestras e grupos musicais. Um instrumentista dedicado, disposto a passar por rigorosa seleção, disputando inclusive com candidatos do exterior, pode se tornar um membro da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Reconhecida internacionalmente, além de um ótimo salário (em média R$ 10 mil), a orquestra oferece constante formação e aperfeiçoamento aos seus componentes.

ARTES E DESIGN

MÚSICA

Os habilitados para a docência encontram oportunidades nas escolas das redes pública e privada, já que não há um número suficiente de professores para suprir a demanda, depois que a lei da obrigatoriedade do ensino musical passou a valer, no ano passado. As escolas tiveram um prazo de cerca de quatro anos para a adaptação, mas ainda falta pessoal, segundo o MEC.

Um professor de Música ganha, em média, R$ 1.450,00 (fonte: MEC).

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ARTES E DESIGN

DESIGN DE GAMES E JOGOS DIGITAIS Joguinho é coisa séria

Falta pessoal

Se há um profissional cujo mercado de atuação só cresce, esse é o designer de games e jogos digitais. Os jogos eletrônicos proliferam pelas diferentes mídias. Servem para computador, internet, vídeo game, celular. As redes sociais (destaque para o Facebook) também já são consideradas uma plataforma com chances de expansão. Além de muita criatividade, quem quer se tornar um profissional precisa ser atento e persistente. Tem que prestar muita atenção aos vários aspectos que envolvem a criação de um game, por exemplo.

A profissão é praticamente nova, mas oportunidades de trabalho tendem a crescer, seguindo o ritmo do mercado nacional de games. Segundo a consultoria Parks Associates, em dois anos o faturamento desse mercado pode até quintuplicar. Tudo depende dos profissionais disponíveis, visto que ainda há falta de pessoal especializado. As vagas são ocupadas, muitas vezes, por gente formada em Ciência da Computação. Isso faz com que se confunda o programador com o designer de jogos. A diferença entre eles é que o designer tem que acompanhar sua equipe bem de perto, para não haver desvio da ideia original, qualidade e especialidade.

É fundamental que o designer avalie o comportamento, as características culturais e sociais do público para o qual será desenvolvido um produto. Os jogos podem ser de entretenimento, mas também educativos, publicitários e empresariais. A criação envolve uma série de detalhes e recursos. Portanto, é um trabalho que não tem nada de brincadeira, embora boa parte da produção se destine à diversão. O profissional deve seguir tendências, preocupar-se com o aspecto estético, enfim, ter bom gosto.Tem que se preocupar também em não criar produtos ofensivos a algum tipo de consumidor.

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O designer de games e jogos digitais pode trabalhar como desenhista conceitual, roteirista, programador, animador e modelador 3D. O mercado de jogos para celulares apresenta os melhores empregos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, mas estados como Bahia e Pernambuco também oferecem postos de trabalho.

Salário médio inicial: R$ 2,5 mil. Fontes: Guia da Carreira e Guia do Estudante.


Profissão detalhe

Chances no mercado

Do visual dos jornais ao projeto das embalagens, desenvolvimento de sites e até o desenho de automóveis e equipamentos industriais, o campo de trabalho para quem decide estudar Design é bastante amplo. Como profissional dos detalhes, o designer necessita de sensibilidade, perspicácia e criatividade.

A carreira é uma das que mais oferecem oportunidades de emprego. Há demanda de designers para criar logotipos, marcas, embalagens, outdoors, definir o visual de publicações, fazer vinhetas de TV, desenvolver interfaces para sites, celulares, smartphones, tablets, além de desenhar móveis, joias e carros. Hoje, o profissional é requisitado não apenas na região Sudeste, por causa das multinacionais e grandes parques gráficos, mas também por estados da região Sul, onde as indústrias estão em expansão. Há postos de trabalho ainda na Zona Franca de Manaus e no polo petroquímico de Camaçari (BA).

