EDUARDO HENRIQUE LENTI JOSÉ ROBERTO TABAI MARIO NARDIN RIBEIRO
AUTOMAÇÃO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
Monografia apresentada para a conclusão do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Administração de Logística Produção pela Universidade Salesiana Dom Bosco Orientador: Prof. Eldi Marisol Sancedo.
PIRACICABA, 2002.
SUMÁRIO 1. Introdução.......................................................................................................04 2. Aspectos fundamentais para gestão de estoques na cadeia de suprimentos........................................................................................................08 2.1. Ferramentas básicas para gestão de estoques..................................09 2.2. Por que e como reduzir os níveis de estoque......................... ...........14 2.2.1. Formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos................................................................................................17 2.2.2. Surgimento de operadores logísticos......................................17 2.2.3. Adoção de novas tecnologias de informação (Tis)..................18 3. Como a adoção de tecnologia de informação pode contribuir para a redução dos estoques de segurança................................................................................20 4. Formalizando uma política de estoques para cadeia de suprimentos............23 4.1. Onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos.......................24 4.2. Quando pedir o ressuprimento............................................................28 4.3. Quanto manter em estoques de segurança........................................30 4.4. Quanto pedir.......................................................................................32 5. Tecnologia de informação aplicada á logística...............................................35 5.1. Importância de sistemas de informação para a competitividade logística...............................................................................................................35 5.2. Papel da informação na Logística.......................................................36 5.3. Sistemas de informações Logísticas...................................................37 5.4. Sistemas de gestão empresarial.........................................................38 5.5. Tendências..........................................................................................38 6. Tecnologia de informação: uso da simulação para a obtenção de melhorias em operações logísticas.....................................................................................40 6.1. Capacitações técnicas necessárias....................................................40 7. GIS: definições e aplicações na logística.................................................. .....42 7.1. Áreas de aplicação de GIS.................................................................43 7.2. Estrutura atual de dados.....................................................................43 8. Cadeia de suprimentos da saúde e tecnologia de informação.......................45 9. Automação do fluxo de informações..............................................................50 9.1. Planejamento......................................................................................50 9.2. Execução............................................................................................51 9.3. Comunicação......................................................................................51 9.4. Controle...............................................................................................52 9.5. Concepção..........................................................................................52 10. Conclusões...................................................................................................54 11. Referências Bibliográficas............................................................................57
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1 - Introdução
Âmbitos da logística. As atividades logísticas variam segundo os setores comerciais; todavia, em cada caso, servem para administrar de modo completo e coerente todos os fluxos dos materiais, da entrada deles na empresa até sua saída. Considerada por muitos a base para o gerenciamento de cadeia de suprimentos, a gestão de estoques sob uma perspectiva integrada com outras atividades do processo logístico ainda é um tema pouco explorado na literatura. O principal propósito de um sistema de informação logística é coletar, manter e manipular os dados dentro da empresa, para a tomada de decisões abrangendo desde o nível estratégico até o operacional. Estes tipos atividades foram conduzidos informalmente durante vários anos, entretanto, com a disponibilidade de computadores de alta velocidade, que possuem capacidade de armazenagem de dados cada vez maior, os procedimentos em torno do manuseio de dados tornaram-se mais estruturados. O sistema de informação é a nova classificação para estas atividades.
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Dentro do sistema total de informações de uma empresa, está o sistema de informação logística, que é direcionado aos problemas particulares na tomada de decisões logísticas. Um sistema de informação logística é basicamente composto por três elementos distintos: entrada, o banco de dados e seu manuseio e a saída. Como entradas deste sistema estão as atividades de aquisição de dados que irão dar suporte ao processo de tomada de decisão, estas podem ser obtidas através de clientes que, pela atividade de compra, fornecem indiretamente dados úteis para o planejamento. Os dados são obtidos através da entrada de pedidos, que são úteis para decisões de previsão e de operação, assim como o volume de vendas, a freqüência, localização e tamanho dos pedidos, os custos com transportes também são fontes adicionais deste tipo de dado primário. Estes dados também são recebidos através dos registros da empresa, na forma de demonstrativos contábeis, por relatórios de situação, por informações externas publicadas por entidades de classe, por pesquisas financiadas por órgãos
governamentais,
pelos
dados
divulgados
pela
concorrência
e
fornecedores. A
conversão
destes
dados
em
informações
e
a
conseqüente
configuração para torná-los úteis para a tomada de decisão e o estabelecimento de interfaces com os métodos de suporte á decisão são considerados freqüentemente como o núcleo de um sistema de decisão. O gerenciamento do banco de dados envolve a seleção dos dados a serem armazenados e 4
recuperados, a escolha dos métodos de analise e a escolha de procedimentos básicos de processamento de dados a implementar. Segundo Balou, “Após determinar o conteúdo do banco de dados, a primeira preocupação no projeto é decidir quais dados devem ser mantidos em papel, quais devem permanecer na memória do computador para acesso rápido e quais não devem ser retidos em bases regulares. A manutenção de dados pode ser dispendiosa e a retenção sob qualquer forma deve ser julgada com base na importância da informação para as decisões que o profissional de logística deve tomar na empresa em particular; na rapidez com que a informação deve ser recuperada; na freqüência com que deve ser acessada e no esforço exigido para manipular a informação da forma necessária”. A informação necessária para o planejamento estratégico não exige acesso imediato e repetido, porém as operações de planejamento mais freqüentes tem justamente a característica oposta. Uma das mais velhas e mais populares características do sistema de informação é o processamento de dados, os computadores foram introduzidos pela primeira vez na comunidade empresarial com o objetivo de reduzir a carga de computar faturas de milhares de clientes e preparar registros contábeis. Agora a preparação de pedidos de compras, conhecimento de embarque e notas de frete são atividades de processamento de dados comuns que auxiliam o profissional de logística no planejamento e no controle do fluxo de materiais. A analise de dados é a característica mais recente e sofisticada do sistema de informação, o qual pode conter qualquer numero de modelos 5
matemáticos e estatísticos, gerais e específicos para problemas logísticos específicos de cada empresa. Tais modelos convertem as informações em soluções de problemas dando um excelente suporte á tomada de decisões. O elemento final do sistema de informação é o segmento de saída. Descrita como a interface com os usuários do sistema, a saída geralmente pode assumir varias formas. Primeiramente, a saída mais comum é sob a forma de relatórios, tais com relatórios de situação de estoque ou progressos de pedidos, relatórios resumidos de custos ou estatísticas de desempenho, relatórios de exceção que comparam o desempenho desejado com o real e relatórios que iniciam a ação (pedidos de compra ou de produção). Em segundo lugar, a saída poderá ser sob a forma de documentos preparados, tais como faturas de transporte de carga e faturas de frete. Finalmente, a saída poderá ser o resultado da analise de modelos matemáticos e estatísticos. A entrada, a capacidade de gerenciamento do banco de dados e a saída são aspectos chave para um sistema de informação que é uma ferramenta de suporte de decisão para o planejamento e operação do sistema logístico.
