APRENDIZAGM MOTORA NO ESTILO CRAWL PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABILIDADE MOTORA BÁSICA AQUÁTICA DE ME

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APRENDIZAGM MOTORA NO ESTILO CRAWL PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABILIDADE MOTORA BÁSICA AQUATICA DE MEMBROS INFERIORES NA FASE FUNDMENTAL Cinthia Vargas Gonçalves Borba1 Jeferson Campos Lopes2 Ariel Gomes Da Silva3

RESUMO O presente artigo apresenta um estudo cinemático da locomoção dos membros inferiores durante a execução da pernada estilo crawl na perspectiva dos autores citados. Este estudo se baseia em uma pesquisa de campo utilizando-se das bases de dados Sportsdiscus, Pubmed, Lilacs e Google Acadêmico, em uma abordagem observacional na área da cinesiologia da natação. Participaram deste estudo 9 crianças com idade entre 4 - 7 anos, todas adaptadas ao meio liquido. A análise das habilidades motoras foi classificada em quatro critérios: ausente, insatisfatório, satisfatório e plenamente satisfatório, verificamos o total de dez itens, pontuando-os da seguinte maneira: Ausente (<0,5) Presente (>0,5) Insatisfatório (<0,5) Satisfatório (>1) e plenamente satisfatório (>2), Essa investigação foi descrita, tabelada e posteriormente avaliada. Encontrando dados consentâneos à teoria motora generalizada na prática motora aquática, no âmbito neurofisiológico e propõe um exercício para estimulo do músculo que apresenta baixo desempenho para execução mais aprimorada do movimento. Palavras-Chave: Aprendizagem Motora. Crawl. Habilidades Motoras. ABSTRACT The present article presents a kinematic study of the locomotion of the lower limbs during the execution of the broken crawl style from the perspective of the mentioned authors. This study is based on a field survey using the databases Sportsdiscus, Pubmed, Lilacs and Google Scholar, in an observational approach in the field of swimming cinsiology. This study included 9 children aged 4 to 7 years old, all adapted to the liquid medium. The motor skills analysis was classified into four criteria: absent, unsatisfactory, satisfactory and fully satisfactory, we verified the total of ten items, punctuating them as follows: Absent (<0.5) Present (> 0.5) Unsatisfactory (<0.5) Satisfactory (> 1) and fully satisfactory (> 2), this research was described, tabulated and later evaluated. Finding data consistent with generalized motor theory in aquatic motor practice, in the neurophysiological field, and proposes an exercise to stimulate the muscle that presents low performance for better execution of the movement. Keywords: Motor Learning. Crawl. Motor Skills.

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Graduanda em Educação Física - UNIBR Prof. Dr. FATEF 3 Graduando em Educação Física - UNIBR 2

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O COMPORTAMENTO MOTOR E A APRENDIZAGEM MOTORA: É importante termos em mente a definição do que é aprendizagem, que segundo Magill (2000): É uma alteração na capacidade da pessoa em desempenhar uma habilidade, que deve ser inferida como uma melhoria relativamente permanente no desempenho, devido à prática ou à experiência. Essa habilidade está subdividida em termos para estudo como: Os movimentos e as Ações. O autor acima referenciado simplifica ao proferir que esses termos originam-se de uma habilidade onde o movimento trata-se de uma locomoção de um membro ou grupo deles e a ação, tem seu enfoque nas reações físicas necessárias para completar um objetivo. Segundo Tani (2004), a aprendizagem motora tem obtido grandes resultados a partir dos avanços teóricos do estudo do comportamento motor, este âmbito de estudo já tem mais de cem anos, mas nos últimos trinta tem sido representada por duas teorias dessemelhantes. A teoria motora e a teoria da ação, a primeira enfatiza o sistema nervoso central (SNC) no controle dos movimentos e a segunda projeta suas pesquisas a partir da interação mecânica do organismo com o ambiente; Essas concepções têm como objetivo o estudo de aquisição das habilidades motoras, Tani (2004), Em suma, o autor considera: O conceito de programa de ação em vez de programa motor tem sido proposto como mais adequado para expressar essa nova interpretação (TANI, 2004). Fairbrother (2012), afirma que o comportamento motor (CM) ocupa se em entender o controle dos movimentos e como ocorrem a aprendizagem e o domínio deste controle; o desempenho motor é empregado para avaliar os movimentos e todas as influências que se pode mensurar e observar. Segundo Tani (2004), a área de comportamento motor tem três especialidades definidas, entretanto, estão diretamente associadas, são essas: Comportamento motor (CM), Aprendizagem motora (AM) e desenvolvimento motor (DM). O autor ressalta que apesar de serem campos distintos, os problemas destes três campos estão interrelacionados, e podem ser estudados em muitas perspectivas diferentes, desde uma abordagem bioquímica até um abalroamento sociológico; neste contexto o autor ressalta a importância de usar diferentes parâmetros de análise das classes do comportamento motor, (TANI, 2004). Por outro lado, o autor identifica o surgimento de alguns problemas recorrentes e relevantes na sistematização e controle dos movimentos, onde a concepção teórica do programa motor torna-se limitado para solucionar questões como a variabilidade nas ações que resultam em problema de fixação e de surpresas na prática de ações motoras. Esse conceito destaca a inexistência do feedback na realização do movimento e impõe a existência

