COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL Instituto Olímpico Brasileiro
ACADEMIA BRASILEIRA DE TREINADORES
VIVÊNCIA E APRENDIZAGEM DA LUTA OLÍMPICA EM SEUS TRES ESTILOS, GRECO ROMANA, ESTILO LIVRE E LUTA FEMININA: IDENTIFICAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE TERMOS TÉCNICOS, DESCRIÇÃO DE MOVIMENTOS BÁSICOS E INDICADORES PEDAGÓGICOS.
Por: AGNALDO PEREIRA DOS SANTOS JEFFERSON CAMPOS LOPES THARIN POLHEIM ALVES
Modalidade: LUTAS ASSOCIADAS Área de concentração na ABT: DESENVOLVIMENTO Orientador: DR. ROBERTO RODRIGUES PAES
Rio de Janeiro, 2015
VIVÊNCIA E APRENDIZAGEM DA LUTA OLÍMPICA EM SEUS TRÊS ESTILOS: GRECO ROMANO, LIVRE E LUTA FEMININA - IDENTIFICAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE TERMOS TÉCNICOS, DESCRIÇÃO DE MOVIMENTOS BÁSICOS E INDICADORES PEDAGÓGICOS.
RESUMO
Atualmente na modalidade de Luta Olímpica uma quantidade de termos técnicos que são utilizados por inúmeros profissionais no Brasil, acaba gerando uma grande dificuldade de aprendizagem pelos praticantes, devido às inúmeras formas de conotar tais movimentos específicos em vários idiomas. Assim este estudo tem como finalidade através de uma pesquisa qualitativa descritiva e exploratória, identificar uma padronização dos nomes técnicos na língua portuguesa em grupos específicos e através deste apresentar indicadores pedagógicos que contribuem no ensino, vivência e aprendizagem da luta olímpica. Assim esperamos que este estudo possa contribuir na construção pedagógica para uma melhoria do esporte. Palavras-chave: Luta olímpica, termos técnicos, indicadores pedagógicos.
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EXPERIENCE AND LEARNING THE OLYMPIC FIGHT IN ITS THREE STYLES: GRECO ROMAN, FREE AND FIGHT WOMEN - IDENTIFICATION AND TECHNICAL TERMS OF STANDARDIZATION, DESCRIPTION OF MOVEMENTS AND INDICATORS BASIC EDUCATIONAL.
ABSTRACT
Currently in Wrestling a number of technical terms that are used by numerous professionals in Brazil, ends up generating a great learning disability by practitioners, due to numerous forms of connote such specific movements in multiple languages. So this study aims through a qualitative descriptive and exploratory research, identify a standardization of technical names in Portuguese in specific groups and through this present educational indicators which contribute in teaching, learning and experience of wrestling. We hope that this study will contribute to an improvement in educational construction of the sport. Keywords: Olympic Wrestling, technical terms, educational indicators
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1. INTRODUÇÃO
Praticada desde a antiguidade, a luta é o mais natural meio de ataque e defesa do ser humano e, ao longo do tempo, desenvolveu-se na França, como parte do treinamento dos soldados Napoleônicos no início do século XIX. Hoje, além de integrar os Jogos Olímpicos Modernos desde 1896, tornou-se um dos mais praticados esportes de combates dentro das competições do circuito Olímpico, campeonatos mundiais e escolares. (AGEL; RANSONE J; DICK; OPPLIGER; MARSHALL,2007). Neste sentido a luta olímpica é uma modalidade individual de rendimento complexo que integra uma complexidade técnico-tática com um forte componente físico e um alto padrão coordenativo (KRAMMER,2004). São três os estilos de luta Olímpica (Greco Romana, Livre e Luta Feminina) divididas por categorias de peso na classe adulta sendo oito na Greco Romana, oito na Livre e oito na Feminina (seis olímpicas e duas não olímpicas em cada uma). O objetivo é comum aos três estilos: imobilizar o oponente com as costas para o solo (encostamento). Esta ação encerra imediatamente a luta. Outras palavras como o Touché e Pin também são utilizadas para denominar o golpe (a ação). Caso nenhum dos dois atletas consiga executar o golpe (ação) que encerra a luta, a decisão será feita de acordo com a pontuação acumulada ao longo do período de luta. (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA LUTAS ASSOCIADAS, 2004). Assim existe um número variado