d e s i g n - p o r - G o n ç a l o - S e p ú l v e d a t e x t o s - e - i m a g e n s - d o - e s t ú d i o B
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O preço do bilhete de Segunda a Sábado é de 12,00€. Sendo este gratuito aos Domingos até as 12 horas. Crianças até aos 12 anos bilhete e adultos a partir dos 60 anos não pagam bilhete em nenhum dia. Nesta brochura encontra informação nas actividades deste mês de Abril no Museu de Serralves e um artigo extenso sobre a obra do artista Paulo de Cantos. Em vários casos ao longo da brochura vai encontrar “erros ortográficos” no texto, que fazem homenagem ao trabalho do autor e da sua intervenção nas obras editoriais e gráficas. EN - The ticket price from Monday to Saturday is 12,00€. On the other hand the ticket will be price free on Sundays. Children until 12 year old and adults to 60 years old are free of charge any day of the week. In this booklet you will find information on April’s activity in Museu de Serralves and a big article on Paulo de Cantos. In various times you will find in the booklet some “grammar errors” in the text. These errors are a stand-out for the author’s work in his editorial interventions.
Museu de Serralves - Fotografia por Pedro Henrique.
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-ACTIVIDADESdo mês de--------ABRIL//2013 AGENDA-Museu
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Cultura todos os D - I - A - S da,SEMANA! < < f e s t a > >
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E N T R A D A c ’ o - g r a n d e muy’nobre museu - A R T E -
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S E I S [ 6 ] salas--cheias d’ARTE! Qual vais//ESCOLHER?
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AH! ---Visitem também os belos jardins de S E R R A L V E S
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03-24
Sábados
1 2 - 1 3
P a u l o
Work shop
Círculo
Visite a primeira exposição
Todos os sábados às 10 horas
O grupo de performance do
do talentoso e surreal artista
da manhã irá have uma nova
Porto - Círculo do Fogo - vem
dos anos 4o e 50 que nunca
actividade gratuita para todos
actuar nas noite dos dias 12
ninguem teve a oportuni-
os interessados em aprender
e 13 de Março. Um espétaculo
dade de conhecer e estudar.
algumas dicas e iniciação à
que promete dança, música,
Designer, filósofo e professor,
agricultura. Actividade acom-
calor e muito fogo.
Paulo de Cantos era mestre
panhada por José Resende e
no que estudava e aplicava
Paula Coelho.
d ’ K a n t o s
A gr ic ult ura
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tudo no fervor editorial.
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o-IMATERIAL
EXPOS!ÇÃO
conferências
Soares-dos-rEis
A 2ª edição que irá decorrer
09-11-13 Palestras
sobr ’Ecónomia
Henrique Damião vem desde
no Auditório da Fundação de
A escola de Soares dos Reis a
a Hungria para falar do es-
Serralves, persistará no es-
par com os alunos, preparou
tado actual do país e quais as
forço de pensar em Portugal,
uma exposição de trabalhos
soluções para esta crise. No
a sua economia e o seu fu-
manuais e de pintura com
fim de cada palestra estará
turo próximo, apesar de uma
o objectivo de apresentar os
aberto ao público um debate
conjuntura que persiste em
cursos lectivos da escola.
entre visitantes e orador.
apresentar-se colorida.
AH! ---Visitem também os belos jardins de S E R R A L V E S
p ê - d e - p a u l o pAulo d’ KANtos
-
Foram precisos 34 anos para se dar valor ao trabalho deste característico
português que sem revolucionar, foi um grande revolucionário na arte da composição e no
and little verses. Polymat, philologue collector of postcards, squarnesses and typographic swashes
...,entemólogo de pequenos insectos-livros, viajou o mundo à procura desta espécie-rara
...tnhomologue
of little bug-books, travelled all around the world looking for this rare species
p e q u e n a - i n t r 0 d u ç ã o - - - - 0 1
horder
de publicações para míopes. Anacrónico , anatomista, artilheiro, aeronauta, astrónomo. Narutalmente um alfacinha, mas poveiro de coração?