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de um facilitador para cada movimento. Desta forma, tendo em vista as inúmeras capacidades humanas no âmbito do movimento torna-se admissível sua insuficiência em responder apropriadamente aos problemas de controle motor observados (TANI, 2004). O programa motor generalizado surge com a intencionalidade de elucidar esses empecilhos (TANI, 2004). No entanto, apesar desta teoria supracitada trazer respostas positivas no armazenamento e novidade no controle motor, essa teoria tem limitações nos aspectos relativos à definição do limite entre classes de movimentos, Tani (2004), entre outras, uma limitação importante é quanto à definição sobre a origem dos programas motores generalizados (TANI, 2004); Abre-se então uma lacuna de retrogressão importante, contudo, este conceito é um dos fundamentos importantes para a teoria motora, pesquisadores utilizamse muito desta teoria para angariar resultados sob um prisma neurofisiológico (TANI, 2004). A teoria da ação é recente, no entanto, questionamentos começaram a surgir pertinentes ao método de demanda das informações e ao programa motor. Pesquisadores expõem algumas situações motoras que problematizam o encontro de justificativas plausíveis a partir do prisma da teoria da ação, pois essa exclui a possibilidade do fator representativo como parte importante que utiliza fundamentalmente a pratica mental e a observação, ocasionando uma queda de rendimento entre as fases de aquisição e retenção (TANI, 2004). O modelo de processo adaptativo surge do déficit das duas teorias anteriores, Tani (2004), propõe observar composições relevantes promovendo a compreensão de aspectos da aprendizagem de habilidades motoras, ressaltando a interação do ser humano com o meio ambiente, realiza trocas constantes de informações sensoriais e cognitivas. Essas possíveis transformações influenciam o comportamento, o que necessita de uma resposta a esse estimulo, a isso chamamos de adaptabilidade (TANI, 2004). Segundo Fairbrother et.al Scmmidt e Fairbrother (2012), a aprendizagem adquirida por meio da prática tem fundamental importância e considera fatores relevantes para deslindar a prática esportiva aquática. Durante este percurso, rumo à aprendizagem é importante ressaltarmos a tarefa do esquema motor, detentor de uma estrutura complexa que associa comandos oriundos do sistema nervoso central; esses comandos decodificam e estimulam o órgão efetor, no caso o musculo e são regidos por características de maturação fisiológica esperada para cada faixa etária. Ambas as observações sobre historicidade e ascensão das teorias motoras cujo ressalta os fatores extrínsecos e seu processo adaptativo na aprendizagem onde a meta do executor, as condições e os resultados foram empregados e analisados de forma qualitativa os mecanismos de desenvolvimento motor e suas habilidades motoras

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básicas de membros inferiores na fase fundamental durante a execução do nado tipo crawl. O estudo da aprendizagem motora subdivide-se em fases que são assim classificadas: fase de movimento reflexivo, movimento rudimentar, fundamental e fase do movimento especializado (GALLAHUE, 2013). Em objeto de analise abordaremos a fase de movimentos fundamentais. As habilidades motoras esperadas nessa fase são: Equilibrar-se sobre um pé durante 10 segundos, pular com um pé só, pegar uma bola saltando, realizar marcha calcanhar-pé e andar para trás calcanharpé (LIMA, 1999). Enquanto que as habilidades motoras básicas aquáticas de membros inferiores dependem da maturação do estado neurofisiológico e dos componentes que fazem parte deste sistema.