de nomes técnicos que são oriundos de diversas línguas estrangeiras utilizadas nas mais variadas formas de ensinar e competir, tais como: inglês, russo, espanhol, francês e grego. Devido a isso percebese uma grande dificuldade de entendimento e interpretação das técnicas por parte dos profissionais da luta no desenvolvimento da modalidade no Brasil. Neste sentido a nomenclatura na Luta tem cerca de cem técnicas tornando difícil a assimilação de todas elas, se não organizadas em grupos, tipos e classes. Só com a compreensão das características comuns entre elas foi possível, de algum modo, criar sistemas, categorias de técnicas e habilidades básicas da Luta (MARTINS,2008). Embora existam nomes correntes utilizados pelos treinadores, atletas e árbitros para designar as ações utilizadas para combater e treinar, a verdade é que está 4
longe de ser consentânea a terminologia nesta modalidade. A situação é tão crítica que existem diferenças de termos, de região para região, dentro do mesmo espaço linguístico. No entanto, é reconhecida a necessidade de encontrar uma linguagem sistematizada já que esta possibilitará a criação de condições para um desenvolvimento teórico e prático baseado no conhecimento científico, possibilitando a estruturação e unificação de conhecimentos que contribuirão, com certeza, para a compreensão de ações técnicas que hoje não somos capazes de descrever ou prescrever em situação real de combate (MARTINS; PEIXOTO, 2004). Além disso, conforme a revista do Conselho Federal de Educação Física a luta tem sua realização da seguinte forma na iniciação esportiva (CONFEF, Revista EF N.03): “A prática da luta, em sua iniciação esportiva, apresenta valores que contribuem para o desenvolvimento pleno do cidadão”. Identificado por médicos, psicólogo e outros profissionais, por sua natureza histórica apresentam um grande acervo cultural. Além disso, analisada pela perspectiva da expressão corporal, seus movimentos resgatam princípios inerentes ao próprio sentido e papel da educação física na sociedade atual, ou seja, a promoção da saúde”.
Sendo assim neste sentido buscamos a construção de indicadores que possam realizar a construção do gesto nas lutas, ainda sobre o prisma dos PCN’s (BRASIL, 1998: p. 97) vai requerer: “A vivência de situações que envolvam perceber, relacionar e desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras presentes nas lutas praticadas na atualidade; vivência de situações em que seja necessário compreender e utilizar as técnicas para as resoluções de problemas em situações de luta (técnica e táticas individuais aplicadas aos fundamentos de ataque e defesa); vivência de atividades que envolvam as lutas, dentro do contexto escolar, de forma recreativa e competitiva”.
Para tal é necessário à busca de indicadores pedagógicos onde possamos ter uma sequência de ensino, vivência e aprendizagem de forma lógica para as lutas. Utilizando a observação foi possível dar um formato às técnicas possíveis de realizar e diferenciá-las. Sendo assim foi percebido que todas tinham uma direção: anterior, posterior e lateral. Foi percebido, também, que previamente à ação propriamente dita, em todas as técnicas era utilizada alguma forma de controle, sendo elas: controle de braço por dentro e por fora, controle de cabeça e braço, controle de cintura às avessas, controle de perna por dentro e por fora, controle duplo de braços e ou de pernas. Assim existe a carência de um modo de descrever a fase que dava origem a projetar, derrubar, rolar e rodar. Da observação resultou a 5
descrição cinemática do modelo mecânico utilizado adaptado de Martins & Peixoto (2004). GRUPO
DIREÇÃO
TECNICO
FORMA DE
DESCRIÇÃO
CONTROLE
MODELO MECANICO
Figura 1 – Modelo descritivo das ações técnicas.
Sendo assim nosso estudo estará voltado a identificação de ausência no cenário Brasileiro da prática da Luta Olímpica de uma padronização na nomenclatura de termos técnicos a serem descritos na iniciação esportiva bem como os indicadores pedagógicos a serem desenvolvidos pelos profissionais.