A profissão é muito ligada à estética e em proporcionar uma comunicação visual agradável. Por isso, as oportunidades de trabalho aparecem em todas as empresas preocupadas em se comunicar bem com o público. O mercado, portanto, está aquecido. Os cursos têm adaptado seus currículos de acordo com as necessidades. Já existe, na UFPR, por exemplo, um curso com ênfase em novas tecnologias (modelagem virtual, prototipagem rápida, softwares de modelagem 2D/3D). Um outro, oferecido pelo Senai-Cetiqt, no Rio, prepara os alunos para criar estampas em azulejos, papel de parede, tecidos, materiais sintéticos, etc. Um designer pode escolher entre inúmeras áreas de trabalho. Atua tanto em editoras, agências de publicidade, birôs de computação, cuidando de projetos gráficos em geral, quanto em indústrias, criando os mais diversos produtos. É tarefa do profissional garantir qualidade estética e funcionalidade.

Na maioria das vezes, o designer é contratado na área de criação, mas alguns profissionais já estão ocupando cargos voltados à pesquisa de novas tecnologias e materiais capazes de reduzir custos de produção. Outros atuam até em funções de liderança, responsabilizando-se por projetos junto ao público.

Salário médio inicial: R$ 2 mil. Fontes: Guia do Estudante e Guia da Carreira.

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ARTES E DESIGN

DESIGN


DANÇA

ARTES E DESIGN

Teste de capacidade Para ser um bailarino profissional não basta gostar de dançar. Ao cursar a faculdade, o aluno tem acesso a um aprendizado de nível muito superior ao que receberia em cursos livres ou de academias. Além do mais, é necessário ter o certificado de capacitação fornecido pelos sindicatos da classe, cujos testes costumam ser rigorosos. Nos últimos anos, o número de cursos de Dança no país praticamente triplicou. Os profissionais, por sua vez, estão cada vez mais organizados. Isso vem fortalecendo a classe, contribuindo para um impulso no mercado de trabalho. Há oportunidades em companhias de dança e até no cinema. O bailarino tem que ser expressivo, comunicativo e disciplinado. Geralmente exige-se dele disposição para muito tempo de ensaio. A dança permite atuar tanto na parte artística quanto na pedagógica e científica. O profissional participa de espetáculos, monta coreografias, mas também pode trabalhar em sala de aula. E tem ainda a opção de se tornar um pesquisador da área, buscando conhecer e descobrir novas técnicas, ritmos, influências.

Diploma valorizado Quem se forma em Dança desenvolve a capacidade criativa e se dedica a encontrar formas de colocar isso em cena. Assim, pode fazer parte de um corpo de baile (tanto de um teatro quanto de uma emissora de TV),

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montar e dirigir espetáculos (cinema,teatro e TV), criar coreografias ou dar aulas. Grandes musicais, produzidos no eixo Rio-São Paulo, contam com muitos profissionais de dança no elenco. Milhares de candidatos disputam as vagas, para as quais quase sempre é exigido o diploma de curso universitário. Há profissionais trabalhando também em um nicho do mercado que se mostra promissor: o da saúde, na recuperação de pacientes com problemas físicos ou mentais. A dança, nesse caso, é utilizada como terapia. Os profissionais com licenciatura ainda encontram poucas oportunidades na rede pública, mas a tendência é que outros estados sigam o exemplo do Rio de Janeiro e obriguem as escolas com aulas de dança a contratar somente os diplomados em faculdade. Ele pode lecionar tanto no ensino fundamental e médio quanto em cursos livres. Depois de alguma experiência no mercado, encontra chances ainda como produtor, encarregando-se de buscar patrocínio, cuidando do orçamento e da logística de espetáculos. O salário de um professor do ensino fundamental (rede pública) é de R$ 1.450,00, segundo o MEC. Um bailarino iniciante ganha em média R$ 1,2 mil e um coreógrafo R$ 2,5 mil, segundo o Sinddança de SP.

Salário médio inicial: R$ 2,5 mil. Fontes: Guia da Carreira e Guia do Estudante.


ARQUITETURA E URBANISMO Se há um profissional que valoriza muito a estética, esse é o arquiteto. Mas não apenas isso. Ele prioriza tanto a beleza quanto à utilidade ao planejar e projetar espaços externos e internos. A arte da arquitetura está em criar estruturas que aliem conforto, técnica, funcionalidade. É o arquiteto quem elabora as plantas das obras, considerando uma série de fatores (culturais, ambientais, históricos, estéticos etc.). Também é ele quem escolhe os materiais a serem utilizados, cuida de detalhes de iluminação e ventilação. O estudante de Arquitetura recebe uma formação que enfatiza aspectos humanistas e artísticos, mas não dispensa a exatidão da matemática e dos cálculos. Um arquiteto precisa ser bastante criativo, gostar de desenhar e não ter dificuldades com raciocínio lógico. São características indispensáveis para seguir as tendências artísticas, trabalhar com meticulosidade, manusear muitos números. É fundamental que o profissional goste de atuar em equipe, já que precisa acompanhar as obras ao lado do engenheiro, cuidando inclusive de questões ligadas aos custos e à mão de obra.