O COMPORTAMENTO MOTOR AQUATICO INFANTIL As competências motoras adquiridas através da pratica e aprendizagem pode ser classificada como habilidade motora, e classificadas neste estudo perante a faixa compreendida, como habilidades motoras fundamentais (HMF). O comportamento motor na fase fundamental tem um papel de transição importantíssima, pois se trata de uma organização de níveis e padrões de movimentos (GARCIA, 2016). Neste estudo As habilidades motoras desenvolvidas durante a pernada do nado crawl pode ser classificada como habilidade. O desenvolvimento da habilidade motora aquática foi inicialmente descrita por Watson em 1919 e MacGraw em 1939. Com intuito de fundamentação do estudo da habilidade motora, usa-se muito a Teoria do Esquema descrita em Schmidt em 1975 Fairbrother (2012), onde versa que sempre houve maneiras de se explicar a aprendizagem, de modo geral. A aprendizagem pode ser dividida de duas formas: implícita e explícita (FAIRBROTHER, 2012). Na aprendizagem motora básica aquática de membros inferiores na maior parte das vezes usa-se da aprendizagem explícita, que é dirigida e orientada diretamente à execução do movimento. Enquanto que na aprendizagem implícita, antecipa o mecanismo de ação da explícita, ou seja, para o desenvolvimento da habilidade motora aquática básica é necessário o conhecimento inconsciente e a vivência prévia no meio aquático antes de se desenvolver a explícita que é dirigida e consciente. Entretanto, essa teoria abrange a aprendizagem através de resultados atingidos e objetivos pretendidos, sendo que há influência do meio externo, condições externa do ambiente que influenciam no desempenho do aprendizado, e também os detalhes dos componentes motores para executar o movimento.

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Segundo McGraw verificou-se que os bebes tem comportamentos estritamente definidos quando posicionados em decúbito ventral, bem como o controle respiratório na fase dos movimentos desorganizados que é diminuído. O controle postural é de suma importância na organização dos padrões de movimento motores aquático. Essas habilidades motoras aquáticas nos fornecem grandes subsídios para o desenvolvimento de crianças na fase motora fundamental. O primeiro pesquisador que uniu o conceito de nadar com habilidade motora foi Herkowitz em 1979. O pesquisador Erbaugh (1986), analisou o comportamento aquático de pré-escolares de idades entre 2,5 e 6 anos mostrando o grau de desenvolvimento motor durante a fase motora fundamental possibilitando ao instrutor de natação um melhor desenvolvimento do trabalho com crianças em idade de 2 a 7 anos na pernada do tipo crawl. Ele leva em consideração na sua análise cinco aspectos: 1. Aumento da distância percorrida durante; 2. Melhora da capacidade de propulsão com os braços; 3. Pernada do nado crawl mais evoluída; 4. Melhora na capacidade de se manter na horizontal e 5. Melhora na capacidade de manter a cabeça no nível da água. Como o intuito deste estudo é relacionado às habilidades motoras dos membros inferiores, dentro do escopo de nossa análise, optamos por analisar as capacidades: três e quatro. A biomecânica da realização do movimento de pernada no estilo crawl é dividida em duas etapas: a etapa ascendente e a descendente, que são diferenciadas pelo movimento do pé; o movimento é realizado pela propulsão das pernas com o auxílio do core e do tronco. O inicio do movimento ocorre devido a uma ligeira extensão dos quadris, que propiciam aos músculos iliopsas e reto femoral iniciarem o movimento antagônico do quadril (flexão), com repercussão do movimento na articulação do joelho. Esse quando estendido pela ação do reto femoral, e do quadríceps femoral promovem a potência. Para a manutenção do movimento cinético há a necessidade da atuação da articulação do tornozelo, dos tibiais anterior e posterior, contração do gastrocnêmio e sóleo, (MCLEOD, 2010). Para Langerdorfer (1995), o movimento do tipo pedalada é encontrado nas fases iniciais do desenvolvimento motor aquático, evoluindo para padrão final mais refinado que coordena as duas pernas, mais fiel ao estilo crawl. Esse desenvolvimento foi identificado os seguintes níveis: 1. Sem comportamento de locomoção; 2. “cachorrinho”;

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3. Nado humano inicial; 4. Crawl rudimentar; 5. Crawl avançado ou outra forma de deslocamento avançado.