1.1 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Propor uma padronização da nomenclatura dos termos técnicos a serem descritos na Luta Olímpica e indicadores pedagógicos básicos para iniciação esportiva.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Descrever os movimentos técnicos para um melhor entendimento dos golpes da Luta Olímpica. 2. Desenvolver indicadores visando contribuir para a melhoria de procedimentos pedagógicos no ensino, vivência e aprendizagem.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Na literatura existente sobre o tema deste estudo não há muitas publicações ou artigos que desenvolvam ou demonstrem soluções para o problema citado sobre a nomenclatura e padronização dos movimentos. Assim esta revisão será direcionada com subsídios de autores que falam das lutas como componente educacional. Para Rufino e Darido (2012): “As lutas corporais como prática, além de fazerem parte da cultura corporal de movimento, devem estar deduzidas em perspectivas pedagógicas renovadoras. O foco do ensino deve estar no movimentar dos alunos e não nos gestos técnicos, visando contextualizar vivências e experiências significativas nas mais diversas práticas corporais. ”
Daólio (2014) complementa: “Assim o problema não está no ensino do gesto técnico em si, pois, caso o aluno deseje e/ou o professor perceba a necessidade de ensiná-lo, é um direito deles, em comum acordo, tal experiência; o problema está no ensino desses gestos de forma aleatória e/ou, quando o docente conhece, predomine nas aulas em que, muitas vezes, o alunado quer apenas se divertir e experimentar novas vivências. ”
Já Betti (2009) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) colaboram afirmando que “fazem parte da cultura corporal de movimento as formas culturais do exercício da motricidade humana, que tem como temas o jogo, a ginástica, o esporte, as lutas, a dança, a capoeira e outras temáticas. ” Diante do exposto, há a necessidade da aplicação de novos conteúdos na Educação Física escolar, dentre eles, as lutas. A inclusão destas aulas traz inúmeros benefícios no que diz respeito ao desenvolvimento (FERREIRA,2006). Portanto, através destes autores, propomos abrir novas possibilidades e perspectivas, ampliando o conhecimento sobre a nomenclatura e padronização dos movimentos
nas
Lutas
dentro
da
iniciação
esportiva,
mostrando
suas
potencialidades e devidas relevâncias à cultura de movimento, ao mesmo tempo em que alimenta a demanda já apontada na área, mas pouco relatada academicamente.
3. DESENVOLVIMENTO 7
Devido ao desencontro de informações e progressão pedagógica para o desenvolvimento e aprendizagem da luta, fizemos uma seleção de técnicas conhecidas, buscando encontrar uma padronização adequada para nossa realidade, seja ela um nome apropriado ou o entendimento adequado para o desenvolvimento pedagógico da técnica pelo o aluno e demais envolvidos. Para discutirmos as possibilidades pedagógicas utilizando o conteúdo Lutas foi construída uma Unidade Didática composta por quatro grupos que foram planejados de forma sistematizada e com ênfase na iniciação, por meio de atividades que partissem do mais simples para o mais complexo, sempre buscando do aluno sua melhor forma de vivenciá-las, levando em consideração as particularidades de cada um, visto que o principal ponto de partida era a participação e apreensão desse novo tema pelos participantes. Para a iniciação procuramos separar em dois eixos dentro do complexo técnico-tático: técnicas na Posição em Pé e as técnicas na Posição no Solo. A Posição em Pé é caracterizada por 04 (quatro) ações, são elas: Projeções, Derrubes, Desequilíbrios e Puxadas ao solo. Subdividimos em 03 (três) grupos contendo 3 técnicas em cada. A Posição no Solo tem sua caracterização através das ações de rotação e rolamento, direção anterior, posterior e lateral e de formas de controle, para esse eixo acrescentamos apenas um grupo com 3 técnicas. Entendemos que para a iniciação de crianças, adolescentes ou mesmo adultos, essas técnicas sejam de complexidade baixa, o que facilitaria o entendimento e a execução dos movimentos, sendo que a duração do período de iniciação se altera de acordo com o desenvolvimento individual do aluno ou do grupo a qual tenha iniciado.
3.1 METODOLOGIA
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O princípio metodológico que orienta o desenvolvimento desta pesquisa fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, a qual pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características técnicas apresentadas pelos participantes (RICHARDSON, 2007). Ela parte de questões e focos de interesses amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve. Neste enfoque, trata-se de uma proposta do tipo teórico exploratório e descritivo (MINAYO, 2000). As pesquisas teóricas exploratórias apresentam ênfase à descoberta de práticas ou diretrizes, esclarecendo e modificando conceitos e ideias, a partir da elaboração de alternativas, propostas ou hipóteses que possam ser pesquisáveis para estudos posteriores (OLIVEIRA; BESSANA, 1997). Com a intenção inicial de atender aos objetivos da pesquisa por meio de uma proposta de padronização de termos técnicos na luta e indicadores pedagógicos.
