PRÓLOGO Ir para além do ir e levar comigo florestas, flores, rios, vulcões, paisagens que me construí rostos de gentes outra que eu nunca vi.
10.02.2013
EM VOO Voar entre dois mundos sentado no espaço fechado bem alinhado de um salão, atravessando o mar de um mundo meu para um outro lugar para que um mundo novo me encha de espanto o olhar para eu o poder guardar na memória translúcida do meu Tempo.
11.02.2013
PELA ESTRADA FORA
Árvores, donas da paisagem, despidas, desafiando a seca, mil braços ao vento ou vestidas de cor guardam o sabor do silêncio, a razão da Terra, a força perene da seiva.
12.02.2013
UMA DAS CATARATAS DA PAZ Água rio salta, jorra do interior da floresta onde árvores, plantas muitas lutam, sem um queixume, para alcançar a luz num mar de silêncio verde. Água , Magia Branca lhe chamam, precipita-se, jorra e continua a jorrar noite e dia antes e depois do nosso Tempo. .
13.02.2013
ANANASES A Natureza domada, domesticada, central de produção a preços de mercado. Agro-indústria lhe chamam, excelente para o aumento do PIB. Como nos “resorts” turísticos a natureza bela e bem desenhada, a paz da Paz conseguida, atenta, veneradora e obrigada.
14.02.2013
RIO FRIO
Rasgar o silêncio de águas mansas rio onde as árvores se debruçam e se espelham verdes e o céu espreita com nuvens brancas sem o temor do vento.
15.02.2013
ARENAL
Vulcão adormecido gigante hirto, solene dominando o horizonte boca do fogo interior. Um dia virá trazer o medo e o caos na lava que lava e tornará mais fértil a floresta, entretanto renascida em seu redor.
16.02.2013
MONTEVERDE Colinas verdes terno manto que se estende para além do olhar. Ao longe o Oceano, pacífico dizem, espera-nos, para além dos campos, das muitas árvores onde o tempo se atarda.
17.02.2013
O “BOSQUE NUBOSO” “Bosque nuboso” onde a névoa do Atlântico encontra o Sol do Pacífico e se desfaz em chuva até que o Sol vença e banhe de luz árvores, arbustos, plantas de chão saciadas de nova seiva. “Mañana oscura tarde segura” repetem os Homens adivinhando o Futuro.
18.02.2013
NO RIO TÁRCOLES O rio dos pássaros os pássaros do rio, pacientes, buscam alimento. Turistas silenciosos felizes por conseguir identificá-los. Crocodilos trazem um pouco de emoção um pequeno sobressalto na paz conseguida apenas quebrada pelo bater das asas de um pássaro, ao procurar, tranquilo, um outro lugar.
19.02.2013
NA PRAIA DE ESPADILLA SUR Pacífica enseada onde o Pacífico se espraia numa concha da floresta emoldurada de verdes. Águas mornas desmaiam na areia em renda de espuma lenta mil vezes repetida sem cansaço chamando o Sol e o prazer de um banho.
20.02.2013
NO JARDIM DE LLEANA TERAN Plantas tocadas com carinho de quem sabe e ama como se tivessem nascido no acaso de uma floresta. Agora, num lugar distante, sentem-se como em casa vivendo o caos limitado sabiamente organizado na natureza reconstruĂda de um soberbo jardim.
21.02.2012
S. JOSÉ Não bastam os edifícios que o café construiu, os bustos sem brilho, os parcos lugares apontados pela História para trazer a alma a uma cidade quando os Tempos se atropelam e o nada nasce numa rede de acasos e o olhar se perde e se apaga e a vida se acinzenta.
22.02.2013
REGRESSO Ganhei de um País a descoberta da subtil vida das bromélias, da bela coloração das helicónias, das mil faces das orquídeas, das flores rosa e laranja que desafiam a falta de chuva, dos braços suplicantes do guanacaste, das árvores sós, olhando o horizonte, ou no verde emerso das florestas. No voo de mil aves o respeito da Vida que se vive e tinge de verde vivo um país.
EPÍLOGO
Fim da viagem que não acaba… Pura vida!
jcastilho@netcabo.pt