Paulo de seu nome Cantos, hábil parónimo de Kant, de <<Kanto>> primeiro, <<Kanto>> segundo
...Courses
Paulo was his name from Cantos, nice counter-name from Kant, from <<Kanto>> first, <<Kanto>> 2nd
...Coleccionador de cursos e de verbetes. O polímata, filólogo aglutinador de postais, de quadratins, de orlas e guarnições tipográficas
of editorial publications for the lazy-eyes. Anacronic, anathomist, antropomorphist, artillery soldier, space traveller, astrostudy. Born in Lisbon but home hero.
design editorial. Nesta brochura ficará a conhecer um grande génio perdido de Portugal.
Colecção do estúdio Barbara Says... de trabalhos de Paulo de Cantos
a-fonia-do-nome e-a-sua-justificação
KANT d’ CANTOS
“Como admitir uma coisa q n tenha limites? Se o mundo é limitado no espaço, então há qualquer coisa do lado de lá q n é mundo. Tu n compreendes, mas eu compreendo q n compreendo, e isto é muito importante.”. Cantos, Paulo de, “Espírito Ciência / Espírito Arte” - (1939) citação atribuída a Kant.
Retrato de Paulo de Cantos editado
Ilustração Adão e Evas - Paulo de Cantos
(1) Quadro de aproximações I-CHING / PAK. Obra que em que Paulo experimentou, uso e abusou ao utilizar a sua linguagem bastante única e até considerada revolucionária.
O
s onomatogramas surgem na obra de Paulo de Cantos como ex-libris, são auto-retratos construídos com material tipográfico onde os fonemas do seu nome compõem uma cara de frente ou de perfil. Em alguns casos a letra “K” surge a substituir o “C” de Cantos, e num caso particular surge a expressão “Paul Kant”, um trocadilho com o apelido do filósofo alemão, cujo avô paterno tinha emigrado para a Escócia onde o seu nome se escrevia como “Andrew Cant.”.
(2) Eco, Umberto, Obra Aberta, Narciso Furtado. Obra dedicada a João Rodrigo inspirado na sua obra, Leis do RISO e as Leis do SIZO.
O
(3) Camões em PAK. Esta obra é, como diz o nome, dedicada a Camões e ilustra não só de maneira física o escritor mas também com bastante cor e abreviaturas a sua obra.
uso de acrósticos de um modo um pouco desenfreado - talvez o aspecto mais saliente da sua inventidade discursiva - evolui formalmente no seu uso da tipografia e cristaliza-se em mnemotecnia, um mode de pensar a informação e não tanto como uma referência ao labririnto tipográfico ou ao tradicionalismo da acróstica na cultura portuguesa que está referida a Robin Fior. Antes porém, parece-nos como um dispositivo que mostra uma estatística e probabilidade auto-imposta, uma programática textual que oscila como um pêndulo entre a ordem e a desordem, o positivo e o negativo, o Yin e o Yang (1). Esta imprevisto entre expressividade e aleatoriedade é o que torna a obra deste autor tão enigmática. É uma ideia que aparentemente se pode situar na composição da música de vanguarda (2). Por fim, poderíamos unir o racionalismo matemático que Paulo de Cantos nutre pela composição musical, a língua portuguesa e o experimentalismo linguístico da sua grafia artificial e inovadora: o PAK (3).
“(...) Assim também aqui quem quiser buscar a rectilínea estrada da Verdade intelectiva, seguirá nesta direcção e neste sentido; e quem procurar a sinuosa emoção (...) - Espírito Ciência / Espírito Artes - 1939
(4)Pouco se sabe sobre esta
(6)António Almada Negreiros,
(7)Grande parte dos livros es-
(8)Raramente se encontra
fase da vida de Paulo de Can-
Natália Correia, Eugénio da
teve em armazém para ser-
informação relativa à tiragem
tos. Há apenas um auto-re-
Conceição e Silva, são alguns
em entregues até os anos 90,
nas obras do autor. Isto deve-
trato com farda regimental e
icónes da época a quem Paulo
quando aparecerem à venda
se ao facto de Paulo de Cantos
numa publicação fala que op-
de Cantos ofereceu e dedicou
num bar chamado Geronte
ter editado muitas obras de
erava um canhão de 320mm.
livros seus.
situado em Lisboa.
forma independente.
(5)Cantos, Paulo de, Esteno em 1937. Obra que o destacou.