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2 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA GESTÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Esta seção dedica-se à análise da gestão de estoques com base em uma perspectiva diferente da visão tradicional, a qual focava exclusivamente uma única empresa da cadeia de suprimentos. Inicialmente são revistas duas ferramentas que, mesmo desenvolvidas para uma única empresa da cadeia, ainda são extremamente úteis para a operacionalização de políticas de estoques na cadeia de suprimentos: a modelagem do consumo de materiais por meio de gráficos “dente de serra” e a análise dos trade-offs de custos entre os estoques e outras funções logísticas, como transporte e armazenagem. Em seguida são apresentados os principais fatores que estão motivando as cadeias de suprimentos a reduzir continuamente seus níveis de estoque: maior diversidade no número de produtos e mercados atendidos, elevado custo de oportunidade de capital e crescente foco gerencial no controle e redução do grupo de contas do Balanço Patrimonial pertencentes ao Capital Circulante Líquido. Além disso, chama-se a atenção para o fato de que reduzir os níveis 7
de estoque, sem uma análise preliminar do grau de eficiência do transporte, da armazenagem e do processamento de pedidos, pode gerar aumento do custo logístico total da operação. Finalmente, discuti-se como três transformações básicas na cadeia de suprimentos tem permitido às empresas operar com níveis de estoques cada vez menores: formação de parcerias, surgimento de operadores logísticos e adoção de tecnologias de informação para captura e troca de dados. Especificamente, com relação à integração de varejistas e fabricantes, é ilustrado com exemplo como a troca de dados sobre vendas pode contribuir para a redução substancial dos níveis de estoque de segurança.
2.1 - Ferramentas básicas para gestão de estoques
Independente dos motivadores existentes para redução dos níveis de estoques, a dinâmica do consumo de materiais em determinado elo da cadeia de suprimentos pode ser representada por gráficos “dente de serra”, conforme ilustrado na figura abaixo (a). Quantidade em estoque
PP Momento De pedir
Momento do tempo reabastecimento
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a) Sem incerteza: Mundo Ideal
Quantidade em estoque
Estoque de segurança
tempo
b) Cem incerteza: Mundo Real
Num mundo ideal, sem incertezas, a taxa de consumo média (D) dos produtos é totalmente previsível dia após dia. Dessa forma, pode-se saber exatamente quando o nível de estoque chegará a zero, ou seja, o momento do reabastecimento para quando devemos programar a chegada de novos produtos. Basta retroceder no tempo, a partir do momento de do reabastecimento, o lead time de suprimento (LT), para determinar o momento de pedir. O Ponto de Pedido (PP) é simplesmente o momento convertido para o nível de estoque por meio de cálculo do produto entre a taxa de consumo média pelo lead time de ressuprimento (D*LT). Por outro lado, no mundo real (com incerteza) ilustrado na figura acima (b), a taxa de consumo dos produtos não é totalmente previsível, podendo variar consideravelmente ao redor do consumo médio. Além disso, o lead time de ressuprimento também pode variar, ocasionando atrasos na entrega. Para 9
se proteger desses efeitos inesperados, as empresas dimensionam estoques de segurança, em função de uma probabilidade aceitável de produto em estoque. Outro elemento de dinâmica da gestão de estoques que permanece inalterado, independentemente dos motivadores à redução dos níveis de estoque, é o trade-off de custos existentes entre os estoques e outras funções logísticas. Imaginemos, por exemplo, um centro de distribuição (CD) que possua demanda anual média de 300 unidades para determinado produto e consideremos duas políticas alternativas, conforme ilustração abaixo. Na primeira política, são enviados seis carregamentos com 50 unidades ao longo do ano. Na segunda política, as 300 unidades são enviadas de uma só vez. Quais seriam as vantagens e as desvantagens presentes em cada uma das políticas? Política 1 50 25
Dias 365
300
Política 2
150 Dias 365
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Políticas alternativas de estoque. Na primeira política, a empresa incorre num menor custo de oportunidade de manter estoques, por operar com nível médio de apenas 25 unidades. Os gastos com transporte, entretanto, são maiores: a conta do frete é maior não apenas devido ao maior número de viagens, como também se gasta proporcionalmente mais com o transporte por tonelada-quilômetro em função da falta de escala na operação com carregamentos fracionados. Por outro lado, na segunda política, são maiores os custos de oportunidade de manter estoques (é mantido um nível médio de 150 unidades de produto), mas em contrapartida, não apenas a conta do frete é menor, em virtude de possíveis economias de escala, decorrentes do envio de carregamentos consolidados. O equilíbrio, ou a política de ressuprimento ideal para esse CD é atingido quando balanceamos o custo de oportunidade de manter estoques com o custo unitário, neste exemplo em particular, de transporte para o CD. Conforme podemos perceber na próxima figura, o objetivo das cadeias de suprimento com relação à gestão de estoques deve ser a determinação do tamanho de lote de ressuprimento mais apropriado a seu nível de eficiência no processo de movimentação de materiais. Neste exemplo, o equilíbrio não se situa nem tanto à esquerda do gráfico, como nos sugere a política 1, nem tanto à direita, como nos sugere a política 2.
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Política de menor custo logístico total
C u s t o s d a
Política 2
O p e r a ç ã o
Política 1 Tamanho do Lote de Ressuprimento ------ Custo de oportunidade de estoques ------ Custo unitário de transporte ------ Custo logístico total Na prática, é muito difícil para as empresas avaliar adequadamente em
que ponto do gráfico situa-se sua atual política de estoques. Entretanto, é possível, por meio de geração de cenários e de análises incrementais nos custos de estoques e movimentação de materiais, determinar se uma alternativa de operação acarretará menor custo logístico total que o incorrido pela operação atual. Dessa forma, é possível evitar a percepção de que reduções isoladas nos níveis de estoque, sem serem levados em consideração impactos em outras fundações logísticas, como transporte, armazenagem e processamento de pedidos, propicia uma operação de ressuprimento de menor custo total. Na realidade, conforme ilustrado pela figura anterior, as empresas devem buscar
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minimizar o custo logístico total de estoques, de transporte e de processamento de pedidos em função de determinada disponibilidade de produto desejada pelo cliente final.
2.2 - Por que e como reduzir os níveis de estoque
Cada vez mais, as empresas estão buscando garantir disponibilidade de produto ao cliente final, com o menor nível de estoque possível. São divesos os fatores que vêm determinando esse tipo de política, conforme descrição a seguir. •
a diversidade crescente no número de produtos, que torna mais complexa e trabalhosa a contínua gestão dos níveis de estoque, dos pontos de pedido e dos estoques de segurança. Vale exemplificar o caso das cervejarias brasileiras que em 1985 ofereciam um único sabor (pilsen) numa única embalagem (garrafa de 600 ml), e atualmente oferecem diversos sabores (bock, draft, light, etc) em outros tipos de embalagem (lata de 350ml, long neck, etc);
•
o elevado custo de oportunidade de capital, reflexo das proibitivas taxas de juros brasileiras, tem tornado a posse e a manutenção de estoques cada vez mais onerosas;
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•
o foco gerencial na redução do Capital Circulante Líquido, uma das medidas adotadas por diversas empresas que desejam maximizar seus indicadores de Valor Econômico Adicionado .
