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palavra de bicho

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Avistado onde era dado como extinto

Após ter sido dado como extinto no distrito de Castelo Branco, onde não se registavam avistamentos desde 2004, o Lobo-ibérico foi novamente observado em dezembro de 2020 no concelho de Idanha-a-Nova. À agência LUSA, Samuel Infante, especialista neste campo, refere que a partir dessa altura os indivíduos começaram a ser monitorizados por fotoarmadilhagem e por recolha de indícios para análise genética. Esta análise procura, também, estudar o comportamento das populações selvagens e perceber se os indivíduos que têm surgido são provenientes das populações a sul do Douro ou se são oriundos de Espanha. Tendo em conta que a maior causa de extinção destes animais resulta do conflito com as populações locais, impulsionado pela fragmentação e redução do seu habitat, foi atribuído o ressurgimento da espécie ao êxodo rural, do qual resulta uma baixa densidade populacional e, em consequência, a oportunidade dos animais voltarem a povoar zonas onde já se teriam estabelecido no passado. O regresso à região, de espécies como o corço, o veado e o javali, presas naturais do lobo, é apontado como mais um incentivo. Com o reaparecimento do Lobo-ibérico nesta região, é fundamental reforçar o trabalho de sensibilização para pôr termo a muitos mitos responsáveis pela perseguição da espécie no passado. Um dos mitos responsabiliza os lobos pelos ataques a rebanhos mas, no entanto, é hoje reconhecido que a maioria desses ataques são realizados por cães selvagens. É fulcral que se existir algum ataque, os proprietários devem reportá-lo de imediato às autoridades, porque caso seja provado que foi o lobo, o Estado indemniza o proprietário”.

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Fonte: LUSA O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) habita na Península Ibérica e distingue-se pelas cores fortes da sua pelagem e um padrão de coloração das faces e focinho, diferente do lobo que habita a restante área europeia.

INTERNACIONAL

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DAS CHITAS DÁ FRUTOS

Atento às necessidades das espécies, o Jardim Zoológico participa em programas de conservação um pouco por todo o mundo, sendo um deles, o Programa de Conservação das Chitas, na Namíbia, o Livestock Guardian Dog Program. Este programa recorre a cães que, pela sua presença altiva, ladrar intimidante e natureza leal e protetora, assustam os predadores selvagens, como a chita. A perda de habitat e a redução de presas naturais são das principais causas de ameaça desta espécie, o que leva à aproximação dos animais às populações humanas, em busca de alimento nos pequenos rebanhos. Para uma população pobre, que tem no pastoreio a sua subsistência, a morte de um animal é financeiramente incomportável, resultando na perseguição dos predadores selvagens. O Cão-pastor-da-anatólia é uma das espécies selecionadas para a proteção dos rebanhos, e desde o início do programa ajudou a reduzir em 80% o conflito homem-animal, salvando muitas chitas e outros predadores selvagens. Em outubro de 2019, o Jardim Zoológico, financiou, através do seu Fundo de Conservação, o envio para a Namíbia, de uma cadela pastor. Dois anos volvidos, a cadela, de nome “Lisboa Bella”, teve as suas primeiras crias, contribuindo com uma nova linhagem de cães para o programa.

Conservar

1. Manter em bom estado. 2. Manter no estado atual. 3. Guardar. 4. Preservar. 5. Continuar a ter. 6. Reter (na memória). 7. Não perder. 8. Não desistir.

Palavras relacionadas: reter, manter, permanecer, mantimento, memorizar, reservar, vivificar.

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entre patas e barbatanas

Na sua missão de proteger as espécies e sensibilizar o público para a importância da sua preservação, o Jardim Zoológico associa-se a vários projetos em todo o mundo.

Recuperação da fauna e flora australiana

O final de 2019 e o início de 2020, foram marcados pelos maiores fogos florestais de que há registo no território australiano.

Em contacto permanente com o Zoo de San Diego, fundador do Programa de Conservação de Koalas no habitat natural, em que o Zoo participa desde 1991, o Jardim Zoológico recebe com frequência as atualizações sobre o desenrolar das operações no campo. No controle das mesmas, encontra-se a Science for Wildlife, uma organização sem fins lucrativos, sediada em Blue Mountains, na Austrália. A Dra. Kellie Leigh, Diretora Executiva e CEO da organização, foi durante estes meses a porta-voz da natureza. Uma vez extintos os fogos, deu-se início a um dificíl trabalho de recuperação dos animais sobreviventes e dos seus habitats. Partilhamos de seguida o último relatório, assinado pela Dra. Kellie Leigh. “Desde os incêndios de 2019— 2020 que ocorreram na Austrália, tem havido uma enorme necessidade de compreender o seu impacto na vida selvagem, de forma a avaliar a necessidade de recuperar um conjunto de espécies. A perda de vida selvagem sem precedentes, que se verificou há quase dois anos, resultou na morte de mais de três biliões de animais por toda a costa oriental australiana. A Science for Wildlife que durante os incêndios, desenvolveu o primeiro plano de evacuação de emergência de koalas, disponibilizou nos três meses seguintes, água e comida para os animais selvagens que sobreviveram, mas que enfrentavam desidratação e fome. A longa jornada, no sentido de recuperar os animais e ainda de garantir um futuro para os koalas e outras espécies afetadas pelas alterações climáticas, está em curso. O Jardim Zoológico apoiou os nossos esforços através da oferta de aparelhos tecnológicos importantes, os Trimbles. Um dos desafios que a nossa equipa experienciou durante e após os fogos, devido à coordenação entre staff e voluntários pelas diferentes zonas de fogo, foi a inconsistência dos dados recolhidos. Parece um pormenor sem importância, no entanto, a maior parte do trabalho de campo tem como objetivo a recolha de dados para uma futura gestão, e por isso, a boa qualidade dos dados é vital. Pedaços de papel preenchidos de forma diferente, por pessoas diferentes, criam muitos problemas, incluindo mais hipóteses de erro, quando posteriormente a informação é adicionada às tabelas. De forma a resolver esta questão, tentámos em primeiro lugar, a utilização de aplicações de telemóvel, no entanto estas não trabalhavam em áreas mais remotas sem rede, ou não eram compatíveis com os diferentes modelos de telefone. Os Trimbles resolveram todos os nossos problemas; permitiram a introdução de informação fidedigna ainda no campo, e automaticamente georreferenciada. Essa informação é armazenada numa “nuvem”, ficando imediatamente pronta para ser analisada. O trabalho pós-incêndio que estamos a realizar é multifacetado. Com o apoio da Wildlife Alliance do Zoo de San Diego e da NSW Koala Strategy, os nossos principais parceiros, estamos a trabalhar com o objetivo de compreender em que áreas e de que forma é que os koalas sobreviveram aos incêndios. Se compreendermos o que é necessário para que os animais sobrevivam numa paisagem queimada, conseguimos prever o que precisamos de proteger no futuro. O mais assustador é que os incêndios a que assistimos foram apenas uma pequena amostra do que está para vir. Com as alterações climáticas, esperamos fogos mais intensos e mais frequentes. Um dos maiores problemas foram as vastas áreas abrangidas. Normalmente, os fogos florestais acontecem numa escala menor e deixam mais áreas intactas, ou refúgios, que os animais conseguem utilizar para se restabelecer. Se registarmos outros incêndios com esta escala e com maior frequência onde, por exemplo, 80% de um milhão de hectares do Parque Nacional de Blue Mountains, uma área classificada como património mundial, for queimada, o nosso Parque Nacional deixará de servir o objetivo de ser um refúgio para a biodiversidade.

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