Construção civil é termômetro Muita gente ainda fica em dúvida na hora de escolher entre Arquitetura e Engenharia. O fato é que os dois profissionais trabalham com construções, mas é o arquiteto e urbanista quem tem uma tarefa fundamental para a qualidade de vida da população: planejar o crescimento das cidades. Também é exclusividade deste profissional realizar projetos relativos a monumentos e ao patrimônio cultural. Para exercer a profissão, o arquiteto

tem que obter o registro no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). As chances de emprego estão bastante ligadas à situação do mercado da construção civil. Quando ele está aquecido, não faltam vagas. Muitos profissionais têm sido contratados para as obras destinadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. A área é competitiva e exigente. O arquiteto deve conhecer bem a arte, mas também dominar os recursos tecnológicos. A preocupação dos governos com questões como acessibilidade e mobilidade urbana vem aumentando as oportunidades de trabalho para o profissional no setor público. Os gestores estão valorizando mais o planejamento urbano, com destaque para as questões ambientais. O arquiteto encontra opções ainda em empresas privadas, nos segmentos como design de objetos, arquitetura de interiores, projetos de instalações industriais, projetos ambientais, paisagismo. No setor público ele também pode atuar na preservação e restauro de patrimônio histórico. O país sempre teve grandes arquitetos e urbanistas (como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, que projetaram Brasília). Isso não evita, contudo, que em algumas cidades maiores, onde houve um crescimento desordenado, muitos profissionais acabem mal aproveitados. É comum encontrar arquitetos trabalhando como desenhistas ou ganhando salários menores em lojas de decoração, segundo o Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo.

Salário médio inicial: R$ 4 mil. Fonte: Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo.

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ARTES E DESIGN

Arte e exatidão


RADIOGRAFIA DOS CURSOS DE HUMANAS. ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS CARREIRA

MELHORES ESCOLAS

RELAÇÃO CANDIDATO /VAGA

ADMINISTRAÇÃO

UFU, UnB, UFPE, UNIFEI, UFGD, FGV, ESPM, UFRGS, PUC CAMPINAS - RIO CURITIBA, USP RIBEIRÃO PRETO, UFRN, UFSM, UFSC, INSPER, MACKENZIE

FUVEST: 14,46 (RIBEIRÃO PRETO) / 14,46 (PIRACICABA) UFMG: 12,80 (NOTURNO) / 11,24 (DIURNO) UNIFEI: 18,4 UNB: 9 UFPR: 9,1

GASTRONOMIA

UFRPE, UNIVALI , FACS

UFRPE: 116 (referente a 2011)

MARKETING

UNIFACS- BA, USP, ANHEMBI MORUMBI, UCP , UNIFAMMA , FFB

USP: 9,73

ECONOMIA

UFMG, UFJF - JUIZ DE FORA E VIÇOSA, UEM, FGV, IBMEC RJ, PUC RIO, UFRGS, UNICAMP, USP, INSPER

UFMG: 6,1 USP: 11,55 UNICAMP: 24,6

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CARREIRA

MELHORES ESCOLAS

RELAÇÃO CANDIDATO /VAGA

DIREITO

USP, UFPE, UFMG, PUC SP-CAMPINASCURITIBA-RS, UFRJ, UERJ, FGV, UFRGS, UFSC, UFMS, UFU, UFPR, UFSM

USP: 20,19 UFMG: 16,06 PUC-SP: 8,14 UFPE: 16,8

LICENCIATURA E PEDAGOGIA

UFBA, UNB, UFJF, UFG, UFMG, UFPB, UFPR, PUC PARANÁ-SÃO PAULO - RIO, UERJ, UFRGS, UNICAMP, UNESP MARÍLIA - PRESIDENTE PRUDENTE - RIO CLARO, UFSCAR, USP