Por outro lado, diversos fatores têm influenciado a gestão de estoques na cadeia de suprimentos a fim de aumentar a eficiência com a qual as empresas operam os processo de movimentação de materiais (transporte, armazenagem e processamento de pedidos), conforme ilustra a próxima figura. Aumentar a eficiência desses processos significa simplesmente deslocar para baixo a curva de custos unitários de movimentação de materiais, permitindo operar com tamanhos lotes de ressuprimento de menores, sem, no entanto, afetar a disponibilidade de produto desejada pelos clientes finais ou incorrer em aumentos nos custos logísticos totais.
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Produto Promoção
Preço
Custo total da operação
Praça Serviço ao cliente
Custos unitários de Movimentação de materiais
Custo estoque
Custo transporte
Custo compras
Custo armazenagem
Custo de oportunidade de manter estoques
Custo de processamento de pedidos
Novo Tamanho Tamanho Ótimo ótimo inicial
Tamanho do lote
Impacto de reduções nos custos unitários de movimentação de materiais sobre o tamanho dos lotes de ressuprimento.
Destacamos três fatores que têm contribuído substancialmente para a redução dos custos unitários de movimentação de materiais, sejam nas atividades de transporte, de armazenagem ou de processamento de pedidos: •
formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos;
•
surgimento de operadores logísticos;
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•
adoção de novas tecnologias de informação para a captura e troca de dados entre empresas.
o impacto de cada um desses fatores.
2.2.1 - Formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos
A formação de parcerias entre empresas na cadeia de suprimentos, fenômeno verificado inicialmente entre montadoras e fornecedores na industria automobilística japonesa, tem permitido reduções nos custos de compras por meio da eliminação de diversas atividades que não agregam valor. Como o objetivo final é o ressuprimento just in time de peças e materiais, tarefas como controle de qualidade no recebimento, licitações e cotações de preços foram praticamente eliminadas na relação comercial entre as empresas, mediante o estabelecimento de parcerias.
2.2.2 - Surgimento de operadores logísticos
O aparecimento de empresas como a TNT, FedEx, Ryder e diversas outras, que vêm assumindo destaque cada vez maior na cadeia de suprimentos, oferece a possibilidade de redução dos custos unitários de movimentação de produtos entre empresas. Isso ocorre porque essas empresas possuem know-how, economias de escala e foco em diversas operações logísticas relacionadas com a movimentação de materiais e 16
transporte. Por exemplo, é bastante comum um operador logístico consolidar carregamentos fracionados de diversas empresas de modo a completar uma carreta, tornando possível a diluição dos custos fixos desse transporte por uma base maior de rateio.
2.2.3 - Adoção de novas tecnologias de informação (TIs)
Por fim, o advento de novas TIs, como código de barra, EDI, Internet, automação de PDVs etc., trouxe vários benefícios inerentes à captura e disponibilização de informações com maior grau de precisão e pontualidade. Chamamos a atenção em particular para a eliminação de erros e do retrabalho no processamento de pedidos, fato que reduz substancialmente os custos associados a essa atividade, e para a redução da incerteza com relação à demanda futura, ao serem compartilhadas as séries de vendas para o cliente final por todas as empresas da cadeia. A definição de uma política de estoques depende de definições claras para quatro questões: (1) quanto pedir, (2) quando pedir, (3) quanto manter em estoques de segurança e (4) onde localizar. A resposta para cada uma dessas questões passa por diversas análises, relativas ao valor agregado do produto, à previsibilidade de sua demanda e às exigências dos consumidores finais em termos de prazo de entrega e disponibilidade de produto. Na realidade, a decisão pela redução contínua dos níveis de estoque na cadeia de suprimentos
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depende da necessidade do aumento da eficiência operacional de diversas atividades, como transporte, armazenagem e processamento de pedidos. Veremos a seguir as principais motivações para redução dos níveis de estoque e as armadilhas presentes na visão tradicional, quando é focada apenas uma empresa em vez de toda cadeia de suprimentos. Também é discutido como a formação de parcerias entre empresas, o advento de novas tecnologias de informação e o desenvolvimento de operadores logísticos está contribuindo favoravelmente para a adoção de regimes de fornecimento Just in Time. Especificamente, avalia-se o significativo impacto que a troca de informações pode exercer no dimensionamento dos estoques de segurança. E finalmente veremos a seção que enfatiza a questão da localização dos estoques, articulando essa decisão com o dimensionamento da rede de instalações e com a escolha dos modais de transporte mais apropriados. A integração dessas três variáveis define a política mais econômica para o atendimento aos clientes: antecipação da demanda ou postergação associada aos programas de resposta rápida.
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3 – COMO A ADOÇÃO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO (TI) PODE CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DOS ESTOQUES DE SEGURANÇA?
Percebemos que, por um lado, as TIs permitira reduzir os custos do processamento de pedidos, por meio da eliminação dos erros resultantes da interferência humana na colocação de pedidos, viabilizando uma operação de ressuprimento com tamanhos lotes menores. Por outro lado, a possibilidade de as empresas trocarem informações tem contribuído para a redução da falta de visibilidade na cadeia de suprimentos sobre a real demanda dos consumidores finais, fator que influência diretamente a formação dos estoques no fabricante.
900.
Vendas da rede varejista Retiradas do varejista no fabricante
800. 700. 600. 500. 400. 300. 200. 100. 0,0 4
11
18
25
3
10
17
24
31
7
14
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Semanas Falta de visibilidade na cadeia de suprimentos. 19
Percebemos claramente que pela figura acima que, que à medida que nos afastamos do consumidor final na cadeia de suprimentos, as flutuações nos níveis de estoque existentes nas empresas (no caso entre a rede varejista e o fabricante) do verdadeiro perfil da demanda (nesse caso, aproximado pelas vendas da rede varejista). A disponibilização via TI das vendas coletadas em tempo real no varejo pode permitir um planejamento mais enxuto de diversas operações do fabricante. Isso porque, ao analisarmos as duas séries de vendas ao longo de 12 semanas, a demanda média do refrigerante X na rede varejista é de 143 caixas por semana (com um desvio padrão associado de 53 caixas por semana), enquanto a demanda média no fabricante é de 221 caixas por semana (com um desvio padrão de 271 caixas por semana), conforme ilustra a próxima figura. Devemos ressaltar que, embora em longo prazo a demanda média seja aproximadamente igual para toda a cadeia de suprimentos, em curto prazo as flutuações nos níveis de estoque entre as empresas fazem com que numa mesma semana a rede varejista venda uma quantidade diferente daquela faturada pelo fabricante. Esse efeito acarreta impactos substanciais no planejamento de diversas operações em curto prazo, como, por exemplo, programações de compras, produção, distribuição e dimensionamento dos estoques de segurança.