P a U l 0 - d ’ - K a n t o s a,karreira-do-artista
N
F
ascido em 1892, Paulo de Cantos criou, desenhou e estudou um pouco de tudo. Homem de grande estatura, cresceu numa época em que mais de 70% da população portuguesa era analfabeta. Nasceu em Lisboa e estudou num curso de Ciências na Universidade de Coimbra durante os primeiros anos da instauração da Primeira Répública. Mais tarde lutou na Grande Guerra(4) juntado-se assim à Liga dos Combatentes. Quando voltou, terminou o curso em Coimbra e acumulou outros diplomas ao longo da sua vida - Letras em Lisboa, Belas-Artes no Porto incluindo um curso desconhecido de vitivincultura.
oi professor e reitor (1932-1939) do Liçeu de Eça de Queirós na Póvoa de Varzim, onde parte das suas obras foram feitas e multiplicadas. Para além de professor, foi autor, editor, ilustrador e distribuidor dos seus próprios livros. Visto o número de livros dedicados(6) encontrados nas livrarias e alfarrabistas ser tão grande, especula-se que o autor os distribui de mão em mão(7). As tiragens eram muito baixas(8), na ordem de poucas centenas, o que justifica a sua constância numa rede social restrita, à margem da censura da época(9).
S
egundo vários testemunhos, como por exemplo, alunos e colegas de trabalho, Paulo de Cantos gostava de acompanhar de muito perto a composição das suas edições, passando grande parte do tempo nas oficinas, ficando conhecido entre os seus colegas industriais do sector por ser muito meticuloso e impaciente. Paulo trabalhou fielmente para a Tipografia Camões na Póvoa do Varzim.
O
que destacou o seu legado enquanto criador de cultura é a sua visão e o seu fervor editorial, que procurava o rigor escolar misturado com a sua cultura e atrevimento experimental. No lugar de grandes publicações, Paulo de Cantos procurava os pequenos almanaques, recolhas aforísticas e manuais didáticos com fichas colécionáveis. Progressivamente, o seu trabalho vai-se tornando mais intrincado e convergente numa experimentação que se converte num trabalho muito heterogénio que dilatado em 70 anos dificilmente se classifica.
A
pesar da tipografia parecer o maior entusiasmo por parte de Paulo de Cantos, o aspecto formal dos seus livros talvez seja a presença da estonografia numa das suas obras mais relevantes(5). Foi ao compor cábulas para as suas palestras que o autor sentiu necessidade de começar a utilizar abreviação e na utilização dos sistemas mnemónicos. “O’ómem” - Paulo de Cantos (ilust.)
Auto-Retrato - Paulo de Cantos
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(9)Um dos seus livros que foi
“Há um provérbio latino que
O alfacinha mudou-se para
Numa entrevista para António
dedicado ao Presidente do
diz: Até os livros têm destino.
Lisboa, depois da sua viagem
Lima, ele recordava-se de
Conselho, Sal-Azar? / Sol! Az!!
O destino dum livro é por vezes
à volta do mundo, onde raio
Paulo como uma pessoa que
Ar!!! (1961), não foi aprovado
mais estranho que um Hu-
de 800 metros à volta de sua
era bastante ansiosa e passa-
do visado chegando este a or-
mano” O Homem e o Livro. M.
casa se podiam encontrar
va grande parte do seu tempo
denar a sua destruição.
Iline - Biblioteca Cosmos - Di-
mais de 8 tipografias em que
na oficina. Uma vez de manhã,
recção do Prof. Bento de Jesus
ele trabalhou ao longo dos
outra ao almoço e depois no
Caraça - 1947.
anos de carreira.
final do dia.
“O’ómem” - Obra/escultura em escala real - Paulo de Cantos
(10) Tal comos os autores
(11) Lissitzki, El, The Biocos-
(12) Do inglês simuclast; a
6Um dos seus livros que foi
contemporâneos por exem-
pic Book, 1923, Manifesto de
transmissão de um programa
dedicado ao Presidente do
plo Fernando Pessoa, Cantos
8 dictums em que Lissitski
audiovisual em mais do que
Conselho, Sal-Azar? / Sol! Az!!
acreditava que o inglês e o
aproxima o livro à leitura e ao
um meio. Em países de vários
Ar!!! (1961), não foi aprovado
português
cinema como arte.
idiomas, passam programas
do visado chegando este a or-
de televisão traduzidos.
denar a sua destruição.
seriam
comple-
mentares na grafia do futuro.