USP: 4,89 - Pedagogia / 6,77 - História UNESP: 1,3 - Física / 2,0 - Matemática / 5,6 - Geografia / 7,1 - História / 4,3 Pedagogia UNICAMP: 19,4 - História / 5,7 Matemática / 6,5 - Pedagogia UFMG: 2,59 - Pedagogia / 2,40 Matemática / 1,73 - Geografia 4,55 - História UNB: 5,36 - Pedagogia / 5,23 - História

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

UNB, USP, UNIJORGE, PUC - RIO - MINAS - SÃO PAULO, UNESP MARÍLIA FRANCA, FAAP, UFRGSM UFRR

UNB: 34,81 UNESP MARÍLIA: 15,9 UNESP FRANCA: 15,5 USP: 42,9 PUC RIO: 6,5

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ARTES E DESIGN CARREIRA

MELHORES ESCOLAS

RELAÇÃO CANDIDATO /VAGA

ARQUITETURA E URBANISMO

USP, UNICAMP, UFPB, PUC-RS, UEL, UFBA, UNEB - BA

FAU: 29,47 UFPE: 12,4 UEL: 22,77 SÃO CARLOS: 31,40 UNICAMP: 97,1

DANÇA

UNICAMP, UFV - VIÇOSA, FAP- CURITIBA, ANHEMBI MORUMBI, UEA - MANAUS

UNICAMP: 8,2

DESIGN

UEMG, USP, UFG, PUC-RIO, UERJ, UDESC

USP: 34,65 UDESC: 26,65 - Design Gráfico UEMG: 15,59 - Design Gráfico / 14,7 Design de Ambientes

DESIGN DE GAMES

ANHEMBI MORUMBI

MODA

USP, UDESC MODA, UFC, UFG, UEL, SENAIS-CETIQT, SENAC, FASM, FEEVALE, ANHEMBI MORUMBI, FMU, BELAS ARTES, UFMG

UDESC: 14,28 UEL: 17,17 UFMG: 8,76 USP: 12,88

MÚSICA

UNICAMP, UFMG, UFRGS, UNESP, UFPB, UFG, UFBA, CBM, FMCG

UFMG: 4,07 - Bacharelado / 3,0 - Licenciatura UNESP: 7,9 - Composição / 15.8 - Bacharelado canto 10,5 - Bacharelado Percussão / 7,7 Bacharelado cordas

COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CARREIRA

MELHORES ESCOLAS

RELAÇÃO CANDIDATO /VAGA

CINEMA E AUDIOVISUAL

UFF, USP, UFSCAR, UNISINOS, PUC RIO, FAAP

UFF: 12,58 USP: 4,6 UFSCAR: 13

MIDIALOGIA

UNICAMP, USP

UNICAMP: 39 USP: 35,8(Curso Superior de Audiovisual)

PUBLICIDADE E PROPAGANDA

UFPE, UFMG, UFPR, ESPM SÃO PAULO RIO, PUC MINAS

UFPE: 14,3 UFMG: 18,63 UFPR: 23,48 ESPM SP: 7,0

PUBLICIDADE E PROPAGANDA

UNESP BAURU, UFPE, UFRJ, CÁSPER LÍBERO, FAAP, METODISTA, ANHEMBI MORUMBI

UNESP: 14,1 UFPE: 7,7 CÁSPER LÍBERO: 4,62

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Beatriz Soares Peres Administração Natália Damas Nogueira Silva Administração Athila Benevenuto Administração

Bruna Magalhães Garner Direito

Cinco aprovados no vestibular da FGV. Mais uma vez, o Anglo Cassiano Ricardo alcança um alto índice de aprovações na FGV. Tudo, porque tem o mais avançado pré-vestibular, com aulas de aprofundamento em Humanas. Entre os treineiros, o Anglo também dá show: a aluna Victória Luiza Tosi Silva, do 2º ano do Ensino Médio, foi aprovada em Direito na FGV. Seja o próximo a fazer sucesso no vestibular. Faça Anglo. www.anglosaojose.com.br

NA FGV, O ANGLO SÃO JOSÉ MOSTRA SUAS GARRAS.

Ana Clara Balda Scofield Direito - direto 3º ano


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