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FABRICANTE
VAREJISTA
PERFIL DA DEMANDA • • •
CLIENTES FINAIS
PERFIL DA DEMANDA
Média = 221 caixas / semana Desvio-padrão = 217 caixas / semana ES (Prob. = 98%) = 542 caixas
• • •
Média = 143 caixas / semana Desvio-padrão = 53 caixas / semana ES (Prob. = 98%) = 106 caixas
Impacto nos estoques de segurança em cada elo da cadeia em função da demanda média.
Com relação especificamente aos níveis de estoque de segurança e supondo a demanda normalmente distribuída nos dois elos dessa cadeia, o nível de estoque de segurança (ES) que garante uma probabilidade de 98% de não haver falta de produto é aproximadamente igual a dois desvios-padrão da demanda. Conforme explicado, pelo fato de a demanda média variar em curto prazo em função da posição da empresa na cadeia de suprimentos, o fabricante deve dimensionar um estoque de segurança do refrigerante X pouco mais de cinco vezes maior que o necessário para o varejista.
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4 - FORMALIZANDO UMA POLÍTICA DE ESTOQUES PARA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Nesta seção serão abordadas as quatro decisões fundamentais para a formalização de uma política de estoques nas empresas, a saber: •
onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos? Essa decisão é referente à centralização ou à descentralização dos mesmos, vis-à-vis a análise de algumas dimensões relevantes, como o giro, o valor agregado e os níveis de serviço exigidos pelo cliente final;
•
quando pedir o ressuprimento? Nesta decisão, busca-se determinar se a empresa vai seguir ou não a metodologia sugerida pelo ponto de pedido;
•
quanto manter em estoques de segurança? Ao calcular o estoque de segurança como função das variabilidades na demanda e no lead time de ressuprimento, as empresas devem determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de produto exigidos pelo mercado;
•
quanto pedir? Finalmente, busca-se determinar se é mais adequado para uma empresa adotar a metodologia do lote econômico de compras ou implementar um regime de ressuprimento just in time.
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4.1 - Onde localizar os estoques na cadeia de suprimentos?
Esta decisão busca determinar se os estoques devem estar centralizados (em um único centro de distribuição/armazém), ou descentralizados (em mais de um centro de distribuição/armazém) na cadeia de suprimentos. Além disso, em função de características específicas de cada negócio, a localização dos estoques que pode envolver em alguns casos decisões de consignação, ou a decisão de não manter determinado material em estoque. Basicamente, conforme ilustra a próxima figura, são quatro as dimensões que influenciam a localização dos estoques na cadeia de suprimentos: giro do material, lead time de resposta, nível de disponibilidade exigida pelos mercados e valor agregado do material. Lead Time de resposta
Giro • • • •
ALTERNATIVAS Centralizar num único local Descentralizar em mais de um local Não manter em estoque Consignar
Disponibilidade Exigida
Valor Agregado
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Vamos agora analisar individualmente o impacto de cada uma dessas dimensões sobre a decisão de localização de materiais na cadeia de suprimentos. •
giro do material: quanto maior, maior a tendência à descentralização por diversos armazéns ou centros de distribuição, pois menores são os riscos associados à perecibilidade e à obsolescência do material. Além disso, devemos observar que materiais com elevado giro absorvem uma parcela menor dos custos fixos de armazenagem, comparativamente aos materiais de giro mais baixo;
•
lead time de resposta: quanto maior o tempo de resposta desde a colocação do pedido até o atendimento ao cliente final, maior é a tendência à descentralização dos estoques, com vistas a um atendimento mais rápido. As empresas devem avaliar, em termos incrementais, se a redução nos custos de oportunidade de manter estoques em trânsito mais do que compensam a abertura de um novo ponto de armazenagem;
•
nível de disponibilidade exigida pelos mercados: quanto maior o nível de serviço, maior a tendência em posicionar os materiais próximos ao cliente final. Nesse caso, deve ser feita a mesma análise incremental descrita para o lead time de resposta;
•
valor agregado: finalmente, quanto maior, maior a tendência à centralização, contrariamente ao exposto para as três dimensões
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anteriores. Isso porque materiais de elevado valor agregado implicam elevados custos de oportunidade de estoques, os quais podem tornar-se proibitivos quando há descentralização dos mesmos. Casos reais de diversas empresas indicam que a descentralização leva um aumento expressivo nos níveis de estoque de segurança, proporcional à raiz quadrada da razão entre o número final e o número inicial de pontos de armazenagem. Por exemplo, espera-se que uma empresa ao passar de dois para três armazéns experimente, no médio prazo, um aumento nos níveis de estoque de segurança da ordem de 22,5%. Ao analisarmos conjuntamente o efeito dessas quatro dimensões, a situação torna-se extremamente complexa, em virtude das diversas interações possíveis. Dessa forma, sem a pretensão de sermos exaustivos em termos de categorias de produto, ou abordar com precisão todas as possíveis decisões com relação a localização dos estoques na cadeia de suprimentos, chamamos atenção para dois casos particulares: a consignação de materiais e a nãomanutenção do material em estoque. As questões favoráveis à consignação dos estoques, por exemplo, de um fornecedor de matérias-primas para seu cliente industrial surgem quando: •
o material em questão possui elevado valor agregado, afetando significativamente, pela perspectiva do cliente industrial, o custo de oportunidade de mantê-lo em estoque;
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•
é um material extremamente crítico para o cliente industrial, isto é, possui uma elevada exigência com relação a sua disponibilidade imediata, devendo localizar-se próximo ao processo produtivo;
•
o material apresenta elevado giro, permitindo ao fornecedor manter ou aumentar seu retorno sobre o investimento, mesmo que haja redução nas margens de contribuição por unidade de produto, em função do alongamento dos ciclos de caixa e do período em que permanece proprietário dos estoques.
Alguns materiais que se encaixariam neste caso, por exemplo, seriam algumas peças e componentes utilizados pela indústria automobilística. Por outro lado, as condições favoráveis a não manter um determinado material em estoque na cadeia de suprimentos ocorrem quando: •
o material possui elevado valor agregado;
•
é um material que apresenta baixo giro. Essa característica não apenas dificulta a opção pela consignação, como também aumenta os riscos associados à obsolescência e à perecibilidade, e a parcela dos custos fixos de armazenagem a ser absorvida pelo material;
•
o material apresenta pequena exigência com relação a sua disponibilidade imediata.
Alguns produtos que se encaixariam nesse caso, por exemplo, seriam os bens de capital e alguns equipamentos hospitalares mais caros, como os tomógrafos computadorizados. Geralmente a empresa responsável pela
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representação comercial de tipo de produto utiliza seus clientes em fase de decisão pela compra.
4.2 - Quando pedir o ressuprimento?