METODOLOGIA Este estudo se baseia em uma pesquisa de campo em base de dados Sportsdiscus, Pubmed, Lilacs e Google Acadêmico, seguida de uma pesquisa de uma análise qualiquantitativa com nove crianças que foram analisadas em uma abordagem descritiva cinemática dos membros inferiores dentro na perspectiva dos autores Erbaugh, Oka Okamoto & Humamoto, Langerdorfer & Bruya, com crianças na idade de 4 a 6 anos (fase fundamental). Essa investigação será descrita, tabelada e posteriormente avaliada da seguinte maneira: Ausente: (<0,5) inabilidade de coordenar o movimento. Presente (>0,5) movimento presente Insatisfatório (<0,5): realiza o movimento, mas com inabilidades em fases de execução e/ou erros de inicialização\finalização; Satisfatório (>1): realiza adequadamente os movimentos sugeridos para a faixa etária. Plenamente satisfatório (>2): realiza o movimento com habilidades motoras não esperadas para a fase de habilidade motora fundamental (HMF). Essas pontuações serão embasadas nas teorias dos respectivos autores: Erbaugh, Langerdorfer & Bruya e Oka & Humamoto no que tange as especificidades da criança nos itens avaliados e numerados a seguir. Utilizamos o teste adaptado de Lima et.al Corazza,(6) esses padrões verificados e posteriormente pontuados com o intuito de checar os aspectos qualitativos e cinemáticos dos membros inferiores. Os critérios que serão observados com os scores acima citados {Ausente (<0,5), Insatisfatório (<0,5), Satisfatório (>1) e Plenamente Satisfatório (>2)} são: 1.

Tornozelos estendidos e relaxados.

2.

Os pés saem da água.

3.

Perna estendida no final da fase descendente.

4.

Afastamento das pernas lateralmente.

5.

Quadril propicia uma amplitude de pernada linear adequada.

6.

Nas fases ascendentes e descendentes verifica-se a extensão e flexão do

quadril. 7.

Nas fases ascendentes e descendentes verifica-se a flexão e extensão do joelho.

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8.

Coordenação mais fina de pernada.

9.

Capacidade de propulsão, força e velocidade.

10.

Movimento característico tipo “chicote”.

As pontuações foram adaptadas do protocolo de teste qualitativo do nado Crawl, publicado na Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Todos os voluntários foram autorizados a participarem da pesquisa mediante a assinatura de seus representantes Legais do TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), segue modelo em anexo. As crianças serão descritas como (C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8 e C9) respectivamente, todas adaptadas ao meio líquido, onde as mesmas foram inseridas em uma piscina de 1,30m de profundidade, realizando um percurso de dez metros de comprimento com uma pranchinha, utilizando a pernada estilo crawl, como meio de locomoção. Todas as crianças foram gravadas com câmera em posição subaquática, para uma análise posterior conforme a necessidade.

COLETA DE DADOS Tabela

1.2

Análise

da

pernada

estilo

crawl

Crianças

de

4

anos

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Tabela

1.3

Análise

da

pernada

estilo

crawl

Crianças

de

4

e

5

anos

Tabela

1.4.