3.2 RESULTADOS
Observadas as técnicas em pé e no solo compreendeu-se que independente de outras ações, em pé o comportamento de apoios assumia duas possibilidades sendo atribuídas com o nome de: Projeções (Significa que, por ação dos lutadores, as costas eram voltadas para o tapete utilizando técnicas onde os apoios abandonavam o contato com o tapete simultaneamente – com fase de voo) e Derrubes (não há a fase de voo). Outras técnicas sem fase de voo eram utilizadas para enviar o lutador ao solo sem que este chegasse ao tapete de costas, a posição era frontal para seu adversário, passando essas a serem designadas por Desequilíbrios e Puxadas de solo. No solo constatou-se que aquilo em comum a todas as ações era o fato do corpo girar em torno de um eixo, sendo longitudinal, atribuído o nome de Rotações, e transversal, o nome de Rolamentos. A continuação de observações constatou a dificuldade em diferenciar todas as técnicas possíveis de realizar, assim verificou-se que todas tinham uma direção: anterior, posterior e lateral. Também foi notado que antes da execução da técnica havia uma forma de controle. 9
3.2.1 TÉCNICAS NA POSIÇÃO EM PÉ
GRUPO 01 - Desequilíbrio ou puxadas ao solo
Puxada de Braço
INGLÊS
ESPANHOL
Arm Drag
Allon de Brazo
RUSSO
GREGO
FRANÇA
Перетащитеруку Σύρετετοχέρι Faitesglisserlebras
Tabela 1 – Técnica de Puxada de Braço nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Com uma das mãos segura-se o punho do adversário e com a outra segura na altura do tríceps, puxando-o para dominar as suas costas e levá-lo ao solo.
Braço e pescoço;
INGLÊS
ESPANHOL
Headlock
B ra zo cu e ll o
RUSSO Главазамок
GREGO Κεφάλικλείδωμα
FRANÇA Prise de tête
Tabela 2 – Técnica de Braço e Pescoço nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Agarre o pescoço e a cabeça junto com o braço do adversário, em pé para leválo ao chão ou para derrubá-lo. No chão em posição de bruços, para fazer o mesmo e girar.
Dois em um; 10
INGLÊS Two on one
ESPANHOL D o s
RUSSO
GREGO
u n o два в о дно м Δ ύ ο σ ε έ ν α
FRANÇA d e u xsu ru n
Tabela 3 – Técnica de Dois em Um nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Agarrar o braço do adversário com as duas mãos, uma na altura do punho e a outra na altura do bíceps, fazendo pressão com seu ombro no ombro do adversário para levá-lo ao chão.
GRUPO 02 - Pode ser como projeção, está aplicada ao Estilo Livre e Feminino ou Derrubes (sem fase de vôo).
Ataque às duas pernas;
INGLÊS
ESPANHOL
Double leg
Double leg
RUSSO
GREGO
обеихног
διπλό πόδι
FRANÇA jambedouble
Tabela 4 – Técnica de Ataque às duas pernas nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Agarrar as duas pernas do adversário em pé e puxá-las para si, fazendo com que ele caia de costas no chão.
Ataque à uma perna com a cabeça por dentro;
INGLÊS
ESPANHOL
Single leg
Single leg
RUSSO Однойноги
GREGO Ενιαίο πόδι
FRANÇA Seulejambe
Tabela 5 – Técnica de Ataque à uma perna com a cabeça por dentro nos 5 idiomas mais usados
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Descrição: Agarrar uma das pernas com as duas mãos encostando a cabeça na barriga ou a parte temporal na costela do oponente tentando derrubá-lo.
Ataque à uma perna com a cabeça por fora;
INGLÊS High croutch
ESPANHOL
RUSSO
GREGO
High croutch высокаяпромежность
υψηλή καβάλο
FRANÇA entrejambehaut
Tabela 6 – Técnica de Ataque à uma perna com a cabeça por fora nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Agarrar uma das pernas com a cabeça do lado de fora do oponente para tentar derrubá-lo.