Segundo a metodologia de ponto de pedido, conforme vimos na primeira seção, a solicitação do ressuprimento (momento de pedir) depende diretamente do consumo médio de materiais e do lead time de resposta, conforme ilustra a próxima figura. Veremos a seguir que, dependendo da estrutura de custos de manutenção de estoques e de transportes de cada empresa, pode ser economicamente viável solicitar o ressuprimento antes ou depois da data indicada pelo ponto de pedido. Existem situações nas quais pode ser mais interessante postergar a solicitação do ressuprimento até o último instante possível antes do momento do reabastecimento, sendo que uma delas é quando há a possibilidade de contratar transporte expresso ou Premium. Para materiais de elevado valor agregado, baixo peso unitário e elevado risco de obsolescência ou perecibilidade, as empresas devem avaliar se o acréscimo no gasto com a contratação do transporte expresso é mais do que compensado pela redução no custo de oportunidade de manter o estoque em trânsito.
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Quantidade em estoque
PP Momento De pedir
Momento do tempo reabastecimento
Por exemplo. O transporte de microprocessadores eletrônicos da Ásia para os EUA e o transporte de frutas tropicais da América Central para o Japão são feitos pelo modal aéreo em vez do marítimo. Percebeu-se nesses casos que o acréscimo nos gastos com frete seriam mais do que compensados pela redução nos riscos de obsolescência e perecibilidade associados a um menor lead time de transporte. Por outro lado, há situações nas quais é interessante postergar a solicitação de ressuprimento com vistas a consolidação do carregamento. Para materiais de baixo valor agregado, considerável peso unitário e pequeno risco obsolescência e perecibilidade, as empresas devem avaliar se o acréscimo no custo de oportunidade de manter estoques de segurança adicionais é mais do que compensado por reduções no gasto com transporte. Por exemplo, alguns fornecedores de materiais elétricos e para soldagem situados no Rio de Janeiro e em São Paulo programam saídas semanais de veículos para o atendimento de suas filiais localizadas no Nordeste. Como a demanda diária de cargas para o Nordeste pe extremamente baixam essas empresas podem esperar até cinco dias úteis após a colocação do pedido para
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a consolidação e carregamento. Ao adotar essa política de transporte, os estoques de segurança nas filiais nordestinas devem ser adequados para suprir o lead time de resposta maior. Devemos lembrar que o objetivo dos estoques de segurança é proteger a empresa de aumentos inesperados na demanda tão logo seja atingido o ponto de pedido e solicitado o ressuprimento.
4.3 - Quanto manter em estoques de segurança?
Geralmente, os estoques de segurança são determinados supondo que a variabilidade da demanda siga uma distribuição de probabilidade normal. Considerar esta premissa implica em retorno decrescente dos estoques de segurança para efeito de disponibilidade de produto. Um estoque de segurança igual 1 desvio-padrão da demanda garante um pouco menos de 85% de chance de não haver falta do produto (stock out). Dois desvios garantem pouco menos de 98% de chance e três desvios, pouco menos de 99,9%. No limite, os estoques de segurança nunca garantirão 100% de chances de haver falta de produto. As implicações práticas do retorno decrescente dos estoques de segurança para empresas que operam em mercados altamente competitivos são extremamente significativas, por dois motivos principais: •
em primeiro lugar, quanto maior for o nível de competição num dado mercado, maiores serão os erros associados ao processo de previsão de demanda. Maiores os erros de previsão, por implicarem um 29
desvio-padrão de maior magnitude, significam maiores estoques de segurança; •
em segundo lugar, mercados competitivos geralmente exigem uma maior disponibilidade exigida, maior número de desvios padrão da demanda utilizado na determinação dos estoques de segurança.
Com base nesses dois motivos, as empresas devem considerar não apenas a variabilidade da demanda e disponibilidade desejada de produto, mas também os custos associados ao excesso e à falta de produtos em estoque. Na realidade, deve ser avaliado o nível de risco associado à manutenção de estoques de segurança, ou seja, quais as chances da empresa investir num imóvel de estoque de segurança para garantir determinada disponibilidade de produto e demanda real ficar abaixo do nível esperado. Uma análise preliminar sobre este nível de risco pode ser feita rapidamente pela equação expressa abaixo, em que Cf representa o custo da falta e Ce o custo do excesso. Custo da falta engloba não apenas a margem de contribuição (preço de venda menos o custo de aquisição) perdida quando não há disponibilidade do produto em estoque, mas também eventuais prejuízos à imagem da empresa que possam ser tangibilizados de alguma maneira. O custo do excesso envolve não apenas o custo de oportunidade de manter estoques de segurança, como também eventuais perdas por obsolescência ou perecibilidade do produto.
Cf 30
RISCO = ----------Cf + Ce Nível de risco associado à manutenção de estoques de segurança.
Para produtos de elevado valor agregado, com elevada taxa de obsolescência ou alto grau de perecibilidade, o risco associado à manutenção de estoques de segurança é considerável (aproximadamente 1). Nesse caso, os estoques de segurança devem ser subdimensionados. Por outro lado, produtos que garantam elevadas margens de contribuição para a cadeia de suprimentos, ou cuja indisponibilidade momentânea afete substancialmente a fidelidade dos clientes, devem ter os estoques de segurança dimensionados conservadoramente. Devemos lembrar que o tipo de ajuste vai depender de cada caso, não havendo uma solução única a ser seguida.
4.4 - Quanto pedir?
Na era da gestão Just in Time (JIT) dos níveis de estoque, o conceito do Lote Econômico de Compra (LEC) parece estar um pouco defasado. Será que a fórmula matemática está conceitualmente errada, ou simplesmente caiu em desuso? A fórmula do LEC calcula o tamanho ótimo do lote a partir do trade-off entre os custos de manter estoques e o custo de processar o pedido (transporte, avaliação de crédito, setup de equipamentos, etc). A sabedoria 31
tradicional do fornecimento enxuto, entretanto, diz-nos que o tamanho de lote unitário deve ser o objetivo principal a ser perseguido. Percebemos claramente que essas duas abordagens são, em principio, antagônicas. Mas será que elas podem ser utilizadas conjuntamente? A reconciliação dessas duas abordagens vem mediante o reconhecimento que a fórmula do LEC é válida, mas percebe o problema de forma menos dinâmica que os defensores do ressuprimento enxuto. Por exemplo, o LEC assume que os custos de processamento do pedido são dados do sistema e, portanto, calcula o tamanho do lote que vai diluir este custo sem, no entanto, incorrer em custos excessivos de manter estoques. A prática JIT faz o caminho reverso: dado que o caminho do lote ideal é unitário, a empresa de se esforçar para reduzir os custos de processamento de pedido. À medida que os custos de processamento de pedido diminuem, o tamanho único do lote calculado pela forma do LEC também diminui. Os defensores do JIT na industria e do ECR no varejo tendem a colocar um peso maior no custo de carregar estoques. Em sua perspectiva, os estoques são um recurso utilizado para esconder ineficiências nos sistemas de produção e distribuição. Usando a famosa analogia do lago, os defensores do JIT na indústria argumentam que se baixar o nível da água (estoques), as pedras aparecem (problemas ou deficiências do sistema). A partir daí, é possível direcionar esforços para eliminar estes problemas permitindo que o barco (fluxo de produtos e materiais) navegue com maior tranqüilidade. Já os defensores do ECR no varejo reconhecem que o custo de carregar estoques foi 32
freqüentemente mal calculado. Da perspectiva do varejista, se por um lado o custo de venda perdida é extremamente elevado, por outro lado um grande volume de produtos em estoque é liquidado por meio de promoções para estimular a demanda. A solução passa por um nível de estoque menor, melhor dimensionado e apoiado por um sistema de reposição eficiente. Dessa forma, os defensores do ECR e do JIT não devem rejeitar a fórmula do LEC. O tamanho de lote que equilibra os custos de processar pedidos com os custos de carregar estoques de fato leva ao menor custo total da operação. As empresas líderes percebem não apenas a importância de reduzir estoques, mas também a necessidade de aperfeiçoar continuamente o processamento de pedidos e o transporte de modo assegurar que o fornecimento enxuto seja a operação de menor custo total.