Análise

da

pernada

estilo

crawl

crianças

6

anos

Tabela

1.5

Análise

da

pernada

estilo

crawl

Criança

de

7

anos

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com a tabela 1.2 (C1, C2 e C3) apresentam individualmente, um tempo de prática inferior a 12 meses (7 meses, 8 meses e 12 meses) respectivamente. Ao compararmos os seus scores de pontuação (C1 <0,5), (C2 <0,5) e (C3 <1,5). Pode-se inferir que o tempo de prática não representou vantagem em seu desempenho. No item número 1 verificamos que (C1,C2 e C3), apresentam execução satisfatória. De modo geral a maioria dos itens verificados são ausentes e insatisfatórios. No item 7, (C3) não apresenta o movimento, entretanto, (C1 e C2) os movimentos estão presentes e satisfatórios, os scores apontam grande similaridade com uma pequena diferença de (<1) para os itens três e sete. Subsequentemente, na tabela 1.3 (C4 e C5) correspondem a duas crianças com idade de quatro e cinco anos cujo tempo de pratica é de três e sete meses subsequentemente, a C4 apresenta uma alta pontuação comparando com a C5 de cinco anos, porém observa-se menos tempo de prática o que sugere ser esse de fato o motivo para seu desempenho positivo score (>14,50); Contudo, comparando C4 com C1,C2 e C3 temos ainda sim uma diferença significativa importante, todos os itens analisados na (C4) estão presentes de maneira satisfatória, os itens 9 e 10 (C4) sobretudo apresenta movimentos presentes e plenamente satisfatórios. Na mesma tabela 1.3, (C5) corresponde a criança de cinco anos cujo score total (<2,5) apresentando apenas o item 3 de maneira satisfatória (perna estendida no final da descendente), C5 obteve score mais baixo entre as crianças de 4 e 5 anos. Na tabela 1.4 as crianças representadas por (C6, C7 e C8) todas com idade de seis anos e tempo de prática de 2, 4 e 36 meses respectivamente, C8 com maior tempo de prática e menor score (<-5,5), C6 com (>3) e C7 (<-2). C6 apresenta os movimentos dos itens 1,3,7 e 9 de maneira satisfatória com falha principal nos movimentos de flexão e extensão do quadril, C7 apresenta movimentos satisfatórios apenas nos tornozelos item 1 e flexão, extensão dos joelhos, com score de (<2) e C8 apresenta apenas os movimentos do item 1 (tornozelos estendidos e relaxados) com score de (<-5,5). C9 tem a idade de sete anos, fase motora fundamental madura e apresenta essa característica durante seu percurso na piscina, apresentando todos os movimentos presentes e satisfatórios, score de (>14,5).

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C4 e C9 tiveram os mesmos resultados em nível maturacional da pernada estilo crawl ambos dentro das suas perspectivas onde C4 elevou sua pontuação sendo possível inferir que a coordenação motora fina da pernada pode ser alcançada em crianças de quatro anos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com Okamoto (1983), a extensão de joelho e hiperextensão do quadril que é executado por adultos não é vista em crianças até cerca de sete anos de idade, não há estímulos nervosos identificados agindo sobre os músculos citados, entretanto, neste estudo a criança C4 (vide tabela 1.2), consegue efetuar esse movimento. Podemos considerar importante a analise do item 1 (tornozelos estendidos e relaxados) em todas as tabelas, onde apenas uma criança C5, não apresentou o movimento. Sugerirmos mais estudos relacionados aos movimentos do tornozelo no nado e sua relação com os aspectos sensoriais e cognitivos provenientes da sensibilidade do membro e seus comandos proferidos pelo Córtex Somatossensorial. De acordo com Wheatley et.al Jahnke e Okamoto (1983), o glúteo máximo só se contrai se houver resistência ao movimento. Este estudo eletromiográfico aponta uma descarga do glúteo Máximo somente observado na fase chutando e sugere que o movimento "pedalar" seja realizada com força para manter o organismo flutuando na água. Neste presente artigo, apenas a C4 (vide tabela 1.3), realizou o movimento ascendente da pernada de maneira satisfatória. Na Teoria motora Generalizada de Gotani ao analisarmos o estudo eletromiográfico citado, podemos deprender em uma abordagem neurofisiológica que estímulos de força no glúteo máximo em posição vertical fora da água pode contribuir significativamente no estimulo, assimilação e aprendizagem do movimento. Essa observação é importante ressaltar, pois conceitua o que Gotani, (2004) diz sobre o conceito de adaptabilidade, onde caracteriza uma troca constante dos fatores sensoriais e cognitivos “O esquema motor”.

O comportamento motor na fase motora fundamental

entendida como habilidades motoras fundamentais (HMF), compreende uma fase de transição importantíssima onde estudos diversos propiciam a compreensão da complexidade desse comportamento, por esse motivo, o presente estudo não responde a perguntas sobre a correlação tempo e desempenho, entretanto, aponta caminhos para o desenvolvimento das

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capacidades inerentes às idades observadas. Diante desta analise torna-se oportuna uma proposta de exercício que visa estimular a musculatura do glúteo, permitindo a assimilação e desempenho para execução da pernada estilo crawl.

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