GRUPO 03 - Projeções que pode ser aplicado para todos os estilos.
Arqueio segurando o braço;
INGLÊS
ESPANHOL
Arm spin
Spin
RUSSO спинаруки
GREGO περιστροφή βραχίονα
FRANÇA rotationdubras
Tabela 7 – Técnica de Arqueio segurando o braço nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Dominar um dos braços do oponente prendendo-o em sua axila, faz-se um movimento de arco segurando o braço do oponente, girando o corpo para derrubá-lo ao solo.
Volteio de cintura; 12
INGLÊS
ESPANHOL
Hip toss
Hip toss
RUSSO хипТосс
GREGO εκτίναξητουισχίου
FRANÇA “Hip toss”
Tabela 8 – Técnica de Volteio de Cintura nos 5 idiomas mais usados
Descrição: O lutador segura um dos braços do oponente e desliza o seu outro braço em volta das costas/cintura do adversário. O lutador então se vira e levanta o oponente contra as suas costas projetando-o direto no chão.
Volteio de pescoço;
INGLÊS
ESPANHOL
Head Toss
Volteio de cuello
RUSSO
GREGO
Главныйбросок κεφάλιεκτίναξη
FRANÇA cheftoss
Tabela 9 – Técnica de Volteio de Pescoço nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Envolve o pescoço do adversário com um de seus braços e com o outro domina o braço do oponente, puxando-o, virando seu quadril e projetando o mesmo ao solo.
3.1.2 TÉCNICAS NA POSIÇÃO DE SOLO
GRUPO 04 – Pode-se trabalhar de 4 apoios ou deitado de barriga no chão.
Meio Nelson;
13
INGLÊS
ESPANHOL
Half Nelson
Meia Nelson
RUSSO
GREGO
половинаНельсона
μισόΝέλσον
FRANÇA Halfnelson
Tabela 10 – Técnica de Meio Nelson nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Com o adversário na posição de quatro apoios ou de barriga no chão, envolve um dos seus braços pegando também o seu pescoço, forçando o mesmo até que vire de costas para o chão.
Asa de galinha;
INGLÊS
ESPANHOL
Chicken
Victoria de
wing
pollo
RUSSO крылоцыпленка
GREGO
FRANÇA
κοτόπουλο
aile de poulet
πτέρυγα
Tabela 11 – Técnica de Asa de Galinha nos 5 idiomas mais usados
Descrição: Adversário de barriga no chão, envolve um dos seus braços pondo a mão em suas costas e faz um giro fazendo-o virar de costas para o chão.
Rosto cruzado;
INGLÊS
ESPANHOL
Cross face
Cruz de cara
RUSSO Крестлицо
GREGO Σταυρός πρόσωπο
FRANÇA traverserlevisage
Tabela 12 – Técnica de Rosto Cruzado nos 5 idiomas mais usados
Descrição:
14
Com o adversário deitado de bruços, passa o braço na frente do seu rosto (queixo) e pegando o seu braço do lado oposto, faz o movimento contra o seu rosto, fazendo o mesmo girar.
3.3
INDICADORES PEDAGÓGICOS
Devemos estar atentos ao desenvolvimento cognitivo dos alunos, flexibilidade, força e motricidade, para no momento da aprendizagem dos Grupos Técnicos propostos, tenhamos a perspicácia de utilizar exercícios
específicos
que
desenvolvam todos os segmentos de desenvolvimento citado, e possamos iniciar com os Jogos de Oposição, especificamente para as técnicas sugeridas. Inicialmente colocaremos os alunos diante de exercícios que mostrarão o grau de desenvolvimento em cada item, como:
Exercícios propriamente dito (corrida, corrida em direções contrárias, mudança de direção repentina e etc.);
Pulos e saltos (com um pé, dois pés, em distância, em altura e etc.);
Rolamentos (cambalhota, estrelinha, rolamento com a cabeça, com os braços e etc.);
Equilíbrio (com elevação de uma perna, com sustentação dos braços, em movimento com os braços e etc.);
Força (trabalho com o pescoço, flexões, abdominais e etc.);
Jogos de Oposição (jogos aonde auxiliam na aprendizagem de maneira lúdica e desenvolve a cognição aplicada as técnicas sugeridas).