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5 - TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO APLICADA À LOGÍSTICA
As principais tecnologias de informação que vem contribuindo para a Logística tornar-se mais eficiente e efetiva na geração de valor para as empresas. A evolução da tecnologia de informação nestes últimos 20 anos possibilitou ampla modificação de diversas organizações, trazendo impactos positivos sobre o planejamento, a execução e o controle logístico. Com isso, criou-se um ambiente favorável para inovações na área de logística, motivadas principalmente pelo aumento significativo na complexidade das operações. Serão apresentadas ferramentas que possibilitam às empresas diferenciar-se em suas atividades logísticas nos níveis: estratégico, tático e/ou operacional.
5.1 - Importância de sistemas de informação para a competitividade logística
O avanço da TI nos últimos anos vem permitindo ás empresas executar operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem vários exemplos de empresas que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar vantagem competitiva. Atualmente, existe uma verdadeira agitação no que diz respeito à implementação de sistemas de gestão empresarial, conhecidos como ERP, do inglês Enterprise Resource Planning. Não são apenas as grandes empresas que tem oportunidade para implementação dessa solução; há pacotes de todos 34
os tamanhos e para vários orçamentos. Esses sistemas basicamente permitem á empresa “falar a mesma língua” , possibilitando uma gestão integrada. Com isso, relatórios gerenciais com informações diferentes estão com seus dias contados.
5.2 - Papel da informação na Logística
O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento, necessidades de estoques, movimentações nos armazéns, documentação de transporte e faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas. Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel, resultando em uma transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos executivos poder contar com meios para coleta, armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez. A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos mediante sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfeiçoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria da oferta de informações aos clientes. Atualmente, três razões justificam a importância de informações precisas e a tempo para sistemas logísticos eficazes: 35
•
os clientes percebem que informações sobre status do pedido, disponibilidade de produtos, programação de entrega e faturas são elementos necessários do serviço total ao cliente;
•
com a meta de redução do estoque total na cadeia de suprimento, os executivos percebem que a informação pode reduzir de forma eficaz as necessidades de estoque e recursos humanos. Em especial, o planejamento de necessidades que utiliza as informações mais recentes pode reduzir o estoque, minimizando as incertezas em torno de demanda;
•
a informação aumenta a flexibilidade, permitindo identificar (qual, quanto, como, quando e onde) os recursos que podem ser utilizados para que se obtenha vantagem estratégica.
5.3 - Sistemas de informações Logísticas
Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software, para medir controlar e gerenciar as operações logísticas. Essas operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, como ao longo de toda cadeia de suprimentos.
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Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis funcionais: sistema transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento estratégico.
5.4 - Sistemas de gestão empresarial
Cada vez mais empresas brasileiras de médio e grande porte e de vários setores da economia vem implementando sistemas de gestão empresarial ERP. Esse tipo de sistema visa resolver problemas de integração da informações nas empresas, visto que antes elas operavam com muitos sistemas, caracterizando em alguns casos “uma verdadeira colcha de retalhos” , o que inviabilizava uma gestão integrada. Além disso, a implementação de um sistema ERP permite que as empresas façam uma revisão em seus processos, eliminando atividades que não agregam valor. Os principais sistemas ERP disponibilizam uma vasta gama de relatórios e indicadores de desempenho préconfigurados para mensuração, análise e controle.
5.5 - Tendências
Com uma maior difusão de sistemas ERP, existirá um favorecimento para alavancar as operações logísticas, baseando principalmente na aquisição de software de apoio a decisão, bem como de SCM Applications. Isto exigirá das
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organizações profissionais da área de logística cada vez mais com maior qualificação. Surgem fortes evidências de que empresas da mesma cadeia de suprimentos cada vez mais irão integrar-se aos meios de sistemas de informação, reduzindo incertezas, duplicações de esforços e, conseqüentemente, o custo com a operação.
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6 - TECNOLOGIA DE IMFORMAÇÃO: USO DA SIMULAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DE MELHORIAS EM OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
Não há dúvidas de que a logística moderna foi fortemente influenciada pela evolução da tecnologia de informação. Essa evolução tecnológica proporcionou vantagens para as operações logísticas, que passaram a ser mais rápidas, confiáveis, de menor custo e mais eficientes. Outra importante contribuição desse ambiente informatizado foi também a maior disponibilidade de informação sobre os processos e a possibilidade de analisar tais informações utilizando ferramentas quantitativas mais sofisticadas que até há pouco tempo eram privilégio de algumas poucas organizações de grande porte. A simulação aparece então como uma poderosa ferramenta da pesquisa operacional que, apesar de conhecida desde o início de década de 50, somente agora se tornou de fato mais acessível a um público muito maior. Entende-se por simulação o uso de modelos para o estudo de problemas reais de natureza complexa, por meio da experimentação computacional.
6.1 - Capacitações técnicas necessárias
A execução de um projeto de simulação exige capacitações técnicas diversas, tais como: •
bons conhecimentos de informática: necessário para atender a utilizar o software e, conseqüentemente, ser capaz de modelar o problema em 39
questão. No entanto, isso não implica indicação de um profissional da área de informática, mas uma pessoa com um perfil de usuário, habituado ao desenvolvimento de projetos com utilização de software; •
conhecimentos razoável de estatísticas: necessário para a intensiva utilização de dados, característica dos estudos de simulação. O conhecimento estatístico é necessário para um adequado tratamento dos dados de entrada (modelagem estatística) e uma correta interpretação dos resultados que o modelo pode gerar;
•
conhecimento de técnicas de análise de processos: o profissional ou a equipe deve ter domínio sobre todos os detalhes relevantes do sistema, das relações entre seus componentes, e deve ter a habilidade de traduzilas em um conjunto de regras lógicas. É claro, não poderá faltar boa dose de sensibilidade ao problema em questão. Um projeto de simulação com pouco envolvimento de pessoas que trabalham na prática com o sistema possui grande probabilidade de não alcançar os objetivos desejados.