I
remos descobrir esta possibilidade numa leitura comparativa da obra a que se deu particular atenção na exposição e Jornadas : os dois tomos da obra astróloga Astratium. Em consonância com o seu best-seller Cosmos e a série documental televisiva de culto, numa descrição biográfica de Jean François, o descodificador da Pedra de Roseta, Sagan com o seu tom barítono, profundamente clarificador, elabora a possibilidade de uma Pedra Roseta cósmica, uma Enciclopédia Galáctica que resulta de observação científica dos factos circundantes sobre uma perspectiva infalível, que permite descodificar a sintaxe do universo.
N
a existência irrefutável de seres extraterrestres, nas suas próprias palavras iria ocorrer a “desprovincialização do planeta Terra” atrás de um código universal que este sempre aqui mesmo debaixo dos nosso narizes. No seu esforço integrador e democratizador do conhecimento, Paulo de Cantos acreditava na unificação da linguagem para progredirmos como civilização (10) e usava esta combinação entre música, acróstico, e número como um dispositivo de uma desmistificação do desconhecimento.
conteúdos complementares, o tomo I faz um tratamento mais cinematógrafo com fotozincogravuras e diagramas impressos em papel couché, enquanto o tomo II contém diálogos transcritos como uma peça de teatro, um guião para um filme ou uma série rádio-televisiva de animação gráfica. Na capa do tomo II figura uma vinheta em forma de cartão de visita de um personagem que surge gurgalmente em notas de roda´pe e depois nas derradeiras páginas do livro. Trata-se de um potencial Macguffin hitchcockiano, pergonagem real ficcionada inspirada no fundador de uma dinastia de cientistas e balonistas exploradores helvéticos, cujo descendente mais famoso é Auguste Piccard.
T
omamos como exemplo a organização do primeiro e segundo tomo da aobra Astrarium - Astrofísica Moderna = Astrofísica Real. Os dois volumes simétricos são bioscópicos (11), permitindo ao leitor uma experiência de transmissão simultânea (12). Os capitulos têm correspondência, ambos evocam uma viagem sendos os
“Sal AZAR?” - Capa da Obra de Paulo de Cantos
Capa da Revista Adágios - Infografia- Paulo de Cantos
O alfacinha mudou-se para
Numa entrevista para António
“What counts is not what
“Quem tem aí a mão para a
Lisboa, depois da sua viagem
Lima, ele recordava-se de
sounds plausible, not what we
partitura? Para os bons ou-
à volta do mundo, onde raio
Paulo como uma pessoa que
would like to believe, not what
vidos trauteamos de cor não
de 800 metros à volta de sua
era bastante ansiosa e passa-
one or two witnesses claim,
a melopeia polirrítctima da
casa se podiam encontrar
va grande parte do seu tempo
but only what is supported by
nossa Natura mas o esquema
mais de 8 tipografias em que
na oficina. Uma vez de manhã,
hard evidence. Extraordinary
(em Pizzicato): (...)”
ele trabalhou ao longo dos
outra ao almoço e depois no
claims require extraordinary
anos de carreira.
final do dia.
evidence and proof.” Cosmos Carl Sagan.
D
evido a um possível erro de composição tipográfico, inicialmente pensou-se ser uma homenagem ao gravador francês do século XII Bernard Picar(t), um conhecido imitador das gravuras de Rembrand com uma vasta obra de painéis de categorização ilustrados, destacando-se talvez como uma das mais famosas, os dez volumes das Cérémonies et coutumes religieuses de tous les peuples de monde, um livro sobres os costumes religiosos de todo o mundo que foi feito sem nunca ter saído do centro de Europa.
I
nvestigadores e curiosos podem chocar-se às veze. Segundo o vosso temperamento pessoal, desculpai a uns o orgulho dos cumes que atingiram o uso constante das sistematizações e abuso de mnemotecnia; perdoai a outros a febre constante que os leva a pular a pés juntos no caminho da consubstanciação cósmica.
Obra de Composição e Ciência - Paulo de Cantos
L i v r o s - d a t a d o s P a u l o - d ’ - K a n t o s
T r a b a l h o - e - o b r a M a i s - I M P O R T A N T E S
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CASO
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Animais
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Portugal
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- O Homem Máquina: Como Somos por Dentro / Onde Vamos? 1938 -
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-1946
Maxims -
-1949 -1949
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