Após essa etapa de interação do desenvolvimento advindo do aluno, utilizaremos os Jogos de Oposição como estimulo ao iniciante a vivenciar situações de luta e ao mesmo tempo trabalhar os diferentes aspectos presentes nas atividades propostas para o entendimento e desenvolvimento das técnicas sugeridas. 15
Olivier (2000) destaca que os jogos de oposição abrangem, unicamente, as ações motoras fundamentais que as crianças são capazes de realizar nas atividades de oposição. Essas ações podem ser trabalhadas tanto em situações de ataque como de defesa. Podemos considerar como ações motoras especificas os atos de agarrar, reter, desequilibrar, puxar, empurrar, projetar, desviar, imobilizar, esquivarse, resistir e livrar-se. Os Jogos de Oposição são trabalhados desde formas simples até situações complexas. Eles são classificados em seis categorias: I.
Jogos de rapidez e atenção: São jogos de vivacidade que alternam sempre os papéis de atacante e atacado. Também podem ser realizados
através
de
atividades
onde
cada
executante
faz
simultaneamente papeis de ataque e defesa durante a mesma ação, procurando assim evitar o contato próximo com o adversário. II.
Jogos de conquista de objetos: Esses jogos aproximam os adversários, mas as principais ações são feitas em direção a objetos a serem conquistados. Os papéis de atacante e de defensor são separados.
III.
Jogos de conquista de território: As situações deste grupo implicam aproveitamento e diversificação das ações em desequilíbrio para chegar a seus fins. É preciso puxar, carregar, empurrar, fazer virar e, é claro esquivar-se, desviar-se, resistir. O contato torna-se inevitável.
IV.
Jogos de desequilíbrio: Ação em direção ao adversário, sem mediação de objeto ou território. Os papéis de ataque e defesa são ora alternativos ora simultâneo.
V.
Jogos
para
reter,
imobilizar,
livrar-se:
Necessitam
de
enfrentamentos variados e obrigam o corpo a corpo. São, ao mesmo tempo, jogos para resistir e para livrar-se. Os papéis são ora separados ora combinados. VI.
Jogos para combater: O combate é agora completo. As condutas de ataque e de resistência são concomitantes. Torna-se indispensável encadear e coordenar todas as ações necessárias ao combate.
Autores como Petrov (1996), Freitas (1997; 2003), Oliveira (1999; 2002;), Oliveira e Nunes (2009), Breda et al (2010), Roza (2010) e Santos et al (2012) entre 16
outros destacam diferentes estratégias de desenvolver as Lutas na iniciação. Esses autores propõem práticas diversificadas baseadas em estratégias pedagógicas relacionadas às Brincadeiras e Jogos lúdicos a serem desenvolvidos durante as aulas. Os Jogos e as Brincadeiras têm como característica a adaptação a situações de Luta ou até mesmo adequação as características da modalidade de Luta a ser trabalhada. Durante o processo pedagógico devemos oportunizar, planejar, propor, possibilitar, compreender, qualificar, estimular e contribuir na formação do aluno como um todo. Portanto, é de extrema importância repensar as práticas de Luta nos trabalhos de iniciação esportiva, pois as crianças, adolescentes e até mesmo os adultos nos ensinam e nos proporcionam novos aprendizados a cada dia, fazendo com que possamos melhorar nossos conhecimentos e com isso buscar novas maneiras de aperfeiçoar nossas práticas.
4. CONCLUSÃO
Tendo como objetivo de nosso trabalho desenvolver uma pesquisa que vai em busca de métodos de ensino da Luta Olímpica nos quais são utilizadas nomenclaturas diferentes em alguns países, considerando a rara existência de países com metodologia de nomenclatura própria para ensino e aprendizagem da Luta olímpica da mesma forma que ocorre no Brasil, vimos a necessidade de criar um método de ensino e aprendizado padrão. Como existem poucas produções cientificas sobre este tema esperamos que, através deste estudo, possamos sugerir grupos de algumas técnicas dentro de um complexo técnico-tático para facilitar a padronização dos nomes e as formas pedagógicas de ensiná-las tentando assim contribuir para que haja uma aproximação maior entre os profissionais de Luta Olímpica em busca de uma terminologia que seja utilizada para melhoria do entendimento e facilitação da aprendizagem dos movimentos específicos dentro desse esporte.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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