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7 - GIS: DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES NA LOGÍSTICA
Propõe-se abordar uma das tecnologias de informação que cada vez mais está ao alcance de pequenas, médias e grandes empresas brasileiras – os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou GIS em inglês. Quem nunca viu um mapa fixado na parede demarcando áreas de venda, ou, então, com clientes representados por alfinetes coloridos? Agora, as empresas com essa prática podem melhorar o processo de análise dos clientes, bem como utilizar um instrumento mais adequado na formação de zonas de vendas, isto sem mencionar as inúmeras aplicações que podem ser executadas por GIS. Uma definição bastante comum de GIS encontrada na literatura relaciona esta tecnologia com uma ferramenta que associa banco de dados a mapas digitalizados. Conceitos mais amplos que este são apresentados hoje. Um GIS completo consiste em pelo menos cinco componentes: software, hardware, dados geográficos, pessoal e organização. Portanto, GIS é uma coleção de software, hardware, dados geográficos e pessoal para facilitar o processo de tomada de decisão que envolve o uso de informações georreferenciadas na organização.
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7.1 - Áreas de aplicação de GIS
As áreas de aplicação de GIS extrapolam o uso no marketing e na logística. Esses sistemas surgiram em estudos ambientais e urbanos, e em seguida foram utilizados nas áreas de energia, água e esgoto, saúde e em estudos populacionais. Com isso. É importante ressaltar que, dentro do geoprocessamento, as aplicações citadas a seguir fazem parte de um grupo específico. Devido á importância que os dados espaciais ocupam na atividade logística, os GIS possibilitam inúmeras aplicações. Com a utilização de dados georreferenciados, podem-se executar diversas análises nas seguintes áreas: •
apoio ao marketing;
•
geografia de mercado – localização de pontos comerciais;
•
localização de fábricas e cd’s/roteamento;
•
análises de sistemas logísticos e uso de SDSS
7.2 - Estrutura atual de dados
O principal responsável pela cartografia digital oficial e geração de outras bases oficiais é o IBGE. Embora esse órgão tenha planos nesse sentido, tem encontrado dificuldades, e a velocidade com que disponibiliza as bases para a comunidade é bastante lenta. Existe atualmente uma política de associar-se a
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iniciativa privada, cedendo imagens rastear e recebendo em troca as bases vetorizadas, a partir das quais o IBGE padronizaria e facilitaria seu acesso para todos os interessados. As empresas da iniciativa privada desenvolvem uma série de projetos isolados, que tem por vezes o mesmo objetivo. Falta coordenação entre elas para criarem bases conjuntamente. As tendências que podemos perceber como novas no uso de GIS na logística relaciona-se ao desenvolvimento de produtos que compartilham a tecnologia GIS com bases de dados específicos, o uso da Internet para veicular mapas e disponibilizar informações para os clientes on-line e a intensificação no uso de SDSS nas empresas. Por fim, está sendo esperado aumento significativo na utilização de SDSS nas empresas. Isto é justificado pelo aumento do número de variáveis, principalmente geográficas, consideradas nas análises. Com isso, as decisões ficam cada vez mais complexas, e a necessidade do uso de tal ferramenta torna-se fundamental para a competitividade da empresa. Algumas organizações já estão adotando os SDSS na formulação do planejamento estratégico.
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8 – CADEIA DE SUPRIMENTOS DA SAÚDE E TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
No inicio da década de 90, a industria de saúde norte americana, buscando a constante redução de custos de materiais e suprimentos, concentrou seus esforços em diminuir, mediante descontos, os preços por volume de compras isto foi possível através de formação de grupos de compras, porém esta técnica chegou a um ponto no qual os esforços passaram a não mais gerar um impacto significante sobre os seus custos totais. Em 1997, o dilema causado por uma situação onde o governo, maior consumidor em matéria de saúde publica no mundo, exigia a diminuição dos custos e o aumento da qualidade, fez com que a American Industry Business Communication Council, a National Wholesale Druggists Association, a Health Industry Distribution Association e o Uniform Code Council patrocinassem uma pesquisa chamada de Efficient Healthcare Consumer Response (EHCR). Desta pesquisa, a mais importante recomendação feita pelo EHCR consistia na implantação de sistemas de informação para a automatizar os processos da cadeia de suprimentos. Novas tecnologias foram sugeridas, o E-commerce, possibilitando um significativo impacto nos diversos componentes da cadeia de suprimentos,por exemplo, no gerenciamento de compras através da agilidade na localização do fornecedor mais adequado ás necessidades, tendo em vista preço qualidade e lead time, no gerenciamento de estoques reduzindo-se o ciclo de encomenda44
faturamento-remessa e conseqüentemente os níveis de estoque, na distribuição a economia de tempo e mão de obra pela transmissão eletrônica de documentos, no gerenciamento de pagamentos, permitindo efetuar e receber pagamentos por meio eletrônico, aumentando a confiança nas relações bilaterais e a velocidade das transações. No gerenciamento de compras, estava a maior oportunidade de economia do setor, onde em uma cadeia de US$23 bilhões, o custo de gerenciamento de compras poderia ser reduzido de US$8.5 bilhões para US$2.7 bilhões após a aplicação das técnicas sugeridas na pesquisa EHCR, que incluem tecnologia de informação, notadamente o B2B e-commerce, e curva ABC. Segundo Brennan(1998), "O gerenciamento de compras começa com um pedido de um produto ou serviço por um usuário final e termina com o pagamento ao fornecedor do produto ou serviço", porém há uma diversidade muito grande de etapas, envolvendo diversos setores e processos. De acordo com a pesquisa realizada pela EHCR, algumas atividades específicas no gerenciamento de compras podem torná-lo mais eficiente, tais como: •
Processo de atualização de catálogos dos preços;
•
Processo de pedidos de compras;
•
Processo de avisos de encaminhamento;
•
Processo de gerenciamento de notas fiscais e dos pagamentos.
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Além disso, os processos de compras devem ser eletrônicos, através do EDI ou outras formas de comércio eletrônico e totalmente integrados com os sistemas de contas a pagar reduzindo-se os custos fixos e o fluxo de papeis. Recentes avanços na tecnologia da informação, especificamente o business-to-business e-commerce, constituem a força que está dirigindo o aumento da eficiência no gerenciamento da cadeia de suprimentos da saúde. O business-to-business consiste na condução de negócios entre empresas por meio da Web, diferente o busuness-to-consumer, onde milhões de usuários acessam um computador central, o B2B permite a dezenas de milhares de empresas conectarem-se com outras dezenas de milhares de empresas, por meio de uma rede virtual. No inicio, o intercambio de dados eletrônicos (EDI) esteve disponível apenas para grandes corporações, que tinham capital suficiente para investir em sistema de informações fechadas, desta forma os fornecedores dessas grandes corporações tinham que investir muito em seus sistema de informações para se comunicarem com os clientes. Borchureware veio a seguir, nesta etapa as oportunidades de marketing foram possíveis para milhões de empresas on-line, porém as transações ainda eram feitas off-line. O inicio de business-to-business se deu quando as empresas passaram a fazer as transações comerciais de forma on-line.
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O quadro abaixo nos mostra a evolução a evolução do EDI ao B2B
O business-to-business apresenta uma grande gama de vantagens, dentre elas podemos destacar as seguintes: •
Eliminar a necessidade de papel;
•
Diminuir erros;
•
Possibilitar a atualização de preços e informações sobre produtos instantaneamente;
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•
Gerar, automaticamente, pedidos de compras, notas fiscais e avisos de remessa;
•
Cuidar automaticamente de processos de pagamento, do controle de inventário e
•
do rastreamento, sem intervenção do usuário;
Permitir que os hospitais desviem das organizações de compras(GPO's) e comprem diretamente da fabrica;
•
Economizar tempo e dinheiro.
Outra vantagem do B2B é possibilitar acesso instantâneo a produtos de centenas de milhares de companhias. Isto faz com que a comparação de preços seja tão fácil quanto um clique de um mouse. A informação precisa e rápida é vital para o gerenciamento de qualquer cadeia de suprimentos, com a utilização da tecnologia B2B, todas as ligações na cadeia de suprimentos de saúde podem ter informações potencialmente poderosas, detalhadas e disponível de forma imediata sobre todos os produtos adquiridos e vendidos.
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9 – AUTOMAÇÃO DO FLUXO DE INFORMAÇÕES
A logística envolve também o fluxo de informações, a fim de que se tenha qualidade e velocidade de dados suficiente para atender ás necessidade do consumidor (prazo, quantidade etc) e com uma boa produtividade dos recursos de toda a cadeia de abastecimento. As soluções de automação do fluxo de informações estão classificadas em cinco principais grupos:
9.1 - Planejamento: As soluções automatizadas para planejamento logístico consideram: •
Previsão de vendas ou forecast, asseguram maior acurácia á previsão da demanda da cadeia de abastecimento;
•
ERP ( Sistema de estão integrada): para a integração dos processos em todos os níveis da organização;
•
MRP: desenvolvem o planejamento das necessidades de materiais e recursos de manufatura;
•
DRP (Distribution resourses planning): apóiam o planejamento dos recursos necessários á distribuição de demanda em determinado período;
•
FSC )"Finite capacity scheduling"): a programação de capacidade finita contribui para uma rápida reprogramação, a partir de variações na
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demanda, com conhecimento antecipado das capacidades dos recursos e das possibilidades de alterá-las.
9.2. - Execução: O gerenciamento da execução pode ser apoiado pelas seguintes soluções: •
WMS (Sistema de gerenciamento de armazéns): Gerenciamento das atividades de um armazém;
•
TMS (Sistema de gerenciamento de transporte): Soluções voltadas ao gerenciamento de transporte;
•
MES ("Manufacturing execution system"): Preenchem o espaço deixado entre o planejamento e a execução, monitorando e analisando a operação em tempo real.
9.3. - Comunicação: A transmissão de informações integrando os sistema, empresas e pessoas podem ser feitas pelas seguintes tecnologias: •
Internet/EDI: Disponibilizam a informação em tempo real agilizando a tomada de decisão;
•
Radiofreqüência: Transmite a informação em tempo real da operação para o sistema de gerenciamento;
•
Sistemas controlados pela voz: automatizam a transmissão de informações, liberando as pessoas para trabalhos manuais;
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•
Sistemas controlados pela luz: Comunicação que identifica visualmente as tarefas a serem realizadas.
9.4. - Controle: A gestão, por meio de indicadores de desempenho (KPI,"key performance indicators"), pode ser apoiada pelos seguintes soluções: •
EIS("Executive information system"): visualização dos indicadores estratégicos do negócio;
•
DDS("Decision suport system"): fornecem a informação em maior nível de detalhe para a tomada de decisões.
9.5.- Concepção: •
Layout: Softwares para desenvolvimento de layout auxiliam no posicionamento de áreas, equipamentos e recursos operacionais;
•
Ergonomia: Softwares que avaliam e auxiliam no projeto de um adequado ambiente de trabalho;
•
Embalagens: Soluções que desenvolvem a embalagem em toda cadeia de abastecimento, incluindo o arranjo das cargas dentro de veículos de transporte;
•
Simuladores de processos de negocio: avaliam os atuais processos e os impactos de alterações que poderão ser feitas nos mesmos;
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•
Simuladores de malha logística: analisam diversos cenários e seus impactos na cadeia de abastecimento;
•
Simuladores operacionais gráficos: geram cenários gráficos para visualização de uma operação logística;
•
Analise de riscos e tomada de decisão: Soluções para análise de riscos, desenvolvimento e implementação de projetos;
•
PMIS ("Project management information system"): automatizam todo o desenvolvimento de um projeto.
Abaixo temos um modelo de Automação na Logística:
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10 - Conclusões
Nesta seção, comentamos as quatro principais decisões necessárias à formalização de uma política de estoques para a cadeia de suprimentos: onde localizar, quando pedir, quanto manter em estoques de segurança e quando pedir. Especificamente para cada uma dessas decisões, destacamos a seguir os principais pontos: •
a localização, ou o nível de centralização dos estoques na cadeia de suprimentos é uma decisão que depende fundamentalmente da iteração de diversas dimensões características de cada material: giro, valor agregado, disponibilidade e lead time de resposta exigidos;
•
a decisão de quanto pedir também depende de análises incrementais nos custos de manutenção de estoques e de transporte, principalmente quando estão sendo avaliadas estratégias de postergação ou de consolidação do ressuprimento;
•
o dimensionamento dos estoques de segurança vai depender não apenas da disponibilidade de produto exigida pelos mercados e da variabilidade da demanda, mas também de uma análise relativa aos custos da falta de excesso;
•
Com relação ao quanto pedir, a metodologia do LEC e o ressuprimento JIT não constituem abordagens mutuamente
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exclusivas, podendo ser empregadas em conjunto para avaliação e contínua redução nos tamanhos de lote. Também exploramos as principais motivações para redução dos níveis de estoque e as armadilhas presentes na visão tradicional, bem como transformações na cadeia de suprimentos que estão permitindo às empresas operar com tamanhos de lotes de ressuprimento cada vez menores. Especificamente, foi discutido que a redução nos tamanhos de lote de ressuprimento entre empresas não deve ser simplesmente um objetivo isolado de outras funções logísticas, mas conseqüência direta do aumento de eficiência nas atividades de transporte, armazenagem, processamento de pedidos etc. Foi avaliado também o significativo impacto que a troca de informações entre empresas pode exercer no dimensionamento dos estoques de segurança. Foram discutidos os principais aspectos e questões relevantes para a formalização de políticas de estoques para as cadeias de suprimento. Não podemos esquecer de comentar na conclusão que aliado a redução de preço dos computadores e a redução do custo de armazenamento de dados o que notamos é que a maioria das empresas tem hoje a possibilidade de acumular informações a um custo acessível, e essas informações podem ser utilizadas para direcionar estratégias de marketing e definir requisitos operacionais da organização logística, visando atender aos diferentes níveis de serviço ao menor custo possível.
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O que acontece atualmente para o profissional da área é o acesso a um grande volume de dados, mas a dificuldade de gerar informações para a tomada de decisão. Num setor cada vez mais competitivo, conhecer o consumidor ainda é a maior formula de sucesso.
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11 - Referência Bibliográfica
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